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Doenças do sistema Gastrointestinal ODONTOLOGIA Anatomia Doença periodontal Periodontite: gengiva, ligamento periodontal, cemento radicular, osso alveolar Gengivite Placa Cálculo Fatores Idade, raça, alimentação, fatores individuais, permanência de dentes decíduos, presença de dentes supra numéricos, ma oclusão Sinais clínicos Halitose Disfagia Anorexia Salivação excessiva Sangramento bucal Ulceração na mucosa oral Abscesso periapical e fístulas Retração gengival Mobilidade e perda de dentes Corrimento nasal purulento Relutância ao toque / dor Emagrecimento progressivo Diagnóstico Inspeção RX intra oral Sondagem periodontal Tratamento Remoção do calculo supra gengival e sub gengival Irrigação com clorex 0,2% Revisão subgengival com jato de ar Polimento Lavagem das superfícies Secagem Profilaxia Animais sistemicamente comprometidos, em tratamento com corticoide ou quimioterápico ou com doença cardíaca Amoxi + clav, clindamicina, metro, espiramicina Prevenção Exame odontológico 2x ao ano Escovação Manejo dietético Agentes inibidores de placa: hexametafosfato 0,6- 1,8% Exodontia – indicações Doença periodontal com perda óssea e mobilidade Fratura dentária com exposição do canal: comprometimento da coroa e da raiz Dentes decíduos Má oclusão Dentes na linha de fratura Materiais necessários Sindesmótomo: desinserção da gengiva ao redor do gente Alavanca: luxar o dente do alvéolo Fórceps: remover do alvéolo Curetas: remover tc desvitalizado Instrumental para odontosecção: motor, broca, cizel e martelo Instrumental para síntese Complicações Fraturas de raiz Hemorragias Fraturas de mandíbula e maxilar Fístulas oronasais Deiscência de sutura Anormalidade funcionais Repercussão sistêmica: endocardite, osteomielite, artrite SISTEMA GASTROINTESTINAL Sinais clínicos comuns Anorexia Vomito Diarreia Regurgitação Halitose Tenesmo Hematoquezia Melena Exame clínico Mucosas Boca Esofago Abdomen Reto DISFAGIA Tipo: oral, faríngea, esofágica Dificuldade de engolir, apreender comida e água Faringea: engasgo, salivação, tentativas improdutivas de engolir, secreção nasal e tosse ANOREXIA Falta de apetite total Hiporexia: redução do apetite Primária: doenças neurológicas (raro) Secundária: patológicas, não patológicas e pseuanorexia (apreensão, deglutição, etc). OREXÍGENOS - estimulantes de apetite Ciproeptadina (Cobavital): o GATO: 1-2 mg/gato, VO, Bid ou Tid. o CÃO: 0,2mg/kg, VO, Bid Pode causar excitabilidade Mirtazapina: o GATO: 3,25 mg/gato, a cada 72h o CÃO: 0,6mg/kg, Sid (max 30mg/dia) Complexo B: 2mL/L em fluidos, IV Diazepam: 0,2mg/kg, IV- Não utilizar em cães DOENÇAS DO ESÔFAGO Anatomia do esôfago Cães tem musculo estriado esquelético em todo esôfago e liso no EEC e todo resto do TGI Gatos tem os 2/3 finais com esofado liso. Sinais clínicos Regurgitação Emaciação cervical ventral Polifagia Sialorreia Halitose Disfagia Odinofagia Aversão ao alimento Pneumonia Emagrecimento MEGAESÔFAGO Dilatação e hiperperistaltismo Falha na inervação vagal aferente, resposta ao estímulo alimentar, peristaltismo ineficaz, falha no relaxamento do esfíncter esofágico caudal Raro em gatos Idiopático: pastor, golden, dogue alemão,.. Congênito: schauzer miniatura e fox terrier Sinais clínicos Regurgitação Perda de peso Pneumonia Disfagia Emaciação ventral Tosse Anorexia Causas Congenito: miastenia gravis, chumbo, hipoadreno, estenose pilórica (gatos) Adquirido: polimiosite, lulus ES, disautonomia, neuropatia axonal, polirradiculite, botulismo, organofosforado, persistência de lig arterioso Diagnóstico Exame físico RX RX contrastado Colesterol, T4 livre e total: hipotireoidismo Na e K: hipoadreno CK e AST: polimiosite Tratamento Manejo nutricional o Alimentação em plano elevado (45º a 90º ) o Alimento alto valor energético o Alimento pastoso ou espessantes o Alimento em pouca quantidade e maior frequência o Manter em posição elevada por 10 a 20 min Clínico o Trata esofagite o Trata pneumonia o Agentes pró cinéticos são contra indicados em cães (agem na musculatura lisa que está só no cardia e ele vai fechar): metoclopramida, cisaprida, bromoprida o Betanecol: agonista muscarínico, alguns cães tem recep na m.estriada, aumenta força de contração o Bloqueadores de canal de Ca em estudo o Sildenafil 1mg/kg BID: para congênito; orientar tutor sobre possibilidade de pneumonia por aspiração; prognóstico mau a reservado ANOMALIA DO ANEL VASCULAR Historico: filhotes com regurgitação com início após o desmame, subdesenvolvimento, sinais de aspiração; Hereditário: pastor e setter Diagnóstico: RX com contraste aparece dilatação cranial ao coração; endoscopia Tto: cirurgia CE NO ESÔFAGO Jovens Area de estenose fisiológica do esôfago: esfíncter cranial, entrada do tórax, base do coração e esfíncter esofágico caudal Sinais Geralmente agudo Salivação Regurgitação Odinofagia Disfagia Esforço para vomitar Inquietação Letargia Anorexia Tosse, Engasgo Complicações Perfuração esofágica – Pleurite Mediastinite Piotórax Estenose Divertículo Esofagite Diagnóstico Decisão de removê-lo ou aguardar sua passagem Urgência Endoscopia – procedimento inicial Em casos de derrame pleural – drenar Estabilizar o paciente Remoção cirúrgica o Esofagotomia cervical o Gastrotomia o Toracotomia: esôfago cranial torácico (3° ou 4° EIC direito) e esôfago da base do coração (4° ou 5° EIC direito) o Cuidados pós remoção: ▪ Protetor de mucosa (Sucralfato) ▪ Inibidor da bomba (Omeprazol) ▪ Analgésicos*** ▪ Alimentos líquido a pastosos ▪ Rx controle ▪ Em alguns casos usar corticoide (Prednisolona 0,5 mg por kg) ▪ Prognóstico • Depende do tempo de permanência • Depende das complicações • Depende do tipo de corpo estranho • Condições do animal (comorbidades) • Remoção endoscópica (sucesso 80% dos casos) ESOFAGITE Inflamação da mucosa secundária à: o Agentes farmacológicos (atropina, morfina, meperidina, diazepam e pentobarbital) o Prenhez e refluxo o Corpos estranho o Comprimidos o Ingestão de substâncias químicas ou tóxicas, cáusticas o Infecções o Vômitos persistentes o Refluxo Classificação Savary-Miller o 1 erosão: grau I o Erosões confluentes: grau II o Erosões circulares confluentes: grau III o Ulceração esofágica, estenose ou perfuração: grau IV Diagnóstico: SC, histórico, RX simples ou contrastado, endoscopia Complicações da esofagite secundária a CE: o Pneumonia por aspiração o Perfuração o Piotórax o Pneumotórax o Pneumomediastino o Fístula broncoesofágica o Morte Tto: dieta (aumentar ptn), inibidor de bomba de prótons (omeprazol, lansoprazol, esomeprazol, patoprazol), antagonistas H2, pró cinéticos (metoclopramida, domperidona), pred 0,5- 1,1mg/kg REFLUXO Anestesia geral: procedimento acima de 2h recomenda-se aplicar ranitidina/omeprazol Vômitos Hérnia de hiato ESTENOSE ESOFÁGICA Causa: esofagite Locais: EES, entrada do tórax, base do coração e EEI SC: inicialmente assintomático o Regurgitação o Inapetência o Salivação o Disfagia o Respiração fétida o Perda de peso Diagnóstico: rx, endoscopia, biopsia, TM, RM Tto: dilatação esofágica, pred, omeprazol ESPIROCERCOSE Parasita nematoide; desenvolvimento de 6m; L3 e L4 na parede da aorta e após3m migra para esôfago Cães; áreas tropicais e subtropicais HI: besouros coprofágicos Ocorre transformação neoplásica em vários tipos de sarcomas em 25% Idade: 3-12 anos 70% em femeas; porte M Consequências o Eliminação fezes o Aneurisma aorta o Nódulos fibro-inflamatórios o 25% transformação neoplásica o Diferentes tipos de Sarcomas o Osteossarcoma o Fibrossarcoma o Sarcoma anaplásico o Rabdomiossarcoma o Espondilose Diagnóstico: aparência de granulomas e localização, EPF e endoscopia Tto: disofenol (não para estágios larvais), doramectina (dectomax) 200ug SC a cada 14d. 3x MIASTENIA GRAVIS Autoimune: Ac contra recep de acetilcolina Tipos Congenita/adquirida Focal - somente uma área do corpo, normalmente esôfago/face e orofaringe Generalizada – todos os músculos esqueléticos envolvidos Fulminante – rapidamente progressive e fatal Paraneoplasica – neoplasia no timo (timona) Sinais: surgem repentinamente ao longo de 2 semanas Fraqueza muscular que afeta: o Olhos o Músculos da expressão facial o Orofaringe o Esôfago o Membros Pode ocorrer megaesôfago Mudança de voz Paralisia laríngea Dificuldade de engolir Pneumonia por falsa via Na maioria dos casos o animal se cura espontaneamente e o prognóstico é bom Gatos tendem a precisar de terapia por tempo indefinido Diagnóstico Teste de resposta a prostigmina (neostigmina) 40 mcg/kg, iv ou 80 mcg/kg, im Funciona em pacientes com a forma generalizada de miastenia Dosagem de Ac anti-receptor da acetilcolina (maior 0,6nmol/L) Teste com cloreto de edrofonium (Tensilon®), IV (anticolinesterásico de curta ação) Tto Mestinon® (Brometo de Piridostigmina) 1-3mg/kg, bid ou tid GC não funciona em todos. ALTERAÇÕES GÁSTRICAS Sinais comuns: vomito, salivação, dor abdominal, aumento de volume abdominal Vomito: estímulos ocorrem pela via central e periférica. Tem-se 7 receptores na zona do cérebro externa a BHE e 3 no centro emético. Diagnóstico o Hemograma o Bioquimica o Eletrólitos o Teste de estimulação ACTH: suspeita de hipoadreno o Urinaise o Hemogasometria o RX, US, endo Contra indicações de antieméticos: infecção, intoxicação, obstrução, hipotensão, epilepsia Complicações pelo vômito: pneumonia por aspiração, distúrbios eletrolíticos e acido básico. GASTRITE Aguda/crônica Causas: alimentação, fármacos, toxinas, CE, parasitas (ollulanus tricuspis e physaloptera), bactéria (helicobacter) Bactéria Altera o pH Diagnóstico: histologia do estomago, citologia e teste rápido de urease Tto (nem sempre precisa): terapia tripla 2atb + inibidor de acido Parasitaria Ollulanus tricuspis: pamoato de pirantel 5mg/kg 1 dose cão e 2 gato Physaloptera: fembendazol 10mg/kg SID 2d Linfocítica/plasmocítica/eosinofílica/linfocítica plasmocítica/neutrofílica Tto: dieta hipoalergênica por 4 semanas, vermífugo, antieméticos, antiácido, pred (Cães: 1,1mg/kg, Bid, 7-10 dias, redução gradual e gatos: 2,2 a 4,4 mg/kg, Bid, 10-14 dias, redução gradual) ALTERAÇÕES INTESTINAIS DIARREIA Determinar se primaria, secundaria, evolução e mecanismo É um aumento na quantidade de liquido, volume e frequencia ID ou IG Aguda ou crônica Primária: distúrbios inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos Secundárias: pancreáticos, reações adversas a dieta, doença sistêmica, fármacos História: mudanças recentes na deita, exposição a CE, agentes infecciosos, plantas, lixo e fármacos; imunoprofilaxia, controle de endoparsitas Abordagem 1. Pesquisa de parasitas fecais; hemograma, perfil bioquímico (PT/albu/ALT/FA/TG/col/eletrólitos/T4 para gatos idosos) e urinálise 2. Pesquisa de doença pancreática • Imunorreatividade sérica da tripsina (TLI) • Imunorreativida sérica da lipase pancreática Dosagem sérica de folato e cobalamina • Reflete função absortiva intestinal Diagnostico por imagem • Radiografia simples e contrastada • Ultrassonografia Endoparasitas Sinais: diarreia, perda de peso, anemia e enterite hemorrágica (ancylostoma), pelame de má qualidade, ascite Giardia o Exame direto de fezes (lugol) – trofozoítos o Flutuação de sulfato de Zn o Flutuação com açúcar: cistos o ELISA para obtenção de antígeno fecal: giárdia o Tto ▪ Febendazol 50 mg/kg VO SID 3 - 7 dias ▪ Albendazol 25 mg/kg VO BID 2-5dias ▪ Metronidazol 10-24 mg/kg VO BID 8 dias ▪ Quinacrina 9 mg/kg VO SID 6 dias ▪ Praziquantel, pirantel e febantel VO diariamente por 3 dias ▪ Nitazoxanida: 75 a 150 mg/kg, no dia 0 e 14 dias ou 100mg/animal, Bid, 3 a 4 dias. Isospora o Sulfadimetoxina ou sulfa-trimetroprim 15- 30 mg/kg, BID ou SID por 10 a 15 dias. o Amprólio: 50 mg/kg VO, SID por 2 a 5 dias o Toltrazuril 15 mg/kg, SID, VO, por 3 dias Criptosporidium o Tto ? o Paromicina: 125-165 mg/kg, BID, VO, por 7 dias (gatos) o Azitromicina: 10mg/kg VO cada 24 SID, por 10 dias o Nitazoxanida: 100mg/animal, BID, 3 a 4 dias DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL (DII) Causas: fator genético, sistema imune da mucosa, microbiota SC: vomito pós alimentação, diarreia ID aguda ou crônica, apatia Diagnóstico Definitivo: biópsia Endoscopia Cirurgia Histopatologia Tipo e grau do infiltrado: linfocítica, plasmocítica, eosinofílica Tratamento 1°: mudança na dieta • Dieta hidrolisada- hipoalergênica/ 10 semanas • Novo antígeno/ 36 meses • Maior digestibilidade/36 meses 2°: atb • Oxitetraciclina • Metronidazol (5 a 22mg/kg, Bid) • Enrofloxacina 3°: imunossupressão • Prednisolona (1,1 a 2,2mg/kg, Bid, 2-4 semanas) • Budesonida • Clorambucil • Azatioprina • Ciclosporina • Micofenolato ALTERAÇÕES DO INSTESTINO GROSSO CONSTIPAÇÃO Fisiologia do cólon Aumentam motilidade: gastrina, colecistoquinina, PGs, polipeptídeos, estrogênio, tiroxina, serotonina Diminuem motilidade: prolactina, glucagon, secretina e endorfinas Aumento de estímulo: diarreia Diminuição do estímulo: constipação Causas CE Aporte inadequado de agua Fatores ambientais e psicológicos Ortopedia Disfunção neuromuscular: lesão ME, lesão n.pelvico, hipotireoidismo, megacólon idiopático Anormalidade hidroeletrolíticas: desidratação, hipocalemia, hipercalemia Fármacos: anticolinérgicos, benzodiazepínicos, opioides, sulcrafato, sulfato de Ba, Fe Sinais Adultos a idosos Disquesia Fezes ressecadas/muco Falha ao defecar Tenesmo Apatia/letargia Anorexia Concreções intestinais Massas abdominais Obesidade Desidratação Posição curvada Dor abdominal Diagnóstico Palpação abdominal e retal Exame neuro e orto Rx, US, colonoscopia Tto Causa primaria Manejo Dietas Exercícios Fluido Clínico o Supositórios o Laxativos o Pro-cinéticos o ATB e fluido o Enemas 5ml/kg de sol isotônica, agua morna o Oleo mineral o Fleet enemas é contraindicado para gatos e cães pequenos: hiperfosfatemia, hipernatremia, hiperosmolaridade, hipovolemia, acidose Cirurgia: colectomia parcial – indicada em casos de megacólon, constipação, obstipação recorrente e contra indicada se esfíncter anal sem tônus, megarreto e lesões lombrossacrais