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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Ética na publicidade e propaganda – 8 º período Nayara de Freitas Paixão Avaliação Global Converte-te naquilo que és: subjetividade, propaganda e ideologia na sociedade de consumo Resumo + Crítica O objetivo do texto é esclarecer as relações entre a propaganda e a sociedade de consumo. O texto foi dividido em dois momentos: o primeiro preocupado com as razões objetivas de uma sociedade de consumo; o segundo dedicado à discussão dos efeitos subjetivos dessa sociedade a partir das coordenadas estruturais de uma concepção lacaniana de sujeito. A propaganda e a ideologia a qual ela dá suporte constituem o objeto tratado. A sociedade de consumo caracteriza-se, antes de tudo, pelo desejo socialmente expandido da aquisição "do supérfluo", do excedente, do luxo. Do mesmo modo, se estrutura pela marca da insaciabilidade, da constante insatisfação, onde uma necessidade preliminarmente satisfeita gera quase automaticamente outra necessidade, num ciclo que não se esgota, onde o final do ato consumista é o próprio desejo de consumo. Lacan designa objeto a como função da causa de angústia no sujeito e que permanece aprisionado ao significante, parcela de um signo linguístico tomado como único para cada sujeito, e para sempre irrecuperável. Ocorre uma transposição na relação sujeito/objeto atrelado ao desejo e angústia. Pensando a ordem de nossos desejos, Lacan compreende a pulsão e como ela pode nos dizer algo do gozo, ou seja, da satisfação de nossos desejos na medida em que mesmo que se possua o que tanto se deseja, ainda há um saldo de insatisfação que estimula a repetição e deslizamento para novas buscas de objetos. O espraiamento dessa lógica – que se dá a partir das mudanças estruturais desenvolvidas no século XVIII na Europa ocidental, especialmente com a Revolução Industrial – acelera-se a partir da segunda metade do século XX, quando o universo do consumo passou a ganhar centralidade tanto como motor do desenvolvimento econômico quanto através da expansão do consumismo como elemento de mediação de novas relações e processos que se estabelecem no plano cultural das sociedades modernas. Dentro dessa perspectiva, o consumo deixa de ser uma variável dependente de estruturas e processos a ele externos e passa a se constituir enquanto campo autônomo, caracterizando-se como importante objeto do conhecimento no âmbito das ciências sociais contemporâneas, especialmente no campo dos estudos sobre a cultura. Quando o pensamento social começa a eleger as práticas de consumo enquanto objeto da análise científica, não apenas confere legitimidade a este campo, mas, fundamentalmente, revela algum tipo de mudança que se estabelece nas estruturas e processos constitutivos da ordem social global. A partir daí entram em cena duas questões que passam a orientar os estudos sobre consumo e suas relações com a atividade social: a primeira refere-se à centralidade que a produção de significados e processos simbólicos em geral passam a desempenhar no contexto da atividade social contemporânea; e a segunda preocupa-se com os significados sociais e os processos simbólicos que, agora, se encontram transpassados pelo universo do consumo. O campo da atividade consumista deixa de ser espaço da atividade econômica para se constituir enquanto campo de produção de significados e formas simbólicas. Consumir passa, neste caso, a ser percebido como processo de mediação de relações sociais, transfigurando através desta atividade conflitos políticos, de gênero, distinções étnico-raciais, reprodução de valores entre um conjunto de outros elementos que são sustentados ou negados simbolicamente no interior deste campo. Marx já dizia que “a produção cria o consumo”. A sociedade capitalista é fundada na produção de mercadorias. A mercadoria é valor de uso e valor de troca e só é produzida devido a sua possibilidade de venda e gerar lucro. Para Debord, sociedade do espetáculo e processo de consumo estão intimamente ligados. Ele desenvolverá esta questão de forma mais aprofundada em sua obra A Sociedade do Espetáculo, na qual apresenta sua crítica da sociedade mercantil-consumista-espetacular. A concepção de Debord é a de que, a partir do momento que a mercadoria ocupa a totalidade da vida social, o espetáculo domina a sociedade moderna. O consumidor se torna o centro da nova sociedade e o valor de uso das mercadorias passa a ser comandado pelo valor de troca. Se as origens da sociedade de consumo estão localizadas no período de consolidação da própria modernidade na Europa ocidental dos séculos XVIII e XIX, é patente sua radicalização no contexto das sociedades contemporâneas, servindo agora como referência para construções intelectuais fortes como, por exemplo, a ideia de uma cultura de consumo que, segundo algumas abordagens, se constituiria como uma das chaves explicativas da própria dinâmica cultural na modernidade tardia. O consumo e a publicidade, produtos de si mesmas, e as marcas, com esse papel atualmente fundamental, impõe uma nítida disparidade de classes sociais ao investirem em marketing para gerar desejo aos que detém poder de compra. O objetivo central desse artigo é ressaltar a forma como a sociedade é manipulada através da publicidade para que a primeira se transforme constantemente de acordo com a necessidade capitalista. O modelo mais conhecido de sociedade de consumo existente no mundo é o dos Estados Unidos. O país mais desenvolvido economicamente do mundo é também o mais consumista. O famoso “American Way Of Life” (Estilo de Vida Americano) foi vendido durante décadas como modelo de desenvolvimento com base na felicidade pelo consumo. Essa visão foi especialmente difundida pelos filmes hollywoodianos. Hoje, sabemos que o consumismo pode gerar inúmeras consequências, como o endividamento e o aparecimento de doenças como ansiedade e depressão.
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