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Sistematização da Assistência de Enfermagem em Unidades Neonatais e Pediátricas

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Sistematização da
Assistência de
Enfermagem em
Unidades
Neonatais e
Pediátricas
Autora 
Ana Virgina Alves Teodoro 
Apresentação
O enfermeiro assume um papel cada vez mais importante e decisivo no cuidado neonatal e
pediátrico. Este curso pauta as principais questões que permeiam a assistência ao público
neonatal e pediátrico, e dá subsídios ao enfermeiro para atender esse público. Para promover o
cuidado eficiente, humanizado e de qualidade, a equipe de enfermagem deve utilizar o Processo
de Enfermagem (PE) que consiste em cinco etapas: histórico de enfermagem, diagnóstico de
enfermagem, planejamento, implementação e avaliação de maneira organizada e sistemática.
Para atuar na Unidade Neonatal e Pediátrica o enfermeiro deve ter habilidades técnicas e
capacidade de realizar avaliações particularmente criteriosas, associadas ao conhecimento
científico, uma vez que são pacientes críticos e dependentes do cuidados especiais. Dessa
forma, o profissional deve ser capaz de detectar as necessidades desse público e atendê-las
segundo o grau de prioridade estabelecido no planejamento.
A assistência de enfermagem ao neonato e lactente constitui um processo complexo, que
necessita de avaliação minuciosa e progressiva para determinar sua efetividade em ações de
enfermagem de maneira sistematizada, holística e centrada.
Ao longo do curso será possível compreender que o PE é um elemento necessário para assegurar
ao enfermeiro e sua equipe uma forma sistemática de cuidar. Para sua realização, faz-se
necessário obter informações sobre o paciente, com a finalidade de efetivar e direcionar a
assistência ao público específico. As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) têm sido
utilizadas como um caminho para apoiar o desenvolvimento do PE, pois permite integrá-lo em
uma estrutura lógica de dados, informação e conhecimento para a tomada de decisão do
cuidado de enfermagem.
Sistematização da
Assistência de Enfermagem
Videoaula - Sistematização da assistência de enfermagem prestada
ao recém-nascido e lactente
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/471239523] .
UNIDADE 1
Objetivos:
Ao estudar esta unidade, o estudante será capaz de identificar que a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) possibilita a organização
da assistência, proporciona maior autonomia para o profissional e dá suporte
seguro por meio de anotações no prontuário. Isso garante o seguimento
multidisciplinar além de promover maior sobrevida à criança na unidade de
internação.
https://player.vimeo.com/video/471239523
Sistematização da Assistência de Enfermagem prestada ao
recém-nascido e lactente1
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é embasada no Processo de Enfermagem
(PE) e fundamenta-se em uma metodologia de organização, elaboração e aplicação do grupo de
trabalho no período em que se prestam cuidados de enfermagem. A aplicação da SAE traz
particularidades de forma direcionada, rápida e de qualidade que beneficiam o paciente com
assistência qualificada, além de proporcionar segurança ao enfermeiro em suas condutas
prestadas no setor. Isso otimiza o trabalho do profissional, tornando possível direcionar as
atividades diárias da SAE para proporcionar maior resolutividade para o paciente.
Desde 1986, o planejamento do cuidado passou a ser de responsabilidade do enfermeiro. O
planejamento, a aplicação e a execução cabem exclusivamente ao profissional de enfermagem
segundo a Lei nº 7.498/1986. O termo Processo de Enfermagem foi pronunciado pela primeira
vez por Lidia Hall. Lidia declarou que a enfermagem é construída sobre quatro pilares: “pelo
paciente, enfermagem ao paciente, com o paciente e para o paciente” (ROSA, 2016).
Figura 1 – Etapas da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE).
Fonte: freepik/freepik.com
A prática da SAE nas unidades neonatais e pediátricas é de suma importância, pois não se trata
apenas de manter a criança viva, exige-se que o enfermeiro tenha ações planejadas conforme a
necessidade de cada paciente (RESENDE; SANTOS; MEDEIROS, 2016).
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/01.png
Há diferença entre SAE e PE. A SAE é um conjunto de ferramentas que instrumentaliza o
enfermeiro a fim de garantir a biossegurança e a continuidade do cuidado nos 3 (três) níveis de
atenção à saúde: primário, secundário e terciário; já o PE é uma metodologia que direciona a
assistência individual. A SAE e o PE têm relação mútua, apesar de suas particularidades e
conceitos operantes, pois com eles é possível planejar e mensurar a prática de enfermagem de
forma a melhorá-la e garantir a continuidade do trabalho (OLIVEIRA, 2015).
Videoaula - Teoria de enfermagem e processo de enfermagem
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/471239800] .
O modelo mais conhecido no Brasil de implantação do PE é o modelo conceituado por Wanda de
Aguiar Horta, baseado a partir da Teoria de Maslow, que consiste nas Necessidades Humanas
Básicas (NHB). O modelo foi criado a partir da inquietude da enfermagem para unir o
conhecimento científico, proporcionando autonomia e independência para quem pratica a
enfermagem (ROSA, 2016).
A NHB também é conhecida como Pirâmide de Maslow, que foi desenvolvida pelo psicólogo
norte-americano Abraham H. Maslow. Esta pirâmide separa as diferentes necessidades dos
Teoria das Necessidades Humanas Básicas1.1
https://player.vimeo.com/video/471239800
seres humanos de forma hierarquizada, ou seja, é o conjunto de condições necessárias para que
o indivíduo alcance satisfação profissional ou pessoal.
Figura 2 – Pirâmide de Maslow
Fonte: elaborado pela autora (2020) com base em buffaloboy/freepik.com
Videoaula - Fases do PE
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/471240282] .
A SAE é aplicada por meio do Processo de Enfermagem (PE), que compreende em cinco etapas
inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes, começando pelo histórico de enfermagem ou
coleta de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e, por fim, avaliação, cuja finalidade
Processo de Enfermagem1.2
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/02.png
https://player.vimeo.com/video/471240282
é organizar o trabalho da enfermagem quanto ao método e ferramentas que possibilitam a
aplicação do PE. Isso direciona a assistência e assegura ao enfermeiro e sua equipe uma forma
sistemática de cuidar (COFEN, 2009).
O Processo de Enfermagem, embora esteja dividido em etapas, não é desenvolvido de forma
isolada ou linear, e sim de forma inter-relacionada e concomitante.
A aplicação da SAE apresenta diversas vantagens para o cuidado com o paciente, pois o
profissional poderá alcançar as metas estabelecidas mais facilmente e também as avaliações
esperadas beneficiando a assistência prestada, contudo, além do referencial teórico, faz-se
necessário muito conhecimento científico da equipe, ou seja, grupos de discussões para maior
sensibilização dos profissionais para que entendam a importância da implementação da SAE e a
adapte de acordo com a realidade do serviço. Apesar de ainda existirem inúmeras dificuldades
em sua aplicação, trata-se de uma exigência legal que aumenta a qualidade da assistência
prestada. As razões dessa dificuldade dizem respeito à desvalorização da aplicação da SAE
pelos próprios profissionais, despreparo da equipe de enfermagem, falta de interesse e apoio da
instituição e falta de tempo dos profissionais (ROSA, 2016).
A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica é uma área altamente vulnerável, pois
atende pacientes graves ou potencialmente graves e que necessitam de cuidados especiais e
contínuos. Neste contexto, o planejamento e o desenvolvimento de intervenções de enfermagem
adequadas otimizam o processo de trabalho, proporcionam o registro padronizado dasinformações na instituição, o que facilita a comunicação entre a equipe de saúde e a melhoria da
qualidade da assistência. Para tanto, faz-se necessário que a equipe de enfermagem conheça
bem a melhor forma de atendimento aos pacientes.
Figura 3 – Processo de Enfermagem
Fonte: elaborada pela autora (2020)
Oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das
ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base para a avaliação dos resultados de
enfermagem alcançados. (COFEN, 2009, p. 2)
O Processo de Enfermagem, além de aumentar a autonomia do enfermeiro, também aumenta a
segurança dele no planejamento, execução e avaliação de condutas de enfermagem, como
individualização e visibilidade no setor.
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.png
O histórico de enfermagem é um roteiro sistematizado para coleta de dados que torna possível a
identificação, a análise e a avaliação de problemas de saúde que se manifestam em crianças. O
levantamento de dados se dá através de entrevistas ordenadas e sistemáticas, e deve incluir o
histórico de saúde, a família ou o grupo, dados sociais, culturais, ambientais e, até mesmo, como
foi a realização do pré-natal, ou se houve intercorrências durante o período gestacional da mãe
(OLIVEIRA, 2015).
Histórico de enfermagem  1.3
Figura 4 – Coleta de dados
Fonte: elaborado pela autora (2020)
A coleta de dados tem o objetivo de elencar os problemas reais ou potenciais do RN ou lactente
de maneira eficaz para se chegar ao plano de cuidados que supra todos os dilemas, ou a maior
parte deles, e também atue de forma preventiva. Esta é uma das etapas do Processo de
Enfermagem que exige mais dedicação.
É de suma importância que o enfermeiro tenha raciocínio crítico na hora de realizar a coleta de
dados, para que a tomada de decisões em relação às condições de saúde do cliente seja a mais
adequada possível, devendo ser utilizados, para uma coleta de dados mais completa, sua
experiência profissional, bem como o conhecimento cientifico (COFEN, 2009).
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/04.png
Figura 5 – Histórico de enfermagem
Fonte: jcomp/freepik.com
A coleta de dados é ampla, pois abrange muitas perguntas a serem feitas ao paciente para saber
de suas atividades no dia a dia, a fim de investigar como determinada situação começou, por
exemplo, um desconforto respiratório. Para complementar a coleta de dados, deve ser feito, em
seguida, o exame físico, que pode ser realizado em vários momentos, como na consulta diária de
enfermagem ou admissão, devendo ser realizado de forma completa (cefalocaudal). O exame
físico e a entrevista se completam (OLIVEIRA, 2015).
Com base nas informações coletadas são identificados os problemas e sintomas da criança, que
devem ser analisados para se chegar a um diagnóstico eficaz e logo avançar para o plano de
Figura 6 – Primeira etapa do Processo de Enfermagem
Fonte: elaborado pela autora (2020)
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/05.jpg
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/06.png
cuidado individualizado. A coleta de dados incompleta pode causar problemas, pois se o
diagnóstico não for preciso, todas as outras etapas terão problemas (ROSA, 2016).
O enfermeiro fará um julgamento clínico cuidadoso sobre as respostas do paciente, da família ou
da comunidade para então chegar ao diagnóstico de enfermagem (DE) adequado às
necessidades do indivíduo, da família ou do grupo e que sejam pertinentes à condição da criança
que está sendo avaliada.
Foi desenvolvida uma terminologia pensando em uma maneira de descrever os problemas de
saúde diagnosticados por enfermeiros, denominada NANDA-I. A NANDA-I é um sistema de
classificação que organiza os DEs com o objetivo de melhorar a compreensão dos problemas de
saúde, pois se preocupa em identificar o cenário saúde-doença do RN ou lactente internado,
ocasionando um cuidado integral e individualizado da equipe de enfermagem, com fundamento
científico para cada resposta da criança diante do problema que ela enfrenta (TANNURE, 2010).
A atual estrutura é multiaxial e composta por sete eixos: conceito, sujeito, julgamento,
localização, idade, tempo e situação do diagnóstico. Também é organizada com 217
diagnósticos em 13 domínios e 47 classes, sendo o sistema de classificação mais utilizado no
mundo. Além disso, tem como componentes estruturais: enunciado, fatores relacionados,
características definidoras, fatores de risco e definição do diagnóstico. A NANDA-I classifica,
além dos diagnósticos reais, os diagnósticos de risco, bem-estar e promoção da saúde (NANDA
2018-2020).
A segunda fase do PE é o diagnóstico, sendo reconhecido pela Resolução do COFEN nº
358/2009.
Diagnóstico de enfermagem1.3.1
[...] processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina
com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com
mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do
processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as
quais se objetiva alcançar os resultados esperados. (COFEN, 2009, p. 2)
É possível chegar a um problema maior e que necessite de uma equipe multidisciplinar, a qual
engloba profissionais de diversas áreas da saúde, como fisioterapeutas, médicos, assistente
social etc., tudo para garantir a qualidade assistencial.
O grau de dependência pode ser total ou parcial, chegando ao diagnóstico de enfermagem real
ou de risco (NANDA, 2020).
O diagnóstico de enfermagem torna-se relevante no dia a dia do enfermeiro, pois ampara toda a
assistência de enfermagem, levando em consideração as necessidades de cada criança, com um
vocabulário único que facilita a aplicação das ações certas, minimizando o erro dos profissionais
do setor (ROSA, 2016).
Contudo, a falta de conhecimento e a ausência de referencial teórico impossibilita muito o
parecer clínico, o que torna difícil, muitas vezes, desprender-se do modelo biomédico.
Figura 7 – Classificação de diagnóstico de acordo com a taxonomia Nanda-I
Fonte: elaborado pela autora (2020)
O diagnóstico de enfermagem real descreve respostas humanas a condições de saúde/processos
vitais que existem de fato em um indivíduo, uma família ou uma comunidade no momento presente.
Diagnóstico de enfermagem de risco descreve respostas humanas às condições de saúde que
podem desenvolver-se em um indivíduo, uma família ou uma comunidade vulnerável. Diagnóstico
de enfermagem de bem-estar descreve respostas humanas a níveis de bem-estar em um indivíduo,
uma família ou uma comunidade que têm potencial de aumento para um estado mais elevado.
Diagnóstico de enfermagem de promoção da saúde é o julgamento clínico de motivação e de desejo
de um indivíduo, família ou comunidade de aumentar o bem-estar e concretizar o potencial de
saúde humana. (TANNURE, 2010, p. 108)
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/07.png
Para consultar a Resolução COFEN 358/2009 na íntegra, acesse o site do COFEN: cofen.gov.br
[http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html] .
A terceira etapa do PE é o conhecimento como planejamento, ou seja, é o momento em que se
estabelecem objetivos e metas esperadas pelo enfermeiro para cada diagnóstico e de ações de
enfermagem, centrados na criança, com as prioridades estabelecidas em relação aos problemas
identificados, para cumprir os objetivos e estratégias necessários e garantir melhor resposta do
paciente (COREN, 2016).
Feita com base na priorização dos problemas já levantados na etapa da investigação, o
planejamento tem validade por 24 horas, e pode ser revisado e complementado durante esse
período. Deve ser adotada linguagem única e padronizada que enriqueça o processo de
comunicação para o planejamento da assistência (ROSA, 2016).
Os objetivos esperados devem ser bem claros, alémde bem definidos os diagnósticos, pois isso
facilita a correta intervenção do enfermeiro, sendo o objetivo diretamente relacionado ao
enunciado do diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos (OLIVEIRA, 2015).
Planejamento de enfermagem1.4
Itens necessários para a formulação de metas: ser claro e conciso; ficar centrado no paciente;
relacionar ao título do diagnóstico, ser alcançável, conter limite de tempo, ser mensurável.
Há vários sistemas de classificação. Com o objetivo de evitar erros foi criada uma linguagem de
enfermagem padronizada em diversos sistemas de classificação, conhecido como taxonomias, o
que contribuiu muito para o enfermeiro, pois proporciona autonomia diante da necessidade do
paciente (pessoa, família ou coletividade). Os mais conhecidos e utilizados são: Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE), Associação Norte Americana de Diagnóstico
de Enfermagem (NANDA-I), Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC), Classificação de
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html
Resultados de Enfermagem (NOC), Classificação de Cuidados Clínicos (CCC), e Sistema
Comunitário de Saúde de Omaha.
Quadro 1 – Taxonomias em enfermagem
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO ELEMENTOS DA PRÁTICA DE ENFERMAGEM
NANDA Diagnóstico de Enfermagem.
NOC Resultado de Enfermagem.
NIC Intervenções de Enfermagem.
CCC Diagnóstico, Resultado e Intervenções de Enfermagem.
OMAHA Diagnóstico, Resultado e Intervenções de Enfermagem.
CIPE Diagnóstico, Resultado e Intervenções de Enfermagem.
Fonte: elaborado pela autora (2020).
A partir do diagnóstico de enfermagem realizado pela enfermeira, a equipe inicia o tratamento
proposto com intervenções baseados em dados científicos, com ações de forma autônoma de
cuidado direto e indireto. A intervenção de cuidado direto abrange ações psicológicas e
fisiológicas, já a intervenção do cuidado indireto é o tratamento do paciente sem necessidade de
presença física (COFEN, 2009).
O êxito na implantação da SAE depende de elementos-chave como colaboração e interesse das
chefias de enfermagem, apoio além do preparo rigoroso, constante e sistemático dos
enfermeiros.
Chamamos de implementação a execução do plano de cuidados que resultará em benefício para
o paciente, devendo ser baseada na etapa de planejamento de enfermagem e complementada
com as informações da coleta de dados e diagnóstico da equipe. A implementação parte para
um plano de cuidados individualizado, possibilitando a qualidade do cuidado prestado, com toda
atenção, começando pela checagem do que foi realizado e anotar o que for necessário no
prontuário (COFEN, 2009).
Implementação de enfermagem1.5
Figura 8 – Itens necessários para a prescrição de enfermagem
Fonte: elaborado pela autora (2020)
Todas as prescrições de enfermagem devem ser escritas com o verbo no infinitivo e
obrigatoriamente conter algumas palavras como “quando”, “com que frequência”, “onde” etc. A
implementação da SAE no cuidado da unidade neonatal e pediátrica promove o encontro entre o
profissional de enfermagem e a família da criança. Desse encontro surgem novas compreensões
e interpretações que contribuem para o sucesso do cuidado e a superação da instabilidade
ocorrida durante a hospitalização (TANNURE, 2010).
Um importante aliado na padronização da aplicação do PE são os recursos tecnológicos, pois
isso ajuda a nortear as fases de cada processo e atende de forma ampla as necessidades de
cada criança com muita agilidade e segurança para o enfermeiro.
Vale ressaltar que as prescrições devem incluir a ação a ser realizada (os verbos deverão estar no
infinitivo), conter uma frase descritiva (por quanto tempo, como, quando, onde, o que, com que
frequência, ou quando). 
A avaliação, etapa final do PE, consiste em determinar se o problema de saúde melhorou após a
aplicação do PE. É um processo ininterrupto, realizado sempre que o enfermeiro implementar
uma intervenção. O profissional precisa fazer uma comparação de dados de antes da
implementação e após, para determinar se os resultados foram alcançados da forma esperada e
observando se há necessidade de mudanças.
Avaliação1.6
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/08.png
O enfermeiro deve estar baseado em um suporte teórico que o oriente a fazer a coleta de dados,
o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções
para que a avaliação dos resultados mostre que os objetivos de recuperação do paciente foram
alcançados.
Os requisitos necessários para implementação da SAE estão relacionados aos aspectos que
envolvem o ensino de enfermagem, a estrutura das organizações do trabalho, o conhecimento,
as habilidades e a prática do enfermeiro. Além disso, algumas condições prévias, como
educação continuada, recursos humanos e processo de mudança, são elementos que ajudam a
implantar a SAE nos serviços de saúde. Porém, é necessário que a escola de saúde e os serviços
se mobilizem para a construção diária das ações de saúde (RESENDE; SANTOS; MEDEIROS,
2016).
Processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa,
família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde-doença, para determinar
se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da
necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. (COFEN, 2009, p.
2)
Figura 9 – Etapas do processo de enfermagem
Fonte: elaborado pela autora (2020)
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/09.png
Recapitulando
Nesta unidade foi possível entender melhor o Processo de Enfermagem e suas etapas.
Entendemos que a aplicação do PE dá autonomia para o enfermeiro, permite que se
avalie melhor as condições de saúde do paciente, chegando a diagnósticos e
intervenções de enfermagem seguras, além de individualizar o cuidado nas Unidades
Neonatais e Pediátricas.
Exercícios de fixação
As Unidades de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica são ambientes para o cuidado de
pacientes delicados e críticos que exigem muito do enfermeiro. Para tal atuação é primordial que
o enfermeiro tenha:
Habilidades técnicas, pois puncionar é a prática mais importante na UTI.
Apenas capacidade de realizar exame físico minucioso.
Habilidades técnicas e particularmente criteriosas, associadas ao conhecimento científico.
Conhecimento apenas sobre parada cardíaca e medicações para neonatal e lactente.
Habilidades técnicas e humanizadas já que se trata de um ambiente com crianças.
Histórico de enfermagem ou coleta de dados é a primeira etapa do Processo de Enfermagem,
cuja finalidade é:
Conhecer a família da criança.
Identificar os problemas reais ou potenciais da criança.
Observar qual é o melhor membro do corpo para fazer a punção venosa.
Conhecer hábitos de sono.
Videoaula - O enfermeiro no processo de enfermagem
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/471241541] .
https://player.vimeo.com/video/471241541
Atuação do enfermeiro em
Unidade Neonatal e
Pediátrica
UNIDADE 2
Objetivos:
Nesta unidade será estudado como o enfermeiro gerencia toda a assistência em
Unidades Neonatais e Pediátricas, e como assume uma função estratégica para
ofertar atenção individualizada, qualificada e integral.
O enfermeiro no Processo de Enfermagem2
O enfermeiro é o profissional que conduz e gerencia todo o processo de assistência a ser
desenvolvido em relação ao paciente. No Brasil, a Sistematização da Assistência de Enfermagem é
uma atividade do gerente de enfermagem bem estabelecido na legislação, tanto na Lei 7498/86 que
regulamenta o exercício da enfermagem, quanto na Resolução 358/09, que dispõe sobre a SAE, e a
implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o
cuidado profissional de enfermagem. (OLIVEIRA, 2015)
A enfermagem e suas atividades auxiliares podem serexercidas apenas por pessoas legalmente
habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem (COREN) com jurisdição na área
onde ocorre o exercício.
As Unidades de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica constituem um ambiente terapêutico
apropriado para o tratamento do recém-nascido (RN) e lactente em estado grave. O papel do
enfermeiro é amplo. Vai desde atividades simples e pouco complexas, como controle dos sinais
vitais e banho, orientar e supervisionar a equipe de enfermagem, além de outros funcionários que
trabalham no mesmo ambiente (OLIVEIRA, 2015).
A utilização do PE na assistência ao neonato e lactante é muito importante, pois a assistência
qualificada não deve se limitar a garantir apenas a sobrevida do RN e lactente, mas também
consiste em uma metodologia de organização, planejamento e execução de ações pela equipe no
período em que se prestam cuidados de enfermagem conforme as necessidades do paciente
(PESSALACIA; SILVA; JESUS, 2012).
O enfermeiro e o médico têm autonomias interdependentes em sua rotina diária do assistir, o
enfermeiro pode ampliar seus limites e sugerir a mudança de intervenções terapêuticas. É de
suma importância dar assistência ao trabalho em equipe (NEVES; ARAÚJO; LACERDA, 2014).
Aplicação do Processo de Enfermagem na Unidade Neonatal e
Pediátrica2.1
O tratamento nas unidades é demorado. Muitos pacientes permanecem semanas, podendo
chegar a meses de terapia intensa, e os profissionais de enfermagem devem ser qualificados
para prestar assistência de maior qualidade e eficácia para crianças tão pequenas e delicadas
que necessitam não só de equipamentos de ponta, mas também de atenção e cuidados
qualificados de forma direcionada e individualizada (MOREIRA et al., 2012).
Nesta circunstância, a SAE é de extrema importância, pois direciona as intervenções conforme as
necessidades do paciente, além de simplificar a avaliação dos cuidados de enfermagem. A
aplicação da sistematização no cuidado ao lactente assegura qualidade na aplicação da
assistência aumentando a sobrevida e menor tempo da criança dentro da unidade de terapia
intensiva.
A troca de plantão é um recurso estratégico para a organização do cuidado da enfermagem
dando continuidade à assistência e obtenção de resultados efetivos para a resolução do
problema. É um processo de comunicação entre os profissionais e um meio de propagar um
saber operante, pois é muito importante conhecer a história clínica dos pacientes e saber
repassar os dados clínicos recentes como também algumas informações acerca da família.
Na prática assistencial de todos os setores de um hospital, o prontuário manual ou eletrônico é
um instrumento utilizado por toda equipe multidisciplinar, para que todas as informações do
plantão sejam anotadas. Como a enfermagem costuma ter mais contato com os pacientes,
observa-se mais registros, principalmente relacionados à alimentação oferecida, medicamentos,
sinais vitais, intercorrências, até mesmo o banho deve ser relatado de forma completa sem
esquecer da evolução diária por turno.
A Lei n. 7498/1986 regulamenta o exercício da enfermagem no planejamento, execução e
avaliação da programação de saúde e nos planos assistenciais, incluindo consulta de
enfermagem e obrigatoriedade de registro no conselho (COREN/COFEN). Disponível: cofen.gov.br
[http://www.cofen.gov.br/lei-n-749886-de-25-de-junho-de%201986_4161.html] .
As dificuldades para a realização da SAE concentram-se na escassez de tempo, escassez de
dados ou a realização incompleta do registro e recursos humanos. A não realização da SAE
Dificuldades na implementação da SAE pelos enfermeiros2.2
http://www.cofen.gov.br/lei-n-749886-de-25-de-junho-de%201986_4161.html
também ocorre em razão da falta de exigência no serviço e ausência de treinamento específico
(OLIVEIRA, 2015).
Portanto, as dificuldades para implementação da SAE circundam fatores conceituais, estruturais
e organizacionais. Os recursos humanos são os mais significativos para a operacionalização
desta ferramenta. Além disso, pode-se observar que as dificuldades para a realização da SAE
englobam fatores inerentes à própria estrutura, como a esfera de ensino-aprendizagem e o
cenário de prática assistencial. Essa evidência mostra um desafio para a enfermagem, pois pode
dificultar a assistência individualizada, voltada para as reais necessidades do recém-nascido
(VIEIRA, 2013).
Figura 10 – Implantação da SAE no serviço de enfermagem (parte I)
Fonte: elaborada pela autora (2020)
As barreiras para inserção da SAE nas unidades também englobam sentimento de
desvalorização da carreira e falta de prática do profissional de enfermagem. Muitas unidades não
possuem tecnologia suficiente, logo, os profissionais dividem seu tempo entre a assistência
diária e a confecção do manual do PE. A utilização de um sistema eletrônico pode auxiliar tanto
no planejamento quanto na orientação da implementação para facilitar o trabalho dos
profissionais, pois isso proporciona maior tempo para outras atividades no setor, sem falar que a
leitura e a interpretação ficam mais claras, afinal, nem todos têm uma escrita legível (ROSA,
2016).
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Figura 11 – Implantação da SAE no serviço de enfermagem (parte II)
Fonte: elaborada pela autora (2020)
Videoaula - Principais diagnósticos de enfermagem
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Após um levantamento bibliográfico sobre a temática abordada, foram selecionados os 15
principais diagnósticos e intervenções de enfermagem para os problemas enfrentados pelo
recém-nascido e lactente quando se encontra em cuidado intensivo durante sua estadia na UTI
neonatal e pediátrica, levando em consideração a teoria das necessidades humanas básicas de
Horta, os diagnósticos de enfermagem do NANDA I e artigos e manuais para intervenções de
enfermagem.
Domínio 2: Nutrição
Principais diagnósticos de enfermagem2.3
Diagnóstico: 12.3.1
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/11.png
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Classe 4: Metabolismo
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Risco de hiperbilirrubinemia neonatal – Suscetibilidade
ao acúmulo de bilirrubina não conjugada na circulação (menos de 15 mL/dL) que ocorre após 24
horas de vida e que pode comprometer a saúde.
PSICOBIOLÓGICAS: Cuidado corporal / integridade cutaneomucosa / integridade física.
PSICOSSOCIAIS: Segurança.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Atraso na eliminação do mecônio.
Lactentes com nutrição inadequada.
Padrão de alimentação deficiente.
Diabetes mellitus materno.
Idade ≤ 7 dias.
Incompatibilidade de grupo sanguíneo ABO.
Incompatibilidade de tipo sanguíneo entre a mãe e o lactente.
Lactente com baixo peso ao nascer.
Lactente prematuro.
Hematomas/equimoses durante o nascimento.
Hemorragia interna.
Infecção bacteriana.
Infecção pré-natal.
Infecção viral.
Lactente com deficiência enzimática
Lactente com mau funcionamento hepático.
Sepse.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Cuidados com a pele em todo período de internação.
2. Instalar fototerapia: recém-nascido.
3. Controle de balanço hídrico e monitoração hídrica das 24h.
4. Monitoração dos sinais vitais, controle do ambiente e regulação da temperatura a cada 6 horas.
(OLIVEIRA, 2015)
Domínio 3: Eliminação e troca.
Classe 2: Função Gastrintestinal.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Risco de desiquilíbrio eletrolítico.
Diagnóstico: 22.3.2
Suscetibilidade a mudanças nos níveis de eletrólitos séricos que pode comprometer a saúde.
PSICOBIOLÓGICAS: Hidratação / nutrição / eliminação / motilidade / integridade
cutaneomucosa.
PSICOSSOCIAIS: Aprendizagem / participação / atenção.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Conhecimento insuficiente sobre os fatores modificáveis
Diarreia.
Volume de líquidos deficiente.
Volume de líquidos excessivo.
Vômito.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Controle da diarreia.
2. Controle de distúrbios alimentares.3. Controle hidroeletrolítico.
4. Monitoração hídrica.
5. Reposição rápida de líquidos.
6. Controle de medicamentos.
7. Controle da náusea.
8. Registrar aceitação da dieta. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 3: Eliminação e troca.
Classe 2: Função gastrintestinal.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Constipação.
Diminuição na frequência normal de evacuação, acompanhada por eliminação difícil ou
incompleta de fezes e/ou eliminação de fezes excessivamente duras e secas.
Diagnóstico: 32.3.3
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Abdome distendido.
Dor abdominal.
Esforço para evacuar.
Fezes duras e formadas.
Frequência diminuída.
Macicez à percussão abdominal.
Massa abdominal palpável.
Ruídos intestinais hipoativos.
PSICOBIOLÓGICAS: Hidratação / nutrição / eliminação / motilidade / integridade
cutaneomucosa.
PSICOSSOCIAIS: Aprendizagem / participação / atenção.
Flatulência excessiva.
Desidratação.
Fraqueza dos músculos abdominais.
Hábitos alimentares inadequados.
Desequilíbrio eletrolítico.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Registrar frequência e características das eliminações.
2. Oferecer água filtrada.
3. Registrar aceitação da dieta.
4. Registrar queixas de dor e características.
5. Estimular deambulação.
6. Massagem abdominal.
7. Reposição rápida de líquidos.
8. Terapia nutricional.
9. Administrar medicamentos. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 3: Eliminação e troca.
Classe 4: Função respiratória.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Troca de gases prejudicada – Excesso ou déficit na
oxigenação e/ou na eliminação de dióxido de carbono na membrana alveolocapilar.
 Diagnóstico: 42.3.4
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Batimento de asa de nariz.
Cor da pele anormal (pálida escurecida).
Dióxido de carbono diminuído.
Dispneia.
Gases sanguíneos arteriais anormais.
Hipercapnia.
Hipoxemia.
Hipóxia.
Inquietação.
Irritabilidade.
Padrão respiratório anormal.
Perturbação visual.
pH arterial anormal.
Sonolência.
PSICOBIOLÓGICAS: Oxigenação / eliminação / sono e repouso / exercícios e atividades físicas.
PSICOSSOCIAIS: Segurança.
Taquicardia.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Manter vigilância constante.
2. Fornecer oxigênio suplementar.
3. Monitorar a administração e eficácia de oxigenoterapia.
4. Verificar sinais vitais 4/4h.
5. Atentar para mudança de coloração da pele, principalmente cianose de extremidades.
6. Promover repouso absoluto.
7. Avaliar nível de ansiedade.
8. Proporcionar conforto.
9. Evitar estimulação excessiva.
10. Umedecer o ar.
11. Elevar a cabeceira.
12. Aspirar vias aéreas. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 4: Atividade/repouso
Classe 1: Sono/repouso
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Distúrbio no padrão de sono – Despertares com tempo
limitado em razão de fatores externos.
Diagnóstico: 52.3.5
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Despertar não intencional.
Dificuldade para iniciar o sono.
Dificuldade para manter o sono.
Insatisfação com o sono.
Barreira ambiental.
Padrão de sono não restaurador.
Privacidade insuficiente.
Imobilização.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Controle do ambiente.
2. Redução da ansiedade.
3. Banho.
4. Massagem.
5. Administração de medicamentos.
PSICOBIOLÓGICAS: Sono e repouso / exercícios e atividades físicas.
PSICOSSOCIAIS: Segurança / atenção.
6. Musicoterapia.
7. Incentivar interação com a mãe.
8. Toque.
9. Método Canguru. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 7: Relações e papéis.
Classe 1: Papéis do cuidador.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Amamentação ineficaz –Dificuldade para oferecer o
leite das mamas, o que pode comprometer o estado nutricional do recém-nascido ou lactente.
PSICOBIOLÓGICAS: Hidratação / nutrição / regulação imunológica / regulação hidross.
PSICOSSOCIAIS: Aceitação / participação / aprendizagem.
Diagnóstico: 62.3.6
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Arqueamento do lactente quando na mama.
Ausência de resposta do lactente a outras medidas de conforto.
Ausência de ganho de peso do lactente.
Descontinuidade da sucção na mama.
Esvaziamento insuficiente de cada mama por amamentação.
Incapacidade do lactente de apreender a pegar região da aréola corretamente.
Perda de peso do lactente.
Processo de amamentação insatisfatório.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Controle hídrico.
2. Assistência na amamentação.
3. Promoção da integridade familiar.
4. Registrar peso.
5. Controle do ambiente.
6. Verificar temperatura.
7. Registrar aceitação da dieta.
8. Administrar dieta por gavagem. (OLIVEIRA, 2015)
Diagnóstico: 72.3.7
Domínio 7: Papéis e relacionamentos.
Classe 2: Relações familiares.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Risco de vínculo prejudicado – Suscetibilidade à
ruptura do processo interativo, entre pais ou pessoa significativa e a criança, que promove o
desenvolvimento de uma relação recíproca de proteção e cuidado.
PSICOBIOLÓGICAS: Cuidado corporal / terapêutica.
PSICOSSOCIAIS: Segurança / participação / aprendizagem / aceitação.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Fatores de risco: Abuso de substância.
Separação dos pais.
Ansiedade associada ao papel de pai/mãe.
Barreiras físicas.
Conflito do pai/mãe devido à organização comportamental alterada.
Falta de privacidade. Incapacidade dos pais de satisfazer às necessidades pessoais.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Identificação de risco.
2. Controle do ambiente: processo para estabelecimento de vínculo.
3. Promoção da paternidade/maternidade.
4. Redução da ansiedade.
5. Promoção de vínculo. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse.
Classe 3: Estresse neurocomportamental.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Risco de comportamento desorganizado do lactente –
Desintegração dos sistemas de funcionamento fisiológico e neurocomportamental.
Diagnóstico: 82.3.8
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Resposta prejudicada a estímulos sensoriais.
Função motora prejudicada do lactente.
Função neurológica imatura.
Prejuízo oral do lactente.
Procedimento invasivo.
Prejudicado.
PSICOBIOLÓGICAS: Cuidado corporal / ambiente / percepção auditiva / percepção dolorosa.
PSICOSSOCIAIS: Segurança.
Dessaturação do oxigênio.
Irritabilidade.
Choro irritável.
Ambiente físico inadequado.
Conhecimento insuficiente do cuidador sobre indicadores comportamentais.
Desnutrição do lactente.
Dor.
Baixa idade pós-concepção.
Exposição pré-natal a teratogênicos.
Prematuridade.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Cuidado com o desenvolvimento.
2. Controle do ambiente: processo para o estabelecimento de vínculo.
3. Monitoração neurológica.
4. Controle da dor.
5. Posicionamento.
6. Identificação de riscos.
7. Ensino: segurança do lactente. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 11: Segurança/proteção.
Classe 1: Infecção.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Risco de infecção – Suscetibilidade à invasão e
multiplicação de organismos patogênicos que podem comprometer a saúde.
Diagnóstico: 92.3.9
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Alteração na integridade da pele.
Desnutrição.
Estase de líquidos orgânicos.
Vacinação inadequada – aumento da exposição ambiental a patógenos.
Surtos.
Tecido traumatizado.
Diminuição de hemoglobina.
Leucopenia.
Resposta inflamatória suprimida.
Doença crônica.
PSICOBIOLÓGICAS: Cuidado corporal / oxigenação hidratação / nutrição / integridade
cutaneomucosa / regulação térmica / regulação eletrolítica / regulação imunológica /
terapêutica / ambiente.
PSICOSSOCIAIS: Segurança/aprendizagem / aceitação / participação.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Cuidados com o local de incisão após o banho.
2. Sinais vitais 4 em 4h.
3. Lavagem das mãos.
4. Verificar sinais flogísticos em acesso venoso periférico.
5. Supervisão diária da pele.
6. Controle de medicamentos administrados.
7. Terapia nutricional.
8. Realizar higiene corporal e oral.
9. Cuidados com o períneo.
10. Identificação de riscos. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 11: Segurança/proteção.
Classe 2: Lesão física.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Integridade da pele prejudicada – Epiderme e/ou
derme alteradas.
Diagnóstico: 102.3.10
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Alteração na integridade da pele.
Área localizada quente ao toque.
Dor aguda.
Hematoma.
Matéria estranha perfurando a pele.
Sangramento.
Vermelhidão.Destruição de camadas da pele.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Precauções circulatórias.
2. Controle do ambiente: segurança.
3. Controle hídrico.
4. Monitoração hídrica.
5. Controle de medicamentos.
6. Controle nutricional.
PSICOBIOLÓGICAS: Cuidado corporal / integridade cutaneomucosa / integridade física.
PSICOSSOCIAIS: Segurança.
7. Prevenção de úlceras de pressão.
8. Identificação de riscos. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 11: Segurança/proteção.
Classe 2: Lesão física.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Risco de sangramento – Suscetibilidade à redução no
volume de sangue que pode comprometer a saúde.
PSICOBIOLÓGICAS: Oxigenação / hidratação / nutrição / integridade cutaneomucosa / regulação
vascular.
PSICOSSOCIAIS: Segurança.
Diagnóstico: 112.3.11
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Regime de tratamento.
Trauma.
Conhecimento insuficiente sobre precauções de sangramento.
História de quedas.
Circuncisão.
Coagulação intravascular disseminada.
Coagulopatia inerente.
Complicação gestacional.
Complicação pós-parto.
Condição gastrintestinal.
Função hepática prejudicada.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Precauções contra sangramento.
2. Redução do sangramento: nasal.
3. Redução do sangramento: ferimento.
4. Controle do ambiente: segurança.
5. Prevenção contra quedas.
6. Cuidados com os locais de incisão.
7. Identificação de riscos.
8. Supervisão.
9. Mobilidade reduzida. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 11: Segurança/proteção.
Classe 2: Lesão física.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Risco de lesão – Suscetibilidade à lesão física por
condições ambientais que interagem com os recursos adaptativos e defensivos do indivíduo que
podem comprometer a saúde.
PSICOBIOLÓGICAS: Nutrição / exercícios e atividades físicas / ambiente / cuidado corporal /
regulação imunológica.
PSICOSSOCIAIS: Segurança / lazer.
Diagnóstico: 122.3.12
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Agente nosocomial.
Barreira física.
Conhecimento insuficiente sobre os fatores modificáveis.
Desnutrição.
Exposição a patógeno.
Exposição a substância química tóxica.
Fonte nutricional comprometida.
Modo inseguro de transporte.
Nível de imunização na comunidade.
Extremos de idade.
Mecanismos de defesa primários prejudicados.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Prevenção de úlceras de pressão.
2. Controle de alergias.
3. Precauções contra sangramento.
4. Controle de doenças transmissíveis.
5. Identificação de risco.
6. Prevenção contra quedas.
7. Controle de imunização/vacinação.
8. Controle de infecção.
9. Precauções contra convulsões.
10. Precauções contra hipertermia maligna.
11. Monitoração nutricional.
12. Prevenção de úlceras de pressão.
13. Mudança de decúbito. (OLIVEIRA, 2015)
Diagnóstico: 132.3.13
Domínio 12: Conforto.
Classe 1: Conforto físico.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Dor aguda – Experiência sensorial e emocional
desagradável associada à lesão tissular real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão
(International Association for the Study of Pain); início súbito ou lento, de intensidade leve a
intensa, com término antecipado ou previsível e com duração menor que 3 meses.
PSICOBIOLÓGICAS: Cuidado corporal / percepção dolorosa.
PSICOSSOCIAIS: Segurança / lazer / recreação.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Alteração no apetite.
Alteração no parâmetro fisiológico.
Autorrelato da intensidade usando escala padronizada da dor.
Comportamento de distração.
Comportamento expressivo.
Comportamento protetor.
Desesperança.
Diaforese.
Espasmo muscular que minimiza o movimento da área afetada.
Evidência de dor.
Expressão facial de dor.
Posição para aliviar a dor.
Pupilas dilatadas.
Representante relata comportamento de dor/alterações nas atividades.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Administração de analgésicos.
2. Aromaterapia.
3. Distração.
4. Massagem.
5. Redução da ansiedade.
6. Apoio emocional.
7. Controle do ambiente: conforto. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 11: Segurança/proteção.
Classe 2: Lesão física.
Diagnóstico: 142.3.14
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Risco de trauma vascular –Suscetibilidade a dano em
veia e tecidos ao redor relacionado à presença de cateter e/ou soluções infundidas que podem
comprometer a saúde.
PSICOBIOLÓGICAS: Cuidado corporal / integridade cutaneomucosa / percepção dolorosa /
mecânica corporal.
PSICOSSOCIAIS: Segurança.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Local de inserção disponível inadequado.
Tempo prolongado em que o cateter está no local.
Solução irritante.
Taxa de infusão rápida.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Avaliar o local de inserção.
2. Menor calibre possível.
3. Garantia de antissepsia e membro puncionado antes.
4. Manter o acesso permeável.
5. Comprimir o local de retirada do cateter venoso.
6. Realizar troca do cateter de infusão após 96 horas.
7. Observar sinais de hematoma, equimose, eritema de trajeto, edema, cacifo, endurado de trajeto.
8. Retirar acesso venoso na presença de dor, calor, irritação local, resistência à infusão. (OLIVEIRA, 2015)
Domínio 11: Segurança/proteção.
Classe 2: Lesão física.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM NANDA: Desobstrução ineficaz das vias aéreas – Incapacidade
de eliminar secreções ou obstruções do trato respiratório para manter a via aérea desobstruída.
Diagnóstico: 152.3.15
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS:
Alteração da frequência respiratória.
Ausência de tosse.
Cianose.
Infecção.
Dispneia.
Escarro em excesso.
Inquietação.
Olhos arregalados.
PSICOBIOLÓGICAS: Oxigenação / ambiente / eliminação.
PSICOSSOCIAIS: Segurança.
Ortopneia.
Ruídos adventícios.
Tosse ineficaz.
Secreções retidas.
Tabagismo.
Alergia em via aérea.
Asma.
Doença pulmonar obstrutiva crônica.
Espasmo de via aérea.
Hiperplasia das paredes dos brônquios.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
1. Controle de vias aéreas.
2. Estimulação à tosse.
3. Monitorização respiratória.
4. Aspiração de vias aéreas.
5. Elevar cabeceira.
6. Precauções contra aspiração.
7. Instilar soro fisiológico a 0,9% nas narinas.
8. Realizar nebulização com soro fisiológico a 0,9%. (OLIVEIRA, 2015)
Recapitulando
Ao final desta unidade observamos que a SAE potencializa a autonomia do enfermeiro,
não apenas no saber teórico, mas na atuação resolutiva em situações complexas e na
capacidade tomar decisões, além de direcionar todos os profissionais da enfermagem a
agir da mesma maneira e tornar o trabalho visível perante a equipe multiprofissional.
Exercícios de fixação
Mesmo com a resolução vigente, o enfermeiro ainda encontra muitas dificuldades na
implantação do Processo de Enfermagem, exceto por:
Escassez de recursos humanos.
Falta de roupa privativa e estetoscópio.
Escassez de tempo e dados incompletos do registro.
Fatores estruturais e organizacionais.
Falta de conhecimento.
Pela manhã, Luana, 3 anos, deu entrada na UTI neonatal com diagnóstico de anemia falciforme.
Foi realizada a coleta de informações sobre o estado atual de saúde, e também pregresso,
incluindo exames de imagem e laboratoriais, bem como exame físico. Após essa coleta, a
enfermeira responsável pela admissão deverá iniciar a segunda fase do Processo de
Enfermagem, onde ocorre a interpretação e o agrupamento dos dados coletados para a tomada
de decisão, denominada:
Histórico de enfermagem.
Consulta de enfermagem.
Diagnóstico de enfermagem.
Implementação.
Avaliação.
Videoaula - Humanização no atendimento ao recém-nascido e
lactente
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Humanização no
atendimento em Unidade
Neonatal e Pediátrica
UNIDADE 3
Objetivos:
Nesta unidade será possível perceber que a equipe de enfermagem é muito
importante na busca de medidas que minimizem o sofrimento e a dor da criança
e de sua família. Nesse sentido, será enfatizada a humanização do processo de
assistir o paciente por meio do reconhecimento e tratamento adequados dos
agentes estressores.
Humanização no atendimento ao recém-nascido e lactente3
A partir da Reforma Sanitária, que ocorreu no final da década de 1980, e a implantaçãodo SUS, o
cuidado com a humanização começou a se propagar pelo Brasil graças a movimentos populares
e a grupos de profissionais da saúde que protestavam por mais políticas públicas de saúde com
atendimento de qualidade e universal. A humanização no SUS atua com o princípio da
transversalidade, que visa estar presente em vários programas e políticas. Com isso, o contato
com a comunidade aumenta entre pessoas e grupos, sem hierarquia e de forma integral e
resolutiva.
As UTIs Neonatais e Pediátricas são exclusivas para ao atendimento de alto risco e, para tanto, é
fundamental a experiência profissional na área e o conhecimento científico, pois, apesar de
pequenos, os bebês internados requerem muita atenção durante os procedimentos, e mesmo as
atividades com menos complexidades, como o banho e a verificação de sinais vitais, é
necessário que o profissional tenha habilidade para evitar danos à saúde do bebê.
Portanto, enfatizamos a importância do acompanhamento e da atualização dos avanços
terapêuticos, tecnológicos e ambiência nesta área. Para que a assistência de enfermagem seja
de qualidade, é essencial respeitar todas necessidades fisiológicas do bebê ou lactente para um
bom prognóstico, como manter a temperatura corporal, a segurança, a higiene e o sono
(PESSALIA, 2012).
Figura 12 – Assistência humanizada na
UTI pediátrica
Fonte: rawpixel.com/freepik.com
A assistência individualizada também faz parte da humanização, entender que, embora as
crianças tenham complicações semelhantes, cada uma traz sua história de vida e suas
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necessidades individuais. Independentemente da taxa de sobrevida, devemos transmitir para os
pais e sua família toda a solidariedade possível, respeitando suas religiões e crenças.
O enfermeiro assume o papel de supervisor do cuidado e da assistência dentro da UTI e
desponta-se como estratégico para a oferta de atenção qualificada, humanizada e integral. O
objetivo da SAE é o cuidado individualizado, humano e pertinente às necessidades de cada
criança, sendo necessário o cuidado integral e que a criança não seja vista apenas como um
corpo adoecido, pois, embora os bebês sejam pequenos, eles têm suas necessidades
biopsicossocioespirituais e devem ser respeitadas (MARSKI et al., 2018) 
Para uma assistência de excelência ao RN e lactante é preciso muito trabalho em equipe, afinal
de contas quase todos os procedimentos trazem algum grau de complexidade e todos os
profissionais devem estar de acordo com o tratamento e as condutas. Outro trabalho em
conjunto, e não menos importante, é com os pais, pois isso é notório para a recuperação das
crianças internadas.
A enfermagem como agente facilitador no processo de
humanização3.1
Para se entregar à humanização é preciso seguir três principais pilares:
I – Relação enfermeiro e paciente.
II – Ambiente.
II – Dar importância aos dados coletados.
Esse cuidado proporciona o crescimento, o desenvolvimento e a recuperação de forma
satisfatória e contribui para diminuir os efeitos nocivos provocados pela hospitalização,
tornando os pais elementos ativos dentro do processo de humanização, além de contribuírem
para uma boa qualidade de sobrevida da criança. Tal atenção deve ser respeitosa e estimulada
pelos profissionais dia após dia, pois estimula o desenvolvimento neurocomportamental da
criança por meio do tato e do som da voz (BONUTTI; DARÉ; CASTRAL, 2017).
Figura 13 – Humanização na
assistência
Fonte: tritoks/istock.com
Assim, observamos que é grande a necessidade do cuidado direto do enfermeiro, visto a
particularidade dos cuidados a esta clientela, como o uso de ventilação mecânica, cateterismo
venoso central, medicações complexas e a instabilidade clínica. Além disso, são os enfermeiros
que estão continuamente ao lado dessas crianças, o que possibilita a aplicação da
Sistematização da Assistência de Enfermagem de forma contínua e sempre respeitando a
particularidade de cada uma, como posição preferida na hora de dormir.
Figura 14 – Assistência de enfermagem
direcionada e humanizada na UTI
neonatal
Fonte: kadmy/istock.com
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/13.jpg
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/14.jpg
Videoaula - A dor como fator de estresse
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Para um recém-nascido e lactente qualquer lugar longe do colo aconchegante dos pais torna-se
um ambiente hostil, as UTIs deveriam ser o setor mais tranquilo do hospital, porém não funciona
bem assim. Há barulho constante, luzes acesas por todos os lados, sono interrompido
constantemente, sem falar das inúmeras avaliações e procedimentos que acontecem
repetidamente e que são muitos dolorosos.
Nas UTIs neonatal e pediátrica as crianças podem passar, aproximadamente, por 50 a 130
manipulações diárias, algumas consideradas intervenções dolorosas. Os profissionais ainda
encontram muitas dificuldades para reconhecer a dor real das crianças, principalmente os
prematuros, pois apresentam menos expressões faciais de choro (BONUTTI; DARÉ; CASTRAL,
2017).
Com dois anos de idade, as crianças podem mencionar que sentem dor, mas não conseguem
mensurar sua intensidade. Na fase pré-escolar, elas exigem muita calma dos adultos para obter
informações sobre a dor. Mas dos quatro aos cinco anos elas podem utilizar certos métodos de
avaliação de intensidade de sua dor. Enfim, aos seis ou sete anos, as crianças podem usar
escalas verbais padronizadas designadas pelos adultos (BONUTTI; DARÉ; CASTRAL, 2017).
A dor como fator de estresse: abordagem humanizada3.2
https://player.vimeo.com/video/471243144
Ao dar banho e trocar o bebê, a mãe e a família demostram seu carinho por ele, além de estreitar
seus laços numa troca muito prazerosa. Esse contato é indispensável para o desenvolvimento
físico, emocional e social ao longo de toda infância.
As respostas fisiológicas à dor apresentadas pelos recém-nascidos são: alterações nas variáveis
cardiovasculares e a sudorese palmar, assim como alterações metabólicas, aumento da pressão
intracraniana, alterações endócrinas, rubor, diaforese, palidez, aumento do tônus muscular e
pupilas dilatadas. As crianças reagem à dor com respostas fisiológicas que propiciam ao
profissional observar parâmetros de forma mais fidedigna como, alterações de oximetria,
taquicardia, reflexo pupilar e sudorese (COSTA; CORDEIRO, 2016).
Os parâmetros fisiológicos parecem úteis para mensurar a dor na prática clínica, mas, em geral,
não podem ser usados sozinhos para decidir se a criança apresenta dor ou apenas medo. Para
que sejam minimizados os erros sobre a mensuração da dor é necessário que os profissionais
disponham de algumas escalas para auxiliar no entendimento a respeito da dor neonatal.
A principal escala de mensuração de dor que o enfermeiro dispõe na UTI é o Sistema de
Codificação Facial Neonatal (NFCS), que observa a presença de diferentes expressões faciais,
são elas: fonte saliente, fenda palpebral estreitada, boca estirada, boca aberta, protusão da
língua, língua tensa, sulco nasolabial aprofundado e tremor de queixo. Para cada item presente é
atribuído um ponto, e é considerado que a criança sente dor quando ela apresenta três ou mais
movimentos faciais notórios (COSTA; CORDEIRO, 2016).
Quadro 2 – Escala de dor NFCS
Movimento facial 0 Pontos 1 Ponto
Fronte saliente Ausente Presente
Fenda palpebral estreitada Ausente Presente
Sulco Nasolabial aprofundado Ausente Presente
Boca aberta Ausente Presente
Boca estirada
(horizontal/vertical)
Ausente Presente
Movimento facial 0 Pontos 1 Ponto
Língua tensa Ausente Presente
Tremor do queixo Ausente Presente
Fonte: fen.ufg.br [https://www.fen.ufg.br/revista/v11/n1/v11n1a08.htm] .
Outra escala também muito utilizada é Escala de Avaliação da Dor no Recém-Nascido (NIPS),
que observa cinco parâmetros comportamentaise um fisiológico, são eles: expressão facial,
choro, respiração, posição dos braços, posição das pernas e estado de consciência. Quando o
RN está entubado ocorrem algumas mudanças, pois não se avalia choro e a pontuação da
expressão facial é dobrada. E importante que esses parâmetros sejam avaliados antes, durante e
depois dos procedimentos invasivos agudos (COSTA; CORDEIRO, 2016).
Quadro 3 – Escala de classificação de dor NIPS
Indicador 0 ponto 1 ponto 2 pontos
Expressão facial Relaxada Contraída -
Choro Ausente Resmungos Vigoroso
Respiração Regular Diferente do basal -‘
Braços Relaxados Fletidos/estendidos -
Pernas Relaxadas Fletidas/estendidas -
Estado de alerta Dormindo e/ou calmo Agitado e/ou irritado -
Presença de dor: >3 pontos
Fonte: unisepe.com.br [http://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-
content/uploads/sites/10001/2018/09/090_MANEJO_DA_DOR_NO_REC%C3%89M_NASCIDO_EM_PROCEDIME
NTOS_INVASIVOS.pdf]
https://www.fen.ufg.br/revista/v11/n1/v11n1a08.htm
http://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/09/090_MANEJO_DA_DOR_NO_REC%C3%89M_NASCIDO_EM_PROCEDIMENTOS_INVASIVOS.pdf
Figura 15 – Sinais para classificação da dor no RN e lactente
Fonte: residenciapediatrica.com.br
[http://residenciapediatrica.com.br/detalhes/367/avaliacao%20e%20tratamento%20da%20dor%20no%20period
o%20neonatal]
Como o choro é algo fisiológico e comum dos bebês quando estão com medo, fome ou
molhados, não pode ser avaliado sozinho, pois não é seguro para mensurar a dor. Portanto, é
importante utilizar toda a escala, não apenas um item, e pode ser associado a outras escalas de
dor de acordo com a idade (BONUTTI; DARÉ; CASTRAL, 2017).
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/15.png
http://residenciapediatrica.com.br/detalhes/367/avaliacao%20e%20tratamento%20da%20dor%20no%20periodo%20neonatal
Videoaula - Intervenções farmacológicas e não farmacológicas para
alívio da dor
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[https://player.vimeo.com/video/471243743] .
O alívio da dor é um dos princípios básicos da Medicina, entretanto, a analgesia em pacientes
com dificuldades para verbalizar seus sentimentos e sensações é frequentemente ignorada. A
rede nervosa nociceptiva cutânea do recém-nascido é percebida a partir de 20 semanas de
gestação e é igual ou maior que de um adulto.
As intervenções farmacológicas têm o objetivo de aliviar a dor por meio de analgésicos não
opioides, lidocaína e sedativos. As medicações devem ser administradas antes da realização dos
procedimentos dolorosos, a fim de evitar estresse, e mesmo em procedimentos pequenos
podemos utilizar alguma dose de alívio do fármaco.
Intervenções farmacológicas e não farmacológicas para alívio da
dor3.3
https://player.vimeo.com/video/471243743
As intervenções não farmacológicas também são uma excelente escolha para diversos
procedimentos, inclusive os dolorosos. Uma das mais utilizadas é a solução de glicose a 25% por
via oral, alguns minutos antes de iniciar o procedimento. Esse tipo de intervenção pode não
diminuir a dor, mas evita movimentos agressivos, pois soluções glicosadas aumentam a
quantidade de endorfina endógena circulante no corpo (COSTA; CORDEIRO, 2016).
O contato pele a pele, sucção, voz dos pais e emprego de soluções adocicadas podem amenizar
significativamente a dor e o estresse do bebê durante procedimentos dolorosos (SANTOS;
ESCOBAR, 2015).
O ambiente também pode ser adaptado para reduzir os efeitos negativos com mudanças
simples, como a redução da manipulação, diminuir a iluminação que está em torno da criança ou
cobrir a incubadora com um pano, reduzir o excesso de ruídos de aparelhos ou conversas
paralelas dos profissionais.
Figura 16 – Realização de procedimento
doloroso de forma humanizada
Fonte: FatCamera/istock.com
Figura 17 – Lactente dormindo em
ambiente adaptado e confortável
Fonte: Alexey_Lesik/istock.com
A fim de minimizar o desconto e aumentar a segurança do RN dentro da incubadora é muito
comum a utilização do ninho feito com lençóis que mantêm os membros do bebê flexionados, o
que melhora a postura e tônus dele. Já para os lactentes é preciso criar espaços recreativos, que
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/16.jpg
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/17.jpg
servem não só para a recreação, mas também são ótimos para o desenvolvimento psicomotor,
social cognitivo e emocional da criança hospitalizada (COSTA; CORDEIRO, 2016).
A dor mal controlada causa sérios impactos além do âmbito físico, no caso da pediatria esses
impactos vão além de atingir apenas a criança, atingindo diretamente seus familiares e para os
profissionais de saúde, pois estão próximos ao leito.
Há também o uso do polvo feito em crochê nas Unidades Neonatais como alternativa para
prematuros, já que os tentáculos do polvo podem proporcionar ao bebê a sensação de conforto e
ainda se sentirem conectados ao cordão umbilical da mãe.
O polvo deve ser feito com linha 100% algodão, deve ter oito tentáculos e medir cerca de 22
centímetros, viabilizando conforto dentro da incubadora. Esse brinquedo deve ser esterilizado a
cada cinco ou sete dias, ou antes, se for necessário (MOURA; LINS; SORIANO, 2018).
O Ministério da Saúde já enviou uma nota técnica informando não ver comprovação científica
sobre os benefícios do polvo para a criança de maneira terapêutica, e que não recomenda a
utilização deles dentro das incubadoras, mas não proíbe seu uso, ficando a critério da unidade
usar ou não o brinquedo.
Figura 18 – Polvo de crochê
Fonte: coren-df.gov.br [https://www.coren-df.gov.br/site/projeto-meu-querido-
polvo-ajuda-na-recuperacao-de-bebes-na-uti-de-santa-maria/] ; globo.com
[https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/polvos-de-croche-ajudam-a-acalmar-
bebes-prematuros-em-curitiba-fotos.ghtml]
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/18.jpg
https://www.coren-df.gov.br/site/projeto-meu-querido-polvo-ajuda-na-recuperacao-de-bebes-na-uti-de-santa-maria/
https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/polvos-de-croche-ajudam-a-acalmar-bebes-prematuros-em-curitiba-fotos.ghtml
O projeto Meu querido polvo foi inspirado no projeto Octo, que surgiu na Dinamarca, em 2013, e
promove melhora clínica em bebês internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Para
saber mais a esse respeito, acesse o site: coren-df.gov.br [https://www.coren-
df.gov.br/site/projeto-meu-querido-polvo-ajuda-na-recuperacao-de-bebes-na-uti-de-santa-
maria/] .
A maior parte das mudanças de condutas e rotinas na UTI precisa partir da equipe de
enfermagem, pois são os enfermeiros que normalmente estão mais presentes no local. Com
mudanças simples é possível melhorar de forma significativa a qualidade de vida das crianças,
sempre respeitando a individualidade de cada uma.
Videoaula - O papel da família no cuidado intensivo
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[https://player.vimeo.com/video/471244321] .
Mesmo com os avanços das tecnologias em saúde, com máquinas e equipamentos cada vez
mais modernos, nada supera o colo aconchegante dos pais a um filho internado. Atualmente, o
tratamento não ocorre apenas com medicações, mas também com a inserção da família como
terapêutica certa. No entanto, na prática, observa-se grande dificuldade de inclusão da família,
O papel da família no cuidado intensivo3.4
https://www.coren-df.gov.br/site/projeto-meu-querido-polvo-ajuda-na-recuperacao-de-bebes-na-uti-de-santa-maria/
https://player.vimeo.com/video/471244321
muitas vezes pela falta de sensibilidade dos profissionais ou de recursos no setor, entre outras
razões (BONUTTI; DARÉ; CASTRAL, 2017).
A presença dos pais pode ser vista como grande ajuda para os profissionais, principalmente
quando treinados para a realização de atividades diárias na unidade, como o banho, ou uma
simples troca de fraldas, com a supervisão da equipe de enfermagem. A família também pode ser
capacitadaa perceber sinais de dor ou agravo na saúde do seu filho.
Acentua-se aqui que é essencial o papel da família frente ao manuseio e o alívio da dor,
principalmente na pediatria, haja vista que muitas informações são advindas dos pais, pois
muitas palavras ditas pelas crianças são de conhecimento apenas dos indivíduos que fazem
parte do núcleo familiar.
O envolvimento das mães na tentativa de diminuir a dor da criança pode ser possível mediante
encorajamento e orientações de que determinados atos, como conversas, toque e aconchego
são importantes para a recuperação de seu filho. Porém, não podemos esquecer que a família
também precisa ser bem recebida na unidade, de forma que o ambiente seja acolhedor e
confortável para os familiares.
Figura 19 – Humanização por meio do
contato do bebê com a família
Fonte: adogslifephoto/istock.com
O Ministério da Saúde criou uma cartilha de orientações aos pais sobre cuidados com o bebê
prematuro após a alta, em uma linguagem simples e clara, com o objetivo de orientar a família
sobre cuidados importantes, a fim de que a criança cresça e se desenvolva adequadamente, com
condições de desenvolver ao máximo o seu potencial. Disponível em: bvsms.saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidados_bebe_prematuro_3ed.pdf]
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/19.jpg
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidados_bebe_prematuro_3ed.pdf
Para o bebê prematuro a vida extrauterina vem carregada de grandes desafios logo no início de
sua vida, pois houve a transição de um ambiente calmo, seguro e quentinho para a incubadora,
que é um ambiente sem intimidade e cheio de estímulos para o RN. Portanto, é importante
reproduzir ao máximo um ambiente mais estável a esses bebês, o que acaba sendo fundamental
para um bom prognóstico e o desenvolvimento normal da criança.
A proposta do Método Canguru é a redução do tempo em que o RN permanece dentro da
incubadora, passando a criança para o colo da mãe na posição canguru, a pele do bebê com a
pele da mãe, o mais precocemente possível, e a alimentação exclusiva no seio materno, sempre
que possível (MENEZES et al., 2014).
Os benefícios do Método Canguru3.5
Figura 20 – Método Canguru
Fonte: awebic.com
[https://awebic.com/saude/metodo-
canguru/]
Edgar Rey Sanabria e Hector Martinez foram os grandes pioneiros na implantação do Método
Canguru em um hospital materno infantil, na Colômbia. Foi carinhosamente chamado de Mãe
Canguru (MC) em razão da maneira na qual carregavam seus filhos após o parto. O bebê é
colocado entre os seios da mãe na posição de decúbito lateral e decúbito ventral, o que mantém
a criança aquecida com o calor do corpo da mãe, desta forma, o RN poder sair mais rapidamente
da incubadora e ir para a casa mais cedo. Esse método evita a superlotação e o risco de o bebê
contrair algum tipo de infecção (BRASIL, 2017).
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/20.jpg
https://awebic.com/saude/metodo-canguru/
Colocar o RN em posição canguru despido, em posição ventral, amarrado sobre o tórax da mãe ou
do pai, de 10 a 15 minutos antes e após um procedimento pode acalmá-lo e tranquilizá-lo, reduz o
choro em até 82%, e as caretas faciais em 65% (BRASIL, 2017).
Figura 21 – Método Canguru
Fonte: AWelshLad/istock.com
O Método Canguru é dividido em três etapas, a primeira etapa ocorre logo após o nascimento e
dá continuidade na UTI neonatal, quando a equipe viabiliza o contato pele a pele de forma
contínua com os pais. A primeira etapa tem início no pré-natal da gestante de risco, passa pelo
parto e nascimento e segue pela internação do recém-nascido na unidade neonatal, em geral na
UTI neonatal. Preconiza-se o acesso precoce e livre dos pais à UTIN, estímulo à amamentação e
participação da mãe nos cuidados do bebê, bem como o início do contato pele a pele logo que as
condições clínicas do bebê permitirem. Nesta etapa, a equipe procura minimizar a separação
entre o recém-nascido e seus pais sempre que possível, favorecendo o vínculo afetivo entre eles
(BRASIL, 2017).
Na segunda etapa, a mãe e o bebê são convidados a ficar em uma enfermaria canguru em tempo
integral, como se fosse um estágio para terem alta. A mãe assume cada vez mais os cuidados
com a criança sempre com orientação e auxílio da equipe de enfermagem. É fundamental que a
mãe reconheça os sinais de alerta e consiga colocar a criança na posição certa (BRASIL, 2017).
A terceira etapa do MC começa com a alta hospitalar do RN desde que ele tenha atingido
estabilidade clínica e o peso mínimo de 1500 g, além da sucção exclusiva em seio materno,
sendo necessário apenas continuar com o ganho de peso e estabilidade térmica, porém não
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/21.jpg
precisa mais do suporte hospitalar, o atendimento migra para a atenção básica quando o bebê
atinge o peso de 2550 g, a partir daí a criança recebe alta do MC (BRASIL, 2017).
Os benefícios do MC são incontáveis tanto para o RN como para a mãe, há redução no tempo de
internação e aumento do vínculo familiar, controle térmico, estímulo ao aleitamento materno
exclusivo, redução do estresse e dor durante procedimentos invasivos e ainda melhora o
desenvolvimento neuropsicomotor. O método pode ser realizado também com as criança em
ventilação mecânica, desde que estáveis para o deslocamento (MENEZES et al., 2014).
Para conhecer mais sobre o Método Canguru, acesse o link: youtube.com
[https://www.youtube.com/watch?v=p07clBOVGGY&feature=emb_logo] .
Recapitulando
Vimos nesta unidade que a assistência humanizada é um dos principais pilares para a
recuperação da criança, além de proporcionar experiências motoras e estímulo ao
processo de aprendizado e desenvolvimento do bebê durante o seu período de
internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica.
https://www.youtube.com/watch?v=p07clBOVGGY&feature=emb_logo
Exercícios de fixação
A humanização se apodera de instrumentos e estratégias para consolidar a rede, entre os quais
estão:
O aprimoramento de tecnologias para entretenimento.
Inclusão de diferentes técnicas e atendimento individualizado em todo o processo de logística
e cuidados.
Ter apenas a equipe de enfermagem atualizada sobre o sistema de humanização.
Mudanças no processo de hierarquia do SUS.
Ter mais ambientes arejados e coloridos.
O processo de humanização busca novos conceitos, entre eles:
A administração dos processos de saúde é algo relativamente simples e não requer um gestor
especialista na área.
O atual sistema de saúde já é humanizado e precisa apenas de algumas mudanças
administrativas.
A melhoria dos sistemas de computadores para que os servidores tenham mais tempo com
os pacientes e tempo de descanso.
A valorização e o incentivo de projetos que estimulem a afetividade, como o Método Canguru.
A gestão da educação continuada, que dispensa investimentos financeiros..
Videoaula - Necessidades da educação permanente
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[https://player.vimeo.com/video/471236941] .
https://player.vimeo.com/video/471236941
Educação permanente na
assistência de enfermagem
ao recém-nascido e lactente
UNIDADE 4
Objetivos:
Nesta unidade será abordada a importância da Educação Continuada no
contexto da Sistematização de Enfermagem ao RN e lactente. Uma prática que
visa à construção do conhecimento por meio do desenvolvimento do
profissional enfermeiro. O conhecimento e a união das atividades de educação
continuada constituem uma das principais diretrizes de atuação do enfermeiro,
permitindo a evolução constante em sua área de conhecimento.
 Necessidades da educação permanente4
A atuação da equipe de enfermagem necessita de um constante processo de atualização
levando em consideração a complexidade do cotidiano de uma unidade neonatal e pediátrica,
que demanda estratégias específica de acordo com a patologia e o período de desenvolvimento
da criança, semesquecer o lado emocional e social das crianças e de suas famílias (ARAÚJO,
2018).
A educação permanente é um processo de grande importância, pois visa ao desenvolvimento
constante do profissional de enfermagem, além de conscientizar o enfermeiro sobre a
importância da aplicação e execução corretas do PE e a qualidade da assistência ao paciente. É
essencial levar em consideração as especificidades de cada unidade e seu público-alvo (ROSA,
2016).
Com a educação contínua é possível conhecer novas técnicas de procedimentos e seus cuidados
específicos, visando a uma maior segurança dos profissionais, pacientes e famílias. Isso permite
ao enfermeiro maior raciocínio crítico frente à tomada de decisões e consiga chegar a um padrão
de excelência durante a assistência de enfermagem.
Figura 22 – Educação permanente no
setor de enfermagem
Fonte: GeorgeRudy/istock.com
Quando o enfermeiro é chefe de equipe, ele precisa entender a importância da educação
permanente do pessoal de enfermagem como ferramenta potencializadora do planejamento em
saúde. Ele deve incentivar o uso de estratégias participativas de capacitação, posicionamento
pessoal perante os objetivos institucionais, assumir lacunas de conhecimentos e ter consciência
de que é indispensável o aprendizado, pois isso facilita o processo de mudança de paradigmas
na instituição de saúde.
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/22.jpg
A educação permanente deve ser guiada pelo diálogo e pela argumentação, no sentido de
despertar no trabalhador a consciência crítica sobre o cotidiano do seu trabalho e do mundo em
que vive, fazendo-o refletir a respeito do que está acontecendo em seu emprego e o que precisa
ser transformado.
A educação permanente resulta na criação de conhecimento profissional que é capaz de
aumentar a força de trabalho dos recursos humanos. Para a garantia da expressão e adequação
do conteúdo das capacitações deve-se identificar as necessidades de aperfeiçoamento e
desenvolvimento da equipe. Além disso, a capacitação de recursos humanos deve estar alinhada
aos princípios institucionais, identificando-se com a filosofia do local de trabalho. As
expectativas e necessidades da instituição devem propiciar o desenvolvimento integral da
pessoa, a premiação por excelência e a construção de senso de pertencimento entre o pessoal
de enfermagem.
O processo de trabalho dentro de unidades neonatais e pediátricas sempre será complexo por
ser tratar se seres tão pequenos e delicados, o que redobra a importância de equipe qualificada
na assistência. São necessários profissionais que sejam aptos para lidar não apenas com
doenças graves e procedimentos delicados, mas também em lidar com a diversidade cultural que
cada criança carrega com sua família, mantendo seus princípios e aplicando assistência
individualizada (SILVA et al., 2018).
As Unidades de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica constituem um ambiente terapêutico
apropriado para o tratamento do RN e lactente em estado grave, portanto, os erros devem ser
minimizados ao máximo. Com a educação permanente, o profissional enfermeiro pode
padronizar muitos procedimentos, criando protocolos para assistência de enfermagem, com o
objetivo de atingir os resultados esperados.
O enfermeiro é responsável pelo gerenciamento do cuidado ao paciente, ele desempenha um
relevante papel no alcance da qualidade dos serviços de saúde, focalizando o atendimento
integral às necessidades humanas. É indispensável que o profissional desenvolva o raciocínio
crítico e reflexivo, tornando-o capaz de desenvolver ações centradas na integralidade do cuidado
Política da qualidade da assistência de enfermagem4.1
e implementar formas de avaliar os processos de trabalho e gestão em saúde (GABRIEL et al.,
2010).
A enfermagem estabelece uma comunicação holística capaz de promover a qualificação da
assistência de forma coletiva e articulada com os demais profissionais da equipe
multiprofissional. Além disso, é necessário ampliar a cultura de qualidade nos serviços de
enfermagem e capacitar os enfermeiros para a análise de resultados, desenvolvendo uma
reflexão sobre a assistência de enfermagem e seus processos, buscando a melhoria contínua da
assistência (GABRIEL et al., 2010).
Figura 23 – Qualidade na assistência à
criança fragilizada
Fonte: Yobro10/istock.com
Enfermeiros que atuam na unidade neonatal e pediátrica devem buscar continuamente a
comunicação e a interação com a criança e sua família, a fim de promover maior qualidade na
assistência ao paciente, atuando de forma preventiva no cuidado da saúde da criança internada.
O governo federal brasileiro tem atuado no sentido de desenvolver programas que tenham visão
preventiva e sistêmica da assistência, buscando superar deficiências na gestão de infraestrutura,
materiais e equipamentos, constituindo medidas práticas de melhoria, que apoiam a excelência e
a humanização da saúde no atendimento à população (BONATA, 2011).
Leia sobre o programa na íntegra em: saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/gestao_qualidade_saude_melhorando_assistencia_cliente
.pdf] .
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/23.jpg
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/gestao_qualidade_saude_melhorando_assistencia_cliente.pdf
As unidades neonatais e pediátricas estão lindando com procedimentos caros e delicados, até
mesmo profissionais experientes devem trabalhar com muito jeito e sensibilidade em razão da
fragilidade das crianças internadas. Os erros devem ser minimizados, contudo, caso ocorram,
devem ser debatidos com os demais profissionais do setor para que estes erros não se repitam.
Raciocínio crítico na atenção ao paciente neonato e pediátrico4.2
A enfermagem deve estar em constante contato com os familiares dando-lhes suporte técnico e
emocional, tudo de forma individualizada, levando em consideração não a doença em si, mas a
história da criança e o nível de entendimento de seus pais.
Figura 24 – Pensamento crítico na prática de enfermagem
Fonte: elaborada pela autora (2020)
O pensamento crítico se apresenta como aptidão fundamental no processo de diagnóstico em
enfermagem. É definido como um julgamento propositado que resulta em interpretação, análise,
avaliação e conclusão, além de explicação das evidências que serviram de base para o
julgamento.
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/24.png
O pensamento crítico dos profissionais de enfermagem é baseado em diversas reflexões que
cruzam o seu caminho todos os dias, em decisões que foram ou não tomadas na hora certa, em
sua capacidade de questionar ou se calar, ou apenas observar e pegar para si o que pode trazer
melhorias em sua assistência. A equipe de enfermagem deve ser questionada constantemente
sobre o seu compromisso com o paciente e a qualidade dos serviços prestados. Essa reflexão
deve fazer parte da rotina diária de cada profissional, para assim conseguir trilhar a excelência
em sua assistência.
As equipes de enfermagem da Unidade Neonatal e Pediátrica respeitam e praticam o Código de
Ética de Enfermagem. Trabalhar respeitando as crianças, os pais e a equipe multiprofissional é
muito importante. Além disso, o profissional deve guardar sigilo do diagnóstico do RN. O
enfermeiro que registra informações parciais ou inverídicas acerca da assistência prestada
comete infração ética passível de penalidade. Fazer referência a situações em grupos fechados
de mídias sociais e que podem identificar pessoas sem prévia autorização é totalmente proibido,
exceto figuras do paciente em trabalhos científicos, se for imprescindível, e com autorização
expressa dele ou de seu representante legal. Dentre os artigos do Código de Ética da
Enfermagem, destacamos os seguintes:
Ética na enfermagem4.3
Art. 1º – Exercer a Enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os pressupostos e
princípios legais, éticos e dos direitos humanos.
Art. 2º – Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos

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