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Laryssa Lopes – MEDXX UESC Definição Peritonite: inflamação da serosa que recobre as paredes internas e as vísceras abdominais, qualquer que seja a causa, intensidade ou extensão. As peritonites infecciosas são classificadas em três grupos: 1. primárias (espontâneas) 2. secundárias (derivadas de afecção em outros órgãos) : apendicites, colites,etc. - Resulta da contaminação direta do peritônio pelo trato gastrintestinal ou urogenital ou seus órgãos sólidos associados. 3. terciárias (persistentes ou provocadas por infecção recorrente). Manifestações Clínicas • Parietal - Dor aguda, constante e localizada; - Se a porção afetada do peritônio estiver próxima a um grupo muscular superior, a peritonite pode estar associada à rigidez da musculatura e à defesa da parede abdominal; - Os pacientes, geralmente, ficam imóveis, com dor sendo exacerbada com pequenos movimentos. • Visceral - Produz uma dor em “cólica” característica, que é de natureza paroxística e é referida a uma porção do abdome anterior da linha média. - Pacientes, geralmente, se contorcem de dor. - +frequentemente sépticos e hipotensos. Mal estar indefinido, inapetência, parada de eliminação de gases, má adaptação postural, tonteira ou qualquer outra queixa vaga, desconexa, que altere o curso natural favorável, deve alertar o cirurgião caso esses sinto mas sejam acompanhados de distensão abdominal Diagnóstico - Exame clínico cuidadoso • Laboratorial - No leucograma, valores acima de 11.000 ou menores que 2.000 leucócitos indicam peritonite grave. - Doentes imunocomprometidos ou em sepse grave podem apresentar leucopenia ou mesmo leucócitos normais. - A análise sanguínea e em líquido abdominal de amilase e lipase é requerida na suspeita de pancreatite. - Os exames de urina são mandatórios para afastar doenças do trato urinário, tais como pielonefrites e cálculos renais. • Imagem - Ar livre na cavidade abdominal observado em radiografia do tórax ou por meio de raio horizontal é de valor semiótico; - Corpos estranhos, sinais de obstrução mecânica, calcificações pancreáticas, fecálitos, cálculos urinários e de vias biliares, aerobilia, fraturas de coluna e costelas são informes prestados pela radiologia convencional do abdome; Tratamento - Multidisciplinar - Cirurgia com controle do foco • Esquemas atuais de Antibioticoterapia - Bactérias aeróbicas gram-positivas, gram-negativas e anaeróbicas - Se o foco da contaminação for o trato digestivo superior: bactérias gram-positivas. - Restante do abdome: bactérias gram-negativas e das anaeróbicas. Habitualmente, o esquema profilático limita-se a sete dias de duração - Caso ocorra leucocitose com desvio para a esquerda e febre ou outros indícios de infecção : abordagem será terapêutica, de acordo com cada situação. Entre as associações antibióticas para tratamento, destacam-se as seguintes: • Ticarcilina-clavulonato, 3,lg IV, a cada seis horas, ou piperacilina-tazobactam, 3.375g IV, a cada seis horas, ou 4,5g IV, a cada oito horas. Outra opção é o uso de ampicilina- sulbactam, 3g IV, a cada seis horas. • Metronidazol/clindamicina combinado com cefalosporina de terceira ou quarta gerações, ou fluoroquinolona, ou aztreonam. • Ertapenem, 1 g IV, ao dia. • Imipenem, 500 mg IV, a cada seis horas; ou meropenem, 1 g IV, a cada oito horas; ou doripenem, 500 mg IV, a cada oito horas. Infecções e Antibioticoterapia em Cirurgias Os antibióticos são prescritos com finalidade profilática ou curativa. • Profilático: Quando se deseja prevenir uma infecção por um agente conhecido ou suspeito, em um paciente que se encontre em risco de contrair a infecção. Pode ser em dose única, de curta duração (menos de 24 h) e até 24 a 48 h, em casos especiais. • Curativo: Quando o antibiótico for prescrito para uma situação em que o processo infeccioso estiver estabelecido. Pode ser empírico ou baseado no antibiograma, de curta ou longa duração. O antibiótico profilático deva ser prescrito em três ocasiões: • Quando o risco de contaminação bacteriana é alto (cirur gias no trato gastrointestinal, genitourinário, respiratório, entre outros); Peritonite Difusa Laryssa Lopes - MEDXX • Quando a contaminação não é frequente, mas os riscos de infecção são altos (amputação por enfermidade vascular, utilização de próteses, válvulas, enxertos etc.); • Quando a contaminação não é frequente, mas o hospedeiro está imunocomprometido (transplantes, quimioterapia, radioterapia etc.). Os critérios de indicação de antibiótico são os seguintes: • Nas cirurgias limpas e potencialmente contaminadas, em que o risco da infecção do local cirúrgico é de até 5%, não há indicação do uso de antibiótico. Contudo, nas seguintes situações recomendam-se a profilaxia (dose única, de preferência): - Pacientes acima de 70 anos; - Desnutridos; - Imunodeprimidos; Urgências; Implante de próteses e telas; - Cirurgias de mama; - Esplenectomia (hipertensão portal esquistossomática ou cirrótica); - Hernioplastia incisional; - Pacientes portadores de: doença reumática, diabetes descompensada, obesidade mórbida, hérnias multirrecidivadas, imunossupressão, radioterapia prévia, uremia, hepatopatias e pneumopatias; - Cirurgia cardíaca; - Cirurgia da aorta e de grandes vasos; - Neurocirurgia. • O uso profilático do antimicrobiano ficaria então reservado para as cirurgias contaminadas, cujo risco de infecção é de 10%. EXCEÇÃO: cirurgia eletiva conservadora do estômago (vagotomia com ou sem drenagem) em pacientes com 'úlcera duodenal. Nesses casos, a hiperacidez gástrica, que normalmente acompanha esse tipo de pacientes, diminui de modo significativo a densidade bacteriana, resultando em menores índices de infecção pós-operatórias. Esquema Antimicrobiano do Problema No problema houve uma perfuração intestinal, causando uma infecção peritoneal pela Klebsiella. • Pós – Operatório: Ciprofloxacino + Matronidazol – possui amplo aspecto bactericida contra enterobactérias, enterococos e anaeróbico, - Houve erro médico por não pedir coleta na primeira cirurgia. • Após descobrir a Klebsiella: • CEFEPIMA: é uma cefalosporina de 4a geração. Possui espectro ampliado de atividade em comparação com as de 3a geração, pois tem maior estabilidade à hidrolise por beta- lactamases mediadas por plasmídeos e cromossomos. Inibe a síntese da parede celular bacteriano semelhantemente ao da penicilina. É eficaz no tratamento de infecções hospitalares graves por gram-positivos, enterobactérias e pseudomonas. AMICACINA: é um antibiótico aminoglicosídeo, semi-sintético, derivado da Canamicina, utilizado sob forma de sulfato. Por causa da sua resistência a muitas enzimas inativadoras de aminoglicosídeos, desempenha papel importante nos hospitais onde prevalecem microrganismos resistentes a gentamicina e tobramicina. É o fármaco preferido para o tratamento inicial das infecções hospitalares graves por bacilos gram-negartivos resistentes a gentamicina. É ativa contra quase todas as cepas de Klebsiella,
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