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Aula 13 – Revestimentos Gerais UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 157 Aula 13: Revestimentos Gerais Revestimentos são todos os procedimentos utilizados na aplicação de materiais de proteção e de acabamento sobre superfícies horizontais e verticais de uma edificação ou obra de engenharia, tais como alvenarias e estruturas. Nas edificações, consideraram-se três tipos de revestimentos: revestimento de paredes, revestimento de pisos e revestimento de tetos ou forro. 1. Revestimentos de Paredes Os revestimentos de paredes têm por finalidade regularizar a superfície, proteger contra intempéries, aumentar a resistência da parede e proporcionar estética e acabamento. Os revestimentos de paredes são classificados de acordo com o material utilizado em revestimentos argamassados e não-argamassados. 1.1. Argamassados Os revestimentos argamassados são os procedimentos tradicionais da aplicação de argamassas sobre as alvenarias e estruturas com o objetivo de regularizar e uniformizar as superfícies, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamentos dos painéis e quando se trata de revestimentos externos, atuam como camada de proteção contra a infiltração de águas de chuvas. O procedimento tradicional e técnico é constituído da execução de no mínimo de três camadas superpostas, contínuas e uniformes: chapisco, emboço e reboco. 1.1.1. Chapisco Chapisco é argamassa básica de cimento e areia grossa, na proporção de 1:3 ou 1:4, bastante fluída, que aplicada sobre as superfícies previamente umedecidas e tem a propriedade de produzir um véu impermeabilizante, além de criar um substrato de aderência para a fixação de outro elemento. 1.1.2. Emboço O emboço é a argamassa de regularização que deve determinar a uniformização da superfície, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamento dos painéis e cujo traço depende do que vier a ser executado como acabamento. É o elemento que proporciona uma capa de impermeabilização das alvenarias de tijolos ou blocos e cuja espessura não Aula 13 – Revestimentos Gerais INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 158 deve ser maior que 1,5 cm. O emboço é constituído de uma argamassa grossa de cal e areia no traço 1:3. Usualmente adiciona-se cimento na argamassa do emboço constituindo uma argamassa mista, em geral nos traços 1/2:1:5; 1:1:6; 1:2:9 (cimento, cal e areia). Para a execução do emboço é necessário ter decorrido um tempo mínimo de carência da aplicação do chapisco de 3 dias e que preferencialmente os elementos embutidos das paredes tenham sido executados, as tubulações hidráulicas e elétricas, os rasgos devidamente preenchidos, os batentes das portas colocados ou com os tacos dos batentes assentados, contramarcos dos caixilhos e preferencialmente o contrapiso executado (neste caso, cuidar de proteger o contrapiso contra prováveis incrustações de argamassas). Antes, ainda, de iniciar a execução do emboço é conveniente fazer uma limpeza da superfície, caso não tenha sido feita antes da aplicação do chapisco, retirando sujeira acumulada (poeiras, graxas, desmoldantes, tintas etc.). As etapas executivas do emboço são mostradas a seguir. 1º - Colocação dos tacos ou taliscas: são pequenas peças de madeira ou de ladrilhos cerâmicos colocados sobe a superfície a ser revestida e que servirá de referencia para o acabamento. Usa-se fixar os tacos com a mesma argamassa que vai ser utilizada no emboço. Os tacos devem ser aprumados e nivelados nas distâncias indicadas, redobrando o cuidado em relação ao alinhamento em que se encontram os registros, as tomadas d’água, caixas dos interruptores e tomadas elétricas. Se necessário, fazer os ajustes nesses elementos para obedecer ao plano de acabamento (prumo) desejado; Aula 13 – Revestimentos Gerais UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 159 2º - Execução das mestras: depois que os tacos estiverem consolidados (2 dias, no mínimo), preenche-se o espaço entre as taliscas verticalmente com a mesma argamassa do emboço e estando a massa firme com o uso de uma régua de alumínio (desempenadeira), apruma-se as mestras que servirão de guia para a execução do revestimento; 3º - Emassamento da parede: depois de consolidados as mestras (mínimo 2 dias), executa-se o preenchimento dos vãos entre as mestras com argamassa de revestimento em porções chapadas cuidando para que fique um excesso em relação ao plano das mestras. No caso da espessura do revestimento ficar maior que 2 a 3 cm, executar em camadas menores em intervalos de no mínimo 16 horas. As chapadas deverão ser comprimidas com colher de pedreiro num primeiro espalhamento, tomando o cuidado de recolher o excesso de argamassa depositado sobre o piso antes que endureçam; Aula 13 – Revestimentos Gerais INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 160 4º - Sarrafeamento: iniciar o sarrafeamento tão logo a argamassa tenha atingido o ponto de sarrafeamento usando uma régua desempenadeira de baixo para cima, retirando o excesso de material chapeado. Para verificar o ponto de desempeno, que depende do tipo de argamassa usada, da capacidade de sucção da base e das condições climáticas, deve-se pressionar com o dedo a superfície chapeada. O ideal é quando o dedo não mais penetra na argamassa (apenas uma leve deformação), permanecendo praticamente limpo; 5º - Desempeno: dependendo do acabamento desejado pode-se executar o desempeno da superfície com desempenadeira de mão adequada para cada caso (madeira, aço ou feltro). Se a parede for receber revestimento cerâmico, basta um leve desempeno com desempenadeira de madeira, cuidando para não deixar incrustações nos cantos e no piso próximo ao rodapé. Aula 13 – Revestimentos Gerais UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 161 1.1.3. Reboco É a argamassa básica de cal e areia fina, onde a nata de cal (água e cal hidratada) adicionada em excesso no traço, constitui uma argamassa gorda, que tem a característica de pequena espessura (na ordem de 2 mm) e de preparar a superfície, com aspecto agradável, acetinado, com pouca porosidade, para a aplicação de pintura. A aplicação é feita sobre a superfície do emboço, após 7 dias (sem que tenha sido desempenado) com desempenadeira de mão, comprimindo-se a massa contra a parede, arrastando de baixo para cima, dando o acabamento (alisamento) com movimentos circulares tão logo esteja no ponto, trocando-se de desempenadeira (aço, espuma, feltro) dependendo do acabamento desejado. 1.1.4. Normas Gerais para Execução de Revestimentos Argamassados • As superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas antes de qualquer revestimento ser aplicado. Molhando a parede, executa-se a limpeza, permitindo as melhores condições de fixação do revestimento, com a remoção do limo, fuligem, poeira, óleo etc., que podem acarretar o desprendimento futuro da argamassa; • Antes de ser iniciado qualquer serviço de revestimento, deverão ser instalados os dutos embutidos dos sistemas elétricos, de comunicação, gás e hidrosanitários, devendo ser testadas as canalizações (sob pressão fluídica ou com lançamento dos guias), permitindo que se façam reparos, se necessários; • As superfícies estruturais em concreto, tijolos laminados ou prensados, serão previamente chapiscadas, logo após o término da elevação das alvenarias; • Emboço só será aplicado após completa pega da argamassa de assentamento das alvenarias e do chapisco, e as superfícies deverão ser molhadas convenientemente antes do processo; • Quando houver necessidade de espessura de emboço acima de 2 cm, deverão ser executados em camadas, respeitando a espessura de 1,5 cm cada; • A cal hidratada usada na confecção das argamassas para emboçodeve ser peneirada para eliminar os grãos de cal, que se existirem na argamassa, darão origem ao processo de hidratação higroscópica retardada cuja consequência é o aparecimento do vulgarmente chamado empipocamento do revestimento; • Uso da nata de cal na argamassa para reboco deve passar pelo processo de hidratação completa, deixando-se o elemento descansar pelo menos 3 dias, ou seja, 72 horas, em lugar protegido do sol e ventilação. Aula 13 – Revestimentos Gerais INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 162 1.2. Não Argamassados São revestimentos de paredes, constituídos por outros elementos naturais ou artificiais, assentados sobre emboço de regularização, com argamassa colante ou estruturas especiais de fixação. Esses produtos têm procedimentos de assentamento ou fixação específicos, segundo as características de seus elementos. Entre os mais utilizados serão abordados a seguir. 1.2.1. Revestimentos Cerâmicos São produtos industrializados com grande controle do processo de fabricação, que exigem atenção desde a composição da massa, que utiliza argilas, filitos, talcos, feldspatos (grês) e areias (quartzo), até a classificação final do material, caracterizado por elementos cerâmicos, de grande variedade de cores, brilhantes e acetinados, em diversos padrões, lisos e decorados, de alta vitrificação, ou seja, de grande coesão, resistência à compressão e abrasão. A espessura média é de 5,4 mm. A face posterior (tardoz) não é vidrada e apresenta saliências para aumentar a capacidade de aderência da argamassa de assentamento. 1.2.1.1. ELEMENTOS DO REVESTIMENTO CERÂMICO Considerado como um sistema, tecnicamente, o revestimento cerâmico é constituído por um conjunto de elementos distintos funcionando como uma estrutura organizada. Esses elementos têm composições diferentes que geram esforços diferentes, que devem apresentar, no final, um equilíbrio de todas as tensões que atuam no sistema, para que não ocorra o comprometimento do revestimento cerâmico. Os elementos do revestimento cerâmico são: • Substrato ou base (emboço); • Argamassa colante; • Placa cerâmica; • Diferentes tipos de juntas; • Argamassa de rejuntamento ou Rejunte. Por se tratar de disciplina específica neste curso, o estudo dos revestimentos cerâmicos será retomado detalhadamente em outro momento. 1.2.2. Pinturas Uma casa ou apartamento exigem uma atenção especial quando o assunto é a pintura, tanto interna quanto externa. Isso, porque é lá que o proprietário (ou locatário) passará boa parte de seus dias e, na maioria das vezes, ele mesmo não sabe como gostaria de deixar o Aula 13 – Revestimentos Gerais UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 163 local. Muitas vezes, quem deseja contratar um trabalho de pintura residencial, seja de uma casa no campo, seja de um apartamento em uma grande metrópole, pensa logo em inovar, fazer algo criativo e diferenciado que chame a atenção de todos que visitem o local. No entanto, deve-se tomar muito cuidado com essa postura, pois pode tornar o ambiente chamativo demais ou até mesmo muito carregado, não caracterizando nenhum estilo em específico. Para que a pintura da edificação fique correta, é preciso lixar a parede de forma a tirar toda e qualquer irregularidade presente. Se possível, use uma lixadeira elétrica, pois as de papel demandam um esforço bem maior. Depois, é preciso aplicar massa para corrigir regiões onde metais e madeiras ficaram expostos por conta do lixamento. Para uma pintura perfeita, o ideal é remover batentes de janelas e portas, dobradiças, soquetes de lâmpadas dentre outros acessórios que possam afetar o trabalho. Se não for possível, deve-se se certificar de proteger bem com fita e papel rodapés e batentes. Além disso, a proteção dos pisos, se já forem os definitivos. Cobrir toda a superfície, não deixar espaços para que respingos de tinta tomem espaço. A Disciplina Pintura e Revestimento tratará o tema de maneira aprofundada, dispensando, neste momento, maiores detalhamentos. 1.2.3. Pastilhas de Porcelana É um produto cerâmico de grês (argila pura de alta vitrificação), produzido com alta tecnologia, cuja característica principal é ter teor de absorção praticamente 0%. A sua aplicação requer mão de obra especializada (pastilheiro), cujo assentamento poderá ser executado por dois métodos: convencional (sobre emboço rústico sarrafeado) ou com argamassa colante (sobre emboço sarrafeado ou desempenado). No processo convencional, a base para aplicação é de emboço sarrafeado, com acabamento rústico (se necessário, a superfície deverá ser escarificada) de argamassa rica em cimento Portland Comum, isenta de impermeabilizantes, devidamente curado (para evitar tensões de retração da argamassa sobre o revestimento). A aplicação das pastilhas se fará sobre esta base, umedecida, assentando-se com argamassa mista de cal e areia fina, no traço 1:3:9, em volume, espalhando-se uma camada de 2 mm sobre uma área tal que possa ser revestida com pastilhas antes do início do seu endurecimento. Ao mesmo tempo, sobre cada placa, na face sem papel, estende-se uma fina camada de pasta de cimento branco (sem caulim), no traço 2:1, fixando a placa sobre a argamassa fina e fresca, pressionando para que haja a aderência das mesmas. Cuidar com o alinhamento e esquadro das linhas de rejuntes. Aula 13 – Revestimentos Gerais INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 164 No processo do uso de argamassa colante, o emboço deve ser cuidadosamente sarrafeado e destorcido, e depois de curado, a placas de pastilhas são fixadas com argamassa pré-fabricada, com aditivos especiais, bem dosada, mecanicamente misturada e, portanto, com traço uniforme. A argamassa pré-fabricada permite melhor acabamento, fazendo o rejuntamento com a própria argamassa e eliminando o risco de desprendimento das pastilhas. 1.2.4. Tijoletas Cerâmicas (Tijolo Aparente, Tijolo à Vista) Para o revestimento de fachadas, lareiras, churrasqueiras e ambientes internos pode- se usar tijoletas que imitam a face lateral de um tijolo de 2 furos. Produzidas com mais controle de qualidade apresentam certa uniformidade no tom, proporcionando ótimo acabamento se executada dentro da técnica. No assentamento utiliza-se argamassa mista de cimento, cal e areia na proporção de 1:½:4 sobre parede chapiscada e 1:1/4:4 sobre parede emboçada. 1.2.5. Pedras Naturais Utilizando rochas naturais, como: arenito, granito, folhelho, gnaisse, pedra mineira, e outras, as unidades são cortadas ou serradas, constituindo peças irregulares ou regulares, que são assentadas com argamassa mista de cimento, sobre superfícies chapiscadas, procedendo-se antecipadamente o chapisco da contra-face na aderência das peças, também. O serviço de assentamento deve ser executado por pedreiro especializado, com treinamento na arte do preparo das peças, classificação e montagem dos painéis. 1.2.6. Mármores e Granitos Polidos Primeiramente, deve-se avaliar o material a ser empregado quanto à sua adequação estética e funcional, posteriormente, quanto à qualidade, relativa à existência de manchas, impurezas, diferença de tonalidade e bicheiras. A espessura das peças para aplicação como revestimento de parede é de 2 cm, e a aplicação deve observar ao cuidado no levantamento Aula 13 – Revestimentos Gerais UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 165 das medidas da área de revestimento, que gerará o detalhamento de painéis e/ou placas mais uniformes possíveis, respeitando as disposições das manchas e veios das placas obtidas dos desdobramentos dos blocos das rochas. Este procedimento resultará em um projeto de montagem, onde as placas receberão uma numeração sequencial para facilitar o assentamento. Parao assentamento das placas com argamassa mista de cimento, é necessário considerar a superfície se de tijolos ou de concreto, que deverão estar chapiscadas. As placas destinadas a revestir superfície de concreto, deverão ter na contra face, grapas de ferro chumbadas; nas que serão aplicadas sobre tijolos são dispensáveis, não havendo também necessidade de argamassa de regularização das superfícies. Em ambas as situações, a contra-face das placas devem ser chapiscadas. 1.2.7. Madeira O uso mais comum de revestimento em madeira para paredes é o lambril, peças em madeira maciça com bordos em macho e fêmea e de dimensões de 10 cm de largura e ½” de espessura, cuja fixação é feita sobre um tarugamento executado com caibros (trapezoidais), fixos na parede em linhas paralelas com espaçamento de 50 cm, ortogonalmente à posição de assentamento das peças. 1.2.8. Revestimentos Plásticos ou Vinílicos Produtos de alta tecnologia, são pouco usados, mais apresentam grandes vantagens sobre outros materiais de revestimentos impermeáveis. Destacam-se as chapas de PVC coloridas e as chapas de Laminado Decorativo de Alta Pressão (LDAP), compostas de camadas de material fibroso, celulósico (papel, por exemplo), impregnada com resinas termoestáveis, amínicas (melamínicas) e fenólicas, montadas, prensadas sob condições de calor e alta pressão, em que as camadas de superfície, em ambos os lados, são decorativas Aula 13 – Revestimentos Gerais INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 166 (exemplo: chapas fórmicas). No mercado encontra-se 14 tipos de LDPA, com características especiais quanto ao uso. Os substratos recomendados para a fixação são: madeira aglomerada, compensada, maciça, medium density fiberboard (MDF), superfícies metálicas e alvenarias revestidas com argamassa queimada ou preparada como massa corrida, para suportar a colagem do laminado. Os adesivos indicados para os diversos substratos são: o termoendurecível uréia- formaldeído; a cola branca ou acetato de polivinila (PVAc) e adesivo de contato à base de borracha sintética (policloropeno). 1.2.9. Revestimentos de Alumínio Apresentado em chapas de alumínio, sua aplicação é restrita a indicação em projetos sofisticados, que deverão ser orientados pelos fornecedores quanto aos detalhes de fixação. 2. Revestimentos de Pisos Ao revestimento de pisos designa-se a denominação de pavimentação. Assim sendo, pavimentação é definida como sendo uma superfície qualquer, continua ou descontínua com finalidade de permitir o trânsito pesado ou leve. São diversos os materiais utilizados como pisos na construção civil, sendo que as qualidades gerais da pavimentação são: • Resistência ao desgaste ao trânsito; • Apresentar atrito necessário do trânsito; • Quanto a higiene necessária; • Fácil conservação; • Inalterabilidade (cor, dimensões, etc.); • Função decorativa; • Econômica. 2.1. Classificação quanto ao tipo de Material Podem ser classificados como: • Em concreto: simples, armado ou em peças pré-moldadas intertravadas (tipo paver) ou articuladas (tipo blokret – “sextavadas”); • Em cerâmica: piso cerâmico não vidrado (lajota colonial) e piso cerâmico vidrado de resistência variável (decorados e antiderrapantes); • Em madeira: soalho (tábua), taco e parquete; • Em Pedras: ✓ Naturais – arenitos, granitos, mármores, mosaico português, etc.; Aula 13 – Revestimentos Gerais UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 167 ✓ Artificiais – granitina, ladrilho hidráulico e concreto. • Vinílicos – Ladrilho Vinílico Semi-flexível, em placas fabricadas como resinas de PVC, plastificantes e pigmentos corantes; • Piso melamínico de alta pressão (PMAP) – são chapas para revestimentos de substratos rígidos, compostas de material fibroso, celulósico, empregnado com resinas termoestáveis, amínicas e fenólicas, prensadas por meio de calor e alta pressão, constituindo um revestimento de elevado índice de resistência ao desgaste, com espessura de 2 mm, produzidos em diferente versões, específicas para cada aplicação e uso (convencional, fogo retardante, reforçado etc.). 2.2. Observações acerca dos cuidados de execução • Para a execução de uma pavimentação, devemos considerar os procedimentos de preparo da base que pode ocorrer sobre o solo ou em lajes de concreto armado; • Na pavimentação em que a base é o solo, deve-se ter o cuidado com a compactação do aterro, execução de lastro para drenagem e impermeabilização do contrapiso. • Deve-se ter o cuidado de planejar as declividades das superfícies externas, na execução dos contrapisos ou lastro de regularização, de acordo com a orientação de captação d’água, do projeto hidráulico; • Nas áreas de garagens, não deixar de executar declividades mínimas para o escoamento natural d’água. • Se possível, a cota do piso interno de uma edificação deve estar sempre elevado em relação ao piso externo; • Antes da execução do contrapiso, deve ser executado o assentamento das redes de esgotos sob o piso; • Nos trabalhos de assentamento de piso conjugado, madeira e rochas polidas, deve-se executar primeiro o assentamento das pedras, para evitar que a água de amassamento infiltre na madeira, provocando distorção nas peças. • Antes da execução do contrapiso, deve ser executado o assentamento da rede de esgoto e dutos embutidos sob o piso; • A pavimentação com placas ou réguas de laminado plástico termoestável – laminado fenólico-melamínico – devem ser executados sobre base de cimento plastificado (argamassa de cimento 1:3 adicionado de acetato de polivinila – PVC), para um perfeito nivelamento da superfície aplicado com desempenadeira metálica; Aula 13 – Revestimentos Gerais INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 168 • Nos trabalhos de assentamento de piso conjugado, madeira e rochas polidas, deve-se executar primeiro o assentamento das pedras, para evitar que a água de amassamento infiltre na madeira, provocando distorção nas peças; • Na execução de pisos e contrapisos em concreto não se deve esquecer de dimensionar o número de juntas e suas locações. 2.3. Pisos em Concreto Pré-moldados Além de pisos de concreto moldados in-loco em painéis de variados tamanhos e tipos de juntas, é cada vez mais frequente a execução de pisos diferentes das tradicionais pedras portuguesas (petit-pavet). Atualmente, existem muitos fornecedores de pisos para os mais diversos usos, tais como: pátios, calçadas, passeios, quadras esportivas e playgrounds. A base de tais revestimentos depende do material utilizado e podem variar desde arenito apiloado até um contrapiso de concreto (armado). A seguir são mostrados alguns dos tipos de revestimentos feitos em concreto: 2.3.1. Procedimentos de Execução Os procedimentos a seguir são indicados para o caso de áreas internas sobre lajes com contrapiso em painéis de 2,0x2,5 m e espessura mínima de 2,0 cm e espessura máxima dependendo do desnível necessário ou da correção de nível exigida. • Antes de iniciar o contrapiso é necessário retirar todos os entulhos do ambiente, assim como óleos, graxas, cola, tinta, material que possa soltar-se (usar ponteiro); • Marcar o nível das mestras de acordo com o projeto (transferir o nível) usando nível de mangueira, lembrando que nas áreas onde haverá escoamento de água (ralo) prever um caimento mínimo de 1%; Aula 13 – Revestimentos Gerais UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 169 • Dois dias antes da execução do contrapiso colocar os tacos (taliscas) conforme o nível determinado fixando-os com a mesma argamassa que vai ser usada no contrapiso (depende do revestimento final que vai ser colocado, conforme tabela a seguir). Molhar o local onde vai ser colocado o taco e polvilhar com cimento comumpara garantir a perfeita aderência da argamassa com a base; • Os tacos deverão ficar a uma distância máxima de 2 metros e após 2 dias, lavar bem a superfície (água em abundância) e executar as mestras, adotando-se os mesmos cuidados de polvilhar cimento, inicialmente nos locais das mestras e depois em toda a superfície que vai receber o contrapiso, espalhando e misturando com a água para formar uma nata de aderência; • Espalhar a argamassa entre os tacos numa espessura um pouco acima da altura dos tacos e compactando-a com um soquete (a argamassa deve estar em ponto de farofa). Em seguida, usando os tacos como apoio, nivelar a mestras com uma régua de alumínio (reguar) e retirar os tacos, preenchendo o espaço com a mesma argamassa; • Logo após a execução das mestras lançar argamassa entre elas até um pouco acima das mestras, espalhando com uma enxada ou rodo (espessura máxima por camada de 5 cm), compactar da mesma forma que as mestras, preenchendo os espaços que ficarem abaixo das mestras, sempre compactando; • De forma idêntica ao sarrafeamento feito antes, cortar a argamassa com uma régua de alumínio, fazendo o acabamento (cimento alisado ou desempenho) de acordo com o tipo de revestimento que será executado; • Isolar a área por no mínimo 3 dias após o término do serviço e controlar o trânsito de equipamentos que possam danificar o contrapiso. Liberar para a execução do revestimento decorridos 28 dias de cura. Aos 14 dias fazer a verificação e aderência com um ponteiro de aço. Testar, também, o caimento jogando água com balde a fim de verificar empoçamento e caimento inadequado. Refazer onde for necessário; Aula 13 – Revestimentos Gerais INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 170 2.3.2. Pisos de alta resistência em Concreto Armado São pisos indicados para áreas de tráfego de veículos pesados, como pátios de estacionamento de ônibus, carga e descarga de caminhões, postos de combustíveis (não utilizar asfalto, pois este reage em contato com óleo diesel). A altura (h) deve ser dimensionada em função do tipo de uso previsto. Na figura a seguir, é mostrado um perfil de um piso de concreto armado, sendo o esquema de concretagem pode seguir o sistema em xadrez, como foi mostrado no item anterior. 1 8 9 10 7 2 3 6 11 12 5 4 Lastro de Brita apiloada Colocação das sarrafos 1”x3” 1 8 9 10 7 2 3 6 11 12 5 4 Concretagem dos painéis ímpares 1 8 9 10 7 2 3 6 11 12 5 4 Retirada dos sarrafos 40 horas depois 1 8 9 10 7 2 3 6 11 12 5 4 Concretagem dos painéis pares Esquema para concretagem de pisos de concreto em junta seca Aula 13 – Revestimentos Gerais UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 171 2.4. Pisos de Madeira São pavimentos feitos com madeira frisadas (com encaixe tipo macho e fêmea) com larguras e comprimentos variáveis fixados sobre vigamento ou contrapiso. Geralmente os de largura de 5 a 8 cm são pregados com a pregação ficando oculta na mecha (encaixe). Para larguras maiores pode-se usar cola ou pregação aparente ou ainda, parafusos. Veja na figura a seguir esquemas de fixação de assoalhos de madeira: Aula 13 – Revestimentos Gerais INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 172 2.5. Pisos Cerâmicos Basicamente, utiliza-se uma argamassa mista de cimento com areia média seca no traço 1:0,5:4 ou 1:0,5:6 sobre o piso regularizado (quando a espessura da argamassa de assentamento for maior de 3,0cm) ou sendo a própria argamassa de assentamento utilizada para regularizar e assentar. Ao se considerar que a colocação do material cerâmico, no caso de utilizar a argamassa para o assentamento, é feita com esta camada de argamassa ainda fresca, e que quando da secagem desta argamassa acontece o fenômeno da retração (encurtamento), ocorre o aparecimento de esforços que tendem a comprimir o revestimento. Destes esforços - que atuam no plano do revestimento - resultam componentes normais ao revestimento que tendem a arrancá-lo de sua base. O que vai impedir a separação das peças de sua base será a aderência proporcionada pela pasta de cimento. Sabe-se que, no assentamento convencional, dificilmente se consegue obter uma pasta de cimento ideal, ou seja, com maior resistência possível, pois a mesma resulta da aspersão de pó de cimento sobre uma argamassa ainda fresca, retirando água dessa argamassa para se hidratar. A falta ou excesso de água poderá ter como consequência, ou o cimento mal hidratado, ou uma "aguada" de cimento. Em ambos os casos a ligação cerâmica-base estará fatalmente comprometida, será de baixa resistência e não se oporá à separação do revestimento de sua base. Esses esforços devido à retração estão diretamente ligados a fatores importantes. Quanto maior for à espessura da argamassa de assentamento, tanto maior será o esforço resultante da retração. Quando mais rica em cimento for a argamassa, tanto maior será o esforço devido à retração. E, lembrando que este esforço de compressão gera componentes verticais que tendem a arrancar as peças de sua base, quanto maior for o primeiro tanto maior serão os componentes verticais de tração que tendem a soltar o revestimento. Tal como os revestimentos cerâmicos de paredes, pisos cerâmicos terão tratamento especial em disciplina própria. 3. Revestimento de Tetos (Forros) Elemento de acabamento interno da edificação, o forro é um sistema de revestimento superior de um ambiente (cômodo). Caracterizado como forro falso quando reveste abaixo do teto (que tecnicamente define o pé-direito), o forro é o sistema que regula o espaço e o conforto do ambiente, possuindo uma relação direta com a reverberação dos sons, o conforto térmico e lúminico. Para um desempenho adequado, deve possibilitar fácil manutenção, ter praticidade na instalação, e estar dentro dos padrões de resistência mecânica, de resistência à propagação de chamas e à ação de fungos e insetos. Um forro Aula 13 – Revestimentos Gerais UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 173 deve ainda fornecer condições para a adaptação de luminárias, alarmes, sprinklers, dutos de ar condicionado e outras instalações, se necessário. Os tipos de forros mais comumente utilizados, segundo as características de fixação são: forros colados, forros tarugados e forros suspensos. De uma forma mais ampla os revestimentos de tetos podem ser resumidos como segue: • Concreto aparente (laje aparente): é o teto sem nenhum revestimento especial, a não ser em alguns casos, uma pintura (verniz) diretamente sobre a face inferior da laje de concreto; • Argamassados: é a aplicação de camadas de revestimento argamassados da mesma forma com que se revestem as paredes (chapisco, emboço, reboco etc.) sobre a face inferior de laje maciça, pré-moldada ou mista; • Madeira: executados como forro falso em chapas, réguas ou colmeias, fixados por meio de vigamentos, tarugamentos e contraventamento; • Gesso: em placas lisas, perfuradas ou estriadas, placas de gesso acartonado (placas de 0,60 x 0,60 m) suspensas por arames galvanizados fixados nas lajes por pino de aço cravado com pistola à pólvora. As placas podem ser rejuntadas, lixadas e pintadas e receber arremates especiais também em gesso ou outro material (plástico, PVC e isopor); • Fibras vegetais ou minerais: em placas prensadas de fibras de madeira (pinus e eucalipto) e lã de vidro, rocha ou polietireno expandido (isopor), caracterizando o chamado "forro pacote", que são fixados em estruturas de perfis de alumínio, aço ou madeira atirantados ao teto, por meio de pendurais de aço, ou chapas de alumínio; • Metal: principalmente alumínio e aço, apresentando as mais variadas configurações e acabamentos; • PVC rígido: apresentados em réguas com encaixetipo macho e fêmea, fixados em tarugamentos de madeira. Baseado e adaptado de Prof. Carlan Zel ian, El ton Doná e Carlos Vargas (UEPG). Edições sem prejuízo de conteúdo.