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2 LIVRO GENETICA HUMANA AVA

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Fundador e Presidente do Conselho de Administração: 
Janguê Diniz 
Diretor-Presidente: 
Jânyo Diniz 
Diretor de Inovação e Serviços:
Joaldo Diniz 
Diretoria Executiva de Ensino:
Adriano Azevedo
Diretoria de Ensino a Distância:
Enzo Moreira
Créditos Institucionais
Todos os direitos reservados
2020 by Telesapiens
Genética Humana
A AUTORA
DÉBORA MARTINS PAIXÃO
Olá. Meu nome é Débora Martins Paixão. Sou Doutora em 
Zootecnia, com uma experiência técnico-profissional na área de 
Educação a distância de mais de 3 anos. Passei por empresas 
com o Instituto de Pesquisas e Educação Continuada Economia 
e Gestão de Empresas-PECEGE; Briwet Consulteria; @
agronomiaconcursos; e Aprova Concurso. Sou apaixonada pelo 
que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles 
que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores 
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta 
fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem 
significam:
OBJETIVO
Breve descrição do objetivo 
de aprendizagem; +
OBSERVAÇÃO
Uma nota explicativa 
sobre o que acaba de 
ser dito;
CITAÇÃO
Parte retirada de um texto;
RESUMINDO
Uma síntese das 
últimas abordagens;
TESTANDO
Sugestão de práticas ou 
exercícios para fixação do 
conteúdo;
DEFINIÇÃO
Definição de um 
conceito;
IMPORTANTE
O conteúdo em destaque 
precisa ser priorizado;
ACESSE
Links úteis para 
fixação do conteúdo;
DICA
Um atalho para resolver 
algo que foi introduzido no 
conteúdo;
SAIBA MAIS
Informações adicionais 
sobre o conteúdo e 
temas afins;
+++
EXPLICANDO 
DIFERENTE
Um jeito diferente e mais 
simples de explicar o que 
acaba de ser explicado;
SOLUÇÃO
Resolução passo a 
passo de um problema 
ou exercício;
EXEMPLO
Explicação do conteúdo ou 
conceito partindo de um 
caso prático;
CURIOSIDADE
Indicação de curiosidades 
e fatos para reflexão sobre 
o tema em estudo;
PALAVRA DO AUTOR
Uma opinião pessoal e 
particular do autor da obra;
REFLITA
O texto destacado deve 
ser alvo de reflexão.
SUMÁRIO
Célula e cromossomos.........................................................12
Células .............................................................................. 12
Células Eucarióticas ............................................... 13
Morfologia e classificação dos cromossomos .................... 16
Cromossomo na interfase ...................................... 19
Cromossomo metafásicos ....................................... 22
Técnicas para o estudo dos cromossomos humanos ........... 22
Mitose e Meiose ...................................................................27
Ciclo Celular ..................................................................... 28
Controle do ciclo celular ........................................ 30
Mitose ............................................................................... 31
Prófase ................................................................... 32
Metáfase ................................................................. 32
Meiose .............................................................................. 33
Meiose I ....................................................... 34
Prófase I ....................................................... 34
Zigóteno ....................................................... 34
Paquíteno ..................................................... 35
Diplóteno ..................................................... 36
Diacinese ..................................................... 37
Anáfase I ...................................................... 37
Telófase I .................................................... 38
Meiose II ................................................................ 38
Prófase II ..................................................... 38
Metáfase II ................................................... 38
Anáfase II .................................................... 39
Telófase II .................................................... 39
Gametogênese ................................................................... 39
Variação no Número, na Estrutura dos Cromossomos e 
Anomalias ...........................................................................41
Morfologia e classificação dos cromossomos .................... 41
Notação cromossômica ..................................................... 43
Alterações Numéricas ....................................................... 45
Alterações estruturais ........................................................ 46
Consequências clínicas ..................................................... 48
Herança Monogênica ..........................................................50
Conceitos gerais ................................................................ 50
Construção de genealogias ................................................ 53
Tipos de herança ............................................................... 53
Herança autossômica .............................................. 54
Herança autossômica dominante .................. 54
Herança autossômica recessiva .................... 55
Herança ligada ao sexo ..................................................... 56
Exemplos de doenças recessivas ligadas ao sexo .... 57
Herança dominante ligada ao sexo .................................... 58
Exemplos de doenças dominantes ligadas ao X ...... 59
Tipos especiais de herança monogênica ............................ 59
Alelos múltiplos ..................................................... 59
Codominância ......................................................... 60
Herança mitocondrial ............................................. 60
9
UNIDADE
02
Genética Humana
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
Genética Humana10
Você sabia que a célula é a base de toda vida? Cada 
célula é um conjunto complexo de moléculas capaz de adquirir 
substâncias, obter e armazenar energia e pôr em prática 
diversas atividades, entre elas a reprodução. Os cromossomos 
possuem duas funções fundamentais: a transmissão confiável 
e a expressão da informação genética. Na mitose, uma célula 
se divide para dar origem a duas células-filhas, cada uma com 
o mesmo número e com os mesmos tipos de cromossomos da 
célula original. Já, a meiose é uma forma especializada de divisão 
celular que ocorre em determinadas células dos testículos e dos 
ovários para produzir espermatozoides e ovócitos secundários 
haploides. Os principais agentes mutagênicos físicos são as 
radiações ionizantes e as radiações ultravioleta. As alterações 
cromossômicas podem ser classificadas em dois grandes grupos: 
numéricas e estruturais. As alterações numéricas correspondem 
à perda ou ao acréscimo de um ou mais cromossomos e podem 
ser de dois tipos: euploidias e aneuploidias. Entendeu? Ao longo 
desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! 
INTRODUÇÃO
Genética Humana 11
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
OBJETIVOS
Interpretar a complexidade da célula eucariótica.
Estudar a divisão celular.
Identificar número, estrutura e as anomalias 
cromossômicas.
Identificar os diferentes tipos de herança 
monogênica.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
1
2
3
4
Genética Humana12
Célula e cromossomos
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender a 
complexidade de uma célula, sua morfologia a classificação 
e estrutura de seus cromossomos. Detalhes sobre herança 
monogênica, ligada ao sexo e holândrica. Aqui, os alunos 
poderão compreender o tema desta unidade, “Estrutura e Função 
dos cromossomos”, de forma simples. E então? Motivado para 
desenvolver este desafio? Então vamos lá. Avante.
Células
No início do século 19, antes dos experimentos de Gregor 
Mendel com ervilhas, osbiólogos observaram, o que se chamou 
de célula. Cada célula é um conjunto complexo de moléculas 
capaz de trocar substâncias, obter e armazenar energia e realizar 
diferentes atividades, entre elas se replicarem. 
SAIBA MAIS
As formas de vida mais simples, os vírus, não são constituídos 
de células, mas só exercem sua função dentro das células.
As células vivas são constituídas de diferentes tipos de 
moléculas; sendo a mais abundante, a água. Moléculas pequenas, 
como sais, açúcares, aminoácidos e algumas vitaminas, (e 
Genética Humana 13
algumas moléculas maiores) dissolvem-se com facilidade na 
água, assim todas essas substâncias que possuem essa interação 
com a água são denominadas hidrofílicas. E já as moléculas 
que não interagem com água, são denominadas hidrofóbicas. O 
interior de uma célula é denominado citoplasma.
As moléculas que constituem as células têm estrutura 
e função variadas. Amido é um carboidrato constituído 
principalmente de glicose com ligações glicosídicas, 
armazenam energia química para as atividades celulares. Já os 
lipídios ou gorduras são moléculas orgânicas insolúveis em água 
e solúveis em certas substâncias orgânicas, tais como álcool, éter 
e acetona. Sendo importantes constituintes de muitas estruturas 
nas células, fonte de energia, isolante térmico, auxilio na 
absorção das vitaminas A, D, E e K (lipossolúveis) entre outros.
As proteínas são as moléculas mais diversificadas nas 
células. Cada proteína é constituída de um ou mais polipeptídios, 
que são cadeias de aminoácidos. As proteínas estão presentes 
em todos os seres vivos e estão envolvidas nos processos e 
funções celulares, replicação do DNA, a resposta a estímulos 
e o transporte de moléculas. Muitas proteínas são enzimas que 
catalisam reações bioquímicas vitais para o metabolismo.
As células são envolvidas por uma camada fina, a 
membrana, os principais elementos são lipídios e proteínas. 
Também existem membranas dentro das células, denominadas 
organelas. As paredes e as membranas celulares separam o 
conteúdo celular do ambiente externo, além disso, as membranas 
celulares interagem com substâncias desse meio. Essa interação 
fornece à célula informações vitais sobre as condições do 
ambiente, além do feedback das atividades celulares.
Células Eucarióticas
As células eucarióticas são, em geral, pelo menos dez vezes 
maiores que as células procarióticas e têm sistemas complexos 
https://www.todamateria.com.br/vitaminas/
Genética Humana14
de membranas internas, alguns dos quais estão associados 
a organelas visíveis e bem organizadas. A mitocôndria é uma 
dessas organelas, cuja função é produzir a maior parte da energia 
das células, usando o processo de respiração celular. Já as células 
de algas e vegetais contêm outro tipo de organela, o cloroplasto, 
que capta a energia solar e a converte em energia química. Tanto 
as mitocôndrias quanto os cloroplastos são delimitados por 
membranas.
Figura 1: Célula eucariótica
Fonte: @pixabay. 
Todas as células eucarióticas possuem núcleo delimitado 
por membrana) e organizado em estruturas denominadas 
cromossomos. Os cromossomos são visíveis individualmente 
durante a divisão celular (metáfase), quando estão condensados 
e espiralados.
https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9lula-animal-biologia-eucariota-1608621/
Genética Humana 15
SAIBA MAIS
Parte do DNA de uma célula se encontra em mitocôndrias ou 
cloroplastos. O DNA é mais resistente à degradação, do que as 
demais moléculas orgânicas. Um pequeno número de moléculas 
de células é suficiente para obter DNA; e multiplicá-lo por 
técnicas moleculares. Os rRNA e tRNA participam da produção 
da proteína.
Eles estão frequentemente associados a um sistema de 
membranas, o retículo endoplasmático. O retículo pode estar 
conectado ao complexo de Golgi, um conjunto de bolsas 
e vesículas membranáceas que participam da modificação 
química e do transporte de substâncias dentro das células. Outras 
organelas pequenas, delimitadas por membrana, também podem 
ser encontradas em células eucarióticas como os lisossomos 
produzidos pelo complexo de Golgi que contêm diferentes 
tipos de enzimas digestivas, e os peroxissomos associados ao 
metabolismo de substâncias como gorduras e aminoácidos. 
Os formatos e as atividades das células eucarióticas são 
influenciados por um sistema de filamentos, fibras e moléculas 
associadas que, em conjunto, constituem o citoesqueleto, que é 
responsável pela motilidade e deslocamento de substâncias para 
locais específicos nas células.
Já aprendemos sobre a estrutura do DNA na Unidade I, a 
próxima etapa envolve os cromossomos, que são estruturas que 
compactam o material genético. Essa característica é importante, 
pois permite que a longa molécula de DNA fique contida em 
um pequeno espaço, aspecto importante tanto para replicação 
quanto para transcrição.
Genética Humana16
Morfologia e classificação dos 
cromossomos
Os cromossomos são estruturas localizadas no interior do 
núcleo das células; onde se localizam os genes. 
A maioria dos eucariotos não só possui maior quantidade 
de DNA em relação aos procariotos, como esse DNA está 
compactado em vários cromossomos, e cada cromossomo está 
presente em duas cópias (diploides) ou mais (poliploides). 
O conteúdo de cromossomos e DNA das células é definido 
pelo número (n) de cromossomos diferentes, pelo conjunto 
cromossômico e pelo conteúdo de DNA associado (C). Para 
células humanas o conteúdo de DNA associado é cerca de 3,5 
pg. 
O número normal de cromossomos humanos é 46, ou 23 
pares. Desses cromossomos, 44 (ou 22 pares) são homólogos 
nos dois sexos e são chamados de autossomos. Os dois restantes 
são os cromossomos sexuais, que são homólogos na mulher 
(XX) e diferentes no homem (XY). Esses cromossomos contêm 
os genes responsáveis pela determinação do sexo. O X e o Y 
apresentam apenas algumas regiões homólogas.
Para observação do comportamento dos cromossomos, 
existem duas fases do ciclo celularmais adequados: a interfase 
e a metáfase. Quanto à sua forma, os cromossomos metafásicos 
são constituídos por duas cromátides unidas pelo centrômero 
(constrição primária). O centrômero divide as cromátides 
em braços cromossômicos, sendo denominados p, os braços 
curtos ou superiores ao posicionamento do centrômero. E de 
q, os braços longos ou inferiores. As extremidades dos braços 
cromossômicos são denominadas telômeros. 
Genética Humana 17
Figura 2: Cromátides em braços cromossômicos
Braços curto e longo de um cromossomo
 Centrômetro
P
Curto
Q
Longo
Fonte: @commons. 
É o centrômero que determina a classificação dos 
cromossomos humanos em três tipos: metacêntricos, quando o 
centrômero é central ou mediano e divide o cromossomo em 
dois braços iguais; submetacêntricos, quando o centrômero 
está um pouco distante do centro, dividindo o cromossomo 
em braços ligeiramente desiguais; e acrocêntricos, quando 
o centrômero está mais próximo de uma das extremidades 
do cromossomo, dividindo-o em dois braços completamente 
desiguais. Os cromossomos acrocêntricos podem possuir uma 
constrição secundária no braço curto (p) em consequência 
a esse estreitamento, sua extremidade apresenta-se quase 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CromossomoBracos.png
Genética Humana18
separada do restante do cromossomo, mostrando uma forma 
arredondada, denominada satélite, constituída também de 
cromatina. As constrições secundárias são responsáveis pela 
produção de nucléolos, razão pela qual são denominadas regiões 
organizadoras nucleolares.
SAIBA MAIS
No cromossomo X, foram conservados vários genes 
originalmente presentes e suas características estruturais, ao 
contrário do cromossomo Y, que conservou poucos genes (menos 
de uma centena), reduzindo o seu tamanho. A função genética 
do Y é associada basicamente na indução do desenvolvimento 
masculino no início da fase embrionária e na manutenção da 
espermatogênese. Os cromossomos X e Y, devido à sua origem 
evolutiva comum,contêm segmentos de DNA homólogos 
em ambas as extremidades, principalmente nos braços curtos 
proximais de ambos, denominadas regiões pseudo-autossômicas.
Genética Humana 19
Cromossomo na interfase 
Na interfase, o material genético apresenta-se como 
filamentos emaranhados e densamente corados, formando a 
cromatina, uma desoxirribonucleoproteína formada de partes 
iguais de ácido desoxirribonucleico (DNA) e proteínas histônicas 
(ricas em arginina e lisina) e não histônicas (proteínas ácidas).
EXPLICANDO DIFERENTE+++
Estudos evidenciam que as fibras de cromatinas estão formadas 
por um eixo de histonas, não necessariamente contínuo, em 
torno do qual se enrola uma molécula contínua de DNA. Ao 
microscópio eletrônico, essa estrutura mostra-se, na interfase, 
uma imagem semelhante à de um colar de contas: cada “conta” 
está constituída por uma partícula central (core) formada 
por quatro tipos diferentes de moléculas de histona. O DNA, 
então, enrola-se em torno dessa partícula central, formando 
o nucleossomo, que é a subunidade básica da estrutural da 
cromatina. São conhecidas cinco classes de histonas: duas 
histonas de cada classe (H2A, H2B, H3 e H4) agregam-se para 
formar um nucleossoma, juntamente com DNA. A histona H1 
é necessária para que os complexos histona-DNA formem uma 
fibra de 30 nm de espessura, enrolando assim o DNA de uma 
forma ainda mais eficaz. Cada nucleossomo está formado por 
uma partícula central de histona envolvida por uma espiral de 
DNA, cujo comprimento corresponde a uma volta e 3⁄4 de volta, 
abrangendo cerca de 140 pares de bases. Os nucleossomos estão 
unidos entre si por segmentos de DNA, chamados DNA de 
ligação e formados por 15 a cem pares de bases; esse DNA de 
ligação está associado à quinta histona, H1 (Figura 3).
Genética Humana20
Figura 3: Fases de compactação do DNA
DNA dupla hélice
DNA hélice
Nucleossomos Cromação
Cromossomo
Fonte: @freepik. 
As histonas que compõem o core são essenciais para o 
empacotamento do DNA. Além do enrolamento primário da 
dupla-hélice do DNA, há um enrolamento secundário ao redor 
das histonas (constituindo os nucleossomos) e um enrolamento 
terciário dos nucleossomos para formar as fibras de cromatina 
que compõem alças em uma estrutura de proteínas ácidas não 
histônicas. Portanto, essas proteínas não histônicas também 
fazem parte da estrutura do cromossomo, sendo sua função 
contribuir para a conformação estrutural do cromossomo e/ou 
para a regulação gênica.
Genética Humana 21
DICA
Quando a cromatina é isolada dos núcleos interfásicos, não 
é possível reconhecer os cromossomos individuais. Em vez 
disso, observa-se um aglomerado irregular de nucleoproteína 
(heterocromatina). 
A cromatina pode apresentar-se sob dois aspectos. A 
eucromatina, que constitui a maior parte do cromossomo, 
apresenta fibras menos condensadas e coloração uniforme 
durante a interfase. A heterocromatina corresponde a regiões 
cromossômicas mais densamente espiralizadas e, por isso, são 
coradas com mais intensidade. 
IMPORTANTE
Há uma correlação entre a condição estrutural do material 
genético e sua atividade transicional, durante a divisão, quando 
o DNA está́ compactado em cromossomos visíveis, não há 
transcrição. Por outro lado, quando ele está́ desespiralizado, há 
transcrição.
A heterocromatina pode ser constitutiva ou facultativa. 
A constitutiva consiste em regiões especiais que normalmente 
não são expressas e correspondem a regiões de DNA altamente 
repetitivo. A heterocromatina facultativa resulta da inativação 
de cromossomos inteiros de uma linhagem celular, embora eles 
possam expressar-se em determinadas circunstâncias, como é o 
Genética Humana22
caso de um dos cromossomos X da fêmea dos mamíferos, que é 
geneticamente inativo.
Cromossomo metafásicos
Os cromossomos só́ podem ser visualizados 
individualmente durante a fase de metáfase na divisão celular. 
Essa é a melhor fase para a visualização dos cromossomos, 
que estão condensados ao máximo. Nessa fase, apresentam-
se formados por dois filamentos, as cromátides, unidas pelo 
centrômero ou constrição primária.
A citogenética como ciência, trouxe grande contribuição 
não só́ para os estudos das doenças humanas, como também para 
estudos das populações, sua origem e evolução. Estima-se que 
em torno de 20 mil anormalidades cromossômicas tenham sido 
registradas em bancos de dados laboratoriais.
DICA
O conjunto cromossômico característico da espécie é 
denominado cariótipo. A ordenação dos cromossomos de um 
cariótipo segundo a classificação padrão (de acordo com o 
tamanho do cromossomo e a posição do centrômero em cada 
par) é denominada cariograma ou idiograma.
Técnicas para o estudo dos cromossomos 
humanos
O momento ideal para estudar os cromossomos humanos 
é durante a metáfase da divisão mitótica, pois nessa fase que 
os cromossomos se apresentam espiralizados ao máximo. Por 
Genética Humana 23
isso, devem ser utilizados tecidos com alta taxa de multiplicação 
celular (alto índice mitótico) para estudos.
A técnica mais usada para estudo de cariótipo humano é o 
cultivo de linfócitos de sangue circulante periférico, essa técnica 
tem a vantagem de oferecer grande número de metáfases em 
apenas três dias e de eliminar a necessidade de biópsias, como 
no cultivo de fibroblastos. O cultivo de linfócitos emprega-se 
um agente mitogênico, como a fitohemaglutinina, que estimula 
a atividade mitótica e tem ação aglutinante sobre as hemácias. 
Existem basicamente duas técnicas para cultivo de linfócitos 
humanos: a macrotécnica e a microtécnica. A diferença entre 
elas, é que na primeira coleta-se um volume maior de sangue (5 
ml) e as hemácias são excluídas por sedimentação, enquanto na 
microtécnica o volume de sangue é menor (0,2 ml) e trabalha-se 
com o sangue total (utilizada para análise cariotípica de recém-
nascidos).
Os principais procedimentos utilizados em laboratórios 
clínicos e de pesquisa são as técnicas de bandeamento 
cromossômico. Bandas Q.: Os cromossomos submetidos a 
esse tratamento apresentam faixas ou bandas com diferentes 
intensidades de fluorescência, sendo tal padrão característico 
e constante para cada par cromossômico. Tais faixas ou 
bandas foram designadas de bandas Q (de quinacrina). Essa 
técnica apresenta uma vantagem especifica na identificação 
do cromossomo Y, que se cora intensamente com quinacrina, 
mesmo quando a célula está em interfase.
1. Bandas G.: Os cromossomos são submetidos à digestão 
pela tripsina, que desnatura as proteínas cromossômicas, sendo 
corados com Giemsa (daí o nome de bandas G). Esse padrão é o 
único para cada cromossomo humano e possibilita sua definição 
inequívoca;
2. Bandas R.: Na obtenção dessas bandas, os cromossomos 
são tratados com calor para obtenção de desnaturação controlada 
e, depois, corados com Giemsa. O resultado de bandas claras 
Genética Humana24
e escuras representa o inverso daquele produzido pelos 
bandeamentos Q e G, daí a sua designação de bandas reversas 
(R). Esse tipo de bandeamento é usado especialmente quando 
algumas regiões cromossômicas se coram mal pelos padrões das 
bandas G ou Q. Esse é o método padrão em alguns laboratórios 
europeus, por exemplo;
IMPORTANTE
Uma banda cromossômica é definida como um segmento que 
pode ser distinguido dos dois segmentos vizinhos de forma 
inequívoca. Cada braço do cromossomo é subdividido em 
regiões 1, 2, entre outras, partindo sempre do centrômero. Por 
exemplo, 5p3 indica a região 3 do braço curto do cromossomo 
5. Ainda, cada região pode ser subdividida em bandas e sub-
bandas.
1. Bandas C. Nessa técnica, a coloração também é feita com 
Giemsa, após tratamento com hidróxido de sódio, são coradas 
regiões específicas, em que o cromossomo apresenta DNA 
altamente repetitivo, como nas regiões dos centrômeros e outras 
regiões nos braços longos dos cromossomos 1, 9 e 16, porção 
distal do cromossomo Y correspondendo à heterocromatina 
constitutiva, motivo de sua denominação banda C;
2. BandasNOR.: Essas bandas coram especificamente 
as regiões organizadoras nucleolares, ou seja, as constrições 
secundárias dos cromossomos com satélites, como é o caso dos 
cromossomos dos grupos D e G (exceto o Y). Essas regiões 
constituem o centro de processamento para a produção de 
ribossomos e de RNA ribossômico;
3. Bandas T.: Marcam as regiões teloméricas ou terminais 
dos cromossomos (daí sua denominação);
Genética Humana 25
4. Bandeamento G de alta resolução ou padrão de bandas 
de prometáfase é obtido por meio do padrão de bandas G ou 
R, que cora cromossomos em estágio inicial da mitose, quando 
os cromossomos estão na prófase ou prometáfase. Usado na 
suspeita de uma anomalia cromossômica estrutural sutil).
Um dos mais importantes avanços tecnológicos em 
citogenética molecular dos últimos anos foi o desenvolvimento 
da tecnologia da Hibridização in situ por Fluorescência 
(FISH). Essa tecnologia é usada para detectar a presença ou 
ausência, o número de cópias e a localização cromossômica 
de uma determinada sequência de DNA nos cromossomos de 
um indivíduo. Baseia-se na capacidade de uma fita simples de 
DNA, utilizada como sonda, associar-se com sua sequência 
complementar desconhecida, durante a metáfase. Essa técnica 
também pode ser usada para estudar cromossomos de células 
interfásicas, tendo a vantagem adicional de fornecer resultados 
muito rapidamente.
Cariotipagem por espectro multicolorido utiliza um 
conjunto de sondas de pintura cromossômica de todos os 
cromossomos humanos, a fim de preparar um cariótipo humano 
multicolorido, ou cariótipo espectral, no qual cada par de 
cromossomos homólogos pode ser identificado com base em 
sua coloração única. Pode ser útil na detecção de pequenos 
rearranjos cromossômicos, tanto constitucionais (anormalidades 
do desenvolvimento), quanto adquiridos (como no câncer). 
Hibridização genômica comparativa (CGH, do inglês 
Comparative Genomic Hybridization) é muito usada em genética 
do câncer para detectar regiões de amplificação gênica ou perda 
de alelos.
Citometria de fluxo baseia-se na ligação diferencial 
de corantes fluorescentes as sequências específicas de DNA, 
alguns se ligam a sequências GC (ricas em genes) e outros a 
sequências AT (pobres em genes), possibilitando a separação 
dos cromossomos por meio do processo de citometria de fluxo, 
Genética Humana26
resultando em um histograma do tamanho dos cromossomos, 
denominado cariótipo de fluxo. Aplicado na construção de 
bibliotecas de DNA cromossomo-específico e na produção de 
coloração de cromossomos para FISH.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo 
o que vimos. Você deve ter aprendido que a célula possui 
um conjunto complexo de moléculas usadas para obter e 
armazenar energia, e pôr em prática Vimos, que as células 
eucarióticas têm sistemas complexos de membranas internas, 
algumas das quais estão associados a organelas visíveis e/ou 
delimitando estruturas, como o núcleo das células; onde estão 
os cromossomos constituídos de uma molécula bifilamentar de 
DNA e de uma variedade de proteínas. O número normal de 
cromossomos humanos é 46, ou 23 pares. Desses cromossomos, 
44 (ou 22 pares) são homólogos nos dois sexos e são chamados 
de autossomos. E os cromossomos do genoma humano podem 
ser identificados citologicamente por vários procedimentos de 
coloração.
Genética Humana 27
Mitose e Meiose
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender uma das 
mais surpreendentes atividades realizadas por uma célula viva, 
a divisão celular. A célula usa dois mecanismos diferentes para 
se dividir: a mitose e a meiose, cada um deles com objetivos 
específicos. A mitose multiplica e meiose divide o número de 
células. A interfase é uma fase ativa, em que a célula não só́ 
continua a realizar as funções bioquímicas básicas da vida, como 
também replica seu DNA e as outras estruturas celulares na 
preparação para a divisão. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
Mitose e meiose são dois processos de divisão celular que 
envolvem replicação cromossômica e divisão celular. A mitose 
leva ao crescimento dos organismos e a reposição das células 
mortas. Portanto, o material genético, constituído de DNA e 
empacotado nos cromossomos, é transmitido de modo constante 
de uma célula para suas descendentes.
A meiose é o processo de divisão celular que os indivíduos 
de reprodução sexuada utilizam para formar os seus gametas nas 
células do aparelho reprodutivo. Por intermédio desse processo, 
o material genético é reduzido à metade nos gametas para 
garantir a manutenção da quantidade de DNA necessária para 
cada espécie. E, além disso, nesse processo ocorre a troca de 
material genético entre os cromossomos de origens diferentes 
(materno e paterno), aumentando a variabilidade na espécie, o 
que é de grande interesse evolutivo.
Genética Humana28
SAIBA MAIS
 Na divisão das células eucarióticas é preciso que os cromossomos 
e todos os demais componentes celulares sejam duplicados e 
dividido igualmente e de forma aleatória entre as duas células-
filhas. O retículo endoplasmático e o complexo de Golgi são 
fragmentados por ocasião de divisão e, mais tarde, reconstituídos 
nas células-filhas.
Ciclo Celular
Toda vez que uma célula eucariótica se divide, passa por 
uma série de fases que, juntas, constituem o ciclo celular. O G 
(do inglês gap) é o intervalo da replicação do DNA.
Os intervalos da interfase são G1 (período de pré-síntese 
do DNA ou intervalo 1); S (período de síntese do DNA); e G2 
(período de pós-síntese do DNA). Durante o período G1, a célula 
sintetiza proteínas, lipídeos e carboidratos; que serão utilizadas 
para a formação das membranas das duas novas células que se 
formarão a partir da célula mãe. É o período do ciclo celular 
que mais varia em duração, entre os diferentes tipos de células. 
Por exemplo, as células do fígado, que têm crescimento lento, 
permanecem em G1 por vários anos, enquanto as células de 
crescimento rápido, como as da medula óssea, permanecem 
nessa fase por 16 a 24 horas. Células embrionárias precoces 
podem omitir inteiramente o período G1.
Genética Humana 29
Figura 4: Representação esquemática do ciclo celular
Mitoses
CICLO NUCLEAR
Sínteses de 
DNA
Interfase
Fonte: @commons. 
Na fase S começa a replicação do material genético da 
célula. Ao término da síntese de DNA, a produção de RNA e 
a síntese de proteínas são retomadas. Em G2, a célula continua 
desenvolvimento e duplicando as organelas. Já com o volume 
da célula aumentado, ocorre a divisão celular. Algumas células 
com menor frequência de divisão podem ficar por tempo 
indeterminado em G0, ou seja, a célula permanece ativa, mas 
sem se preparar para a divisão; voltando a replicar quando 
estimulada. 
Genética Humana30
A mitose tem um tempo de duração que varia de célula 
para célula em uma mesma espécie. Na espécie humana, por 
exemplo, em células de medula óssea, o período de divisão tem a 
duração de 30 minutos a uma hora, enquanto a interfase estende-
se de 41 a 49 horas. Quando os ciclos celulares são longos, o 
período G1 é mais prolongado, ao contrário dos ciclos celulares 
curtos, nos quais ele é rápido.
IMPORTANTE
Dois processos opostos, divisão celular e morte celular 
(apoptose), regulam o número de células dos organismos 
vivos. Após o nascimento, a mitose e a apoptose protegem o 
corpo. A mitose promove crescimento do organismo e repõe 
células danificadas por diferentes lesões. Já a apoptose remove 
células da pele danificadas por agentes mutagênicos como a 
radiação ultravioleta da luz solar, por exemplo. Essas células 
são desprendidas e eliminadas pelo corpo, ou então poderiam 
se tornar cancerosas. Assim, há um balanço entre o crescimento 
e a perda tecidual, coordenado pelos processos de mitose e 
apoptose. 
Controle do ciclo celularA mudança do estado de repouso (quiescência) para um 
estado de crescimento ativo é um pré-requisito para o início do 
ciclo celular completo para a maioria das células. 
Os sinais químicos que controlam o ciclo celular provêm 
de fora e de dentro da célula. Os sinais externos podem ser 
hormônios, que agem à distância; e fatores de crescimento, que 
atuam mais localmente, por exemplo. Os sinais internos da célula 
podem ser proteínas de dois tipos: as ciclinas e as quinases, que 
Genética Humana 31
interagem para ativar os genes cujos produtos, por sua vez, 
ativam a mitose. Todos os eucariotos regulam a progressão pelo 
ciclo celular por meio do complexo ciclina-CDK, embora os 
detalhes de sua estrutura e seu mecanismo de ação possa diferir 
levemente de um organismo para outro.
A falha de qualquer um dos pontos de controle resultará em 
instabilidade genética. O mau funcionamento do fuso pode causar 
aneuploidias, enquanto a falta de duplicação do polo do fuso 
pode levar a poliploidia. Defeitos no ponto de controle do dano 
de DNA podem resultar em alterações cromossômicas, como 
translocações, deleções e amplificação de genes, entre outras.
SAIBA MAIS
O número de divisões que uma célula deve sofrer está 
relacionado com o processo denominado “relógio celular”, 
associado as regiões cromossômicas terminais, denominadas 
telômeros. A cada mitose, os telômeros perdem certo número de 
nucleotídeos, encurtando gradualmente os cromossomos, tendo 
em vista que a cada replicação do DNA são perdidos de 8 a 12 
nucleotídeos nas extremidades de cada cromossomo. Cerca de 
50 divisões após, uma quantidade crítica de DNA telomérico é 
perdida, o que constitui um sinal para a célula cessar a mitose. A 
célula pode até permanecer viva, mas não se divide novamente, 
ou pode morrer, dependendo do seu ciclo.
Mitose
As células somáticas, descendentes de uma célula original, 
o zigoto, passam durante a sua vida por duas fases: a interfase, na 
qual a célula está realizando funções metabólicas e de replicação 
Genética Humana32
do DNA, e a fase de divisão ou mitose, na qual a célula cessa 
funções e se divide.
A mitose é um processo contínuo, mas, para ser facilmente 
compreendido, costuma-se dividi-lo nas fases prófase, metáfase, 
anáfase e telófase, conforme a Figura 3.
Figura 5: Representação da mitose dividindo as fases prófase, metáfase, anáfase e telófase
Fonte: @pixabay. 
Prófase
A prófase inicia-se pela condensação da cromatina dos 
cromossomos dos eucariotos. Os cromossomos tornam-se 
gradativamente mais curtos e espessos, sendo visíveis com no 
final da metáfase. As duas cromátides-irmãs de cada cromossomo 
permanecem unidas pelo centrômero. Enquanto isso, a membrana 
nuclear dissolve-se, os nucléolos desaparecem, os cromossomos 
espalham-se e se inicia a formação do fuso acromático ou fuso 
mitótico. Esse fuso consiste em microtúbulos formados por uma 
proteína chamada tubulina, observados ao microscópio como 
fibras em fuso. As fibras do fuso ligam o cinetócoro (estrutura 
situada junto ao centrômero dos cromossomos) aos centríolos, 
estruturas que constituem o ponto de origem do fuso acromático. 
Metáfase
Nessa fase, os cromossomos atingem o máximo de 
condensação. 
PASSO A PASSO
Depois que as fibras do fuso se fixam a placa equatorial, 
cada cromossomo move-se aleatoriamente plano imaginário 
https://pixabay.com/pt/vectors/ci%C3%AAncia-biologia-c%C3%A9lulas-sem-t%C3%ADtulo-41575/
Genética Humana 33
equidistante dos polos do fuso. O alinhamento cromossômico 
adequado é um importante ponto de controle do ciclo celular, 
tanto na mitose quanto na meiose. O sinal para o alinhamento 
cromossômico provém do cinetócoro (complexo proteico do 
centrómero), e a natureza química desse sinal é a desfosforilação 
de algumas proteínas a ele associadas. Ao fim da anáfase, as 
cromátides-irmãs de cada cromossomo iniciam sua separação, 
até́ ficarem unidas somente pelos centrômeros (assemelhando-se 
à letra X).
Na telófase, o centrômero de cada cromossomo divide-
se longitudinalmente, e as cromátides-irmãs, agora chamadas 
de cromossomos-filhos, vão se separando e dirigindo para os 
polos da célula, visto que as proteínas que uniam as cromátides 
são dissolvidas. Assim, vão 2n cromossomos para cada polo. 
O papel dos centrômeros aqui é muito importante, pois estes 
orientam cada cromossomo-filho para um dos polos. O papel 
dos microtúbulos do fuso é também importante, pois seu 
encurtamento progressivo puxa os cromossomos em direções 
opostas para os polos. Os cromossomos sem centrômeros não 
têm como se orientar na direção dos polos celulares.
Na última fase da mitose, após os dois conjuntos 
cromossômicos atingirem os polos opostos da célula, os 
cromossomos sofrem descondensação progressiva, as fibras 
do fuso se desintegram e a tubulina fica armazenada na célula. 
Formam-se novas membranas nucleares e a célula começa a se 
dividir. As organelas também se dividem ou se distribuem para 
o citoplasma das duas novas células.
Meiose
Nas células que vão sofrer meiose, a síntese de DNA 
ocorre na interfase, antes dessa divisão. Na meiose, ocorre uma 
divisão cromossômica para duas divisões celulares: a meiose I 
ou divisão reducional (onde os cromossomos estão subdivididos 
em duas cromátides, mas os seus centrômeros não) e a meiose 
Genética Humana34
II ou divisão equacional, que é muito semelhante à mitose, 
porém, os cromossomos estão em número haploide. A meiose 
ocorre apenas nas células das linhagens germinativas femininas 
e masculinas e é precedida por uma única duplicação do DNA. 
Meiose I
Quando essa divisão se inicia, o DNA já́ está replicado de 
modo semelhante ao que ocorre na mitose e, como a mesma, o 
processo se subdivide em quatro fases: prófase I, metáfase I, 
anáfase I e telófase I.
Prófase I
É a fase mais longa da meiose e onde ocorrem fenômenos 
da maior importância biológica. Essa fase está́ subdividida 
em cinco subfases ou estágios: leptóteno, zigóteno, paquíteno, 
diplóteno e diacinese.
PASSO A PASSO
No leptóteno, os cromossomos, já́ replicados, iniciam sua 
condensação meiótica e aparecem como filamentos longos e 
delgados. Cada cromossomo do par homólogo. Ao longo dos 
filamentos, existem regiões mais espessas (cromômeros) e 
menos espessas alternadas fortemente coradas e que apresentam 
um padrão típico para cada cromossomo, podendo corresponder 
cada cromômero a maior condensação de cromatina. Ao longo 
do filamento, os cromômeros distribuem-se da mesma maneira 
que as contas em um colar. À medida que os cromossomos se 
condensam mais, os cromômeros adjacentes fusionam-se em 
estruturas maiores.
Zigóteno
No zigóteno, os membros de cada par homólogo 
aproximam-se, até́ ficarem lado a lado, ao longo do seu 
comprimento. Esse pareamento dos cromossomos homólogos, 
iniciando pelas suas extremidades, é denominado sinapse. O 
Genética Humana 35
processo de pareamento dos homólogos envolve a formação da 
estrutura, chamada complexo sinaptonêmico e sua formação é 
importante para que a troca entre cromátides (crossing-over) 
ocorra nos segmentos homólogos.
Paquíteno
Durante a fase do paquíteno, os cromossomos parecem 
mais curtos e mais condensados, e cada homólogo pode ser 
identificado duplicado. Cada par de homólogos pareado é 
chamado bivalente. Os homólogos permanecem unidos por 
meio do complexo sinaptonêmico. Cada bivalente é formado por 
dois cromossomos homólogos ou quatro cromátides, por isso ele 
é chamado, também, de tétrade.
DEFINIÇÃO
Cromossomos homólogos são os que portam os mesmos lócus 
gênicos, sendo um de origem materna e o outro de origem 
paterna, considerando-se uma célula diploide.
Durante o paquíteno quando os cromossomos homólogos 
estão pareados, pode ocorrer um fenômeno importante, que gera 
variabilidade genética, o crossing-over (permuta). Esse envolve 
uma troca entre segmentos de cromátides homologas, que tem 
consequências muito importantes na reprodução sexuada. É a 
maneira em que o material genético dos cromossomosmaternos 
e paternos pode ser recombinado. 
Genética Humana36
Figura 6: Desenho esquemático crossing-over
Cromátide
Fonte: @commons. 
SAIBA MAIS
Estudos com microscopia eletrônica indicam que os 
cromossomos X e Y apresentam-se unidos apenas pelas porções 
distais dos seus braços curtos, o que sugere homologia apenas 
nessas extremidades.
Diplóteno
No estágio diplóteno, os cromossomos homólogos 
começam a se afastar, contudo esse afastamento não é completo. 
Os homólogos permanecem unidos em alguns pontos ao longo 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Crossing-over_scheme_PL.svg
Genética Humana 37
das cromátides, chamados quiasmas (indicativos de permutações 
cromossômicas e visíveis ao microscópio ótico). Os quiasmas 
tendem a se mover para as extremidades dos cromossomos, 
processo chamado de terminalização dos quiasmas.
SAIBA MAIS
A permutação e a formação de quiasmas não são eventos raros, 
sua frequência varia de acordo com a espécie e, principalmente, 
com o tamanho dos cromossomos. 
Diacinese
Na fase diacinese, os cromossomos continuam encurtando 
e condensando, enquanto os quiasmas completam seu movimento 
de terminalização (com exceção dos cromossomos maiores, 
que completam sua terminalização apenas na anáfase I). O 
complexo sinaptonêmico desaparece e os bivalentes começam a 
se organizar na zona equatorial da célula, formando a metáfase I. 
Tanto na linhagem germinativa feminina quanto na 
masculina, a diacinese marca o fim da prófase I. Na linhagem 
germinativa feminina, porém, observa-se que o diplóteno é 
muito mais longo, constituindo o dictióteno, estágio de prófase 
suspensa, no qual as células podem permanecer por vários anos.
Anáfase I
Durante essa fase, os cromossomos homólogos separam-
se um do outro, dirigindo-se para os polos opostos da célula. 
A principal diferença entre a anáfase mitótica e a anáfase I da 
meiose é que, nesta última, não há divisão dos centrômeros, 
ocorrendo apenas separação dos homólogos, indo cada um 
deles (origem paterna e materna) para a extremidade oposta. A 
Genética Humana38
distribuição dos membros de cada par de homólogos é ao acaso, 
isto é, se considerarmos dois pares de cromossomos, poderão 
resultar as seguintes combinações em cada polo celular. Cada 
homólogo continua constituído por duas cromátides-irmãs 
unidas pelo centrômero, assim permanecendo até́ a anáfase II.
Telófase I 
Quando os cromossomos chegam aos polos da célula, a 
membrana nuclear é reconstituída. Os cromossomos espiralizados 
não se descondensam completamente, estando em número 
haploide (n) em cada extremidade da célula. Cada cromossomo, 
porém, mantem-se constituído por duas cromátides.
Meiose II
As duas células resultantes da meiose I passam 
imediatamente para a meiose II, sem que haja uma interfase 
típica. Não ocorre replicação dos cromossomos entre essas duas 
divisões, os cromossomos presentes no início da meiose II são 
idênticos aos que estavam presentes no fim da meiose I.
Prófase II
Essa fase é praticamente inexistente, uma vez que os 
cromossomos não perdem sua condensação durante a telófase 
I. Assim, após a formação do fuso e o desaparecimento da 
membrana nuclear, as células resultantes da telófase I entram 
logo em metáfase II.
Metáfase II
Nesta fase, cada cromossomo, constituído por duas 
cromátides-irmãs unidas pelo centrômero, dispõe-se no 
plano equatorial da célula, prendendo-se ao fuso por meio do 
centrômero. A principal diferença entre as metáfases I e II é 
que, na II, os cromossomos estão duplicados, mas em número 
Genética Humana 39
haploide, enquanto na metáfase I eles também estão duplicados, 
mas dispostos aos pares, na placa equatorial da célula.
Anáfase II
A principal diferença entre as anáfases I e II é que, na 
primeira, os cromossomos estão em número haploide, mas 
duplicados, enquanto na segunda eles estão em número haploide, 
cada um constituído apenas por uma cromátide (n).
Telófase II
Nesta essa fase, os cromossomos já́ estão nos polos 
celulares, formando-se uma membrana nuclear ao redor de 
cada conjunto haploide (n). Ao fim da telófase II, a meiose está 
completa, resultando teoricamente em quatro novas células 
haploides (gametas); assim, o núcleo de cada célula contém 
1/4 do material cromossômico presente no início do processo 
meiótico.
Gametogênese
A gametogênese no homem é denominada espermatogênese 
e ocorre nos testículos. E na mulher, denomina-se ovulogênese 
e ocorre nos ovários.
PASSO A PASSO
Na ovulogênese, ao redor dos três meses de vida intrauterina, 
as ovogônias (ou oogônias), existentes nos ovários, começam 
a crescer e se diferenciar em ovócitos (ou oócitos) primários, 
parando suas mitoses em torno do quinto mês de vida pré́-natal. 
Aos sete meses, todos os ovócitos primários do feto encontram-
se rodeados por um conjunto de células, formando um folículo 
primário. Os ovócitos primários entram em meiose I, chegando 
até́ o final da prófase I, quando a divisão é suspensa em um estágio 
denominado dictióteno, no qual se encontram todos os ovócitos 
primários, por ocasião do nascimento, assim perdurando até́ a 
Genética Humana40
puberdade. Quando essa fase é atingida, cada ovócito primário 
reinicia sua primeira divisão meiótica, originando duas células 
de tamanhos diferentes: o ovócito secundário (maior, com mais 
quantidade de citoplasma) e o primeiro corpúsculo polar (menor, 
praticamente sem citoplasma). A partir da menarca (primeira 
menstruação), esse processo passa a ocorrer mensalmente, 
durando cerca de 45 anos, até́ a menopausa (fim do período 
reprodutivo feminino). O ovócito secundário, liberado na tuba 
uterina, sofre a segunda divisão meiótica, que só́ vai se completar 
no momento da fertilização.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo 
o que vimos. Você deve ter aprendido que a célula usa dois 
mecanismos diferentes para se dividir: a mitose e a meiose. A 
mitose ocorre nas células somáticas, garantindo o crescimento 
dos organismos e a reposição de células mortas, onde o DNA 
contido nos cromossomos é transmitido de da célula mãe para 
as células filhas. A meiose ocorre nas células reprodutivas, e é o 
processo de divisão celular que os seres de reprodução sexuada 
utilizam para formar os seus gametas; estas células possuem a 
metade do DNA contido em uma célula somática. Ainda, durante 
a meiose, há troca de material genético entre os cromossomos 
de origens diferentes (materno e paterno), o que aumenta a 
variabilidade dos gametas, sendo de grande interesse para as 
espécies. Além disso, vimos que o ciclo celular é regulado por 
sinais extracelulares e intracelulares.
Genética Humana 41
Variação no Número, na Estrutura dos 
Cromossomos e Anomalias 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender que as 
células humanas são diploides e contêm 46 cromossomos, sendo 
44 autossomos e dois cromossomos sexuais, que são XX no sexo 
feminino e XY no sexo masculino. Na fase metáfase mitótica, 
todos os 46 cromossomos são constituídos de duas cromátides-
irmãs idênticas. E que variações no número de cromossomos 
e mesmo alterações em parte de um cromossomo levam a 
alterações fenotípicas no ser humano. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Morfologia e classificação dos 
cromossomos
O número normal de cromossomos humanos é 46, ou 23 
pares. Desses cromossomos, 44 (ou 22 pares) são homólogos 
nos dois sexos e são chamados de autossomos. Os dois restantes 
são os cromossomos sexuais, que são homólogos na mulher 
(XX) e diferentes no homem (XY). 
Quanto à sua forma, os cromossomos metafásicos são 
constituídos por duas cromátides unidas pelo centrômero, 
também chamado de constrição primária. O centrômero divide 
as cromátides em braços cromossômicos, os braços curtos (p); os 
braços longos (q); e nas extremidades dos braços cromossômicosencontram-se os telômeros.
Genética Humana42
É o centrômero que determina a classificação dos cromossomos 
humanos em três tipos: metacêntricos; submetacêntricos; 
e acrocêntricos (como já foi visto). Quanto ao tamanho, os 
cromossomos são considerados grandes, médios, pequenos e muito 
pequenos, sendo classificados, em ordem decrescente de tamanho, 
em sete grupos denominados de A a G e numerados, aos pares, de 1 
a 22, além dos cromossomos sexuais, que podem ser classificados à 
parte ou nos respectivos grupos originais.
Na Tabela 1, encontra-se a classificação dos cromossomos 
humanos, estabelecida pelos citogeneticistas em um encontro 
realizado em Denver (Colorado), em 1960.
 Tabela 1: Classificação dos cromossomos humanos
Grupos Características morfológicas No dos pares No nas células
A
Grandes; 
metacêntricos (1 e 3) e 
submetacêntricos (2)
1, 2, 3 6
B Grandes; submetacêntricos 4,5 4
C Médios; a maioria é submetacêntrica
6, 7, 8, 9, 10, 
11, 12 e X 15 (M) ou 16 (F)
D Médios; acrocêntricos 13,14,15 6
E
Pequenos; 
metacêntricos ou 
submetacêntricos (16) 
e submetacêntricos (17 
e 18
16, 17, 18 6
F Muito pequenos; metacêntricos 19, 20 4
G Muito pequenos; acrocêntricos 21, 22 e Y 5 (M) ou 4 (F)
TOTAL 46
Fonte: Strachan, T. (2013)
Genética Humana 43
Notação cromossômica
A Tabela 2 mostra as principais notações para referir-
se às alterações cromossômicas. Os cariótipos são descritos 
pelo número de cromossomos, acompanhado da constituição 
cromossômica sexual e de qualquer alteração presente. Por 
exemplo, as notações cromossômicas de um homem e de uma 
mulher normais são, respectivamente, 46,XY e 46,XX.
As alterações cromossômicas devem ser precedidas por 
vírgula, após os cromossomos sexuais, por exemplo: uma criança 
do sexo masculino com síndrome de Down devida à trissomia 
do cromossomo 21 é definida como 47,XY,+21, enquanto 
uma menina com deleção do braço curto do cromossomo 5 
(síndrome do “miado-do-gato”) será́ representada como 46,XX, 
5p- ou 46,XX, del (5p). A notação 46,XY, t(2;4) (p2.3;q2.5) 
corresponde a um homem com uma translocação recíproca 
envolvendo o braço curto do cromossomo 2, na região 2 banda 
3, e o braço longo do cromossomo 4, na região 2 banda 5.
Tabela 2 - Notações utilizadas nas fórmulas cariotípicas
Notação Significado
ace acêntrico (=sem centrômero)
arr microarranjo
cen centrômero
cgh hibridização genômica comparativa
del deleção
der derivado
dic dicêntrico (=com dois centrômeros)
dup duplicação
fra sítio frágil
h constrição secundária
iso isocromossomo
ins inserção
inv inversão
Genética Humana44
ish hibridização in situ, inserção
mar cromossomo marcador
mat origem materna
p braço curto de qualquer cromossomo
pat origem paterna
pter extremidade do braço curto
q braço longo de qualquer cromossomo
qter extremidade do braço longo
r cromossomo em anel
rcp translocação recíproca
rob translocação robertsoniana
s satélite
t translocação
ter extremidade, ponta ou terminal
+ ganho de um cromossomo ou de parte dele
- perda de um cromossomo ou parte dele
/ mosaicismo
: quebra cromossômica
:: quebra e junção
Fonte: Strachan, T. (2013).
Esse sistema de notação cariotípicas abrange também os 
resultados dos estudos com FISH (hibridização fluorescente in situ). 
Por exemplo, um cariótipo 46, XX. FISH del (15) (q11.2) (D15S10) 
refere-se a uma mulher com uma microdeleção envolvendo 15q11.2, 
identificada pela análise de hibridização in situ, usando uma sonda 
para o lócus D15S10 (D15S10) DNA do cromossomo 15 sítio 10). 
Esse indivíduo possui a síndrome de Prader-Willi ou de Angelman.
As alterações numéricas e estruturais dos cromossomos 
constituem as mutações cromossômicas que, como as mutações 
gênicas, consistem em uma fonte de variação importante para a 
evolução das espécies. As alterações cromossômicas podem ser 
classificadas em dois grupos: numéricas e estruturais.
Genética Humana 45
Alterações Numéricas
As mutações cromossômicas pertencem a três categorias: 
rearranjos cromossômicos, aneuploides e poliploides
As espécie possuem um número característico de 
cromossomos, no caso dos seres humanos são 23 pares (diploide-
2n). O grau de ploidia é número de genomas (ou complementos 
cromossômicos) de uma espécie. Portanto, os seres humanos 
são diploides, possuindo 23 pares de cromossomos. Contudo, 
nossos gametas (espermatozoide e ovulo) são células haploides 
(não estão em dose dupla-n). 
O genoma humano refere-se ao conjunto de sequências 
de DNA dentro dos 23 pares de cromossomos nos núcleos. 
Nas denominadas alterações numéricas (perda ou adição) de 
cromossomos: as euploidias são as responsáveis pela alteração 
do genoma do indivíduo (conjunto de todos os cromossomos); já 
a aneuploidia, altera apenas perda ou acréscimo de cromossomo 
(Tabela 2).
Alterações Numéricas Número de Cromossomo
Euploidias
Haploidia n
Triploidia 3n
Tetraplodia 4n
Aneuploidias
Nulissomia 2n-2
Monossomia 2n-1
Trissomia 2n+1
Tetrassomia 2n+2
Elaborada pela autora (2020).
Analisando a Tabela 2, vemos que as euploidias 
correspondem a múltiplos dos genomas haploides: triploidia (2n 
+ n=3n), tetraploidia (4n) ou mais genomas. 
Referindo-se aneuploidias, a ocorrência pode surgir 
pela não separação de dos cromossomos homólogos durante a 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cie
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cromossomo
Genética Humana46
anáfase I e/ou das cromátides-irmãs nana anáfase II da meiose, 
pode haver aumento ou perda de cromossomo na combinação 
dos gametas para formar o zigoto (Tabela 2).
SAIBA MAIS
O mosaicismo refere-se aos indivíduos que possuem duas os 
mais linhagem de células somáticas; neste caso a não separação 
dos cromossomos na anáfase da mitose é a responsável pelo 
evento na formação do zigoto.
Os principais distúrbios de número de cromossomo 
(Tabela 2) são a trissomia do 21, trissomia do 18 e trissomia do 
13. Nas aneuploidias de cromossomos sexuais têm-se: síndrome 
de Turner (45, X); síndrome de Klinefelter (47, XXY; 47, XYY 
e 47, XX). A maioria das anormalias autossômicas pode ser 
diagnóstica ao nascimento, no caso de cromossomos sexuais só 
na puberdade (ou hoje temos sequenciamento).
Alterações estruturais
Os rearranjos cromossômicos alteram a estrutura dos 
cromossomos; por meio da duplicação, deleção, invertido e 
translocação de um segmento de cromossomo.
A recombinação se trata de um fenômeno celular normal 
da meiose entre cromossomos homólogos; gerando variabilidade 
genética e princípios na evolução.
As deleções ocorrem espontaneamente ou através de 
agentes externos (radiações, drogas, vírus, entre outras). 
Malformações podem ocorrer, se houver exposição intra-
uterina a agentes mutagênicos. A síndrome do cri-du-chat ou 
Genética Humana 47
“miado-do-gato”, é um exemplo de deleção do cromossomo 5. 
Polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) são transmitidas para 
as células-filhas. A síndrome de DiGeorge/velocardiofacial é 
gerada por uma microdeleção do cromossomo 22q 11. 
As inserções e as deleções causam efeito amplo dentre 
as alterações estruturais; uma vez mutação de sentido alterado 
pode ocorrer (proteína funcionalmente diferente) A expansão de 
sequência de trinucleotídeos está associada a algumas doenças 
hereditárias humanas.
A quebra de um cromossomo produz duas extremidades, que 
podem se rearranjar de diferentes modos: restaurando a estrutura 
original do cromossomo; perdendo as extremidades rompidas; 
um ou mais segmentos quebrados de um cromossomo podendo 
se unir a outro cromossomo ou a segmentos cromossômicos. 
A maioria das duplicações resulta de um crossing-
over desigual entre cromátides homólogas, durante a meiose, 
produzindo segmentos adjacentes duplicados e/ou deletados
Alteração na mudança na localização dos genes (inversões 
e translocações). Inversão ocorre a quebra em duas regiões 
diferentes do cromossomo, seguida pela reunião do segmento 
invertido. A Inversão pode ser pericêntrica (quando o centrômero 
se situa dentro segmento invertido) e paracêntrica(quando o 
centrômero se situa fora do segmento invertido). 
O processo de translocação possibilita a transferência de 
um segmento de DNA em outro cromossomo não homologo.
Cerca de 4% dos pacientes com síndrome de Down têm 46 
cromossomos, um dos quais tem uma translocação robertsoniana 
entre o cromossomo 21q e o braço longo de um dos outros 
cromossomos acrocêntricos (em geral o cromossomo 14 ou 22). 
Cromossomo Filadélfia (translocação Filadélfia) refere-se a uma 
anormalidade cromossômica associada à leucemia mielóide 
crônica A translocação cromossômica recíproca é realizada nos 
braços longos dos cromossomos 9 e 22.
Genética Humana48
Consequências clínicas
As alterações cromossômicas podem causar 
consequências sérias e, até mesmo, letais. Embriões com 
trissomia do cromossomo 13 ou trissomia do cromossomo 
18 podem sobreviver, mas ambos resultam em diversas 
malformações de desenvolvimento, síndrome de Patau e 
síndrome de Edwards, respectivamente. As Monossomias 
autossômicas possuem consequências ainda mais catastróficas 
que as trissomias e, são invariavelmente letais nos primeiros 
estágios de vida do embrião.
Possuir cromossomos sexuais extras pode causar muito 
menos efeito do que ter um cromossomo autossomo extra. 
Pessoas com cariótipos 47, XXX ou 47,XXY geralmente 
“funcionam” dentro da normalidade, e homens 47,XXY têm 
problemas relativamente menores quando comparados a 
pessoas com qualquer trissomia autossômica. A monossomia em 
mulheres 45, X pode ter poucas consequências importantes; já 
em homens a monossomia, 45, Y é sempre letal.
Não é óbvio porque a triploidia é letal em humanos e em 
outros animais. Com três cópias de cada autossomo, a dosagem de 
genes autossomos é balanceada não devendo causar problemas. 
Triploides são sempre estéreis, pois um tríplex de cromossomos 
não pode parear e segregar corretamente na meiose.
Genética Humana 49
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo 
o que vimos. Você deve ter aprendido que qualquer dano que 
introduza uma alteração na dupla-hélice do DNA representa 
uma ameaça à constituição genética da célula. As alterações 
cromossômicas podem ser classificadas em dois grandes grupos: 
numéricas e estruturais. As alterações numéricas correspondem 
à perda ou ao acréscimo de um ou mais cromossomos e podem 
ser de dois tipos: euploidias e aneuploidias. As alterações na 
estrutura dos cromossomos são classificadas em dois tipos: 
aquelas nas quais há́ alteração no número de genes: deleções, 
duplicações, cromossomos em anel e isocromossomos; e aquelas 
nas quais há́ mudança na localização dos genes: inversões e 
translocações.
Genética Humana50
Herança Monogênica
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você terá conhecido sobre os principais 
tipos de herança monogênica, incluindo os tipos especiais: alelos 
múltiplos, codominância e herança mitocondrial. Veremos que 
para montagem de uma genealogia é preciso obter informações 
do indivíduo afetado ou um parente próximo quando a 
circunstância exige. Além disso, existe vários exemplos de 
doenças ou anomalias determinadas por gene com herança 
monogênica. Então vamos lá. Avante!
Conceitos gerais
Herança monogênica é o tipo de herança determinada 
por um gene apenas, apresentando genótipos e fenótipos 
distribuídos conforme padrões característicos. Se o gene se 
localiza em cromossomos autossômicos, a herança é denominada 
autossômica e o gene é autossômico; e quando o gene se situa 
nos cromossomos sexuais, a herança é ligada ao sexo e o gene é 
ligado ao sexo.
A constituição genética de um indivíduo chama-se 
genótipo, sendo denominado de fenótipo a manifestação externa 
de seu genótipo. A posição que o gene ocupa no cromossomo 
é denominada lócus. Os genes que ocupam o mesmo lócus, 
no par de cromossomos homólogos são chamados alelos. Em 
geral, alelos são as formas alternativas de um gene ou de uma 
sequência de DNA, em um dado lócus. Cada indivíduo possui 
dois conjuntos haploides de genes, um originado de sua mãe, e 
Genética Humana 51
o outro de seu pai. Quando os dois membros de um par de alelos 
são iguais, o indivíduo é homozigoto quanto a esses alelos; 
quando ambos os alelos diferem, o indivíduo é heterozigoto.
IMPORTANTE
O genótipo seria o conjunto de genes do indivíduo e o fenótipo, 
o conjunto de características físicas, bioquímicas e fisiológicas 
determinadas por esses genes, sendo influenciado ou não pelo 
meio ambiente.
Característica dominante é aquela que se manifesta mesmo 
quando o gene que a determina encontra-se em dose simples (e o 
indivíduo é heterozigoto para esse gene), característica recessiva 
é a que se manifesta apenas quando os alelos do gene estão em 
dose dupla (e o indivíduo é homozigoto para esse gene). Nos 
heterozigotos, cada alelo do par gênico considerado determina 
a formação do seu respectivo produto, seja ou não seu fenótipo 
distinguível daquele do homozigoto.
Segundo dados da literatura, são conhecidos mais de 
20 mil características normais e patológicas que apresentam 
herança monogênica obedecendo as leis de Mendel. Sendo mais 
de 90% associadas a herança autossômica, menos de 10% a 
herança ligada ao sexo e uma pequena proporção (< 1%) ligada 
a herança mitocondrial. Na Tabela 1, encontram-se exemplos 
de características humanas hereditárias de herança autossômica 
dominante ou recessiva.
Genética Humana52
Tabela 2: Exemplos de características monogênicas humanas normais e seus diferentes tipos de herança
Características Tipos de herança
Bico de viúva AD
Capacidade de enrolar a língua AD
Cerume no ouvido
•	 cera úmida, amarela e 
pegajosa
•	 cera seca, cinza e quebradiça
AD
AR (presente em 85% dos 
japoneses
Covinha na face AD
Covinha no queixo AD
Hiperextensibilidade do polegar AD
Lóbulo da orelha livre AD
Lóbulo da orelha aderido AR
Incapacidade de enrolar a língua AR
Insensibilidade gustativa à 
feniltiocarbamida AR
Mecha branca no cabelo AD
Presença de pelos nos cotovelos AD
Presença de sardas AD
Sensibilidade gustativa à 
feniltiocarbamida AD
AD = autossômica dominante; AR = 
autossômica recessiva.
Fonte: Strachan, T.e Read, A. (2013)
Genética Humana 53
Construção de genealogias
O estudo da herança de uma característica é feito pela 
análise de genealogias ou heredogramas, que constituem um 
método abreviado e simples de representação dos dados de uma 
família.
A construção de um heredograma ajuda o clínico a 
identificar o padrão de herança da doença, seguindo os indivíduos 
da família. O diagnóstico permite um aconselhamento genético 
aos afetados ou a seus familiares; e a probabilidades de seus 
descendentes a manifestar a doença.
O heredograma é uma representação gráfica das relações 
de parentesco da família. Os indivíduos do sexo masculino são 
representados por quadrados, enquanto os do sexo feminino são 
representados por um círculo. Estes símbolos quando casados 
são ligados por um traço horizontal unindo o casal. Já os filhos 
desse casamento são indicados por traços verticais unidos ao 
traço horizontal do casal O indivíduo afetado deve ser assinalado 
por uma seta.
No heredograma ainda pode incluir: as gerações 
(numeradas com algarismos romanos, colocados em geral à 
esquerda, em ordem crescente); os indivíduos de cada geração 
(numerados com algarismos arábicos); idade de cada indivíduo 
da família (abaixo do símbolo correspondente). Todos os 
indivíduos devem ser representados (abortos e natimortos, até 
pessoas muito próximas).
Tipos de herança
Algumas pessoas são portadoras do alelo associado a 
doença, o que significa que eles próprios não têm a doença, mas 
tem o gene mutado e podem passá-lo para seus filhos. Por isso a 
importância de saber a herança do fenótipo de interesse. 
Genética Humana54
Herança autossômica
Herança autossômica dominante
É um tipo de herança que ao seguir um heredograma, o 
fenótipodo alelo dominante expressa tanto em Homozigose 
como em heterozigose; independente do sexo. Vamos analisar o 
exemplo, abaixo:
A presença de sarda é determinada por um par de alelos 
autossômicos. A presença de sardas é determinada por alelos 
dominante A que codifica para presença de sardas e o alelo 
recessivo a para ausência de sardas, abaixo estão listados todos 
os possíveis genótipos e fenótipos da herança autossômica 
dominante:
Alelos Genótipos Fenótipos
A e a AA Presença de sardas
Aa Presença de sardas
aa Ausência de sardas
Explicando os genótipos: Os cruzamentos possíveis são 
:AA x AA; AA x Aa; AA x AA; Aa x Aa; Aa x AA e aa x aa. 
Na herança autossômica dominante; somente do cruzamento Aa 
X Aa e aa X aa, poderão nascer indivíduos sem sarda (aa). Os 
indivíduos AA e Aa terão o mesmo fenótipo. No caso de uma 
doença, um indivíduo não afetado portador o alelo mutado, pode 
transmitir a doença para os descendentes.
Quando a característica é dominante ocorre em todas as 
gerações (não há saltos de gerações) só́ os afetados têm filhos 
afetados, e em média, um afetado tem 50% de chance dos seus 
filhos serem também afetados. Um exemplo é a doença do rim 
policístico ou de herança autossômica dominante (DRPAD), 
apresentando heterogeneidade genética e expressividade 
variável.
Genética Humana 55
A Acondroplasia é um tipo de nanismo determinado por um 
gene autossômico dominante que afeta o crescimento de ossos 
longos como os das pernas, braços e dedos. Ressalta-se que não 
existem indivíduos homozigotos dominantes, pois a ausência do 
alelo recessivo é letal. As mutações no gene FGFR3 (gene do 
receptor do fator de crescimento fibroblástico 3), associadas à 
acondroplasia, são mutações de ganho de função, que causam 
ativação desse gene independentemente do ligante.
Herança autossômica recessiva
Característica autossômica recessiva é aquela, cujo, 
os alelos do gene que a determina estão localizados em um 
cromossomo autossomo e se manifestam apenas quando estão 
presentes em dose dupla no genótipo. 
A característica é autossômica quando aparece igualmente 
em homens e mulheres; e pode ser transmitida diretamente de 
homem para homem. A característica é recessiva quando há́ saltos 
de gerações, os afetados, em geral, possuem genitores normais; 
portanto, indivíduos não afetados podem ter filhos afetados; e 
em média, 25% dos irmãos de um afetado são também afetados. 
EXEMPLO
O Albinismo é um exemplo de herança recessiva, resultado 
da falta de produção melanina na pele, nos pelos e nos olhos. 
Esse distúrbio se deve a uma mutação no gene que carrega a 
informação para a produção da enzima produtora do pigmento.
A distrofia miotônica é um distúrbio multissistêmico, 
sendo a forma mais comum de distrofia muscular em adultos. A 
forma clássica desse distúrbio, a distrofia miotônica 1, é causada 
Genética Humana56
por uma expansão de repetições do códon CTG na região não 
traduzida 3′ do gene da proteinoquinase da distrofia miotônica 
(DMPK).
A epidermólise bolhosa (EB) consiste em um grupo de 
distúrbios clinicamente heterogêneos, caracterizado por bolhas, 
erosões e cicatrizes na pele e nas membranas mucosas em resposta 
a trauma mecânico ou fricção, podendo também surgir de 
modo espontâneo. No Brasil, os dados epidemiológicos são 
pouco conhecidos, mas existem alguns dados mundiais sobre 
essa doença. Os subtipos dominante e recessivo resultam de 
mutações gênicas localizadas no cromossomo 3p21.3 (lócus do 
gene COL7A1- colágeno).
Herança ligada ao sexo
A herança ligada ao sexo corresponderia aos genes situados 
nos cromossomos sexuais X e Y. Sabe-se, no entanto, que os 
cromossomos X e Y, no sexo masculino, apresentam poucas 
regiões homólogas (pareiam-se apenas pelas pontas dos braços 
curtos), motivo pelo qual a maioria dos genes situados no X não 
tem lócus correspondente no Y.
Além disso, o cromossomo Y apresenta poucos genes, 
entre os quais os relacionados com a determinação do sexo 
masculino, genes para estatura, tamanho dentário e fertilidade. 
Entre os primeiros, há o gene HYS, que se relaciona com a 
produção de um antígeno de membrana, denominado antígeno 
H-Y (histocompatibilidade Y), e o gene SRY, que desempenha 
um papel crítico na determinação do sexo gonadal. Tanto o Y 
quanto o X possuem lócus para determinação do sexo masculino, 
parecendo haver ainda alguns genes em autossomos. Os braços 
distais dos cromossomos X e Y podem trocar material durante a 
meiose humana.
A herança pelo cromossomo Y é denominada herança 
holândrica, isto é, a transmissão se dá́ apenas de homem para 
Genética Humana 57
homem. Visto que o número de genes situados no cromossomo 
Y é pequeno em relação ao número de genes que se localiza no 
X, a herança ligada ao sexo pode ser denominada também de 
herança ligada ao X.
Nas mulheres, as relações de dominância e recessividade 
dos genes situados no X são semelhantes às dos autossomos, 
pois elas possuem dois cromossomos X. Assim, as mulheres 
podem ser homozigotas para o alelo A (XAXA), heterozigotas 
(XAXa) ou homozigotas para o alelo h (XaXa). 
Nos homens, que são hemizigotos para os genes situados 
no cromossomo X, pois só́ possuem um deles, qualquer gene se 
manifesta no seu fenótipo. Genotipicamente, os homens podem 
ser XAY ou XaY, apresentando os fenótipos correspondentes a 
cada genótipo desses.
Exemplos de doenças recessivas ligadas ao sexo
A displasia ectodérmica anidrótica é a mais frequente 
das displasias ectodérmicas. Esse tipo de displasia caracteriza-
se pela ausência de pelos e defeitos ou ausência de glândulas 
sudoríparas, sebáceas e mucosas. Devido à redução em sua 
sudorese (hipoidrose), há incapacidade de suportar temperaturas 
elevadas. O gene para a displasia ectodérmica anidrótica 
está localizado no braço longo do cromossomo X, na região 
Xq12-q13.1.
A distrofia muscular Duchenne é uma miopatia progressiva 
que resulta em degeneração progressiva e fraqueza muscular. A 
maioria dos meninos afetados tem de usar cadeira de rodas, em 
torno dos 11 anos, devido à grave fraqueza muscular proximal nos 
membros inferiores. Nas mulheres, a data de início e a gravidade 
da doença dependem do grau de inativação do cromossomo X. 
Outras doenças relacionadas a genes localizados no 
cromossomo X com herança recessiva: Cegueira para a cor 
Genética Humana58
verde e vermelha; Doença de Norrie; Megalocórnea; Retinite 
pigmenta; Retinosquise; Síndrome do X frágil entre outras.
Herança dominante ligada ao sexo
A característica é ligada ao sexo (ou ligada ao X) quando 
não se distribui igualmente nos dois sexos; e não há transmissão 
direta de homem para homem. A característica é ligada ao sexo 
e dominante quando existe mais mulheres afetadas do que 
homens afetados; e os homens afetados têm 100% de suas filhas 
também afetadas, mas 100% de seus filhos do sexo masculino 
são normais, já́ as mulheres afetadas podem ter 50% de seus 
filhos de ambos os sexos também afetados.
A herança dominante ligada ao X pode ser confundida com 
a herança autossômica dominante, ao exame dos descendentes 
das mulheres afetadas. Ela se distingue, no entanto, pela 
descendência dos homens afetados, onde todas as filhas são 
afetadas, mas nenhum dos filhos o é. 
A distrofia muscular Becker, é um exemplo. Esta doença é 
causada por uma mutação no gene da distrofina. É clinicamente 
muito semelhante à distrofia muscular Duchenne, mas seu curso 
é bem mais suave, pelo fato de que as deleções do gene DMB 
(Distrofia muscular Becker) alteram a sequência de aminoácidos 
apenas de parte da proteína. A idade média de início da doença é 
de 11 anos; muitos pacientes continuam caminhando até́ a idade 
adulta. A expectativa de vida é um pouco reduzida. Alguns 
pacientes continuam assintomáticos até́ a quinta ou sexta década 
de vida. A frequência de afetados é de 1/20.000 nascimentos do 
sexo masculino; e localização cromossômica é no Xp21.2
Em um tipo de Hidrocefalia ligada ao X, o aqueduto 
cerebral, (aqueduto de Sylvius ouducto mesencefálico), não 
consegue fazer com que a drenagem do líquido cerebrospinal 
se faça adequadamente. Pode gerar sequelas graves se não for 
tratada, e, mesmo se o for, pode acarretar deficiência mental e 
Genética Humana 59
outros comprometimentos neurológicos. O gene responsável por 
esse tipo de hidrocefalia situa-se no cromossomo X (Xq28). 
Exemplos de doenças dominantes ligadas ao X
Na incontinência pigmentar é também conhecida como 
síndrome de Bloch-Sulzberger ou incontinência pigmentar tipo 
II, as meninas afetadas, em geral são heterozigotas e apresentam 
lesões de pele vesiculares eritematosas inflamatórias, ao nascer. 
Mais tarde, aparecem as pigmentações semelhantes a “bolo-
mármore”. Essa doença é causada por mutações no gene IKBKG, 
relacionado com o sistema imune e localizado em Xq28.
O Raquitismo é o defeito relacionado com a absorção 
intestinal do cálcio ou com a reabsorção do fósforo, acarretando 
baixos níveis sanguíneos e altos níveis urinários de fosfato. Os 
afetados apresentam também metabolismo anormal da 1,25-di-
hidroxivitamina D (vitamina D). O gene responsável por essa 
doença localiza-se no braço curto do cromossomo X (Xp22.2- 
-p22.1). Além da Amelogênese imperfeita.
Tipos especiais de herança monogênica
Alelos múltiplos
Quando uma característica apresenta mais de dois alelos 
diferentes para o mesmo lócus, esses alelos são denominados 
alelos múltiplos. Várias mutações do gene normal produzem 
alelos diferentes, que podem ser dominantes ou recessivos 
em relação ao original. Exemplo: no sistema sanguíneo ABO, 
existem no mínimo, quatro alelos (A1, A2, B e O). Um indivíduo 
pode possuir qualquer combinação de um mesmo alelo (A1A1, 
A2A2,BB,OO) ou de dois alelos diferentes (A1A2, A1B, A1O, 
A2B, A2O). Os alelos múltiplos, assim considerados, referem-
se apenas a genes localizados nos autossomos.
Genética Humana60
IMPORTANTE
Se uma série de alelos for localizada no cromossomo X, a mulher 
transmitirá um ou outro alelo para um determinado descendente, 
enquanto o homem terá́ apenas um alelo para transmitir. 
A síndrome de Rett é uma doença que ocorre quase 
exclusivamente no sexo feminino e consiste em uma deficiência 
progressiva no desenvolvimento neurológico. No início da 
vida, a criança tem desenvolvimento aparentemente normal, 
porém, entre 6 e 18 meses, ela entra em um período de atraso 
e estagnação do crescimento. O desenvolvimento do crânio se 
torna lento, podendo resultar em microcefalia. Em geral, os 
pacientes sobrevivem até́ a idade adulta, porém cedo sofrem 
morte súbita inexplicável. A maioria das meninas com síndrome 
de Rett consiste em casos únicos na família. Alguns pacientes 
com síndrome de Rett atípica têm mutações em um alelo de 
outro gene, também localizado no cromossomo X, o CDKL5 
(cyclin-dependent kinase-like 5 gene).
Codominância
Quando ambos os alelos de um par de genes se expressam 
independentemente no heterozigoto, sendo seus fenótipos 
perfeitamente distinguíveis, diz-se que esses genes são 
codominantes. Exemplo: genes A e B do sistema sanguíneo 
ABO; no heterozigoto AB, há produção de ambos os antígenos, 
A e B.
Herança mitocondrial
É a herança de distúrbios codificados por genes contidos 
no DNA mitocondrial (mtDNA). Uma doença causada por 
Genética Humana 61
mutação no mtDNA é herdada exclusivamente da mãe. Assim, 
apenas as mulheres podem transmitir as doenças mitocondriais, 
passando as mutações para toda a sua prole de ambos os sexos. 
Contudo, essa transmissão não parece ser tão simples, pois a 
expressão de alguns genes mitocondriais depende da interação 
com genes nucleares, cujo mecanismo ainda não está totalmente 
esclarecido. 
As doenças mitocondriais caracterizam-se mais 
frequentemente por miopatias e encefalopatias, problemas dos 
músculos e do encéfalo, respectivamente. 
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o 
que vimos. Você deve ter aprendido que a herança monogênica 
é o tipo de herança determinada por um único gene; e pode 
ser autossômica ou ligada ao sexo, dominante ou recessiva. O 
genótipo é a constituição genética de um indivíduo, e fenótipo 
é a manifestação externa de seu genótipo. O estudo da herança 
de uma característica é feito pela análise de genealogias ou 
heredogramas, um método abreviado e simples de representação 
dos dados de uma família. A herança autossômica pode 
ser dominante ou recessiva. Quando o gene se localiza nos 
cromossomos sexuais a característica é dita ligada ao X ou ligada 
ao sexo, uma vez que o cromossomo X carrega muitos genes 
e o Y carrega principalmente, aqueles responsáveis pelo sexo 
masculino e as características sexuais secundárias masculinas. A 
herança ligada ao sexo, ou ao X, também pode ser dominante ou 
recessiva. E a herança é denominada holândrica para os genes 
situados no cromossomo Y.
Genética Humana62
REFERÊNCIAS
BEIGUELMAN, Bernardo. Genética de Populações Humanas. 
Ribeirão Preto: SBG, 2008. 235p. Disponível em: https://bit.
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HARTL DL, Clark AG. Princípios de genética de populações. 
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LODISH, H. et al. Biologia celular e molecular. 7. ed. - Dados 
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MOORHEAD, P. S., NOWELL, P.C., MELLINAN, W. J., 
BATTIPS, D. M. e HUNGERFORD, D.A (1960). Chromosome 
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PIERCE, B. A. Genética: um enfoque conceitual. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. ISBN: 978-1-4641-0946-1.
STRACHAN, T.; Read, A. Genética Molecular Humana. 
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SNUSTAD, D. Peter; Simmons, M. J. Fundamentos de 
genética. 6. ed.-Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
https://bit.ly/363YROv
https://bit.ly/363YROv
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	Exemplos de doenças dominantes ligadas ao X
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