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16 Condições da Ação

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CONDIÇÕES DA AÇÃO
São requisitos para o exercício da ação. A ação é exercício de jurisdição com a finalidade de exercer direito material do indivíduo, servindo com um instrumento para a tutela deste direito, fornecida pelo estado. A ação é um direito constitucional, previsto no art. 5º, XXXV, CF, decorrente da inafastabilidade da jurisdição.
Sua natureza jurídica gera divergências, havendo as teorias:
· Imanentista/civilista/tradicional: é o próprio direito material, ou seja, a existência da ação depende da existência de um direito material. Por exemplo, uma ação de cobrança depende da existência de uma nota promissória ou semelhante. Criticada pois o direito de ação existe mesmo quando o direito material não está previsto em lei, permitindo a atividade criativa;
· Direito concreto da ação: atrela o direito de ação a uma razão, ligada a uma procedência de ação, de modo que a pessoa só terá direito à procedência da ação se tiver razão. Criticada por não necessariamente ser o polo ativo, quem entra com a ação que tem razão e, logo, sua reclamação entendida como procedente;
· Direito potestativo: exige a existência de um réu, sua propositura contra ele, considerando o caráter triangular da ação (autor, réu e Estado), não podendo ser proposta contra o Estado, independentemente da existência ou não de direito material. Entretanto, não engloba questões não contenciosas, voluntárias;
· Direito abstrato: é prestação jurisdicional, direito do indivíduo perante o Estado, independente da existência de um direito ou de uma parte ré;
· Teoria eclética: é instrumento para a declaração ou proteção de um direito, exigindo o preenchimento de alguns requisitos, sem os quais não é possível o pronunciamento jurisdicional. É a prevalecente no CPC, porém de modo relativizado, não sendo aplicadas com tanto rigor, dando importância também aos pronunciamentos do réu, não só os do autor que efetivamente iniciam a ação.
Estes requisitos são as condições da ação:
Interesse de agir
É a observância de utilidade e necessidade, ou seja, os benefícios que ela trará não poderem ser conseguidos por outro meio, sendo essencial o pronunciamento jurisdicional.
Legitimidade das partes
As partes devem ser as mesmas integrantes do direito material, deve haver uma pertinência subjetiva entre a parte da relação material e da relação processual. Tem legitimidade extraordinária alguém que representa alguém que tenha legitimidade, havendo a substituição processual, como o MP. O assistente ou representante de alguém tem legitimidade ordinária.
Possibilidade jurídica do pedido
É a necessidade o pedido ser lícito, amparado por legislação. Entendidas por alguns como implícita, não consta no CPC como requisito expresso, sendo, em verdade, a análise do mérito do pedido, avançando à analise prévia da ação.
Consequências jurídicas
Elas podem ser analisadas antes ou no decorrer do processo. Caso não haja legitimidade passiva a parte será intimada a retificá-lo e 10 dias. Caso contrário será extinto sem a análise do mérito, podendo ser o mesmo pedido requerido em outra ação.
Conforme art. 485, VI, as afirmações das partes não podem demandar instrução probatória, caso contrário estaria analisando o mérito, constituindo a teoria da asserção. Isto pois caso fosse julgado o mérito a ação não poderia ser proposta novamente.

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