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3 Quadros da OAB

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QUADROS DA OAB
A OAB é composta por dois grandes quadros: advogados (art. 8º, EOAB) e estagiários (art. 9º).
Advogados
Art. 8º - Para inscrição como advogado é necessário:
I. Capacidade civil: trata-se da capacidade civil plena (atingida aos 18 anos) e presumida (pois, para sua comprovação, basta que a pessoa apresente documento atestando sua idade);
II. Diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada: esse dispositivo deve ser combinado com o art. 23 do RGOAB, segundo o qual, na ausência do diploma, é necessária apresentação da certidão de graduação acompanhada do histórico escolar;
III. Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro: a mulher apresenta apenas o título de eleitor. O estrangeiro não precisa apresentar nenhum dos dois;
IV. Aprovação em Exame de Ordem:
Provimentos são atos normativos expedidos pelo conselho federal com a finalidade de regulamentar determinados temas de forma mais específica. Assim, por exemplo, o inciso IV apenas exige a aprovação no exame de ordem, que é regido pelo Provimento 144/2011.
V. Não exercer atividade incompatível com a advocacia:
É necessário distinguir:
Atividade incompatível
Está relacionado à vida profissional. Suas hipóteses são previstas em rol taxativo no art. 28 do EOAB. São exemplos policiais (militares, federais e civis) e técnicos judiciários. Essas pessoas, embora possam cursar a faculdade de direito e fazer o exame de ordem, não poderão se inscrever na OAB enquanto não se afastarem destas atividades.
Conduta incompatível
Está ligada à vida social/pessoal. A lei traz o requisito da habitualidade para sua configuração. O art. 61, único do EOAB traz alguns exemplos (rol exemplificativo). Nesse caso, a pessoa já está inscrita na OAB, mas a prática habitual desses hábitos pode levar à sua suspensão. O art. 34, XXV, prevê que a conduta incompatível é infração disciplinar, e o art. 37, I, prevê que ela é punida com suspensão. Assim, de acordo com o estatuto, a prática de conduta incompatível não impossibilita a inscrição na OAB, visto que isto não está entre os requisitos do art. 8º. Mas o Regulamento Geral da OAB diz que a conduta incompatível comprovada impede a inscrição.
A depender da situação, se o advogado estiver sofrendo de alcoolismo, por exemplo poderá pedir uma licença para tratamento, não tendo sua inscrição suspensa.
Inidoneidade moral
É presumida, através de uma certidão fornecida pela pessoa. Porém, posteriormente a OAB pode considerá-la moralmente inidônea e será excluída de seus quadros. A inidoneidade também está ligada à vida social e pessoal do advogado, porém, difere da conduta incompatível, pois aqui a situação é mais grave, bastando a prática do ato uma vez. É exemplo o envolvimento do advogado em uma situação de embriaguez que tome grande proporção, de caráter vexatório. Assim, o conceito de inidoneidade é subjetivo, motivo pelo qual, para que o sujeito seja considerado inidôneo, são necessários 2/3 dos votos de todos os membros do conselho competente.
Crime infamante
É aquele que causa má fama. É uma espécie de inidoneidade moral. Nem todos os crimes afetam o advogado profissionalmente. A prática de um homicídio culposo no trânsito, por exemplo, não é relevante para a OAB, mas um homicídio doloso sim. Há entendimento no sentido de que crimes hediondos, mesmo que não praticados no exercício da profissão, tem uma propensão maior a serem infamantes. São exemplos de crimes infamantes praticados no exercício da profissão o desvio de verbas da empresa para a qual o advogado trabalha, especialmente se trabalhar em órgão público, visto que estas situações costumam receber ainda mais notoriedade; o tráfico de drogas para dentro de presídios durante a visita ao cliente. Estas situações passam uma visão negativa da profissão de modo geral, infamando-a.
VI. Idoneidade moral;
VII. Prestar compromisso perante o conselho:
Trata-se do juramento. De acordo com o RGOAB, trata-se de um requisito solene, personalíssimo e, portando, indelegável.
§ 1º - “O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB”.
§ 2º - “O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação [diploma], obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo”. Assim, é preciso revalidar o diploma e cumprir os demais requisitos, inclusive a aprovação no exame de ordem.
O Provimento 91/2000 permite que advogados estrangeiros venham ao país prestar consultoria no direito do seu país, com uma simples autorização da OAB para o funcionamento de seu escritório. Não poderá atuar perante os tribunais brasileiros ou prestar consultoria em direito brasileiro sem seguir o exigido pelo § 2º.
O Provimento 129/2008 permite que advogados de Portugal, inscritos na Ordem dos Advogados Portugueses (OAP) se inscrevam na OAB sem revalidar o diploma e sem prestar exame de ordem. O mesmo pode ser feito pelos inscritos na OAB em Portugal.
§ 3º - “A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar”.
§ 4º - “Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial”.
Estagiários
Art. 9º - Para inscrição como estagiário é necessário:
Preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º (I)
São eles:
· Capacidade civil (I);
· Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro (III);
· Não exercer atividade incompatível com a advocacia (V);
· Idoneidade moral (VI);
· Prestar compromisso perante o conselho (VII).
§ 3º - “O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB”.
Ter sido admitido em estágio profissional de advocacia (II)
Isso se comprova por meio da apresentação de declaração emitida pelo Núcleo de Prática Jurídica da faculdade, escritório credenciado à OAB ou departamento jurídico de empresa que possua convenio com ela.
Estar cursando os últimos 2 anos da faculdade (art. 9º, § 1º) ou ser bacharel em direito (§ 4º)
§ 1º - “O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina”.
§ 4º - “O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem”.
§ 2º - “A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico”.

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