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Info 525 STJ

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www.dizerodireito.com.br 
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INFORMATIVO esquematizado 
 
Informativo 525 – STJ 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
Obs: não foram incluídos neste informativo esquematizado os julgados de menor relevância para concursos 
públicos ou aqueles decididos com base em peculiaridades do caso concreto. Caso seja de seu interesse 
conferi-los, os acórdãos excluídos foram os seguintes: REsp 1.343.128-SC; REsp 1.353.244-MS; AgRg no REsp 
1.186.115-RJ. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Concurso público 
 
Não tem direito à correção de cartão-resposta de prova aplicada em certame público o 
candidato que, descumprindo regra contida no edital e expressa no próprio cartão-resposta, 
abstenha-se de realizar a identificação do seu tipo de caderno de questões. 
Comentários O Exame Nacional de Ensino Médio de 2009 previa que o candidato, ao preencher o cartão-
resposta, deveria assinalar um campo no qual indicava qual era a cor de sua prova. 
Havia previsão, no regulamento do Exame, de que o participante que não marcasse a cor do 
caderno de questões não teria a sua prova corrigida. 
Determinado candidato não fez a marcação da cor de seu caderno de questões e, com isso, 
não teve a sua prova corrigida. 
Inconformado, o candidato ingressou com ação judicial, argumentando que não corrigir a 
sua prova por esse simples fato violaria o princípio da proporcionalidade. 
 
O STJ concordou com a tese do candidato? 
NÃO. Para o STJ, não tem direito à correção de cartão-resposta de prova aplicada em 
certame público o candidato que, descumprindo regra contida no edital e expressa no 
próprio cartão-resposta, abstenha-se de realizar a identificação do seu tipo de caderno de 
questões. Isso porque viabilizar a correção da folha de resposta de candidato que não tenha 
observado as instruções contidas no regulamento do certame e ressalvadas no próprio 
cartão-resposta implicaria privilegiar um candidato em detrimento dos demais — que 
concorreram em circunstâncias iguais de maturidade, preparação, estresse e procedimento 
—, configurando flagrante violação do princípio da isonomia. 
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.376.731-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 14/5/2013. 
 
 
 
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Ana Leticia Stern
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INFORMATIVO esquematizado 
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DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
Ressarcimento por danos decorrentes de queda de aeronave: prazo prescricional 
 
Qual é o prazo prescricional para que moradores de casas atingidas por queda de avião 
ajuízem ação de indenização contra a companhia aérea? 
5 anos (art. 27 do CDC). 
 
Os moradores, embora não tenham utilizado o serviço da companhia aérea como destinatários 
finais, equiparam-se a consumidores pelo simples fato de serem vítimas do evento. São 
conhecidos como bystanders (art. 17 do CDC). 
 
Não se aplica o prazo prescricional do Código Brasileiro de Aeronáutica quando a relação 
jurídica envolvida for de consumo. 
Comentários Em 1996, um avião da empresa TAM® caiu em uma região residencial de São Paulo (SP), 
atingindo inúmeras casas. 
 
Qual é o prazo prescricional para que os moradores das casas atingidas ajuízem uma ação 
de indenização por danos morais e materiais contra a companhia aérea? 
5 anos. 
 
Qual é o fundamento? 
Houve, nesse caso, um fato do serviço, aplicando-se, portanto, o prazo prescricional 
previsto no art. 27 do CDC: 
Art. 27. Prescreve em 5 (cinco anos) a pretensão à reparação pelos danos causados por fato 
do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do 
prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. 
 
Por que se aplica o CDC? Os moradores das casas atingidas são considerados consumidores 
mesmo não tendo celebrado nenhum tipo de contrato com a empresa aérea? 
SIM. Os moradores, embora não tenham utilizado o serviço como destinatários finais, 
equiparam-se a consumidores pelo simples fato de serem vítimas do evento. É o que prevê 
o art. 17 do CDC: 
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do 
evento. 
 
Os moradores, nesse caso concreto, são consumidores por equiparação, também chamados 
pela doutrina de bystanders. 
 
O que significa “bystanderes”? 
Trata-se de uma expressão utilizada pela doutrina norte-americana para designar os 
consumidores por equiparação. Desse modo, se um acidente de consumo proporciona 
outras vítimas, além daquelas que haviam contratado o produto ou serviço, estas também 
serão consideradas consumidoras, nos termos do art. 17 do CDC. 
Em uma tradução literal, bystanders significa “espectadores”. 
 
O exemplo típico de bystanders dado pelos livros é justamente o do acidente aéreo que 
atinge os moradores das casas. No entanto, é possível imaginar inúmeras outras situações. 
Vejamos alguns exemplos de bystanders já cobrados em provas: 
 Em razão de falha no sistema de freios do automóvel de sua propriedade, recém-
adquirido e com poucos quilômetros rodados, Fábio atropelou Silas. Nessa situação, 
Ana Leticia Stern
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Silas pode acionar a montadora do veículo, sob o argumento de que ocorreu acidente 
de consumo, em virtude de ser consumidor por equiparação (DPE/AL CESPE 2009). 
 Caio foi ao mercado com seu amigo apenas para acompanha-lo, uma vez que não iria 
comprar nada. Enquanto andava por lá, uma garrafa de refrigerante explodiu e cortou 
seu rosto. Nesse caso, mesmo sem ter ido comprar nada, Caio deve ser indenizado com 
base no CDC porque é consumidor por equiparação (Advogado EMBASA CESPE 2010). 
 Ocorreu explosão em uma loja de fogos de artifício, o que ocasionou a morte e a lesão 
de inúmeras pessoas que passavam ao lado do estabelecimento. Tais pessoas, vítimas 
do evento, são consumidoras por equiparação (bystanders) (STJ, REsp 181.580-SP). 
 
Consumidor standard X consumidor bystander 
Consumidor standard Consumidor bystander 
É o consumidor segundo o conceito 
“padrão” da lei (consumidor em sentido 
estrito, strictu sensu). 
É o consumidor por equiparação 
(consumidor em sentido amplo, lato 
sensu). 
Previsto na cabeça do art. 2º do CDC: 
Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou 
jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final. 
Há três dispositivos do CDC prevendo 
consumidor por equiparação: art. 2º, 
parágrafo único, art. 17 e art. 29. 
Para fins de responsabilidade civil, o 
conceito de consumidor bystander é 
trazido pelo art. 17 do CDC. 
Em nosso exemplo da queda do avião, os 
consumidores standard seriam os 
passageiros. 
Os consumidores bystanders seriam os 
moradores das casas atingidas pelo 
acidente. 
 
 
O Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei n. 7.565/86) traz prazos prescricionais para os 
casos de danos causados por acidente aéreo? 
SIM. O Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei n. 7.565/86) estabelece em seu art. 317, II: 
Art. 317. Prescreve em 2 (dois) anos a ação: 
II - por danos causados a terceiros na superfície, a partir do dia da ocorrência do fato; 
 
A empresa de companhia aérea alegou que não poderia ser aplicado o prazo do CDC, mas 
sim o lapso previsto no Código Brasileiro de Aeronáutica. O STJ concordou com essa tese? 
NÃO. Para o STJ, o Código Brasileiro de Aeronáutica continua em vigor, mas somente deverá 
ser aplicado nos casos em que a relação jurídica discutida não esteja regida pelo CDC. 
Assim, se a relação for de consumo (como no caso dos moradores – bystanders), o CBA 
deve ser afastado porque incidirá o CDC, cuja força normativa é extraída diretamente da CF 
(art. 5º, XXXII). Nas demais hipóteses, prevalece o CBA. 
A Min. Nancy Andrighi afirmou que essas normas se interpenetram, promovendo um 
verdadeiro diálogo de fontes. 
 
E por que não se aplica o prazo prescricional previsto no Código Civil? 
As regras do Código Civil são reservadas ao tratamento das relações jurídicas entre pessoas 
que se encontrem em patamar de igualdade, o que não ocorre na hipótese. Dessa feita, 
havendo a presença do consumidor(vulnerável na relação jurídica), a incidência deve ser do 
CDC, salvo se não houver regra prevista ou se a disposição do Código Civil for mais favorável 
ao consumidor. 
Processo STJ. 3ª Turma. REsp 1.202.013-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/6/2013. 
 
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DIREITO EMPRESARIAL 
 
Propriedade industrial 
 
O termo inicial do prazo prescricional de cinco anos (art. 225 da Lei n. 9.279/1996) para 
pleitear indenização pelos prejuízos decorrentes do uso de marca industrial que imite outra 
preexistente, suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia registrada (art. 
124, XIX), é a data da violação do direito à propriedade industrial e se renova enquanto houver 
o indevido uso. 
Comentários A empresa “Y” estava usando uma marca industrial que imitava a marca da empresa “Z”, 
situação que poderia causar confusão para o público em geral. 
Diante disso, a empresa “Z” quer ajuizar ação de indenização contra a empresa “Y”. 
 
Qual é o prazo prescricional nesse caso? 
5 anos, conforme prevê o art. 225 da Lei n. 9.279/96: 
Art. 225. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação para reparação de dano causado ao direito de 
propriedade industrial. 
 
Quando é o termo inicial desse prazo? 
Esse prazo começa na data da violação do direito à propriedade industrial e se renova 
enquanto houver o indevido uso. Isso porque o prazo prescricional começa a correr tão logo 
nasça a pretensão, a qual tem origem com a violação do direito subjetivo (o direito de 
propriedade industrial). No entanto, considerando que a citada violação é permanente, 
enquanto o réu continuar a utilizar marca alheia registrada, diariamente o direito será 
violado, nascendo nova pretensão indenizatória. 
Processo STJ. 4ª Turma. REsp 1.320.842-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/5/2013. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
Suspensão dos prazos processuais 
 
A greve de advogados públicos não constitui motivo de força maior a ensejar a suspensão ou 
devolução dos prazos processuais (art. 265, V, do CPC). 
Comentários Imagine a seguinte situação adaptada: 
Determinada autarquia federal era ré em uma ação ordinária e perdeu o prazo para 
recorrer contra uma decisão interlocutória. 
Dias após, o Procurador Regional Federal peticionou ao juiz relatando e comprovando que 
estava ocorrendo uma greve geral dos Procuradores Federais e que, como a capacidade 
operacional da Procuradoria Federal encontrava-se severamente comprometida, tal 
situação configurava força maior, a justificar a devolução do prazo recursal e a suspensão 
dos demais prazos, nos do art. 183, § 1º e art. 265, V, do CPC: 
Art. 183. Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o 
direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa 
causa. 
§ 1º Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte, e que a impediu 
de praticar o ato por si ou por mandatário. 
 
Art. 265. Suspende-se o processo: 
V - por motivo de força maior; 
 
ATENÇÃO 
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A tese acima exposta é admitida pelo STJ? 
NÃO. Segundo a jurisprudência atual e iterativa do STJ, a greve dos advogados públicos não 
constitui motivo de força maior a ensejar a suspensão ou a devolução dos prazos 
processuais. Nesse sentido: 
(...) A Corte Especial, em Questão de Ordem, firmou o entendimento de que o movimento 
grevista não representa força maior capaz de ampliar ou devolver o prazo recursal da parte 
representada por membros das carreiras em greve. (...) 
(AgRg no RE nos EDcl no AgRg no Ag 786657/DF, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, Corte 
Especial, julgado em 30/06/2008, DJe 18/08/2008) 
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.280.063-RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 4/6/2013. 
 
 
Pagamento das custas e do porte de remessa e de retorno do REsp pela internet 
 
Nos processos de competência do STJ, é possível o pagamento de Guia de Recolhimento da União 
(GRU) referente a custas processuais e porte de remessa e de retorno por meio da internet. 
Comentários A Resolução do STJ n. 4/2010 (vigente anteriormente) e a atual Resolução n. 1/2011 
admitem a emissão das guias de recolhimento por meio da internet. Quanto ao recolhimento, 
tais resoluções não vedam o pagamento por meio da rede mundial de computadores. 
O próprio site do Tesouro Nacional, cuja utilização é recomendada pelas Resoluções, 
estabelece que a GRU Simples poderá ser paga no Banco do Brasil por meio da internet. 
Não pode a parte de boa-fé ser prejudicada, devendo ser admitido o recolhimento pela 
internet, com a juntada de comprovante emitido pelo sítio do banco. 
Havendo dúvida acerca da autenticidade do comprovante de recolhimento de custas, pode-
se determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a apresentação de documento idôneo. 
Não suprida a irregularidade, será reconhecida a deserção. 
Processo STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1.232.385-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 6/6/2013. 
 
 
Início do prazo de impugnação na hipótese de pagamento do valor da condenação 
 
O pagamento espontâneo da condenação, no prazo de 15 dias (art. 475-J, caput, do CPC), NÃO 
gera a preclusão do direito do devedor de impugnar o valor executado, nos termos do § 1º do 
art. 475-J. Assim, o devedor poderá efetuar o pagamento do valor da condenação e, depois, 
oferecer impugnação. 
Nesse caso, o prazo para impugnação começará a ser contado da data em que ele efetuou o 
pagamento do valor da condenação. 
Comentários Veja a seguinte situação hipotética: 
João ajuíza uma ação de cobrança contra Pedro. O juiz julga a sentença procedente, 
condenando Pedro a pagar 1 milhão de reais. O condenado perdeu o prazo para a apelação, 
de modo que ocorreu o trânsito em julgado. 
 
O que acontece agora? 
Inicia-se a fase de cumprimento de sentença e o devedor será intimado para pagar a 
quantia em um prazo máximo de 15 dias, sob pena de o valor da condenação ser acrescido 
de multa de 10%, conforme o art. 475-J: 
 
Se o devedor não pagar no prazo de 15 dias, incide a multa de 10% e o que mais acontecerá? 
O juiz, a requerimento do credor, que apresentará o demonstrativo do débito atualizado, 
expedirá mandado para que sejam penhorados bens do devedor para satisfação do crédito. 
 
 
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Nessa fase, existe alguma forma de “defesa” do devedor? 
Sim. A defesa típica do devedor executado no cumprimento de sentença é a chamada 
impugnação. 
 
Qual é o prazo da impugnação e a partir de quando é contado? 
O prazo para impugnação também é de 15 dias e é contado a partir do momento em que o 
executado é intimado, por meio de seu advogado, de que seus bens foram penhorados para 
pagar a dívida: 
Art. 475 (...) § 1º Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, 
na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, 
ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, 
no prazo de quinze dias. 
 
Imagine agora a seguinte situação julgada pelo STJ: 
Após o trânsito em julgado, o devedor foi intimado para pagar a quantia no prazo de 15 
dias, sob pena de multa de 10%. Dentro desse prazo, o devedor efetuou o pagamento. 
 
Após ter efetuado o pagamento, o devedor poderá impugnar o cumprimento de sentença? 
SIM. O pagamento espontâneo da condenação, no prazo de 15 dias (art. 475-J, caput), não 
gera a preclusão do direito do devedor de impugnar o valor executado, nos termos do § 1º 
do art. 475-J. 
Assim, o devedor poderá efetuar o pagamento do valor da condenação e, depois, oferecer 
impugnação. 
 
Qual é a vantagem do devedor primeiro pagar o valor da condenação e, depois, oferecer 
impugnação? 
Se o devedor não quitarem 15 dias o valor da condenação, ele terá que pagar mais 10% a 
título de multa. Logo, se o devedor se antecipar, ele evita ter que pagar a multa e poderá 
oferecer impugnação sem esse custo adicional. 
 
Caso o devedor pague o valor da condenação, o prazo para que ele ofereça impugnação 
começa a contar a partir de quando? 
Começará a ser contado da data em que ele efetuou o pagamento do valor da condenação. 
Segundo o STJ, esse pagamento constitui-se em uma espécie de “penhora automática”, 
independentemente da lavratura do respectivo termo. 
Assim, o devedor se antecipa e, para evitar ter seus bens penhorados, já paga a dívida. A 
partir desse pagamento, inicia seu prazo de 15 dias para impugnar, nos termos do § 1º do 
art. 475-J. Confira um precedente do STJ nesse sentido: 
A jurisprudência firme do Superior Tribunal de Justiça entende que o depósito efetivado 
pelo agravante, dentro do prazo de quinze dias para o adimplemento espontâneo do valor 
da obrigação (art. 475-J, caput, do CPC) configura a denominada “penhora automática”. 
Reconhece-se a penhora como automática diante da ciência inequívoca do ato por si 
realizado, o que faz dispensável a lavratura do termo da penhora, e fundamenta o 
entendimento quanto à desnecessidade de se intimar o devedor para o oferecimento da 
impugnação, razão pela qual o prazo de 15 dias tem como dies a quo esse depósito. 
(AgRg no AREsp 108.055/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª Turma, julgado em 21/08/2012). 
 
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.327.781-BA, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 2/5/2013. 
 
 
 
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Possibilidade de penhora dos valores recebidos por anistiado político 
 
Os valores recebidos por anistiado político a título de reparação econômica são suscetíveis de 
penhora para a garantia de crédito tributário. Isso porque a Lei n. 10.559/2002, que 
regulamenta o Regime do Anistiado Político, prevê que a reparação econômica devida a 
anistiado político não possui caráter remuneratório ou alimentar, mas sim “caráter 
indenizatório” (art. 1º, II, do CPC). Sendo assim, essas verbas se mostram passíveis de constrição, 
na medida em que não foram consideradas por lei como absolutamente impenhoráveis. 
Comentários Anistia política (art. 8º do ADCT e Lei n. 10.559/2002) 
O art. 8º do ADCT prevê a concessão de anistia política a pessoas que foram prejudicadas 
por perseguições decorrentes de motivação política no período de 18/09/1946 até a data 
de promulgação da CF/88. 
Há previsão de que o anistiado receba uma reparação de natureza econômica a ser paga 
pela União. 
A Lei n. 10.559/2002 regulamentou o art. 8º do ADCT e a concessão dessa anistia. 
 
Imagine agora a seguinte situação hipotética: 
João recebeu 100 mil reais como reparação econômica por ter sido anistiado político. 
Ocorre que ele estava sofrendo execução fiscal por dívidas decorrentes do não pagamento 
de impostos. 
O juiz da execução determinou a penhora on line dos valores contidos na conta bancária de 
João, tendo sido penhorados os 100 mil reais recebidos como reparação econômica. 
O executado apresentou embargos à execução pedindo a liberação da quantia, afirmando 
que se tratava de verba alimentar (equiparada a salário) e, portanto, absolutamente 
impenhorável, nos termos do art. 184 do CTN c/c art. 649, IV do CPC: 
CTN/Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam 
previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das 
rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa 
falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados 
unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
 
CPC/ Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: 
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, 
pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e 
destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os 
honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3º deste artigo; 
 
A tese defendida pelo executado está correta? 
NÃO. Os valores recebidos por anistiado político a título de reparação econômica são 
suscetíveis de penhora para a garantia de crédito tributário. Isso porque a Lei n. 
10.559/2002, que regulamenta o Regime do Anistiado Político, prevê que a reparação 
econômica devida a anistiado político não possui caráter remuneratório ou alimentar, mas 
sim “caráter indenizatório” (art. 1º, II, do CPC). Sendo assim, essas verbas se mostram 
passíveis de constrição, na medida em que não foram consideradas por lei como 
absolutamente impenhoráveis. 
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.362.089-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/6/2013. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL 
 
Motivo fútil 
 
Se o fato surgiu por conta de uma bobagem, mas depois ocorreu uma briga e, no contexto desta, 
houve o homicídio, tal circunstância pode vir a descaracterizar o motivo fútil. 
Vale ressaltar, no entanto, que a discussão anterior entre vítima e autor do homicídio, por si só, 
não afasta a qualificadora do motivo fútil. Assim, é preciso verificar a situação no caso concreto. 
Comentários O delito de homicídio é previsto, em sua forma simples, no caput do art. 121 do CP: 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena. reclusão, de seis a vinte anos. 
 
O § 2º traz as hipóteses em que o homicídio é qualificado, ou seja, situações em que o 
legislador considerou que a conduta do réu seria mais grave e, por isso, mereceria uma 
punição mais rigorosa. 
 
Uma das hipóteses de homicídio qualificado ocorre quando o agente pratica o crime em 
razão de um motivo fútil: 
Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
II - por motivo fútil; 
 
O que é motivo fútil? 
Ocorre quando a pessoa pratica o homicídio por causa de um motivo bobo, insignificante, 
pequeno, mesquinho. 
Ex: João matou Pedro pelo fato de a vítima não ter querido dar um cigarro para o homicida. 
 
Todo motivo fútil é injusto, mas nem sempre o motivo injusto pode ser considerado fútil 
Ex: Maria anuncia que vai se separar de Abel após 10 anos de casamento em razão de ter se 
apaixonado por Pedro, vizinho do casal. Inconformado, Abel mata Maria. 
O motivo é injusto, considerando que não há justificativa para ceifar a vida de uma pessoa 
por conta do fim de um relacionamento. Por outro lado, não se pode dizer que a razão que 
motivou o agente seja insignificante (desprezível). Nesse sentido: STJ HC 77.309/SP, Rel. 
Min. Felix Fischer, Quinta Turma, julgado em 06/05/2008. 
 
Se, no caso concreto, o réu, aparentemente, não tinha motivo para matar a vítima, pode-se 
dizer que houve homicídio qualificado por motivo fútil? A ausência de motivo pode ser 
equiparada a motivo fútil? 
NÃO (posição majoritária). A lei pune mais gravemente o motivo fútil e não a ausência de 
motivo. Houve uma falha da lei. Equiparar “ausência de motivo” a “motivo fútil” é fazer 
uma analogia in mallan partem. Nesse sentido: Cezar Roberto Bitencourt. 
 
Se o agente pratica o crime por causa de ciúmes, haverá homicídio qualificado por motivo fútil? 
NÃO (posição majoritária). 
 
Um homicídio pode ser fútil (inciso II) e torpe (inciso I) ao mesmo tempo? 
NÃO. Um homicídio nunca poderá ser fútil e torpe ao mesmo tempo. Se for fútil (bobo), não 
pode ser torpe (repugnante). 
 
 
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Se o fato surgiu por conta de uma bobagem, mas depois ocorreu uma briga e, no contexto 
desta, houve o homicídio, tal circunstância pode vir a descaracterizar o motivo fútil 
Cleber Masson fornece um exemplo: 
“Depois de discutirem futebol, “A”e “B” passam a proferir diversos palavrões, um contra o 
outro. Em seguida, “A” cospe na face de “B”, que, de imediato, saca um revólver e contra 
ele atira, matando-o. Nada obstante o início do problema seja fútil (discussão sobre 
futebol), a razão que levou à prática da conduta homicida não apresenta essa 
característica.” (Direito Penal esquematizado. 3ª ed., São Paulo: Método, 2011, p. 31). 
 
Vale ressaltar, no entanto, que “a discussão anterior entre vítima e autor do homicídio, por si 
só, não afasta a qualificadora do motivo fútil” (AgRg no REsp 1113364/PE, Rel. Ministro 
Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 06/08/2013). Assim, é preciso verificar a 
situação no caso concreto. 
 
É possível que uma pessoa pratique homicídio qualificado por motivo fútil agindo com dolo 
eventual? 
SIM. Nesse sentido: STF. 2ª Turma. HC 111442/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 28/8/2012. 
 
É possível que o homicídio seja qualificado por motivo fútil (art. 121, § 2º, II) e, ao mesmo 
tempo, privilegiado (art. 121, § 1º)? 
NÃO. A jurisprudência somente admite que um homicídio seja qualificado e privilegiado ao 
mesmo tempo se esta qualificadora for de natureza objetiva (ex: meio cruel, surpresa). Se a 
qualificadora for subjetiva, entende-se que ela é incompatível com o privilégio. 
Veja essa afirmativa correta: “a presença de qualificadoras não impede necessariamente o 
reconhecimento do homicídio privilegiado (MP/SE – 2010)”. 
Processo STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.113.364-PE, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe 21/8/2013. 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
IR: dedução de despesas médicas com dentista que não esteja registrado no CRO 
 
Na declaração anual de imposto de renda, é possível a dedução de despesas feitas pelo 
contribuinte com profissional de saúde, mesmo que este não seja regularmente inscrito no 
respectivo conselho profissional. Ex: dentista que não esteja registrado no CRO. 
Comentários IR e dedução de despesas médicas 
Como é de conhecimento geral, as despesas realizadas pela pessoa física com o pagamento 
de médicos, dentistas, psicólogos etc. podem ser deduzidas do imposto de renda. Tal 
previsão encontra-se encartada no art. 8º, I, da Lei n. 8.134/90: 
Art. 8° Na declaração anual (art. 9°), poderão ser deduzidos: 
I - os pagamentos feitos, no ano-base, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, 
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas provenientes 
de exames laboratoriais e serviços radiológicos; 
(...) 
§ 1° O disposto no inciso I deste artigo: 
c) é condicionado a que os pagamentos sejam especificados e comprovados, com indicação 
do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no cadastro de 
Pessoas Jurídicas, de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita 
indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. 
 
 
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Imagine agora a seguinte situação: 
João fez tratamento com um dentista, tendo este emitido recibo quanto aos serviços 
prestados. 
Em sua declaração de imposto de renda, João fez a dedução dos gastos realizados com o 
tratamento dentário. 
Ocorre que a Receita Federal não aceitou as deduções, considerando que constatou que o 
aludido dentista não estava regularmente inscrito no Conselho Regional de Odontologia. 
 
A questão chegou até o STJ. O que decidiu a Corte? 
Para o STJ, na declaração anual de imposto de renda, é possível a dedução de valor 
referente à despesa do contribuinte com profissional de saúde, mesmo que este não seja 
regularmente inscrito no respectivo conselho profissional. Isso porque o art. 8º, I, da Lei 
8.134/1990 (que estabelece rol de hipóteses de dedução do imposto de renda) não faz 
qualquer exigência no sentido de que tais profissionais estejam regularmente inscritos nos 
respectivos conselhos profissionais. 
O § 1º, c, do art. 8º exige apenas a comprovação do gasto por meio de recibo no qual 
conste nome, endereço, CPF ou CNPJ do emissor ou indicação do nome do profissional no 
cheque emitido pelo contribuinte. 
Assim, uma vez verificado que o contribuinte comprovou as despesas médicas nos termos 
da legislação de regência, é possível a dedução efetuada na declaração de ajuste anual do 
imposto de renda. 
Processo STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.375.793-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 4/6/2013. 
 
 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
Pensão por morte e filho universitário maior que 21 anos 
 
O filho maior de 21 anos, ainda que esteja cursando o ensino superior, não tem direito à 
pensão por morte, ressalvadas as hipóteses de invalidez ou deficiência mental ou intelectual 
previstas no art. 16, I, da Lei 8.213/1991. 
Comentários A Lei n. 8.213/91 prevê que o filho do segurado, se for menor de 21 anos (e não 
emancipado), será considerado seu dependente e terá direito à pensão no caso de morte 
do segurado (art. 16, I c/c art. 74). 
 
No direito de família, a jurisprudência entende que o filho de até 24 anos de idade tem 
direito à pensão alimentícia caso seja estudante universitário. 
 
Com base nesse entendimento do direito de família, surgiu uma corrente defendendo que o 
limite de até 24 anos deveria ser também aplicado ao direito previdenciário. Em outras 
palavras, alguns autores passaram a defender que, se o filho do segurado fosse estudante 
universitário, ele teria direito de receber a pensão por morte até que completasse 24 anos 
(e não até 21 anos, como prevê a Lei). 
 
O STJ aceitou essa tese? 
NÃO. Não é possível estender a pensão por morte até os 24 anos de idade pelo fato de o 
filho beneficiário ser estudante universitário. 
 
A Lei n. 8.213/91 é clara ao determinar que a pensão por morte cessa quando o filho do 
segurado completar 21 anos, salvo se ele for inválido. Veja: 
 
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Art. 77. (...) 
§ 2º A parte individual da pensão extingue-se: 
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou 
ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual 
ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; 
 
Logo, a jurisprudência do STJ pacificou o entendimento de que, por falta de amparo legal, 
não há como estender a pensão por morte ao filho do segurado até que este complete 24 
anos de idade, ainda que ele seja estudante universitário. 
 
(...) Esta Corte Superior perfilha entendimento no sentido de que, havendo lei 
estabelecendo que a pensão por morte é devida ao filho inválido ou até que complete 21 
(vinte e um) anos de idade, não há como, à míngua de amparo legal, estendê-la até aos 24 
(vinte e quatro) anos de idade quando o beneficiário for estudante universitário. (...) 
(REsp 1269915/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13/10/2011). 
 
O art. 16, I, da Lei 8.213/1991 (que enumera quem são os dependentes do segurado) é 
taxativo, não cabendo ao Poder Judiciário legislar positivamente, usurpando função do 
Poder Legislativo. 
Processo STJ. 1ª Seção. REsp 1.369.832-SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 12/6/2013 (recurso repetitivo). 
 
 
Pensão por morte e recolhimento de contribuições post mortem 
 
Não se admite o recolhimento post mortem de contribuições previdenciárias a fim de que, 
reconhecida a qualidade de segurado do falecido, seja garantida a concessão de pensão por 
morte aos seus dependentes. 
Comentários BENEFICIÁRIOS, SEGURADOS E DEPENDENTES 
 
Você sabe a diferença entre beneficiários, segurados e dependentes? 
Beneficiário da Previdência Social é um gênero que abrange duas espécies: segurados e 
dependentes. 
 
Segurados Dependentes 
São pessoas que, em razão de exercício de 
atividade (obrigatórios)ou mediante o 
recolhimento de contribuições (facultativos), 
vinculam-se diretamente ao Regime Geral. 
São as pessoas que recebem uma proteção 
previdenciária pelo fato de terem uma 
relação com o segurado. 
Estão vinculados diretamente ao regime 
geral. 
Estão vinculados de forma reflexa, em 
razão da relação que possuem com o 
segurado. 
 
 Facultativos 
 
a) Segurados 
 Empregado 
 Empregado doméstico 
 Obrigatórios Trabalhador avulso 
 Segurado especial 
 Contribuinte individual 
 
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 1ª classe 
b) Dependentes 2ª classe 
 3ª classe 
 
 
Filiação do segurado 
Para que o indivíduo possa ser considerado segurado é necessário que ele seja filiado à 
Previdência Social. 
Filiação é a relação jurídica que se estabelece entre o indivíduo e o INSS, fazendo com que 
este se torne segurado da Previdência Social e passe a ter direitos (ex: auxílio-doença, 
aposentadoria) e obrigações (ex: pagamento das contribuições previdenciárias). 
 
 
Como e quando é feita a filiação? 
Segurados OBRIGATÓRIOS Segurados FACULTATIVOS 
Em regra, a filiação é automática e decorre 
do simples fato de o indivíduo ter iniciado 
uma atividade laborativa remunerada. 
 
 
Obs: no caso do contribuinte individual que 
trabalhe por conta própria (ex: 
microempresário), para ser filiado ao RGPS, 
ele mesmo precisará fazer o recolhimento 
(pagamento) das contribuições 
previdenciárias, já que não presta serviços 
a nenhum empregador. 
Ocorre quando o indivíduo efetua a sua 
inscrição (cadastramento) no RGPS e 
efetua o pagamento da primeira 
contribuição previdenciária. 
 
 
PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO 
 
Vimos acima que, em regra, o segurado obrigatório filia-se ao RGPS com o início de uma 
atividade laborativa remunerada. No caso do contribuinte individual que trabalhe por conta 
própria, ele deverá fazer o pagamento das contribuições previdenciárias. 
 
Se o segurado deixa de realizar atividade laborativa remunerada (ex: é demitido) ou deixa 
de pagar a contribuição previdenciária (no caso do contribuinte individual), ele irá perder a 
qualidade de segurado, ou seja, deixará de ser segurado da Previdência Social e não mais 
terá direito aos benefícios previdenciários. 
 
Vale ressaltar que essa perda não é imediata. O art. 15 da Lei n. 8.213/91 prevê que a 
pessoa, mesmo sem estar pagando as contribuições previdenciárias, continuará sendo 
segurada do INSS por um tempo, que é chamado de “período de graça”. 
 
Período de graça é, portanto, um tempo previsto na lei em que o indivíduo continua sendo 
segurado do INSS mesmo sem estar pagando contribuição previdenciária. É uma forma de 
ajudar a pessoa que pode estar momentaneamente desempregada ou, por razões de 
adversidade, impossibilitada de recolher a contribuição previdenciária. Veja o que diz o art. 
15, II, da Lei n. 8.213/91: 
 
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Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: 
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer 
atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado 
sem remuneração; 
 
Durante o período de graça, o segurado conserva todos os seus direitos perante a 
Previdência Social (§ 3º do art. 15). Da mesma forma, durante o período de graça, os 
dependentes do segurado também permanecem com os mesmos direitos. 
 
Passado o período de graça sem que o indivíduo volte a pagar as contribuições 
previdenciárias, ele perde a condição de segurado e seus dependentes também deixam de 
gozar da proteção da Previdência Social. 
 
 
PENSÃO POR MORTE 
 
Em que consiste: 
A pensão por morte é um benefício previdenciário pago pelo INSS aos dependentes do 
segurado em virtude do falecimento deste. 
Em suma, quando o segurado morre, seus dependentes passam a ter direito de receber 
uma pensão mensal. 
Independe de carência 
A pensão por morte não está sujeita à carência (não precisa que haja o pagamento de um 
número mínimo de contribuições). Assim, se a pessoa se tornou segurada do RGPS no dia 
de ontem e hoje morreu, seus dependentes terão direito à pensão por morte. 
 
Momento da morte 
Para que os dependentes tenham direito à pensão por morte, é indispensável que, no momento 
do óbito, o falecido ainda seja segurado do RGPS e não tenha perdido essa condição. 
 
Imagine agora a seguinte situação: 
João era microempresário e, portanto, contribuinte individual do RGPS. Todos os meses ele 
próprio recolhia a contribuição previdenciária. Determinado dia João concluiu que era um 
desperdício “ficar pagando o INSS” e decidiu não mais recolher a contribuição 
previdenciária. Três anos depois, João morre. 
 
Os dependentes de João terão direito à pensão por morte? 
NÃO, considerando que, quando ele faleceu, já havia perdido a condição de segurado. 
Como ele deixou de ser segurado, seus dependentes também passaram a não mais gozar da 
proteção da Previdência Social. 
 
Os dependentes do falecido João poderão recolher retroativamente todas as contribuições em 
atraso e, com isso, reativarem a sua condição de segurado e terem direito à pensão por morte? 
NÃO. Não é possível que os dependentes façam o recolhimento das contribuições 
previdenciárias em atraso, após a morte do segurado, a fim de poder receber a pensão por 
morte. 
 
Esse benefício é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, mas desde 
que exista, ao tempo do óbito, a qualidade de segurado do instituidor. 
Assim, no caso do contribuinte individual que trabalhe por conta própria, é imprescindível o 
recolhimento das contribuições pelo próprio contribuinte, de acordo com o art. 30, II, da Lei 
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8.212/1991. Logo, para que seus dependentes recebam a pensão por morte é necessário 
que tenha havido o recolhimento das respectivas contribuições em época anterior ao óbito, 
diante da natureza contributiva do sistema. 
Dessa forma, não há base legal para uma inscrição post mortem ou para que sejam 
regularizadas, após a morte do segurado, as contribuições não recolhidas em vida por ele. 
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.346.852-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 21/5/2013. 
 
 
DIREITO AMBIENTAL 
 
Possibilidade dos Estados-membros disporem sobre fontes de abastecimento de água 
 
É possível que o Estado-membro, por meio de decreto e portaria, determine que os usuários 
dos serviços de água tenham em suas casas, obrigatoriamente, uma conexão com a rede 
pública de água. O decreto e a portaria estaduais também poderão proibir o abastecimento de 
água para as casas por meio de poço artesiano, ressalvada a hipótese de inexistência de rede 
pública de saneamento básico. 
Comentários As águas subterrâneas são consideradas como bens do Estado-membro (art. 26, I, da 
CF/88). 
A competência para legislar sobre a defesa dos recursos naturais e a proteção do meio 
ambiente é concorrente, sendo, portanto, também de competência dos Estados-membros 
(art. 24, VI, da CF). 
Por fim, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
proteger o meio ambiente (art. 23, VI) e registrar, acompanhar e fiscalizar a exploração de 
recursos hídricos e minerais em seus territórios (art. 23, XI). 
Assim, a intervenção dos Estados-membros nos assuntoshídricos não só é permitida como 
também é imperativa. 
Vale acrescentar que o inciso II do art. 12 da Lei 9.433/1997 condiciona a extração de água 
do subterrâneo à respectiva outorga, o que se justifica pela notória escassez do bem, 
considerado como recurso limitado, de domínio público e de expressivo valor econômico. 
Nesse contexto, apesar de o art. 45 da Lei 11.445/2007 admitir soluções individuais de 
abastecimento de água, a interpretação sistemática do dispositivo não afasta o poder 
normativo e de polícia dos Estados no que diz respeito ao acesso às fontes de 
abastecimento de água e à determinação de conexão obrigatória à rede pública. 
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.306.093-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/5/2013. 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL 
 
Convenção da Haia 
 
Não se deve ordenar o retorno ao país de origem de criança que fora retida ilicitamente no Brasil 
por sua genitora na hipótese em que, entre a transferência da criança e a data do início do processo 
para sua restituição, tenha decorrido mais de um ano e, além disso, tenha sido demonstrado, por 
meio de avaliação psicológica, que a criança já estaria integrada ao novo meio em que vive e que 
uma mudança de domicílio poderia causar malefícios ao seu desenvolvimento. 
Comentários Convenção da Haia 
O Brasil é signatário da “Convenção Sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de 
Crianças” (Convenção da Haia), que vige em nosso país desde o dia 1º de janeiro de 2000, 
por força do Decreto 3.413/2000. 
 
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Segundo o artigo 1º, essa Convenção tem por objetivo: 
a) assegurar o retorno imediato de crianças ilicitamente transferidas para qualquer Estado 
Contratante ou nele retidas indevidamente; 
b) fazer respeitar de maneira efetiva nos outros Estados Contratantes os direitos de guarda 
e de visita existentes num Estado Contratante. 
 
Em simples palavras, esta Convenção foi assinada para facilitar a devolução de crianças que 
tenham sido levadas ilicitamente de um país para o outro ou que tenham sido levadas 
licitamente, mas que não tenham retornado no período certo. 
 
Antes dessa Convenção, esse procedimento era muito difícil porque envolvia o Poder 
Judiciário de dois países soberanos distintos, além do que as pessoas que haviam levado a 
criança normalmente propunham no país onde ela passou a morar uma ação para 
regularizar a guarda do infante. 
 
Procedimento da Convenção 
Vamos resumir o procedimento previsto na Convenção da Haia com um exemplo. Vale 
ressaltar que não serão abordadas peculiaridades e que, se você quiser aprofundar o 
assunto, deverá ler o Decreto 3.413/2000. 
 
Criança “A” é levada ilicitamente dos EUA para o Brasil. 
 
O pai de “A”, que detinha o direito de guarda segundo as leis estadunidenses, comunica o fato 
à Autoridade Central dos EUA. Esta entra em contato com a Autoridade Central do Brasil. 
 
A chamada “Autoridade Central” é o órgão designado pela lei do país para dar aplicabilidade à 
Convenção da Haia. No Brasil, é a Secretaria Especial dos Direitos Humanos – SEDH. 
 
A Autoridade Central do Brasil (SEDH), comunicada pela Autoridade Central dos EUA tenta 
localizar a criança e fazer o seu retorno de forma voluntária (amigável). 
 
Não sendo possível, a SEDH encaminha o caso à Advocacia-Geral da União (AGU) para que 
esta promova, representando a União, ação judicial de busca, apreensão e restituição da 
criança ao país de onde veio. 
 
Essa ação é de competência da Justiça Federal de 1ª instância (art. 109, I e III, da CF/88). 
 
O Artigo 12 da Convenção afirma o seguinte: 
 Quando uma criança tiver sido ilicitamente transferida ou retida nos termos e tenha 
decorrido um período de menos de 1 ano entre a data da transferência ou da retenção 
indevidas e a data do início do processo perante a autoridade judicial ou administrativa 
do Estado Contratante onde a criança se encontrar, a autoridade respectiva deverá 
ordenar o retomo imediato da criança. 
 Quando se tiver passado mais de 1 ano, a autoridade judicial ou administrativa poderá 
negar o retorno da criança se ficar provado que ela já se encontra integrada no seu 
novo meio. 
 
Caso julgado pelo STJ 
No caso julgado pelo STJ, a ação foi proposta após o prazo de 1 (um) ano a que se refere o 
art. 12 da Convenção. 
Além disso, foi realizado um estudo psicológico que atestou que a menor se encontra 
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inteiramente integrada ao meio em que vive e que a mudança de domicílio poderá causar 
malefícios no seu futuro desenvolvimento. Logo, o retorno da criança ao Estado de origem 
iria contra o interesse da menor, finalidade principal da Convenção. 
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.293.800-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 28/5/2013. 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Julgue os itens a seguir: 
1) (DPE/ES 2009 CESPE – adaptada) Considerando que um avião comercial tenha caído em área residencial brasileira, são 
consumidores por equiparação as pessoas físicas ou jurídicas que, mesmo sem terem sido partícipes da relação de 
consumo, foram atingidas em sua saúde ou segurança em virtude da queda da aeronave. ( ) 
2) (DPE/ES 2009 CESPE – adaptada) Considerando que um avião comercial tenha caído em área residencial 
brasileira, os passageiros (consumidores do serviço) que foram atingidos pelo evento danoso — acidente de 
consumo — são denominados bystanders. ( ) 
3) (DPE/ES 2009 CESPE – adaptada) Considerando que um avião comercial tenha caído em área residencial 
brasileira, se as pessoas que passavam na rua tiverem sido atingidas em sua integridade física pela queda do 
avião, tal fato ensejará a essas pessoas o direito às garantias legais instituídas no CDC, como, por exemplo, a 
inversão do ônus da prova em seu favor. ( ) 
4) (Juiz Federal TRF1 2009 CESPE) As pessoas atingidas por um acidente aéreo, ainda que não sejam passageiros, são 
equiparadas aos consumidores. ( ) 
5) (DPE/ES 2012 CESPE) As vítimas de acidente aéreo com aeronave comercial, sejam elas passageiros ou pessoas 
que se encontrem em superfície, são designadas consumidores stricto sensu pela doutrina, devendo a elas ser 
estendidas as normas do CDC. ( ) 
6) (Juiz Federal TRF4 2012) No Regime Geral de Previdência Social, extingue-se o direito à pensão por morte do 
dependente que atinge 21 anos de idade, salvo se estudante de curso superior, observado nesse caso o limite de 
24 anos, na linha de precedentes do Superior Tribunal de Justiça. ( ) 
 
Gabarito 
1. C 2. E 3. C 4. C 5. E 6. E 
 
 
Olá amigos, vocês já conhecem o meu livro? 
PRINCIPAIS JULGADOS DO STF E STJ COMENTADOS 2012 
 
 
 
 
Trata-se da compilação e a organização de todos os informativos 
esquematizados de 2012. 
Além de tornar a leitura mais agradável, se comparado com a tela do 
computador, o livro tem outra grande vantagem: os julgados foram 
agrupados de acordo com os ramos do direito e, dentro de cada um deles, 
foram organizados segundo os respectivos assuntos. Assim, por exemplo, 
no capítulo sobre “Processo Civil”, temos diversos subtópicos para tratar 
sobre competência, petição inicial, citação, intimação, litisconsórcio, tutela 
antecipada, recursos etc. 
Vale ressaltar, ainda, que a obra conta com um extenso índice, que facilita a 
busca rápida dos temas. 
Com isso, o livro foi organizado como se fosse um curso, envolvendo os 
principais assuntos de cada matéria, com trechos de doutrina, lei e, 
principalmente, aexplicação dos julgados de 2012. 
O livro possui mais de 1000 páginas e está sendo vendido no site 
www.dizerodireito.com.br por R$ 94,00 (valor que inclui o frete). 
Se puderem, comprem para nos ajudar. 
http://www.dizerodireito.com.br/
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JULGADOS QUE NÃO FORAM COMENTADOS POR SEREM DE MENOR 
RELEVÂNCIA PARA CONCURSOS PÚBLICOS 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. REGRAS DE PROGRESSÃO NA CARREIRA DA EDUCAÇÃO BÁSICA, TÉCNICA E 
TECNOLÓGICA. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). 
Até o advento do Decreto 7.806/2012, que regulamenta o art. 120 da Lei 11.784/2008, era possível a 
docente da Carreira da Educação Básica, Técnica e Tecnológica progredir por titulação sem observância 
de interstício temporal. 
Conforme o art. 120 da Lei n. 11.784/2008, “o desenvolvimento na Carreira de Magistério do Ensino Básico, 
Técnico e Tecnológico dos servidores que integram os Quadros de Pessoal das Instituições Federais de 
Ensino, subordinadas ou vinculadas ao Ministério da Educação, ocorrerá mediante progressão funcional, 
exclusivamente, por titulação e desempenho acadêmico, nos termos do regulamento”. Ainda, conforme o § 
1º do mesmo artigo, a progressão funcional será feita após o professor cumprir o interstício de dezoito 
meses de efetivo exercício no nível respectivo. Ocorre que o § 5º do aludido dispositivo legal prevê que, até 
que seja publicado o regulamento previsto no caput para fins de progressão funcional e desenvolvimento 
na respectiva carreira, devem ser aplicadas as regras estabelecidas nos arts. 13 e 14 da Lei n. 11.344/2006, 
nas quais há previsão de progressão por titulação sem cumprimento de interstício temporal. Assim, o 
entendimento do STJ é que a progressão dos docentes da carreira do magistério básico, técnico e 
tecnológico federal, até a publicação do Decreto n. 7.806/2012, é regida pelas disposições da Lei n. 
11.344/2006, com duas possibilidades: por interstício, com avaliação de desempenho; e por titulação, sem 
observância do interstício. 
REsp 1.343.128-SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/6/2013. 
 
DIREITO EMPRESARIAL. AVAL EM CÉDULA DE CRÉDITO RURAL. 
Tratando-se de Cédula de Crédito Rural emitida por pessoa física, é nulo o aval prestado por pessoa física 
estranha ao negócio jurídico garantido. 
Segundo o art. 60, caput, do Decreto-lei 167/1967, são aplicáveis às cédulas de crédito rural as mesmas 
regras de direito cambiário, no que forem cabíveis, inclusive em relação ao aval, dispensado o protesto 
para assegurar o direito de regresso contra endossantes e seus avalistas. Contudo, o § 3º do mencionado 
dispositivo define que são nulas quaisquer garantias reais ou pessoais, salvo quando prestadas pelas 
pessoas físicas participantes da empresa emitente, pela própria empresa ou por outras pessoas jurídicas. 
Precedente citado: REsp 599.545-SP, Terceira Turma, DJ 25/10/2007. 
REsp 1.353.244-MS, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 28/5/2013. 
 
DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL. PRAZO PRESCRICIONAL DAS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO CONTRA ARMAZÉNS GERAIS. 
Nas ações de indenização contra armazéns gerais, o prazo prescricional é de três meses. Isso porque o 
disposto no art. 11 do Dec. 1.102/1903 é norma especial em relação ao art. 177 do CC/1916. Precedentes 
citados: REsp 767.246-RJ, Quarta Turma, DJ 27/11/2006; REsp 89.494-MG, Quarta Turma, DJ de 29/8/2005. 
AgRg no REsp 1.186.115-RJ, Rel. Min. Isabel Gallotti, julgado em 14/5/2013. 
 
 
Ana Leticia Stern
Realce

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