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Prévia do material em texto

GESTÃO DE CUSTOS 
LOGÍSTICOS
Professor Dr. Erick Dawson de Oliveira
Reitor
Márcio Mesquita Serva
Vice-reitora
Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva
Pró-Reitor Acadêmico
Prof. José Roberto Marques de Castro
Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação 
Comunitária
Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva
Pró-reitor Administrativo
Marco Antonio Teixeira
Direção do Núcleo de Educação a Distância 
Paulo Pardo
Coordenador Pedagógico do Curso 
Henrique Nieddermeyer
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico 
B42 Design
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos 
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A 
violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Universidade de Marília 
Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 
CEP 17.525–902- Marília-SP
Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia
F385m sobrenome, nome
nome livro / nome autor. nome /coordenador (coord.) - Marília: 
Unimar, 2021.
PDF (00p.) : il. color.
ISBN xxxxxxxxxxxxx
1. tag 2. tag 3. tag 4. tag – Graduação I. Título.
CDD – 00000
BOAS-VINDAS
Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos 
nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR – 
Universidade de Marília.
Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não 
conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino 
superior bem feito. 
A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base 
na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão 
de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade, 
capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio, 
a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização 
e da solidariedade humanas.
A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos 
sonhos, conquistas e desafios.
A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de 
350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também 
do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais 
de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram 
suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR.
Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR 
com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática 
e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa 
de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa 
está ligada de forma indissociável à educação.
Nós nos comprometemos com essa educação transformadora, 
investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja 
ofertada e esteja acessível a todos. 
Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu 
futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos 
parceiros neste momento e não mediremos esforços para 
o seu sucesso!
Não vamos parar, vamos continuar com investimentos 
importantes na educação superior, sonhando sempre. 
Afinal, não é possível nunca parar de sonhar! 
Bons estudos!
Dr. Márcio Mesquita Serva
Reitor da UNIMAR
Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida! 
Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado 
em um curso de ensino superior em uma Universidade de 
excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada 
minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino, 
a pesquisa e a extensão universitária. 
Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as 
oportunidades, faça amizades e viva as experiências que 
somente um ensino superior consegue proporcionar.
Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede 
do campus universitário localizado na cidade de Marília, 
navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog 
e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR!
Muito obrigada por escolher esta Universidade para a 
realização do seu sonho profissional. Seguiremos, 
juntos, com nossa missão e com nossos valores, 
sempre com muita dedicação. 
Bem-vindo(a) à Família UNIMAR.
Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu 
projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são 
as pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam 
se estiverem capacitadas para isso.
Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação 
pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo, 
inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você 
tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso, 
que você possa desenvolver as competências e habilidades 
necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu 
presente, neste momento mágico em que vivemos.
A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de 
sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para 
apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo 
seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você 
tem a gente para seguir junto com você. 
Sucesso sempre!
Profa. Fernanda 
Mesquita Serva
Pró-reitora de Pesquisa, 
Pós-graduação e Ação 
Comunitária da UNIMAR
Prof. Me. Paulo Pardo
Coordenador do Núcleo 
EAD da UNIMAR
007 Aula 01:
015 Aula 02:
021 Aula 03:
028 Aula 04:
035 Aula 05:
042 Aula 06:
051 Aula 07:
058 Aula 08:
064 Aula 09:
070 Aula 10:
077 Aula 11:
084 Aula 12:
091 Aula 13:
098 Aula 14:
107 Aula 15:
115 Aula 16:
O que é Administração - Gestão? 
Custos
Custos Fixos
Custos Variáveis
Custos Diretos
Custos Indiretos
Conceituando a Logística
Distribuição
Modais de Transporte
TI e SI na Logística
Teoria Matemática na Tomada de Decisão
Serviços
Cadeia de Suprimentos – Supply Chain Management 
– SCM
Canais
Gestão de Custos Logísticos I
Gestão de Custos Logísticos II
Introdução
Olá, bem-vindo à disciplina de Gestão de Custos Logísticos. Nosso objetivo é de
apresentar para você, acadêmico, os principais conceitos pertinentes a esse campo de
estudos, bem como sua aplicação no ambiente organizacional.
Vamos também estudar conceitos e estratégias, pois a gestão é um campo
interdisciplinar que necessita de pro�ssionais e de uma equipe multidisciplinar bem
preparada para melhor gerir os negócios.
Preparamos um conteúdo de aulas estruturadas, com um conceito interligado ao
outro, como uma colcha de retalhos, mas que ao �nal, o aluno poderá ter uma visão
do todo, que vai desde a compreensão do que é administração-gestão, passando
pelos custos, custos �xos, variáveis, diretos e indiretos, distribuição, modais de
transporte, Tecnologia da Informação e Sistemas de Informação na logística, a teoria
matemática para tomada de decisões, conceito de serviços, pois a logística trabalha
muito com essa roupagem.
Além disso, vamos falar sobre a cadeia de suprimentos/abastecimento, sobre os
canais de distribuição e, para �nalizar, vamos juntos re�etir sobre a gestão de custos
logísticos, dividida em duas etapas, dada a sua vastidão de conceitos.
Espero que, a partir desta disciplina, você possa ampliar seus conceitos também com
outros estudos e novas fontes de pesquisa aqui propostas.
Bons estudos! 
6
01
O que é Administração - 
Gestão? 
7
Bem-vindos à disciplina de Gestão de Custos Logísticos!
Vamos dar início a essa jornada de conhecimento pessoal e pro�ssional com
conceitualizações segundo os principais autores da área.
Você deve estar se perguntando o porquê deste tema logo no início material da
disciplina de Gestão de Custos Logísticos. Respondo: a partir do entendimento do
que é administração ou gestão, vamos construir um caminho que norteará todos os
outros conceitos.
Introdução à Administração
Schermerhorn Jr. (1999) nos faz pensar que hoje a administração se apresenta de
forma diferente do que era no passado, pois embora busquea produtividade, só
pode alcançá-la a partir do comprometimento integral com a vantagem competitiva
e com a quantidade e atendimento ao cliente.
O autor ainda explica que
(...) com os nossos tempos, a administração e as práticas organizacionais
estão mudando. E tem que mudar. Vivemos e trabalhamos em um
ambiente complexo que requer consciência da economia global,
respeito à diversidade, comportamento ético e responsabilidade social.
Já Drucker (1954) descreve que o administrador é o elemento dinâmico e crucial para
toda e qualquer empresa, pois sem a sua liderança, os “recursos de produção”
permanecem recursos e nunca se tornam produção. Nesse âmbito, em economias
competitivas então visualizadas por esse “guru” da administração, são o calibre e a
qualidade da atuação de determinados administradores; fatores determinantes para
o sucesso ou, no mínimo, a sobrevivência de uma empresa no mercado.
Para Chiavenato (1999), por sua vez, a administração é a condição racional das
atividades de uma organização e imprescindível para a existência, sobrevivência e
sucesso dessa organização. Assim, em cada uma dessas organizações, o
administrador tem o papel de solucionar problemas, dimensionar recursos, planejar
sua forma ideal de aplicação, desenvolver estratégias e diagnosticar situações-
problema, entre outros. 
8
Podemos dizer que o conceito de administração advém de um entendimento
brasileiro, e gestão de um conceito estrangeiro (importado). De qualquer forma,
trata-se de uma ciência social que tem por objeto estudar a sistematização das
práticas utilizadas para se administrar.
O foco aqui é apresentar a ideia central da terminologia “administração” e
não percorrer toda sua trajetória, que vai desde os primórdios da
administração até a teoria contingencial da administração.   O que
pretendemos é que você se sinta mais preparado, atualizado e
conceitualmente empoderado. 
Complementando, alguns dos maiores pensadores da Administração são Frederick
Taylor, o criador da administração cientí�ca; Henry Ford, o idealizador do Fordismo;
Henri Fayol, o fundador da teoria clássica da administração e Max Weber, com a
teoria da burocracia – até chegar a Peter Drucker, considerado o pai da
administração moderna.
9
Ford, Taylor, Weber e Fayol
Fonte: Wikipedia.
10
Leia a introdução à obra de Peter F. Drucker em: 
Retomando, de acordo com Chiavenato (2003), a administração-gestão signi�ca
direção, gerência. Além disso, é o ato de administrar ou gerir os negócios, as pessoas
e os recursos disponíveis a �m de alcançar metas de�nidas.
A administração é comumente vista como administração de empresas, porém, é mais
adequado considerar como uma subárea da administração, pois trata de
organizações públicas e sociedades de economias mistas ou privadas, sejam elas com
ou sem �ns lucrativos. Na modernidade, a administração dividiu-se em áreas
distintas, porém, complementares, tais como administrativo, �nanças, marketing-
vendas, produção-logística e recursos humanos.
Drucker (1954) faz um apontamento dizendo que a administração é uma entidade
dirigente única da sociedade industrial e que já não se fala mais em capital e
trabalho, mas em administração e trabalho.
A administração, por ser o órgão da sociedade especi�camente
incumbido de tornar os recursos produtivos - isto é, pode ser
responsável pelo progresso econômico organizado -, re�ete o espírito
predominante da era moderna. Ela é na realidade indispensável, o que
explica o fato, de uma vez instituída, ter crescido tão rapidamente e com
tão pouca oposição (DRUCKER, 1954, p. 4).
11
https://go.eadstock.com.br/yw
Quanto às funções básicas do administrador, Fayol foi o pioneiro a de�nir que são
planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar, colocando, assim, a ênfase
de sua teoria na estrutura da organização (FAYOL, 1950).
Já Drucker (1990) dizia que “ser e�caz é a função do gerente” – seja ele de uma
empresa, hospital, governo, sindicato ou forças armadas, o que se espera do gerente,
diretor executivo e/ou qualquer outra nomenclatura que dada é que ele faça com
que as coisas sejam realizadas de maneira e�caz.
De forma complementar, Schermerhorn Jr. (1999) esclarece que o gerente é o
responsável pelo desempenho de trabalho de uma ou mais pessoas em determinada
organização, e sua principal tarefa é ser responsável por ajudar uma organização a
alcançar um alto desempenho por meio da utilização dos recursos que estão à
disposição, sejam humanos, materiais ou tecnológicos.
Drucker (1990), novamente, diz que uma sociedade moderna é aquela que contempla
instituições organizadas, e que o centro de gravidade se deslocou para o trabalhador
esclarecido, ou seja, que usa mais o cérebro do que os músculos ou as mãos,
predominando, assim, os trabalhadores com dotes de conhecimento e não de
trabalho manual.
Já Senge (2000) aponta que as habilidades humanas mínimas serão substituídas por
habilidades pessoais e interpessoais tão so�sticadas quanto as atividades de
marketing, produção e �nanças da presente era. O autor aprofunda a chamada
quinta disciplina – arte e técnica da organização que enfatiza que a aprendizagem se
12
tornará mais importante do que o controle, e que a fonte básica de toda vantagem
competitiva está na capacidade relativa da empresa de aprender mais rápido do que
seus concorrentes.
Nesse contexto clássico de Senge (2000), as organizações funcionam pela forma de
pensar e de interagir, e essa mudança radical na forma de execução do trabalho leva,
inevitavelmente, à de�nição de novos trabalhos com novas exigências de habilidades
que, por sua vez, demandam novos tipos de pessoas.
Cláudia trabalha em uma empresa de tecnologia há dois anos. Em uma
reunião da diretoria, �cou sabendo de sua futura promoção como
Gerente de Departamento Financeiro da empresa. A primeira
preocupação de Cláudia foi: “Estou realmente preparada para assumir o
novo cargo? Quais as habilidades que devo possuir para enfrentar os
novos desa�os da função? Como deveria ser uma administradora
competente?” (Adaptado de Chiavenato, 2004).
13
Visite o site e conheça todas as atividades do administrador no seu
estado, bem como cartilhas, materiais e informativos sobre a pro�ssão do
administrador e da administração. 
Para �nalizar, No Brasil, de maneira sucinta, a administração teve base legal com a
criação da LEI n.º 4.769, de 9 de setembro de 1965, que dispõe sobre o exercício da
pro�ssão de Técnico de Administração e dá outras providências. Com esses
entendimentos sobre o que é administração ou gestão, é que seguimos a nossa
caminhada um pouco mais pavimentada em direção aos estudos sobre Gestão de
Custos Logísticos.
Até a próxima!
14
https://go.eadstock.com.br/yr
Custos
02
15
Na contabilidade, assim como em outras ciências, muitos termos são utilizados para
se referir a especi�cidades técnicas da área. Iudícibus e Marion (2007) destacam a
importância de conhecer esses termos, não somente para que a área tenha um
domínio comum em relação ao uso correto das nomenclaturas, mas também para
que se evitem confusões e erros nos lançamentos e nas interpretações contábeis.
Assim, é importante diferenciar termos tais como gasto, custo, despesa, desembolso
e receita. Vejamos algumas de�nições à luz do que propõem Iudícibus e Marion
(2007): 
Receita: a receita corresponde às vendas das mercadorias e da prestação de
serviços. No Balanço, ela aparece por meio da entrada de dinheiro em caixa ou,
ainda, na forma de direitos a receber, como as duplicatas, por exemplo. A receita
sempre aumenta o ativo da organização, embora nem todo aumento de ativo indique
que se tenha como fonte a receita, a exemplo dos empréstimos e �nanciamentos.
Gasto: é todo sacrifício para a aquisição de um bem ou serviço com pagamento no
ato ou no futuro. Em um primeiro momento, todo sacrifício para a aquisição de um
bem ou serviço pode ser considerado um gasto, sem que necessariamente haja um
desembolso do valor.
Desembolso: é todo montante que sai do caixa da empresa (Disponível) para que
sejarealizado um pagamento. Vale lembrar que todo gasto mais cedo ou mais tarde
se tornará um desembolso, sem que, necessariamente, todo desembolso seja para
quitação de um gasto.
Perda: ocorre quando há um gasto involuntário, anormal e extraordinário e
comumente impacta em redução do Ativo da organização.
Ganho: o ganho, por sua vez, aumenta o ativo e ocorre de forma aleatória,
independente da atividade operacional da empresa, e isso o difere da receita, por
exemplo.
Custo: de acordo com Iudícibus e Marion (2007), quando a matéria-prima é
adquirida, ocorre o gasto. Na sequência, a mercadoria é estocada para que numa
próxima etapa ela possa ser processada. A partir do momento em que a mercadoria
está em processamento ou já está processada, e a ela são adicionados outros gastos
(mão de obra + matéria-prima + embalagens, por exemplo), temos o que se chama
de custo. Logo, todo gasto que esteja já em etapa de processamento se transforma
em custo. Em uma indústria, por exemplo, toda matéria-prima, mão de obra direta e
indireta e desgaste das máquinas podem ser consideradas como custo.
16
Despesa: diferentemente da perda, a despesa acontece a partir do momento em que
ocorre o consumo de recursos para geração da receita, sem que haja relação direta
com o processo de fabricação. Ex. despesa com comissão sobre as vendas.
Histórico da Contabilidade de
Custos e seus Objetivos
A contabilidade, mesmo nas primeiras sociedades e de forma rudimentar, surgiu
como um sistema de registro das relações econômicas. Inicialmente, por meio do
método das partidas simples e, posteriormente, para o que conhecemos hoje nas
partidas dobradas. Santos (2017) a�rma que a contabilidade é um sistema de contas
composto por normas, regras e princípios para a acumulação, geração e análise de
dados que se destina a atender a necessidades internas e externas de uma empresa. 
Martins (2010, p. 19) nos lembra de que até a Revolução Industrial, no século XVIII, a
contabilidade tinha como foco o aspecto �nanceiro, e �cou conhecida como
contabilidade geral, basicamente para atender à expansão comercial. Basicamente, a
apuração do resultado era efetuada por diferença, sem que fosse necessário imputar
muitos recursos e muita complexidade.
No entanto, com o advento da Revolução Industrial, outras habilidades como
mensurar adequadamente os estoques, o custo das mercadorias e o resultado se
tornaram fundamentais no desenvolvimento da pro�ssão. A Revolução Industrial
17
mostrou que a contabilidade �nanceira já não era mais su�ciente para responder às
questões emergentes relacionadas ao custo do processo produtivo, surgindo assim, a
contabilidade de custos.
A contabilidade de custos fornece informação tanto para a contabilidade
�nanceira quanto para a contabilidade gerencial, sendo necessária para
identi�car, mensurar, coletar, classi�car e fornecer informações que são
úteis ao planejamento e ao processo decisório. 
Koliver (2002) separa os objetivos da contabilidade de custos entre gerais e
especí�cos. Assumindo como pressuposto de que a contabilidade de custos deve
gerar informações úteis à tomada de decisões, entende-se como objetivo geral: a
apreensão, classi�cação, registro, análise, interpretação de valores físicos e
monetários das variações patrimoniais – ocorridas, projetadas ou simuladas e
pertencentes ao ciclo operacional interno.
Koliver (2002) de�ne os seguintes objetivos especí�cos:
a) apreender as variações patrimoniais ocorridas no ciclo operacional
interno da entidade, para a sua correta avaliação e, consequentemente,
dos ativos e despesas a elas concernentes; 
b) apurar os resultados por portador �nal dos custos, de acordo com
seus preços de venda; 
c) avaliar a e�cácia das operações, à luz de parâmetros estabelecidos, ou
seja, o controle de economicidade operacional; 
d) analisar alternativas, reais ou simuladas, que busquem alterações nas
operações da entidade, no todo ou em parte.
Desta forma, podemos concluir que, tão fundamental quanto a contabilidade
�nanceira ou gerencial, a contabilidade de custos proporciona ao gestor uma visão
adequada ao entendimento do processo produtivo, da margem de lucratividade e de
onde possivelmente há perdas �nanceiras, vislumbrando ainda a separação em
termos diretos, indiretos, �xos e variáveis.
18
Custo ou Despesa?
Jonatan de Sousa Zanluca
De grande importância para a gestão de negócios, a correta diferenciação
dos gastos em custos e despesas se faz necessária já que a contabilidade
trata a ambas de formas distintas. Contabilmente, os custos integram
diretamente a formação do valor dos estoques; as despesas são
deduzidas diretamente do resultado e são incluídas em sua totalidade na
Demonstração do Resultado do Exercício.
Custo: De acordo com a NPC 2 do IBRACON, “Custo é a soma dos gastos
incorridos e necessários para a aquisição, conversão e outros
procedimentos necessários para trazer os estoques à sua condição e
localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos na sua
aquisição ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem
vendidos, transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na
prestação de serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou
realizados de qualquer outra forma”. Desta forma, custo é o valor gasto
com bens e serviços para a produção de outros bens e serviços.
Exemplos: matéria-prima, energia aplicada na produção de bens, salários
e encargos do pessoal da produção.
Despesa: Valor gasto com bens e serviços relativos à manutenção da
atividade da empresa, bem como aos esforços para a obtenção de
receitas através da venda dos produtos. Exemplos: Materiais de escritório,
Salários da administração.
Como diferenciar?
Os custos têm a capacidade de serem atribuídos ao produto �nal,
despesas são de caráter geral, de difícil vinculação aos produtos obtidos.
Se ainda restar dúvida proponho a seguinte pergunta para esclarecimento
da natureza do gasto:
Se hipoteticamente eu eliminar este gasto a produção ou obtenção
de estoques seria diretamente afetada?
Se a resposta for a�rmativa trata-se de um custo, pois está vinculado à
produção, caso contrário, temos uma despesa.
19
Fonte: Disponível aqui
Exemplo de aplicação:
Gasto com propaganda e publicidade é custo ou despesa?
Aplicando a análise acima, veremos que ao cortar gastos com publicidade
e propaganda não teríamos alteração na produção de estoques, somente
uma possível queda nas vendas. Portanto, trata-se de uma despesa.
Quadro Comparativo: Custos x Despesas
Custos Despesas
Gastos de produção Gastos administrativos e de vendas
Vinculados diretamente aos
Produtos/Serviços
Não se identi�cam diretamente à
produção
Gastos com o objeto de
exploração da empresa
(atividade-a�m)
Gastos com outras atividades não
exploradas pela empresa
(atividade-meio)
20
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-ou-despesa.htm
Custos Fixos
03
21
Olá a todos!
O estudo de custos contribui para que o gestor consiga tomar melhores decisões.
Atribuir os valores dos produtos por meio da apropriação de seus valores diretos e
indiretos permite não somente identi�car possíveis gastos desnecessários, mas
também realizar cálculos que indiquem se o montante vendido irá resultar em
prejuízo ou lucro.
Desta forma, em relação à classi�cação de custos em relação ao volume produzido
pela atividade, chegamos ao nosso primeiro conceito, o de custos �xos. De acordo
com Iudícibus e Marion (2007), os custos �xos podem ser entendidos como aqueles
que se mantêm inalterados, independentemente das variações de produção e venda
podendo, inclusive, existirem ainda que não haja volume nenhum. 
Vamos a um exemplo característico: o aluguel de um imóvel ocupado por
uma indústria cujo valor mensal é o mesmo em cada período,
independentemente do volume produzido. Mesmo quando o valor do
aluguel é reajustado, o custo continua �xo, porque houve apenas uma
atualização do valor contratado, normalmente corrigindo a depreciação
da moeda e não a variação da produção. 
Os custos �xos podem ser entendidoscomo aqueles que se mantêm
inalterados, independentemente das variações de produção e venda, e
inclusive podem existir mesmo que não haja volume nenhum.
22
Duas características dos custos �xos:
a. o valor permanece constante independente do volume produzido e
comercializado;
b. sua alocação para os departamentos ou centros de custos não necessita, na
maioria das vezes, de critérios de rateio. 
Vejamos um exemplo na Tabela 1, simulando uma fábrica de sapatos, em que o valor
�nal da coluna representa o aluguel mensal pago pelo uso das instalações.
Tabela 1. Variação do custo em função do volume produzido
Fonte: o autor (2020).
Produção
no
período
Consumo
de tecido
por par
Consumo
total
Valor
unitário
(m)
Valor
total
em R$
Aluguel
11.000
pares
1 metro
11.000
metros
R$ 1,00
R$
11.000
R$
5.000
11.300
pares
1 metro
11.300
metros
R$ 1,00
R$
11.300
R$
5.000
11.600
pares
1 metro
11.600
metros
R$ 1,00
R$
11.600
R$
5.000
Perceba que, enquanto os valores totais variaram em função do volume produzido, a
coluna Aluguel permaneceu inalterada em seus lançamentos, ou seja, o custo é �xo
apesar do volume produzido.
Os custos �xos ainda podem ser subdivididos em:
Custo Fixo de Capacidade - é o custo relativo às instalações da empresa e re�ete a 
própria capacidade instalada, como depreciação, amortização, etc.
Custo Fixo Operacional - é aquele relativo às operações das instalações, tais como
seguro, imposto predial, etc.
23
São exemplos de custos �xos:
Aluguel
Serviços de segurança
Serviços de limpeza
Telefone 
Custo Fixo e sua Relação com o
Ponto de Equilíbrio
Um ponto importante dos custos �xos é o seu impacto no ponto de equilíbrio
organizacional. Observe o Grá�co 1 a seguir e perceba o peso deste componente
para a atividade da empresa. Nele, é possível observar duas retas, uma indicando a
função receita, e outra a função custo. Enquanto a receita se inicia a partir do ponto
zero, a função custo, in�uenciada pelo custo �xo, já se inicia a partir de uma
determinada altura, vejamos: 
24
Grá�co 1 – Ponto de Equilíbrio
Fu
nç
ão
 Re
ce
ita
Fun
ção
 Cu
sto
Área de lucro
Ponto de “ruptura”
Área de prejuízo
Quantidades ($)
Volume
Cu
st
o/
Re
ce
it
a
N
ív
el
 d
e 
cu
st
o 
fix
o
Fonte: Iudícibus e Marion (2007, p. 196).
Desta forma, é possível inferir que, por terem um grande peso na composição total
de custos, se os custos �xos não forem bem gerenciados, é possível que a empresa
tenha uma perda signi�cativa em sua lucratividade ou, ainda, que o negócio seja
inviabilizado.
25
Custos Fixos e Variáveis
Jonatan de Sousa Zanluca
Os custos podem ser classi�cados de diversas maneiras, de acordo com
sua �nalidade. Quanto ao volume de produção, os custos são
classi�cados em �xos e variáveis. Esta classi�cação é muito utilizada para
o cálculo do sistema de custos variável.
Despesas e Custos Fixos
Despesas ou Custos �xos são aqueles que não sofrem alteração de valor
em caso de aumento ou diminuição da produção. Independem, portanto,
do nível de atividade, conhecidos também como custo de estrutura.
Exemplos:
Limpeza e Conservação
Aluguéis de Equipamentos e Instalações
Salários da Administração
Segurança e Vigilância 
Possíveis variações na produção não irão afetar os gastos acima, que já
estão com seus valores �xados. Por isso, chamamos de custos �xos.
Apropriação dos Custos Fixos e Variáveis
No sistema de custo variável, o custo �nal do produto (ou serviço) será a
soma do custo variável, dividido pela produção correspondente, sendo os
custos �xos considerados diretamente no resultado do exercício. Neste
sistema, a geração de riqueza está na venda e não na produção.
Vale lembrar que este sistema de custos não é permitido pela legislação
�scal, e serve somente para �ns gerenciais. O custo de absorção é o
utilizado legalmente conforme o Decreto 3.000/99. Neste método, todos
os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os
produtos feitos, pouco importando se estes são �xos ou variáveis. Desta
forma, os produtos acabam absorvendo os custos, o que gerou o nome
deste método (custo por absorção).
26
Fonte: Disponível aqui
Vantagens do Custeio Variável
Mesmo não sendo aceito pela legislação �scal, o custeio variável
apresenta vantagens sobre as demais. Podemos destacar as seguintes:
Apresenta o Resultado Operacional em função das vendas
Não há necessidade de adotar critérios de rateio para apropriar
custos �xos, já que esses são deduzidos diretamente do resultado.
Torna evidente a Margem de Contribuição de cada produto, muito
utilizada no processo decisório. 
27
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-fixo-variavel.htm
Custos Variáveis
04
28
Aluno, na aula passada, falamos de custos �xos. Mas ainda em se tratando da
classi�cação de custos em relação ao volume de produção, temos um importante
componente na gestão de custos, os custos variáveis.
Como o próprio nome diz, os custos variáveis variam em função das modi�cações
no volume da atividade, que podem ser: unidades produzidas ou vendidas, peças
usinadas, exames realizados, horas trabalhadas, etc. Em se tratando de
planejamento, essa classi�cação permite ao gestor prever o que acontecerá em sua
estrutura de custos em função de variações acontecidas nos níveis das atividades.
Existem também casos de custos classi�cados como semi�xos ou semivariáveis,
por conterem uma parte �xa e outra variável; todavia, são uma exceção à regra. 
Vale ressaltar que na Contabilidade o termo variável apresenta um
sentido restrito e se refere não às mudanças que ocorrem no tempo,
mas somente às mudanças associadas com o nível das atividades, ou
seja, com o volume. 
Se o custo aumenta à medida que cresce o volume, trata-se de um custo variável.
Segundo Iudícibus e Marion (2007), os custos variáveis se alteram direta e
proporcionalmente em função do volume realizado. Dessa maneira, o total dos
custos variáveis cresce à medida que o volume de atividades da empresa aumenta,
vejamos um exemplo hipotético de fábrica de sapatos:
29
Tabela 1 - Variação do custo em função do volume produzido
Fonte: o autor (2020).
Produção
no período
Consumo de
tecido por par
Consumo
total
Valor
unitário
(m)
Valor
total em
R$
11.000 pares 1 metro
11.000
metros
R$ 1,00 R$ 11.000
11.300 pares 1 metro
11.300
metros
R$ 1,00 R$ 11.300
11.600 pares 1 metro
11.600
metros
R$ 1,00 R$ 11.600
Veja que o consumo total varia em função da produção no período, ou seja, quanto
mais se produz, mais se consome – e vice-versa. Diferentemente do custo �xo, o
custo variável aumenta ou diminui à medida que a produção oscila, de forma que,
se imaginássemos o valor de R$1,00 o metro, na linha 1 da tabela, teríamos um
custo de R$ 11.000,00 e na linha 3 de R$ 11.600,00, variação dada em função do
volume produzido.
As características dos custos variáveis são:
a. seu valor total varia na proporção direta do volume de produção;
b. o valor unitário não muda em função da produção, independentemente da
quantidade produzida;
c. a alocação dos custos é normalmente feita de forma direta, sem que seja
necessária a utilização de critérios de rateios.
30
Custos e Preço de Venda no
Comércio
As MPEs representam grande importância para o desenvolvimento econômico
social, gestores e contadores precisam utilizar a ferramenta contábil.
A falta de informação e/ou a não utilização da ferramenta contábil prejudica a
tomada de decisão. O gestor deve enxergar o contador como aliado para seus
negócios, mas por outro lado, o pro�ssional contábil deve conhecer os recursos da
ferramenta contábil e garantir informações precisas para que o gestor possa tomar
as decisões mais acertadas garantindo, dessa forma, vantagens competitivas.
Entre as ferramentas de controle de uso rotineiro nas empresas, temos a formação
de preço nas empresas e esta ferramenta é de suma importância que o empresário
conheça muito bem os custos e despesas, e saiba calcular corretamente o preço de
venda de seus produtos.
Assim, os preços calculados atravésde fórmulas servirão apenas como um
referencial para comparação com os de mercado. Isso não signi�ca dizer que não
devamos calculá-los, ao contrário, esse cálculo nos dará um parâmetro para
avaliarmos se a nossa estrutura de custos nos permite ser competitivos. O preço de
venda precisa sempre ser revisto, seja por aumento no preço de compra dos
produtos, por exigência dos consumidores ou pela concorrência e, assim, se
enquadrar nas regras do mercado.
Para facilitar o entendimento da apuração do preço de venda, vamos considerar
que a empresa fez uma compra de dois tipos de mercadorias: calças e camisas,
adquirindo 200 calças ao preço unitário de R$ 30,00 totalizando R$ 6.000,00, e 300
camisas ao preço unitário de R$ 15,00 totalizando R$ 4.500,00, assim, o valor total
da compra foi de R$ 10.500,00. Nas compras acima, houve incidência do IPI pela
alíquota de 10%, e ICMS pela alíquota de 17%, e houve também o frete de R$
400,00.
Para cálculo do Custo de Aquisição da Mercadoria vamos utilizar a seguinte
fórmula: CAM = PUC + IPI + Frete – ICMS.
Onde:
CAM = custo de aquisição de mercadoria
PUC =  preço de compra unitário
31
IPI = imposto de produtos industrializados
ICMS – imposto sobre a circulação de mercadorias 
PRODUTO PCU IPI FRENTE SOMA ICMS CAM
CALÇAS 30 3,00 1,80 34,48 5,86 40,34
CAMISAS 15 1,50 1,80 18,30 3,11 21,41
Assim, o custo de aquisição foi de R$ 40,34 para a calça, de R$ 21,41 para a camisa.
Custos Indiretos/Fixos
Os custos indiretos/�xos são aqueles que a empresa tem ao assegurar o seu
funcionamento normal. São chamados de custos �xos porque independentemente
das vendas a empresa terá que pagá-los, por exemplo: aluguel, telefone, energia,
água, honorários do contador, entre outros.
Desta forma, vamos considerar que a empresa tem um custo �xo total médio nos
últimos 6 meses de R$ 2.000,00, e no mesmo período auferiu uma receita bruta
média de R$ 20.500,00. Assim, deveremos apurar a relação entre o custo �xo
médio e a receita bruta média, utilizando a seguinte fórmula:
Onde:  
CF% = percentual do custo �xo em relação à receita bruta;
CFM = custo �xo médio;
RBM = receita bruta média. 
Logo temos:
CF% = ( ) × 100CFM
RBM
32
Conforme apurado, a taxa do custo �xo médio em relação à receita bruta média é
de 9,76% (nove vírgula setenta e seis por cento), isso signi�ca que cada mercadoria
vendida deverá suportar com 10% dos custos �xos, através de suas vendas.
Margem de lucro - ML
É o lucro esperado pelo empresário depois de pagos todos os custos. Para �xação
da margem de lucro a empresa deverá �car atenta, e veri�car também o preço
praticado pelo mercado. No nosso exemplo, vamos utilizar para as duas
mercadorias uma margem de lucro de 20%. Agora, já temos todos os elementos
para calcular o preço de venda da mercadoria, assim, vamos encontrar a Taxa de
Marcação – TM. A Taxa de Marcação é o fator que vai de�nir o preço de venda da
mercadoria, para calcular vamos utilizar a seguinte fórmula:
Onde:
CF% = custo �xo médio percentual em relação à receita bruta média
CVV = custos variáveis de venda
ML = margem de lucro 
Agora, vamos executar a fórmula aplicando os índices encontrados anteriormente:
CF% = ( ) × 100
R$2.000, 00
R$20.500, 00
CF% = 9, 76%
TM =
100
100 − (CF% + CV V +ML)
TM =
100
100 − (9, 76 + 26, 93 + 20)
TM =
100
100 − (59, 69)
TM =
100
43, 31
33
Fonte: Disponível aqui
Encontrada a Taxa de Marcação de 2,31, agora vamos calcular o preço de venda
das mercadorias aplicando a fórmula: PV = CAM x TM, onde CAM =   custo de
aquisição da mercadoria e TM = taxa de marcação.
Assim, temos:
Calça: PV = R$ 40,31 x 2,31 = R$ 93,12
Camisa: PV = R$ 21,41 x 2,31 = R$ 49,46 
Desta forma, o preço de venda da calça é de R$ 93,12 e o da camisa de R$ 49,46. 
TM = 2, 31
O vídeo do Sebrae sobre como de�nir traz a conceituação do que são os
custos �xos e variáveis, os custos diretos e custos da empresa indiretos
e suas relações com os indicadores de desempenho da organização.
Vale a pena conferir.
34
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/custos-e-preco-de-venda-no-comercio,e195164ce51b9410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://go.eadstock.com.br/ys
Custos Diretos
05
35
Classificação de Custos
A classi�cação de custos, em síntese, separa os custos em quatro categorias básicas:
custos diretos e indiretos, que são úteis para apropriação e análise de custeio, e no
estabelecimento de análises de rentabilidade, controle de gastos ou, ainda, na
formação de preço etc., e em custos �xos e variáveis, que permitem identi�car
quais custos são recorrentes e imutáveis para a manutenção do negócio e quais
variam em função de sua atividade produtiva.
Neste sentido, de acordo com Iudícibus e Marion (2007), considera-se custo direto
aqueles que são apropriados diretamente na produção dos bens e serviços. Desta
forma, é possível inferir diretamente o que cada produto absorveu em função de sua
produção. Em outras palavras, são aqueles custos incluídos diretamente na
fabricação do produto ou que possam ser mensurados de forma objetiva. Exemplos:
matérias-primas, materiais de  embalagens, horas de mão de obra do operário que
trabalha efetivamente na fabricação do produto, etc.
Um simples ato de medição direta pode identi�car a alocação destes custos. A
madeira utilizada na fabricação de uma mesa, o parafuso, a cola e a mão de obra do
montador são exemplos práticos de custos diretos de fabricação, cujo valor pode ser
agregado diretamente ao valor do que se está sendo produzido, sem que haja
necessidade de rateio para sua identi�cação. 
36
Apropriação dos Custos Diretos
Para conhecer o consumo de matérias-primas, basta que a empresa mantenha um
sistema de requisições, de modo a contabilizar os produtos e subprodutos
utilizados diretamente na fabricação de um determinado bem.
Em relação à mão de obra direta, a empresa precisa de um sistema de
apontamentos, que possibilita veri�car quais os operários que trabalham em cada
produto (ou serviço) no período (dia, semana, mês) e por quanto tempo (minutos,
horas), de forma que os custos serão apropriados a partir do valor da hora
multiplicado pelo total de horas apontadas. 
São os custos que podem ser quanti�cados e identi�cados no produto ou
serviços e valorizados com relativa facilidade. Desta forma, não
necessitam de critérios de rateios para serem alocados aos produtos
fabricados ou serviços prestados, uma vez que são facilmente
identi�cáveis.
São exemplos de custo direto:
Materiais diretos: matérias-primas, embalagens, componentes e outros materiais
necessários à produção, ao acabamento e apresentação do produto. Exemplo: ferro
em uma indústria de metais. 
Mão de obra direta: é o trabalho diretamente aplicado na fabricação do produto.
Exemplo: trabalhadores de uma linha de montagem.
37
Vamos veri�car o caso da Indústria do Sr. Roberval, que analisando os
gastos do seu negócio, desenvolveu a seguinte tabela:
Produtos Qtde. Produzida Custo Direto Unitário
Produto A 100 unidades R$ 10,00
Produto B 150 unidades R$ 20,00
Produto C 200 unidades R$ 15,00
38
Os Custos Diretos referem-se às matérias-primas, materiais de
acabamento e embalagens.
Para encontrar o valor do custo direto de tais materiais, a empresa deverá
adotar o seguinte procedimento:
Valor de aquisição dos materiais 
(+) Frete sobre compras 
(+) Impostos não recuperáveis 
(-) Impostos recuperáveis 
(=) Custo direto dos materiais adquiridos
Os impostos que incidem nas compras dos materiais diretos, no caso, o
IPI e o ICMS, poderão ser recuperáveis ou não, dependendo do
enquadramento tributário da empresa. Quando a empresa é enquadrada
como ME nos âmbitos federal e estadual, não recupera o IPI e o ICMS.
Portanto, tais valores não serão deduzidos do valor de aquisição dos
materiais diretos. Ao contrário, quando a empresa for contribuinte do IPI
e do ICMS, os valores correspondentes a tais impostos na compra dos
materiais diretos deverão ser deduzidos para efeito de cálculo do custo
direto destes materiais. No caso da indústria do Sr.Roberval, o custo
direto do produto A foi calculado da seguinte forma:
Valor de aquisição das matérias-primas: R$ 9,00 
( + ) Frete sobre compras: R$ 1,00
( = ) Custo do material adquirido: R$ 10,00
Com relação aos Custos Indiretos, o cálculo poderá ser feito levando-se
em conta a média nos últimos meses, como também, considerando-se
uma expectativa de projeção de valores para o futuro. Os Custos
Indiretos, para serem distribuídos aos produtos, necessitam de um
critério de rateio. Existem vários critérios de rateio, tais como: unidades
produzidas, horas-máquinas, horas de mão de obra etc. Porém, a escolha
do critério de rateio deverá ser de acordo com a estrutura de custos da
empresa, levando-se em conta o seu sistema de produção.
Assim, os Custos Indiretos da empresa do Sr. Roberval correspondem a
R$ 3.500,00 por mês e são rateados (distribuídos) aos produtos
proporcionalmente ao Custo Direto que cada produto absorve. Sendo
assim, o cálculo do custo total por unidade produzida �caria:
39
Desta maneira, o Sr. Roberval consegue visualizar exatamente os gastos
envolvidos na fabricação dos produtos A, B e C, podendo, como já
citamos, tomar várias decisões importantes para sua empresa.
Produtos
Qtde de
Produtos
Custo
Direto
Unitário
Custo
Direto
Total
(qtdes
produzida
x custo
direto
unitário)
Custo Indireto 
Total (rateado 
proporcio
-nalmente aos 
custos diretos 
de cada 
produto)
Custo
Indireto
Unitário
(custos
indiretos
divididos
pelas
qtdes
produzidas)
Coluna 1 2 3 4 5
Produto
A
100
unidades
100,00 1.000,00 500,00 5,00
Produto
B
150
unidades
20,00 3.000,00 1.500,00 10,00
Produto
C
200
unidades
15,00 3.000,00 1.500,00 7,50
Total
450
unidades
– 7.000,00 3.500,00 –
Custo 
Total por 
Unidade 
(custos 
diretos + 
custos 
indiretos)
6
15,00
30,00
22,50
–
Fonte: Disponível aqui
40
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/494CE2DC282B19CD03257142006BC72F/$File/NT00031F8A.pdf
O portal de contabilidade traz as de�nições de como apurar e apropriar
os custos diretos e indiretos de fabricação. Não deixe de veri�car.
41
https://go.eadstock.com.br/yt
Custos Indiretos
06
42
Classificação de Custos
Dando prosseguimento ao assunto, outro importante tópico na contabilidade de
custos diz respeito aos custos indiretos de fabricação. De acordo com Iudícibus e
Marion (2007), os custos indiretos têm como principal característica sua difícil
mensuração objetiva em relação ao bem produzido, ou seja, diferentemente dos
custos diretos, os custos indiretos não são facilmente identi�cáveis nos produtos.
Neste sentido, para que o gestor de custos consiga atribuir o valor indireto, é
preciso frequentemente recorrer a cálculos também indiretos, como estimativas de
distribuição e rateios, por exemplo.
Se imaginarmos uma fábrica seria muito difícil dizer quanto do valor da mão de
obra de supervisão pode ser apropriado a um produto ou serviço, visto que
comumente este tipo de trabalho está ligado a vários pontos da cadeia produtiva
ou, ainda, a vários tipos de produto.
Desta forma, são exemplos de custo indireto: 
Mão de obra indireta: é representado pelo trabalho nos departamentos auxiliares
nas indústrias ou nos prestadores de serviços, e que não podem ser mensurados
diretamente em nenhum produto ou serviço executado.
Materiais indiretos: são aqueles materiais que são empregados nas atividades
auxiliares de produção, ou cujo relacionamento com o produto não possui
relevância signi�cativa. São eles: graxas e lubri�cantes, lixas, etc.
Outros custos indiretos: são os custos que dizem respeito à própria existência do
setor fabril. Exemplo: depreciação, seguros contra incêndios da fábrica, transporte
e refeições da mão de obra, etc.
43
Os custos indiretos são aqueles não identi�cáveis por produto, ou seja,
não há uma medida objetiva para o estabelecimento dos custos, mas
sim, há necessidade de se utilizar de estimativas e rateios para tal.
Apropriação dos Custos Indiretos
Os custos indiretos – quando analisados individualmente – revelam a di�culdade de
identi�cação direta com o produto em termos de mensuração efetiva. Entre esses,
podem ser citados: depreciação, seguros, impostos e taxas �xas, aluguel de prédio,
juros e despesas de �nanciamento, combustíveis e lubri�cantes, materiais de
manutenção, etc. 
Os custos diretos são atribuídos diretamente e sem grandes esforços
aos produtos, ao passo que os custos indiretos devem antes ser
mensurados por meio de rateio ou outra técnica que permita inferir a
quantidade relacionada ao produto, para só então serem transferidos. 
Para a realização dos rateios, os custos indiretos têm relação com a fase
operacional, e os custos totais são distribuídos sobre a produção. Na contabilidade
é comum que a divisão seja realizada por meio de unidades operacionais,
denominadas de "centro de custos" e que constituem a menor unidade de
acumulação de custos (indiretos) na empresa.
44
Alguns Critérios de Rateio
Iudícibus e Marion (2007) apresentam alguns critérios de rateio, como o baseado
na proporcionalidade da mão de obra ou da matéria-prima. Vejamos alguns
conceitos e seus exemplos: 
Rateio proporcional à mão de obra: imagine que o valor apurado da mão de obra
de um supervisor de produção é de R$ 500,00. Em seu tempo total de trabalho ele
passa 2/3 no setor de cadeiras e 1/3 no setor de mesas, vejamos o cálculo:
Cadeiras - 2/3  x  R$500 = R$ 333,33 
Mesas - 1/3  x  R$500 = R$ 166,66
Em um cálculo de rateio proporcional à mão de obra, teríamos que lançar R$ 333
para as cadeiras e R$ 166 para as mesas a título de custo indireto de mão de obra. 
Rateio proporcional à matéria-prima: Iudícibus e Marion (2007) ainda
demonstram que caso alguém resolva contestar o cálculo acima e, arbitrariamente,
indicar que o rateio deveria ser realizado em função da matéria-prima empregada,
haveria uma mudança no cálculo e nos valores, sendo necessária, para tanto, a
identi�cação do total de matéria-prima utilizada em cada componente, vejamos:
Cadeiras – 50 cadeiras  x  1 tábua = 50 tábuas (50/70 = 71,42%) 
Mesas – 10 mesas  x  2 tábuas = 20 tábuas (20/70 = 28,58%) 
Total = 70 tábuas
Cadeiras – 71,42% x R$ 500 = R$ 357,10 
Mesas –  28,58% x R$ 500 = R$ 142,90
Nesta situação, haveria uma pequena variação em relação ao rateio proporcional à
mão de obra, cabendo ao administrador entender quais critérios fazem mais
sentido à sua realidade. 
45
Por que departamentalizar os custos indiretos de
fabricação?
Rodrigo Fiori
A departamentalização é resultado de um estudo feito pela administração da
empresa, que leva em conta as várias especialidades e as diversas atividades ou
funções. É a divisão do trabalho baseada na capacidade especí�ca de cada pessoa
ou grupo de pessoas. A departamentalização se destina a separar as atividades de
uma empresa de acordo com a natureza de cada uma delas, procurando maior
e�ciência nas operações. Está apresentada em termos práticos no organograma,
princípio para que possa haver a departamentalização. A contabilidade de custos
utiliza-se dessa departamentalização para distribuir os custos indiretos de
fabricação aos produtos elaborados pela entidade.
Para exempli�car o que ocorre com os custos dos produtos de uma empresa sem
departamentalização em relação a uma empresa departamentalizada vamos
utilizar as informações de (Martins, 2000, p. 67-70). Suponhamos que uma
empresa, produzindo três produtos, D, E, e F, tenha que alocar os seguintes custos
indiretos:
Depreciação de Equipamentos R$ 200.000,
Manutenção de Equipamentos R$ 350.000,
Energia Elétrica R$ 300.000,
Supervisão de Fábrica R$ 100.000 e
Outros Custos Indiretos R$ 200.000, formando um total de R$ 1.150.000. 
Devido à grande preponderância de Custos Indiretos ligados a equipamentos,
decide-se então fazer a distribuição aos diversos produtos com base no tempo de
horas-máquina que cada um leva para ser feito:
Produto D 400 horas-máquina (40%),
Produto E 200 horas-máquina (20%) e
Produto F 400 horas-máquina (40%) em um total de 1.000 horas-máquina(100%). 
Portanto, atribuição dos custos indiretos e o cálculo do custo total �cariam:
46
Custo Indireto médio por hora-máquina = R$ 1.150.000 ÷ 1.000 hm = R$ 1.150/hm.
Ficariam alocados a cada produto os seguintes valores de Custos Indiretos:
Produto D R$ 460.000,
Produto E R$ 230.000 e
Produto F R$ 460.000. 
Suponhamos, entretanto, que, ao analisar o processo de produção com mais
cuidado, veri�ca-se que, apesar de os totais de horas-máquina consumidas serem
aqueles mesmos, existe uma grande disparidade entre os produtos pelo seguinte:
o produto D gasta um total de 400 hm, mas distribuídas nos setores de Corte,
Montagem e Acabamento, enquanto que o produto E só passa pelo Corte, não
necessitando nem de Montagem nem de Acabamento, e o Produto F só passa
exatamente por esses dois setores, não precisando passar pelo Corte.
A distribuição total é assim levantada:
Produto D 100 hm/Corte, 50 hm/Montagem e 250 hm/Acabamento,
Produto E 200 hm/Corte e
Produto F 250 hm/Montagem e 250 hm/Acabamento. 
Completando essa investigação adicional, veri�ca-se, também, que o gasto com os
Custos Indiretos de Produção não é uniforme entre os setores, distribuindo-se
conforme o quadro 1.
47
Quadro 1
 
Corte
(R$)
Montagem
(R$)
Acabamento
(R$)
Total (R$)
Depreciação 100.000 30.000 70.000 200.000
Manutenção 200.000 30.000 120.000 350.000
Energia 60.000 40.000 200.000 300.000
Supervisão 50.000 20.000 30.000 100.000
Outros C.I.F 40.000 30.000 130.000 200.000
Total 450.000 150.000 550.000 1.150.000
Custo Médio 
por 
Hora-
máquina
450.000 
÷300hm 
=R$
1.500/hm
150.000 
÷300 hm 
=R$
500/hm
550.000 
÷400 hm 
= R$
1.375/hm
1.150.000 
÷1.000 hm 
= R$
1.150/hm
Podemos agora efetuar uma apropriação dos Custos Indiretos de forma mais
adequada, levando em conta o tempo de cada produto em cada Departamento e o
custo por hora-máquina de cada departamento.
Produto D: 
Corte (100hm x R$ 1.500/hm = R$ 150.000), 
Montagem (50hm x R$ 500/hm = R$ 25.000) 
Acabamento (250 hm x R$ 1.375/hm = R$ 343.750) = total de R$ 518.750;
Produto E: Corte (200 hm x R$ 1.500/hm = R$ 300.000);
48
Produto F: Montagem (250hm x R4 500/hm = R4 125.000) e 
Acabamento (150 hm x R4 1.375/hm = R$ 206.250) = total de R$ 331.250. 
Podemos fazer uma comparação entre os valores dos Custos Indiretos alocados a
cada produto sem a Departamentalização (uso de uma única taxa horária para
todos) e com a Departamentalização (uma taxa para cada departamento), usando o
quadro 2.
Quadro 2 - Custos indiretos
Sem departa
-mentalização
Com departa
-mentalização
Diferença
(R$)
Produto
D
R$ 460.000 R$ 518.750 R$ 58.750
Produto
E
R$ 230.000 R$ 300.000 R$ 70.000
Produto
F
R$ 460.000 R$ 331.250
(R$
128.750)
Total R$ 1.150.000 R$ 1.150.000 -
Atentando para a coluna diferença, veri�camos o grau de distorção existente entre
as duas formas e, apesar de quaisquer arbitrariedades ocorridas na forma de
apropriação por hora-máquina, é claro que na alocação com base na
Departamentalização serão cometidas menos injustiças e diminuídas as chances de
erros maiores.
Analisando as diferenças na distribuição dos CIF, podemos perceber a
representatividade que eles possuem sobre os produtos elaborados, interferindo
na lucratividade dos mesmos. Ao apropriarmos os custos indiretos somente pelas
horas-máquina consumidas obtínhamos certo resultado em exemplo para o
Diferença
(%)
12,8%
30,4%
-
(28%)
49
Fonte: Disponível aqui
produto F de R$ 460.000 sendo que na realidade ele consumia de CIF somente R$
331.250 uma diferença de R$ 128.750 e para o produto E R$ 230.000 sem
departamentalização e R$ 300.000 com a departamentalização sendo a diferença
R$ 70.000.
Ao optarmos pelo corte ou aumento de produção de um determinado produto
temos que levar em consideração os dados reais que o produto apresenta para
que não ocorra uma decisão errônea. Se considerarmos como preço de venda do
produto E o valor de R$ 300.000 sem a departamentalização ele estaria rendendo
R$ 70.000 de lucro, sendo isso uma inverdade, pois com a departamentalização seu
lucro é zero. Formando o preço de venda do produto F R$ 470.000 poderíamos
dizer que sua lucratividade é somente de R$ 10.000 sem a departamentalização,
porém, na verdade é de R$ 138.750 como apresenta a departamentalização.
Supondo que uma entidade não departamentalizada escolha por cortar um
produto dentre o E e o F certamente ela iria optar pelo F que subjetivamente
apresenta a menor lucratividade, o que iria ocorrer um grande erro, pois, como
demonstrado, pela departamentalização é o produto mais lucrativo. Portanto, a
Contabilidade de Custos torna-se uma grande fonte de informação para a decisão
demonstrando a importância de contabilidade dentro de processo de gestão
empresarial, a contabilidade é uma poderosa fonte de informação empresarial.
50
https://www.crcpr.org.br/new/content/publicacao/revista/revista133/depart.htm
Conceituando a Logística
07
51
Em qualquer sociedade, industrializada ou não, as mercadorias necessitam de
transporte do local de onde são produzidas até o seu consumo ou utilização. Foi o
tempo em que as famílias produziam tudo o que precisavam, e sob essa égide o
princípio da troca tem seu lugar de destaque fundamentando a atividade econômica.
Em uma sociedade que detêm mercadorias e que têm necessidade de obtenção,
forma-se essa diferença potencial capaz de iniciar um �uxo de mão dupla, provendo,
assim, as bases de uma transação comercial.
Surgem, então, os conceitos de produtor e consumidor que se utilizam de canais
que facilitem a sua comunicação, e que as organizações que são capazes de viabilizar
a chegada dos bens e serviços ao mercado conseguem ganhar em bloco, em cadeia,
chamado de cadeia de suprimentos. Sobre esse assunto, falaremos um pouco mais
adiante. 
Logística: Função Crucial para as
Empresas
Já abordamos os conceitos de administração-gestão e custos, e agora vamos
construir um pensamento sobre a última palavra da expressão “Gestão de Custos
Logísticos”, assim, a logística entra em cena com suas ferramentas e fechamos o foco
sobre GESTÃO-CUSTOS-LOGÍSTICA.
O Council of Logistics Management de�ne logística como o processo de planejamento,
implementação e controle da e�ciência, e do custo relacionado ao �uxo de
armazenagem de matéria-prima, material em processo e produto acabado, bem
como do �uxo de informações do ponto de origem ao ponto de consumo com o
objetivo de atender às exigências do cliente (Martins e Laugeni, 2005). 
52
A logística é uma função essencial para as empresas, ainda mais num
contexto de competição e de tecnologias à disposição de todo e qualquer
negócio. 
Ballou (1993) traz a concepção de que a logística empresarial estuda como a
administração pode prover um melhor nível de rentabilidade nos serviços de
distribuição aos clientes e consumidores por meio do planejamento, organização e
controle efetivo para atividades de movimentação, e armazenagem que visam
facilitar o �uxo de produtos.
Para o autor, trata-se de um fato econômico, pois de um lado estão os recursos, e de
outro os consumidores, espalhados em amplas áreas geográ�cas – e os clientes não
residem próximos dos locais onde os bens ou produtos estão localizados.
Assim, um dos grandes problemas que a logística enfrenta é tentar diminuir a
diferença entre a produção e a demanda, de maneira que os consumidores tenham
bens e serviços quando e onde quiserem e nas condições físicas que desejarem por
meio de canais multifacetados (Ballou, 1993).
53
“Se uma das �nalidades básicas de qualquer sistema logístico é superar o
fato de que terras e pessoas estão desigualmente distribuídas, nestas
dicas de cinema vemos o mesmo sistema superar outros tipos de desa�os
– desde roubos ‘e�cientes’ de carros e sua estocagem até operações
espaciais e de guerra.” Veja no link quatro �lmes que apresentam
transportes e�cientes em:
A função logística existe desde os mais remotos tempos. A partir do momento em
que o homem deixou de lado a alimentação baseada no que encontrava na natureza
e passou a plantarpara sobreviver, surgiu a atividade de estocar os excedentes
produtivos. Esses excedentes, transformados em estoque, precisavam ser guardados
(armazenados) e transportados para algum lugar, fosse para consumir ou armazenar.
O surgimento da função logística pode se confundir com o aparecimento das
atividades econômicas organizadas. O termo logística, por outro lado, teve uma
in�uência militar recente.   De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa de
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, logística vem do francês logistique e é a parte
da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de:
a. Projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte,
distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para �ns
administrativos ou operativos);
b. Recrutamento, incorporação, instrução e adestramento, designação,
transporte, bem-estar, evacuação, hospitalização e desligamento de pessoal;
c. Aquisição ou construção, reparação, manutenção e operação de instalações e
acessórios destinados a ajudar o desempenho de qualquer função militar.
54
https://go.eadstock.com.br/yu
Assim, a logística tornou-se uma arte de guerra muito mais estudada a partir da 2ª
Guerra Mundial diante das di�culdades encontradas pelos americanos em produzir,
deslocar e armazenar suprimentos para as suas tropas no distante continente
europeu – além do próprio deslocamento de suas tropas.
Nos dias de hoje, novos tipos de clientes surgem, como um cliente sensível não só a
um bom serviço, mas ao tempo e ao conforto do local de compra, como um
diferencial de escolha e satisfação deste cliente. A logística tem se tornado cada vez
mais uma importante atividade de Gestão Operacional e de Planejamento
Estratégico, apoiada, principalmente, na moderna Tecnologia da Informação e tendo
uma grande ligação com as atividades de fornecimento, manufatura, qualidade,
marketing e �nanças.
Para Arbache et al. (2011), a logística é importante porque auxilia empresas e
organizações no processo de agregação e criação de valor para o cliente. Ela também
pode ser a chave para a estratégia empresarial de sucesso, promovendo maneiras
diferentes para diferenciar-se da concorrência com a oferta e entrega de um serviço
superior, tendo ainda como premissa a redução de custos operacionais.
Em economias livres, a responsabilidade dos empresários na promoção dos serviços
logísticos necessários é extremamente importante, contudo, não é uma tarefa fácil,
pois os avanços tecnológicos, as mudanças na economia global e na legislação e a
disponibilidade de recursos são fatores que desa�am os gestores.
55
Para Ballou (1993, p. 18), “a concepção logística de agrupar conjuntamente as
atividades relacionadas ao �uxo de produtos e serviços para administrá-las de forma
coletiva é uma evolução natural do pensamento administrativo”.
A Noxell Corporation, produtora de uma linha de produtos cosméticos e
de beleza, enfrentava uma série de problemas associados a um sistema
logístico carente de melhorias. Alguns dos sintomas eram: tempo
excessivo para completar e entregar pedidos dos clientes, inconvenientes
gerados por pedidos incompletos, grande quantidade de erros no
preenchimento dos pedidos e alto nível de perdas devido a roubo e danos
físicos de mercadorias. Após cuidadoso trabalho de replanejamento e
coordenação, que levou em conta o balanceamento dos custos de
transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos,
foram fechados diversos depósitos, e instalado um sistema de
aperfeiçoamento de comunicações. Apesar de a nova prática incorrer em
maiores gastos com fretes e investimentos em equipamento de
transmissão de dados, estes custos foram superados por uma redução
substancial no custo de estoque. Ao mesmo tempo, foi diminuído o
tempo médio para entrega, em nível nacional (Ballou, 1993, p. 18).
Martins e Laugeni (2005) abordam que a antiga visão da logística estava pautada no
transporte e na distribuição física, porém, atualmente, envolve métodos e modelos
que já permitem localizar estruturas físicas como fábricas, depósitos, armazéns,
centros de distribuição, gestão de materiais e de suprimentos, bem como o seu
planejamento, programação e controle da produção, além das atividades de
distribuição.
Para entendermos melhor essa questão, a logística está relacionada e interligada
com outras áreas como produção e marketing, conforme pode ser visto em Martins e
Laugeni (2005, p. 179).
56
Quadro 2 – A função logística na empresa industrial
Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 179).
Produção
Interface
Produção-
Logística
Logística
Interface
Marketing-
Logística
Marketing
Planejamento
da produção
Plano de
produção
Gestão de
estoques
Níveis de
serviço
Promoção
Movimentação
de materiais
Localização
de
instalações
Processamento
de pedidos
Determinação
de preços
Pesquisa de
mercado
Manutenção
de
equipamentos
Compras
Armazenagem
e
movimentação
Embalagem
Gerenciamento
das equipes de
vendas
Gestão da
qualidade
 
Transporte do
produto
acabado
Localização
de facilidades
 
A Logística Empresarial é maior, portanto, que a própria empresa, já que estuda todo
o movimento das mercadorias desde a matéria-prima até entrar na fábrica. Dentro
da fábrica, estuda a movimentação até o ponto de produção como um sistema
dentro da movimentação e toda a movimentação e armazenamento das mercadorias
dentro da fábrica ou nos centros de distribuição das fábricas. Depois, estuda a
movimentação da fábrica ou centrais de distribuição em direção ao consumidor
passando pelos intermediários.
E é em função desta movimentação dentro e fora da fábrica que dividimos a Logística
Empresarial em duas áreas: a logística interna, que é a movimentação até o ponto
de embarque em direção ao consumidor, e a logística externa, que é a
movimentação antes de a matéria-prima chegar até a fábrica, o suprimento, e a partir
da fábrica ou centros de distribuição, por meio dos intermediários até o consumidor
�nal.
Após apresentarmos os principais conceitos de logística, outro elemento importante
nesse processo é a distribuição que será estudada na próxima aula.
57
Distribuição
08
58
Figura 1 – Distribuição Indireta
Fornecedores Fabricantes Varejos Consumidores
Atacados
Loja
Fonte: o autor.
De forma integrante e complementar, a logística ampara o sistema de distribuição
como sendo outro ponto importante na empresa. Na visão de Pozo (2010, p. 167), “a
entrega dos produtos a seu destino �nal, que seja ele o consumidor �nal, varejista,
atacadista ou fabricante, requer especial atenção e plena satisfação de suas
necessidades”.
Já para Arbache et al. (2011, p. 15),
distribuição, distribuição física, logística de saída ou outbound logistics
referem-se ao que ocorre com os produtos acabados desde que são
armazenados até o momento em que são entregues aos clientes, em
atendimento aos seus pedidos ou contratos de fornecimento contínuo.
Segundo o entendimento de Dias (2003), a distribuição é um meio de os bens e
serviços chegarem ao consumidor �nal, e esse processo é necessário para minimizar
os gastos com tempo, lugar e posse. O autor salienta que dois tipos de distribuição
são considerados:
A distribuição direta, realizada diretamente entre o fabricante e o consumidor
�nal, sem a intermediação e utilizando o marketing direto e a venda pessoal.
A distribuição indireta, utilizando atacado e varejo para fazer o repasse de
bens e serviços, conforme exempli�cado na �gura a seguir. 
59
Viana (2006) considera a distribuição a entrega de mercadorias e é um processo que
está dentro da logística, e Gurgel (1996) descreve o tema como um composto dos
elementos de armazenamento, movimentação e transporte no canal de distribuição,
e tudo isso se adapta às necessidades de cada empresa ou sistema.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE BENS NO BRASIL 
Disponível em: 
Estreitando todos esses conceitos, Ballou (1993) clareia o pensamento de que a
distribuição física é o ramo da logística empresarial que se encarrega da
movimentação, estocagem e processamento de pedidosdos produtos �nais de uma
empresa. É uma das atividades mais importantes em termos de custo para grande
parte das empresas, pois esta é responsável por cerca de dois terços dos custos
logísticos.
A distribuição física está principalmente preocupada com os bens acabados ou
semiacabados – mercadorias que a empresa oferece para vender e que não é
necessário executar processamento posterior (Ballou, 1993):
Desde o instante em que a produção é �nalizada até o momento no qual
o comprador toma posse dela, as mercadorias são responsabilidade da
logística, que deve mantê-las no depósito da fábrica e transportá-las até
depósitos locais ou diretamente ao cliente. O pro�ssional de logística
deve preocupar-se em garantir a disponibilidade dos produtos
requeridos pelos clientes à medida que eles desejem e se isto pode ser
feito a um custo razoável (BALLOU, 1993, p. 40).
60
https://go.eadstock.com.br/yv
Esse processo é bastante importante porque, muitas vezes, essa é a única avaliação
de serviço percebida pelos clientes da empresa distribuidora dos bens. Com a gestão
e�ciente dos canais de distribuição, também chamados canais de marketing, a
percepção do valor agregado pela empresa pode ser maior ou menor, e contribuir
signi�cativamente para a retenção de clientes e para o posicionamento da marca da
empresa no mercado ante a concorrência.
Administração da Distribuição em
Três Níveis
A distribuição física ainda pode ser compreendida como uma tarefa que é
desenvolvida em três níveis: estratégico, tático e operacional.
A administração da distribuição física no nível estratégico molda o sistema de
distribuição em termos gerais. No nível tático, é a utilização dos recursos como
caminhões e armazéns, e no operacional, refere-se às tarefas diárias que o gerente
de distribuição e seus colaboradores precisam desempenhar para garantir que os
produtos tenham �uência no canal de distribuição até o último cliente, conforme
destaca (Ballou, 1993).
Distribuição Física e suas Relações
com Outras Áreas Funcionais
Marketing
Se por um lado temos o marketing que estimula as demandas, por outro tem-se a
logística e a distribuição dessas vendas. Converse (1954) apud Ballou (1993) faz uma
referência à distribuição física como sendo a outra metade do marketing.
Na década de 1960, Jerome McCarthy de�niu o marketing mix como uma mistura que
contém produto, preço, praça (distribuição física) e promoção, conceito amplamente
difundido por Philip Kotler e toda academia do marketing mundial como os 4 Ps do
marketing.
61
A praça, utilizada conceitualmente como distribuição ou place (também conhecida
como “ponto de distribuição”), é vista como uma vantagem competitiva para as
organizações. Em Kotler (2000), observam-se as características do P de praça,
entendendo-as como canais, cobertura, variedades, locais, estoque, transporte.
Destaca-se que a praça são canais interdependentes que distribuem produtos aos
consumidores.
O produto que o cliente deseja pelo preço justo precisa estar acessível, em um local
onde ele possa adquiri-lo quando quiser. Por isso, é importante considerar o conceito
de disponibilidade do produto no ponto de venda para o cliente acessar na hora que
lhe for mais conveniente (Farah e Zenone, 2011). 
Produção
O relacionamento da distribuição com a produção é estreito e parceiro. Tomando
como base que produção é de�nida como o processo por meio do qual bens e
serviços são criados, Ballou (1993) destaca que existe um movimento de ampliação
do conceito de produção para operações que inclui não apenas a atividade de
manufatura, mas também atividades geradoras de serviços.
Não vamos aqui discutir se a distribuição física faz parte da produção ou da logística.
A ideia é re�etir sobre a integração da distribuição com outras áreas, pois
entendemos que assim como marketing, produção, �nanças e recursos humanos
62
estão totalmente interligados em uma organização. Pensamos da mesma forma com
a logística, produção e distribuição, e que os custos são inerentes a todos esses
processos e operações.
A Orval Kent Food Company, Inc., que faz saladas frescas pré-preparadas,
encontrou uma forma de evitar perdas. A companhia vende sacos com
10Ib de saladas de alface ou salada mista para empresas de fast-food
(como McDonald’s ou Burger King) ou compradores institucionais (como
escolas, empresas aéreas e hospitais). A companhia veri�cou que descarta
até 50% da alface que recebia no seu centro de processamento, em
Chicago, procedente de plantações do sul da Califórnia (com distâncias de
2.000 milhas). Considera também que a preparação descarta 20% de cada
pé de alface, principalmente as folhas mais externas, que são deixadas
para servir de proteção durante o transporte. O caso ilustra   a relação
logística com a produção, a distância do fornecimento da matéria-prima e
as perdas decorrentes de toda a operação   (Texto extraído de Ballou,
1993, p. 51).
63
Modais de Transporte
09
64
Tão importantes para a economia quanto a própria produção de bens, os modais de
transporte são os meios pelos quais a produção escoa dentro das geogra�as, ou seja,
dos territórios. Rodrigues (2007, p. 25) de�ne que os sistemas de transporte são
constituídos pelo modo – ou via/tipo de transporte, pela forma – como estas
vias/tipos se relacionam, pelo meio – elemento transportador e pelas instalações
complementares, tais como os portos e terminais de carga.
Neste sentido, os modais de transporte nada mais são do que os meios pelos quais o
transporte será realizado, seja terrestre ou ferroviário, por exemplo. Antes de
partirmos para a classi�cação dos tipos de modais, vamos compreender os modais
em função de suas formas de transporte, no qual surgem as seguintes categorias:
unimodal, sucessivo, segmentado e multimodal (RODRIGUES, 2007):
a. Unimodal: o transporte unimodal acontece quando a carga é transportada
diretamente por um único tipo e modalidade de veículo. Trata-se da
modalidade mais simples de transporte.
b. Sucessivo: acontece quando a carga precisa pôr mais de um veículo para ser
deslocado, sem que, no entanto, haja mudança na modalidade do veículo
utilizado.
c. Segmentado: Acontece quando para o transporte se utilizam veículos
diferentes, de uma ou mais modalidades de transporte, em vários estágios, de
forma que os próprios contratos de transporte acontecem de maneira
separada, diferentemente das duas primeiras categorias, em que é comum um
mesmo contrato.
Uma particularidade importante desse tipo de categoria é que atraso pode
signi�car perdas signi�cativas para as partes, dada a particularidade de cada
tipo de modal ou, ainda, a necessidade de se estocar o produto, normalmente
impactando diretamente no custo. Esta forma de transporte também é
conhecida como transporte intermodal.
d. Multimodal: Acontece quando a carga é transportada utilizando-se duas ou
mais modalidades de transporte cobertas por um único contrato e apólice de
seguro.
65
Uma vez entendidas quais as formas de transporte e suas principais características,
podemos agora delimitar os modais que possibilitam com que essas formas operem.
Rodrigues (2007) nos apresenta os cinco modais existentes, que são: rodoviário,
ferroviário, aeroviário, aquaviário e dutoviário.
Rodoviário: primeiro modal terrestre, trata-se do modal mais comum e o mais
simples de ser utilizado, uma vez que se dá por meio da circulação em
rodovias, ruas, avenidas e estradas. Entretanto, é um dos modais que
apresenta o maior custo. No Brasil é o modal mais utilizado para o transporte
comercial.
Ferroviário: as ferrovias compõem o modal que tem por sua essência a
utilização de trilhos ao invés de malha asfáltica. Apresenta um excelente
benefício em termos de custo de transporte, sendo que, no entanto, o valor de
investimento para viabilização do modal costuma ser alto e nem sempre tem
maleabilidade para atingir todos os locais. É muito vantajoso para o
deslocamento de grandes cargas a longa distância.
Aeroviário: este modal possibilita o transporte mais rápido entre os tipos de
modais existentes,no entanto, seu custo tende a ser um dos mais altos, a
exemplo dos valores necessários para a construção e manutenção de
aeroportos, de manutenção preventiva dos equipamentos e o uso de
equipamentos.
Aquaviário: este modal se refere tanto aos transportes realizados em âmbito
marítimo quanto aos transportes hidroviários. Vem sendo muito utilizado para
66
produtos de baixo custo, como ferro, cimento e commodities em geral.
Dutoviário: modal utilizado para realizar a distribuição de gás, petróleo,
minérios e outros, por meio de dutos projetados para cada �nalidade. No
Brasil, são pouco utilizados se comparados aos demais modais, devido
principalmente à especi�cidade da carga a ser transportada e ao altíssimo
custo de implantação, além de barreiras econômicas e políticas.
Ainda, Nazário et al. (2000) relaciona os cinco tipos de modais a cinco características
operacionais para identi�car os benefícios e malefícios de cada modalidade. Veja:
Tabela 1 – Características operacionais relativas para modal de transporte (a menor
pontuação indica uma melhor classi�cação)
Fonte: Nazário et al., 2000.
Características
Operacionais
Ferroviário Rodoviário Aquaviário Dutoviário
Velocidade 3 2 4 5
Disponibilidade 2 1 4 5
Con�abilidade 3 2 4 1
Capacidade 2 3 1 5
Frequência 4 2 5 1
Resultados 14 10 18 17
Conforme a tabela acima, a menor pontuação indica a melhor classi�cação, ou seja,
no quesito velocidade, o transporte aéreo é o que apresenta melhor performance, ao
passo que no quesito frequência (transporte ininterrupto) a modalidade que mais se
destaca é o transporte por meio de dutos, o dutoviário.
67
Desta forma, cabe ressaltar que a escolha do modal deve ser preterida em função
dos objetivos do transporte, seja ele o nível de serviço, sua velocidade ou, ainda, seu
custo. Em última análise, o modal que mais se destaca em relação ao conjunto das
características é o modal rodoviário, por isso, sua preferência para a maioria dos
casos de transporte.
O Anuário CNT permite visualizar os principais dados dos modais de
transporte no Brasil, veja as palavras de Vander Costa, presidente da CNT,
em 2019, na área de apresentação do anuário em seu site o�cial:
“Conhecer bem os dados sobre transporte é fundamental para entender a
dimensão de todos os modais, a �m de identi�car problemas e propor
soluções que gerem desenvolvimento. Por isso, a Confederação Nacional
do Transporte disponibiliza esta quarta edição do Anuário CNT do
Transporte, que reúne as estatísticas disponíveis no Brasil em relação ao
nosso setor. Os números podem ser acessados pelos setores privado e
público, pelo meio acadêmico e pela sociedade em geral. Essa ampla base
de dados revela a diversidade da atuação dos transportadores nos
modais rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo – nas áreas de cargas e
de passageiros. São mais de 800 tabelas disponíveis, que permitem o
cruzamento de dados e a análise de uma série histórica mais longa. As
informações evidenciam, por exemplo, problemas antigos, como o
elevado ritmo de crescimento da frota de veículos leves e pesados e a
lentidão na expansão da malha rodoviária federal pavimentada. Além
disso, mostram o cenário vivenciado pelos outros modais, demonstrando
que todos necessitam de mais investimentos. A CNT defende o setor de
transporte como estratégico no processo de crescimento do Brasil.
Investir na expansão das rodovias, ferrovias, portos, hidrovias e
aeroportos é fundamental para se construir um caminho rumo ao
progresso. Nesse contexto, o Anuário CNT do Transporte permite analisar
68
o que é necessário para o transporte no país. Assim, acreditamos ser
possível planejar melhor, otimizar recursos e de�nir adequadamente
quais são as ações e os projetos prioritários”.
69
https://go.eadstock.com.br/As
TI e SI na Logística
10
70
Conceitualmente, de acordo com Slack et al. (2006),  pode-se entender sistemas como
de elementos interconectados cujos processos de transformação consistem em
três fases: entrada, processamento e saída. Um sistema consiste, geralmente, em
componentes (ou elementos) que são interligados para facilitar o �uxo de
informações e prover facilidade nos processos de tomada de decisão empresarial.
Funções Básicas de um Sistema de
Informações
Um sistema de informações permite que um conjunto de dados e elementos seja
manipulado a �m de realizar transformações que facilitem o dia a dia das
organizações, seja fornecendo informações seguras e con�áveis, seja fornecendo
relatórios ou mesmo no suporte para o controle das atividades organizacionais. Para
tanto, um sistema consiste na execução de três funções básicas, são elas: 
Entrada: Inclui a captação e a reunião de dados e elementos para
serem processados.
Processamento: Envolve a transformação dos dados/insumos em
saídas.
Saída: É o resultado do processo de transformação. 
Ainda, existem alguns elementos que compõem e dão suporte a um sistema de
informação, são eles:
Recursos de Hardware – Máquinas e equipamentos.
Recursos de Software – Programas, procedimentos.
Recursos de Dados – Banco de Dados e Bases de Conhecimentos.
Recursos de Redes – Meios de Comunicação e Suporte de Rede e Conexão. 
71
Soluções de Tecnologia da
Informação Aplicada à Logística
Objetivando facilitar o �uxo de informações no âmbito da tecnologia da informação,
foram criadas cinco categorias com o objetivo �nal de prover todo um controle do
sistema, sendo eles: planejamento, execução, comunicação, controle e concepção.
Na categoria de planejamento é comum encontrar softwares para facilitar o
planejamento das vendas e seus desdobramentos para a logística, comumente se
apresentando por meio de ERPs (sistemas de gestão empresarial integrada) e CRMs
(sistemas especializados na gestão do relacionamento comercial com o cliente),
ainda, integram parte dos sistemas de planejamento os MRPs e DRPs para a gestão
de suprimentos e da distribuição. 
Na etapa de execução de sistemas como WMS (sistema para a gestão de armazéns e
estoques) e TMS (sistemas de gestão de transporte), comumente são utilizados para
dar agilidade e con�abilidade ao processo de gestão. Na categoria de comunicação, o
uso de terminais �xos e portáteis permite o acesso fácil aos canais de comunicação
das instalações e centros de distribuição. Ainda, o uso de EDI – Eletronic Data
Interchange tem se expandido, assim como o uso de transponders RFID, que facilitam
a identi�cação dos veículos, como nos pedágios “sem parar”. Nas etapas de controle
e concepção o uso de simuladores grá�cos, big data e sistemas de gestão de
desempenho por meio de KPIs tem se popularizado.
72
Entenda alguns benefícios do uso da Tecnologia da Informação (TI) e dos Sistemas de
Informação (SI) na logística:
Agregar valor ao produto;
Fornecer melhores serviços e vantagens competitivas;
Produtos de melhor qualidade;
Viabilizar oportunidade de negócios;
Aumentar a rentabilidade;
Garantir segurança nas informações;
Reduzir o número de erros nos processos;
Redução de custos e desperdícios;
Controle das operações. 
A entrevista abaixo traz a importância da tecnologia no que se tem chamado de
Logística 4.0, seus impactos no processo de gestão e na operação das empresas.
Con�ra.
73
Logística 4.0: tendências e desa�os para melhorar a
e�ciência
A Logística 4.0 pode ser entendida como uma evolução da logística
tradicional, utilizando ferramentas da Quarta Revolução Industrial ou
Indústria 4.0 para aumentar a e�ciência dos processos da cadeia de
abastecimento e proporcionar ganhos de escala. Tecnologias como
Inteligência Arti�cial, Big Data, Internet das Coisas (IoT), computação em
nuvem, machine learning, sistemas ciberfísicos e aplicativos são adotadas
para aumentar a produtividade logística.
“A expectativa é que usando essas ferramentas, em um novo conceito
estratégico, se possa deixar o material certo, no lugar certo, no tempo
certo, a um custo competitivo e com gerenciamento em tempo real”,
pontua o coordenador do curso de Engenharia de Produção do Instituto
Mauá de Tecnologia, David Garcia Penof.

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