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CHOQUE SEPTICO EM PEDIATRIA CHOQUE Quando o organismo é incapaz de fornecer oxigênio suficiente para atender as demandas metabólicas dos órgãos vitais e tecidos. Mudança para o menos eficiente metabolismo anaeróbico deterioração clínica acidose láctica CHOQUE SEPTICO Uso do nível sérico de lactato - marcador indireto de hipoperfusão tecidual - >2 mmol/L: choque séptico (adultos) Em crianças: não tem ainda um nível de limite Lactato >4mmol/L aumento da mortalidade Tem valor como acompanhamento #IMPORTANTE 5 TIPOS DE CHOQUE: Hipovolêmico, cardiogênico, obstrutivo, distributivo, séptico. Hipovolêmico Causa mais comum de choque em pediatria Causado por diarreia, vômitos, sangramentos Cardiogênico Visto em paciente com cardiopatias congênitas ou nas miocardiopatias congênitas ou adquirida Obstrutivo Há uma barreira mecânica que impede o adequado debito cardíaco. Ex: tamponamento pericárdico, pneumotórax hipertensivo, TEP, cardiopatias congênitas canal-dependentes Distributivo Tônus vascular inadequado com perdas através dos capilares levando à má distribuição de fluidos (para o interstício). Ex: pacientes sépticos, trauma raquimedular (choque medular) CHOQUE SÉPTICO Distributivo + hipovolêmico + cardiogênico Critérios para sepse SIRS + INFECÇÃO (comprovada ou suspeita) SEPSE SIRS Síndrome da resposta inflamatória sistêmica Critérios para SIRS pediátrica Precisa ter 2 características presentes entre as 4 listadas a baixo Somente variação de FC e de FR não é SIRS Critérios sepse grave/choque séptico pediátrico Definições de sepse pediátrica 2005 SIRS A presença de pelo menos 2 dos 4 critérios abaixo, sendo ao menos um deles anormalidade da temperatura ou contagem de leucócitos: - Temperatura >38,6 ou < 36°C - Taquicardia/bradicardia - Aumento da FR - Contagem de leucócitos maior ou menor para a idade ou >10% neutrófilos imaturos Sepse pediátrica Infecção: suspeita ou comprovada por cultura ou PCR Sepse: SIRS + infecção suspeita ou comprovada Sepse grave Sepse + disfunção cardiovascular OU desconforto respiratório agudo OU 2 ou mais disfunções orgânicas outras Choque séptico Sepse + disfunção cardiovascular leva a hipotensão refrataria a volume choque séptico PARAMETROS DA PRATICA CLÍNICA PARA SUPORTE HEMODINAMICA NO CHOQUE PEDIATRICO (E NEONATAL) Resultados Redução da taxa de mortalidade com o uso das recomendações Resultados tempos sensíveis Aumento da probabilidade de morte quando houve demora no usa das medidas. GUIDELINES Ênfase em: 1- Ressuscitação agressiva com fluidos e inotrópicos na 1ª hora, almejando FC, PA e enchimento capilar normais 2- Gols na UTI: ScvO2 > 70% (saturação central venosa de O2) IC: 3,3 a 6L/min/m2 (índice cardíaco) Revisão da literatura Qual a causa da morte em adultos com choque séptico? Paralisia vasomotora Em pediatria associação com hipovolemia e morte relacionada a: baixo debito cardíaco SINAIS CLÍNICOS E HEMODINAMICOS PARA DIRECIONAR O TRATAMENTO ADULTOS Choque hipotensão Normotensos com choque aumento do lactato Crianças: valorização dos sinais clínicos No setor da emergência Status mental – estado de consciência FC Perfusão capilar Palpar pulsos distais PA Maiores taxas de mortalidade: hipotensão + enchimento capilar >= 3s TRATAMENTO ATB de acordo com a comissão de controle de infecção hospitalar – controle do foco procurar por disfunção orgânica Colher exames: hemograma, lactato Fazer ATB na 1ª hora #PEGADINHA CHOQUE SEPTICO Hemoculturas: coleta antes do início da ATB terapia, contando que não atrase o início do ATB ANTIBIOTICOTERAPIA IDEAL: iniciar dentro de 1hora do reconhecimento do quadro. Choque séptico Muita atenção para fontes de infecção Cuidado com os cateteres venosos centrais (CVC) FLUIDOTERAPIA Cristaloide ou coloide 20ml/kg em 5 minutos Chega-se normalmente a 40-60ml/kg, podendo chegar a 200ml/kg na 1ª hora Atenção quanto a: sinais de melhora do debito cardíaco X sinais de sobrecarga hídrica Local sem fácil acesso à UTI, em paciente com PA normal: evitar bolus de líquidos optar por HV de manutenção Local sem fácil acesso à UTI, em paciente com hipotensão: bolus de líquidos até no máximo 40ml/kg Definir hipotensão Ou critério da OMS. Extremidades frias + enchimento capilar > 3s + pulso débil e acelerado #ATUALIZAÇÃO Bolus de 10-20ml/kg ate 40-60ml/kg na 1ª hora Condição: ter acesso a UTI Marcadores clínicos do debito cardíaco FC, PA, enchimento capilar, nível de consciência, debito urinário Marcadores de sobrecarga hídrica Sinais de edema agudo de pulmão Aumento da FR Hepatomegalia USG à beira do leito veia cava inferior cheia (variação mínima durante o ciclo respiratório). No normal: a veia cava aumentaria na inspiração e diminuiria na expiração. #CAINAPROVA FLUIDOTERAPIA Soluções a serem administradas: cristaloide ou albumina? CRISTALOIDE - Desfechos semelhantes - Custo maior da albumina Cristaloide SF ou Ringer? RINGER LACTATO SF 0,9%: acidose hiperclorêmica, inflamação sistêmica, falência renal, coagulopatia, mortalidade mais efeitos colaterais do que o Ringer Lactato Não use amido (hidroxietilamido) ou gelatina como expansores. SE NÃO TIVER RESPOSTA INICAL NA 1ª HORA Monitorização hemodinâmica invasiva vaga na UTI se possível PVC: otimizar a pré-carga NA UTI PEDIATRICA Acesso venoso central PAM IC (US com doppler) ScvO2 Pressão na artéria pulmonar Pressão de perfusão (dP) PAM – PVC MONITORIZAÇÃO HEMODINAMICA Índice cardíaco (IC); volume sistólico; ScvO2 #IMPORTANTE CHOQUE PERSISTENTE Baixo debito leva à maior extração de O2 Índice indireto ScvO2 < 70% FARMACOS DE AÇÃO CARDIOVASCULAR Ação em: - Resistencia vascular (vasodilatadores e vasopressores) - Contratilidade (inotrópicos) - FC (cronotrópicos) Inotrópicos ajuda no baixo debito Dopamina Dobutamina Adrenalina Vasodilatadores Nitroprusseto de sódio Nitroglicerina Usados quando: baixo debito cardíaco com PA normal, alta RVS Problema: acúmulo de tiocianato Medicações vasoativas na UTI Após a infusão de líquidos (40-60ml/kg), caso persista má-perfusão Epinefrina tratar disfunção miocárdica e baixo debito Noradrenalina aumentar resistência vascular sistêmica Vasopressina opção para crianças precisando de doses elevadas de catecolaminas Inodilatador Quando tem hipoperfusão persistente e disfunção cardíaca mesmo com outros agentes vasoativos Inibem a fosfodiesterase bloqueio da hidrólise do AMPc intracelular Milrinona (In)anrinona Início de ação em 3 a 30 horas. Bolus ou não? Não TERAPIA DE RESGATE Levosimendana Aumenta ligação: cálcio/actina/miosina Leva à maior contração do miocárdio Inibe fosfodiesterase Enoximona Inibição da fosfodiesterase 10x mais no nível Beta1 comparado ao Beta2 age basicamente no coração VENTILAÇÃO MECANICA Necessidade de monitorização hemodinâmica Sedar ventilar Até 40% do DC é necessário para o trabalho respiratório. Indicado em choque refratário, mesmo sem falência respiratória. É uma opção quando já fez fluidoterapia, já fez drogas e o paciente não melhora. Porque com a ventilação, ele não precisara gastar energia/O2 com trabalho respiratório, e terá uma melhora hemodinâmica, pois direcionara essa energia para recuperação geral. Ventilação não invasiva: SARA induzida pela sepse respondendo à ressuscitação inicial CPAP/Bi-PAP PEEP elevado: >10cm H2O nos casos de hipoxemia progressiva Posição prona (mínimo de 12/dia) nos casos de SARA grave libera áreas do pulmão que não estão sendo bem ventiladas. USO DE CORTICOIDE? Avaliar individualmente nos casos de instabilidade hemodinâmica. Se tiver respondido a volume e a inotrópicos, não precisa de corticoide Efeitos colaterais do uso do corticoide Hiperglicemia, fraqueza muscular, infecções hospitalaresDose de estresse de corticoide indicada para: 1. Uso de corticoide agudo ou crônico 2. Desordem hipotalâmica/hipofisária/adrenal 3. Hiperplasia adrenal congênita 4. Tratamento recente com cetoconazol ou etomidato #PEGADINHA SEDAÇÃO Cetamina + atropina Etomidato NÃO FAZER Eleva a mortalidade: inibição da síntese adrenal de esteroides NUTRIÇÃO Nutrição precoce por sonda enteral Nas primeiras 48h após ressuscitação hemodinâmica e sem aumento das medicações vasoativas Sonda gástrica X sonda enteral? Preferência pela sonda gástrica. TRANSFUSOES Contra Tx hemácias caso Hg > 7g/dl, em pacientes estabilizados hemodinamicamente Estabilizados hemodinamicamente PAM > Z-2 (P3) Sem aumento na dose de medicações vasoativas nas últimas 2 horas Choque séptico Sem indicação de uso de imunoglobulina IV (IVIG) Sem indicação de profilaxia (omeprazol) de ulcera por estresse Sem indicação de profilaxia de trombose venosa Choque séptico por meningocóccemia RESUMO RECOMENDAÇÕES PARA MANEJO DO CHOQUE SÉPTICO EM CRIANÇAS PELO PALS CHOQUE REFRATÁRIO A VOLUME?
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