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ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO Dr. Marcelo del Hoyo Pediatria Hospitalar Doença de etiologia desconhecida, com incidência de 1:500 nascimentos e predomínio no sexo masculino (4:1). É caracterizada pelo estreitamento do piloro, que é a região de passagem do estômago para o duodeno. A musculatura do piloro sofre uma hipertrofia, tornando-se estreita e alongada, o que dificulta a passagem do conteúdo gástrico para a primeira porção intestinal. Ao nascimento, o RN é normal e assintomático, ou seja, vai se alimentar e ganhar peso normalmente. Com cerca de 15-20 dias de vida, começa a ocorrer a hipertrofia progressiva da musculatura pilórica, determinando o surgimento dos sintomas. QUADRO CLÍNICO Vômitos → a criança consegue se alimentar normalmente, vai mamar bem, mas não consegue aproveitar esse leite, vai ocorrer vômito porque o conteúdo não passa para o intestino devido ao estreitamento. ● Características: ○ Progressivos, que pioram com o tempo (em número e volume) ○ Não biliosos, formados basicamente por leite e suco gástrico ○ Em jato *Obs: são vômitos não biliosos porque a bile vai cair no tubo digestivo somente na segunda porção do duodeno, e como existe a hipertrofia do piloro, o conteúdo do estômago não vai para o intestino e nem o do intestino vai para o estômago, então o RN vomita só o leite com suco gástrico, sem bile. *Obs2: o estômago se contrai com intenção de vencer a estenose para mandar o conteúdo gástrico para o intestino, isso gera uma pressão muito grande no estômago, por isso o vômito sai em jato, com muita pressão, não é um vômito discreto, “voa longe”. EXAME FÍSICO ● No exame físico geral, perda de peso e desidratação podem estar presentes ● Na inspeção abdominal, muitas vezes é possível visualizar as ondas peristálticas gástricas, são ondas formadas pela contração do estômago tentando vencer a estenose, que caminham da esquerda para a direita e desaparecem (ondas de Kussmaul) ● Na palpação abdominal pode existir uma massa muscular formada pela hipertrofia do piloro, chamada “oliva pilórica”, geralmente em formato de uma azeitona, ovalada. EXAMES DE IMAGEM Ultrassonografia: ● É o exame de escolha na investigação da estenose hipertrófica de piloro ● Permite que a região do piloro seja dimensionada ○ É possível medir a espessura da parede, o diâmetro total e a extensão do canal do piloro. Raio-x contrastado de estômago e duodeno: ● É uma segunda opção caso o ultrassom não seja o suficiente para o diagnóstico. ● É oferecido um contraste via oral ou por sonda nasogástrica, que vai fazer o preenchimento da cavidade gástrica permitindo a visualização da região pilórica. ● Sinais radiológicos característicos: ○ Sinal do bico de seio: pelo estreitamento do canal pilórico, o contraste vai fazer um afunilamento para alcançar o duodeno, esse afilamento caracteriza o sinal. ○ Sinal do cordel ou da corda: a passagem do contraste pelo canal pilórico determina esse sinal, a passagem é bastante estreita. ○ Sinal do guarda-chuva ou do cogumelo: quando sai do piloro, o contraste vai se espalhar pela região do duodeno, que é mais larga, formando uma imagem que se assemelha a um guarda-chuva. EXAMES LABORATORIAIS Gasometria e eletrólitos: ● Importantes porque há perda constante de ácido clorídrico pelo vômito, determinando uma alcalose hipoclorêmica e hipocalêmica ○ Desvio do equilíbrio ácido-básico + perda de cloro pelo vômito + perda de potássio por mecanismo compensatório TRATAMENTO 1. Hidratação 2. Correção da alcalose 3. Correção dos distúrbios eletrolíticos 4. Correção cirúrgica por piloromiotomia
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