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CONSIDERAÇÕES SOBRE AS BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO (BPL) Como em qualquer atividade profissional, os empreendimentos que dependem de rotinas de laboratórios precisam entregar resultados que tenham consistência e credibilidade, ou seja, qualidade. Dessa forma, para garantir esses requisitos, a maioria dos laboratórios trabalha com as boas práticas de laboratório (BPL), que podem ser entendidas como um sistema de gestão da qualidade, no sentido de organizar, planejar, realizar, monitorar e registrar todos os procedimentos e dados obtidos. As BLP podem ser entendidas como um conjunto de normas que regem a organização e as condições necessárias para as práticas laboratoriais a fim de gerar produtos com qualidade. Vale dizer que a qualidade está ligada não apenas ao processo e ao produto entregue, mas também à segurança do trabalho e ao meio ambiente, um conceito denominado qualidade integrada. Assim, dentro do contexto de laboratório, para se conseguir as BLP é preciso trabalhar em vertentes, como: ESTRUTURA FÍSICA DO LABORATÓRIO: o ambiente laboratorial precisa ser pensado e monitorado de forma a evitar problemas relacionados à limpeza (não pode por exemplo ter regiões que juntem poeira e que possam, ocasionalmente, contaminar amostras), à disposição de equipamentos (por exemplo, um equipamento que necessite operar a uma determinada temperatura, precisa ser condicionado em um local em que seja possível climatizar o ambiente, também é interessante que práticas que necessitem de pesagem de material fiquem acondicionadas próximas a uma balança, além disso, equipamentos que necessitam de estabilidade não podem ficar próximos a portas ou até mesmo a outros equipamentos que funcionam com trepidação), ao layout do processo (é interessante montar o ambiente físico do laboratório pensando nos processos de análise, por exemplo, dispor equipamentos necessários para uma determinada análise em salas diferentes e distantes pode ocasionar em atraso na entrega do resultado), dentre outros. CONFIANÇA DOS EQUIPAMENTOS E VIDRARIAS: em laboratórios de análise química, a precisão dos resultados é imprescindível; assim, tanto os equipamentos quanto às vidrarias e demais equipamentos precisam estar devidamente calibrados e qualificados – vale dizer que a calibração de um equipamento ou vidraria se refere ao modo como esse material responde a um determinado padrão (por exemplo, o volume medido por uma pipeta volumétrica precisa ser devidamente conhecido), já a qualificação corresponde ao padrão de calibração e a resposta dada pelo equipamento (é preciso, por exemplo, que se determine que o equipamento funciona e gera os resultados esperados). No que se refere à calibração de vidrarias volumétricas, uma boa fonte de consulta é: ORIENTAÇÃO PARA A ACREDITAÇÃO DE LABORATÓRIOS NA ÁREA DE VOLUME - DOQ-CGCRE-027 (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, INMETRO) conseguir agitar soluções mais ou menos viscosas, de maior ou menor volume. VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS: a validação de métodos analíticos é um processo de avaliação utilizado para determinar a eficiência de um determinado método de análise utilizado para identificação e/ou quantificação de uma determinada substância ou seja, a validação serve para garantir que o método utilizado para análise gera resultados (valores) confiáveis. Mais precisamente, essa validação envolve a análise de parâmetros como especificidade e seletividade, linearidade, faixa de trabalho, precisão, limite de detecção, limite de quantificação, exatidão, repetitividade e desempenho esperado. Vale dizer que tal procedimento é fundamental para rotinas de laboratório, sendo orientados por diversas fontes oficiais, tais como: ORIENTAÇÕES SOBRE VALIDAÇÃO DE MÉTODOS DE ENSAIOS QUÍMICOS - DOQ-CGCRE-008 (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, INMETRO) GUIA PARA VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS E BIOANALÍTICOS MÉTODOS ANALÍTICOS (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA) REQUISITOS GERAIS PARA A COMPETÊNCIA DE LABORATÓRIOS DE ENSAIO E CALIBRAÇÃO, ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT) INTEGRIDADE DE DADOS: a integridade dos dados está relacionado à transparência dos dados obtidos, uma vez que exigem que os dados sejam gravados, processados, retidos, e utilizados; tal característica vem do conceito ALCOA, acrônimo de: Atribuíveis (confere a causa dos dados obtidos), Legíveis (devem ser identificados imediatamente), contemporâneos(registrados no momento em que são obtidos), originais (são dados obtidos naquela análise específica, sendo primários e autênticos), Acurados (sendo dados precisos, apurados e aprimorados). Seguem fontes para saber mais sobre a integridade dos dados: INTEGRIDADE DE DADOS: GUIA SINDUSFARMA PARA A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, Sindusfarma) ANÁLISE DE RISCOS: como as BPF fazem referência ao sistema de qualidade, a análise dos riscos é uma etapa fundamental, uma vez que é por ela que se analisa e determina potenciais riscos que possam surgir e impactar nos procedimentos laboratoriais; a análise dos riscos é uma forma, portanto, de prever eventuais riscos e agir de forma a evitá-los. DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS: a fim de realizarem seus resultados, os laboratórios geram resíduos e, para tanto, precisam gerir também esses materiais, o que deve ser http://www.inmetro.gov.br/Sidoq/Arquivos/Cgcre/DOQ/DOQ-Cgcre-27_01.pdf http://www.inmetro.gov.br/Sidoq/Arquivos/Cgcre/DOQ/DOQ-Cgcre-27_01.pdf http://www.inmetro.gov.br/Sidoq/Arquivos/Cgcre/DOQ/DOQ-Cgcre-27_01.pdf http://www.inmetro.gov.br/Sidoq/Arquivos/CGCRE/DOQ/DOQ-CGCRE-8_01.pdf http://www.inmetro.gov.br/Sidoq/Arquivos/CGCRE/DOQ/DOQ-CGCRE-8_01.pdf http://www.inmetro.gov.br/Sidoq/Arquivos/CGCRE/DOQ/DOQ-CGCRE-8_01.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2003/res0899_29_05_2003.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2003/res0899_29_05_2003.html https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=384244 https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=384244 https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=384244 https://www.farmaceuticas.com.br/wp-content/uploads/2017/10/SINDUSFARMA_Manual_Integridade_de_Dados-1.pdf https://www.farmaceuticas.com.br/wp-content/uploads/2017/10/SINDUSFARMA_Manual_Integridade_de_Dados-1.pdf https://www.farmaceuticas.com.br/wp-content/uploads/2017/10/SINDUSFARMA_Manual_Integridade_de_Dados-1.pdf feito por meio da destinação correta desses resíduos. A destinação dos resíduos de laboratório são regulamentadas e aplicadas por diversas instituições. Seguem alguns documentos para consulta: POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010 (Brasil) NORMAS DE PROCEDIMENTOS PARA SEGREGAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO, ACONDICIONAMENTO E COLETA DE RESÍDUOS QUÍMICOS - NR 01/UGR (Universidade Federal de São Carlos, UFSCar) DISPÕE SOBRE O TRATAMENTO E A DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS - RESOLUÇÃO Nº 358, DE 29 DE ABRIL DE 2005 (Conselho Nacional Do Meio Ambiente, CONAMA) DISPÕE SOBRE O REGULAMENTO TÉCNICO PARA O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RESOLUÇÃO RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA) SEGURANÇA: a segurança é um tema de extrema importância dentro das BLP pois rege as normas e condições necessárias visando a melhora nas condições de trabalho e a segurança física dos seus colaboradores, a fim de evitar acidentes (dos leves aos mais graves). As normas de segurança devem ser específicas para cada laboratório, no entanto, algumas regras são gerais, tais como: • Superfícies de trabalho devem estar limpas e organizadas antes e após o término do trabalho; • A limpeza, a organização, o rigor científico e o máximo grau de observação nos fenômenos que ocorrem são indispensáveisem todos os trabalhos de laboratório; • Uso obrigatório de equipamentos de proteção individual (EPI) jaleco de manga longa de comprimento até o joelho, calça e calçado fechado; • Uso de luvas de procedimento em trabalhos em que haja contato casual ou previsto com sangue ou qualquer outro material biológico que ofereça risco de contaminação; • Nunca pipetar com a boca, principalmente, materiais biológicos, perigosos, cáusticos, tóxicos, radioativos ou cancerígenos; • Nunca cheirar ou experimentar materiais químicos; • Terminantemente proibido: fumar, comer, beber no laboratório; • Ferimentos: por mais simples que pareçam, devem ser tratados no mesmo instante e comunicar imediatamente ao responsável pelo laboratório; • Lavar as mãos após qualquer procedimento desenvolvido no laboratório. Seguem documentos que especificam essas e outras regras definidas para a segurança do trabalho em laboratório: SEGURANÇA EM LABORATÓRIO QUÍMICO (Conselho Regional De Química Da Iv Região SP, CRQ) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm https://analiticaqmcresiduos.paginas.ufsc.br/files/2013/10/UFSCar.pdf https://analiticaqmcresiduos.paginas.ufsc.br/files/2013/10/UFSCar.pdf https://analiticaqmcresiduos.paginas.ufsc.br/files/2013/10/UFSCar.pdf http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=462 http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=462 http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=462 http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=462 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html https://iqm.unicamp.br/sites/default/files/manual_de_seguran%C3%A7a_em_laboratorio_quimico.pdf https://iqm.unicamp.br/sites/default/files/manual_de_seguran%C3%A7a_em_laboratorio_quimico.pdf SEGURANÇA EM LABORATÓRIOS (Universidade Federal de São João Del-Rei, UFSJ) DOCUMENTAÇÃO DO SISTEMA DE QUALIDADE: para garantir as BPL é essencial que o laboratório tenha toda a documentação referente às diversas vertentes em que opera, tais como os documentos dos procedimentos operacionais padrões, da capacitação e treinamentos da equipe, da rastreabilidade de dados, calibração e qualificação, dos registros de não conformidades, dos métodos analíticos e suas validações. Como descrito, as BPL são um conjunto de normas que visa a excelência do laboratório, ou seja, que garanta que os resultados gerados por ele sejam confiáveis. Cada local é responsável por implementar e gerir suas BPL. Para compreender melhor a estruturação das BPL seguem alguns documentos: MANUAL DE BIOSSEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO (Comissão Interna De Biossegurança Da Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul, CIBio/UFRGS) GUIA DE BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, FMUSP) https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/progp/capacitacao/Cartilhas%20cursos/Seguranca%20em%20laboratorio-mesclado.pdf https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/progp/capacitacao/Cartilhas%20cursos/Seguranca%20em%20laboratorio-mesclado.pdf https://www.cbiot.ufrgs.br/wp-content/uploads/2017/10/CIBio_UFRGS-Manual-de-Biosseguran%C3%A7a-BPL-2015_11_03.pdf https://www.cbiot.ufrgs.br/wp-content/uploads/2017/10/CIBio_UFRGS-Manual-de-Biosseguran%C3%A7a-BPL-2015_11_03.pdf https://www.cbiot.ufrgs.br/wp-content/uploads/2017/10/CIBio_UFRGS-Manual-de-Biosseguran%C3%A7a-BPL-2015_11_03.pdf https://limhc.fm.usp.br/portal/wp-content/uploads/2015/11/Manual_Guia_de_Boas_Praticas.pdf https://limhc.fm.usp.br/portal/wp-content/uploads/2015/11/Manual_Guia_de_Boas_Praticas.pdf EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL EM LABORATÓRIO Os equipamentos de proteção individual (EPIs) são elementos de contenção, de uso individual, que têm, portanto, o objetivo de proteger o profissional do contato de agentes biológicos, físicos, químicos, do calor ou frio excessivos, entre outros riscos que podem se apresentar no ambiente de trabalho. No que concerne um laboratório químico, confira a seguir os EPIs mais utilizados: EPI FUNÇÃO JALECO Serve para proteção da pele contra substâncias perigosas ou infeciosas (por exemplo, derramamento de soluções ácidas ou básicas, sangue e fluídos, etc.) e reduz a possibilidade de contaminação por microrganismos. Deve ser utilizado sempre que estiver dentro do laboratório e retirado quando deixar o local. Precisa ser de manga longa, com comprimento até o joelho e feito de algodão ou fibra sintética (desde que não inflamável). LUVA Serve para proteção das mãos em situações de manipulação de substâncias potencialmente perigosas; existem luvas feita de diferentes materiais, justamente para serem utilizadas em diferentes contextos: Luva de látex: uso geral, para proteção básica contra agentes biológicos, soluções ácidas e básicas diluídas – não devem ser utilizadas para o manuseio de solventes orgânicos; são de menor custo e devem ser descartadas ao final de cada uso. Luva nitrílica: usadas para o manuseio de substâncias mais perigosas, como soluções concentradas de ácidos e bases, solventes orgânicos, óleos; são bem maleáveis, mais resistentes do que as luvas de látex e podem ser reutilizadas (dependendo da especificação do fabricante). Luva de fio de kevlar tricotado: usada para manuseio de materiais aquecidos a temperaturas de até 250ºC, por exemplo, para retirar materiais da estufa ou mufla; são reutilizáveis. Luva térmica de nylon: usada no manuseio de materiais a temperaturas muito baixas, por exemplo, em procedimentos que necessitam de nitrogênio líquido (cuja temperatura é de -195°C); são reutilizáveis. Luva de borracha: usada em serviços gerais de limpeza e descontaminação. MÁSCARA Tem como função principal proteger nariz e boca, contra contaminações tanto por substâncias químicas quanto por agentes biológico que se iniciam, portanto, no sistema respiratório. Existem três classes principais de máscaras respiratórias, com usos específicos (de acordo com o material a ser manipulado): de proteção contra agentes biológicos (vírus e bactérias); proteção contra agentes físicos (poeiras e particulados); e contra agentes químicos (gases ou vapores). Seguem alguns exemplo: Máscara cirúrgica: utilizadas em ambiente hospitalar por profissionais ligados à área da saúde, com o intuito de proteger contra a transmissão de vírus e bactérias; são descartáveis. Máscara de proteção com purificação de ar: usadas em situações que precisam que o ar externo seja filtrado, o que ocorre pela ação de filtros específicos (que podem ser mecânicos, químicos ou uma combinação de ambos); podem ser com ou sem válvula de exalação (as máscaras com válvula permitem que partículas provenientes da expiração do usuário escapem para o ambiente). As máscaras podem ser de uso único, ou reutilizáveis, quando possuem formato que permite a troca do filtro, caso das máscaras faciais ou semi- faciais (as máscaras faciais têm a vantagem de proteger toda a extensão do rosto). Têm classificação para atender os diâmetro da partícula a ser retida, PFF1, PFF2 e PFF3 (PFF é sigla para peça facial filtrante) podendo ser utilizadas contra todos os agentes (biológico, químico ou físico): PFF1: filtra no mínimo 80% dos materiais particulados presente no ar e apresenta no máximo 22% de fuga (fuga é entendido como a porcentagem de ar contaminado que pode entrar na máscara); usada para manipulação de ácido crômico, açido pícrico, ácido sulfúrico, ácido fosfórico, estearatos, sódio e potássio, uréia, sílica, sais solúveis de ferro, hidróxidos de cálcio, por exemplo; PFF2: filtra no mínimo 94% dos materiais particuladospresente no ar e apresenta no máximo 8% de fuga; usada na manipulação de fumos metálicos, óxido de ferro, fumos de parafina; quimioterápicos na forma de pó liofilizado e para prevenção em ambiente hospitalar contra Covid-19, SARS e tuberculose, por exemplo; PFF3: filtra no mínimo 99% dos materiais particulados presente no ar e apresenta no máximo 2% de fuga; usada na manipulação de compostos inorgânicos de mercúrio, radionuclídeos. Amianto, de quimioterápicos na forma de pó liofilizado, de agentes altamente patogênicos e para manipulação de animais de captura em campo aberto, por exemplo. ÓCULOS DE SEGURANÇA Servem para proteção dos olhos contra agentes externos que podem ocasionar da manipulação de materiais que produzam salpicos ou potenciais impactos de objetos; devem apresentar abas laterais de proteção e, preferencialmente, serem com lentes em policarbonato com tratamento antirriscos e com hastes reguláveis para ajuste de comprimento. Protetores faciais ou visores podem ser utilizados em procedimentos que necessitam de maior barreira, pois protegem o terço médio e inferior da face (devem ser feitos de acrílico ou plástico rígido) PRINCIPAIS VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO Denomina-se vidrarias de laboratório os materiais utilizados para a realização das práticas laboratoriais, tais como a realização de misturas, reações, testes, etc. As vidrarias de laboratório têm formatos e capacidades distintas, uma vez que são utilizadas em diferentes funções e atividades relativas ao ambiente de laboratório. e funções diferentes, sendo empregadas nas diferentes atividades de um químico. Confira na sequencia as principais vidrarias de laboratório, assim como seus usos primordiais: VIDRARIA FUNÇÃO ANEL (ARGOLA) Usado como suporte do funil na filtração (deve ser acoplado ao suporte universal) ALMOFARIZ COM PISTILO Usado na trituração e pulverização de pequenas quantidades de sólidos; geralmente, são produzidos em porcelana BALÃO DE FUNDO CHATO Utilizado como recipiente para conter líquidos ou soluções, ou mesmo fazer reações com desprendimento de gases. Pode ser aquecido sobre o tripé com tela de amianto. BALÃO DE FUNDO REDONDO Utilizado principalmente em sistemas de refluxo, destilação e evaporação a vácuo (acoplado a um rotaevaporador), justamente porque suporta elevada temperaturas e, por ter o formato arredondado, permite um aquecimento uniforme. BALÃO VOLUMÉTRICO Utilizado para o preparo de soluções, assim como de diluição de soluções, com precisão, pois possui volume definido. BASTÃO DE VIDRO Serve para agitar e homogeneizar soluções, assim como para auxiliar na transferência de líquidos de um recipiente para outro; é feito de vidro com o intuito de não reagir com as substâncias em que entra em contato. BÉCKER (BÉQUER) Tem uso geral em laboratório com a finalidade de conter substâncias químicas (sejam sólidas ou líquidas) e, apesar de ser graduado, não é preciso no seu volume. Serve para fazer reações entre soluções, dissolver substâncias sólidas, efetuar reações de precipitação e aquecer líquidos. Pode ser aquecido sobre a tela de amianto. BURETA Utilizada em análises volumétricas, pois é graduada (com volume de precisão; possui na extremidade inferior uma torneira para dispensa de volumes rigorosamente conhecidos, sendo, assim, bastante utilizada para a titulação de soluções; para ser utilizada, é necessário acoplar a bureta a um suporte universal por meio de pinças. CADINHO Utilizado para aquecer sólidos a temperaturas bastante elevadas (acima de 800 oC), por isso, geralmente, é feito de porcelana; pode ser utilizada em contato direto com o bico de Bunsen e em muflas. CÁPSULA DE PORCELANA (CÁPSULA DE EVAPORAÇÃO) Utilizada para concentrar soluções, calcinar materiais e evaporar compostos, justamente por ser de porcelana (e aguentar altas temperaturas) e ter uma grande área de contato. CONDENSADOR Tem a finalidade de condensar vapores e gases gerados pelo aquecimento de líquidos, sendo bastante utilizado em processos de destilação e refluxo. É feito de vidro e possui como que uma cápsula externa (que separa o vapor formado da água), na qual há um fluxo contínuo de água fria – quando o vapor ou o gás aquecido passa pelo interior do condensador, há a troca de calor com a água fria pelas paredes do condensador, fazendo com que o vapor ou gás se resfrie e condense (ou seja, se transforma em líquido). É utilizado acoplado a um balão de destilação em um das extremidades e com um recipiente de coleta na outra extremidade (no caso de uma destilação). DESSECADOR Usado para guardar substâncias em atmosfera com baixo índice de umidade ou para remover a umidade da amostra, sendo, assim, necessário utilizar junto um agente secante, como a sílica em gel, que é depositada no fundo do dessecador; geralmente é feito de vidro e possui uma tampa que permite sua vedação hermética, o que cria um ambiente controlado. ESPÁTULA Utilizadas para transferência de sólidos para recipientes, pesagens, etc. Podem ter diferentes formatos e serem fabricadas com diferentes materiais (como aço inox, porcelana, níquel e até osso). ERLENMEYER Utilizado como recipiente em titulações, aquecimento de líquidos, para dissolver substâncias, proceder reações, etc.; tem um formato específico, no qual a boca é mais estreita que a base, assim, evita o derramamento de líquido durante seu manuseio. ESTANTE PARA TUBO DE ENSAIO Usada para suporte dos tubos de ensaio. FUNIL DE BÜCHNER Utilizado em filtrações a vácuo, justamente por ser todo furado e ser fabricado em porcelana; pode ser usado com a função de filtro em conjunto com o Kitassato. FUNIL DE SEPARAÇÃO (FUNIL DE BROMO) Utilizado na separação de líquidos não miscíveis e na extração líquido/líquido, por meio da separação e decantação dos líquidos pela força da gravidade; é utilizado acoplado a um suporte universal por meio de pinças. FUNIL DE VIDRO Usado na filtração e para retenção de partículas sólidas quando utilizado em conjunto com o papel de filtro; por ser de vidro, não pode ser aquecido. GARRA DE CONDENSADOR Usada para prender o condensador ou outras vidrarias (como balões, Erlenmeyers etc.) à haste do suporte universal. KITASSATO Utilizado em conjunto com o funil de Büchner em filtrações a vácuo; possui uma saída lateral que serve para acoplar uma máquina que suga o ar do recipiente, fazendo o vácuo, e permitindo que a separação ocorra mais rapidamente. PINÇA DE MADEIRA Usada para segurar vidrarias (como o tubo de ensaio) nos processos de aquecimento. PINÇA METÁLICA Usada para manipular objetos aquecidos. PIPETA DE PASTEUR Usada para gotejamento de pequenas quantidades de líquidos; pode ser de vidro ou de plástico, sendo, geralmente, descartadas após o uso, PIPETA GRADUADA Utilizada para medir e transferir pequenos volumes variáveis em situações em que não se exige muita precisão; não pode ser aquecida. PIPETA VOLUMÉTRICA Utilizada para medir e transferir um volume fixo de líquido ou solução, sendo mais precisa do que a pipeta graduada – as pipetas volumétricas são calibradas para conter um volume específico a fim de realizar uma transferência rigorosa; não pode ser aquecida. PIPETADOR TIPO PERA É usada acoplado na extremidade uma pipeta a fim de auxiliar na sucção e despejo do líquido. PIPETADOR MANUAL Tem a mesma função da pêra (ou seja, é acoplado na extremidade de uma pipeta para auxiliar na sucção e despejo do líquido), no entanto, é de manuseio mais fácil. PISSETA (FRASCO LAVADOR) Usada para conter líquidos a fim de transferi-los para outros recipientes ou de auxiliar nas lavagens de materiais ou recipientes por meio de jatos; geralmente, contém água,álcool ou outros solventes que são utilizados frequentemente nas rotinas de laboratório (estando sempre a mão). PLACA DE PETRI Usado, principalmente, para o cultivo de microrganismos, mas também pode ser utilizado para conter materiais, justamente por conter uma tampa; geralmente, é feito de vidro, mas também podem ser encontrados em plástico. PROVETA (CILINDRO GRADUADO) Utilizada para medir e transferir volumes de líquidos; apesar de ser graduada, não é de muita precisão, sendo, assim, usada em medidas que não necessitam de muito rigor. SUPORTE UNIVERSAL Utilizado para sustentar peças em geral, sendo, assim, usado comumente em procedimentos de filtração, destilação, refluxo, etc. TELA DE AMIANTO Suporta as peças a serem aquecidas, sendo posicionado sobre o tripé; a função do amianto é distribuir uniformemente o calor recebido pelo bico de Bunsen. TRIPÉ Serve para sustentar vidrarias em processos de aquecimentos; é utilizado em conjunto com a tela de amianto. TUBO DE ENSAIO Empregado para fazer reações em pequena escala, principalmente em testes de reação em geral; pode ser aquecido com movimentos circulares e com cuidado diretamente sob a chama do bico de Bunsen. VIDRO DE RELÓGIO Serve para comportar pequenas quantidades de amostra para pesagem, cobrir recipientes ou em processos que exigem evaporação em pequena escala; é um peça côncava de vidro e não pode ser aquecida diretamente. Os equipamentos de laboratório são utilizados em aplicações específicas, sendo essenciais para a rotina de trabalho. Vale dizer que esses equipamentos envolvem muitas peças e acessórios que devem ser fabricados adequadamente, uma vez que devem ser seguros e de fácil manuseio. Veja na sequencia alguns dos principais equipamentos de laboratório e suas principais funções: EQUIPAMENTO FUNÇÃO BALANÇA DIGITAL DE PRECISÃO Equipamento utilizado para a medida de massa sólidos e líquidos não voláteis; é denominada de precisão justamente porque pode mensurar massas da ordem de miligramas (e até microgramas, dependendo do equipamento) com grande precisão. BARRA MAGNÉTICA (PEIXINHO) Usada para auxiliar na agitação e homogeneização de soluções líquidas, sendo colocada junto à solução, no interior do recipiente que a contém; a barra magnética é composta por um imã e um campo magnético é gerado por meio do agitador magnético, fazendo com que a barra gire; pode ser de diferentes tamanhos, a fim de conseguir agitar soluções mais ou menos viscosas, de maior ou menor volume. BICO DE BUNSEN Serve com fonte de aquecimento, uma vez que é formado por um tubo com orifícios laterais, na base, por onde entra o ar, que se mistura ao gás combustível para gerar fogo; foi bastante utilizado em laboratório, mas contemporaneamente tem sido substituído pelas mantas e chapas de aquecimento. CAPELA DE FLUXO LAMINAR Tem como objetivo principal proteger as amostras durante sua manipulação, pois possuem um ambiente estéril (dando segurança para a manipulação de amostras biológicas, por exemplo); funcionam por processos de recirculação de ar estéril, que é obtido por meio de filtros HEPA (high efficiency particulate air), instalados na capela, que são capazes de filtrar mais de 99% das impurezas do ar (partículas em suspensão, assim como microrganismos). CAPELA DE EXAUSTÃO Serve para proteção individual e coletiva dos profissionais que trabalham no laboratório, pois serve como uma barreira física entre os materiais que estão sendo manipulados e o restante do laboratório; alem disso, possui um sistema de exaustão de vapores e gases; é bastante utilizada em casos em que o material a ser manipulado é perigoso (tóxico, reage violentamente, libera gases, pode gerar queima, etc.). CHAPA AQUECEDORA COM AGITADOR Serve com fonte de aquecimento por meio de energia elétrica; pode apresentar também a função de agitador, utilizado para criar um campo magnético para girar a barra magnética. Existem diferentes modelos no mercado, mais ou menos sofisticados (por exemplo, com maior controle da temperatura de aquecimento ou com capacidade para aquecer e agitar mais de um recipiente) e apresentando outras funções. CROMATÓGRAFO Tem como função a separação e/ou purificação de misturas, uma vez que é um equipamento que utiliza uma técnica analítica chamada de cromatografia. De maneira geral, o cromatógrafo funciona passando-se a mistura a ser analisada por meio de duas fases: uma estacionaria (fixa, sendo um material poroso como um filtro) e outra móvel (como um liquido ou um gás, que ajuda na separação da mistura); isso faz com que os constituintes da misturas interajam com as fases por meio de forças intermoleculares e iônicas, mas de maneiras distintas, fazendo a separação (por exemplo, considerando uma mistura de dois componentes, um deles interage bem com a fase estacionária, ficando retido nela, enquanto que o outro interage bem com a fase móvel, se deslocando junto com ela) Esse equipamento também é utilizado em casos em que se tem pouca quantidade de amostra, quando se quer identificar as substâncias da mistura e quando se quer quantificar os diferentes componentes da mistura, por exemplo. Também pode ser de diferentes tipos dependendo da técnica cromatográfica utilizada, podendo ser um cromatógrafo gasoso ou um cromatógrafo líquido, por exemplo. DEIONIZADOR DE ÁGUA Utilizado para remover íons presentes na água (como íons de cálcio, Ca2+, e de magnésio, Mg2+), deixando a água o mais pura possível (importante para o uso em formulações em que os íons podem interferir na qualidade do produto final); essa remoção é possível pois o deionizador é composto por uma coluna de troca iônica, algo como um filtro capaz de reter os íons presentes na água e liberar íons H+ e OH-. DESTILADOR DE ÁGUA Utilizado para purificar a água, removendo íons, e outras impurezas; opera por um processo de destilação da água, ou seja, a água impura é aquecida e apenas a água pura evapora (passa para a fase gasosa), sendo posteriormente resfriada e voltando a ser líquida. ESPECTROFOTÔMETRO Usado para identificar e determinar a concentração dos componentes de uma amostra por meio de técnicas que envolvem a absorção de luz. Basicamente, um feixe de luz emitido pelo espectrofotômetro é direcionado à amostra; mede-se então a intensidade de luz absorvida pela amostra e a faixa em que ela foi absorvida para se determinar a quantidade de determinada substância na amostra. ESTUFA Utilizada para secagem e esterilização (como eliminação de microrganismos) por meio do aquecimento; geralmente, as estufas trabalham a partir de temperaturas por volta dos 40 ºC até 200 ºC. MANTA AQUECEDORA Utilizada para aquecimento uniforme e controlado de amostras, principalmente de substâncias inflamáveis (pois não gera faíscas e não tem aquecimento por fogo); tem uma cavidade na qual é possível acomodar balões de fundo redondo. MUFLA Utilizada para calcinação ou remoção completa de líquidos de amostras, pois pode trabalhar a temperaturas acima de 1000 ºC. pHMETRO Usado para determinação do pH (potencial hidrogeniônico) de amostras por meio de medidas de condutividade, que são, por sua vez, transformadas para uma escala de leitura de pH (que varia entre 0 e 14). LINKS REFERÊNCIAS http://www.dabst.eb.mil.br/_upados/_secoes/_sgls/_2017/LIAB-LABORATORIO-DE- INSPECAO-DE-ALIMENTOSE-BROMATOLOGIA/PROCEDIMENTO-OPERACIONAL- PADRAO-MODELOS/Modelo-de-Manual-de-Boas-Praticas-LIAB.pdf https://www.cbiot.ufrgs.br/wp-content/uploads/2017/10/CIBio_UFRGS-Manual-de- Biosseguran%C3%A7a-BPL-2015_11_03.pdf https://limhc.fm.usp.br/portal/wp- content/uploads/2015/11/Manual_Guia_de_Boas_Praticas.pdf http://www.cnpsa.embrapa.br/met/images/arquivos/07MET/Palestras/principioslaboratoriais.pdf https://www.mobiloc.com.br/blog/tipos-mascaras-protecao-respiratoria/ https://www.prometalepis.com.br/blog/respirador-semi-facial-quando-utilizar/ http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/respiradores.html MATERIAL ELABORADO POR CLARICE FEDOSSE ZORNIO http://www.dabst.eb.mil.br/_upados/_secoes/_sgls/_2017/LIAB-LABORATORIO-DE-INSPECAO-DE-ALIMENTOSE-BROMATOLOGIA/PROCEDIMENTO-OPERACIONAL-PADRAO-MODELOS/Modelo-de-Manual-de-Boas-Praticas-LIAB.pdf http://www.dabst.eb.mil.br/_upados/_secoes/_sgls/_2017/LIAB-LABORATORIO-DE-INSPECAO-DE-ALIMENTOSE-BROMATOLOGIA/PROCEDIMENTO-OPERACIONAL-PADRAO-MODELOS/Modelo-de-Manual-de-Boas-Praticas-LIAB.pdf http://www.dabst.eb.mil.br/_upados/_secoes/_sgls/_2017/LIAB-LABORATORIO-DE-INSPECAO-DE-ALIMENTOSE-BROMATOLOGIA/PROCEDIMENTO-OPERACIONAL-PADRAO-MODELOS/Modelo-de-Manual-de-Boas-Praticas-LIAB.pdf https://www.cbiot.ufrgs.br/wp-content/uploads/2017/10/CIBio_UFRGS-Manual-de-Biosseguran%C3%A7a-BPL-2015_11_03.pdf https://www.cbiot.ufrgs.br/wp-content/uploads/2017/10/CIBio_UFRGS-Manual-de-Biosseguran%C3%A7a-BPL-2015_11_03.pdf https://limhc.fm.usp.br/portal/wp-content/uploads/2015/11/Manual_Guia_de_Boas_Praticas.pdf https://limhc.fm.usp.br/portal/wp-content/uploads/2015/11/Manual_Guia_de_Boas_Praticas.pdf http://www.cnpsa.embrapa.br/met/images/arquivos/07MET/Palestras/principioslaboratoriais.pdf http://www.cnpsa.embrapa.br/met/images/arquivos/07MET/Palestras/principioslaboratoriais.pdf https://www.mobiloc.com.br/blog/tipos-mascaras-protecao-respiratoria/ https://www.prometalepis.com.br/blog/respirador-semi-facial-quando-utilizar/ http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/respiradores.html
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