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e-book pos ead específica Educacao Inclusiva - Deficiencia Intelectual e TGD_TEA

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Deficiência Intelectual e Transtorno 
Global do 
Desenvolvimento/Transtorno do 
Espectro Autista 
 
Sumário 
UNIDADE I - DEFICIÊNCIA FÍSICA .............................................................................. 3 
UNIDADE II - TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO - TRANSTORNO 
DO ESPECTRO AUTISTA .......................................................................................... 18 
UNIDADE I - DEFICIÊNCIA FÍSICA 
 
I-I Introdução 
 
Os textos abaixo se constituem como uma compilação e síntese do 
tema, ou seja, uma reunião de vários textos analisados e organizados pela 
ótica de vários autores relevantes para o tema em questão e no contexto da 
Educação Especial. 
Segundo (CAMPELO, 2016), “o termo deficiência significa uma restrição 
física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a 
capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, 
causada ou agravada pelo ambiente econômico e social (BRASIL, 2001)”. 
Baseado nessa afirmação, o sujeito pode ser deficiente ou estar deficiente, ou 
seja, restrito de uma condição física ou psicológica, temporária ou permanente. 
Entre essas limitações existem especificidades que são definidas por um 
conjunto de fatores interligados, tais como a estrutura da própria deficiência, a 
constituição orgânica e subjetiva, como as suas vivências e condições 
socioambientais. Segundo ANAPDES LEONART (2007) ”as pessoas com 
deficiências, ao longo da história da humanidade, tem recebido diversos 
tratamentos. Os registros mais antigos dão conta que alguns povos 
simplesmente as exterminavam, outros, que as excluíam ou segregavam do 
convívio social. Só muito mais recentemente passaram a serem aceitos de fato 
como sujeitos de direitos, e a sociedade começou a empregar o termo 
integração, para indicar que as pessoas com deficiência podiam participar dos 
atos da vida civil”. A visão da deficiência, hoje, é o reflexo do passado, ainda 
muito enraizado no olhar e modo de vida da sociedade. Sociedade essa que 
ora subestima a capacidade do sujeito tratando-o como incapaz, ora o exclui 
e/ou segrega. 
O termo integração surgiu no texto da Lei N° 7.853/89. Essa dispõe 
sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua Integração social, 
sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência. Portanto, o final dos anos noventa, foi o marco da diferença, 
quando surge a expressão inclusão sócia, chamando para si a missão de 
assentar plenamente a igualdade no seio da sociedade. 
A partir de então, a escola assume papel muito importante na 
propagação da inclusão e do acesso à cidadania de pessoas com deficiências. 
Segundo (SS DIAS, 2013) “hoje um número expressivo delas atua com maior 
autonomia em diferentes contatos sociais e de trabalho, conquistando posições 
de respeito e equidade”. 
 
 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: CONCEITOS 
 
 
Segundo (MOREIRA, 2011) “o quociente médio de inteligência é 100 e 
aceita-se como desvio-padrão dessa média o valor 15. O funcionamento 
intelectual significativamente inferior à média é definido com um QI de 70 ou 
abaixo, em resultados obtidos da realização de um teste individual de QI. Em 
função da severidade, a OMS (1968) recomenda a subclassificação ao Retardo 
Mental (RM) em: leve: QI 70-50; Moderado: QI 50-35; Severo QI 35-20; 
Profundo: QI abaixo de 20. Segundo a descrição do DSM-IV (2002) a 
característica essencial do retardo mental é apresentar um funcionamento 
intelectual significantemente inferior à média com manifestações inferiores aos 
18 anos, e limitações associadas a 2 ou mais áreas de habilidades adaptativas, 
tais como: comunicação, cuidados pessoais, atividades acadêmicas, saúde, 
lazer e trabalho. Esta também é a definição de deficiência mental (DM) adotada 
pela Associação Americana de Retardo Mental (AAMR, 1992). O 
funcionamento acadêmico é definido pelo coeficiente de inteligência (QI ou 
equivalente), avaliado por testes como: Escala de Inteligência para Crianças de 
Wechsler-Revisto, Stanford Binet, Bateria de Avaliação Infantil de Kaufman, 
entre outro. 
Em junho de 2006, os membros da AAMR votaram pela mudança do 
nome para Associação Americana de Desabilidades Intelectuais e do 
Desenvolvimento, segundo a tendência da Organização Mundial de Saúde que 
substitui o termo Retardo Mental por desabilidade intelectual que no Brasil 
corresponde à Deficiência Intelectual (DI). Também de acordo com Moreira 
(2011), acredita-se que as estimativas do número de pessoas com DI tenham 
relação com o grau de desenvolvimento do país, situando-se entre 4,6% nos 
países pobres e 2,5% nos mais desenvolvidos, segundo o Relatório da ONU de 
2001 sobre doenças mentais referido em Psiqweb”. 
Segundo AMSM, Moraes (2006) “a deficiência mental afeta entre 2 a 
3% da população geral e 1% das crianças em idade escolar. No Brasil, 1,6 da 
população apresenta essa condição, valor provavelmente subestimado, mas 
suficiente para ser considerada como problema de saúde pública”. 
 
CAUSAS DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: 
 
 
Segundo (SCHWARTZMAN & LEDERMAN, 2017), “Há vários fatores de 
risco que devem ser considerados quando tentamos estabelecer a etiologia dos 
quadros que cursam com Deficiência Intelectual. Desde já é importante deixar 
assinalado que, apesar da utilização de protocolos de investigação bastante 
abrangentes, em número significativo de casos não conseguiremos identificar a 
causa. Estima-se que isso ocorra em cerca de 50% dos casos. Cerca de 10% 
das crianças com retardo global no desenvolvimento ou com Deficiência 
Intelectual apresentam alguma anormalidade citogenética, e em 40% destas 
não há alterações dismórficas evidentes. Uma forma relativamente simples e 
didática de classificar os fatores de risco de condições que podem estar 
relacionados com a Deficiência Intelectual é a seguinte: fatores pré-natais 
(genéticos: cromossômicos e gênicos) e causas múltiplas, fatores perinatais, 
fatores pós-natais e fatores desconhecidos”. 
 
Diante dos fatos acima citados vale ressaltar que estamos diante de 
causas variadas e indefinidas, destacando-se os danos genéticos: causados 
por genes herdados pelos pais; durante o pré-natal: causado por doenças 
como rubéola, sarampo, meningite, uso de drogas como o álcool; perinatal: 
causado por problemas durante o parto, como hipóxia neonatal; pós-natal: 
causado também por doenças, por acidentes, lesões no cérebro decorrente de 
quedas, privação de carinho, afeição e estimulação. 
SINTOMAS DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: 
 
 
Segundo Ribamar Correia (2018) “a Deficiência Intelectual é 
caracterizada por limitações nas habilidades mentais gerais. Essas habilidades 
estão ligadas a inteligência, atividades que envolvem raciocínio, resolução de 
problemas e planejamento, entre outras. A inteligência é avaliada por meio do 
Quociente de Inteligência (QI) obtido por testes padronizados. O resultado de 
uma pessoa com Transtorno de Desenvolvimento Intelectual nessa avaliação 
situa-se em 75 ou menos. Possuem limitações significativas em pelo menos 
duas das seguintes áreas: A) Aprendizagem e autogestão em situações da 
vida, como cuidados pessoais, responsabilidades profissionais, controle do 
dinheiro, recreação, controle do próprio comportamento e organização de 
tarefas escolares; B) Comunicação; C) Habilidades ligadas à linguagem, leitura, 
escrita, matemática, raciocínio, conhecimento, memória; D) Habilidades 
sociais/interpessoais (habilidades ligadas à consciência das experiências 
alheias, empatia, habilidades com amizades, julgamento social e 
autorregulação). A pessoa com DI tem dificuldade para aprender, entender e 
realizar atividades comuns para as outras pessoas. Muitas vezes, essa pessoa 
se comporta como se tivesse menos idade do que a idade cronológica”. 
 
Segundo (SCHWARTZMAN & LEDERMAN, 2017), “entre as pessoas 
com DI, além dos problemas inerentes àsdificuldades intelectuais e aos outros 
sinais e sintomas eventualmente presentes, há também incidência aumentada 
de problemas de saúde geral, como manifestações convulsivas (9 a 32%), 
obesidade (29% a 50%) e doenças cardiovasculares (7% a 55%), e as 
morbidades psiquiátricas bastante comuns”. 
 
 
TIPOS DE DEFICIÊNCIA INTECTUAL: 
 
 
Alguns dos principais tipos de DI são: Síndrome de Down; do X-Frágil; 
de Prader-Wlli; de Angelman; de Williams. 
SÍNDROME DE DOWN 
 
 
Segundo (PAIVA, C. F. ET al), “a Síndrome de Down (SD) é uma 
anormalidade, trata-se de uma desordem cromossômica que se caracteriza 
pela trissomia do cromossomo 21, ou seja, os sindrômicos apresentam três 
cromossomos 21, ao invés de dois. (Pueschel, 1993, p. 54) aponta que 
“geneticistas detectaram, subsequentemente, que, além deste, havia outros 
problemas cromossômicos em crianças com Síndrome de Down, ou seja, 
translocação e mosaicismo”. Isso pode acontecer em todas as famílias 
independente de cor, raça, sem nenhuma relação com o nível cultural, social, 
ambiental, econômico, etc. Ela pode ser diagnosticada na gestação quando a 
mãe está na fase do pré-natal, por meio de exames clínicos. O diagnóstico 
pode ser feito também após o nascimento da criança e inicialmente por parte 
das características que são muito comuns aos portadores de Síndrome de 
Down, como por exemplo, cabeça mais arredondada, olhos puxados, boca 
pequena, entre outras. Apesar de não haver cura, pesquisas no mundo todo 
têm sido realizadas nesse sentido e a qualidade de vida dessas pessoas tem 
sido melhorada significativamente. O mais importante é descobrir que o 
sindrômico pode alcançar um bom desenvolvimento de suas capacidades 
pessoais e avançar crescentes níveis de realizações e autonomia. Sendo 
capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. Em resumo, ele poderá 
ocupar um lugar próprio e digno na sociedade, sendo como qualquer outra 
criança normal, em certos momentos”. 
 
SÍNDROME DO X-FRÁGIL 
 
 Segundo (BOY, 2001), “a síndrome do X frágil é a causa mais frequente 
de retardo mental herdado, com uma incidência estimada de 1/4.000 em 
 
homens e 1/6.000 em mulheres, e, é causada por uma expansão de 
trinucleotídeos CGG no primeiro exon do gene FMR, localizado na região 
Xq27. no cromossomo X. A clonagem desse gene em 1991 propiciou o 
diagnóstico molecular acurado. Indivíduos afetados apresentam acima de 200 
repetições da sequência CGG, sendo chamados de portadores da mutação 
completa. Esta expansão é acompanhada por hipermetilação anormal da ilha 
esta doença é subdiagnosticada na população pediátrica. Desta forma, torna- 
se importante definir critérios clínicos para identificar os indivíduos que devam 
SÍNDROME DE PRADER-WILLI (SPW) 
 
Segundo (PASSONE, 2018) “indivíduos com SPW têm suas habilidades 
cognitivas, de comunicação e sociais prejudicadas. Eles podem ter 
comportamento compulsivo, manipulador e controlador, incluindo teimosia, 
episódios de birras e dificuldades com mudanças de rotinas. Também 
apresentam deficiência intelectual leve, com um QI médio de aproximadamente 
65-70. Um estudo comparou imagens de ressonância magnética do cérebro e 
habilidades cognitivas e mostrou redução dos giros corticais principalmente nos 
lobos frontal, temporal e parietal, independentemente do subtipo genético. 
Houve forte correlação entre as alterações nessas regiões cerebrais e o 
corticais parietais frontais estão implicadas na função cognitiva, que inclui 
memória, regulação da atenção e linguagem. Portadores da síndrome são 
propensos a problemas comportamentais mais graves e até 85% apresentam 
escores clinicamente elevados em questionários de avalição comportamental. 
outros. 
 
O Comportamento agressivo é frequente e acessos de raiva ocorrem em 
88% dos indivíduos com idade entre 4 e 16 anos, mas a gravidade desses 
problemas varia amplamente. Estudos sugerem uma forte associação entre 
SPW e psicose atípica. Os episódios relatados tiveram, em geral, início súbito e 
 
na triagem diagnóstica. No entanto, em função de sua variabilidade fenotípica, 
 
ser selecionados para efetuar os estudos diagnósticos específicos. 
 
 
comprometimento verbal e baixo escore de QI no grupo com SPW. As áreas 
 
Apresentam altos índices de sintomas obsessivo-compulsivos, podendo estar 
relacionados a excesso de acumulação, rituais repetitivos, fala excessiva, entre 
 
CpG, resultando em silenciamento da transcrição e ausência da proteína 
FMRP . Na população normal, o número de repetições CGG é polimórfico e 
varia de 6-547. Indivíduos, fenotipicamente normais, que apresentam 
repetições CGG entre 55-200 unidades são chamados de portadores da pré- 
mutação. O fenótipo associado à síndrome do X frágil na população masculina 
adulta está bem determinado, sendo utilizados sistemas de pontuação clínica 
complicações são as principais causas de morbidade e mortalidade em 
indivíduos com SPW”. 
Segundo (RAMALHO,2015), “as crianças que sofreram exposição intra- 
uterina ao álcool, apresentam inabilidade na aprendizagem, com grandes 
déficits de linguagem, leitura e matemática. Para debelar essas dificuldades, as 
crianças devem ser estimuladas com a implementação de rotinas diárias; 
instruções verbais, passo a passo; uso de material visual para acompanhar as 
instruções verbais; minimizar as distrações visuais e auditivas; usar materiais 
facilmente visualizados e atrativos e apoio visual para a realização de tarefas. 
No que se refere à educação no ensino do 1º ciclo do ensino básico, ela deve 
rentabilizar ao máximo todas as potencialidades dos alunos com DM 
permitindo-lhes valências para se desenvolverem como seres humanos 
autônomos e que possam enfrentar com segurança o que as espera no futuro 
(1969): socialização; independência; destreza; domínio do corpo; capacidade 
perceptiva; capacidade de representação mental; linguagem e afetividade 
Deverá ter-se em conta as características e necessidades individuais de cada 
criança para se formular objetivos e conteúdos dos programas de 
aprendizagem, devendo o ensino ser individualizado”. 
 
compulsivos e à falta de habilidades sociais na SPW. A obesidade e suas 
 
 
 
SÍNDROME DO ALCOOLISMO FETAL 
 
 
promoção de práticas repetitivas para poderem adquirir habilidades; explicar- 
lhes detalhadamente as relações de causa/efeito; explicar minuciosamente as 
 
Para que estas crianças adquiram as capacidades que lhes permitam 
desenvolver-se, Speck (1997) menciona várias áreas estabelecidas por Back 
 
muitas vezes incluíam características depressivas, com boa resposta à 
farmacoterapia e hospitalização. O comportamento repetitivo e ritualístico de 
indivíduos com SPW pode ser diferente do que se observa no Transtorno 
Obsessivo-Compulsivo, mas pode guardar semelhanças com as características 
do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A denominação “sintomatologia 
autista” pode ser apropriada quando nos referimos aos comportamentos 
geralmente nascem com aparência e desenvolvimento inicial indistinguível de 
outros bebês saudáveis. A gestação costuma ser normal, os bebês nascem 
com tamanho e peso normais e, em geral, não há nenhum indício que possa 
anormalidade. Somente entre 6 meses e 1 ano é que começa a aparecer o 
retardo em seu desenvolvimento. Talvez um dos primeiros indícios seja a 
facilidade em sorrir e rir. Já muito cedo essas crianças sorriem mais que o 
usual, um fato inexplicável até o momento. Sinais de hipotonia podem se 
alimentação. Além do retardo em todos os marcos do desenvolvimento, 
hiperatividade, risadas explosivas, ausência de linguagem verbal (restrita à 
aparecimento de crises convulsivas, que ocorrem em 80% dos casos, 
geralmente antes dos 4 anos de idade, podem levar o médico a diagnosticar a 
AS. Porém, a idade média de diagnóstico gira em torno dos 6 anos de idade e 
muitos pais ficam anos à procura de respostas. O comportamento de alegriacontagiante das crianças afetadas, sua disposição social e a facilidade de 
satisfazer emocionalmente a criança com AS também podem levar muitos pais 
a ignorarem por bastante tempo a condição. 
 
Um dos sinais diagnósticos típicos é um padrão de eletroencefalograma 
(EEG) característico, com ondas trifásicas amplas e picos lentos. O 
desenvolvimento motor dos portadores da AS mostra déficits desde os 6 ou 7 
meses de idade, com atraso nos marcos mais característicos. Raramente 
sentam sem apoio antes do primeiro ano de vida e geralmente só conseguem 
andar sozinhas em torno dos 4 anos de idade ou mais, e cerca de 10% não 
desenvolvem ambulação. O seu andar é característico, desajeitado, como que 
desequilibrado, com frequência sendo acompanhado por tremores, com os 
SÍNDROME DE ANGELMAN 
 
Segundo (MARIS, 2011), “as crianças com a síndrome de Angelman 
 
levar os pais ou os médicos pediatras a suspeitarem de qualquer 
 
manifestar com dificuldades para sucção e deglutição, dificultando a 
 
sonorização de três a cinco sílabas e raramente quatro a cinco palavras) e o 
 
braços posicionados com cotovelos flexionados, os antebraços erguidos e as 
mãos flexionadas para baixo. Todos apresentam dificuldade em coordenar a 
musculatura motora voluntária e possuem hipotonia do tronco e ao mesmo 
tempo contratividade de membros. A hiperatividade e a hiperexcitabilidade 
colocando na boca, assim como os próprios dedos. Mais tarde, é comum 
empurrarem, puxarem cabelos, beliscarem e morderem outras crianças. 
Mesmo sem nada na boca, são frequentes os movimentos de mastigação, e 
sua dificuldade com a deglutição pode levá-los a apresentar sialorreia (escape 
oral de saliva) em graus variados. 
 
Além das dificuldades com alimentação, hiperatividade e 
pacientes com a síndrome, tornando-se um transtorno para toda a família e por 
isso é frequente que sejam administradas medicações para dormir. 
Principalmente na infância, há grande dificuldade para pegar no sono e muita 
facilidade para acordar e uma aparente necessidade de somente cinco a seis 
horas de sono por noite, sem que isso perturbe a sua disposição e atenção 
durante o período de vigília. Os indivíduos com AS atingem uma idade mental e 
funcional máxima considerada equivalente a 12 e 30 meses de idade. Sua 
capacidade de compreensão é muito maior que sua capacidade de 
verbalização. Parece haver influência do tipo de mutação nessa condição, e os 
caracterizam pela ausência total de linguagem, seguidos pelos que têm 
mutação no gene UBE3A, que podem chegar a falar duas a cinco sílabas e, 
eventualmente, três a quatro palavras. 
 
Os menos afetados são os portadores de dissomia uniparental, cujo 
vocabulário pode chegar a mais de dez palavras, porém nunca há aquisição de 
 
crianças pequenas com AS sempre estão manuseando algum brinquedo e o 
 
hiperexcitabilidade, os distúrbios do sono também são muito comuns em 
 
mais comprometidos são aqueles com deleções mais extensas, que se 
 
linguagem verbal com mais de algumas palavras, exceto para casos de 
mosaicismo somático. A ausência de linguagem verbal associada ao 
comportamento de risadas reativas e descontroladas e a ausência de 
regressão nas habilidades adquiridas tendem a ser marcos inconfundíveis da 
estão em 100% dos casos, sendo que reagem aos menores estímulos físicos e 
mentais com explosões descontroladas de risos, vocalizações (gritos de 
excitação) e com agitação (abano) das mãos. Apesar desse comportamento 
ser descrito como um mero reflexo motor tem-se a impressão de que os 
afetados tendem a se sentir felizes e satisfeitos, exceto quando não estão 
conseguindo comunicar um desejo. Por causa de sua hiperatividade, as 
sucesso é praticamente nulo. Por isso, a intervenção no quesito comunicação 
deveria se concentrar no desenvolvimento da capacidade de comunicação não 
verbal, ensinando-se comunicação com utilização de imagens, fotos e gestos, 
uma vez que a frustração com a incapacidade de comunicar seus desejos ou 
expressar sua contrariedade são as principais causas que originam 
comportamentos agressivos em portadores de AS. 
de supervisão durante as 24 horas do dia. Apesar de desenvolverem certa 
independência para realizar algumas atividades, não têm noção de perigo e 
tendem a sempre necessitar de ajuda para realizar as tarefas mais básicas, 
como tomar banho, escovar os dentes, comer e vestir-se. Muitos aprendem a 
se despir e a manusear talheres simples, especialmente colheres. Um terço a 
50% aprendem a utilizar o banheiro durante o dia, porém é comum molharem a 
cama à noite. Podem exibir hipersensibilidade ao calor e uma das 
características marcantes em portadores da AS é sua fascinação por água, não 
sendo incomum jogarem-se em uma piscina com roupa. Gostam de ver fotos, 
manusear plásticos brilhantes ou papéis metalizados, como as embalagens de 
salgadinhos, balões e outros brinquedos que chamam atenção e não exigem 
coordenação motora fina. 
 
A entrada na puberdade ocorre no período normal, assim como o 
desenvolvimento sexual. Indivíduos com AS são férteis e há ao menos um caso 
 
esforços consistentes para intervir no desenvolvimento da linguagem verbal, o 
 
Os indivíduos com AS necessitam de suporte intenso por toda a vida e 
 
escutar música alta – inclusive para dançar –, assistir à TV, assim como 
 
relatado de uma mulher com AS transmitindo a mutação para uma filha. Sua 
expectativa de vida sob cuidados é considerada normal, porém, após os 50 
anos, podem apresentar distonia ou parkinsonismo”. 
síndrome, servindo quase sempre para a suspeita inicial de diagnóstico. Com o 
passar dos anos, a hiperatividade característica diminui e aumenta a 
capacidade prestar atenção e de seguir ordens simples. A maioria desenvolve 
comunicação suficiente para demonstrar sua vontade e fazer escolhas, como o 
que quer comer ou vestir. Portadores da AS podem aprender a se comunicar 
mais com gestos que com a linguagem verbal e há relato de que, mesmo com 
ocupacionais, psicólogos, fisioterapeutas, especialistas em atendimento 
educacional especializado de acordo com a necessidade de cada sujeito. 
 
Segundo (DIAS & OLIVEIRA, 2013) “ainda convivemos com concepções 
de desenvolvimento arraigadas em modelos deterministas, com padrões 
normativos de aprendizagem e modelos preestabelecidos de relacionamentos 
entre as pessoas, que impingem à deficiência um caráter de déficit 
SÍNDROME DE WILLIAMS 
 
 
Segundo (TOBIAS-MACHADO, 1998), “a síndrome de Williams (SW) é 
doença relativamente rara, caracterizada por retardo mental e psicomotor de 
graus variados, anomalias cardiovasculares, hipercalcemia e disfunções 
orgânicas múltiplas. Os achados urológicos desta entidade, apesar de 
ocorrerem em até 40% dos casos, têm sido pouco abordados na literatura. 
Apresentamos o caso de uma paciente de 6 anos de idade, com diagnóstico de 
SW e que há 3 anos tem apresentado sintomas de polaciúria e urge- 
incontinência. A investigação revelou divertículos vesicais e hiperatividade 
detrusora, tratada com sucesso com oxibutimina. Ressaltamos a importância 
da investigação urológica, descrevemos os principais achados e discutimos a 
fisiopatologia e a abordagem terapêutica, a qual permite melhora das 
condições clínicas e sociais desses pacientes”. 
 
ESTRATÉGIAS NA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: 
 
É preciso uma mudança de olhar, visto que aluno se acolhe não se 
escolhe. Portanto, o educador com visão inclusiva irá sempre acreditar na 
capacidade do seu aluno, na possibilidade de avanço. Trabalhar com a 
 
recursos. Contar com profissionais como fonoaudiólogos, terapeutas 
 
Deficiência Intelectual não é somente socializar. A socialização é muito 
importante, mas é necessário ter planejamento, objetivos e acreditar. Acreditar 
que todo ser humano pode desenvolver, podendo melhorar comportamentos e 
traços ao longo da vida. Issoé neurociência, não é magia, produtos 
questionáveis ou milagre. E contar com o apoio da família, da escola, da 
sociedade. Fazer a utilização de jogos, de atividades lúdicas, músicas, sala de 
não se constitui sozinho, está imerso nas condições sociais e históricas da 
existência. Nesse sentido, a ampla imersão desse sujeito nos diferentes bens 
culturais, assim como a utilização de estratégias diferenciadas e apoios 
específicos na família, na escola, no trabalho e nos diferentes grupos sociais 
nos quais a pessoa com deficiência intelectual participa, propiciarão respostas 
condizentes com os diferentes contextos. Enfatizamos no trabalho um conjunto 
de argumentos baseados em investigações empíricas que corroboram a 
proposição de Vygotsky, segundo a qual a pessoa com deficiência não deve 
ser vista como alguém menos desenvolvido ou com menos capacidade que os 
demais. As investigações apresentadas sugerem a necessidade de sistemas 
que possibilitem o desenvolvimento de percepção favorável de si e a busca de 
uma vida autônoma à pessoa com deficiência intelectual. Os contextos 
apresentados configuram a escola como uma importante instância mediadora 
na construção dos significados sobre si e sobre o mundo, assim como nos 
social dessas pessoas e, da mesma forma, indicam o acesso ao emprego ou 
trabalho como importante conquista no processo de cidadania e de 
participação ativa na sociedade. Diante de uma visão prospectiva de 
desenvolvimento é possível desfazer a crença de que a pessoa com deficiência 
pode conceber nos dias atuais que um defeito secundário prepondere em 
razão do escasso acesso aos domínios culturais ou de suporte pedagógico 
insatisfatório. A vivência da cidadania deve se sobrepor à necessidade de uma 
vida tutelada, fato possível a partir da mudança de crenças e concepções 
deterministas sobre o desenvolvimento humano”. 
 
superação da dificuldade inicial. Contudo, tal sujeito – como qualquer outro – 
 
aspectos formativos necessários na transição para a vida adulta e inclusão 
 
intelectual permaneça por toda a vida na condição de eterna criança. Já não se 
 
permanente. A ética inclusiva, difundida em primeira mão pela escola, abre 
possibilidades de ressignificação da deficiência intelectual. Se, por um lado, 
determinados alunos são introduzidos na categoria de deficiência intelectual no 
momento inicial da escolarização por meio do critério do déficit, por outro lado, 
essa mesma escola, quando comprometida com uma visão de 
desenvolvimento processual, dinâmica e complexa, promove condições de 
DISCUSSÃO: 
 
Segundo (DIAS & OLIVEIRA, 2013), “o principal argumento de Vygotsky 
(1977) sobre deficiências é que não implicam, necessariamente, menor 
desenvolvimento, mas uma organização, psíquica qualitativamente diferente do 
que é comumente observado. O que diferencia os indivíduos com ou sem 
Deficiência Intelectual não se limita aos aspectos quantificáveis da inteligência, 
mas envolve a relação única estabelecida entre o modo de organização da 
personalidade, a estrutura orgânica e funções psicológicas. Por isso, já no 
início do século XX, Vygotsky era contrário ao uso de testes para medição da 
capacidade intelectual. Para ele, o resultado de tal avaliação por pontuação de 
QI informa exclusivamente sobre o desenvolvimento real, mas não deixa clara 
a evolução daquilo que está indicado no resultado do teste quando analisado 
no curso do tempo (VYGOTSKI, 1926i, 1933c, apud VANDERVEER; 
VALSINER, 2001). De acordo com O.Lipman (1924 apud VYGOTSKI, 1997), 
tais métodos podem quantificar funções, mas não ajudam a investigar 
capacidades ou talentos, nem compreender a estrutura da personalidade que 
se organiza tendo em conta aquelas características intelectuais específicas. De 
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004), atualmente 
coexistem dois modelos de compreensão da deficiência: o modelo médico e o 
modelo social. Para o primeiro modelo a incapacidade é “um problema da 
pessoa, causado diretamente pela doença, trauma ou outro problema de 
saúde, que requer assistência médica sob a forma de tratamento individual por 
profissionais” (p. 18). O segundo modelo, por sua vez, compreende a 
incapacidade como um problema social permanente relacionado à 
funcionalidade expressa pela pessoa, ou seja, é “o resultado de uma relação 
complexa entre uma condição de saúde do indivíduo e os fatores pessoais, 
com os fatores externos que representam as circunstâncias nas quais o 
indivíduo vive” (OMS, 2004, p. 15). O termo funcionalidade diz respeito às 
funções e estruturas do corpo, assim como à atividade e participação social 
(FARIAS; BUCHALLA, 2005). Não se trata de algo inerente ao próprio sujeito, 
mas diz respeito também às condições sociais vigentes, que devem prover o 
ambiente com reestruturações que permitam a inclusão da pessoa nos 
diversos âmbitos da vida social. A promoção de mudanças sociais é uma 
questão ideológica e política e, assim sendo, cabe à sociedade providenciar 
meios adequados para que haja condições de participação social plena das 
pessoas com deficiência (OMS, 2004). Hoje, o campo da medicina tem 
concebido a DI como um transtorno mental ou do comportamento, seguindo as 
definições propostas pela Classificação Internacional de Doenças CID-10 
(OMS, 1993) e pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais 
– DSM-IV (APA,2003). 
 
No Brasil, observa-se a prevalência do modelo médico a orientar o 
funcionamento das diversas instâncias sociais. Em decorrência, os modos de 
inserção social da pessoa com deficiência, entre nós, nem sempre mostram 
inclusivos. O diagnóstico médico, que deveria se prestar a garantir adequado 
atendimento à saúde dos indivíduos, desloca-se para a tomada de decisões em 
outros setores da vida social. Essa concepção gera consequências sociais, 
uma vez que os laudos médicos, orientados por esses documentos, extrapolam 
o âmbito da saúde e são comumente utilizados para diversos outros fins, entre 
eles para a aquisição do Benefício de Prestação Continuada a utilização do 
sistema de cotas para acesso ao serviço público ou privado (BRASIL, 2007) e, 
no que se refere ao campo educacional, complementação ou definição de 
avaliações psicopedagógicas (BRASIL, 2006)”. 
 
É acreditar que a maior parte da capacidade cognitiva do ser humano 
está como um iceberg num profundo desconhecido. Por isso não se pode 
esperar pelo desenvolvimento de um sujeito apenas baseado em medidas de 
testes quantitativos de inteligência. Trabalhar com esse público é bem 
dinâmico, visto que o processo avança de acordo com as possibilidades de 
participação da pessoa em atividades atrativas e desafiadoras. 
 
 
UNIDADE II - TRANSTORNO GLOBAL DO 
DESENVOLVIMENTO - TRANSTORNO DO ESPECTRO 
AUTISTA 
 
Segundo o Departamento de Educação Especial (DEE) do Estado do 
Paraná, organização pública com relevantes contribuições para o tema, os 
Transtornos Globais do Desenvolvimento “são distúrbios nas interações sociais 
recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros anos de vida. 
Caracteriza-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, 
assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades. Posto isso, é 
importante compreender que nem todos os estudantes diagnosticados com 
algum tipo de transtorno mental são estudantes da Educação Especial – área 
dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Nessa categoria, estão incluídos 
os alunos com diagnóstico de autismo, Síndrome do Espectro autista 
(Asperger), Transtorno Desintegrativo da Infância (psicose) e Transtorno 
Invasivo de Desenvolvimento–sem outra especificação”. 
Transtorno Global de Desenvolvimento se caracteriza por 
comprometimento nas seguintes áreas: a comunicação, interação e 
comportamento. E de acordo com o DEE/Paraná, “com relação à interação 
social, crianças com TGD apresentam dificuldades em iniciar e manter uma 
conversa.Algumas evitam o contato visual e demonstram aversão ao toque do 
outro, mantendo-se isoladas. Podem estabelecer contato por meio de 
comportamento não-verbais e, ao brincar, preferem ater-se a objetos no lugar 
de movimentar-se junto das demais crianças. Ações repetitivas são bastante 
comuns”. 
O DDE/Paraná esclarece que “na área TGD é habitual depararmo-nos 
com termos síndrome e/ou transtornos. Assim, é importante esclarecer que a 
nomenclatura síndrome se refere a um conjunto de sintomas, não restrito a 
uma só deficiência, que ocorre no indivíduo, e transtorno é aplicado para 
indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos que 
ocorrem no decorrer da infância, com comprometimento ou atraso no 
desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central. O transtorno não 
desenrola de traumatismo ou doença cerebral adquirida; ele denuncia uma 
desordem neurológica e origina-se de anormalidades no processo cognitivo 
derivados de disfunção biológica (FRANZIN, 2014)”. 
Com relação ao comportamento das pessoas com TGD, o DEE/Paraná 
afirma que ”os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam 
variações na atenção, na concentração e, eventualmente na coordenação 
motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade 
são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de 
maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade como 
observar determinados objetos, por exemplo”. 
“Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as 
falas dos outros – fenômeno conhecido como ecolalia – ou, ainda, comunicar- 
se por meio de gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de 
jargões.” (DEE/Paraná) 
AUTISMO 
 
Segundo o DEE/Paraná, “o Autismo refere-se a um grupo de transtorno 
caracterizados por uma tríade de prejuízos qualitativos: quanto à interação 
social, à comunicação e a comportamentos, que poderão variar em menor ou 
maior agravo para a criança que apresente comportamentos restritivos, 
repetitivos e estereotipados. É um transtorno com perturbações significativas 
no desenvolvimento do sujeito e começa a manifestar-se antes dos três anos 
de idade”. 
O Autismo (também chamado de Síndrome de Kanner) é uma alteração 
neurológica que compromete a interação social, a comunicação verbal e não- 
verbal e está associada a comportamentos restritivos e repetitivos. São 
extremamente metódicos. Atinge geralmente os meninos do que as meninas, 
na proporção de quatro para uma, mas nas meninas costuma ser mais severo. 
É fortemente hereditário, mas também possui outras causas ambientais (ainda 
em estudos). 
”A palavra autismo é de origem grega (autós), que significa, por si 
mesmo. A terminologia é utilizada pela Psiquiatria para denominar 
comportamentos humanos que se centralizam em si mesmos, voltados ao 
próprio sujeito. Essa terminologia foi utilizada pela primeira vez por Bleuler 
(1919) para fazer alusão à perda de contato com a realidade e consequente 
dificuldade ou impossibilidade de comunicação”. (DEE/Paraná) 
Segundo (OLIVEIRA, 2017), “o fenótipo dos pacientes com TEA pode 
variar muito, abrangendo desde indivíduos com deficiência intelectual (DI) 
grave e baixo desempenho em habilidades comportamentais adaptativas, até 
indivíduos com quociente de inteligência (QI) normal, que levam uma vida 
independente. Estes indivíduos também podem apresentar hiperatividade, 
distúrbios de sono e gastrintestinais, e epilepsia”. 
Segundo a CID-10, o autismo se constitui em transtorno global do 
desenvolvimento caracterizado por “um desenvolvimento anormal ou alterado, 
manifestado antes de três anos, apresentando uma perturbação característica 
do funcionamento nas interações sociais, comunicação, comportamento 
focalizado e repetitivo, acompanhado normalmente de outras manifestações 
inespecíficas como fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de 
birra ou agressividade (autoagressividade)”. Segundo a Secretaria de 
Educação Especial do MEC, o autismo pode ser compreendido como “um 
transtorno do desenvolvimento caracterizado, de maneira geral, por problemas 
nas áreas de comunicação e interação bem como padrões restritos, repetitivos 
e estereotipados de comportamento, interesses e atividades”. 
Segundo o DEE/Paraná, “Leo Kanner, psiquiatra austríaco, residente 
nos Estados Unidos, descreveu em 1940, o autismo, após observação de 11 
crianças, resultando na escrita do artigo Distúrbios Austísticos de Contato 
Afetivo (Autistic Disturbances of Affetive Contact, 1943). Seu estudo 
fundamentou-se nos comportamentos estranhos e peculiares apresentados 
pelas crianças, caracterizados por estereotipias (repetição de gestos) e por 
outros sintomas aliados a uma imensa dificuldade no estabelecimento de 
relações interpessoais”. 
Assim, Kanner (1943) definiu o autismo como um distúrbio infantil 
caracterizado por inabilidade inata de relacionar-se afetivamente com outras 
pessoas, apresentando uma minuciosa descrição desse transtorno 
(KAJIHARA, 2014, p.20). 
“O desejo obsessivo de isolamento e de manutenção da uniformidade 
explicava uma série de comportamentos do autista. Segundo os pais das 
crianças observadas, os filhos ficavam mais satisfeitos quando deixados 
sozinhos do que quando em companhia de outras pessoas, não interagiam e 
permaneciam completamente absortos em si mesmos, não tinham 
desenvolvido uma consciência social e agiam como se estivessem 
hipnotizados. Eles ignoravam contato físico direto, o movimento ou barulho que 
ameaçasse interromper seu isolamento, ou demonstravam aflição ao sofrerem 
interferência externa (kanner,1943)”. Segundo o DEE/Paraná. 
“É importante saber que o campo científico demonstrou um interesse 
crescente pelo autismo nos anos 1970 e 1980, já que esse interesse viabilizou 
o desenvolvimento de pesquisas tanto nos campos neurológicos e cognitivo, 
quanto psicanalítico. O empenho de encontrar um quadro nosográfico 
(descritivo) adequado ao autismo e os espectros correlatos mostrava-se tanto 
na França quanto em outros países, ensejando grandes debates acerca da 
natureza e da definição indiscutível de cada um deles”. (DEE/Paraná) 
De acordo com o DEE/Paraná, “as pesquisas realizadas sobre o 
autismo até a década de 1970 não conseguiram explicar os sintomas do 
transtorno, principalmente as dificuldades de relacionamento social. Quanto 
maior for o aprofundamento de uma pesquisa, mais próximos estamos de 
constatar uma forma de tratamento específico. A emergência de buscar as 
estruturas comprometidas, bem como as alterações ocorridas nestas, tem 
como objetivo encontrar as causas e poder solucioná-las, ou buscar um 
tratamento que seja eficaz. Assim, uma sucessão de estudos a respeito de 
fatores neurológicos (CHAROAVOIGNE, 2003), bem como fatores genéticos 
(BAILEY et al., 1995; GILLBERG, 1990), vem ganhando espaço, apoio e 
aceitação. Como exemplo pode-se citar as pesquisas relacionadas aos 
cromossomos 2,7,15 com o quadro clínico do autismo (ASHLEY – KOOH, 
1999; TALEBIZADEH et al., 2002)”. 
Segundo o DEE/Paraná, “ainda que os campos da Psicologia, 
Psicanálise, Neuropsicologia e Genética tenham trazidos enormes 
contribuições, não há uma resposta definitiva quanto a sua etiologia. O 
diagnóstico realizado por especialistas é disfarçado em critérios 
comportamentais, ou seja, distúrbios na interação social, comunicação e 
padrões restritos de comportamento e interesse. Ainda, para um completo 
diagnóstico, é necessário que haja desenvolvimento anormal nos três primeiros 
anos de vida, em pelo menos um dos seguintes aspectos: social, linguagem, 
comunicação ou brincadeiras simbólicas”. 
Gustavo Teixeira (2016) define o autismo como uma síndrome de início 
precoce caracterizada por alterações marcantes no desenvolvimento da 
linguagem e da interação social. Esse autor aponta para o fato de haver a 
presença de comportamentos estereotipados e repetitivos,rituais, alterações 
sensoriais e interesses restritos. Ainda que todos os diagnósticos apresentem 
esses sintomas, o quadro clínico apresenta níveis de severidade muito 
distintos. 
Teixeira (2006) salienta que, com relação aos bebês com autismo, esses 
apresentam grande déficit no comportamento social, mostram-se pouco 
interessados na voz humana e não assumem a postura antecipatória como 
colocar seus braços à frente para serem levantados pelos pais. Quando 
crianças, não brincam com outras crianças, tampouco demonstram interesses 
por jogar atividades em grupo; podem ter tendências como cheirar e lamber 
objetos ou ainda bater palmas e mover a cabeça e tronco para frente e para 
trás. Os autistas adolescentes podem adquirir sintomas obsessivos (como 
ideias de contaminação) e apresentar, também, comportamentos ritualísticos 
como repetição de perguntas, entre outros. 
O professor precisa saber que, em relação ao aspecto comportamental, 
em geral, estudantes com esse diagnóstico apresentam intolerância frente às 
mudanças de rotina, expressando-se com reações de oposição. A dificuldade 
em lidar com sentimentos e expressá-los é observada nas mudanças de humor 
sem causa aparente e acessos de agressividade. Diferentemente da maioria 
das crianças, que diante de novos conhecimentos e em explorar o meio, com 
essas crianças são comuns os comportamentos estereotipados. Com interesse 
limitado diante do novo, repetitivos em, ações, gestos e falas (MERCADANTE, 
2006). 
Conforme os critérios do DSM-V (2013), os sujeitos com 
Transtorno do Espectro Autista devem manifestar sintomas desde a infância, 
mesmo que ainda não sejam identificados nesta faixa etária. Essa possibilidade 
permite que os sujeitos, cujos sintomas não tenham sido plenamente 
identificados até a idade das demandas sociais, tenham condições de receber 
diagnóstico, mesmo que tardio. 
 
 
SÍNDROME DE ASPERGER 
 
Segundo o DEE/Paraná, “após os estudos de Kanner (1943), o médico 
vienense Hans Asperger (1944) descreveu o caso de crianças atendidas na 
Clínica Psiquiátrica Universitária de Viena. Asperger desconhecia o trabalho de 
Kanner e constatou o autismo de forma independente. Suas observações 
foram publicadas em alemão, no ano 1944, sob o título A psicopatia autista na 
infância, não sendo traduzida para outro idioma, o que, provavelmente, 
contribuiu para prolongar o período de desconhecimento a respeito de seus 
estudos, até a década de 1980”. 
“A Síndrome de Asperger ou Transtorno de Asperger leva o sobrenome 
do pediatra austríaco Hans Asperger, que estudou e descreveu crianças com 
características semelhantes às de autistas, porém, com alta funcionalidade. Por 
isso a síndrome faz parte dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Entre 
as principais habilidades estão a capacidade de raciocínio memória muito 
acima da média. Pessoas com Asperger são capazes de decorar horários e 
linhas de ônibus, listas telefônicas, datas históricas ou informações que 
julguem importantes enfim, uma série de informações que outras pessoas não 
conseguem”. (DEE/Paraná) 
De acordo com o DEEE/Paraná, “os estudos de Asperger eram 
conhecidos nos países onde o idioma alemão predominava, e somente na 
década de 1970 foram feitas as primeiras aproximações com o trabalho de 
Kanner, especialmente por pesquisadores holandeses, como Van Krelen, que 
tinha domínio dos idiomas inglês e alemão. As iniciativas de comparar as duas 
condições foram difíceis, devido às diferenças dos pacientes descritos - Kanner 
estudou pacientes mais jovens e que apresentavam maior prejuízo cognitivo”. 
 
O DEE/Paraná afirma que “mesmo a Síndrome de Asperger sendo 
considerada de alto funcionamento; ainda assim, trata-se de uma condição 
neurológica do espectro autista caracterizada por dificuldades significativas na 
interação social e comunicação não-verbal, além de padrões de 
comportamento repetitivos e interesses restritos. As principais diferenças ficam 
no desenvolvimento típico da linguagem e cognição. Apesar de não ser uma 
característica padrão, possuir um andar desajeitado e uma linguagem 
excêntrica também caracterizam quem tem a Síndrome. Com a nova 
atualização da DMS-5 de 2013 a nomenclatura de Síndrome de Asperger foi 
eliminada e passou a incorporar aos demais Transtornos do Espectro Autista 
(TEA), porém de grau leve”. 
De acordo como DEE/Paraná, “Hans Asperger faleceu em 1980, antes 
de seu estudo ficar internacionalmente reconhecido. Um dos principais motivos 
teria sido a dificuldade dos cientistas e pesquisadores mundo a fora de 
compreender suas publicações em alemão, além do fato de muitos de seus 
artigos terem sido perdidos ou destruídos durante a Segunda Guerra Mundial. 
Tentativas de codificar os escritos de Asperger em uma definição categorial da 
condição foram realizadas por alguns pesquisadores influentes na Europa e na 
América do Norte. A psiquiatra Lorna Wing (1981) publicou um estudo 
sistematizando o quadro clínico, chamando-o de Síndrome de Asperger. No 
entanto, nenhuma definição consensual se revelou até o advento da 
Classificação Internacional de Doenças (CID–10) e do Diagnóstico e Estatístico 
de Transtorno Mental (DSM-IV- 1994). A Síndrome de Asperger é classificada 
como um transtorno invasivo de desenvolvimento. Crianças com esta síndrome 
podem ter inteligência normal e tipicamente apresentam inteligência verbal 
maior que a não verbal. Embora as habilidades verbais dessas crianças não 
apresentem os prejuízos encontrados nas crianças autistas, eles 
frequentemente apresentam profundas dificuldades sociais e de semântica”. 
TEIXEIRA (2006) afirma que embora o desenvolvimento inicial da 
criança pareça normal, contudo, no decorrer dos anos seu discurso se torna 
diferente, monótono, peculiar e há, com frequência, a presença de 
preocupações obsessivas. É um transtorno de múltiplas funções do psiquismo, 
com afetação principal nas áreas do relacionamento interpessoal e da 
comunicação, embora a fala seja relativamente normal. 
Segundo o DEE/Paraná, “a interação da criança com Síndrome de 
Asperger com outras crianças se torna difícil, pois demonstra pouca empatia e 
apresenta comportamento excêntrico; sua vestimenta pode se apresentar 
estranhamente alinhada e a dificuldade de socialização pode torna-la solitária. 
É inflexível, ou seja, tem dificuldades de lidar com mudanças. É 
emocionalmente vulnerável e instável, ingênua e eminentemente carente de 
senso comum. Há prejuízo na coordenação motora e na percepção 
visoespacial. Frequentemente apresenta interesses peculiares, em 
determinadas áreas do conhecimento, podendo passar horas assistindo ou 
estudando exaustivamente sobre temas ou assuntos preferidos, como 
dinossauros, Egito, carros, aviões, mapas de ruas, planetas, missões 
espaciais, entre outros”. 
 
 
SÍNDROME DE RETT 
 
Segundo o DEE/Paraná, “a síndrome de Rett é um Transtorno Goblal do 
desenvolvimento e uma das principais causas de deficiência múltipla em 
meninas”. 
“A Síndrome de Rett é conhecida como transtorno invasivo do 
desenvolvimento. Conforme Ferrari (2012), a expressão Transtornos Invasivos 
do Desenvolvimento agrega um conjunto de problemas do desenvolvimento 
das funções psicológicas, geralmente aquelas envolvidas na apropriação de 
aptidões para as relações sociais e para a utilização da linguagem. 
A Síndrome de Relt é uma desordem genética ligada ao cromossomo X 
dominante e por mutações das proteínas metil-CpG-binding2 (MecP2), onde 
ocorre uma progressiva deterioração neuromotora severa. Ela afeta cerca de 
1:10.000 nascimentos vivos do sexo feminino, com óbito no sexo masculino. 
Está entre uma das principais síndromes de desenvolvimento, levando a 
deficiência intelectual”. (DEE/Paraná) 
Em 1954, Andreas Rett, um neurologista pediátrico, em Viena, 
identificou os traços característicos da síndrome. Andreas Rett realizou 
pesquisas em meninas que demonstraram comportamentosautistas, apraxia 
da marcha, movimentos estereotipados das mãos e perda da expressão facial. 
Segundo o DEE/Paraná, “no Brasil, os cinco primeiros casos de meninas 
com Síndrome de Rett foram identificados em 1987, onde começou a chamar a 
atenção para a incidência dessa síndrome no país, estabelecendo uma 
comparação com EUA, Japão e Europa, onde as pesquisas já estavam sendo 
realizadas”. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a Síndrome de Rett 
como sendo um dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, pelos critérios 
da CID-10 (Classificação Internacional de Doenças). A Síndrome de Rett está 
incluída no grupo F84, caracterizados por transtornos das interações sociais 
recíprocas, alterações nas modalidades de comunicação, repertório de 
interesses, atividades restritas, estereotipadas e repetitivas. 
Segundo o DEE/Paraná, “a Síndrome de Rett é uma deficiência 
neurológica provocada por uma mutação genética que atinge, na maioria dos 
casos crianças do sexo feminino. Caracteriza pela perda progressiva de 
funções neurológicas e motoras após meses de desenvolvimento 
aparentemente normal – em geral, até os 18 meses de vida. Após esse 
período, as habilidades de fala, capacidade de andar e o controle do uso das 
mãos começam a regredir, sendo substituídos por movimentos estereotipados, 
involuntários ou repetitivos. Palavras aprendidas também são esquecidas, 
levando a uma crescente interrupção do contato social. A comunicação para 
essas meninas gradativamente se dá apenas pelo olhar”. 
Apesar de ser habitual afirmar-se que as meninas com Síndrome de Rett 
são normais ao nascimento e demonstram um desenvolvimento normal até os 
seis ou dezoito meses de idade, sabe-se hoje que em grande parte dos casos, 
senão em todos, há na verdade um atraso no desenvolvimento motor com 
hipotonia muscular e prejuízo no engatinhar, que são sinais iniciais. 
A Síndrome de Rett é uma das causas mais frequentes de deficiência 
múltipla severa no sexo feminino. 
TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA (PSICOSE INFANTIL) 
 
Segundo o DEE/Paraná, “o Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI) 
foi inicialmente retratado por Theodore Heller, educador austríaco, em 1908. 
Heller explicitou o caso de seis crianças que, após um desenvolvimento 
aparentemente normal nos quatro primeiros anos de vida, apresentaram uma 
grave perda das habilidades de interação social e comunicação”. 
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais 
(DSM-IV), da Associação Americana de Psiquiatria (1994), o Transtorno 
Desintegrativo da Infância é também conhecido como Síndrome de Heller, 
demência infantil ou psicose desintegrativa. A Política Nacional da Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva PNEE – PEI (2008) usa a 
nomenclatura Transtorno Desintegrativo da Infância (psicoses) ao se referir ao 
público-alvo do Atendimento Educacional Especializado (AEE). 
“A definição sobre psicose, apresentada pelo DSM-IV, é entendida como 
uma perda dos limites do ego ou um amplo prejuízo no teste da realidade. O 
termo psicose refere-se a delírios, quaisquer alucinações proeminentes, 
discurso desorganizado ou catatônico”.(DEE/Paraná) 
O DEE/Paraná afirma que: “a psicose pode ser definida como uma 
desordem mental na qual ocorre um comprometimento do pensamento, da 
capacidade de perceber a realidade sem distorções e do relacionamento 
interpessoal (SADOCK, 2000). Existem muitos conceitos diferentes para o 
termo psicose, tais como perda do contato com a realidade de forma 
temporária ou definitiva; perturbação psíquica grave (podendo gerar uma 
desintegração das estruturas da personalidade); e personalidade que se 
fragmenta (ASSUMPÇÃO, 1993; TENGAN; MAIA, 2004)”. 
“Não se pode negar a legitimidade do DSM-IV, porém é válido 
acrescentar a importante contribuição da psicanálise no entendimento do 
campo psíquico. Ao passo que o diagnóstico psiquiátrico é realizado pela 
observação e classificação dos sintomas, o diagnóstico na psicanálise é 
desencadeado por hipóteses que se constroem durante o processo 
psicanalítico, sendo os sintomas lidos e traduzidos. Esses sintomas, para a 
medicina, podem significar uma doença orgânica, para os psicanalistas é a 
expressão de um conflito inconsciente (LIMA,2000). ¨Para a psicanálise, a 
causalidade no campo acarretado é diferente para cada um dos sujeitos, 
mesmo sendo um evento igual (KUPFER; VOLTOLINI, 2008, p.96). A 
psicanálise particulariza a escuta e a compreensão do sujeito, numa situação 
transferencial”. (DEE/Paraná) 
Segundo a instituição DEE/Paraná, “um dos quadros clínicos com 
alucinações e delírios é a esquizofrenia. A esquizofrenia tem como 
característica o embotamento afetivo, podendo levar a distorções do 
pensamento, na percepção e nas emoções. As estatísticas evidenciam que o 
transtorno atinge cerca de 1% da população; normalmente, a idade inicial é a 
faixa etária adulto-jovem, entre 15 e 30 anos de idade (MCCLELLAN, 2000). 
Pode ocorrer em idade inferior a 17-18 anos, conhecida como esquizofrenia 
precoce, e a de início muito precoce, antes dos 13 anos de idade. Os sintomas 
e as características classificatórias da patologia necessitam de observação e 
análise da interação social e do conteúdo dos pensamentos, o que deixa o 
diagnóstico incomum na infância, sendo extremamente inusitados os relatos de 
incidência em idade inferior a cinco anos (MCKENNA; GORDO; RAPAPORT, 
1994; HOLLIS, 2000)”. 
De acordo como DEE/Paraná, “os sujeitos com psicose apresentam 
como sintoma a dificuldade para se afastar da mãe e de compreensão de 
gestos e linguagens, alterações significativas na forma do conteúdo do 
discurso, repetição de palavras e/ou frases ouvidas, ou utilização estereotipada 
de formas verbais, sendo usual a inversão pronominal, referindo-se a si mesma 
na terceira pessoa do singular ou usando seu próprio nome, e ainda conduta 
social embaraçosa (AJURIAGUERRA; MARCELLI, 1991”. 
 
 
TRANSTORNO INVASIVO DO DESENVOLVIMENTO-SEM OUTRA 
ESPECIFICAÇÃO 
Segundo o DEE/Paraná, “os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento 
são um grupo de transtornos caracterizados por importante atraso no 
desenvolvimento, em diferentes áreas de funcionamento, incluindo a 
socialização, comunicação e relacionamento interpessoal”. 
“O Transtorno Invasivo do Desenvolvimento – sem outra especificação é 
composto por um grupo heterogêneo de crianças com tendências a apresentar 
comportamento inflexível, intolerância à mudança e explosão de raiva e birra 
quando submetidas às exigências do ambiente ou até mesmo às mudanças de 
rotina”, segundo o DEE/Paraná. 
Essa categoria diagnóstica é utilizada (DSM-IV) quando há prejuízo 
severo e invasivo no desenvolvimento da interação social e são excluídas as 
hipóteses de autismo, Síndrome de Asperger e Psicose Infantil. 
 
 
NOVOS DELINEAMENTOS 
 
Segundo o DEE/Paraná, “é de extrema importância fazer algumas 
considerações sobre a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais – DSM-V (2014). Houveram algumas modificações 
relevantes à denominação de quadros clínicos anteriormente associados à 
área dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Transtornos antes 
chamados de autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, 
autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do 
desenvolvimento sem outra especificação, transtorno desintegrativo da infância 
e síndrome de Asperger são englobados pelo termo Transtorno do Espectro 
Autista. Por conseguinte, estudantes com diagnóstico de síndrome de 
Asperger, atualmente, receberiam o diagnóstico de Transtorno do Espectro 
autista sem comprometimento linguístico ou intelectual”. 
 
 
“É significativo ressaltar que na edição do DSM-V foi suprimida a classificação 
por subtipos e proposta a categoria diagnóstica do Transtorno do Espectro do 
Autismo, pois a comunidade científica considerou que o transtorno autista,o 
transtorno de Asperger e o transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra 
especificação não são desordens distintas, mas parte de um transtorno único e 
contínuo, de médio a severo prejuízo, nos domínios da comunicação e dos 
comportamentos/interesses restritos e repetitivos (KAJIHARA, 2014, p. 25)”. De 
acordo como DEE/Paraná. 
 
Para finalizar, é necessário reforçar que esses novos delineamentos 
dados pelo DSM-V não foram integralmente adotados na Política Especial na 
Perspectiva da Educação Inclusiva. É possível reconhecer menções acerca do 
assunto por meio do Decreto n.° 8.368, de 02 de dezembro de 2014, e na Nota 
Técnica n.°20, de 18 de março de 2015, onde o Ministério da Educação (MEC) 
orienta para as necessidades educacionais especiais de estudantes com 
Transtorno do Espectro Autista (TEA). É possível observar que ao utilizar a 
nomenclatura TEA, o MEC assume “oficialmente” o conhecimento da 
substituição do termo “autismo”. (DEE/Paraná). 
FERRARI, P. Autismo Infantil – o que é e como tratar. São Paulo: Paulinas, 
2012. 
 
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