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AULA 11 - IED PRIVADO I

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AULA 11 – ASSOCIAÇÕES E FUNDAÇÕES
1. Associação: 
1.1 – Conceito: Trata-se de uma pessoa jurídica formada a partir de um grupo de pessoas que se unem sem objetivar fins econômicos, ou seja, os seus integrantes não visam ao lucro. A título exemplificativo pode-se citar o Clube Bahiano de Tênis, tendo em vista que os valores pagos pelos sócios apenas são utilizados para a manutenção das atividades do clube, ou seja, da própria associação. 
Nessa perspectiva, as associações podem exercer atividades econômicas a fim de dar sustentabilidade às suas atividades, mas não podem apresentar lucro como finalidade.
Art. 53 do CC: Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Conforme previsto no Art. 981 do Código Civil, as associações distinguem-se das sociedades devido à finalidade econômica inerente às segundas: 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinado
	
	
1.2 – Finalidade: As associações podem ter diversas finalidades não lucrativas, desde que sejam desenvolvidas atividades lícitas – podendo ser consideradas associações as escolas, os institutos de tratamento de câncer, os clubes esportivos, as organizações sindicais, fornecedoras de alimentos a pessoas carentes, entre outras.
OBS: Apesar de, na teoria, as associações estarem impedidas de visarem ao lucro, existem, na realidade, as chamadas “associações de fachada”, ou seja, associações que almejam a fins econômicos – como instituições de ensino que buscam concentrar riquezas nas mãos de uma minoria privilegiada. Nesse sentido, algumas pessoas se associam, mas, na verdade, constituem verdadeiras sociedades. Destarte, os associados podem ser responsabilizados pela ocorrência de desvio de finalidade. 
1.3 – Ato constitutivo: O ato constitutivo das associações é denominado estatuto. O estatuto da associação deve ser registrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Ademais, o estatuto deve minimamente: 
· Conter a denominação da associação; 
· Conter os fins da associação; 
· Conter a sede da associação; 
· Conter requisitos de admissão (para ingressar na associação), demissão (mas o estatuto não pode dificultar a saída de alguém da associação) e exclusão (saída compulsória) dos associados. O Art. 5º da Constituição Federal de 1988, em seu inciso XX, prevê a liberdade de associação: “ninguém poderá ser compelido associar-se ou a permanecer associado” 
· Assegurar o direito ao contraditório e à ampla defesa para os associados, sendo vedada, portanto, a exclusão arbitrária; 
· Prever os direitos e deveres dos associados (comparecimento em assembleias, frequentar instalações, pagamentos, etc...);
· Prever as fontes de recurso para a manutenção da associação (doações voluntárias, receitas de convênios, etc...); 
· Prever o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos, ou seja, a estrutura interna da associação. A legislação concede liberdade para a associação se organizar, mas a estrutura deve estar contida no estatuto da associação – sendo a Assembleia Geral o órgão deliberativo máximo (competência privativa de destituir funcionários e alterar o estatuto) e a única determinação imposta pela legislação;
· Prever as condições para a alteração do estatuto;
· Prever a forma de gestão administrativa e gestão das contas; 
OBS: A condição de associado não pode ser transmitida; 
1.4 – Dissolução da associação: 
· Há o pagamento aos credores; 
· Os títulos patrimoniais são ressarcidos;
· A Assembleia Geral pode deliberar a restituição das contribuições dos associados;
· O estatuto prevê às quais as entidades de fins não econômicos o patrimônio da associação dissolvida será destinada. Caso essa previsão não ocorra no estatuto, a Assembleia Geral pode decidir qual o destino do patrimônio;
· Havendo patrimônio permanecente, este irá para a Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União;
2. Fundações (de direito privado): 
2.1 - Conceito: Consiste em um acervo patrimonial dotado de personalidade jurídica para a realização de fins determinados. Esse patrimônio deve ser suficiente para perseguir os fins pretendidos pela fundação. A título exemplificativo pode-se citar as fundações que buscam a preservação de espécies de animais em extinção;
Art. 62 do CC: Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
OBS: Apesar das fundações não poderem apresentar, exclusivamente, fins econômicos, existem, na prática, muitas “fundações de fachada”, ou seja, aquelas que desviam suas finalidades e visam, somente, a obtenção de lucro; 
2.2 – Finalidade: 
O Art. 62 do Código Civil, no parágrafo único, descreve algumas finalidades as quais as fundações podem apresentar, desde que apresentem um cunho social (como assistência social, educação, saúde, pesquisa científica, etc...);
Art. 62 do CC - Parágrafo único: A fundação somente poderá constituir-se para fins de: (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
I – assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
2.3 – Peculiaridades das fundações: 
· Uma fundação pode ser composta por uma única pessoa (embora seja mais comum a presença de fundações formada por várias pessoas);
· O elemento patrimonial é essencial; 
· Os fins são imutáveis; 
· Não apresentam sócios nem donos; 
· São as únicas pessoas jurídicas de direito privado fiscalizadas, sistematicamente, pelo Ministério Público; 
2.4 – Etapas de criação: 
· Através de escritura pública ou de testamento, deve-se especificar quais são os bens (dotação) e atribuir uma finalidade a esses bens (afetação);
· Em seguida, em termos lógicos, ocorre a elaboração do estatuto. A elaboração do estatuto pode ser realizada pelo próprio instituidor (elaboração direta) ou por terceiro designado pelo instituidor (elaboração fiduciária); 
Art. 65 do CC: Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
· Há a fase de análise para a aprovação do estatuto pelo Ministério Público (que pode aprovar, reprovar ou determinar uma diligência para corrigir eventuais defeitos); 
· Se o interessado não se conformar com a reprovação do Ministério Público, esse pode recorrer à intervenção judicial;
· A fase final é a fase de registro da fundação no Registro Civil de Pessoas Jurídicas; 
2.5 – Ato constitutivo: O ato constitutivo da fundação é o estatuto. 
 
· Para ser alterado deve ocorrer aaprovação de 2/3 dos integrantes da fundação, deve não contrariar as finalidades da fundação e necessita de ser aprovada pelo Ministério Público;
· Caso essa aprovação dos integrantes da fundação não seja uma decisão unânime, o Ministério Público deve possibilitar a manifestação da minoria para se chegar a uma decisão final pelo judiciário (aprovação ou reprovação dessas alterações). Permite-se, assim que o judiciário exerça o controle da legalidade do ato, visto que ao Ministério Público compete apenas à tarefa de fiscalizar e não o direito de decidir; 
2.6 – Extinção: 
A fundação não pode ser extinta por qualquer razão, sendo que a legislação estabelece quais são as causas que viabilizam a extinção da fundação: 
· Caso se torne ilícito ou inócuo o seu objeto; 
· Caso seja impossível a sua manutenção (como, por exemplo, no caso de erosão do patrimônio); 
· Caso vença o prazo da sua existência (na hipótese desse prazo ser previsto); 
OBS: A extinção de uma fundação deve sempre ocorrer via judicial, ouvindo-se o Ministério Público; 
OBS: O patrimônio de uma fundação extinta será sempre destinado à outra fundação (geralmente de fim semelhante);

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