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14 Conselho Nacional de Justiça

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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
A evolução da sociedade é algo não só indubitável, mas também inevitável, entretanto, o aparato estatal se mostra ineficiente para a resolução das adversidades que acompanham o progresso social. 
Dentre as principais reclamações sobressaem-se as relacionadas à celeridade processual e ao acesso à justiça, sendo que nem 20% da população o tem, e dessa porcentagem, apenas 2% conseguem chegar ao STF, além de a maioria da demanda (dos 20%) serem ações do próprio Estado ou de grandes corporações, excluindo assim, a participação da camada popular ou de menor renda.
Assim, a EC 45/04, simbolizou uma reforma no Poder Judiciário, estabelecendo o CNJ um controle interno do judiciário, sendo seu órgão, conforme art. 92, I-A (apesar da independência ao Poder Judiciário, havendo garantias institucionais - autonomia financeira/administrativa e autogoverno - garantias funcionais - vitaliciedade, irredutibilidade salarial e inamovibilidade - e proteção à independência), que até então não possuía transparência com a ausência de dados estatísticos de escala nacional confiáveis sobre ele, o que prejudicava o monitoramento da atividade dos juízes, que muitas vezes, não eram punidos pelo desvio funcional. Além disso, ações com vistas ao aprimoramento da gestão judiciário eram difíceis de ser estabelecidas e fiscalizadas.
Assim, é instituição pública que visa aperfeiçoar o trabalho do judiciário, principalmente no que diz respeito ao controle e à transparência administrativa e processual. 
	Sua missão é desenvolver políticas referentes ao poder judiciário, de forma a promover sua efetividade e unidade, visando sempre a justiça e a paz social.
O CNJ mostrou-se eficaz no sentido de ampliar os mecanismos de accountabilities e de controle do judiciário sem restringir a independência decisional judicial. O CNJ proporciona proteção ao cidadão perante o Judiciário, por meio de seus mecanismos – como as Comissões e seus programas – que geram a autonomia dessa instituição e desse poder. Ele garante a transparência do Judiciário, tanto na sua formação e modus operandi, quanto na parte econômica. Ou seja, além de promover certa independência desse Poder, também controla-o, administrativa e financeiramente, sempre visando sua melhora e modernização, em prol de atender, cada vez mais, a demanda, de modo célere e satisfatório. Desempenha papel de suma importância, trazendo inovação e transparência, necessárias para a evolução e para o conhecimento de todos em relação ao Judiciário, garantindo uma maior segurança da população.
É apto a editar resoluções, como a nº 7, “[...] que proibiu a prática do nepotismo no Judiciário e deu prazo de 90 dias para os tribunais exonerarem eventuais beneficiários da prática.”, a nº 156, “[...] que exige ficha limpa a postulantes de funções de confiança ou cargos em comissão no Judiciário [...]” e a nº 200, “[...] que proíbe a atuação de juízes em processos nos quais o advogado de uma das partes seja o seu cônjuge, companheiro ou parente.”
Funções 
Sobressaem-se as de transparência e controle: 
· Na política judiciária: “Zelar pela autonomia do Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências”; 
· Na Gestão: definir o planejamento estratégico, os planos de metas e os programas de avaliação institucional do Judiciário.
· Na Prestação de Serviços ao Cidadão: receber reclamações, petições eletrônicas e representações contra membros ou órgãos do Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializado.
· Na Moralidade: julgar processos disciplinares, assegurada ampla defesa, podendo determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas.
· Na Eficiência dos Serviços Judiciais: melhores práticas e celeridade: elaborar e publicar semestralmente relatório estatístico sobre movimentação processual e outros indicadores pertinentes à atividade jurisdicional em todo o País. 
Caso seja provocado, é seu dever agir, não podendo se abster desta obrigação.
	Conforme art. 103-B, § 4°, compete a ele “o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura [...]”. Também são suas atribuições: 
I. Zelar pela autonomia do Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
II. Zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III. Receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correcional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV. Representar ao MP, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade;
V. Rever [...] os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de 1 ano;
VI. Elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Judiciário;
VII. Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do STF a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
É importante citar a atuação do “Justiça em Números”, programa do CNJ que mostra as estatísticas do Poder Judiciário, o qual é a principal fonte de dados nacionais nesse sentido, divulgando “a realidade dos tribunais brasileiros, com muitos detalhamentos da estrutura e litigiosidade, além dos indicadores e das análises essenciais para subsidiar a Gestão Judiciária Brasileira”. Faz parte das estatísticas, por exemplo, a quantidade de processos que tramitaram no Judiciário em determinado ano, a quantidade de petições iniciais, bem como quantos processos transitaram em julgado.
Composição 
Conforme art. 103-B, CF/88: “compõe-se de 15 membros com mandato de 2 anos, admitida 1 recondução [nomeação de alguém que já faz parte do CNJ para exercer a mesma função por um novo período], sendo: [...]”
I. Presidente do STF; [...]
II. um Ministro do STJ, indicado pelo respectivo tribunal; [...]
III. um Ministro do TST, indicado pelo respectivo tribunal; [...]
IV. um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo STF; [...]
V. um juiz estadual, indicado pelo STF; [...]
VI. um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo STJ; [...]
VII. um juiz federal, indicado pelo STJ; [...]
VIII. um juiz de TRT, indicado pelo TST; [...]
IX. um juiz do trabalho, indicado pelo TST; [...]
X. um membro do MPU, indicado pelo Procurador-Geral da República; [...]
XI. um membro do MP estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; [...]
XII. 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB; [...]
XIII. 2 cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. [...]
Os membros são também chamadosde conselheiros, porque uma das funções do CNJ é a de aperfeiçoar o Judiciário, exercendo a função de controle da atuação administrativa e financeira do Judiciário, bem como do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
O Plenário do CNJ é o órgão máximo do Conselho, composto pelos mesmos membros. A presidência é exercida pelo mesmo Presidente do STJ e, de modo secundário, pelo seu Vice-Presidente. O mandato é de 2 anos e não permite a recondução. 
A escolha dos indicados pelo STF acontece em sessão administrativa a partir das inscrições feitas pelos interessados. O STJ designa um de seus ministros, eleito por um pleno, um juiz federal (de primeiro grau) e um desembargador (de algum TRF, segunda instância). Para os outros 2 magistrados também são abertas inscrições e a denominação é feita igualmente em sessão administrativa. Da mesma forma ocorre a nomeação do TST.
O representante do MPU pode ser de qualquer nível, desde que inscrito para o cargo, e o dos MPs estaduais são selecionados dentre um rol de 27 procuradores estaduais definidos um por estado. A OAB seleciona 2 conselheiros que se candidataram e foram eleitos durante reunião do Conselho Federal da OAB. Senado e Câmara recomendam por plenário de cada casa seus representantes entre pessoas de notório saber jurídico e reputação ilibada. 
Além disso, para a posse, cada um dos indicados, exceto o presidente do Conselho, tem seu nome encaminhado ao Senado, que os submete à Comissão de Constituição e Justiça onde é sabatinado e, quando aprovado, submetido à apreciação do Plenário, onde é necessária maioria absoluta para aprovação (41 votos) entre os 81 senadores. O Senado encaminha as autorizações para sanção da Presidência da República, e só então tem-se a posse definitiva dos conselheiros.
Depois de empossados, os 15 conselheiros adquirem direito e obrigações contidos no Regimento Interno do CNJ. Os principais são:
· elaborar projetos, propostas ou estudos sobre matérias de competência do CNJ e apresentá-los nas sessões plenárias ou reuniões de Comissões, observada a pauta fixada pelos respectivos Presidentes;
· requisitar de quaisquer órgãos do Judiciário, do CNJ e de outras autoridades competentes as informações e os meios que considerem úteis para o exercício de suas funções;
· propor à Presidência a constituição de grupos de trabalho ou Comissões necessários à elaboração de estudos, propostas e projetos a serem apresentados ao Plenário do CNJ;
· propor a convocação de técnicos, especialistas, representantes de entidades ou autoridades para prestar os esclarecimentos que o CNJ entenda convenientes;
· pedir vista dos autos de processos em julgamento.
· participar das sessões plenárias para as quais forem regularmente convocados;
· despachar, nos prazos legais, os requerimentos ou expedientes que lhes forem dirigidos;
· desempenhar as funções de Relator nos processos que lhes forem distribuídos.
Ademais, ressalta-se a renovação dos membros a cada 2 anos, com exceção das reconduções.
Comissões 
	Ele possui Comissões Permanentes que estudam assuntos específicos de seu interesse, visando a busca de soluções para o Judiciário. Elas estão instituídas no art. 28, do Capítulo Vi, do Regimento Interno, devendo: I - discutir e votar as proposições sujeitas à deliberação que lhes forem distribuídas; II - realizar audiências públicas com órgãos públicos, entidades da sociedade civil ou especialistas; III - receber requerimentos e sugestões de qualquer pessoa sobre tema em estudo ou debate em seu âmbito de atuação; IV - estudar qualquer assunto compreendido no respectivo campo temático ou área de atividade, podendo propor, no âmbito das atribuições para as quais foram criadas, a realização de conferência, exposições, palestras ou seminários. 
Comissão de acesso à justiça e à cidadania
	Ao analisar o funcionamento do Judiciário, propõe-se a usar algumas medidas como: a capilaridade, ou seja, uma maior cobertura; a democratização do acesso; a execução das decisões; a inclusão social e desenvolvimento; além da conscientização de direitos, deveres e valores do cidadão. 
	Com a extinção da comissão de Relacionamento Institucional e Comunicação, em 2011, passou a ter as atribuições da extinta, que, por exemplo, são: constituir parceria com os demais poderes; disseminar valores éticos e morais por meio de atuação institucional efetiva no Judiciário; e aprimorar a comunicação com públicos externos; entre outras. 
	Possui a coordenação dos programas de Cooperação Judiciária, Melhores Práticas de Cidadania, Movimento Permanente pelo Direito à Saúde, Movimento Permanente pela Conciliação e Movimento Permanente de Combate à Violência doméstica e Familiar (Lei Maria da Penha). 
Comissão de gestão estratégica, estatística e orçamento
Busca adotar as seguintes medidas: desdobramento da estratégia, acompanhamento dos indicadores de desempenho, fomento da troca de experiências e análise da estratégia por meio dos indicadores e estatísticas (Gestão Estratégica Nacional); Departamento de Pesquisas Judiciárias para a precisão do diagnóstico do Poder Judiciário (DPJ); fomento da troca de experiências entre os Tribunais;Garantia do orçamento necessário aos projetos estratégicos. 
Comissão de eficiência operacional e gestão de pessoas
Propõe-se a assumir medidas que tendem a: racionalização judicial; simplificação recursal; otimização de rotinas; melhor alocação de pessoas; aproveitamento de novas tecnologias; para automação dos processos de trabalho; gestão adequada de custos operacionais; e padronização de estruturas organizacionais. Ainda cuida de projetos que almejam o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, tanto dos magistrados como dos servidores, através de capacitação. 
	Tem várias propostas que visam o aprimoramento e a alteração de resoluções sobre os assuntos que são de sua competência, as relativas as Resoluções nº 72/09 e 106/10, que tratam sobre a convocação de juízes de 1° grau para substituição e auxílio no âmbito dos Tribunais, e os critérios objetivos para aferição do merecimento para promoção de magistrados e acesso aos Tribunais de 2º grau, respectivamente. E também possui projetos e grupos de trabalho voltados aos temas que esta Comissão abrange. 
	Comissão de tecnologia da informação e infraestrutura
Se propõe a buscar infraestrutura adequada ao funcionamento desejado para o Judiciário; criar planejamento estratégico em TI para garantir tecnologia apropriada ao bom desempenho das atividades dos tribunais e comunicação transparente entre os diversos sistemas e para o aperfeiçoamento e implantação do processo eletrônico; e implantar processo eletrônico. Coordena várias atividades que visam essas medidas, a exemplo da criação do PETI (Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação) do Judiciário Nacional e a elaboração da ENTIC-Jud (Estratégia Nacional de TIC do Poder Judiciário). 
Como acionar 
Competência 
É receber as reclamações e delas conhecer, contra membros ou órgãos do Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correcional concorrente dos tribunais, decidindo pelo arquivamento ou instauração do procedimento disciplinar. Entretanto seu poder regulamentar não pode: estabelecer novos direitos e deveres; criar regras gerais e abstratas, e restringir direitos fundamentais. A tabela abaixo mostra algumas das competências do CNJ:
Poder de petição
O peticionamento pode ser feito de forma eletrônica e em papel. Nele a pessoa deve contar em detalhes o seu problema e dizer qual providência espera que seja tomada pelo CNJ podendo encaminhar os documentos que julgar necessários para a comprovação do alegado.
Para o requerimento eletrônico é necessário o certificado digital para acessar o Processo Judicial Eletrônico (PJe). São obrigados a peticionar eletronicamente os magistrados, advogados, Tribunais, órgãos e instituições públicas e pessoas jurídicasem geral. O peticionamento eletrônico também exige que o requerimento esteja acompanhado, obrigatoriamente, de cópias dos seguintes documentos: documento de identidade, CPF e comprovante ou declaração de residência do requerente, salvo impossibilidade expressamente justificada no requerimento inicial (conforme Portaria nº 174/07), todos para pessoa física; ato constitutivo e ata de assembleia que elegeu a atual comissão diretiva da requerente, para as pessoas jurídicas sem fins lucrativos, e; contrato social e eventuais averbações, para as sociedades empresárias.
O requerimento em papel deverá ser utilizado pelos demais (partes/interessados não inseridos no grupo acima), conforme rege a Portaria nº 52/10. Ele poderá ser enviado pelos Correios para o Protocolo do CNJ ou mediante comparecimento pessoal do interessado. Deve ser assinado e conter, obrigatoriamente, cópias do documento de identidade, do CPF e do comprovante ou declaração de residência do requerente. Sendo, ainda, obrigatório, na petição, o endereço do requerente, sob pena de arquivamento, entretanto, resguardado o direito de nova solicitação, devidamente endereçada.
Distribuição dos procedimentos admnistrativos
Nos termos dos arts. 43 E 47, do Regimento Interno, as classes de processos que podem ser originariamente distribuídas são:
Modelos de petições
Existem modelos disponíveis no site do CNJ de “Representação por Excesso der Prazo” e de “Reclamação Disciplinar”, com o intuito de auxiliar o cidadão a elaborar sua petição.

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