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Volume Parcial Molar Autoras: Nathalia Chagas e Mikaela Meirelles Professor responsável: Helisa Data do experimento: 18/03/2023 RESUMO Neste experimento serão determinados os volumes parciais molares dos componentes de soluções aquosas de cloreto de sódio em função da composição. Para isso, é utilizado um picnômetro, que é levado a um banho termostático a fim de observar a expansão de volume da solução. Após, é realizada uma pesagem para descobrir a massa de solução e sua densidade, para posteriormente calcular os volumes parciais molares. Isso é feito para cada uma das 5 soluções preparadas. Assim, obteve-se valores de V1 e V2 próximos daqueles encontrados na literatura (tabela 1). Os erros experimentais calculados podem estar relacionados às medidas equivocadas das massas. CÁLCULOS E RESULTADOS Neste experimento, nota-se a importância do estudo da variação das propriedades termodinâmicas de uma mistura, visto que essa está relacionada com a modificação do ambiente de cada molécula, e portanto, com as forças que atuam entre as moléculas. O volume parcial molar, que é…, demonstra ser um exemplo disso, já que varia de acordo com a composição de uma solução real devido às alterações na vizinhança de cada molécula. Dessa forma, o volume parcial molar de uma substância X, é dado por: Vx = P, T, n’ (1)( 𝑑𝑉 𝑑𝑛𝑥 ) onde V é o volume total da mistura e nx é o número de mols de x. O n’ indica que o número de mols de todas as outras espécies presentes na mistura são constantes, P indica pressão constante e T temperatura constante. Visto que os volumes parciais molares dependem da composição da solução e seus valores podem ser significativamente diferentes dos volumes molares dos componentes puros, temos que: https://moodle.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=3913136 V = n1V1 + n2V2 (2) sendo n o número de mols, e os índices 1 e 2 referentes ao solvente e soluto, respectivamente. Podemos então definir o volume molar aparente do soluto, sendo: = (3)ϕ 1𝑝 [𝑀2 − 1000 𝑏 (𝑚 − 𝑚0) (𝑚0 − 𝑚𝑣) ] onde mv é a massa do picnômetro vazio, m0 é a massa do picnômetro contendo água pura e m é a massa do picnômetro com a solução. Para a realização do experimento, primeiramente foram preparadas 5 soluções de diferentes concentrações. O picnômetro foi preenchido com cada uma das soluções e levado a um banho termostático até que se observasse a expansão do volume da solução através do capilar. Após secar o exterior do picnômetro, mediu-se a massa da solução com a utilização de uma balança analítica. As massas m, m0 e mv resultaram nos valores da tabela abaixo. Tabela 1 - Massas medidas durante o experimento X. PROPRIEDADE VALOR m0 82,42970 mv 31,70020 massa molar NaCl 58,44000 A fim de obter as densidades de cada solução, é calculado o volume do picnômetro, como descrito abaixo, assumindo que a densidade da água pura a 30°C é 0,99560g/cm3 [1]. Vpic = (4)(𝑚0 − 𝑚𝑣)𝑝ℎ2𝑂 𝑝𝑢𝑟𝑎 Vpic = = 50,9537cm3(82,4297 − 31,7002)0,99560 Em seguida, foram calculadas as densidades a partir da equação 5, seguindo para cada uma das 5 soluções o exemplo do cálculo abaixo da densidade da primeira solução: p = (5)(𝑚 − 𝑚𝑣)𝑉𝑝𝑖𝑐 p1 = = 1,1098g/cm3 (88,247 − 31,7002) 50,9537 A partir das densidades, foi possível realizar o cálculo da molalidade (b, em mols/kg solvente) das soluções, como descrito abaixo, sendo c a concentração de cada solução e M2 a massa molar de NaCl puro (58,44g/mol) [2]. b = (6)1 [1−( 𝑐𝑝 )( 𝑀2 1000 )] 𝑐𝑝 b1 = = 3,2105mol/kg1 [1−( 31,1098 )( 58,44 1000 )] 31,1098 Após, é possível realizar o cálculo do volume aparente, utilizando a equação 3 descrita anteriormente, e aplicando para todas as soluções o exemplo descrito abaixo: = = 20,4740cm3ϕ1 11,1098 [58, 44 − 1000 3,2105 (88,2470 − 82,4297) (82,4297 − 31,7002) ] Visto que, para soluções de eletrólitos simples, varia linearmeneϕ com para concentrações moderadas de soluto (Teoria de Debye_Huckel),𝑏 pode-se obter as seguintes expressões sendo V1 o volume parcial molar do solvente e V2 do soluto: V1 = Vm1 - (7)𝑏55,51 𝑏 2 𝑑ϕ 𝑑 𝑏 V2 = 0 + (8)ϕ 3 𝑏 2 𝑑ϕ 𝑑 𝑏 sendo Vm1 o volume parcial molar da água pura a 30°C (18,0949 cm3/mol) [3], 0 o volume molar aparente extrapolado para concentraçãoϕ igual a zero, e assumindo um volume total de uma amostra de solução contendo 1kg de água (55,51mols de água). Os parâmetros 0e podemϕ 𝑑ϕ 𝑑 𝑏 ser obtidos através dos coeficientes linear e angular obtidos através do ajuste linear do gráfico de versus . Assim, pode-se finalmente calcularϕ 𝑏 os valores de V1 e V2. Equação da reta obtida: y= -0,4701340804x + 20,80921703 Solução 1: V1 = Vm1 - = 18,1193cm3/mol3,210555,51 1,7918 2 (− 0, 47013) Solução 2: V2 = 20,8092 + (-0,47013) = 19,5457cm3/mol3(1,7918)2 A tabela 2 abaixo apresenta os resultados dos cálculos realizados para cada uma das soluções. Tabela 2 - Resultados dos calculos realizados para as soluções em diferentes concentrações. Solução Concentração Massa Densidade b 0 b^1/2 1 3,0000 88,2470 1,1098 3,2105 20,4740 1,7918 2 1,5000 85,4029 1,0540 1,5523 19,6257 1,2459 3 0,7500 83,9012 1,0245 0,7648 20,0226 0,8745 4 0,3750 83,1600 1,0099 0,3795 20,3090 0,6161 5 0,1875 82,7856 1,0026 0,1891 21,2815 0,4348 Obtidos os volumes parciais molares V1 e V2, são construídos 2 gráficos de cada volume em função de b, como está representado abaixo: Figura 1: Gráfico de b versus V1 (solvente). Figura 2: Gráfico de b versus V2 (soluto). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO A partir dos dados obtidos e dos cálculos realizados, determina-se os volumes parciais molares do soluto e do solvente, representados na tabela 3, considerando a temperatura de 30°C. Tabela 3 - Volumes parciais mulheres do soluto e solvente considerando a temperatura de 30ºC. Concentração Densidade V1 V2 3,0000 1,1098 18,1193 19,5457 1,5000 1,0540 18,1031 19,9306 0,7500 1,0245 18,0977 20,1925 0,3750 1,0099 18,0959 20,3748 0,1875 1,0026 18,0952 20,5026 As medidas de densidade obtidas podem ser comparadas àquelas encontradas na literatura (a 30°C) [3], como descrito na abaixo juntamente com seus erros relativos. Concentração Densidadecalculada Densidade na literatura Erro (%) 3,0000 1,1098g/cm³ 1,1215g/cm³[4] 1,05% 1,5000 1,0540g/cm³ 1,0671g/cm³[5] 1,22% 0,7500 1,0245g/cm³ 1,0321g/cm³[6] 0,74% 0,3750 1,0099g/cm³ 1,0143g/cm³[7] 0,44% 0,1875 1,0026g/cm³ 1,0055g/cm³[6] 0,29% Sendo assim, pode-se dizer que a técnica empregada é eficaz na determinação dos volumes parciais dos componentes de uma solução aquosa de NaCl, visto que trouxe pequenos erros relativos associados. Dentre os possíveis erros experimentais que podem ter sido cometidos durante a realização da prática, estão: 1. Erros de medida da massa: Se a balança utilizada no experimento não for calibrada corretamente, ou se o operador não tomar cuidado para remover a poeira e outros detritos que possam afetar as medidas de massa, isso pode levar a erros nas medições. 2. Erros de temperatura: A temperatura do banho termostático deve ser mantida constante durante todo o experimento. Variações na temperatura podem afetar a densidade da solução e, portanto, levar a erros nas medições de volume parcial molar. 3. Erros de leitura do picnômetro: A leitura do volume do picnômetro pode ser afetada pela presença de bolhas de ar na solução, ou se a solução não for completamente homogênea. Também é importante que o operador leia o volume do picnômetro no nível correto para evitar erros de paralaxe. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Densidade da água pura a 30°C: International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC). IUPAC-NIST Solubility Data Series. Volume 77 - Water and Heavy Water: Solubility Data, S. L. Clegg, 2010. [2] Massa molar do cloreto de sódio (NaCl): National Institute of Standards and Technology (NIST). Chemistry WebBook. Disponível em: https://webbook.nist.gov/chemistry/. Acesso em: 25 mar. 2023. [3] Densidades a 30°C: National Institute of Standards andTechnology (NIST). NIST Standard Reference Database 69: NIST Chemistry WebBook. Disponível em: https://webbook.nist.gov/. Acesso em: 25 mar. 2023. [4] Handbook of Chemistry and Physics, 97th Edition, CRC Press, 2016, p. 8-28) [5] Density and apparent molar volume of sodium chloride in aqueous solutions at 25, 30, 35 and 40 °C", Journal of Chemical Thermodynamics, Volume 36, Issue 1, January 2004, Pages 23-36 [6] Densities and Viscosities of Aqueous Sodium Chloride Solutions at 298.15 and 308.15 K", Journal of Chemical and Engineering Data, Volume 56, Issue 7, July 2011, Pages 2791-2796 [7] Density and Refractive Index of Aqueous Sodium Chloride Solutions at 298.15 K and 0.1 MPa", Journal of Chemical and Engineering Data, Volume 57, Issue 5, May 2012, Pages 1508-1516 https://webbook.nist.gov/chemistry/ https://webbook.nist.gov/