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CRIMES CONTRA A VIDA: ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL GUILHERME MORAIS CAMARGO Resumo: O trabalho a ser tratado tem por fim explicar aos leitores o tratamento que tem o Código Penal, no que tange os crimes contra a vida, especialmente nos crimes descritos em seu Artigo 121. Bem como é explicado aos leitores de forma específica todas as características e peculiaridades que são trazidos juntamente com o referido dispositivo. Palavras-chave: Homicídio. Dolo. Pena. Punição 01. INTRODUÇÃO Quando surgiu o primeiro regramento de um Estado, intitulado como código de Hamurabi, era evidente que havia uma desproporcionalidade entre a conduta do agente e a punição por parte do Estado, porém com a evolução do Homem e sua forma de pensar, entendeu-se que era algo errado e que devia haver uma punição ao agente de modo que sua conduta seja reprendida – porém nas devidas proporções. Para o Direito atual, “crime” é um fato jurídico, de forma omissiva ou comissiva, que produz consequências no mundo do Direito e que é abordado como ato ilícito dentro da Constituição Federal vigente, bem como das normas infraconstitucionais. Dentro dos dispositivos que regulam os fatos ilícitos, já estão previstos também o tempo de pena determino a cada ato, para que o Estado possa posteriormente ao ato processar e julgar o infrator. Dentro das várias divisões existentes no Código penal, o presente artigo irá tratar dos crimes contra a vida, mais especificamente os crimes descritos no Artigo 121 do Código Penal, explicando de forma detalhada suas características e peculiaridades. 2. CRIMES CONTRA A VIDA: ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL 2.1 HOMICÍDIO SIMPLES Presente no caput do artigo 121, este crime é trazido pelo legislador de forma clara e de fácil interpretação – como forma de abordar o crime sem qualquer tipo de qualificação. É necessário esclarecer que, este artigo somente pode ser aplicado quando, o homicídio ter como vítima um ser humano – indiferentemente de raça, cor, crença, etc – tal crime não cabe a outros casos, como exemplo: matar algum animal. Para o agente que comete tal ato ilícito, deverá ser condenado com uma pena entre 6 a 20 anos. Tal dispositivo é descrito no Código Penal da seguinte forma Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 2.2 CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA DO HOMICÍDIO Logo em seguida, no mesmo artigo, mais especificamente no parágrafo 1°, o legislador se preocupou em, dentro de casos específicos, diminuir a pena da pessoa que mata outrem motivada por uma circunstância maior, descrita como uma “conduta impelida por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima” A primeira elementar do tipo consiste em: o agente criminoso ter cometido o crime por grande valor social. Esta característica, por tanto, prevê uma diminuição de pena a pessoa que, pratica o ato a fim de atender os anseios da sociedade – como por exemplo, mata um perigoso criminoso sexual. Diferente, da segunda elementar, na qual se trata de relevante valor moral – sendo assim, o crime será cometido a fim de atender anseios individuais – e não de uma sociedade. Sobre a pessoa que mata outrem por relevante valor moral, pode-se dar como exemplo o crime cometido para que seja encerrado o sofrimento de alguém, como nos casos em que a vítima sofre por conta da eutanásia. A terceira e última elementar do tipo é o homicídio causado por violenta emoção logo em seguida uma injusta provocação da vítima. Sendo assim, também é de cunho individual, pois é necessário a existência de uma emoção extremamente forte, bem como a provocação por parte da vítima e por fim, a reação do agente, na qual seria o homicídio privilegiado. Nesse tipo de homicídio, é importante observar que essa “violenta emoção” deve ser extremamente intensa – de forma que deixe seu destinatário sem poder controlar suas faculdades mentais, gerando assim uma reação inconsciente. Não sendo admitido pelo direito, o uso deste artigo nos casos em que há apenas a “influência” de violenta emoção (atribuído apenas a atenuante do artigo 65, inciso III). Nesses casos, verificando o juiz que está presente esses elementares, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço. No código penal, o crime é abordar da seguinte maneira (Artigo 121, parágrafo 1°) Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 2.3 HOMICÍDIO QUALIFICADO Para o legislador e para os aplicadores do direito, o crime do homicídio qualificado nada mais é que, a conduta descrita no caput (“matar alguém”) acrescido pelas condutas descritas no parágrafo 2° do mesmo artigo. Ou seja, a conduta do agente se torna tão desprezível para a sociedade, que houve a necessidade de aumentar a pena deste agente – em decorrência da reprovabilidade de sua conduta. Atualmente, o Artigo 1°, inciso I, da Lei de N° 8.072/1990 classifica o homicídio qualificado – todos as circunstancias presentes no parágrafo 2° - como crime hediondo, fazendo assim com que a reprovabilidade do crime seja ainda maior. No caso dos crimes hediondos, a lei de N° 8.072/1990 traz algumas regras que evidenciam esse grau maior de repressão ao agente infrator, como um meio de punir o mesmo, bem como evitar de que este volte a cometer crimes. Dando como exemplo, a pessoa que comete alguma conduta descrita nos incisos do parágrafo 2°, do artigo 121, terá sua pena cumprida inicialmente em regime fechado. A primeira forma de homicídio qualificado é o mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe. Este crime descrito no Artigo 121, parágrafo II, inciso I, do Código Penal, por envolver vantagens econômicas, pode também ser denominado como “homicídio mercenário”. Tal crime consiste em o agente matar outrem, em decorrência de alguma vantagem econômica anterior ao crime – ou até mesmo a promessa de vantagem econômica, a qual ocorrerá posterior ao crime. Neste crime, não se pune somente quem matou a outra pessoa, mas também é punido quem ordena, paga ou realiza a promessa de pagãmente posterior ao crime, como prevê o Artigo 30 do Código Penal. No final do inciso, o legislador faz referência ao “motivo torpe”, o qual consiste no agente cometer o crime por motivo moralmente desprezível, o qual deixe transparente a depravação espiritual do agente. Podemos citar como exemplo o caso de Suzane Von Richthofen, a qual ordenou a morte dos pais para que pudesse usufruir de sua herança. A segunda forma de homicídio qualificado, trazido no Artigo 121, Parágrafo II, inciso II, tal circunstancia qualificadora é definida como, a morte de alguém sem motivo justificável e que tenha uma desproporção enorme entre a causa e a conduta. Podemos citar como exemplo a morte de alguém causada por um desentendimento diário – não se pode usar a qualificadora do motivo fútil quando não houver motivo pela morte ou, quando o motivo cause uma grande comoção no agente. A terceira qualificadora do crime, presente no Artigo 121, parágrafo II, inciso III, do Código Penal, tais condutas e modos que estão presentes na qualificadora são consideradas de maior periculosidade e que causam um dano maior a vítima ou a sociedade, de modo que são considerados meios cruéis que podem ser usados como meio de acabar com a vida de outra pessoa. O emprego de veneno, é abordado pela doutrina como o uso de substancia mineral, vegetal ou animal que após ser ingerida, irá causar lesões na vítima ou vetar sua vida. O veneno pode ser considerado como substancia liquida, gasosa ou solida e de nada interfere o modo de como vai ser adentrado nocorpo da vítima (pela boca, pelo nariz, etc). O uso de fogo também e considerado um meio cruel, e em alguns casos poderá até por em risco a coletividade. O uso de explosivo, o qual é definido pela doutrina como: qualquer corpo capaz de se transformar rapidamente, provocando detonação que ponha em perigo a vítima e a coletividade. O uso de asfixia, é definido como qualquer ato que cause impedimento na função respiratória de outrem, dando como exemplo: sufocação, soterramento, confinamento, etc. O uso de tortura, o qual tem a finalidade de gerar na vítima uma dor desnecessária, pode ser tortura física ou moral. Ainda, qualificam o crime de homicídio mediante: traição, emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima – pois esses atos, de certa forma, facilitam a execução do ato. Por fim, ainda qualificam o crime os atos causados para: assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. Acerca do feminicídio, incluído pela Lei nº 13.104, de 2015 no nosso ordenamento jurídico, já no seu primeiro inciso qualificador nos indica do que se trata: VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. Já no artigo 121, parágrafo 2°-A, o legislador nos explica as características do feminicídio. 2.4. HOMICIDIO CULPOSO Trata do homicídio sem dolo, o qual o agente não queria o resultado. Está previsto no artigo 121, parágrafo 3°, do Código Penal. Podemos destacar que, se ficar provado a existência desse crime, bem como a ausência de dolo do agente, a pena prevista a este crime é de um a três anos de detenção. 3. CONCLUSÃO Conclui-se com o presente trabalho que, a fim de punir os agentes que cometem os referidos crimes, o Código Penal já nos deixa claro qual será os limites nos quais o juiz deve se atentar ao definir a pena do agente. Podemos destacar também que existe uma proporcionalidade entre as penas pré-estabelecidas para cara crime, de forma que quanto maior o dolo e a reprovabilidade do homicídio, maior será sua pena. 4. REFERÊNCIAS GOMES, Luiz Flávio. Qual a diferença entre motivo torpe e motivo fútil?. Disponível em:<https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/361364/qual-a-diferenca- entre-motivo-torpe-e-motivo-futil- michelemelo#:~:text=Qual%20a%20diferen%C3%A7a%20entre%20motivo%20 torpe%20e%20motivo%20f%C3%BAtil%3F%20%2D%20Michele%20Melo,- 14&text=MOTIVO%20TORPE%3A%20%C3%89%20o%20moralmente,repugn ante%2C%20moral%20e%20socialmente%20repudiado.>. Acesso em 03/10/2020. OLIVEIRA, Marcel Gomes de. A História do Delito de Homicídio. Disponível em:<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-historia-do-delito-de- homicidio/>. Acesso em 03/10/2020. OLIVEIRA, Nelson. Homicídio qualificado é crime hediondo. Disponível em:<https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2010/07/16/homicidio- qualificado-e- crimehediondo#:~:text=Segundo%20o%20C%C3%B3digo%20Penal%20(Decr eto,grave%20do%20que%20j%C3%A1%20%C3%A9.&text=S%C3%A3o%20ta mb%C3%A9m%20motivos%20para%20qualifica%C3%A7%C3%A3o,outro%20 meio%20insidioso%20ou%20cruel.> FILHO, Antonio Carlos Santoro. Teoria do Tipo Penal. 1° Edição. Editora de Direito, 2000. MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, volume 2. 31° ed. São Paulo: Atlas, 2014. https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/361364/qual-a-diferenca-entre-motivo-torpe-e-motivo-futil-michelemelo#:~:text=Qual%20a%20diferen%C3%A7a%20entre%20motivo%20torpe%20e%20motivo%20f%C3%BAtil%3F%20%2D%20Michele%20Melo,-14&text=MOTIVO%20TORPE%3A%20%C3%89%20o%20moralmente,repugnante%2C%20moral%20e%20socialmente%20repudiado https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/361364/qual-a-diferenca-entre-motivo-torpe-e-motivo-futil-michelemelo#:~:text=Qual%20a%20diferen%C3%A7a%20entre%20motivo%20torpe%20e%20motivo%20f%C3%BAtil%3F%20%2D%20Michele%20Melo,-14&text=MOTIVO%20TORPE%3A%20%C3%89%20o%20moralmente,repugnante%2C%20moral%20e%20socialmente%20repudiado https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/361364/qual-a-diferenca-entre-motivo-torpe-e-motivo-futil-michelemelo#:~:text=Qual%20a%20diferen%C3%A7a%20entre%20motivo%20torpe%20e%20motivo%20f%C3%BAtil%3F%20%2D%20Michele%20Melo,-14&text=MOTIVO%20TORPE%3A%20%C3%89%20o%20moralmente,repugnante%2C%20moral%20e%20socialmente%20repudiado https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/361364/qual-a-diferenca-entre-motivo-torpe-e-motivo-futil-michelemelo#:~:text=Qual%20a%20diferen%C3%A7a%20entre%20motivo%20torpe%20e%20motivo%20f%C3%BAtil%3F%20%2D%20Michele%20Melo,-14&text=MOTIVO%20TORPE%3A%20%C3%89%20o%20moralmente,repugnante%2C%20moral%20e%20socialmente%20repudiado https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/361364/qual-a-diferenca-entre-motivo-torpe-e-motivo-futil-michelemelo#:~:text=Qual%20a%20diferen%C3%A7a%20entre%20motivo%20torpe%20e%20motivo%20f%C3%BAtil%3F%20%2D%20Michele%20Melo,-14&text=MOTIVO%20TORPE%3A%20%C3%89%20o%20moralmente,repugnante%2C%20moral%20e%20socialmente%20repudiado https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/361364/qual-a-diferenca-entre-motivo-torpe-e-motivo-futil-michelemelo#:~:text=Qual%20a%20diferen%C3%A7a%20entre%20motivo%20torpe%20e%20motivo%20f%C3%BAtil%3F%20%2D%20Michele%20Melo,-14&text=MOTIVO%20TORPE%3A%20%C3%89%20o%20moralmente,repugnante%2C%20moral%20e%20socialmente%20repudiado https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-historia-do-delito-de-homicidio/ https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-historia-do-delito-de-homicidio/ https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2010/07/16/homicidio-qualificado-e-crimehediondo#:~:text=Segundo%20o%20C%C3%B3digo%20Penal%20(Decreto,grave%20do%20que%20j%C3%A1%20%C3%A9.&text=S%C3%A3o%20tamb%C3%A9m%20motivos%20para%20qualifica%C3%A7%C3%A3o,outro%20meio%20insidioso%20ou%20cruel https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2010/07/16/homicidio-qualificado-e-crimehediondo#:~:text=Segundo%20o%20C%C3%B3digo%20Penal%20(Decreto,grave%20do%20que%20j%C3%A1%20%C3%A9.&text=S%C3%A3o%20tamb%C3%A9m%20motivos%20para%20qualifica%C3%A7%C3%A3o,outro%20meio%20insidioso%20ou%20cruel https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2010/07/16/homicidio-qualificado-e-crimehediondo#:~:text=Segundo%20o%20C%C3%B3digo%20Penal%20(Decreto,grave%20do%20que%20j%C3%A1%20%C3%A9.&text=S%C3%A3o%20tamb%C3%A9m%20motivos%20para%20qualifica%C3%A7%C3%A3o,outro%20meio%20insidioso%20ou%20cruel https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2010/07/16/homicidio-qualificado-e-crimehediondo#:~:text=Segundo%20o%20C%C3%B3digo%20Penal%20(Decreto,grave%20do%20que%20j%C3%A1%20%C3%A9.&text=S%C3%A3o%20tamb%C3%A9m%20motivos%20para%20qualifica%C3%A7%C3%A3o,outro%20meio%20insidioso%20ou%20cruel https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2010/07/16/homicidio-qualificado-e-crimehediondo#:~:text=Segundo%20o%20C%C3%B3digo%20Penal%20(Decreto,grave%20do%20que%20j%C3%A1%20%C3%A9.&text=S%C3%A3o%20tamb%C3%A9m%20motivos%20para%20qualifica%C3%A7%C3%A3o,outro%20meio%20insidioso%20ou%20cruel https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2010/07/16/homicidio-qualificado-e-crimehediondo#:~:text=Segundo%20o%20C%C3%B3digo%20Penal%20(Decreto,grave%20do%20que%20j%C3%A1%20%C3%A9.&text=S%C3%A3o%20tamb%C3%A9m%20motivos%20para%20qualifica%C3%A7%C3%A3o,outro%20meio%20insidioso%20ou%20cruel
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