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151
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
Unidade III
7 A CRISE SUCESSÓRIA E OS GOVERNOS DE JK E JÂNIO QUADROS
7.1 Crise sucessória – 1954‑1956
O vice‑presidente Café Filho assumiu a presidência. Ele procurou promover um governo de direita 
com medidas liberais.
E assim se foi o ano de 1954. Em 3 de outubro de 1955, foi realizada a eleição presidencial. Uma 
aliança entre PSD e PTB formou a chapa de Juscelino Kubitschek (JK) para presidente e João Goulart 
(Jango) para vice. Com 3.591.409 votos (36%), JK venceu. Juarez Távora, candidato da UDN, ficou com 
30% dos votos, Adhemar de Barros, do PSP, ficou com 26% e Plínio Salgado, pelo PRP, ficou com 8%.
Figura 51 – Café Filho assumiu a presidência do Brasil após Getúlio Vargas
Disponível em: https://bit.ly/3ENxECG. Acesso em: 3 fev. 2016.
Houve muita oposição conservadora à vitória eleitoral de JK. Dizia‑se que ele não tinha a maioria dos 
votos (apenas a maioria simples), o que a Constituição não proibia, e que teria sido apoiado diretamente 
pelas forças esquerdistas do país associadas a Jango.
Em 8 de novembro de 1955, Café Filho deixou a presidência, alegando doença, e passou o poder, de 
acordo com a Constituição, para Carlos Luz. Lopez e Mota (2015, p. 739) argumentam que: “Café Filho, 
amedrontado e oportunista, simula um infarto e passa o governo ao udenista mineiro Carlos Luz”.
No entanto, Café Filho deixara no Ministério da Guerra o general Teixeira Lott, homem fiel aos 
princípios da Constituição. Quando Carlos Luz procurou articular um golpe, foi a vez de Lott agir: 
152
Unidade III
impediu a continuidade de Carlos Luz e também o retorno de Café Filho (também contrário à posse 
de JK) conduzindo ao poder o vice do Senado Nereu Ramos, em 11 de novembro de 1955. Era o 
chamado “duplo impedimento”.
O país ficou em estado de sítio até a posse de JK. Mais uma vez, escancarava‑se a participação militar 
no país, muito além de suas funções. Dizem alguns que parte do acordo de Lott para a proteção do 
futuro governo de JK estava ligado ao apoio do presidente eleito à campanha de Lott para 1960.
7.2 Governo JK – 1956‑1961
Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu em Diamantina, Minas Gerais, em 12 de setembro de 1902. 
Formou‑se em medicina e como médico atuou até 1940. Foi um político com larga experiência antes 
de alcançar a presidência (deputado federal, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais).
Figura 52 – Juscelino Kubitschek, presidente do país entre 1956 e 1961
Disponível em: https://bit.ly/3EGQ1c8. Acesso em: 3 fev. 2016.
Seu discurso de posse tinha como base a declaração da importância da democracia, agradecendo 
Nereu Ramos pela transmissão do cargo:
Senhor Presidente,
Agradeço a honra imensa do gesto protocolar de Vossa Excelência 
transmitindo‑me a faixa da presidência da República. A sua passagem 
por esta casa ficará assinalada nos anais da História do Brasil como um 
dos instantes mais altos da vida cívica deste país. A sua tradição ficará 
153
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
imorredoura nos fatos da vida política do Brasil como uma hora solar para 
a democracia e para as liberdades em nossa pátria. Congratulando‑me com 
o Brasil por este ato em que se consolida definitivamente a democracia em 
nossa pátria, quero, senhor presidente, trazer‑lhe neste instante a palavra 
de agradecimento de milhões de brasileiros que viram na sua atuação a 
garantia mais eficaz para a consolidação da paz, da liberdade e da democracia 
(BONAVIDES; AMARAL, 2002d, p. 31).
Seu governo foi, para muitos, uma verdadeira “era de ouro do país”. Foi o último presidente a entrar 
e sair democraticamente transmitindo seu poder até Fernando Henrique Cardoso. Ainda que com certas 
agitações políticas, foi hábil em unir diferentes grupos e tendências. Um clima de otimismo, de realização 
de sonhos, de metas até então consideradas inatingíveis, passou a tomar conta de muitos cidadãos 
brasileiros. O Brasil conquistou, em 1958, o primeiro título mundial de futebol em um esquadrão com a 
presença do melhor jogador de todos os tempos, Pelé.
Figura 53 – A Seleção Brasileira de Futebol, campeã da Copa do Mundo de 1958
Disponível em: https://bit.ly/3OMog6I. Acesso em: 3 fev. 2016.
Juscelino também ficou conhecido como “Presidente Bossa‑Nova”, já que a música ganhava projeção 
nesse contexto. Como explica Jairo Severiano: “Mas, além de nomear um gênero musical, ou melhor, um 
tipo de samba, a bossa nova é principalmente, como o choro, um estilo, uma maneira de tocar, harmonizar 
ou cantar qualquer canção” (SEVERIANO, 2013, p. 330). Incluía nomes como Tom Jobim, João Gilberto, 
Vinícius de Moraes e Nara Leão. Apesar de sua curta duração, o movimento esteve presente entre 1958 e 
1963, estava associado ao cool‑jazz norte americano e, inegavelmente, influenciava o agito dos jovens. 
Ao mesmo tempo, rapidamente, passou a estar associado ao consumismo e à modernidade do período.
154
Unidade III
Figura 54 – No governo JK cresceu consideravelmente o desenvolvimento dos eletrodomésticos no país. A propaganda da enceradeira, na 
revista O Cruzeiro, de 11 de julho de 1959, revela o quanto, naquela sociedade, o serviço doméstico estava associado às mulheres
Disponível em: https://bit.ly/3OMltdO. Acesso em: 3 fev. 2016.
A palavra‑chave de todo o governo de JK foi desenvolvimentismo, associado diretamente ao 
crescimento industrial, daí seu slogan de campanha tão famoso: 50 Anos de Progresso em 5 Anos de 
Governo. Para que tal ambição fosse possível, criou o Plano de Metas. Eram 31 objetivos, divididos em 
seis áreas de atuação: energia, transportes, alimentação, indústria de base, educação e a construção de 
Brasília (a metassíntese). O alicerce era o que chamou de “capitalismo associado” (ou também chamado 
de nacional‑desenvolvimentismo), ou seja, o Estado deveria intervir no desenvolvimento da indústria 
de base, sobretudo em siderúrgica, estradas e energia, ao passo que as empresas privadas (nacionais 
ou estrangeiras), por sua vez, deveriam ter condições de promover a indústria de bens de consumo, 
principalmente automóveis, eletrodomésticos e telefonia. Para Juscelino, “o que interessava era ‘onde está 
a fábrica’ e não ‘onde mora o acionista’”, como comentou seu economista Roberto Campos (SCHWARCZ; 
STARLING, 2015, p. 422). Não é à toa que JK é associado ao entreguismo liberal, pois facilitou a chegada 
das multinacionais para o País, ainda que com certas ações semelhantes ao nacionalismo getulista.
Para garantir o desenvolvimento econômico, utilizou largamente a instrução 113 da Superintendência 
da Moeda e Crédito (Sumoc), já baixada no governo de Café Filho, favorecendo a importação de 
equipamentos industriais para garantir os maquinários e a entrada de capital estrangeiro em busca de um 
rápido crescimento do setor. Em 1959, rompeu com o FMI, que exigia, cada vez mais, o controle dos gastos 
públicos. O desenvolvimentismo era pensado até mesmo para o problema crônico da seca no Nordeste – 
em 1959 criou a Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Na prática:
O Plano de Metas viabilizou as condições para o ingresso do Brasil num 
estágio avançado de industrialização, mas sem criar condições reais 
para isso. Na pressa de mudar o patamar de desenvolvimento do país, 
em apenas cinco anos, Kubitschek improvisou: investiu na aceleração do 
crescimento sem avaliar o financiamento do processo. E optou pelo atalho, 
facilitando a entrada de capitais externos no país por meio da concessão de 
155
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
privilégios fiscais e econômicos, e aceitando depender de financiamentos 
internacionais para acelerar o crescimento industrial. Os atalhos acarretaram 
em três tipos de prejuízo. O primeiro foi a relativa facilidade com que 
empresas estrangeiras assumiram o controle de setores do desenvolvimento 
econômico brasileiro. O segundo veio com o aumento constante dos déficits 
da balança de pagamentos, seguido da consequente ampliação da dívida 
externa. O terceiro resultouda decisão de crescer com inflação (SCHWARCZ; 
STARLING, 2015, p. 423).
O setor de alimentação foi deixado de lado porque envolvia a reforma agrária, e o presidente percebeu 
que o Congresso podia não aprovar o Plano de Metas em virtude histórica contrária à permissão de mudança 
nas relações do campo no país. A solução foi então abrir um novo espaço para as questões do campo:
As mobilizações dos trabalhadores rurais reivindicavam terras e direitos. 
A administração de JK, por sua vez, via no campo a parte atrasada e tradicional 
do Brasil, não apresentava solução para a questão agrária e considerava 
como alternativa deslocar populações da área rural e absorvê‑las nas cidades. 
O descompasso era grande e de difícil solução. Ainda em 1956, Juscelino 
recorreu ao Plano de Metas e fez da construção de Brasília a metassíntese: 
uma cidade inteiramente planejada, que pretendia representar o esforço de 
afirmação da nacionalidade e o desejo de integração do interior ao centro, do 
país ao mundo, da tradição ao moderno. A construção de Brasília forneceu 
ao governo de Kubitschek e ao Plano de Metas um símbolo compreensível 
pela população (SCHWARCZ; STARLING, 2015, p. 426).
Esse símbolo de modernidade e integração teve seu projeto arquitetônico planejado por Oscar 
Niemeyer e seu projeto urbanístico, por Lúcio Costa.
Figura 55 – JK com os arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer discutindo o projeto de Brasília
Disponível em: https://bit.ly/3EQQcld. Acesso em: 3 fev. 2016.
156
Unidade III
Na realidade, a promessa de se construir uma capital planejada no interior do país já estava 
estabelecida na Constituição de 1891: “Art. 3º – Fica pertencendo à União, no planalto central da 
República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada para nela 
estabelecer‑se a futura Capital federal” (BRASIL, 1891).
Inegavelmente, nesse sentido, JK foi muito corajoso e ambicioso ao estabelecer tão grande sonho a 
ser efetuado em seu governo. Não era uma demanda popular ou mesmo objeto de debate político. Para 
agilizar a burocracia, criou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), com sua 
chamada “administração paralela”, sob a direção de Israel Pinheiro.
 Saiba mais
Para saber mais sobre todo o processo e discussão acerca de Brasília, leia:
VESENTINI, J. W. A capital da geopolítica. São Paulo: Ática, 1986.
A capital no interior do país atendia a três questões centrais. Na área militar, conferia maior 
segurança contra ameaças externas. No plano econômico, seria capaz de drenar parte da população 
sofrida do Nordeste e promover o desenvolvimento econômico do Centro‑oeste, já que a capital traria 
uma grande necessidade de serviços por lá. Por fim, na política, impediria que as pressões políticas do 
Sudeste alcançassem facilmente o governo federal, atrapalhando a governabilidade.
Figura 56 – Brasília, a capital planejada no interior, foi o grande símbolo do desenvolvimento proposto por JK
Disponível em: https://bit.ly/3invYIt. Acesso em: 3 fev. 2016.
Finalmente, em 21 de abril de 1960, era inaugurada Brasília. O discurso de JK evidenciava a façanha 
do pouco tempo para uma obra de tamanha envergadura, ao mesmo tempo que a importância dos 
candangos (trabalhadores migrantes do Nordeste) para a materialização do projeto:
Meus amigos e companheiros de lutas, soldados da epopeia da construção 
de Brasília, recebo, profundamente emocionado, a chave simbólica da cidade 
filha do nosso esforço, da nossa crença, de nosso amor a este país. Sou apenas 
157
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
o guardião desta chave. Ela é tão minha quanto vossa, quanto de todos os 
brasileiros. Falei em epopeia, e retomo a palavra para vos dizer que ela marcará, 
sem dúvida, uma época, isto é, “o lugar do céu em que um astro atinge o seu 
apogeu”. Chegamos hoje, realmente, ao ponto alto da nossa obra. Criando‑a, 
oferecemos ao mundo uma prova do muito que somos capazes de realizar e a 
nós próprios nos damos uma extraordinária demonstração de energia, e mais 
conscientes nos tornamos das nossas possibilidades de ação.
[...]
Brasília só pode estar aí, como a vemos, e já deixando entender o que será 
amanhã, porque a fé em Deus e no Brasil nos sustentou a todos nós, a esta 
família aqui reunida, a vós todos, Candangos, a que me orgulho de pertencer. 
Viestes, alguns de Minas Gerais, outros de Estados limítrofes, a maioria do 
Nordeste. Caminhaste de qualquer maneira até aqui, por estradas largas e 
ásperas, porque ouviste, de longe, a mensagem de Brasília; porque vos 
contaram que uma estrela nova iria acrescentar‑se às outras vinte e uma da 
bandeira da pátria. Reconheço e proclamo, neste momento, que sois expressão 
da força propulsora do Brasil. Tínheis fome e sede de trabalho num país em 
que tudo estava e está ainda por fazer. Os que duvidaram desta vitória; os que 
nos procuraram impedir a ação; os que se desmandaram em palavras contra 
esta cidade da esperança, desconheciam que o impulso, o ânimo, a fé que nos 
sustentavam eram mais fortes do que os desejos de obstrução que os instigavam, 
do que a visão estreita que não lhes permitia alcançar além das ruas citadinas 
em que transitam. Mas deixemos entregues ao esquecimento e ao juízo da 
história os que não compreenderam e não amaram a obra. Deixemos de lado 
as dificuldades, as canseiras, as incompreensões, os interesses contrariados, 
alguns de puro egoísmo, outros compreensíveis; deixemos de lado a tendência 
do imobilismo, as injustiças, até os desumanos ataques. A hora é de emoção. 
Atingimos o porto para onde se dirigiam as nossas esperanças. As peripécias 
da viagem e este mar de trabalho, esta extensão de tarefas que parecia infinita, 
verificamos hoje como foi rápido vencê‑los todos. Quatro anos somente são 
transcorridos desde o dia em que dormi aqui numa tenda, em plena solidão do 
Brasil, no sertão sem fim, vendo rondar o meu acampamento a ameaçadora 
presença de animais selvagens. Nestes quatro anos, com que febre vos atiraste 
ao trabalho! À vossa frente se punha esse capitão da Epopeia, esse incansável 
Israel Pinheiro, que abandonou o conforto, a posição política, para dedicar‑se, 
de corpo e alma, ao que parecia uma aventura, ao que ontem constituía um 
risco, e hoje é um triunfo (BONAVIDES; AMARAL, 2002d, p. 145‑150).
Não foi só de Brasília que JK colheu frutos. Ao longo do seu governo, o crescimento do PIB se 
manteve a uma taxa anual de 7%, muito em função do enorme aumento da produção industrial que, 
entre seus cinco anos de governo, foi expandida em 80%. Além disso, o crescimento era tanto que 
também surgiu a rodovia Belém‑Brasília, ou ainda o projeto da universidade de Brasília.
158
Unidade III
 Lembrete
A palavra‑chave de todo o governo de JK foi desenvolvimentismo, 
associado diretamente ao crescimento industrial, daí seu slogan de 
campanha tão famoso: 50 Anos de Progresso em 5 Anos de Governo.
O maior exemplo desse grande salto industrial, de qualquer forma, foram as indústrias automobilísticas 
multinacionais, instaladas no ABC Paulista (Santo André, São Bernardo e São Caetano), como a Willys 
Overland, a Ford, a Volkswagen e a General Motors. Já em 1960, essas quatro grandes empresas 
produziram 78% dos 133 mil veículos da frota do país.
Figura 57 – A produção automobilística do país foi associada diretamente a JK. Na foto, 
uma linha de montagem na cidade de São Bernardo do Campo, do ABC Paulista, em 1958
Disponível em: https://bit.ly/3AUk4MB. Acesso em: 3 fev. 2016.
Unid.: 1.000 veículos
1.000
500
0
1955 1960 1965 1970 1975
Figura 58 – Produção de Veículos Automotores 1957‑1974 – Anfavea
Disponível em: https://bit.ly/3EPlCbH. Acesso em: 3 fev. 2016.
159
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
No entanto, nem tudo eram flores. Muito pelo contrário. Efeitos negativos também ficaram evidentes 
no balanço do governo de JK. O excesso de gastos do governo fez com que o déficit orçamentário 
crescesse de menos de 1% do PIB em 1954‑55 para 2% em 1956 e 4% em 1957. O índice dainflação, 
por sua vez, atingiu 39,5% em função do aumento dos gastos com o funcionalismo público, das novas 
relações de câmbio, da emissão de moeda e da facilidade de concessão de crédito. Por fim, era enorme 
o aumento da dívida externa. A era de ouro de JK inegavelmente trouxe crescimento, mas, ao mesmo 
tempo, alguém deveria pagar a conta – que não era barata.
Nas eleições de 3 de outubro de 1960, JK apoiou o general Lott (“o candidato da espada”) com o 
trabalhista Jango, na chapa PSD‑PTB. Ademar de Barros participou pelo PSP. Jânio Quadros, ex‑vereador, 
ex‑professor, ex‑deputado, ex‑prefeito e ex‑governador de São Paulo, foi “o candidato da vassoura”, 
criticando a corrupção do país e a desordem nos valores financeiros no grupo UDN‑PL‑PTN‑PDC. Seu 
vice era Milton Campos.
Sem ter um programa definido e desprezando os partidos políticos, atraía 
o povo com sua figura popularesca e ameaçadora que prometia castigo 
implacável aos beneficiários de negociatas e de qualquer tipo de corrupção. 
Ele estava longe do figurino bem‑comportado da UDN, mas ao mesmo 
tempo incorporava a seu modo algo do discurso udenista. Representava, 
sobretudo, uma grande oportunidade de o partido chegar afinal ao poder, 
embora por um atalho desconhecido (FAUSTO, 2004, p. 436).
Figura 59 – Jânio Quadros: o candidato da vassoura nas eleições de 1960
Disponível em: https://bit.ly/3iqKrDh. Acesso em: 3 fev. 2016.
160
Unidade III
Enquanto Jânio era bastante carismático, demagogo, populista, conseguia, pelo partido, reunir as 
esperanças da elite antigetulistas e aglutinava a classe média e os populares pelo discurso de moralização 
política. Lott, por seu turno, não conseguia se expressar bem e era criticado por seus projetos, como o 
voto para analfabetos.
Jânio venceu com 5.636.623 votos (48%), contra apenas 28% para Lott e 23% para Ademar. Como 
a eleição não era obrigatoriamente unida entre presidente e vice, Jango venceu como vice. Era a dupla 
“Jan‑Jan”.
7.3 Governo Jânio Quadros – 1961
Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande, em 25 de janeiro de 1917. Era um político de 
carreira desde 1948, pois foi vereador, deputado, prefeito e governador por São Paulo (onde sempre 
manteve sua carreira política). Apesar de sua forte experiência, seu governo mostrou‑se desastroso 
do começo ao fim. Logo de início, exaltava a chegada ao poder pela oposição, como demonstra seu 
discurso de posse:
Senhor presidente, Srs. Ministros,
Muitos são os caminhos para a conquista do Poder. Viciosos, porém, se me 
afiguram todos aqueles que se apartam do voto do povo, deitado nas urnas 
soberanas.
[...]
Nesta hora em que países e povos secularmente dominados se levantam e 
se libertam da opressão colonialista, minha eleição para a presidência tem 
um aspecto que merece destaque na História: a oposição chega ao governo 
em obediência à vontade popular expressa no pleito (BONAVIDES; AMARAL, 
2002d, p. 187‑188).
Não demorou muito tempo para estampar sua excentricidade com medidas bastante impopulares em 
nome de sua moralidade. Proibiu o uso de biquínis, as brigas de galo e também o uso de lança perfumes. 
Ele entendia que todas essas questões atrapalhavam o país da moral real e eficiente do trabalho, da 
dedicação e do esforço. Assim, de político populista passava, em pouco tempo, por autoritário.
No entanto, ainda que já com perda de parte de seu eleitorado, o pior estava por vir. Em apenas 
sete meses de governo, Jânio conseguiu desagradar a esquerda e a direita com suas diretrizes políticas 
e econômicas.
161
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
Figura 60 – Jânio Quadros em uma típica imagem popular
Disponível em: https://bit.ly/3AW70WT. Acesso em: 3 fev. 2016.
É verdade que a situação econômica do país não estava nada fácil. A inflação estava na casa dos 
30% ao ano, o déficit orçamentário só crescia e a dívida externa estava na casa dos 3,8 bilhões de 
dólares, sendo que só em 1961 venciam 600 milhões.
Para enfrentar o quadro desolador, Jânio criou uma política de austeridade. Seu plano anti‑inflacionário 
era caracterizado pela desvalorização cambial e diminuição dos gastos públicos, incluindo o corte nos 
subsídios de produtos considerados estratégicos. Isso afetaria diretamente o preço do trigo e do petróleo. 
Em pouco tempo, os combustíveis e o pão aumentaram 100%.
O presidente justificava esses aumentos pela necessidade de adequar a contenção de gastos para 
obter apoio estrangeiro. E, inegavelmente, nesse ponto, conseguiu obter o apoio do FMI. Assim, alcançou 
o benefício de um reescalonamento da dívida do país em 1961. No entanto, a esquerda, pelo aumento 
do custo de vida no país, rapidamente ficou contra Jânio.
 Lembrete
Jânio Quadros ficou conhecido como “o candidato da vassoura”, 
criticando a corrupção do país e a desordem.
O problema com a direita, por sua vez, foi a política externa. O presidente desejava criar uma 
política externa independente, dentro dos moldes propostos pela Conferência de Bandung, em 1955. A 
perspectiva era do não alinhamento, ou seja, não tomar partido nem do lado socialista, nem do capitalista. 
Fortalecia‑se, assim, em torno do “Terceiro Mundo”. Foi assim que pediu o restabelecimento das relações 
diplomáticas com a URSS em um simples bilhetinho para seu ministro das relações exteriores, Afonso 
Arinos: “Excelência, Solicito de V. Exa. as providências necessárias ao restabelecimento das relações 
diplomáticas entre o Brasil e a União Soviética. 27 julho 1961” (BONAVIDES; AMARAL, 2002d, p. 222).
162
Unidade III
No entanto, para ele, o principal símbolo dessa política era “Che”, líder guerrilheiro que, juntamente 
com Fidel Castro, tomaram o poder em Cuba, acabando com a ditadura de Fulgêncio Batista e, em um 
primeiro momento, estabelecendo um governo de base nacionalista e anti‑imperialista na ilha. Porém, 
em 1961, após a tentativa fracassada dos anticastristas (o chamado Desembarque da Baía dos Porcos), 
ajudados e treinados pela CIA, de retomarem o poder, declarou a implantação do regime socialista 
apoiado pelos soviéticos. E foi assim que no “quintal americano”, em pouco tempo, o socialismo chegou, 
e, com ele, uma enorme tensão em torno de sua propagação no continente. Para Jânio, por sua vez, tudo 
continuava tranquilo nas relações americanas. Por isso, foi contra o pedido americano de expulsão de 
Cuba da OEA (Organização dos Estados Americanos) e também pôde reatar relações com a URSS e com 
a China. Inclusive, com essa última, mandar seu vice, Jango, ir ao país e garantir acordos comerciais.
Em 18 de agosto sua cartada final na força dessa política independente: decidiu condecorar Ernesto 
“Che” Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a maior honraria do país.
Figura 61 – Jânio e Che Guevara
Disponível em: https://bit.ly/3VDJru4. Acesso em: 3 fev. 2016.
Na realidade, a política de Jânio foi muito infeliz. Um homem de longa carreira em cargos do 
Executivo e do Legislativo,
Jânio era político de província. Conhecia mal as lideranças partidárias 
nacionais, e desdenhou da possibilidade de montar uma base parlamentar 
própria, embora seu governo não tivesse maioria no Congresso. Tampouco 
estava preocupado em negociar com o campo oposicionista; foi um mestre 
em exacerbar o atrito. Bateu de frente com o Congresso, com a imprensa, 
com o funcionalismo, com o vice‑presidente da República. E acabou 
rompendo com a própria UDN, injuriada com os rumos da política externa – 
que, em tempos de Guerra Fria, o partido entendia como uma guinada 
do governo para a esquerda. Em alguns meses, Jânio Quadros conseguiu 
confundir o ambiente político nacional, subestimar seus aliados e se isolar 
na Presidência (SCHWARCZ; STARLING, 2015, p. 431).
163
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
No dia 24 de agosto, após um encontro com o presidente, Carlos Lacerda escreve uma denúncia 
acusando Jânio de preparar um golpe no país:
Entendi de meu dever, esta noite, trazer ao conhecimento do povo do meu 
país, muito especialmente, é claro, ao povo do Estado da Guanabara,mas 
também aos nossos irmãos de todo o Brasil, as razões pelas quais havia 
tomado a decisão de renunciar ao governo e à vida pública. E as razões pelas 
quais, atendendo a apelos que partem de todos os cantos da vida brasileira, 
apelos que me tocaram profundamente a consciência e o coração, resolvi 
aqui ficar até o fim.
[...]
Esta altura, meus patrícios, é tempo de dizermos que reconheço a necessidade 
de certas reformas, que reconheço as deficiências do Congresso e os 
insucessos dos partidos, nascidos, é certo, de tal ou qual obsolescência, de 
um certo anacronismo no processo de elaboração parlamentar, agravados, é 
certo, pelo isolamento mortífero, letal de Brasília. Estivesse o Congresso num 
centro populoso, com opinião pública atuante, ele próprio se revigoraria 
através dos estímulos dessa opinião; isolado, insultado, transformado em 
clube, ele próprio agrava os seus problemas e faz de uma doença um perigo 
mortal. Mas daí não se segue que se possa, ou se deva, ou se pretenda 
introduzir no Brasil certas reformas por via extracongressual. Daí não se 
segue absolutamente que haja possibilidade ou interesse para a democracia, 
para a liberdade, para o progresso do país de usar o truque de impor ao 
centro democrático a ameaça das esquerdas para que ele se submeta ao 
poder pessoal, sob pena de o poder pessoal buscar nas esquerdas os apoios 
de que carece para se impor à nação subjugada (BONAVIDES; AMARAL, 
2002d, p. 224‑231).
Estampava‑se que, em virtude da falta de controle do Congresso, Jânio buscava apoio da esquerda 
(com sua política externa independente), como criticado fortemente pela direita, e ameaçava dar um 
golpe contra o Congresso.
E, assim, no dia seguinte, dia 25 de agosto, com menos de 7 meses no poder, Jânio Quadros renunciou 
deixando manifesto à Nação:
Fui vencido pela reação e, assim, deixo o governo. Nestes sete meses cumpri 
o meu dever. Tenho‑o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente 
sem prevenções nem rancores. Mas baldaram‑se os meus esforços para 
conduzir esta nação pelo caminho de sua verdadeira libertação política e 
econômica, o único que possibilitaria progresso efetivo e a justiça social a 
que tem direito o seu generoso povo.
164
Unidade III
Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando neste sonho a corrupção, 
a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites 
e às ambições de grupos ou indivíduos, inclusive do exterior. Sinto‑me, 
porém, esmagado. Forças terríveis levantam‑se contra mim e me intrigam 
ou infamam até com a desculpa da colaboração.
Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade ora quebradas 
e indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio, mesmo, não 
manteria a própria paz pública.
Encerro assim com o pensamento voltado para a nossa gente, para os 
estudantes e para os operários, para a grande família do País, esta página 
de minha vida e da vida nacional. A mim não falta a coragem da renúncia.
Saio com um agradecimento e um apelo. O agradecimento é aos 
companheiros que comigo lutaram e me sustentaram dentro e fora do 
governo, e de forma especial às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, 
em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade. O apelo no sentido da 
ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um dos meus 
patrícios, para todos, de todos, para cada um.
Somente assim serem os dignos da nossa herança e da nossa predestinação 
cristã. Retorno agora ao meu trabalho de advogado e professor. Trabalharemos 
juntos. Há muitas formas de servir nossa pátria.
Brasília, 25 de agosto de 1961. Jânio Quadros (BONAVIDES; AMARAL, 2002d, 
p. 272).
Figura 62 – A saída do presidente Jânio Quadros foi capa dos principais jornais do país
Disponível em: https://bit.ly/3VklmbM. Acesso em: 3 fev. 2016.
165
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
Essas “forças terríveis” expressas pelo agora ex‑presidente nunca se tornaram mais claras. Muito se 
especulou sobre sua ação:
Há acordo entre os historiadores: seu gesto intencionava causar uma 
comoção nacional que o trouxesse de volta triunfalmente ao cargo com 
os poderes presidenciais aumentados – e, de preferência, sem o Congresso 
para incomodá‑lo. Renunciar era uma forma de sair do palco para não 
se desgastar, e diversas vezes em sua carreira política ele usara da figura 
da renúncia como uma arma – sempre brandida com sucesso. A manobra 
poderia funcionar de novo: o nome de Goulart tinha forte rejeição entre os 
militares; além disso, ele estava longe, sem condições de articular sua posse 
(SCHWARCZ; STARLING, 2013, p. 433).
8 CRISE INSTITUCIONAL
Se essa versão está correta, o plano minguou completamente. Ninguém pediu para Jânio voltar. No 
entanto, uma ampla crise política se estabeleceu. Os militares, capitaneados pelos seus ministros, não 
deixariam Jango assumir. Entendiam que seu passado ligado ao trabalhismo getulista e sua presença na 
China (mesmo que a mando do até então presidente) eram sinais evidentes de sua esquerdização, o que 
constituía uma ameaça direta à segurança nacional.
Em defesa da democracia, Leonel Brizola, líder mais radical da ala mais à esquerda do PTB, governador 
do Rio Grande do Sul, cunhado de Jango, lançou a Campanha pela Legalidade. Seu manifesto, de 26 de 
agosto, dizia:
Ao Rio Grande do Sul e ao Brasil.
O governo do Estado do Rio Grande cumpre o dever que lhe cabe esta hora 
grave da vida do país.
Cumpre‑nos reafirmar nossa inalterável posição ao lado da legalidade 
constitucional. Não pactuamos com golpes ou violências contra a ordem 
constitucional e contra a liberdade pública. Se a atual Constituição não 
satisfaz, em muitos dos seus aspectos, desejamos o seu aprimoramento e 
não a sua supressão, o que representaria uma regressão ao obscurantismo.
[...]
O povo gaúcho tem imorredouras tradições de amor à pátria comum 
e de defesa dos direitos humanos. E seu governo, instituído pelo voto 
popular confiem os rio‑grandenses e os nossos irmãos de todo o Brasil, 
não desmentirá essas tradições e saberá cumprir o seu dever (BONAVIDES; 
AMARAL, 2002d, p. 331‑332).
166
Unidade III
Evocava, assim, um dito “amor à pátria comum” dos gaúchos, de tradição de defesa da ordem, ainda 
que reconhecesse que a Constituição poderia ser revista em alguns pontos.
Figura 63 – Leonel Brizola foi o condutor da Campanha pela Legalidade
Disponível em: https://bit.ly/3AREVA4. Acesso em: 3 fev. 2016.
No dia seguinte, o marechal Lott também defende a manutenção da ordem constitucional e evidencia 
a ação dos militares:
Tomei conhecimento, nesta data, da decisão do Sr. Ministro da Guerra 
marechal Odílio Denys, manifestada ao governador do Rio Grande do Sul, 
através do deputado Rui Ramos, no Palácio do Planalto, em Brasília, de não 
permitir que o atual presidente da República, Dr. João Goulart, entre no 
exercício de suas funções e, ainda, de detê‑lo no momento em que pise 
o território nacional. Mediante ligação telefônica, tentei demover aquele 
eminente colega da prática de semelhante violência, sem obter resultado. 
Embora afastado das atividades militares, mantenho compromisso de honra 
com a minha classe, com a minha pátria e com as instituições democráticas 
e constitucionais. E, por isso, sinto‑me no indeclinável dever de manifestar o 
meu repúdio à solução anormal e arbitrária que se pretende impor à nação. 
Dentro desta orientação, conclamo todas as forças vivas da nação, as forças 
da produção e do pensamento, dos estudantes e intelectuais, operários e 
o povo em geral, para tomar posição decisiva e energética pelo respeito 
à Constituição e preservação integral do regime democrático brasileiro, 
certo ainda de que os meus nobres camaradas das Forças Armadas saberão 
portar‑se à altura das tradições legalistas que marcam a sua história nos 
destinos da pátria.
A partir daqui, cada vez mais crescia o grupo daqueles que eram a favor da manutenção da 
Legalidade. O governador Mauro Borges, de Goiás, declarou completo apoio a Jango (inclusive com suas 
forças armadas).Daí se seguiram greves, manifestações da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ou 
mesmo da UNE. Declarados favoráveis ao golpe eram Carlos Lacerda e o jornal O Estado de São Paulo.
167
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
Alguns dias depois, no entanto, o Congresso conseguiu chegar a um meio‑termo. No dia 2 de 
setembro de 1961, o país declarava a introdução do Parlamentarismo no país:
A ementa que hoje se vai promulgar, fruto daquele projeto, foi o instrumento 
a que recorreu o Congresso como ponto de partida para uma fórmula que, 
afinal, veio a ser aceita pela maioria, superior a 2/3 das duas Casas, tendente 
a possibilitar o salvamento das instituições fundamentais da democracia em 
que vivemos e a restabelecer no país um clima de harmonia e de paz social.
Muitos votaram‑na porque ideologicamente eram parlamentaristas. Muitos, 
entretanto – e quanto nós o sabemos – , votaram‑na como quem estivesse 
votando a paz social do nosso país. (Palmas)
[...]
Saímos de uma crise graças à solução que acabamos de tomar. O sistema 
parlamentar de governo serve agora para resolvermos uma crise. E esta é 
uma das suas grandes virtudes. Não é a única; é uma das suas muitas e 
grandes virtudes. E, quando outra não tivesse, bastaria esta a recomendá‑lo.
Mas não só o sistema parlamentar resolve pacificamente todas as 
crises. Resolve, por uma simples queda de gabinete, o que, nos países 
presidencialistas, leva, muitas vezes, à revolução ou ao golpe de Estado.
O sistema parlamentar não só resolve as crises que se manifestam, e todo 
regime está sujeito a tê‑las, mas também evita muitas delas (BONAVIDES; 
AMARAL, 2002d, p. 462‑468).
Figura 64 – A resolução do Parlamentarismo permitiu uma solução política 
para o impasse gerado pela renúncia de Jânio Quadros
Disponível em: https://bit.ly/3UcfFLK. Acesso em: 3 fev. 2016.
168
Unidade III
Com isso, inclusive, já no processo de discussão final, Jango chegou a Porto Alegre no dia 1º de 
setembro. De qualquer forma, mesmo à revelia de Brizola, decidiu aceitar o acordo. Seria presidente, mas 
com poderes, consideravelmente, diminuídos.
8.1 Jango – 1961‑1964
É possível que a aceitação de João Goulart do regime parlamentarista estivesse associada, 
diretamente, ao interesse em, aos poucos, promover manobras políticas a fim de recuperar a plenitude 
de seus poderes como presidente. Dentro de sua lógica, tentou demostrar‑se capaz de evidenciar que 
não era comunista, ao mesmo tempo que, através de um programa chamado Reformas de Base (naquele 
momento com propostas bastante abertas), contava com o apoio da esquerda.
Figura 65 – A figura de Jango foi bastante discutida, defendida ou criticada, ao longo de 1961‑1964
Disponível em: https://bit.ly/3OKih2r. Acesso em: 3 fev. 2016.
Há de se ter claro que:
O recurso ao sistema parlamentarista como solução para a crise política 
foi produto de uma longa campanha de um pequeno grupo de entusiastas 
desse sistema. O grupo era encabeçado por Raul Pilla, incansável reformista 
constitucional. Havia muito tempo que Pilla atribuía os males do Brasil ao 
“corrupto” sistema presidencialista, que em sua opinião representava um 
desvio desastroso da tradição parlamentarista do Império. Mas a repentina 
aprovação do parlamentarismo pelo Congresso (um gabinete de ministros 
nomeado pelo presidente, mas à disposição da Câmara dos Deputados) 
foi pouco mais que a desesperada busca de uma solução conciliatória 
para a crise produzida pelo veto dos ministros militares à posse de Jango 
(SKIDMORE, 2010, p. 255).
Tancredo Neves foi o primeiro‑ministro estabelecido pelo Congresso. Dele foi o discurso da declaração 
da introdução do sistema parlamentar. Sua defesa da manutenção da ordem e da democracia eram 
169
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
evidentes. Depois que renunciou ao cargo, em julho de 1962, vários outros assumiram a posição política, 
todos em geral por pouco tempo.
Uma das demonstrações da moderação de Jango nesse período foi a sua viagem para os Estados 
Unidos em abril de 1962. Ali passou bastante tempo com o presidente Kennedy, a ponto de declarar‑se 
abertamente contrário ao regime cubano de Fidel Castro. E mais: demonstrava preocupação com as 
empresas estrangeiras no país para que tivesse certo tratamento respeitoso.
Finalmente, em 3 de janeiro de 1963, com cerca de 80% do apoio do eleitorado, foi autorizado o 
retorno à democracia no país.
Era evidente que o Brasil da década de 1960 estava ancorado no radicalismo. No campo, o movimento 
das Ligas Camponesas estabelecia luta política no mundo agrário. De início, orientavam‑se pela disputa 
jurídica, mas, já em 1962, alguns dissidentes passaram a preparar guerrilheiros para a luta. A Igreja 
Católica também tinha uma ala mais radical, de defesa da proximidade direta com os oprimidos. A 
UNE, por sua vez, era um espaço de defesa de mudanças no país. Greves cresciam frente a um cenário 
econômico de baixo crescimento e aumento da inflação.
 As taxas de inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto
0
60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72
20
40
60
80
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 PIB Inflação
Figura 66 – É possível notar o quanto os anos de 1963‑1964 foram particularmente difíceis para a economia do país
Disponível em: https://bit.ly/3uaMvC5. Acesso em: 3 fev. 2016.
E não era só no Brasil que a década de 1960 adquiriram um caráter extremo. A Guerra Fria atingiu 
o seu momento mais tenso com a Crise dos Mísseis em 1962. Os americanos estavam extremamente 
preocupados de que o exemplo cubano se alastrasse para outras áreas do continente e declaravam que 
não poderiam permitir. Pelo contrário, passariam a apoiar regimes militares de direita para garantir a 
defesa contra a ameaça vermelha.
170
Unidade III
No meio de tudo isso, Jango estabeleceu seu programa de governo das Reformas de Base com uma 
retórica nacionalista e anti‑imperialista. Claro que, assim, ganhou o apoio da esquerda. Seu programa, no 
entanto, tinha muito a ver com o continuísmo do populismo de Getúlio Vargas, de quem se constituía o 
seu maior exemplo político. As transformações estruturais propostas incluíam: reforma agrária, reforma 
bancária, aumento dos impostos dos ricos, reforma urbana, reforma universitária, diminuição dos gastos 
públicos, voto para analfabetos, entre outras.
Este amplo programa foi apresentado no Comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964:
Devo agradecer às organizações sindicais, promotoras desta grande 
manifestação, devo agradecer ao povo brasileiro por esta demonstração 
extraordinária a que assistimos emocionados, aqui nesta cidade do 
Rio de Janeiro. Quero agradecer, também, aos sindicatos que, todos 
os estados, mobilizaram os seus associados, dirigindo minha saudação 
a todos os brasileiros, e não apenas aos que conseguiram adquirir 
instrução nas escolas. Dirijo‑me também aos milhões de irmãos nossos 
que são ao Brasil mais do que recebem e que pagam em sofrimento, 
pagam em miséria, pagam em privações, o direito de serem brasileiros 
e o de trabalhar de sol a sol pela grandeza deste país. Presidente de 
oitenta milhões de brasileiros, quero que minhas palavras sejam bem 
entendidas por todos os nossos patrícios. Vou falar em linguagem 
franca, que pode ser rude, mas é sincera e sem subterfúgios. É também 
a linguagem da esperança, de quem quer inspirar confiança no futuro, 
mas de quem tem coragem de enfrentar sem fraquezas a dura realidade 
que vivemos. Aqui estão os meus amigos trabalhadores, pensando 
na campanha de terror ideológico e de sabotagem, cuidadosamente 
organizada para impedir ou perturbar a realização deste memorável 
encontro entre o povo e o seu presidente, na presença das lideranças 
populares mais representativas deste país, que se encontram também 
conosco, nesta festa cívica.
Chegou‑se a proclamar, trabalhadores brasileiros, que esta concentração 
seria um ato atentatório ao regime democrático, como se no Brasil a 
reação ainda fosse dona dademocracia, ou proprietária das praças e 
das ruas. Desgraçada democracia a que tiver de ser defendida por 
esses democratas. Democracia para eles não é o regime da liberdade de 
reunião para o povo. O que eles querem é uma democracia de um povo 
emudecido, de um povo abafado nos seus anseios, de um povo abafado 
nas suas reivindicações. A democracia que eles desejam impingir‑nos é 
a democracia do antipovo, a democracia da antirreforma, a democracia 
do antissindicato, ou seja, aquela que melhor atenda aos seus interesses 
ou aos dos grupos que eles representam. A democracia que pretendem 
é a democracia dos privilégios, a democracia da intolerância e do ódio. 
A democracia que eles querem, trabalhadores, é para liquidar com a 
171
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
Petrobras, é a democracia dos monopólios, nacionais e internacionais, 
a democracia que pudesse lutar contra o povo, a democracia que levou 
o presidente Vargas ao extremo sacrifício. Ainda ontem, eu afirmava no 
Arsenal de Marinha, envolvido pelo calor dos trabalhadores de lá, que 
a democracia jamais poderia ser ameaçada pelo povo, quando o povo 
livremente vem para as praças – as praças que são do povo. Para as ruas – 
que são do povo.
Democracia, trabalhadores, é o que o meu governo vem procurando 
realizar, como é do meu dever. Não só para interpretar os anseios populares, 
mas também para conquistá‑los, pelo caminho do entendimento e da 
paz. Não há ameaça mais séria à democracia do que a democracia que 
desconhece os direitos do povo. Não há ameaça mais séria à democracia 
do que tentar estrangular a voz do povo, dos seus legítimos líderes 
populares, fazendo calar as suas reivindicações (BONAVIDES; AMARAL, 
2002d, p. 840‑850).
Figura 67 – O Comício da Central do Brasil, no dia 13 de março de 1964, chegou a ter entre 150 e 200 mil pessoas
Disponível em: https://bit.ly/3FczfmV. Acesso em: 3 fev. 2016.
Como é possível perceber, o discurso inflamou a ideia de que a democracia só existe para melhorar a 
vida do povo e de que todos os meios necessários deveriam ser utilizados para alcançar tais imperativos. 
Assim, o presidente assumia uma premissa bastante forte que abria margem para os militares 
argumentarem que havia perigo no país da quebra da manutenção da ordem, do respeito à hierarquia 
e também do controle do comunismo. Ali mesmo, assinou decretos de nacionalização de empresas 
estrangeiras e desapropriação de terras. Mais do que isso, passava a ameaçar modificar a Constituição 
para obter mais tempo no poder, por meio da autorização de uma reeleição.
172
Unidade III
 Observação
Há de se destacar que, em pouquíssimo tempo, as atitudes de Jango 
foram compreendidas como uma ação comunista de grande perigo 
nacional. E foi assim que se formou, menos de uma semana depois, no dia 
19 de março de 1964, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que 
reuniu cerca de 500 mil pessoas em São Paulo.
Figura 68 – Marcha da Família com Deus pela Liberdade em São Paulo
Disponível em: https://bit.ly/3XFLtM3. Acesso em: 3 fev. 2016.
A Marcha revelava o apoio da classe média conservadora a uma ação imediata dos militares. O temor 
de um governo comunista ateu levara milhares às ruas com gritos contra Jango, Brizola e o comunismo.
Com certeza da adesão civil ao movimento, os militares passaram à ação. Em 31 de março de 1964, 
o general Olímpio Mourão Filho iniciou, em Juiz de Fora (MG), uma movimentação de tropas em direção 
ao Rio de Janeiro. O general Amauri Kruel (SP) deu ordens para que seus tanques se deslocassem para o 
Rio de Janeiro. No dia seguinte, o presidente deixa o Rio de Janeiro e vai para Brasília. Mais tarde, parte 
para o Rio Grande do Sul. Muito se especulou a respeito do motivo de o presidente não ter resistido à 
ação dos militares.
A principal resposta atualmente dada é que Jango sabia que não conseguiria apoio suficiente para 
vencer os revoltosos. Assim, não desejava que através de suas mãos houvesse derramamento de sangue 
e uma verdadeira guerra civil.
Mais de 50 anos depois do golpe, a historiografia tem claro que três forças compactuaram para o 
movimento do dia 31 de março. A primeira foi o contexto da Guerra Fria. Documentos encontrados 
recentemente no Congresso americano comprovam a ativa atuação dos americanos na formação 
ideológica contra Jango e, principalmente, da operação Brother Sam, em que os americanos estavam 
em nosso litoral com suprimentos e armas de contenção de grandes multidões para garantir que, caso 
houvesse resistência, o golpe fosse vitorioso. A segunda força foi o próprio desejo dos militares de 
participar da política. Cada vez mais, entravam no cenário em qualquer crise estabelecida no pós‑1930 – 
173
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
ação que, inclusive, não se consumou em 1954 pelo suicídio varguista. A terceira força foi a participação 
e o apoio popular. Não houve resistência à intervenção pelo fim da democracia. A presidência foi 
declarada vaga com o presidente ainda em território nacional e diversos civis, e, inclusive, a imprensa 
celebrava o acontecimento, como demonstra o editorial do jornal Correio da Manhã:
Até que ponto o presidente da República abusará da paciência da nação? 
Até que ponto pretende tomar para si, por meio de decretos‑lei, a função 
do Poder Legislativo? Até que ponto contribuirá para preservar o clima 
de intranquilidade e insegurança que se verifica presentemente, na classe 
produtora? Até quando deseja levar ao desespero, por meio da inflação e do 
aumento do custo de vida, a classe média e a classe operária? Até que ponto 
quer desagregar as Forças Armadas por meio da indisciplina que se torna 
cada vez mais incontrolável?
[...]
Basta de farsa. Basta de guerra psicológica que o próprio governo 
desencadeou com o objetivo de convulsionar o país e levar avante a sua 
política continuísta. Basta de demagogia, para que, realmente, se possam 
fazer as reformas de base.
[...]
Queremos o respeito à Constituição. Queremos as reformas de base votadas 
pelo Congresso. Queremos a intocabilidade das liberdades democráticas. 
Queremos a realização das eleições em 1965. Se o Sr. João Goulart não tem 
capacidade para exercer a presidência da República e resolver os problemas 
da nação dentro da legalidade constitucional, não lhe resta outra saída 
senão entregar o Governo ao seu legítimo sucessor.
[...]
O Brasil já sofreu demasiado com o governo atual. Agora, basta! (BONAVIDES; 
AMARAL, 2002d, p. 891‑892).
Há de se mencionar ainda o quanto mudou o cenário do país da metade da década de 1940 
até 1964. Do sonho democrático para a garantia da segurança nacional contra a eminência de um 
golpe de esquerda:
No vocabulário da época, “redemocratização” tornou‑se a principal palavra 
de ordem na política. E, logo em seguida e sucessivamente até 1964, as 
palavras e expressões seriam “mudança”, “combate às resistências à 
mudança”, “modernização”, “subdesenvolvimento”, “planejamento”. E, por 
fim, “reforma estrutural”, “pré‑revolução” e “revolução”. Tais mudanças no 
174
Unidade III
vocabulário, num crescendo irrevogável, traduziam o que se passava nas 
batalhas pela implantação de um Estado moderno no país. Até que um 
poderoso sistema civil‑militar impusesse, com o golpe de Estado de 1964, 
as suas palavras de ordem: “contrarrevolução preventiva” e “segurança e 
desenvolvimento” (LOPEZ; MOTA, 2015, p. 704).
Para muitos historiadores hoje, é notório que Jango era muito mais populista do que socialista. Suas 
ideias eram bastante semelhantes às de Getúlio e seu nacionalismo. No entanto, na década de 1960, 
com o aprofundamento das tensões da Guerra Fria, elas foram associadas diretamente ao comunismo. 
Portanto, a necessidade da “segurança nacional” mais uma vez ficou manifesta.
 Saiba mais
As relações do Brasil no golpe de 1964, com a Guerra Fria e com os 
Estados Unidos, são analisadas com brilhantismo no documentário:
O DIA que durou 21 anos. Direção: Camilo Tavares. Brasil: Pequi Filmes, 
2012. 77 min.
Essa não era uma relaçãoexclusiva do Brasil. A derrocada do populismo na América Latina estava 
relacionada ao avanço do imperialismo norte‑americano e com ele suas multinacionais – em completa 
oposição à defesa do nacionalismo econômico populista. Ao mesmo tempo, crescia a suspeita da 
esquerdização das massas trabalhadoras. O medo de que o exemplo cubano se propagasse era enorme.
Ao mesmo tempo, a dependência do setor primário gerou uma econômica que, ao longo da década 
de 1950, passou a perder, progressivamente, sua capacidade de importação. A carestia trazia consigo a 
inflação, o déficit orçamentário, o endividamento externo e o crescimento das tensões sociais no campo 
e na cidade.
Nesse quadro geral, delinearam‑se dois caminhos possíveis. De um lado, a força dos conservadores. 
Membros das elites associados a liberais desejavam perpetuar as relações socioeconômicas e contavam 
com o apoio e a ingerência dos Estados Unidos. Eram capitaneados pelos militares – defensores da 
salvação nacional. De outro lado, o sonho de reformas estruturantes mexia com as emoções da esquerda 
e do povo. Finalmente, políticos ambicionavam reconfigurar as enormes desigualdades sociais em 
mudanças reais para o progresso econômico, como a reforma agrária.
175
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
 Observação
A perspectiva de que os militares podem salvar a nação nos momentos 
de problemas políticos, muitas vezes atrelados a relações socioeconômicas, 
mais uma vez, foi vista no Brasil com as manifestações de 2013.
Em alguns lugares do Brasil, parte da população saiu às ruas com faixas 
“queremos os militares novamente no poder”. É a rememoração evidente 
da relação de salvação nacional perpetuada por aqueles que, pelo serviço 
militar, entendem que são mais patrióticos que os civis, afinal, estão 
dispostos a morrer pelo Brasil a qualquer momento.
O caminho traçado pela América Latina perpetua sua relação histórica com o militarismo. Desde a 
formação do Exército profissional, a América Latina teve nos militares os perpetuadores da defesa dos 
recursos nacionais e os mantenedores da ordem interna – atestando, assim, a incapacidade dos políticos 
resolverem entre si seus dilemas e projetos. É nesse momento que o caminho da democracia se esvai. 
Um amplo movimento foi visto. Houve vários golpes em diferentes países: 1954 – Paraguai (Alfredo 
Stroessner); 1964 – Brasil (Castelo Branco); 1964 – Bolívia (René Barrientos) e 1969 (Candia); 1966 – 
Argentina (Juan Carlos Onganía); 1968 – Peru (Juan Velasco Alvarado); 1968 – Panamá (Omar Torrijos 
Herrera); 1972 – Equador (Guillermo Rodriguez Lara); 1973 – Chile (Augusto Pinochet).
Um novo capítulo da história do Brasil surgiu e foi estabelecido pelo militarismo, ainda que em nome 
da defesa da democracia, com um regime de enorme concentração de força e, aos poucos, com o fim 
dos direitos humanos.
176
Unidade III
 Resumo
O último governo de Getúlio Vargas deixava evidente que o país tinha 
projetos diferenciados de desenvolvimento. De um lado, o populismo 
nacionalista apregoando a intervenção direta do Estado e o controle do 
capital externo. De outro lado, o liberalismo “entreguista”, que defendia 
a diminuição da interferência estatal e o uso do capital estrangeiro como 
apoio importante para o desenvolvimento industrial.
Juscelino Kubitschek foi o próximo presidente eleito, após certa crise 
política nos idos de 1954‑55. Para muitos, o período foi considerado 
como a “era de ouro” do Brasil. O “presidente bossa nova”, como alguns 
o chamavam, angariava para si a modernização, o desenvolvimento e a 
realização de sonhos não antes possíveis.
Seu programa de governo era o nacional‑desenvolvimentismo associado 
diretamente com a industrialização. O slogan usado era: “50 anos em 5”. 
Para conseguir acabar com 50 anos de atraso do país, em seu governo, 
promoveu o Plano de Metas. A base de sua estruturação era o capitalismo 
associado, ou seja, o governo deveria intervir em áreas estratégicas, como 
energia, transportes e siderurgia, e as empresas privadas, nacionais ou 
multinacionais deveriam ter totais condições de investir na indústria de bens 
de consumo – nomeadamente, automobilística, eletrodoméstica e telefônica. 
Utilizou largamente a instrução 113 da Sumoc para facilitar a vinda de 
maquinário e capital externo.
Sua metassíntese, símbolo do progresso, da modernização e da 
integração nacional, foi a construção de uma capital planejada no interior 
do país. O projeto já era sonhado pela constituição de 1891, que reservara 
a área para isso, mas nenhum governante havia ambicionado promover 
tal façanha. E nem a sociedade estava esperando por isso. Com o auxílio 
fundamental de trabalhadores nordestinos, os candangos, em busca de 
melhor condição econômica, Brasília foi construída em pouquíssimos 
anos a partir do projeto dos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Foi 
inaugurada em 21 de abril de 1960.
Brasília garantiu o desenvolvimento econômico do Centro‑oeste, 
inegavelmente. Traria, ao mesmo tempo, maior segurança militar contra 
as invasões marítimas e ainda afastava o centro de comando do país das 
grandes pressões político‑sociais das massas urbanas do Sudeste.
177
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
O sucesso de seu projeto pode ser evidenciado pelo crescimento médio 
do PIB (7% ao ano), ou ainda o incremento do potencial industrial em 80%. 
As automobilísticas multinacionais se instalaram em São Paulo, no ABC, e 
marcaram o advento de um parque industrial.
No entanto, muitos deixam de lado os graves problemas econômicos 
que seu governo deixou. Gastando em demasia, sem nenhum controle, até 
mesmo rompendo com o FMI, a inflação adquiriu números enormes: 39,5% 
ao ano. O déficit orçamentário estava em 4% do PIB e a dívida externa, em 
3,8 bilhões de dólares.
Para varrer a corrupção e a desordem financeira, em uma campanha 
extremamente populista, Jânio Quadros venceu as eleições de 1960 e 
assumiu a presidência no ano seguinte. No entanto, se mostrou inapto 
a agir frente às variadas forças políticas. Seu apelo moral foi desmoronado 
pelas medidas nada populares de proibir o biquíni, o lança perfume e a briga 
de galo. Mais do que isso, conseguiu, ao mesmo tempo, desagradar a direita 
e a esquerda em apenas sete meses de governo. Sua renúncia, talvez um 
autogolpe, foi mais um ato desastroso.
Uma crise institucional seguiu em 1961. Os militares não permitiriam a 
posse do vice‑presidente, João Goulart, associado ao populismo varguista 
e, para alguns, ao comunismo também. A solução foi a instituição de um 
parlamentarismo.
Um plebiscito em janeiro de 1963 garantiu o retorno do presidencialismo 
ao Brasil. Jango, então, assumiu seus plenos poderes e procurou garantir 
mudanças estruturais no país, a fim de melhorar a vida dos trabalhadores. 
Eram as suas reformas de base. Anunciava que levaria a cabo seu projeto 
independentemente do apoio ou não dos políticos e defendia medidas 
nacionalistas e anti‑imperialistas. O radicalismo cresceu.
Os militares, apoiados por amplos setores civis e com a ingerência 
dos Estados Unidos, decidiram pôr fim ao seu governo com um golpe 
instaurado em 31 de março de 1964, afirmando que o golpe era em nome 
da própria democracia.
178
Unidade III
 Exercícios
Questão 1. “Quando nos preparávamos para o banquete que celebraria a queda de Vargas, seu 
suicídio foi como se tivessem puxado a toalha da mesa”. A frase de Carlos Lacerda, um dos opositores 
mais ferrenhos de Getúlio expressa a frustração da oposição em virtude:
A) Da deposição de Café Filho por João Goulart, que assumiu o governo contando com amplo 
apoio popular.
B) Do desinteresse do capital estrangeiro após o fatídico evento uma vez que o clima de instabilidade 
política assustou os investidores externos.
C) Da sublevação generalizada da população que, alertada com a crescente instabilidade política, 
impediu que o vice Café Filho assumisse o poder.
D) Da súbita comoção generalizada da população que, embora retirasse seu apoio a Vargas em 
virtudede uma grave crise econômica, lamentou profundamente a morte do “pai dos pobres” e, 
com isso, o clima político para os udenistas assumirem o poder deixou de ser favorável.
E) Do arrependimento moral da oposição liberal que, em momento algum, desejou a morte de Vargas, 
embora este fosse seu maior adversário.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: João Goulart havia sido ministro de Vargas e assumiu a presidência em 1961 em virtude 
da renúncia de Jânio Quadros.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: ao contrário, os investidores externos celebraram a morte de Vargas, mas foram 
frustrados devido ao clima político desfavorável após o suicídio.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: Café Filho assumiu imediatamente após a morte de Vargas
179
REPÚBLICA NOVA E REPÚBLICA LIBERAL
D) Alternativa correta.
Justificativa: a comoção popular foi um entrave para que os udenistas subissem ao poder. Dessa 
forma, utilizaram Café Filho como um instrumento para a realização de suas políticas.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: certamente a frustração não aconteceu por causa de um arrependimento moral.
Questão 2. “O Plano de Metas viabilizou as condições para o ingresso do Brasil num estágio 
avançado de industrialização, mas sem criar condições reais para isso. Na pressa de mudar o patamar 
de desenvolvimento do país, em apenas cinco anos, Kubitschek improvisou: investiu na aceleração do 
crescimento sem avaliar o financiamento do processo. E optou pelo atalho, facilitando a entrada de 
capitais externos no país por meio da concessão de privilégios fiscais e econômicos, e aceitando depender 
de financiamentos internacionais para acelerar o crescimento industrial. Os atalhos acarretaram em 
três tipos de prejuízo. O primeiro foi a relativa facilidade com que empresas estrangeiras assumiram o 
controle de setores do desenvolvimento econômico brasileiro. O segundo veio com o aumento constante 
dos déficits da balança de pagamentos, seguido da consequente ampliação da dívida externa. O terceiro 
resultou da decisão de crescer com inflação” (SCHWARCZ; STARLING, 2015, p. 423).
O texto apresentado refere‑se a uma determinada visão de desenvolvimento econômico, chamada 
pelos economistas de:
A) Nacional‑desenvolvimentismo.
B) Nacionalismo radical.
C) Neoliberal.
D) Oligárquica.
E) Comunista.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: trata‑se da fusão do capital estatal e do capital privado.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: trata‑se da participação majoritária do Estado na economia.
180
Unidade III
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: trata‑se da diminuição do papel do Estado na economia, o que não ocorreu no período.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: seria uma visão em que um determinado grupo político seria privilegiado.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: trata‑se da divisão equitativa da produção social e ausência de classes e Estado.
181
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Informações:
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