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Prévia do material em texto

Pró-Reitoria Acadêmica 
Escola de Ensino a Distância 
Curso de Pedagogia 
Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
 
 
 
PEDAGOGIA HOSPITALAR: REFLEXÕES SOBRE AS 
PRÁTICAS EDUCATIVAS NO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 
 
 
 
Autor: Renata de Souza Batista 
Orientador: Prof. Antônio Bonanomi Neto 
 
 
 
 
 
Brasília - DF 
2022 
 
1 
 
RENATA DE SOUZA BATISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEDAGOGIA HOSPITALAR: REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS EDUCATIVAS 
NO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 
 
 
 
 
Artigo apresentado ao Curso de Pedagogia 
da Faculdade Estácio de Sá - Polo de 
Taguatinga-Sul-DF, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Licenciado 
em Pedagogia. 
 
Orientador: Prof. Antônio Bonanomi Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília, 
2022 
2 
 
 
 
 
 
 
Artigo de autoria de Renata de Souza Batista, intitulado Pedagogia Hospitalar: 
reflexões sobre as práticas educativas no ambiente hospitalar apresentado como 
requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia, defendido e 
aprovado em / / , pela banca examinadora constituída por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prof. Antônio Bonanomi Neto 
Orientador 
Curso de Pedagogia - Faculdade Estácio de Sá 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2022
3 
 
 
Dedico este trabalho a minha família. 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
 
 
 A Deus, pela minha vida, e por me ajudar a ultrapassar os meus obstáculos 
encontrados ao longo do curso. E a minha família que me incentivou em todo o processo de 
formação durante o curso. 
 Aos docentes, que me ensinaram muito durante esses anos, ao Tutor Orientador 
Antônio Bonanomi Neto pelas correções e ensinamentos que me permitiram apresentar um 
melhor desempenho no meu processo de formação profissional. 
4 
 
 
RENATA DE SOUZA BATISTA 
 
 
Pedagogia Hospitalar: reflexões sobre as práticas educativas no ambiente 
hospitalar 
 
 
- Resumo 
Palavras-chaves: Pedagogia Hospitalar; Práticas Educativas; Reflexões; Ambiente 
Hospitalar. 
 
 
Este trabalho, que aborda a temática da Pedagogia Hospitalar, tem como 
principal objetivo promover a reflexão sobre a atuação da pedagoga junto às crianças 
e adolescentes enfermas. Foi estabelecido como recorte para a presente pesquisa as 
contribuições a leitura não-formal e pedagogia hospitalar em si, desenvolvidos pelo 
profissional de educação podem trazer bem-estar, descontração e também como uma 
forma de dar prosseguimento ao desenvolvimento global, bem como, de resgatar o 
brincar, a ludicidade e a alegria de viver das crianças e adolescentes hospitalizadas. 
Sendo ainda, uma maneira de auxiliar essas crianças e adolescentes 
hospitalizadas a compreender a necessidade das técnicas invasivas utilizadas em 
seu tratamento, contribuindo ainda para a recuperação de sua autoestima e fatores 
que podem inclusive refletir diretamente na melhoria do quadro clínico das 
mesmas. 
A minha vida sempre esteve ligada na área Hospitalar, meu primeiro 
emprego foi em um hospital e após alguns anos me tornei mãe, Deus me deu dois 
filhos que obtive grande aprendizado com eles, um menino com asma grave, deficit 
de atenção (TDA) e deficiência no processamento auditivo (DPAC); e uma menina 
Autista (TEA). Além de tornar mãe e pedagoga sem diploma naquele momento, 
tive a oportunidade de absorver vários outros conhecimentos dentro da pedagogia 
que me ajudou a dar um melhor suporte a eles. Com isso tive o privilégio de 
conhecer a pedagogia no âmbito Hospitalar, e me identifiquei com essa área – 
Pedagogia Hospitalar. 
A cada internação do meu filho havia um Pedagogo Hospitalar 
supervisionando todas as crianças nos quartos, passando umas atividades: como 
por exemplo: cruzadinhas, desenhos para pintar e brincar nos brinquedos da 
brinquedoteca. E minha filha autista foi muito bem instruída pelos pedagogos, por 
5 
 
onde ela já passou. Daí veio crescendo o meu interesse pela Pedagogia, achei lindo 
e gratificante esse trabalho. 
Para tanto, este trabalho adota como metodologia a revisão de literatura, 
reunindo os principais estudiosos da área, como Matos e Mugiatti (2008), 
Libâneo (2010), Ceccim (1997) e Simancas (1990), dentre outros. Como conclusão, a 
Pedagogia Hospitalar em sua evolução, as práticas pedagógicas e abordando as 
características e possibilidades no desenvolvimento do ensino. 
6 
 
 
 
- Objetivo Geral: 
Este trabalho tem como objetivo promover a reflexão sobre a atuação da 
pedagoga no ambiente hospitalar, reconhecendo e valorizando este campo específico 
de atuação para crianças e adolescentes. 
 
- Objetivos Específicos: 
Compreender a pedagogia hospitalar como campo específico de atuação 
profissional; conhecer os principais aspectos profissionais da pedagogia hospitalar; 
refletir sobre a formação inicial e continuada do pedagogo hospitalar; identificar os 
principais desafios da atuação do pedagogo hospitalar. 
 
- Revisão de Literatura: 
 
 
1. Conceituando a Pedagogia Hospitalar 
 
A Pedagogia Hospitalar é uma área com uma ação pedagógica desenvolvida 
fora da ação educacional que assegura os direitos que todos à educação, 
especialmente aqueles que, devido a enfermidade precisam permanecer ausentes da 
escola em virtude de sua hospitalização. (FONTES, 2005). 
A Pedagogia Hospitalar luta pela vida, pela sua qualidade, pela busca de 
novos e específicos conhecimentos junto às equipes especializadas, cujos maiores 
beneficiários serão os enfermos alvo dessa nova empreitada, dentre eles, nossas 
crianças e adolescentes. 
 
Segundo Libâneo (2010): 
 
A pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos, 
métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem 
mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre 
a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo 
tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. (p. 29 e 30) 
7 
 
 
Nesta linha de pensamento, a Pedagogia, perpassa por campos que 
compreendem os elementos da ação educativa e sua contextualização, tais como o 
estudante como sujeito do processo de socialização e aprendizagem. Os agentes de 
formação; as situações concretas em que se dão os processos formativos; o saber 
como objeto de transmissão/assimilação; o contexto sócio institucional das 
instituições (entre elas as escolas e salas de aula). (LIBÂNEO, 2010). 
A Pedagogia tem como principal objetivo a melhoria no processo de 
aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de 
conhecimentos (LIBÂNEO,2010). Do mesmo modo que a ciência social, a pedagogia 
está conectada com os aspectos da comunidade e também com as normas 
educacionais do país. 
Já segundo Simancas(1990) em Pedagogia Hospitalar é, então, um braço da 
Pedagogia, “cujo objeto de estudo e dedicação é a criança hospitalizada”. 
Para CECCIM (1999 p.21), a Pedagogia hospitalar é, antes de tudo, um 
mediador das interações da criança com ambiente hospitalar, ele deve ser 
conhecedor das especificidades da área da educação e noções sobre técnicas 
terapêuticas que fazem parte da enfermaria, como doenças e problemas emocionais 
e tem uma importante função junto ao desenvolvimento, aprendizagem e ao resgate 
à saúde da criança hospitalizada. O conhecimento não está na sala de aula; ele nela 
chega através de: professores, alunos, equipe, comunidade, e, com as trocas nela 
vivenciadas, ele se constrói. 
 
Segundo SIMANCAS (1990), o pedagogo hospitalar 
 
(...) trabalha aspectos essenciais para a formação integral da criança, e no 
ambiente hospitalar, visa contribuir para que a criança enferma possa 
enfrentar a situação de fragilidade associada ao período de internação, 
utilizando o lúdico, o que torna o ambiente de internação pediátrica um 
espaço mais agradável e acolhedor. (SIMANCAS; LORENTE, 1990, p. 35). 
 
A experiência adquirida pela pedagogia, em sua trajetória,permitiu ao 
pedagogo um acervo teórico-prático de ensino e aprendizagem, credenciando-a 
auxiliar a Pedagogia Hospitalar, o que leva a apontar a necessidade da existência de 
demandas por um aperfeiçoamento, como condição de desenvolvimento de uma 
prática educativa competente e comprometida. De acordo com o SIMANCAS (1990), 
8 
 
a pedagogia hospitalar se divide em três modalidades de ensino: a Classe Hospitalar, 
Brinquedoteca e a Recreação Hospitalar. 
 
● Classe Hospitalar – refere-se à escola no ambiente hospitalar, nas 
circunstâncias de internação temporárias ou permanente, garantindo o vínculo com a 
escola favorecendo seu retorno ao seu grupo social escolar correspondente. 
 
● Brinquedoteca – o brincar é muito importante para o desenvolvimento da 
criança e é um direito garantido por lei. É na brinquedoteca que a criança socializa o 
brinquedo e resgata brincadeiras tradicionais. 
 
● Recreação Hospitalar – atividade que oferece a oportunidade de a criança 
brincar, realizar atividades tanto no ambiente interno quanto externo. 
 
Os pedagogos rompem barreiras das salas de aula tradicionais e ocupam 
espaços alternativos de escolarização, nesse caso os hospitais, para esses 
profissionais. Uma das dificuldades é que os cursos de formação de profissionais da 
saúde não consideram o professor como participante da equipe 
hospitalar. (SIMANCAS, 1990) 
A partir da década de 90 os órgãos públicos começaram a inserir a Pedagogia 
Hospitalar nas políticas públicas de educação, especialmente na área de Educação 
Especial. Assim a Pedagogia Hospitalar tem adquirido um papel fundamental dentro 
da educação, pois se institui como modalidade de ensino que tem como proposta 
acompanhar crianças e adolescentes em situações de ausência de escola devido a 
uma doença ou tratamento prolongado no hospital ou em seu domicílio. 
 
Já na perspectiva das autoras MATOS e MUGIATTI (2001), a Pedagogia 
Hospitalar, 
Trata-se da situação de crianças e adolescentes entre idade escolar, 
que submetidas a longos períodos de hospitalização ficam impossibilitados 
de seguir o seu ano letivo escolar, ou daqueles que nem chegam a 
se matricular, pelos mesmos motivos, atingindo a pré-adolescência em 
estado de analfabetismo. (MATOS e MUGGIATI, 2001, p.29). 
 
Assim posto, podemos entender a Pedagogia Hospitalar como uma proposta 
diferenciada da Pedagogia, uma vez que se dá em âmbito hospitalar e que busca 
9 
 
construir conhecimentos sobre esse novo contexto de aprendizagem que possam 
contribuir para o bem estar da criança e do adolescente hospitalizados. 
Para a criança ou adolescente a internação hospitalar significa limitação física 
e intelectual, impedindo sua permanência na escola, em muitos casos por períodos 
longos. É nesse contexto que se instala a função do pedagogo de realizar um trabalho 
interdisciplinar, não perdendo de vista o ser humano, auxiliando na transformação da 
criança e do adolescente hospitalizado em um ser humano ativo, crítico e consciente 
buscando uma sociedade mais humana. (MATOS e MUGIATTI,2001) 
De acordo com Esteves (2008), os primeiros traços da Pedagogia Hospitalar, 
como se conhece hoje, surgiram em 1935 na França, por meio da criação da primeira 
escola para crianças e adolescentes inadaptadas. A instituição foi inaugurada pelo 
então Ministro da Educação, Henri Siellier, com o objetivo de suprir as dificuldades 
escolares de crianças e adolescentes. 
Neste período, a Segunda Guerra Mundial foi um marco decisório para a 
expansão das escolas em hospitais, em razão do grande número de crianças e 
adolescentes atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola fez criar um 
engajamento, sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu 
serviço. (ESTEVES, 2008). 
Já no Brasil, segundo FONSECA, (2003, p, 45) a primeira classe hospitalar 
surgiu em 1950, no Rio de Janeiro, na Escola Hospital Menino Jesus que está em 
funcionamento até os dias atuais. Desde então esse atendimento vem se expandindo, 
mas de forma muito lenta. Existem em nosso país 7.000 hospitais e poucas Classes 
Hospitalares, sendo que esse atendimento atua em hospitais e casas de apoio, sendo 
essa modalidade de atendimento escolar hospitalar e domiciliar uma vertente 
específica da Educação Especial. 
Segundo pesquisa da Revista da Sociedade Brasileira de Enfermeiros e 
Pediatras (2015), o último levantamento realizado, em 2005, sobre o funcionamento 
de classes hospitalares no País, registrava que só 99 hospitais haviam instalado as 
classes hospitalares, assim distribuídas por região: 
10 
 
Ex: 
 
Região Classes Hospitalares 
Norte 7 
Nordeste 10 
Centro-oeste 18 
Sudeste 47 
Sul 17 
Total 99 
 
Fonte: Disponível em: 
http://www.sobep.org.br/revista/component/zine/article/109-classe-hospitalar-direito-da 
criana-ou-dever-da-instituio.html acesso em 30 de maio 2016. 
 
A legislação brasileira reconhece o direito de crianças e jovens hospitalizados 
(CNDCA, 1995) ao atendimento pedagógico-educacional, durante seu período de 
internação. Esta modalidade de atendimento denomina-se classe hospitalar, segundo 
terminologia do MEC/SEESP (1994). Noventa e cinco professores atuam nessa 
modalidade de ensino, atendendo mais de 2.000 crianças/mês na faixa etária entre 0 
e 15 anos de idade. Abre-se, com este estudo, a necessidade de formular propostas 
e aprofundar conhecimentos teóricos e metodológicos, com vistas a, efetivamente, 
atingir o objetivo de dar continuidade aos processos de desenvolvimento psíquico e 
cognitivo das crianças e adolescentes hospitalizados. No Brasil, há 39 classes 
hospitalares distribuídas e em funcionamento em 13 unidades federadas, em sua 
maioria o atendimento pedagógico ocorre com os convênios firmados entre as 
Secretarias de Educação e de Saúde dos Estados. Também há existência de classes 
hospitalares resultantes de iniciativas de entidades filantrópicas e universidades. A 
inexistência de teorias ou estudos desta natureza em território nacional gera, tanto na 
área educacional quanto na de saúde, o desconhecimento desta modalidade de 
ensino e a integralização da atenção de saúde às crianças e aos jovens 
hospitalizados. Embora sejam em número insuficiente, já estão acontecendo e 
justificando sua existência, graças à dedicação e ao profissionalismo de uma equipe 
de idealistas. 
Para compreender a necessidade do profissional da pedagogia em ambiente 
hospitalar é pertinente refletir sobre a definição de saúde, ou da ausência dela. A 
http://www.sobep.org.br/revista/component/zine/article/109-classe-hospitalar-direito-da
11 
 
Organização Mundial da Saúde define a saúde “como um completo bem-estar físico, 
social e mental e não apenas ausência de doenças”. Para Matos e Mugiatti (2001) a 
saúde não é somente bem-estar do indivíduo, mas um conjunto de situações que 
proporcionam uma vida saudável para este indivíduo. 
 
1. Papel do Pedagogo Hospitalar: 
 
Visto que o papel do pedagogo na atuação da Pedagogia Hospitalar 
representa o pilar para colocar em prática o processo de ensino-aprendizagem nesse 
ambiente. Além da valorosa contribuição pedagógica, o professor media e encaminha, 
juntamente com a equipe multidisciplinar, os cuidados sociais e psicológicos para 
crianças e adolescentes hospitalizados. 
O pedagogo dentro do hospital tem uma função relevante para com o paciente 
(aluno), pois é ele que incentiva a criança a querer aprender, mesmo estando fora de 
sua escola habitual, fazendo com que eles se envolvam em atividades pedagógicas e 
se esqueçam da situação vivenciada. Esse profissional acompanha crianças e 
adolescentes no período em que elas estão internadas, atuando na classe hospitalar, 
na brinquedoteca e nos leitos individuais. 
A atuação do pedagogo nos centros de saúde é desenvolver uma proposta 
pedagógica específica para cada aluno, conforme suas necessidades. É o profissional 
que interconecta os saberes acadêmicose experiência numa dinâmica dialética entre 
teoria e prática construindo uma práxis educativa hospitalar no trabalho 
multi/inter/transdisciplinar. 
Dentro da escolarização hospitalar, o papel do educador é fundamental, pois 
ele propicia a criança ou adolescente o regresso à aprendizagem uma vez 
que estaria estagnada, justificada pelo processo de internação. (CECCIM, 
1990). 
 
 
 
A interconexão entre educação e saúde requer trabalho de equipe, de trocas 
de saberes e, principalmente, de planejamentos e avaliações. (CECCIM, 1990). 
A Pedagogia Hospitalar na educação é um processo dinâmico, histórico e de 
transformação, com várias dimensões: social, cultural, política, econômica e ética. 
Também deve ser um processo de construção do conhecimento no qual ocorrem, em 
12 
 
condições de complementaridade, por um lado educando e educadores e por outro os 
problemas sociais e o conhecimento já construído. (Loss 2014, p. 61). 
Segundo Brasil (2002, p. 21) o coordenador responsável pela proposta 
pedagógica “[...] deve conhecer a dinâmica e o funcionamento peculiar dessas 
modalidades, assim como conhecer as técnicas e terapêuticas que dela fazem parte 
ou as rotinas da enfermaria ou dos serviços ambulatoriais e das estruturas de 
assistência social”. 
De acordo com Brasil (2002, p. 22) o professor deverá propor “os 
procedimentos didático-pedagógicos e A Práticas alternativas necessárias ao 
processo ensino-aprendizagem dos alunos, bem como ter disponibilidade para o 
trabalho em equipe e o assessoramento às escolas quanto à inclusão dos 
educandos[...]”. 
A formação do professor, segundo as orientações de Brasil (2002), deverá ter 
ênfase pedagógica preferencialmente em cursos de Pedagogia ou em Educação 
Especial, com o objetivo de compreender as especificações de trabalho no ambiente 
hospitalar. 
O profissional de apoio exerce a função de assistente do professor na classe 
hospitalar, auxiliando na organização do espaço e controlando a frequência dos 
alunos, além de contribuir na higienização dos materiais e do ambiente, e também, no 
acompanhamento diário dos internados. As escolhas desses apoios, mediante Brasil 
(2002), podem ser profissionais de nível médio ou estudantes universitários das áreas 
da saúde e educação. 
 
 
 
O profissional da educação, o professor, o pedagogo, tem esta competência 
e habilidades já bem desenvolvidas. Pois sua ação prática é também de 
forma bem acentuada, voltada para esta preparação em planejamento e 
atuação. Com isso, acredita-se que este é o profissional indicado para este 
tipo de recreação tão necessário também em contextos hospitalares (tão 
necessário também em contextos hospitalares (MATOS; MUGIATTI, 2008, p. 
152). 
 
 
Segundo Mattos e Mugiatti (2001, p, 67), a hospitalização escolarizada se 
constitui num espaço temporal diferenciado. 
Ainda, na Pedagogia Hospitalar, há os atendimentos individuais (leitos), as 
Classes Hospitalares e a Brinquedoteca. Para que isso ocorra, os planejamentos e as 
13 
 
atuações para o espaço hospitalar devem priorizar o atendimento individual (quando 
necessário) e/ou em grupo, seguindo um projeto pedagógico diferenciado e 
relacionado à sua escola de origem. (MATOS e MUGIATTI, 2001). 
Além do trabalho educacional, a atuação do pedagogo no ambiente hospitalar 
abrange a prática de humanização, acontece por meio de variadas atividades lúdicas 
e recreativas como arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, dramatização e a 
continuação dos estudos no hospital e em que as atividades desenvolvidas preservam 
os cuidados emocionais e aguçam a sensibilidade dos profissionais com os 
educandos internados, a fim de proporcionar momentos de aprendizagem com 
humanização, devido às situações adversas vivenciadas por eles. (MATOS; 
MUGIATTI, 2001). 
A escuta pedagógica é outra característica que deve estar presente no 
ambiente hospitalar, sendo exercida pelo pedagogo no processo de ensino- 
aprendizagem e demais desenvolvimentos psicopedagógicos. 
Segundo CECCIM (1997), 
 
O termo escuta provém da psicanálise e diferencia-se da audição. Enquanto 
a audição se refere à apreensão/compreensão de vozes e sons audíveis, a 
escuta se refere à apreensão/compreensão de expectativas e sentidos, 
ouvindo através das palavras as lacunas do que é dito e os silêncios, ouvindo 
expressões e gestos, condutas e posturas. A escuta não se limita ao campo 
da fala ou do falado, [mais do que isso] busca perscrutar os mundos 
interpessoais que constituem nossa subjetividade para cartografar o 
movimento das forças de vida que engendram nossa singularidade (CECCIM, 
1997, p. 31). 
 
 
Por essa atuação do pedagogo no âmbito hospitalar auxilia no gerenciamento 
das necessidades, emoções, aflições e vontades das crianças e adolescente 
internados, a fim de proporcionar uma atenção valorosa ao momento que os 
educandos estão passando, para assim, ajudá-los na progressão do tratamento e da 
aprendizagem. Para tanto, a atuação do pedagogo no âmbito hospitalar vai além dos 
segmentos curriculares, interagindo com diversas características educacionais, 
psicossociais e físicas dos internados, até alcançar o desenvolvimento do processo 
de ensino-aprendizagem. Diante desses aspectos, a humanização; a escuta 
pedagógica que as fazem a diferença no trabalho dos profissionais dessa área. 
14 
 
O papel da educação na formação humana e, especificamente, na formação 
do educador é assim definido por Kant (1985): “O homem somente pode vir a ser 
homem através da educação. Ele não é outra coisa senão o produto de sua educação. 
 
2. Organização do trabalho pedagógico no espaço hospitalar: 
 
A Pedagogia Hospitalar oferece à criança a vivência escolar. O professor, 
neste caso, precisa ter um planejamento estruturado e flexível. Para Ortiz(1999) o 
ambiente pedagógico hospitalar deve ser acolhedor, alegre e aconchegante fazendo 
com que a criança ou adolescente hospitalizados melhorem emocional, mental e 
fisicamente. 
A organização das atividades pedagógicas deve ser criteriosas, flexíveis e 
variadas, o professor deve respeitar a maneira como cada aluno aprende, deve 
favorecer a autoestima e a autonomia, deve estimular a capacidade de resolver 
problemas, todas essas questões mostram se fundamentais para o profissional da 
educação que opte por trabalhar em ambiente hospitalar. 
O professor deve criar um ambiente de confiança e de intimidade com o aluno 
para que a aprendizagem aconteça, pois já é sabido que a aprendizagem é construída 
através de relações de respeito, de apoio, e carinho mútuo, essa relação entre o 
professor e o aluno são fatores determinantes para que o aluno aprenda ou 
não. (MATTOS e MUGIATTI, 2001). 
Farfus (2012, p. 81), complementa que a organização dos espaços educativos 
requer um olhar mais amplo para o processo educacional. Segundo a autora, 
compreende-se que são muito diferentes os espaços onde a atuação do pedagogo é 
necessária, para que seja aplicada a prática pedagógica sistematizada. Assim, para 
os profissionais atuarem em espaços específicos é necessária uma formação 
direcionada. 
 
Segundo Libâneo (2001): 
 
 
Há várias práticas educativas, em muitos lugares e sob variadas 
modalidades, há, por consequência várias Pedagogia: a pedagogia familiar, 
a pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de comunicação etc., e também 
a pedagogia escolar (LIBÂNEO, 2001, p.24). 
15 
 
Diante disso, percebe-se que o pedagogo, pode executar suas práticas 
educativas em espaços alternativos, promovendo uma educação eficaz para aqueles 
que são privados de ir à escola devido a suas enfermidades. Assim, as práticas 
educativas na educação formal compreenderiam instâncias de formação, escolares 
ou não, onde há objetivos educativos explícitos e uma ação intencional 
institucionalizada, estruturada, sistemática” 
 
De acordo com Farfus (2012): 
 
O processo de formação do pedagogo e de profissionais que atuam em 
educaçãorequer, atualmente, o desenvolvimento de novos conhecimentos, 
habilidades e atitudes, para sua atuação seja efetiva. 
 
 
Desta forma, percebe-se que os profissionais da educação devem possuir 
capacidade, para desenvolver e refletir sobre suas ações pedagógicas, bem como de 
poder oferecer uma atuação sustentada pelas necessidades e peculiaridades de cada 
criança e adolescente hospitalizado ou em tratamento de saúde. 
Segundo Aldo Melillo (2005), “É óbvio que os alunos trabalharão e farão mais 
coisas para os professores de quem mais gostam e em quem mais confiam”. 
Todas as crianças hospitalizadas são beneficiadas com o trabalho lúdico da 
brinquedoteca hospitalar, inclusive as que não possuem condições de deixar o leito, 
nestes casos, o pedagogo vai até ela para não a privar desse momento de alegria, 
descontração, que a leva a se desprender momentaneamente da doença. 
No trabalho pedagógico hospitalar é extremamente necessária à 
sensibilização e a afetividade, é fundamental que no trabalho de humanização o 
profissional esteja aberto para: 
 
• Ouvir, aprender com as experiências dos outros; 
• Valorizar o outro como ele é; 
• Primar por valores éticos; 
• Ampliar a autoestima e a autoconfiança sua e do outro; 
• Construir uma relação de afetividades consigo e com o outro. 
16 
 
Segundo CECCIM (1999): 
 
Como atendimento pedagógico-educacional, deve apoiar-se em propostas 
educativo-escolar, e não em propostas de educação lúdica, educação 
recreativa ou de ensino para saúde, nesse sentido diferenciando-se das salas 
de recreação, das brinquedotecas e dos movimentos de humanização 
hospitalar pela alegria ou dos projetos brincar e saúde, facilmente 
encontrados na atualidade, mesmo que o lúdico seja estratégico à pedagogia 
hospitalar. Esse embasamento em uma proposta educativa não torna a 
classe hospitalar uma escola formal, mas implica que possua 
uma regularidade e uma responsabilidade com as aprendizagens formais 
da criança, um atendimento obrigatoriamente inclusivo dos pais e das 
escolas de origem. (p.43) 
 
 
Os ambientes serão projetados com o propósito de favorecer o 
desenvolvimento e a construção do conhecimento para crianças e adolescentes, 
respeitando suas capacidades e necessidades educacionais especiais individuais. 
Para contemplar os estudantes nessas condições, Educação, Saúde e 
sempre que possível a Ação Social, devem caminhar juntas, no propósito de oferecer 
alternativas que viabilizem a continuidade dos estudos dessas crianças e 
adolescentes, até que estejam aptos a retornarem à escola. Neste mesmo documento 
do MEC, encontramos orientações e determinações que ajudam na organização 
desse serviço. São orientações relacionadas ao desenvolvimento de atividades 
pedagógicas, a necessidade de mobiliário adequado, de instalações sanitárias 
próprias, completas, suficientes e adaptadas, além de espaço ao ar livre para 
atividades físicas e ludo pedagógicas. 
 
As aulas funcionam como uma forma de voltar à rotina que tinham antes da 
hospitalização (CECCIM, 1999). As atividades pedagógicas: 
 
● Geram momentos de alegria; 
● Ajudam os alunos a se preocuparem menos com o tratamento 
aumentam a autoestima das crianças e dos adolescentes; 
● Ajudam os estudantes hospitalizados a entenderem sua situação atual a 
colaborarem mais com os pais e profissionais de saúde; 
● Proporcionam segurança aos pais, que veem o filho recebendo cuidados 
pedagógicos; 
17 
 
● Ajudam a manter o equilíbrio emocional e psicológico para os alunos lutarem 
melhor contra a doença; 
● Mantêm os alunos em dia com o conteúdo da sua turma de origem, evitando 
que atrasem os estudos. 
Profissional que realiza os atendimentos pedagógicos com os alunos em uma 
sala especial do hospital, no leito, na brinquedoteca ou na residência da criança ou do 
adolescente afastado por problemas de saúde. 
A classe hospitalar possibilita a compensação de faltas integrando a criança 
doente num novo modo de vida dentro do contexto acolhedor e humanizado, 
mantendo contato com o mundo exterior. 
 
3. Desafios do pedagogo hospitalar 
 
A pedagogia hospitalar é um desafio, ele desenvolve um trabalho solidário 
ajudando pacientes prejudicados na sua escolarização, proporcionando 
conhecimento e qualidade de vida ao paciente. No hospital a criança e o adolescente 
estão longe do seu cotidiano voltado pelos amigos, brincadeiras e escola entrando em 
contato com integrantes do hospital, enfermeiras, médicos além da família, por isso é 
fundamental a atenção do educador, em articular atividades para a aceitação do 
paciente no hospital. (Caiado, 2003) 
A presença dos profissionais da educação “pedagogo” nas instituições 
hospitalares traz um grande avanço para educação e com isso, visa também muitos 
desafios e empecilhos para que este exerça seu papel com conformidade e qualidade 
em seus atendimentos. 
Essa modalidade de ensino em hospitais favorece a continuidade no 
desenvolvimento pedagógico da criança e adolescentes hospitalizados para 
tratamento de saúde. Assim ganhando cada dia mais espaço, sendo que, está se 
tornando uma prioridade, já que saúde e educação são direitos adquiridos, e estão 
respaldados por lei, fornecendo a esses sujeitos o atendimento necessário. 
Seria necessário que houvesse mudanças positivas para que essa 
modalidade tivesse mais qualidade e êxito, uma união de universidades ou hospitais 
ou governantes, assim tudo poderia ser melhor. Um dos primeiros desafios a ser 
enfrentado por esse educador é a pouca oferta de formação continuada já incluso no 
18 
 
curso de formação em pedagogia, onde muitos alunos em formação, nunca nem 
sequer ouviram falar em Pedagogia Hospitalar. (Caiado, 2003) 
É importante destacar que, outro desafio é o tempo e espaço para 
atendimento nos hospitais, pois muitos profissionais ignoram essa necessidade por 
parte do educando, dando prioridade somente para parte clínica e deixando de lado, 
a parte intelectual da criança/adolescente. Esquecendo que ao sair do hospital e 
retornar ao cotidiano normal, este vai estar em atrasos em seu desenvolvimento 
intelectual e social. (Caiado, 2003) 
Em muitas instituições hospitalares não há sequer uma classe hospitalar, local 
adequado para esse atendimento, onde o educador se obriga ao atendimento 
pedagógico nos leitos mesmo, muitas vezes em enfermarias individuais. Tendo o 
atendimento já delicado pelo ambiente, se torna mais improdutivo ainda. 
Os horários de atendimentos para esses estudantes não são específicos, ou 
seja, não possuem um horário fixo, onde às vezes precisa da pausa no meio do 
atendimento para que esse possa ser ministrado um medicamento ou muitas vezes 
esse atendimento precisa ser adiado, deixando para o outro dia, devido ao mal-estar, 
dores e diagnósticos do educando. 
O currículo deve ser previamente elaborado para cada criança/adolescente, 
pois cada um tem uma especificidade, mas, o educador não requer de muito tempo 
para isso, pois a demanda de atendimento é muita, para pouco profissional com 
formação específica. (Caiado, 2003) 
Muitas crianças e adolescentes internados com algum tipo de doença crônica 
requerem tratamentos prolongados e isso requer um tempo maior de internamento, 
podendo passar até anos em um leito de hospital. 
Diante disso, Straub (2005), destaca que: 
 
Uma criança com uma doença crônica fatal apresenta estresse 
especialmente intenso e desafios de e ela enfrentamento para sua família. 
Para a criança, há a dor e medo da quimioterapia, da radiação ou de 
procedimentos cirúrgicos e, é claro, a ameaça de morrer; para os pais, o 
custo emocional de ter uma criança doente ou terminal muitas vezes é o 
suficiente para desencadear sérios sintomas psicológicos e fisiológicos em 
indivíduos que de outra forma seriam saudáveis (STRAUB, 2005, p.535). 
 
 
Mediante os argumentos apresentados, nota-se que o afastamento de 
criança/adolescente por um tempo muito prolongadodo convívio social e de suas 
19 
 
rotinas pode provocar traumas, alterações de humor e conduta. O tratamento de uma 
doença crônica pode causar danos irreversíveis em uma criança, às vezes para a 
família e até para o doente, o melhor a se fazer é o afastamento das atividades 
pedagógicas, não levando em conta o mal que estará causando para seu 
desenvolvimento intelectual. Por isso, é necessário que o pedagogo(a) tenha uma 
formação continuada de qualidade e saiba colocar em prática os aprendizados 
teóricos. (STRAUB, 2005). 
No trabalho com a Pedagogia Hospitalar apresentamos a seguir alguns 
desafios: 
● Relação com sofrimento e morte: Para Zorzo (2004), a situação de morte 
de um paciente exige uma atitude de escuta, envolvimento, senso crítico e 
acolhimento, para o qual o professor muitas vezes não está formado, representando 
limitações para a perspectiva de humanização das práticas em saúde. Deparar-se 
com o sofrimento do outro pode ser uma experiência “humanizadora”, mas esta 
situação de morte vivida pelo pedagogo hospitalar é vista como um momento difícil. 
 
● Relação Pedagogo e família: Segundo Ziraldo (2010), a Pedagogia Hospitalar 
coloca o professor e pedagogo como uma ponte entre os desejos, frustrações, 
ansiedades e medos do hospitalizado com o mundo externo e com suas famílias. As 
intervenções feitas pelo professor naturalmente restituem a autoestima dessas 
crianças fazendo crescer neles vontade de viver. Distante da escola, essa criança não 
se distancia da família, pelo contrário; há uma tendência maior de aproximação entre 
os membros. A relação pedagogo e a família é uma relação importantíssima nesse 
momento da vida do aluno enfermo. 
 
● Ausência de Estrutura Física: Para Cardoso (2012), a estrutura física é um 
aspecto fundamental no trabalho do professor na classe hospitalar. Visto que é 
necessária uma sala de aula adaptada ao ambiente hospitalar para atender crianças 
e adolescentes em internação temporária e permanente, garantindo seu vínculo com 
a escola e ajudando no seu ingresso e até retorno ao seu grupo escolar. Esse espaço 
precisa ser um local organizado e decorado com muita criatividade, com brinquedos 
diversos, para que a criança se sinta estimulada a ficar ali, até mesmo se esquecendo 
de que está em um hospital. Vale ressaltar que existe uma Lei Federal n° 11.104, de 
21/03/2005 que determina a obrigatoriedade de instalação de “Brinquedotecas” nos 
20 
 
hospitais brasileiros. Esta Lei é um avanço, mas não assegura um espaço lúdico nos 
hospitais, conforme constatamos. 
 
● Falta de profissionais qualificados: Em relação à formação segundo Ribeiro 
(2012), para atuar no campo da pedagogia hospitalar o pedagogo precisa ter formação 
específica com alguma especialização na área e, além disso, deve estar disposto a 
enfrentar esse desafio com muita criatividade e dedicação. Infelizmente os cursos de 
Pedagogia enfatizam a formação de professores em espaços escolares, preparando 
os profissionais para atuarem não escolares, como no caso dos hospitais. E a 
formação dos profissionais da saúde, geralmente não enfatiza questões pedagógicas. 
Assim a formação de professores é um grande desafio para a Pedagogia Hospitalar. 
 
● Direito Negado: A pedagogia hospitalar é um direito de todas as crianças 
hospitalizadas, mas isso não se efetiva em todos os hospitais, portanto é um direito 
negado, de certa forma a população. Há uma precariedade no número de classes 
hospitalares com atendimento pedagógico voltado ao paciente/aluno no Brasil. 
(ZORZO, 2004). 
 
● Desvalorização da Pedagogia Hospitalar: Consequentemente faltam 
profissionais preparados para atuar na área e a criança ou adolescente hospitalizada 
fica à mercê apenas dos cuidados médicos deixando de lado o seu processo de 
formação e apropriação de conhecimento. (ZORZO, 2004). 
Destaca-se aqui a dificuldade que os professores de classe hospitalar 
encontram para estabelecer contato com a escola de origem do aluno-paciente e 
revela o desejo de uma maior aproximação entre as duas instituições: hospitalar e a 
escolar. O papel da classe hospitalar nos resgates ao prazer de estudar é mais 
importante para eles, como a melhoria de sua saúde e minimizar o estresse do 
tratamento. Essa prática pedagógica é diferente de uma escola regular, que é 
obrigatória e, muitas vezes, tediosa. 
Sendo assim, embora muitas vivências sejam interrompidas pelo período 
de internação, como contato com os amigos, passeios com a família, vida escolar e, 
demais situações que lhe proporcionem a troca de experiências e a aquisição de 
novos conhecimentos, o trabalho do pedagogo pode contribuir para tornar a estadia 
21 
 
do escolar hospitalizado menos penosa, além de possibilitar que ele permaneça em 
contato com elementos essenciais para a vida em sociedade, como a educação, 
fazendo com que ao regressar ao seu -meio, possa retomar sua vida cotidiana sem 
maiores dificuldades. 
22 
 
- Considerações Finais 
 
 
O pedagogo que desenvolve seu trabalho no ambiente hospitalar tem uma 
importante função na sociedade, por isso deve ter clareza da importância de sua 
atuação nesse espaço que envolve muitos cuidados, responsabilidade e muita 
dedicação, pois os pacientes envolvidos no processo de aprendizagem necessitam 
de muita atenção e compreensão. As crianças e adolescentes que ali 
permanecem precisam de muito apoio tanto físico quanto emocional e o pedagogo 
pode contribuir para que a melhora deste paciente seja satisfatória, propiciando 
momentos de alívio à criança através injeções de ânimo, remédios contra o 
sentimento de abandono e isolamento, infusão de coragem sempre estimulando o 
aluno ao desejo de saber, aprender e recuperar-se. 
Neste contexto pode-se observar que o papel do pedagogo não se reduz só 
em escolarização, há toda uma preocupação em torno da criança hospitalizada 
voltada para a humanização do ser, onde a busca por algo vai além de escolarizar, 
por isso cuidar, acolher, receber e aceitar o ser como ele é, e na condição que ele 
se encontra é de fundamental importância para sua recuperação. 
23 
 
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