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Exame da Cabeça e Pescoço - Semiologia Médica - Super Material - SanarFlix

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Exame da 
Cabeça e 
Pescoço
SUMÁRIO
1. Introdução ..........................................................................................................3
2. Cabeça ...............................................................................................................3
3. Olhos ..................................................................................................................8
4. Ouvidos ............................................................................................................14
5. Boca e faringe ..................................................................................................16
6. Nariz e seios paranasais ...................................................................................18
7. Pescoço ...........................................................................................................20
Referências .......................................................................................................................24
Exame da Cabeça e Pescoço   3
1. INTRODUÇÃO
O exame clínico da cabeça e do pescoço, independentemente da especialidade 
médica, deverá incluir a cabeça, os olhos, as orelhas, o nariz, a boca, a faringe e o 
pescoço como um todo, que corresponde aos linfonodos, artérias carótidas, glândula 
tireoide e traqueia.
É imprescindível que o médico saiba avaliar cada estrutura e que ele conheça o 
normal, para que consiga reconhecer quando encontrar o anormal.
 Se liga! Para o exame físico da cabeça e do pescoço são utilizados 
os métodos semiológicos de inspeção, palpação e ausculta. 
A avaliação é realizada inicialmente com a inspeção e a palpação, que geral-
mente são feitas simultaneamente e a ausculta é realizada, majoritariamente 
para avaliar a glândula tireoide e os vasos do pescoço.
Nos próximos tópicos, vamos descrever como funciona cada parte do exame clí-
nico das estruturas anteriormente mencionadas. Elas devem ser avaliadas separada-
mente, mas mantendo em mente que o paciente é um ser integral, então os achados 
devem ser analisados em conjunto.
2. CABEÇA
O médico deverá avaliar a cabeça do paciente observando tamanho, forma e con-
tornos. Caso você encontre alguma deformidade, é importante pensar em trauma e, 
caso essa não seja a queixa do paciente, questionar sobre traumas passados.
Em crianças, a medida do perímetro cefálico é extremamente importante para 
se avaliar macrocefalia ou microcefalia. Uma macrocefalia pode ser resultado de 
anomalias congênitas ou hidrocefalia, que corresponde a um acumulo de líquido 
cérebro-espinhal nos ventrículos cerebrais. Já a microcefalia pode ser causada por 
inúmeros problemas, como por exemplo o Zika Vírus, que em 2015 causou o maior 
surto de microcefalia da história do Brasil.
Nos adultos, a cabeça pode estar relativamente aumentada devido a uma acrome-
galia, que é uma alteração devido a uma secreção excessiva de GH.
Após analisar a cabeça, o examinador deve observar as fácies (o rosto) do pa-
ciente. Ela é a resultante dos traços anatômicos com a expressão fisionômica do 
Exame da Cabeça e Pescoço   4
paciente. Não se deve analisar apenas os elementos estáticos, mas também o olhar, 
se existe batimento das asas do nariz, a posição da boca etc.
Algumas patologias imprimem traços característicos na face. Com o tempo de 
prática (e conhecendo bem sobre as alterações em determinadas patologias), o mé-
dico ficará mais seguro e será mais simples reconhecer quando uma fácie é típica. 
Inicialmente é importante que se saiba quando existe algo errado!
 Saiba mais! Aqui apresento algumas fotos de fácies típicas. 
Analise cada uma e estude sobre as patologias descritas. Assim fica mais fácil 
memorizar e reconhecer quando encontrar!
Exame da Cabeça e Pescoço   5
Figura 1: 1.1 Fácies mongoloide; 1.2 Fácies acromegálica; 1.3 Fácies Hipertireóidea
Fonte: Ermolaev Alexander/shutterstock.com ; Garna Zarina/shutterstock.com ; Wysocka 
Malgorzata/shutterstock.com
Exame da Cabeça e Pescoço   6
Ainda que você tenha observado no exame físico geral (ou caso tenha esquecido), 
sempre olhar se existe alguma lesão em couro cabeludo e face, como é a implan-
tação dos cabelos (especialmente em crianças), a quantidade, a qualidade (se são 
secos ou quebradiços) e a distribuição dos pelos.
Ainda na cabeça, analisar se apresenta caspa ou pediculose e descrever.
 Se liga! A descrição correta de um exame físico normal é de ex-
trema importância, pois o prontuário médico é o documento que confirma um 
bom atendimento! 
O crânio geralmente é arredondado, com proeminências na região frontal e na 
região occipital. 
As fácies normais são descritas como atípicas e pode parecer estranho a um 
primeiro momento descrever assim, mas isso significa que ela não é típica de 
nenhuma doença. 
A implantação do couro cabeludo na mulher geralmente é baixa e no homem 
alta, apresentando as ‘entradas’ características.
Exame da Cabeça e Pescoço   7
CABEÇA
Secos ou quebradiços
Micro ou macrocefalia
Tamanho
Crianças
Distribuição de pelos
Forma
Couro cabeludo
Fácies
Contornos
Perímetro cefálico
Elementos estáticos
Olhar
Lesão
Posição da boca
Caspa
Pediculose
Implantação dos 
cabelos
Qualidade
Quantidade
Lesão
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3. OLHOS
Queixas oculares (e as demais), muitas vezes chegam ao clínico geral e, caso seja 
um problema para um especialista, o clínico geral encaminhará para ele. Ou seja, o 
primeiro exame deverá ser feito por qualquer médico. Dito isso, vamos começar.
 Se liga! O exame oftalmológico realizado pelo clínico geral poderá 
ser feito, quase que em sua totalidade, pela inspeção. Apenas em poucas ocasi-
ões deverá ser feita a palpação e quase nunca a ausculta.
O exame oftalmológico é composto pela análise de 10 itens:
• Globo ocular e cavidade orbitária:
• Durante a inspeção, devem ser avaliados o tamanho do globo ocular e a se-
paração das duas cavidades orbitárias. Uma atenção especial deve ser dada 
às crianças, pois diversas síndromes genéticas cursam com alterações nes-
sas duas características.
• Já na palpação, o examinador deve buscar por fraturas, solução de continui-
dade ou espessamento.
• Exoftalmia:
• Exoftalmia é o deslocamento anterior do globo ocular, decorrente do aumen-
to do volume orbitário. Ela deve ser avaliada com o exoftalmômetro, porém, 
na falta dele (o que é mais comum), uma régua milimetrada pode ser utiliza-
da. Nesse exame, apoia-se a parte transparente da régua na reborda orbitária 
superior e inferior, sendo que em pessoas normais, o globo ocular toca a 
régua.
• Aparelho lacrimal:
• A glândula lacrimal, situada na parte externa da pálpebra superior, deverá ser 
avaliada através da palpação, em busca de alterações na consistência, pro-
fundidade e sensibilidade das glândulas. Já a avaliação funcional somente 
poderá ser feita através de um dos três testes citados abaixo, que medem a 
quantidade de lágrima produzida em um determinado espaço de tempo:
• Teste de Schirmer I: avalia a camada aquosa do filme lacrimal da secreção 
normal (secreção básica + secreção reflexa).
Exame da Cabeça e Pescoço   9
• Teste de secreção básica: a diferença para o Teste de Schirmer I, é que, é 
realizada a retirada dos estímulos sobre os secretores reflexos com o uso de 
anestésico local.
• Teste de Schirmer II: mede a secreção lacrimal reflexa.
M. ORBICULAR
MÚSCULO CONSEQUÊNCIA DA PARALISIA
M. ELEVADOR DA 
PÁLPEBRA SUPERIOR
M. TARSOL DE MULLER
IMPOSIBILIDADE DE 
OCLUÇÃO PALPEBRAL
PTOSE
PTOSE PARCIAL
• Pálpebras: 
• As pálpebras são importantes, pois protegem o globo ocular contra trauma-
tismos e excesso de luz. Durante a inspeção, deve ser avaliada a cor, a textu-
ra, a posição, os movimentos e se existe edema.
• Alterações na cor, como a hiperemia, pode indicar inflamação, ainda mais se 
estiver acompanhada de outros comemorativos, como dor, calor e edema.
• Três músculos participam da motilidade palpebral: o orbicular, o elevador 
da pálpebra superior eo músculo tarsal de Muller. Caso ocorra paralisia em 
qualquer um deles, alterações na motilidade acontecerão.
• Conjuntiva e esclera: 
• O exame da conjuntiva e da esclera é realizado através da inspeção apenas. 
A conjuntiva deve ser uma membrana transparente e fina, que se localiza re-
vestindo a esclerótica e segue até o limbo do olho e a superfície posterior da 
pálpebra. 
• A esclera normalmente é toda branca, porém podem ser visualizados vasos 
tortuosos abaixo da conjuntiva e alguns depósitos de pigmentos. Ela pode 
apresentar-se amarela (pelo depósito de bilirrubina na icterícia) ou amarron-
zada (pelo depósito de melanina na melanose ocular); além de possuir nevos 
pigmentados. Uma alteração maligna que pode aparecer nessa região é o 
melanoma.
• Esse exame tem como objetivo a busca por alterações como congestão da 
conjuntiva bulbar, hemorragia subconjuntival, quemose, enfisema com crepi-
tação, queratites, glaucoma (que pode gerar alterações na conjuntiva) e até a 
presença de corpo estranho.
Exame da Cabeça e Pescoço   10
• Córnea:
• A superfície corneana normal é regular e forma uma área de reflexão “lim-
pa”, sendo fácil visualizar, apenas com boa iluminação e uma lupa, quando 
existe alguma lesão. Nesse exame o médico precisa observar o tamanho da 
córnea, se existe opacificação corneana, alterações epiteliais (provocadas 
por corpo estranho) e se existe neovascularização. Demais dados, como pro-
fundidade, pesquisa de irite, hifema e hipópio necessitam da presença de um 
oftalmologista.
• Um último dado que pode ser pesquisado pelo clínico geral é o aumento ou 
diminuição da sensibilidade corneana, que podem fornecer dados importan-
tes de lesões no nervo trigêmeo.
• Pupila: 
As pupilas normais são redondas, centrais e de igual tamanho em 75% da 
população. A cor, os desvios, os reflexos e os orifícios da íris e pupila devem ser 
observados.
 Saiba mais! O reflexo fotomotor controla o diâmetro das pupilas 
em resposta à luminância de luz que incide sobre a retina. Ele auxilia na adapta-
ção da visão a vários níveis de iluminação. Quando existe muita luminosidade, 
as pupilas se contraem, diminuindo a chegada de luz na retina. O inverso ocorre 
e ela dilata quando existe pouca luminosidade, afim de chegar mais luz à retina. 
Existem dois tipos de reflexo: o direto e o consensual. 
Se estimularmos apenas um olho com um feixe de luz, mantendo o outro longe 
da iluminação, o reflexo direto, como o nome já diz, corresponde ao reflexo da 
pupila que está sendo diretamente estimulada; já o consensual, corresponde ao 
reflexo que ocorre com o olho que não está recebendo o feixe de luz. 
Se um paciente apresentar uma lesão no nervo óptico (NC II), ele não apresen-
tará constrição em nenhuma das pupilas quando o olho anormal for iluminado. 
Ou seja, perderá tanto o reflexo direto, quanto o consensual. Entretanto, ao se 
iluminar o olho sem alteração, os reflexos são mantidos. 
Se a lesão for no nervo oculomotor (NC III) ou no tronco cerebral, a pupila anor-
mal não se contrairá tanto no reflexo direto ou no consensual. Já a normal se 
contrairá normalmente quando iluminado qualquer um dos olhos.
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• Cristalino: 
• O exame correto do cristalino é realizado com um lâmpada de fenda, instru-
mento do oftalmologista, porém com uma boa iluminação pode-se buscar e 
perceber alterações, como: perda de transparência e deslocamento.
• Acuidade visual:
• O exame da acuidade visual é normalmente feito no oftalmologista, porém 
se um paciente for ao consultório com a queixa de perda na acuidade visual, 
o médico generalista pode e deve investigar. O exame é feito com a utiliza-
ção da tabela de Snellen, que deve ser posicionada corretamente.
• A avaliação da acuidade visual indica a função da fóvea, área da retina de 
melhor acuidade visual.
• Visão de cores:
• A avaliação da visão de cores e da forma indica a função dos cones, já a ava-
liação da adaptação luminosa corresponde à função dos bastonetes. 
• Um teste fácil e barato para se avaliar a visão de cores são as tábuas pseu-
doisocromáticas, que correspondem a imagens com várias cores, que for-
mam números ou letras em seu centro. As informações contidas nas tábuas 
podem ser lidas por pessoas com visão normal e não por pessoas com 
discromatopsias.
Exame da Cabeça e Pescoço   12
Figura 2: Tabela de Snellen. 
Fonte: MIKHAIL GRACHIKOV/shutterstock.com
Exame da Cabeça e Pescoço   13
Profundidade e 
sensibilidade
Aparelho lacrimal Pálpebras
Conjuntiva e esclera
Visão de cores
Acuidade visual
Exoftalmia
Globo ocular e 
cavidade orbitária
Córnea
Pupila Cristalino
Teste de Schirmer I
Teste de Schirmer II
Teste da secreção básica
Posição
Movimentos
Hiperemia
Congestão
Hemorragia
Sinais de icterícia
Corpo estranho
Avalia a função dos cones
Tábuas 
pseudoisocromáticas
Tabela de Snellen
Perda da transparência
Cor
Reflexos e desvios
Orifícios
Alterações epiteliais
Tamanho
Opacificação
Neovascularização
Tamanho
Fraturas
Solução de continuidade
Separação das duas 
cavidades
Exoftalmômetro
Régua milimetrada
OLHOS
Exame da Cabeça e Pescoço   14
4. OUVIDOS
O exame de ouvido pode ser realizado pelo clínico geral e corresponde a um exa-
me bastante crítico, no sentido do médico ter paciência com o paciente que não 
escuta. O diagnóstico de surdez irreversível e/ou progressiva somente poderá ser 
afirmado ao paciente após todos os recursos para tratamento e investigação da etio-
logia da surdez serem esgotados.
 Se liga! O exame dos ouvidos é composto pela inspeção, palpação 
e otoscopia. 
É normal que o clínico geral não tenha o seu otoscópio, pois muitos acreditam 
que é um aparelho apenas do otorrinolaringologista. Entretanto, o otoscópio é 
um aparelho de uso fácil e de extrema importância para a prática clínica. 
Muitos estabelecimentos não possuem o seu e, quando possuem, não são devi-
damente esterilizados, não apresentam pilhas ou estão quebrados. Então fique 
atento e adquira o seu assim que possível para uma melhor prática clínica.
Na inspeção da orelha externa o médico deverá buscar por sinais flogísticos, neo-
plasias, cistos, fístulas, furunculose, corpos estranhos, rolhas ceruminosas, pólipos e 
malformações congênitas.
O médico deverá buscar, na palpação, sinais de dor, que podem indicar processos 
inflamatórios, como mastoidites e otites, além de linfonodomegalias periauriculares.
Já na otoscopia, em um exame de avaliação funcional, o meato acústico externo 
e o tímpano são observados. O tímpano é uma membrana cinza-pérola, que deve ser 
íntegra e plana. Através dele a saliência do cabo do ‘martelo’ pode ser observada.
Exame da Cabeça e Pescoço   15
OUVIDOS
Inspeção
Otoscopia Palpação
Mal formações congênitas
Fístulas
Cistos
Sinais flogísticos
Cerume
Corpos estranhos
Mastoidites
Otites
Membrana timpânica
Meato acústico externo
Linfonodomegalia
Sinais de dor
Exame da Cabeça e Pescoço   16
5. BOCA E FARINGE
Quando o estudante de medicina está estagiando na pediatria ou quando o clínico 
geral atende crianças, ambos se importam e querem examinar a boca do paciente. 
Entretanto, quando estão atendendo adultos, poucos lembram de examiná-la, salvo 
se a queixa for nessa região e o exame consiste em examinar apenas a “garganta”.
A primeira coisa a ser avaliada na boca do paciente são as condições de higiene, 
para fornecer, caso seja necessário, instruções de escovação e manutenção da saú-
de bucal. Caso seja necessário, o médico deverá fazer o encaminhamento para um 
dentista. 
Técnicas de inspeção e palpação deverão ser realizadas em conjunto, buscando 
alterações tanto visuais, como sensitivas na boca. Na inspeção da boca, o médico 
deverá avaliar as bochechas e os lábios, o assoalho da boca, o palato duro, o palato 
mole, a língua, os dentes e a mucosa alveolar. 
A palpação deverá ser feita utilizando um ou dois dedos ou dígito-palmar. O exa-
minador deverá buscar por sinais flogísticos, presença de lesões nos tecidos moles,falta de dentes, presença de tártaro, lesões ósseas e halitose.
O exame físico da faringe também se faz através da cavidade bucal. Ele se dá pela 
inspeção, frequentemente usando um abaixador de língua, das paredes da faringe 
e das tonsilas palatinas, onde devem ser observados sinais flogísticos, presença ou 
não de exsudato, ulcerações, pseudomembranas, placas mucosas, formações tumo-
rais, pertubações na motilidade do véu palatino e aumento ou diminuição da sensibi-
lidade da mucosa faríngea.
Exame da Cabeça e Pescoço   17
BOCA E 
FARINGE
INSPEÇÃO
EXAME DA FARINGE PALPAÇÃO
Bochechas e lábios
Dentes
Língua
Palato duro e palato mole
Assoalho da boca
Mucosa alveolar
Inspeção
Sinas flogísticos
Lesões em tecidos moles
Ausência dentária
Lesões ósseas
Halitose
Sinais flogísticos
Presença ou 
não de exsudato
Ulcerações
Pseudomembranas
Pertubações na motilidade 
do véu palatino
Alteração da sensibilidade 
da mucosa faríngea
Uso do abaixador de língua 
Exame da Cabeça e Pescoço   18
6. NARIZ E SEIOS PARANASAIS
 Se liga! O exame semiológico do nariz compreende inspeção, palpa-
ção, rinoscopia e a transluminação dos seios frontal e maxilar.
Durante a inspeção, o examinador deverá identificar e descrever se existe alguma 
alteração no formato do nariz, verificando a existência de alguma alteração, como 
por exemplo, em pacientes com síndrome alcoólica fetal, que apresentam a ponte 
nasal rebaixada e o nariz curto.
A palpação pode auxiliar na identificação de alterações morfológicas traumáticas 
e não traumáticas.
A rinoscopia corresponde ao exame das fossas nasais. Ele normalmente é feito 
pelo otorrinolaringologista, mas pode ser realizado por qualquer médico apto a reco-
nhecer as alterações e com um rinoscópio.
Na rinoscopia anterior são observados os cornetos nasais e seus respectivos 
meatos, o septo nasal, o assoalho da fossa nasal e a fenda olfativa. Além disso, po-
de-se confirmar a presença de pólipos, neoplasias, exsudato, hipertrofia de cornetos, 
desvio de septo e presença de corpos estranhos. Já na rinoscopia posteiror, como o 
nome já diz, é o exame da parte posterior da fossa nasal, através da cavidade bucal. 
A transluminação das cavidades paranasais com uma lanterna é realizada com o 
intuito de observar se elas estão preenchidas por exsudato ou com congestão e ede-
ma de mucosa. Não é um exame muito sensível, pois diversos fatores podem interfe-
rir na passagem de luz pelas cavidades.
Exame da Cabeça e Pescoço   19
Presença de 
congestão
RINOSCOPIA 
ANTERIOR
Lesões
INSPEÇÃO
RINOSCOPIA
PALPAÇÃOTRANSLUMINAÇÃO NARIZ E SEIOS PARANASAIS
Avaliar a presença 
de alterações 
que caracterizem 
fácies típicas
Identificação 
de alterações 
morfológicas 
traumáticas e não 
traumáticas
RINOSCOPIA 
POSTERIOR
Parte posterior 
da fossa nasal
Através da 
cavidade bucal
Pólipos
Exsudato
Hipertrofia de cornetos
Desvio de septo
Corpos estranhos
Visualização
Cornetos nasais e seus 
respectivos meatos
Septo nasal
Assoalho da fossa nasal
Fenda olfativa
Pouco sensível
Presença de exsudato
Edema de mucosa
Exame da Cabeça e Pescoço   20
7. PESCOÇO
O exame do pescoço, apesar de parecer simples, envolve o exame de estruturas 
de diferentes sistemas orgânicos. Ele deve ser feito com cuidado e atenção, pois os 
achados são importantes para a identificação de diversas patologias.
No exame do pescoço o médico deverá avaliar os linfonodos da região, a carótida, 
a traqueia e a tireoide. A ordem da avaliação não importa, mas recomenda-se que o 
médico estabeleça um roteiro, para que nenhuma estrutura seja esquecida.
Na inspeção do pescoço, o médico deve avaliar a simetria, se o paciente apresen-
ta bócio, a presença de linfonodomegalia acentuada, a presença visível de pulsação 
da carótida, soluções de continuidade e alterações na cor (como, por exemplo, a pre-
sença de acantose nigricans).
Ainda na inspeção, o médico pode colocar o paciente na posição de 
Trendelemburg à 45°, para observar, na região do pescoço, a presença de turgência 
jugular. Se presente, é um forte sinal de insuficiência cardíaca direita.
A ausculta do pescoço irá envolver o exame da carótida (avaliar a presença de 
sopros), da traqueia (avaliando se a mesma está pervia e identificando a presença de 
corpos estranhos) e da tireoide (afim de se identificar um aumento de fluxo sanguí-
neo, que ocorre especialmente em situações de hiperfunção tireoidiana).
A técnica semiológica mais prolongada no exame do pescoço é a palpação, pois 
todas as estruturas citadas anteriormente devem ser avaliadas. Verifica-se a motili-
dade da traqueia e da tireoide, assim como a localização, a textura, a temperatura e o 
formato da glândula. Todas as cadeias linfonodais do pescoço devem ser avaliadas 
(vide box SAIBA MAIS) e as alterações, caso haja, descritas. A palpação da carótida 
é importante para se avaliar o pulso carotídeo, mas esse exame poderá ser realizado 
e descrito no exame cardiovascular.
Exame da Cabeça e Pescoço   21
 Saiba mais! O exame dos linfonodos da cabeça e do pescoço ge-
ralmente é realizado juntamente com o exame de outros grupos ganglionares e 
descrito no exame físico geral. Entretanto, essa descrição fica a critério do mé-
dico, podendo também ser descrita separadamente conforme a região avaliada. 
Na região da cabeça e do pescoço, os grupos ganglionares avaliados são: 
- Linfonodos occipitais e auriculares posteriores, que recebem a linfa do couro 
cabeludo, pavilhão da orelha e orelha interna; 
- Linfonodos submaxilares, amigdalianos e submentonianos, que recebem a lin-
fa da orofaringe, língua, lábios, dentes e glândulas salivares; 
- Linfonodos cervicais profundos e supraclaviculares, que recebem a linfa dos 
órgãos intratorácicos e intra-abdominais. 
 
A semiotécnica dos linfonodos se faz pela inspeção e palpação. Como dito 
anteriormente, durante a inspeção, o médico irá buscar sinais flogísticos e ade-
nomegalia importante. A palpação é realizada com as polpas digitais e a face 
ventral dos dedos médio, indicador e anular. 
Nesse exame deverá ser avaliada a localização dos linfonodos, o tamanho/vo-
lume, a consistência, a mobilidade, a sensibilidade e se existe alguma alteração 
na pele no local do linfonodo.
Figura 3: Linfonodos da cabeça e do pescoço.
Fonte: Julia-art/shutterstock.com
Exame da Cabeça e Pescoço   22
Antes de finalizar, vamos revisar o exame físico da cabeça e do pescoço? Fique 
atento ao mapa mental:
PESCOÇO
INSPEÇÃO
AUSCULTA PALPAÇÃO
Simetria
Pulsação carotídea
Linfonodomegalia
Presença de bócio
Turgência de jugular
Alteração de cor
Acantose nigricans
Presença de sopros 
na A. carótida
Observar de a 
traqueia está pérvia
Identificar aumento do 
fluxo sanguíneo da tireoide
Pulso carotídeo
Linfonodomegalia
Traqueia e tireoide
Formato
Localização
Mobilidade
Exame da Cabeça e Pescoço   23
FORMATO DO 
NARIZ E NARINAS
FÁSCIE
Cornetos nasais
Meatos nasais
Septo nasal
Assoalho da fossa nasal
Fenda olfativa
Localização
Tamanho/volume
Consistência
Mobilidade
Sensibilidade
Alterações da pele
CABELOPELE CRÂNIO
EXAME DA CABEÇA
EXAME DO PESCOÇO
EXAME DAS ORELHAS
EXAME DA BOCA
EXAME DO NARIZ
EXAME DOS OLHOS
ORELHA EXTERNA 
E MÉDIA
Através da inspeção, 
palpação e otoscopia
LÁBIOS E 
BOCHECHAS
ASSOALHO E 
PALATOS
DENTES, MUCOSA 
ALVEOLAR E LÍNGUA
FARINGE
CARÓTIDA TIREOIDELINFONODOS TRAQUEIA
Sopros
Pulsação
Localização
Tamanho/volume
Simetria
Consistência
Temperatura e sopros
Sensibilidade
Localização/desvio
Mobilidade
Ausculta/presença 
de secreção e corpo 
estranho
GLOBO OCULAR E 
CAV. ORBITÁRIA
EXOFTALMIA 
E PÁLPEBRAS
APARELHO LACRIMAL
CONJUNTIVA E ESCLERA
CÓRNEA, PUPILA 
E CRISTALINO
ACUIDADE VISUAL 
E VISÃO DE CORES
RINOSCOPIA
Exame da Cabeça e Pescoço   24
REFERÊNCIAS 
Bickley LS. Bates - Propedêutica Médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2015. 
Porto CC, Porto AL. Semiologia Médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2013.
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