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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA MULHER, CRIANÇA E ADOLESCENTE
PROF. THARINE OLIVEIRA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO
Humanização da assistência no parto e nascimento
Os avanços da obstetrícia contribuíram para a melhoria dos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatais, no entanto permitiram a concretização de um modelo assistencial que considera a gestação, o parto e o nascimento como doenças, expondo as mulheres e os recém‑nascidos a muitas intervenções realizadas rotineiramente e sem indicações específicas
a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em 1996 um documento intitulado Maternidade Segura: Assistência ao Parto Normal - definição de parto normal e uma classificação das práticas comuns na condução do parto normal, orientando os profissionais de saúde que assistem ao parto sobre as condutas que devem ou não serem realizadas no processo de parturição
 recomendações classificadas pela OMS em quatro categorias:
práticas demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas;
práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas;
práticas sem evidências suficientes para apoiar uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela até que mais pesquisas esclareçam a questão;
práticas frequentemente usadas de modo inadequado.
Para a OMS, o objetivo da assistência obstétrica é ter uma mãe e uma criança saudáveis, com o menor nível possível de intervenção compatível com a segurança
Seguindo as recomendações da OMS, o Ministério da Saúde lançou em 2000 o Programa de Humanização no Pré‑natal e Nascimento (PHPN) no Brasil por meio da Portaria nº 569. Seus objetivos são:
a redução das elevadas taxas de morbimortalidade materna e perinatal no País;
a adoção de medidas que assegurem a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré‑natal, da assistência ao parto, puerpério e neonatal;
a ampliação das ações na área de atenção à gestante.
Para assegurar à mulher o direito à atenção humanizada na gestação, no parto e no puerpério, como também o direito ao planejamento reprodutivo e o direito da criança ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudável, o Ministério da Saúde instituiu em junho de 2011 a Rede Cegonha no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil:
respeito, proteção e realização dos direitos humanos;
respeito à diversidade cultural, étnica e racial;
promoção da equidade;
enfoque de gênero;
garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes;
participação e mobilização social;
compatibilização com as atividades das redes de atenção à saúde materna e infantil em desenvolvimento nos estados
Entre os direitos estabelecidos pela Rede Cegonha, destacam‑se:
ampliação do acesso aos serviços de saúde, o acolhimento e a melhoria da qualidade do pré‑natal;
transporte para o pré‑natal e para o parto;
vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto;
realização de parto e nascimento seguros, por meio de boas práticas de atenção;
acompanhante no parto, de livre escolha da gestante;
atenção à saúde da criança de zero a 24 meses com qualidade e resolutividade;
acesso ao planejamento reprodutivo
Em 2017, por meio da publicação da Portaria nº 353, de 14 de fevereiro (BRASIL, 2017d), foram aprovadas as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal, para utilização no SUS e na Saúde Suplementar no Brasil
Períodos clínicos do trabalho de parto e parto normal de risco habitual
O trabalho de parto corresponde ao processo de movimentação do feto, placenta e membranas, através do canal de parto para fora do útero
dividido em quatro estágios distintos para retratar as alterações típicas de cada momento
dilatação:
 inicia‑se com as contrações uterinas rítmicas, intermitentes e dolorosas, que provocam o apagamento e a dilatação cervical
termina com a dilatação de 10 centímetros do orifício cervical
seu tempo de duração é variável
expulsão:
tem início com a dilatação total da cérvice (10 centímetros) e termina com o nascimento da criança
caracterizada pelo fortalecimento das contrações uterinas, que provocam a movimentação do feto pela pelve materna e sua lenta descida pelo canal de parto até a sua expulsão
pode durar minutos ou até duas horas
dequitação:
também chamado de secundamento ou placentário
inicia‑se após a expulsão do feto e termina com a eliminação da placenta e das membranas
As contrações uterinas variam de fracas a moderadas e visam à expulsão da placenta, que, em geral, ocorre de forma espontânea entre 5 e 30 minutos após o nascimento do bebê
Greenberg:
inicia‑se imediatamente após a expulsão da placenta
Para alguns autores, essa fase estende‑se até a primeira hora após o parto; para outros, até a segunda hora
momento crucial para a mãe e para o recém‑nascido, pois ambos estão se recuperando do procedimento físico do nascimento, além de estarem se familiarizando um com o outro e com os demais membros da família
o organismo materno realiza seus reajustes iniciais para o retorno ao estado não gravídico e as funções dos sistemas do corpo começam a se estabilizar
CONTINUA...

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