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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA � FACULDADE DE ENGENHARIA � DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO � � Curso: Arquitetura e Urbanismo� � � � HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO III Prof.a Raquel Portes ARQUITETURA MODERNA NO BRASIL Primeira fase: (1922 - 1930) • Algumas transformações levaram a criação do ambiente perfeito para o surgimento do Modernismo, como: O Centenário da Independência e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que favoreceu a expansão da indústria brasileira, grande influência da mão-de-obra imigrante e fundação do Partido Comunista Brasileiro. • As correntes europeias expunham na literatura as reflexões dos artistas sobre a realidade social e política vivida, desta forma, por influência o movimento quis trazer a reflexão sobre a realidade brasileira sócio- política do início do século XX. “O Modernismo tem seu marco inicial, no Brasil, com a realização da Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Os realizadores procuravam trazer as influências das vanguardas europeias para a cultura brasileira.” • Como Banham afirmou em 1962, o Brasil foi o primeiro país a criar “um estilo nacional de arquitetura moderna”. A partir de 1920, o desenvolvimento do modernismo em todas as expressões artísticas brasileiras ficou ligado à busca de um projeto nacional; qualquer crítica a este projeto era encarada como uma traição à pátria. • A censura e o medo das perseguições puseram fim a crítica, e muitos arquitetos alinhados com a esquerda foram exilados ( como o próprio Oscar Niemeyer) ou forçados a parar de trabalhar. Segunda fase: (1930-1945) • Quebra da bolsa de valores em Nova York, em 1929, levando a época conhecida como Grande Depressão, que causou baixa nas exportações do café brasileiro. Tal fato desestabiliza, no Brasil, o grupo dirigente e abre espaço para o novo, dando legitimidade à artes modernas, entendidas, a princípio, como "capricho". • Revolução de 1930 conduziu Getúlio Vargas ao poder com o apoio da burguesia industrial. Um governo autoritário, progressista e que incentivou a industrialização. • Outros fatos históricos se destacam na época: ditadura salazarista em Portugal (1932 a 1968), Guerra Espanhola e início e fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Terceira fase (pós - 45) • Capitalismo versus socialismo. • Dentre os presidentes que sucederam Getúlio, merece destaque a figura de Juscelino Kubitschek, eleito em 1955. Praticando a política dos "cinquenta anos em cinco", Kubitschek apostou na industrialização como fonte de crescimento para o país. O investimento, sobretudo na área automobilística, necessitou de empréstimos de capital estrangeiro, o que implicava numa dívida externa cada vez maior e uma conturbada inflação. • Construção da nova capital do país: Brasília, inaugurada em 1960. Enquanto isso, as cidades inchavam cada vez mais com a migração das famílias provenientes de regiões agrárias, sobretudo do norte. • Futebol brasileiro, campeão mundial nos anos de 1958 e 1962. Principais arquitetos • Oscar Niemeyer; • Affonso Eduardo Reidy; • Carlos Leão; • Ernâni Vasconcelos; • Jorge Moreira; • Lúcio Costa; • Lina Bo Bardi; • Gregório Warchavitck • Maurício, Marcelo e Milton Roberto • Le Corbusier (Europa); • Frank Lloyd Wright (América); • Walter Gropius; • Mies Van der Rohe; • Frank Lloyd Wright. O EDIFÍCIO DO GUSTAVO CAPANEMA (MES) • A primeira obra moderna de repercussão nacional foi o prédio do Ministério da Educação e Saúde - MES, cujo projeto foi realizado em 1936, no governo de Getúlio Vargas, por uma equipe de arquitetos: Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos, liderados por Lúcio Costa. • O projeto foi orientado pelo próprio Le Corbusier que veio ao Brasil a convite do então Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. • Representa a ruptura com as formas arquitetônicas ornamentadas com motivos historicistas e simbólicos que eram usadas na época. • A imagem de modernidade e progresso que o prédio do Ministério representava estava também vinculada aos ideais de inovação pretendidos pelo Estado Novo regime político autoritário que vigorou até 1945, quando da deposição de Vargas. • A repercussão que o edifício do Ministério obteve pôs em foco o Movimento Moderno e representa o momento em que este movimento ganhou impulso, desenvolvendo-se de forma profunda. A partir de então foram produzidas muitas outras obras modernistas, da autoria de vários arquitetos, como Affonso Eduardo Reidy, Oscar Niemeyer, os irmãos Roberto e Lúcio Costa. • O urbanismo moderno brasileiro produziu significativos exemplos. Em1933, quando o Movimento Moderno apenas se iniciava. Atílio Correia de Lima elaborou o plano para Goiânia (1933-35), baseando-se nos fundamentos Modernistas. • Brasília é um exemplo de cidade inteiramente planejada, seguindo os ideais da Carta de Atenas, com o propósito de ser a nova capital brasileira. Sua construção se deu no governo de Juscelino Kubitschek, sendo inaugurada em 1960. • MMM Roberto • Affonso Eduardo Reidy O MASP – Museu de Arte de São Paulo Os ideais de Assis Chateaubriand, empresário e jornalista, e Pietro Maria Bardi, jornalista e crítico, unem-se no intuito de alinhar o país com os acontecimentos artísticos da época. Decidindo assim por criarem um museu que atendessem suas expectativas. A criação veio com a instalação em quatro andares do prédio dos Diários Associados, de Chateaubriand. A arquiteta Lina Bo, italiana nascida em 1914, formou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma. Em 1946, casa-se com Pietro Bardi e viaja para o Brasil em seguida. Em recepções, no Rio de Janeiro, conhece personalidades como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Rocha Miranda e Chatô, aproximando-se dos pensamentos modernistas destes arquitetos. Lina é convidada meses mais tarde para projetar o MASP. A instalação do museu em São Paulo, em 1940 deve-se ao fato de que a cidade era uma capital financeira, com grande circulação do dinheiro gerada pela indústria do café. A nova sede, na Avenida Paulista inaugurada em 1968, teve 12 anos entre projeto e execução. Lina trabalhou sob uma condição imposta pelo doador do terreno à prefeitura de São Paulo: a vista para o Centro da cidade e para a Serra da Cantareira teria de ser preservada, através da Avenida 9 de Julho. Depois de diversas tentativas e modificações do projeto, nasceram as quatro colunas do atual museu com um vão livre de 74 metros. • Projeto este, moderno e ousado para época; a arquiteta recusava- se a usar pórticos para deixar maior o espaço expositivo, e o fechamento do edifício foi realizado com a exposição dos materiais. A esplanada abaixo do edifício, proporcionada pelas colunas foi idealizada como praça para crianças e famílias, com brinquedos e plantas. O edifício possui 11.000 m² divididos em 5 pavimentos; que mostram na arquitetura de Lina a essência simples, sem esnobismo cultural, com soluções diretas e despidas como, por exemplo, o não acabamento do concreto armado que sai de suas formas. Sendo suas colunas pintadas de vermelho, apenas em 1990, seguindo a linha artística do projeto. • MASP é um dos maiores museus da América Latina, entrando para o “Clube dos 19” (museus que representam acervos de arte europeia mais representativos). • Apresenta cerca de 8 mil peças e estima-se que receba mensalmente 50 mil visitantes. • Foi tombado em 1982 como patrimônio histórico pelo CONDEPHAAT e em 2003 pelo IPHAN. Em JF... dois ícones modernistas Vista das duas fachadas principais do Edifício Clube Juiz de Fora. Fonte: Raquel Portes, 2009. Sede atual do Banco do Brasil em Juiz de Fora Fonte: Prefeitura de Juiz de Fora – DIPAC, 1980.Reproduzido por: Raquel Portes
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