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24 Contrato de Compra e Venda Mercantil

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CONTRATOS EMPRESARIAIS
Lei da Liberdade Econômica tem grande repercussão nas relações contratuais, buscando dar contrato interpretação mais restrita, dando menor abrangência às regras que flexibilizam as disposições contratuais e permitem a revisão.
Ela não é restrita aos contratos empresariais mas aplica-se especialmente a eles. Porém, nos contratos de consumo sua aplicação é afastada por questão de ordem publica, prevalecendo o microssistema do CDC.
CC – grande sistema que regula todas as relações entre particulares, com fundamento nos princípios constitucionais, inclusive quanto aos contratos
Antes da CF/88, prevaleciam as disposições contratuais, por mais onerosas que fossem para uma das partes – brocardo: “O contrato faz lei entre as partes”. Prevalecia a segurança jurídica (por meio da vedação à revisão) e a autonomia da vontade.
Atualmente, a autonomia da vontade é limitada pelas disposições acerca de vícios contratuais, entre outros.
O direito de propriedade passou a ser limitado pela função social da propriedade.
O CC se adaptou às disposições constitucionais, e outros microssistemas, disposições especiais, foram criados - como o ECA e o CDC – norteando de modo diferente a interpretação da legislação, que deve ser guiada por princípios diferentes. A responsabilidade civil e a desconsideração da personalidade jurídica, por exemplo, seguem regras diferentes no CC e no CDC.
Assim, é necessário, primeiro, analisar a natureza da relação:
· Particulares: aplicam-se as regras gerais do CC, estando ambos em pé de igualdade;
· Consumo: fornecedor de produtos ou serviços + consumidor, que é destinatário final do produto, independentemente de ser PF ou PJ aplica-se CDC + CC;
· Empresários: CC com abrandamento das limitações à autonomia da vontade (revisão contratual) visto que estes sujeitos fazem suas ações objetivando lucro.
Por exemplo, um contrato entre empresários celebrados em moeda estrangeira que sofre grande valorização, gerando onerosidade excessiva a um deles, não autoriza sua revisão, tendo o empresário assumido este risco, mesmo que seja MEI, ME ou EPP.
Conceito de empresário – art. 966
Nas relações empresariais há a concorrência, que é boa ao consumidor, tornando necessário que o empresário que faz um mal negocio assuma o risco para tal.
É preciso atentar aos princípios da livre iniciativa e concorrência, que trazem benefícios ao consumidor.
Contrato de compra e venda mercantil – arts. 481 a 532
Conceito – 482
Vendedor: tem o compromisso de transferir o domínio da coisa;
Comprador: tem o compromisso, como principal obrigação, de pagar o preço da coisa. 
· Consensual: resulta do encontro de vontades livremente manifestadas;
· Bilateral: cria direitos em obrigações para ambas as partes, como o direito de executar ou rescindir o contrato se descumprida;
· Sinalagmáticos: uma prestação corresponde à oura;
· Comutativo: envolve coias certas e existentes;
· Oneroso.
	Sujeitos: empresário e não empresário ou dois empresários
	Sujeitos: dois empresários
	Não se inserem na cadeia de fornecimento/circulação de mercadorias formada por fabricante, distribuidora, concessionária e outros, até chegar ao consumidor.
O elo final da cadeia é empresário e consumidor.
	O produto serve para atividade de intermediação e obtenção de mercadorias para revender com lucro; compra e venda de insumos para incorporar em processo produtivo.
	Regime jurídico é o civil
	Regime jurídico empresarial
	Na hipótese de insolvência do comprador, é consequências a execução concursal - art. 495 CC – insolvência jurídica civil do comprador 
	Na hipótese de insolvência do comprador, é consequências a execução concursal, sua falência – art. 119 LF
Compra e venda de imóvel: planejamento estratégico
Por exemplo, redes de postos de combustíveis costumam comprar o imóvel para garantir que aquela bandeira estará naquela região, depois apenas arrendam-no para quem for efetivamente tocar o negocio.
Mesmo que o imóvel seja para ele, tem como destinação o exercício da atividade econômica.
Elementos do contrato
Coisa
Requisito objetivo, a mercadoria. Não precisa ser presente, pode ser coisa futura, o que é comum em contrato rurais, em que um cerialista compra uma safra futura de cereais, possibilitando que o produtor tenha recursos para atuar. É contrato de risco, podendo o valor do produto subir e o produtor perder dinheiro, ou diminuir e o comprador perder dinheiro.
Preço
Prevalece o principio da liberdade de composição do preço, apesar dele poder ser controlado direta ou indiretamente pelo estado em algumas situações.
Pagamento à vista ou à prazo (contraentrega, 15 dias fora o mês, parcelas eriodicas 
Juros remuneratórios....
Condições
Suspensivas ou resolutivas
Reserva de domínio é condição susepensiva.
Alienação fiduciária é condição resolutiva
Serevem para dar maior garantia aos contratantes.
Encargos
O comprador suporta os riscos da tradição da coisa, mas o vendedor suporta os custos da tradição.
Pra possibilidade de resolução prevista no art. 475, é necessária previsão contratual, caso contrário devendo-se buscar a execução do contrato. Se houver a cláusula pode-se buscar a resolução (+ devolução + perdas e danos) ou a execução.
Nos contratos de consumo não é válida clausula de renuncia prevista no art. 448.
Compra e venda de imóvel:
· Ad corpus: com base na descrição da coisa;
· Ad mensurum: com base na medida de extensão ou área determinada – com base na matricula mencionada no contrato – colocar no contrato expressamente que o preço foi definido de acordo com a metragem tal, conforme a matricula, tratando-se de venda ad mensurum.
Geralmente a retrovenda era usada da seguinte forma: Vendedor do imóvel que era devedor simula a venda a credor agiota, com clausula de reserva de domínio, como garantia do pagamento do valor emprestado. É possível, porém, demonstrar isto e desconconstituir o contrato.

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