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Avaliação formativa sobre Sífilis docx

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Vitória Januário Sperandio nº 10851583
Disciplina de Diagnóstico II – Avaliação formativa 1
a) Com base nos achados do exame clínico, quais suas hipóteses
de diagnóstico?
Sífilis secundária como hipótese principal, por conta da lesão já estar
disseminada. Como diagnóstico diferencial Cancro Mole, herpes,
Linfogranuloma Venéreo, Donovanose, leishmaniose, trauma
recorrente.
b) Qual a conduta para estabelecer o diagnóstico conclusivo, incluindo os
exames complementares que devem ser solicitados e suas devidas
interpretações.
Além do diagnóstico clínico observando o comportamento sexual do
paciente (sem proteção) podemos utilizar exames complementares diretos
como exame em campo escuro, citologia esfoliativa, imunofluorescência
direta, também podemos utilizar exames sorológicos: testes treponêmicos
(como o FTA-abs) e não treponêmicos (como o VDRL), análise
microscópica porém é difícil encontrar o Treponema na biópsia. O mais
utilizado é o VDRL, os testes rápidos aparecem positivos a partir a 2-3ª
semana após o aparecimento da lesão primária. Os testes não
treponêmicos, são testes que avaliam anticorpos não treponêmicos, ou seja
são inespecíficos (IgM e IgG), porém, sozinhos não definem o diagnóstico
de sífilis, pois existe a possibilidade de resultados falso-positivos e
falso-negativos. Os testes treponêmicos, usam antígenos de T pallidum e
avaliam antitreponêmicos específicos para o T pallidum (IgM e IgG), são
indicados para confirmar o diagnóstico. A desvantagem é que esse teste é
dado como positivo a vida toda (em 85% dos casos), portanto não é bom
ser utilizado para recidivas e resposta do tratamento.
A penicilina é a principal droga para o tratamento, mas a duração da
prescrição varia conforme a fase da doença. A sorologia não treponêmica
(VDRL) é indicada para o diagnóstico e seguimento terapêutico, haja vista
sua propriedade de ser passível de titulação. A sensibilidade do teste é de
78% na fase primária, elevando-se nas fases secundária (100%) e latente
(96%). Com mais de 1 ano de evolução, a sensibilidade cai
progressivamente, fixando-se, em média, em 70%. A especificidade desse
teste é de 98%.1 Os métodos não treponêmicos tendem a se tornar não
reagentes após o tratamento; por isto são utilizados no seguimento. Embora
o VDRL costume apresentar queda progressiva nas titulações após o
tratamento, ele ainda pode resultar reagente, em títulos menores, por longos
períodos, sem que esta positividade signifique que a infecção não tenha
sido curada; são os casos de cicatriz sorológica.
Na sífilis em atividade a doença apresenta, habitualmente, altos títulos de
VDRL (maiores ou iguais a 1/16). Esta condição ou a elevação de títulos do
VDRL em quatro vezes ou mais, comparativamente ao último exame
realizado, justificariam um novo tratamento para indivíduos previamente
tratados. Casos com baixos títulos de VDRL no seguimento pós-tratamento
podem corresponder a uma entre três opções: reações falso-positivas,
doença muito recente ou doença muito antiga. Nesses casos, sempre que
disponível, recomenda-se solicitar FTA-ABs, exame 100% específico para
sífilis.
A sorologia treponêmica (FTA-abs, TPHA, imunofluorescência)
corresponde a testes específicos, úteis para confirmação diagnóstica. A
sensibilidade dos testes treponêmicos na sífilis adquirida é de 84% na fase
primária, de 100% nas fases secundária e latente, e de aproxmadamente
96% na sífilis terciária. O FTA-abs não é útil para seguimento após
realização do tratamento, pois os anticorpos específicos podem permanecer
detectáveis indefinidamente, podendo significar uma infecção tratada
anteriormente.
As doses para o tratamento da sífilis primária, da sífilis secundária (recente
e latente) e da sífilis tardia (latente e terciária) são as mesmas: 2.400.000 UI
de penicilina G benzatina por semana. O que muda é a duração do
tratamento. Enquanto na sífilis primária a dose é administrada uma única
vez, na sífilis tardia a recomendação é administra-la durante três semanas.
Por outro lado, há controvérsia na literatura consultada
Sífilis latente é definida como infecção assintomática, ou seja, determina-se
por sorologia reativa de sífilis na ausência de sinais ou sintomas de
infecção. Portanto, é conveniente gerenciar qualquer caso de sífilis latente
de duração incerta como se fosse sífilis latente tardia, com 3 semanas de
duração de tratamento, uma vez que o Treponema pallidum divide-se
lentamente, demandando terapia antimicrobiana prolongada. Para pacientes
não alérgicos, a droga de escolha é a penicilina (grau 1B de recomendação),
sendo a doxiciclina o esquema alternativo mais indicado.
O Tratado de Medicina de Família e Comunidade subdivide os casos de
sífilis em sífilis primária, secundária e tardia. A fase primária da doença é
caracterizada pela presença do cancro (uma lesão ulcerada, única, indolor,
com bordas duras em rampa e fundo limpo, altamente contagiosa,
habitualmente localizada nas genitálias). Sífilis secundária é mencionada
como a fase que ocorre dois meses após o cancro, com erupção cutânea
generalizada e simétrica, cujo aspecto pode ser variável, embora o
acometimento palmar das mãos seja bastante sugestivo. Finalmente, sífilis
tardia é entendida como sinônimo de sífilis terciária, com a apresentação de
manifestações sistêmicas da doença. O tratamento indicado é de dose única
em casos de sífilis primária, secundária ou latente, enquanto nos casos de
sífilis latente tardia recomenda-se uma dose por semana com três semanas
consecutivas de duração, conforme citado acima.

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