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Enízia Simões 3° período Asma e DPOC Objetivo 1: Estudar os fatores de risco, fisiopatologia, manifestações clíni- cas, diagnóstico e tratamento da asma Asma - É uma síndrome clínica de etiologia desconhecida, caracterizada por episó- dios de obstrução reversivel do fluxo expiratório, que causa episódios recor- rentes de sibilos, falta de ar, opressão torácica e tosse, principalmente à noi- te e no início da manha. - É uma inflamação crônica, ou seja mesmo sem estar em crise asmatica, o pacientes pode ter algum sintoma * O processo expiratorio precisa das vias aeras/ de elasticidade p voltar pro lugar e o processo inflamatorio destroi as fibras elasticas - O processo inflamatorio induz o broncoespasmo (bronquio contrai) - dificul- tando passagem do ar (bronquio estreita, hipertrofia muscular, e hipertrofia glandular) - Se essa inflamação continuar, acaba tendo um remodelamento bronquico - É uma doença multifatorial EpidemiologiaEpidemiologiaEpidemiologia - É um disturbio comum - Afeta mais meninos do que meninas, e após a puberdade, mais comumente mulheres - A maioria dos pacientes asmaticos, são atopicos, ou seja, tem prediisposição a reação de hipersensibilidade do tipo 1 (predisposição a alergias) - Pode aparecer em qualquer idade, mas o pico de incidência é nos 3 anos de idade Fatores de riscoFatores de riscoFatores de risco - O principal fator de risco para o desenvolvimento de asma é uma predispo- sição genéticagenéticagenética para a produção de uma resposta mediada pela imunoglobulina E (IgE) a alergênios comuns. IgE é o anticorpo envolvido na manifestação de reações alérgicas e inflamações. Em estudos com gêmeos, a asma brônquica é hereditária em cerca de 60% dos casos, indicando que fatores genéticos e ambientais são importantes em sua etiologia - Um outro fator de risco é a atopia, ou seja predisposição a alergia (devido a questões genéticas) - Outros fatores de risco para o desenvolvimento de asma na infância inclu- em histórico familiar de asma, alergias, exposição pré-natal a fumaça de ci- garro e poluição, bem como múltiplas predisposições genéticas que potencial- mente podem se sobrepor. A gravidade dos casos de asma é afetada por vá- rios fatores, incluindo genética, idade de manifestação, exposição à poluição, atopia, grau de exposição aos gatilhos, deflagradores ambientais, (p. ex., fumo e ácaros da poeira) e refluxo gastresofágico ou infecções respiratória - Não se sabe ao certo por que, mas a obesidade também representa um fa- tor de risco para asma Fatores desencadeantes das crisesFatores desencadeantes das crisesFatores desencadeantes das crises - Pacientes com asma bem controlada conseguem permanecer sem sintomas mesmo em contato com fatores desencadeantes - Alérgenos: ácaros, pólen, pelos de animais, baratas e fungos - Infecções virais - Fármacos: principalmente betabloqueadores (quando bloqueia os beta 2, po- de ter um quadro de broncoconstrição) e AAS - Exercícios físicos devido a hiperventilação que deixa a mucosa desidratada, estimulando a degranulação dos mastócitos e consequente liberação de hista- mina que estimula inflamação * Na criança situações analogas a essa são: excesso de riso ou choro, mudan- ças de clima) - Poluição - Estresse FisiopatologiaFisiopatologiaFisiopatologia - Tradicionalmente, os médicos identificaram apenas duas modalidades de as- ma brônquica, mas tornou-se claro que essa divisão em dois subtipos é uma simplificação excessiva e que vários mecanismos também chamados de “en- dotipos” podem levar aos sinais e sintomas “clássicos” da asma brônquica. Asma brônquica atópica ou alérgicaAsma brônquica atópica ou alérgicaAsma brônquica atópica ou alérgica - É o subtipo mais comum - É caracterizada por sensibilização mediada por imunoglobulina E (IgE) a aler- gênios ambientais e pode ser observada em quase todas as crianças em ida- de escolar com asma brônquica e em cerca de metade dos asmáticos adultos. - Características patológicas da asma é a inflamação e a remodelação das vi- as respiratórias Importante:Importante:Importante: Na resposta Th1 o perfil é a liberação de IL-1, IL-6 e TNF-alfa, que estimula a produção de IgG, IgM e macrófagos. Já a resposta de Th2 o perfil é a liberação de IL-4, IL-5 e IL-13, que estimula os eosinófilos e IgE (participa principalmente da asma e parasitoses) - As alterações de remodelação incluem fragilidade epitelial, edema e hipere- mia da mucosa, além de espessamento da base reticular subepitelial decor- rente da deposição de colágeno dos tipos III e IV -Na asma brônquica crônica mais grave, a parede das vias respiratórias se espessa como resultado da hiperplasia do músculo liso das vias respiratórias, hipertrofia das glândulas secretoras de muco e angiogênese subepitelial. - A infiltração da parede das vias respiratórias com células inflamatórias, in- cluindo linfócitos T helper-2 (Th2) adaptativos, mastócitos e eosinófilos, é um achado geral e ocorre mesmo nos casos mais leves de asma brônquica atópi- ca. - Os linfócitos Th2 iniciam e propagam a cascata inflamatória associada à alergia ao produzir várias citocinas. Essas citocinas incluem a interleucina IL-4, IL-5 e IL-13. A IL-4IL-4IL-4 induz à proliferação de linfócitos B e é capaz de estimular essas células a produzir IgE. A IL-13IL-13IL-13 é semelhante a IL-4 no que diz respeito à estimulação de linfóci- tos B e produção de IgE, mas, além disso, induz hiperresponsividade das vias respiratórias/brônquios (que responde a algo que ele não deveria responder), metaplasia das células caliciformes e hipersecreção de muco. A IL-5IL-5IL-5 tem participação importante na regulação da formação, matura- ção, recrutamento e sobrevida de eosinófilos. O aumento da produção de IL-5 pode estar relacionado com a patogênese da asma brônquica eosi- nofílica grave - Os mastócitos são encontrados em associação com as células do músculo li- so das vias respiratórias e são ativados por alergênios quando a IgE está liga- da ao receptor de alta afinidade de IgE. - A desgranulação e a ativação dos mastócitos mediadas por IgE resultam na liberação de histamina e na produção de cisteinil leucotrienos e prostaglandi- nas, que contribuem para a broncoconstrição e a hiper-responsividade das vi- as respiratórias - Após a exposição ao alergênio em indivíduos sensibilizados, os eosinófilos se acumulam nas vias respiratórias. Depois da ativação, essas células liberam produtos granulares tóxicos que podem danificar o epitélio das vias respirató- rias e os nervos. Importante:Importante:Importante: Mesmo quando o paciente não está em crise, é comum ter tosse noturna, o que acontece pelo predominio do sistema parassimpatico quando estamos dormindo, que libera acetilcolina, que se liga a receptores musgarini- Enízia Simões 3° período cos nos brônquios e induz uma broncoconstrição * Essas células também produzem mediadores lipídicos, como leucotrienos e fator de ativação plaquetária, e uma variedade de citocinas, fatores de cres- cimento e quimiocinas. Asma brônquica não atópica ou intrísecaAsma brônquica não atópica ou intrísecaAsma brônquica não atópica ou intríseca - Se desenvolve na idade adulta e representa menos de 5% dos casos de as- ma brônquica. - Não está associada a alergias, costuma ser acompanhada por rinossinusite crônica e polipose nasal e é pouco responsiva aos glicocorticoides inalados. - A inflamação eosinofílica das vias respiratórias observada neste tipo de as- ma brônquica não depende da imunidade adaptativa, mas provavelmente é causada por células linfoides inatas do tipo 2 (ILC2) que produzem grandes quantidades de IL-5 e IL-13. - Pacientes com asma brônquica intrínseca geralmente apresentam uma mo- dalidade grave de asma brônquica, com contagens elevadas de eosinófilos no sangue periférico, e geralmente requerem altas doses de glicocorticoides sis- têmicos para manter a doença sob controle Alterações fisiológicas na asma brônquicaAlterações fisiológicas na asma brônquicaAlterações fisiológicas na asma brônquica - O aumento da resistência ao fluxo de ar é a marcaregistrada da asma brônquica; é decorrente da obstrução das vias respiratórias resultante da constrição do músculo liso, espessamento do epitélio das vias respiratórias e líquido livre no lúmen das vias respiratórias. - A obstrução ao fluxo de ar se manifesta por aumento na resistência das vi- as respiratórias e diminuição nas taxas de fluxo em toda a capacidade vital. OBS:OBS:OBS: No início de uma crise de asma brônquica, ocorre obstrução em todos os níveis das vias respiratórias; à medida que a crise é resolvida, essas alte- rações são revertidas – primeiro nas vias respiratórias calibrosas (tronco principal, brônquios lobares, segmentares e subsegmentares) e, em seguida, nas vias respiratórias mais periféricas. - A broncoconstrição induzida pelo exercício, que consiste no estreitamento transitório das vias respiratórias após o exercício, ocorre com frequência em atletas que podem não ter asma brônquica ou mesmo apresentar sintomas respiratórios. O estímulo principal provavelmente é a desidratação das vias respiratórias decorrente do aumento da ventilação - Durante a inspiração em uma crise de asma brônquica, a pressão pleural inspiratória máxima torna-se mais negativa do que a pressão subatmosférica de 4 a 6 cm H2O geralmente necessária para o fluxo de ar corrente. A fase expiratória da respiração também se torna ativa quando o paciente tenta forçar o ar dos pulmões. - A frequência respiratória geralmente é alta durante uma crise aguda de as- ma brônquica. Essa taquipneia é provocada pela estimulação dos receptores intrapulmonares com efeitos subsequentes nos centros respiratórios cen- trais. - Uma consequência da combinação de estreitamento das vias respiratórias e taxas altas de fluxo de ar é uma carga mecânica elevada na bomba ventilató- ria. - Com relação às trocas gasosas, a natureza irregular do estreitamento das vias respiratórias em asmáticos resulta em má distribuição da ventilação (V) em relação à perfusão pulmonar (Q). Ocorre mudança da preponderância nor- mal das unidades V/Q, de uma razão próxima de uma unidade para uma distri- buição com um grande número de unidades alveolocapilares, com uma razão V/Q menor que uma unidade. O efeito final é a indução de hipoxemia arterial. Além disso, a hiperpneia da asma brônquica se reflete como hiperventilação com PCO 2 arterial baixa. ManifestaManifestaManifestações cles cles clínicasnicasnicas AnamneseAnamneseAnamnese - Durante uma crise aguda de asma brônquica, os pacientes procuram atendi- mento médico em razão de dispneia acompanhada de tosse, sibilos e ansieda- de. - O grau de dispneia sentido pelo paciente é influenciado pela intensidade da crise - Existem variantes da asma brônquica em que tosse, rouquidão ou incapaci- dade de dormir durante a noite são os únicos sintomas - A maior parte dos pacientes com asma brônquica queixa-se de dispneia quando expostos a mudanças bruscas de temperatura e umidade do ar inspi- rado. - Um fator importante a ser considerado ao levantar a história de um pacien- te com asma brônquica é o potencial para exposições ocupacionais na asma brônquica. A asma brônquica provocada por exposições ocupacionais é deno- minada asma brônquica ocupacional; a asma brônquica preexistente que é exacerbada por exposições no local de trabalho é denominada asma brônquica exacerbada no local de trabalho. Exame físicoExame físicoExame físico SINAIS VITAISSINAIS VITAISSINAIS VITAIS - As características comumente observadas durante uma crise aguda de asma brônquica incluem frequência respiratória alta (geralmente 25 a 40 incursões por minuto), taquicardia e pulso paradoxal (diminuição exa- gerada da pressão sistólica durante a inspiração) - A oximetria de pulso, com o paciente respirando ar ambiente, comu- mente revela uma saturação de oxigênio próxima a 90%. EXAME TORÁCICOEXAME TORÁCICOEXAME TORÁCICO - A inspeção pode revelar que os pacientes que apresentam crises agu- das de asma brônquica estão usando seus músculos acessórios da respi- ração; nesse caso, a pele sobre o tórax pode estar retraída para os es- paços intercostais durante a inspiração - O tórax geralmente está hiperinsuflado e a fase expiratória é prolon- gada em relação à fase inspiratória. - A ausculta revela sibilos, que é o achado físico cardinal na asma brôn- quica, mas não estabelece o diagnóstico - Os ruídos adventícios podem incluir roncos, que são sugestivos de se- creções livres no lúmen das vias respiratórias, ou estertores, que devem levantar a suspeita de um diagnóstico alternativo e são indicativos de in- fecção localizada ou insuficiência cardíaca. - A perda de intensidade ou a ausência de sons respiratórios em um pa- ciente com asma brônquica é uma indicação de obstrução grave ao fluxo de ar. DiagnDiagnDiagnósticosticostico - Em maiores de 6 anos, faz a espirometria (Associa a clínica + espirometria) - Se for menor que 5 anos, o diagnóstico é clínico Achados laboratoriaisAchados laboratoriaisAchados laboratoriais Achados da função pulmonarAchados da função pulmonarAchados da função pulmonar - A diminuição nas taxas de fluxo de ar ao longo da capacidade vital é a anor- malidade da função pulmonar cardinal durante um episódio asmático - O pico de fluxo expiratório (PFE), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF 1 ) e o fluxo expiratório médio forçado (FEMF) estão diminuídos na asma brônquica - Os testes de função pulmonar realizados quando o paciente está relativa- mente estável geralmente mostram obstrução das vias respiratórias, confor- me indicado por um baixo VEF, baixa capacidade vital forçada e valores ligeira- mente elevados de capacidade pulmonar total e volume residual. Gasometria arterialGasometria arterialGasometria arterial - Não precisa ser realizada em indivíduos com asma brônquica leve - Mas se a asma brônquica for de gravidade suficiente para merecer obser- vação prolongada, a gasometria é indicada; nesses casos, a hipoxemia e a hi- Enízia Simões 3° período pocapnia (redução de Co2 no sangue) são a regra. - No início da crise, geralmente observa-se alcalemia respiratória pura apro- priada; com as crises de duração prolongada, o pH retorna ao normal como resultado de uma acidemia metabólica compensatória - PaCO 2 normal em um paciente com obstrução moderada a grave ao fluxo de ar é motivo de preocupação, porque indica que a carga mecânica no siste- ma respiratório é maior do que a que pode ser suportada pelos músculos ventilatórios e que a insuficiência respiratória é iminente * Indica-se realizar uma observação cuidadosa em pacientes asmáticos com níveis “normais” de PaCO 2 e obstrução moderada a grave ao fluxo de ar. Outros achados no exame de sangueOutros achados no exame de sangueOutros achados no exame de sangue - Pacientes asmáticos frequentemente são atópicos; assim, a eosinofilia san- guínea é comum, mas não universal. - Frequentemente são documentados níveis séricos elevados de imunoglobulina E (IgE) Achados radiográficosAchados radiográficosAchados radiográficos - A radiografia de tórax de um indivíduo com asma brônquica costuma ser normal - A asma brônquica grave está associada à hiperinsuflação, conforme indica- do pela depressão do diafragma e campos pulmonares anormalmente claros. Complicações da asma brônquica grave, incluindo enfisema pulmonar subcutâ- neo, pneumomediastino e pneumotórax, podem ser detectadas radiografica- mente. Achados do escarroAchados do escarroAchados do escarro - O escarro do paciente asmático pode ser transparente ou opaco, com colo- ração verde ou amarela TratamentoTratamentoTratamento - O tratamento é direionado ao controle dos sintomas e a prevenção das exa- cerbações - O controle sintomático é mensurado pela gravidade e frequência dos sinto- mas de asma brônquica durante o dia, incluindo a limitação às atividades de vi- da diária, necessidade do uso de inaladores de “resgate” contendo agentes beta-agonistas e sintomas de asma brônquica que despertam o paciente do sono. - O tratamento da asma brônquica tem dois componentes. O primeiro é o uso de agentes dealívio agudo (resgate) (ou seja, broncodilatadores) para a obs- trução asmática aguda das vias respiratórias. O segundo é o uso de trata- mentos controladores, que modificam o ambiente das vias respiratórias as- máticas de modo que o estreitamento agudo das vias respiratórias, que exige tratamentos de resgate, ocorra em frequência muito meno - A intensidade do tratamento da asma brônquica é ajustada para alcançar os seguintes objetivos: 1.Possibilitar ao paciente realizar suas atividades de vida diária sem interfe- rência excessiva da asma brônquica. 2.Possibilitar que o paciente durma sem acordar em razão dos sintomas de asma brônquica. 3.Minimizar o uso de tratamento broncodilatador de resgate. 4.Prevenir a necessidade de atendimento médico não programado. 5.Manter a função pulmonar razoavelmente próxima do normal - Um paciente que atenda a esses padrões com base em uma anamnese de- talhada, exame de tórax e medição da função pulmonar é considerado “sob controle”, enquanto um paciente cujas atividades da doença impeçam que es- ses objetivos sejam alcançados é considerado “fora de controle” Tratamento de resgateTratamento de resgateTratamento de resgate - Todos os pacientes com asma brônquica devem receber prescrição de um inalador de resgate beta-agonista de ação rápida para uso no caso de desen- volvimento de obstrução asmática aguda das vias respiratórias Agentes beta-adrenérgicosAgentes beta-adrenérgicosAgentes beta-adrenérgicos - Agentes beta-adrenérgicos de ação rápida administrados por inalação são a base do tratamento broncodilatador da asma brônquica - O músculo liso das vias respiratórias contraídas relaxa em resposta à esti- mulação dos receptores beta 2 -adrenérgicos. * Os agonistas beta-adrenérgicos com vários graus de seletividade beta2 es- tão disponíveis para uso em preparações inaladas (por nebulizador ou inalador dosimetrado), orais ou parenterais - Independentemente do tipo específico de medicamento usado, o tratamento de resgate deve consistir em duas “borrifadas” do inalador, com a primeira e a segunda borrifadas separadas por um intervalo de 3 a 5 minutos; este tempo é suficiente para a primeira borrifada dilatar as vias respiratórias es- treitadas, dando ao agente melhor acesso às áreas afetadas do pulmão. - Os pacientes devem ser instruídos a expirar até um volume confortável, a inspirar muito lentamente e a acionar o inalador conforme inspiram * Atualmente a maioria dos especialistas recomenda que cada uso de beta- agonista de resgate seja acompanhado de tratamento com um glicocorticoide inalatório AnticolinérgicosAnticolinérgicosAnticolinérgicos - Agentes atropínicos inibem os efeitos da acetilcolina liberada pelos nervos motores intrapulmonares que correm no nervo vago e inervam o músculo liso das vias respiratórias. - A dose recomendada é de duas borrifadas de um inalador dosimetrado a ca- da 4 a 6 horas Tratamento de controleTratamento de controleTratamento de controle Glicocorticoides inaladosGlicocorticoides inaladosGlicocorticoides inalados - - - São tratamentos de controle eficazes para melhorar a função pulmonar e prevenir exacerbações da asma em pacientes com asma brônquica persis- tente - - - Pacientes em que a doença possa ser categorizada como “asma brônquica persistente leve” podem ser tratados com um corticosteroide inalado somen- te quando há agravamento nos sintomas de asma brônquica, em vez de exigir o uso regular de um corticosteroide inalado Agentes beta-agonistas de ação prolongadaAgentes beta-agonistas de ação prolongadaAgentes beta-agonistas de ação prolongada - - - Esses agentes não devem ser usados em pacientes com asma brônquica, a menos que sejam administrados como tratamento concomitante a um glico- corticoide inalado. Portanto, é recomendado que os pacientes usem um inala- dor que contenha um glicocorticoide inalado e um beta-agonista de ação pro- longada juntos para que os tratamentos com esses dois agentes não possam ser separados. AntileucotrienosAntileucotrienosAntileucotrienos - Agentes com capacidade de inibir a síntese de leucotrienos ou a ação dos leucotrienos no receptor CysLT - São medicamentos orais TeofilinaTeofilinaTeofilina - São broncodilatadores moderadamente potentes, úteis no manejo da asma brônquica tanto em pacientes internados quanto ambulatoriais. - O tratamento com teofilina é recomendado apenas para pacientes com as- ma brônquica persistente moderada ou grave e que estejam recebendo medi- camentos de controle, como esteroides inalados ou antileucotrienos, mas cuja asma brônquica não seja adequadamente controlada apesar desses trata- mentos -A teofilina não é amplamente utilizada em razão da sua toxicidade e das grandes variações na sua taxa de metabolismo Glicocorticoides sistêmicosGlicocorticoides sistêmicosGlicocorticoides sistêmicos - Glicocorticoides sistêmicos são eficazes para o tratamento da asma brôn- quica persistente moderada a grave, bem como para exacerbações ocasio- nais graves da asma brônquica em um paciente com asma leve, mas o meca- nismo de seu efeito terapêutico não foi estabelecido Enízia Simões 3° período Objetivo 2: Estudar os fatores de risco, fisiopatologia, manifestações clíni- cas, diagnóstico e tratamento da DPOC DPOC - Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um termo que engloba várias condições que resultam em obstrução fixa das vias respiratórias e dispneia aos esforços - É decorrente de anormalidades nas vias respiratórias ou alveolares geral- mente causadas por exposição significativa a partículas ou gases nocivos. Quase todos os pacientes tem destruição dos alvéolos associada ao enfisema pulmonar e alterações patológicas das vias respiratórias que são consistentes com a bronquite crônica - Na asma o problema é so nos bronquios, já na DPOC o problema é nos bron- quios e no alveolos EpidemiologiaEpidemiologiaEpidemiologia - A DPOC é uma doença de adultos que tipicamente se manifesta na sexta década de vida ou mais tarde (50 a 60 anos) - A mortalidade vem aumentando *DPOC é o principal fator de risco para câncer de pulmão - A estimativa de 3,2 milhões de mortes anuais por DPOC faz dela a terceira principal causa de morte em todo o mundo. - Dado o tempo decorrido entre o início do tabagismo e o desenvolvimento da doença clínica, a prevalência global do tabagismo e o envelhecimento da popu- lação implicam que o número de casos continuará aumentando. - Os dados epidemiológicos apoiam o conceito de que o tabagismo habitual é o principal fator de risco para o desenvolvimento de DPOC. Isso pode ser expli- cado por que as toxinas do cigarro pode estimular a produção de muco, tendo uma brônquite e dificultando a passagem do ar, bloqueia o movimentos dos cili- os (nao tem limpeza das vias aéreas), ativa macrófagos alveolares a secretar quimiocinas, que ativa neutrofilos e tem uma inflamação. Além disso, os neu- trófilos produzem a elastase, que quebra tecido elastico, fazendo com que o pulmão perca sua elasticidade e nao retraia durante a expiração IMPORTANTE:IMPORTANTE:IMPORTANTE: Na anmnese é necessário calcular a carga tabágica, que é cal- culada multiplicando a quantidade de maços consumidos por dia pelo número de anos de tabagismo. A maiorida dos pacientes com DPOC tem uma carga ta- bágica de 40 maços/ano - Fatores que prejudicam o crescimento pulmonar total, incluindo infecções respiratórias na infância, resultam em menor função pulmonar máxima na idade adulta; o subsequente declínio, acelerado ou não, pode resultar no de- senvolvimento de DPOC - Outras exposições implicadas incluem a combustão de combustíveis de bio- massa, especialmente em espaços mal ventilados onde esses materiais são usados para cozinhar alimentos e para aquecimento. - Tosse, expectoração e perda permanente da função pulmonar também po- dem ocorrer nos indivíduos expostos à poeira do local de trabalho em minas, instalações de manuseio de grãos e fábricas de algodão - Apesar de raro, alguns pacientes com asma pode evoluir para DPOC - A deficiência de alfa 1 - antitripsina, que inibe a elastase tambémé um fa- tor de risco, que é genetico FisiopatologiaFisiopatologiaFisiopatologia - Os mecanismos envolvidos na patogênese da DPOC geralmente são múltiplos e incluem inflamação e fibrose da parede brônquica; hipertrofia das glândulas submucosas e hipersecreção de muco; e perda de fibras elásticas pulmona- res e de tecido alveolar - A inflamação e fibrose da parede brônquica, junto com o excesso de secre- ção de muco obstruem o fluxo aéreo e buscam impedir a correspodência en- tre ventilação e perfusão. - A patologia da DPOC engloba dois tipos de doença obstrutiva, a destruição do parênquima, característica do enfisema pulmonar, e a inflamação e fibro- se nas vias respiratórias de pequeno calibre, caracteristica da bronquite crônica EnfisemaEnfisemaEnfisema - Se caracteriza pela perda da elasticidade pulmonar e aumento anormal dos alvéolos distais aos bronquíolos terminais, com destruição das paredes alveola- res e dos leitos capilares - Duas das causas reconhecidas de enfisema são o tabagismo, que incita a le- são pulmonar, e uma deficiência herdada de AAT (alfa 1 antitripisna), uma en- zima antiprotease que protege o pulmão de lesões. - Acredita-se que o enfisema seja o resultado da degradação de elastina e outros componentes da parede dos alvéolos por enzimas, chamadas protea- ses, que digerem as proteínas. OBS:OBS:OBS: A fumaça do cigarro e outros irritantes estimulam o movimento de célu- las inflamatórias nos pulmões, resultando no aumento da liberação de elastase e outras proteases. - Existem dois tipos comumente reconhecidos de enfisema: centroacinar ou centrolobular e pan-acinar. - O enfisema centroacinarenfisema centroacinarenfisema centroacinar está associado mais frequentemente ao tabagis- mo e existe comprometimento dos bronquíolos respiratórios, predominante- mente nos lobos superiores e nos segmentos superiores dos lobos inferio- res. É o tipo mais comum de enfisema e pode ser observado principalmente em fumantes do sexo masculino. - O enfisema pan-acinarenfisema pan-acinarenfisema pan-acinar produz o envolvimento inicial dos alvéolos periféricos e depois se estende para envolver os bronquíolos mais centrais. Esse tipo de enfisema é mais comum em pessoas com deficiência da AAT. Bronquite crônicaBronquite crônicaBronquite crônica - Representa uma obstrução das pequenas e grandes vias respiratórias. - A condição é mais comumente observada em homens de meia-idade e está associada à irritação crônica causada pelo tabagismo e a infecções recorren- tes. - A característica mais precoce da bronquite crônica é a hipersecreção de muco nas grandes vias respiratórias, associada à hipertrofia das glândulas submucosas na traqueia e brônquios - Histologicamente, essas alterações incluem um aumento nas células calicifor- mes e um excesso de produção de muco, com obstrução do lúmen das vias respiratórias (diminui o lúmen das vias aéreas distais), infiltração inflamatória e fibrose da parede bronquiolar. * Afirma-se que tanto a hipertrofia da submucosa nas grandes vias respira- tórias quanto o aumento de células caliciformes nas pequenas vias respirató- rias representam uma reação de proteção contra o fumo do tabaco e outros poluentes ManifestaManifestaManifestações cles cles clínicasnicasnicas - - - O sintoma característico da DPOC é a dispneia aos esforços. - - - A progressão gradual da doença, juntamente com o fato de que outros fa- tores, como doenças cardíacas, obesidade e descondicionamento físico, tam- bém podem resultar em dispneia aos esforços, muitas vezes resulta em paci- entes que permanecem sintomáticos por meses ou anos antes que seja feito o diagnóstico de DPOC - Em muitos casos, o diagnóstico de DPOC é feito quando um paciente apre- senta exacerbação manifestada por agravamento de dispneia, agravamento da tosse e incremento ou mudança no caráter da produção de expectoração; pode ou não ser acompanhada por febre e manifestações sistêmicas sugesti- vas de infecção. - A DPOC com bronquite crônica inclui tosse crônica e expectoração. Hemopti- se pode ocorrer em pacientes com bronquite crônica, sobretudo durante uma exacerbação. O baqueteamento digital não ocorre na DPOC e seu achado deve levar à investigação de outras condições, notadamente o câncer de pulmão ou a fibrose pulmonar Obstrução das vias aereas e hiperinsuflaçãoObstrução das vias aereas e hiperinsuflaçãoObstrução das vias aereas e hiperinsuflação - A DPOC curso com abstrução das vias aereas e com hiperisuflação Enízia Simões 3° período - Na inspiração não tem problema, uma vez que depende da musculatura - Já a expiração depende da elasticidade pulmonar - E em pacientes com DPOC mais grave, a respiração é forçada (pode ser observada a contração da musculatura) - Essas situações contribuem para o aprisionamento do ar, aumentando o vo- lume residual - O aprisionamento do ar da ao paciente uma caracteristica de tórax em to- nel Distúrbio da troca gasosaDistúrbio da troca gasosaDistúrbio da troca gasosa - Alvéolos estão mal venrilados, mas bem perfundidos, ou seja, sangue nor- mal, mas não chegar ar p/ troca gasosa - O sangue passa pelo pulmão com pouco O2, tendo uma hipoxemia - A hipoxemia, que geralmente é documentada pela oximetria de pulso, pode provocar cianose. Cor pumonaleCor pumonaleCor pumonale - Sua definição é: disfunção do ventriculo direito consequente a um distúrbio pulmonar - O pulmão está com hipoxia, sem troca gasosa o suficiente, estimulando va- soconstrição das arteriolas que estão com hipoxia (resposta protetora p/ re- distribuir o sangue para as áreas que tem mais O2) - Mas quando o pulmão está com hipoxia em mais áreas, todas as arteriolas estão contraidas, aumentando a pressão e o paciente tem quadro de hiper- tensão arterial pulmonar DiagnDiagnDiagnósticosticostico Anamnese e exame físicoAnamnese e exame físicoAnamnese e exame físico - Elementos da anamnese relevantes para estabelecer o diagnóstico incluem relato de tabagismo, outras exposições inalatórias ou ambientais, relato de in- fecções pulmonares recorrentes na infância ou nascimento pré-termo, tosse (cronicidade, frequência) e produção de expectoração. - Deve-se dar ênfase especial ao grau em que as limitações são causadas pe- la dispneia, - Os pacientes devem ser questionados sobre história familiar de doença pul- monar e comorbidade - Os achados físicos vistos na DPOC incluem se os pacientes têm ou não evi- dências de cianose, uso de respiração frenolabial, uso de músculos acessórios da respiração ou outros sinais de dificuldade respiratória - A hiperinsuflação crônica associada à DPOC pode resultar em tórax com au- mento na dimensão anteroposterior (tórax em barril) - A percussão do tórax pode revelar ressonância aumentada. - A ausculta pode revelar murmúrio vesicular diminuído em pacientes que apresentam predominância de enfisema pulmonar; assimetria aumenta a pos- sibilidade de pneumotórax. - Pacientes com doença das vias respiratórias podem apresentar roncos à inspiração e sibilos à expiração forçada. - Os achados cardíacos relacionados com a DPOC são decorrentes principal- mente da geometria da parede torácica e da função cardíaca direita. As bu- lhas cardíacas podem estar hipofonéticas em razão do aumento do espaço de ar retroesternal. - Dado que o tabagismo também é um fator de risco para câncer de pulmão e que pacientes com DPOC correm risco cerca de duas vezes maior de cân- cer de pulmão em comparação com tabagistas sem DPOC, hemoptise deve le- var à investigação para determinar se o paciente tem câncer de pulmão. - Pacientes com DPOC com predomínio de enfisema pulmonar podem desen- volver perda de peso e sarcopenia (Trata-se de uma alteração da musculatu- ra esquelética caracterizada pela redução da força e da massa muscular se- cundária ao envelhecimento, podendo comprometer o desempenho físico do indivíduo), evidentes no exame físico. Testagem diagnósticaTestagem diagnósticaTestagem diagnóstica - Uma espirometria mostrando obstrução ao fluxo de ar estabelece o diag- nóstico. A característica da obstrução na espirometria é a reduçãoda razão VEF 1 /CVF para menos de 0,7, com taxas mais baixas comumente expressas como um percentual do previsto calculado a partir de dados de referência coletados para uma população normal (padronizados por idade, sexo, altura e etnia), indicando maior gravidade *VEF: volume expiratório forçado no 1° segundo *CVF: avidade vital forçada - Os volumes pulmonares podem apresentar elevação no volume residual (VR) e na capacidade pulmonar total (CPT). - Todos os adultos com DPOC ou bronquiectasia devem ser testados à procu- ra de deficiência de α 1 -antitripsina, embora os pacientes com maior risco te- nham história familiar de DPOC, enfisema pulmonar predominante no lobo in- ferior ou apresentação em uma idade relativamente jovem. Exames de imagemExames de imagemExames de imagem - Radiografias de tórax podem mostrar hiperinsuflação, conforme evidencia- do por silhueta diafragmática retificada, aumento do espaço de ar retroster- nal na imagem em incidência lateral, redução da trama parenquimatosa, e bo- lhas no paciente com enfisema pulmonar - A TC de tórax (Figura 82.4) fornece uma avaliação mais detalhada das ca- racterísticas do parênquima e é mais sensível do que as radiografias de tórax simples para demonstrar perda do parênquima consistente com enfisema pul- monar, bolhas e alterações vasculares pulmonares sugestivas de hipertensão pulmonar. Gasometria arterial e oximetriaGasometria arterial e oximetriaGasometria arterial e oximetria - - - A hipoxemia pode ser avaliada pela oximetria ou gasometria arterial, enquan- to o diagnóstico de hipercarbia requer uma amostra de gasometria arterial. A hipercarbia crônica é, tipicamente, acompanhada por acidose respiratória com elevação compensatória no pH sérico e no nível sérico de bicarbonato que corrige incompletamente a acidemia TratamentoTratamentoTratamento - O tratamento de DPOC depende do estágio da doença e, muitas vezes, re- quer uma abordagem interdisciplinar. - A cessação do tabagismo é a única medida que retarda a progressão da do- ença. - Pessoas nos estágios mais avançados da doença muitas vezes requerem medidas para manter e melhorar a função física e psicossocial, intervenções farmacológicas e oxigenoterapia. É fundamental evitar a fumaça de cigarro e outros irritantes ambientais das vias respiratórias. O uso de uma máscara, em grande parte, impede o desenvolvimento de dispneia e broncospasmo de- vido ao ar frio e à exposição ao vento - Infecções respiratórias podem impor risco de morte para pessoas com DPOC grave. O indivíduo com DPOC deve evitar o contato com pessoas com infecção comprovada do sistema respiratório, bem como lugares com grande quantidade de pessoas durante os períodos do ano em que a gripe ou infec- ções do sistema respiratório predominam. A vacinação contra gripe e infec- ções pneumocócicas diminui a probabilidade de ocorrência. - O tratamento farmacológico da DPOC envolve o uso de broncodilatadores, como a inalação de agentes adrenérgicos e anticolinérgicos. - Agonistas β 2 -adrenérgicos inalados têm sido a principal forma de tratamen- to da DPOC (Afirma-se que os agonistas β 2 -adrenérgicos inalados de ação prolongada podem ser ainda mais efetivos do que as formas de ação rápida) - Os fármacos anticolinérgicos (p. ex., brometo de ipratrópio, brometo de tio- trópio), que são administrados por inalação, produzem broncodilatação via blo- queio dos receptores colinérgicos parassimpáticos geradores de contração do músculo liso dos brônquios https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595159297/epub/OEBPS/Text/chapter82.xhtml#fig82-4 Enízia Simões 3° período - Os corticosteroides inalatórios muitas vezes são usados no tratamento de DPOC, apesar das controvérsias quanto a sua utilidade. Uma explicação para a falta de efeito pode estar relacionada com o fato de que os corticosteroides prolongam a ação de neutrófilos e, portanto, não suprimem a resposta infla- matória neutrofílica observada nos casos de DPOC. Como os corticosteroides são úteis no alívio de sinais/sintomas de asma, podem beneficiar pessoas com asma concomitante à DPOC. - A oxigenoterapia deve ser prescrita para indivíduos selecionados com hipo- xemia significativa. A administração de oxigênio a um baixo fluxo contínuo para manter os níveis de PO 2 arterial entre 55 e 65 mmHg minimiza a dispneia e a hipertensão pulmonar e melhora o funcionamento neuropsicológico e a tole- rância à atividade física. ( objetivo geral da oxigenoterapia é manter a saturação de oxigênio da hemo- globina em 88 a 92%) Referências NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Grupo GEN,2021. GOLDMAN, Lee et al. Cecil Medicina, 26 edição - Rio de Janeiro, 2022: Elsevi- er
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