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Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Ensino a Distância Curso de Pedagogia Trabalho de Conclusão de Curso PEDAGOGIA HOSPITALAR: REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS EDUCATIVAS NO AMBIENTE HOSPITALAR Autor: Renata de Souza Batista Orientador: Professor Antônio Bonanomi Neto Brasília - DF 2022 RENATA DE SOUZA BATISTA PEDAGOGIA HOSPITALAR: REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS EDUCATIVAS NO AMBIENTE HOSPITALAR Artigo apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade Estácio de Sá - Polo de Taguatinga-Sul- DF, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. Orientador: Professor Antônio Bonanomi Neto Brasília – DF 2022 Artigo de autoria de Renata de Souza Batista, intitulado Pedagogia Hospitalar: reflexões sobre as práticas educativas no ambiente hospitalar apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia, defendido aprovado em / / pela banca examinadora constituída por: Prof. Orientador Antônio Bonanomi Neto Orientador Curso de Pedagogia - Faculdade Estácio de Sá Brasília, 2022 AGRADECIMENTO A Deus, pela minha vida, e por me ajudar a ultrapassar os meus obstáculos encontrados ao longo do curso. E a minha família que me incentivou em todo o processo de formação durante o curso. Aos docentes, que me ensinaram muito durante esses anos, ao Tutor Orientador Antônio Bonanomi Neto pelas correções e ensinamentos que me permitiram apresentar um melhor desempenho no meu processo de formação profissional. RENATA DE SOUZA BATISTA Pedagogia Hospitalar: reflexões sobre as práticas educativas no ambiente hospitalar RESUMO Este trabalho trata da temática da pedagogia hospitalar, que consiste em dar oportunidade educacional às crianças que são internadas no hospital por determinados problemas de saúde, impedindo-as de frequentar as aulas regulares. E como deve ser essa prática pedagógica? Em primeiro lugar, esse tipo de ensino é necessário porque toda criança tem direito à educação mesmo que o acesso seja difícil, como no caso da hospitalização, a mente da criança precisa ser constantemente estimulada para que não se perca, e os alunos como outros colegas, é importante que eles não se sintam diferentes por não estarem diariamente juntos com sua turma da escola. O objetivo deste trabalho é incentivar cada vez mais os educadores a se especializarem na área de Pedagogia Hospitalar e aproveitar a oportunidade para ensinar em um local que costuma assustar as crianças por permanecer em um hospital, mas sempre lembrar disso pelas limitações de todos. A Pedagogia Hospitalar se revela como o ramo da pedagogia que desperta esclarecimentos sobre essas possibilidades de continuidade de estudos fora da escola. Tal possibilidade se assenta na necessidade de incluir os alunos que precisam ausentar-se da escola por um longo espaço de tempo, possibilitando-lhes acessos aos conteúdos e continuidade no processo de desenvolvimento da aprendizagem. Demonstrar afeto e ternura vai além de ensinar. É também uma forma de encorajar e acolher em momentos de dor e sofrimento. Palavras-chaves: Pedagogia Hospitalar. Práticas Educativas. Reflexões. Ambiente Hospitalar. 6 1- INTRODUÇÃO Este trabalho, que aborda a temática da Pedagogia Hospitalar, tem como principal objetivo promover a reflexão sobre a atuação da pedagoga junto às crianças e adolescentes enfermas. Foi estabelecido como recorte para a presente pesquisa as contribuições a leitura não-formal e pedagogia hospitalar em si, desenvolvidos pelo profissional de educação podem trazer bem-estar, descontração e também como uma forma de dar prosseguimento ao desenvolvimento global, bem como, de resgatar o brincar, a ludicidade e a alegria de viver das crianças e adolescentes hospitalizadas. Com base em vários estudos pedagógicos hospitalares, pode-se estabelecer que ele emerge como uma nova área de desenvolvimento educacional, como um tema novo e pouco conhecido na sociedade. Este trabalho trata da forma como crianças e adolescentes aprendem no ambiente escolar, apontando a possibilidade de trabalho que pode ser realizado pela equipe multiprofissional, destacando os desafios que a pedagogia hospitalar enfrenta. O tema e as justificativas do presente estudo permitem formular o seguinte problema de pesquisa: quais desafios se impõem à pedagogia hospitalar para dar prosseguimento ao processo de ensino-aprendizagem de educandos-pacientes? O artigo tem como principal objetivo de analisar o processo de aprendizagem dos educandos em contextos hospitalares, destacando os muitos desafios que o pedagogo enfrenta ao se deparar com um educando que é paciente ao mesmo tempo, o que requer uma nova práxis pedagógica. O objetivo geral deste trabalho é promover a reflexão sobre a atuação da pedagoga no ambiente hospitalar, reconhecendo e valorizando este campo específico de atuação para crianças e adolescentes. O objetivo específico compreender a pedagogia hospitalar como campo específico de atuação profissional; conhecer os principais aspectos profissionais da pedagogia hospitalar; refletir sobre a formação inicial e continuada do pedagogo hospitalar; identificar os principais desafios da atuação do pedagogo hospitalar. Para tanto, este trabalho adota como metodologia a pesquisa bibliográfica por meio da revisão de literatura. 7 Segundo Marconi e Lakatos (2003), […] Método de abordagem: Determinar se a abordagem de pesquisa é qualitativa, quantitativa ou qualificativa; Método de procedimento: Descrever os procedimentos utilizados na etapa de revisão teórica, seleção da população do instrumento de coleta de dados, coleta de dados de si, análise dos dados e elaboração do resumo final;(LAKATOS, E. M. de A.; MARCONI, M. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: atlas, 2003. Gil, a. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1994.) O presente estudo reúne autores clássicos e contemporâneos , reunindo os principais estudiosos da área, como Matos e Mugiatti (2008), Libâneo (2010), Ceccim (1997) e Simancas (1990), entre outros que muito contribuíram para este estudo, proporcionando um maior esclarecimento de como acontece esse processo de continuação de desenvolvimento dos conteúdos, as maiores necessidades pedagógicas desses educandos, como também os principais desafios com que esse ramo da pedagogia se depara para a realização de um bom trabalho que garanta o sucesso do aluno em situação de convalescença. 8 2- DESENVOLVIMENTO 2.1. Conceituando a Pedagogia Hospitalar A Pedagogia Hospitalar é uma área com uma ação pedagógica fora da ação educacional que assegura os direitos que todos à educação, especialmente aqueles que, devido a enfermidade precisam permanecer ausentes da escola em virtude de sua hospitalização. (FONTES, 2005). A Pedagogia Hospitalar luta pela vida, pela sua qualidade, pela busca de novos e específicos conhecimentos junto às equipes especializadas, cujos maiores beneficiários serão os enfermos alvo dessa nova empreitada, dentre eles, nossas crianças e adolescentes. Segundo Libânio (2010): A pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. (p. 29 e 30) Nesta linha de pensamento, a Pedagogia, perpassa por campos que compreendem os elementos da ação educativa e sua contextualização, taiscomo o estudante como sujeito do processo de socialização e aprendizagem. Os agentes de formação; as situações concretas em que se dão os processos formativos; o saber como objeto de transmissão/assimilação; o contexto socio institucional das instituições (entre elas as escolas e salas de aula). (LIBÂNEO, 2010). A Pedagogia tem como principal objetivo a melhoria no processo de aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de conhecimentos (LIBÂNEO,2010). Do mesmo modo que a ciência social, a pedagogia está conectada com os aspectos da comunidade e com as normas educacionais do país. Já segundo Simancas (1990) em Pedagogia Hospitalar é, então, um braço da Pedagogia, “cujo objeto de estudo e dedicação é a criança hospitalizada”. Para CECCIM (1999 p.21), a Pedagogia hospitalar é, antes de tudo, um mediador das interações da criança com ambiente hospitalar, ele deve ser conhecedor das especificidades da área da educação e noções sobre técnicas terapêuticas que fazem 9 parte da enfermaria, como doenças e problemas emocionais e tem uma importante função junto ao desenvolvimento, aprendizagem e ao resgate à saúde da criança hospitalizada. O conhecimento não está na sala de aula; ele nela chega através de: professores, alunos, equipe, comunidade, e, com as trocas nela vivenciadas, ele se constrói. No entendimento de SIMANCAS (1990), o pedagogo hospitalar (...) trabalha aspectos essenciais para a formação integral da criança, e no ambiente hospitalar, visa contribuir para que a criança enferma possa enfrentar a situação de fragilidade associada ao período de internação utilizando o lúdico, o que torna o ambiente de internação pediátrica um espaço mais agradável e acolhedor. (SIMANCAS; LORENTE, 1990, p. 35). A experiência adquirida pela pedagogia, em sua trajetória, permiti ao pedagogo um acervo teórico-prático de ensino e aprendizagem, credenciando-a auxiliar a Pedagogia Hospitalar, o que leva a apontar a necessidade da existência de demandas por um aperfeiçoamento, como condição de desenvolvimento de uma prática educativa competente e comprometida. De acordo com o SIMANCAS (1990): a pedagogia hospitalar se divide em três modalidades de ensino: a Classe Hospitalar, Brinquedoteca e a Recreação Hospitalar. ● Classe Hospitalar – refere-se à escola no ambiente hospitalar, nas circunstâncias de internação temporárias ou permanente, garantindo o vínculo com a escola favorecendo seu retorno ao seu grupo social escolar correspondente. ● Brinquedoteca – o brincar é muito importante para o desenvolvimento da criança e é um direito garantido por lei. É na brinquedoteca que a criança socializa o brinquedo e resgata brincadeiras tradicionais. ● Recreação Hospitalar – atividade que oferece a oportunidade de a criança brincar, realizar atividades tanto no ambiente interno quanto externo. Os pedagogos rompem barreiras das salas de aula tradicionais e ocupam espaços alternativos de escolarização, nesse caso os hospitais, para esses profissionais. Uma das dificuldades é que os cursos de formação de profissionais da saúde não consideram o professor como participante da equipe hospitalar. 10 (SIMANCAS, 1990) A partir da década de 90 os órgãos públicos começaram a inserir a Pedagogia Hospitalar nas políticas públicas de educação, especialmente na área de Educação Especial. Assim a Pedagogia Hospitalar tem adquirido um papel fundamental dentro da educação, pois se institui como modalidade de ensino que tem como proposta acompanhar crianças e adolescentes em situações de ausência de escola devido a uma doença ou tratamento prolongado no hospital ou em seu domicílio. Já na perspetiva das autoras MATOS e MUGIATTI (2001), a Pedagogia Hospitalar, Trata-se da situação de crianças e adolescentes entre idade escolar, que submetidas a longos períodos de hospitalização ficam impossibilitados de seguir o seu ano letivo escolar, ou daqueles que nem chegam a se matricular, pelos mesmos motivos, atingindo a pré-adolescência em estado de analfabetismo. (MATOS e MUGGIATI, 2001, p.29). Assim posto, se pode entender a Pedagogia Hospitalar como uma proposta diferenciada da Pedagogia, uma vez que se dá em âmbito hospitalar e que busca construir conhecimentos sobre esse novo contexto de aprendizagem que possam contribuir para o bem-estar da criança e do adolescente hospitalizados. Para a criança ou adolescente a internação hospitalar significa limitação física e intelectual, impedindo sua permanência na escola, em muitos casos por períodos longos. É nesse contexto que se instala a função do pedagogo de realizar um trabalho interdisciplinar, não perdendo de vista o ser humano, auxiliando na transformação da criança e do adolescente hospitalizado em um ser humano ativo, crítico e consciente buscando uma sociedade mais humana. (MATOS e MUGIATTI,2001). De acordo com Esteves (2008), os primeiros traços da Pedagogia Hospitalar, como se conhece hoje, surgiram em 1935 na França, por meio da criação da primeira escola para crianças e adolescentes inadaptadas. A instituição foi inaugurada pelo então Ministro da Educação, Henri Siellier, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças e adolescentes. Neste período, a Segunda Guerra Mundial foi um marco decisório para a expansão das escolas em hospitais, em razão do grande número de crianças e adolescentes atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola fez criar um engajamento, sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço. (ESTEVES, 2008). 11 Já no Brasil, segundo FONSECA, (2003, p, 45) a primeira classe hospitalar surgiu em 1950, no Rio de Janeiro, na Escola Hospital Menino Jesus que está em funcionamento até os dias atuais. Desde então esse atendimento vem se expandindo, mas de forma muito lenta. Existem em nosso país 7.000 hospitais e poucas Classes Hospitalares, sendo que esse atendimento atua em hospitais e casas de apoio, sendo essa modalidade de atendimento escolar hospitalar e domiciliar uma vertente específica da Educação Especial. Segundo pesquisa da Revista da Sociedade Brasileira de Enfermeiros e Pediatras (2015), o último levantamento realizado, em 2005, sobre o funcionamento de classes hospitalares no País, registrava que só 99 hospitais haviam instalado as classes hospitalares, assim distribuídas por região: Tabela 1- Funcionamento de Classes hospitalares no país Região Classes Hospitalares Norte 7 Nordeste 10 Centro-oeste 18 Sudeste 47 Sul 17 Total 99 Fonte: Disponível em: http://www.sobep.org.br/revista/component/zine/article/109-classe-hospitalar- direito-da criana-ou-dever-da-instituio.html acesso em 30 de maio 2016. A legislação brasileira reconhece o direito de crianças e jovens hospitalizados (CNDCA, 1995) ao atendimento pedagógico-educacional, durante seu período de internação. Esta modalidade de atendimento denomina-se classe hospitalar, segundo terminologia do MEC/SEESP (1994). Noventa e cinco professores atuam nessa modalidade de ensino, atendendo mais de 2.000 crianças/mês na faixa etária entre 0 e 15 anos de idade. Abre-se, com este estudo, a necessidade de formular propostas e aprofundar conhecimentos teóricos e metodológicos, com vistas a, efetivamente, http://www.sobep.org.br/revista/component/zine/article/109-classe-hospitalar- 12 atingir o objetivo de dar continuidade aos processos de desenvolvimento psíquico e cognitivo das crianças e adolescentes hospitalizados. No Brasil, há 39 classes hospitalares distribuídas e em funcionamento em 13 unidades federadas, em sua maioria o atendimento pedagógico ocorre com os convênios firmados entre as Secretarias de Educação e de Saúde dos Estados. Também há existência de classes hospitalares resultantes de iniciativas de entidades filantrópicas e universidades. Ainexistência de teorias ou estudos desta natureza em território nacional gera, tanto na área educacional quanto na de saúde, o desconhecimento desta modalidade de ensino e a integralização da atenção de saúde às crianças e aos jovens hospitalizados. Embora sejam em número insuficiente, já estão acontecendo e justificando sua existência, graças à dedicação e ao profissionalismo de uma equipe de idealistas. Para compreender a necessidade do profissional da pedagogia em ambiente hospitalar é pertinente refletir sobre a definição de saúde, ou da ausência dela. A Organização Mundial da Saúde define a saúde “como um completo bem-estar físico, social e mental e não apenas ausência de doenças”. Para Matos e Mugiatti (2001) a saúde não é somente bem-estar do indivíduo, mas um conjunto de situações que proporcionam uma vida saudável para este indivíduo. 2.2. Papel do Pedagogo Hospitalar: Visto que o papel do pedagogo na atuação da Pedagogia Hospitalar representa o pilar para colocar em prática o processo de ensino-aprendizagem nesse ambiente. Além da valorosa contribuição pedagógica, o professor media e encaminha, juntamente com a equipe multidisciplinar, os cuidados sociais e psicológicos para crianças e adolescentes hospitalizados. O pedagogo dentro do hospital tem uma função relevante para com o paciente (aluno), pois é ele que incentiva a criança a querer aprender, mesmo estando fora de sua escola habitual, fazendo com que eles se envolvam em atividades pedagógicas e se esqueçam da situação vivenciada. Esse profissional acompanha crianças e adolescentes no período em que elas estão internadas, atuando na classe hospitalar, na brinquedoteca e nos leitos individuais. A atuação do pedagogo nos centros de saúde é desenvolver uma proposta 13 pedagógica específica para cada aluno, conforme suas necessidades. É o profissional que interconecta os saberes acadêmicos e experiência numa dinâmica dialética entre teoria e prática construindo uma práxis educativa hospitalar no trabalho multi/inter/transdisciplinar. Dentro da escolarização hospitalar, o papel do educador é fundamental, pois ele propicia a criança ou adolescente o regresso à aprendizagem uma vez que estaria estagnada, justificada pelo processo de internação. (CECCIM, 1990). A interconexão entre educação e saúde requer trabalho de equipe, de trocas de saberes e, principalmente, de planejamentos e avaliações. (CECCIM, 1990). A Pedagogia Hospitalar na educação é um processo dinâmico, histórico e de transformação, com várias dimensões: social, cultural, política, econômica e ética. Também deve ser um processo de construção do conhecimento no qual ocorrem, em condições de complementaridade, por um lado educando e educadores e por outro os problemas sociais e o conhecimento já construído. (Loss 2014, p. 61). Segundo Brasil (2002, p. 21) o coordenador responsável pela proposta pedagógica “[...] deve conhecer a dinâmica e o funcionamento peculiar dessas modalidades, assim como conhecer as técnicas e terapêuticas que dela fazem parte ou as rotinas da enfermaria ou dos serviços ambulatoriais e das estruturas de assistência social”. De acordo com Brasil (2002, p. 22) o professor deverá propor “os procedimentos didático-pedagógicos e A Práticas alternativas necessárias ao processo ensino-aprendizagem dos alunos, bem como ter disponibilidade para o trabalho em equipe e o assessoramento às escolas quanto à inclusão dos educandos[...]”. A formação do professor, segundo as orientações de Brasil (2002), deverá ter ênfase pedagógica preferencialmente em cursos de Pedagogia ou em Educação Especial, com o objetivo de compreender as especificações de trabalho no ambiente hospitalar. O profissional de apoio exerce a função de assistente do professor na classe hospitalar, auxiliando na organização do espaço e controlando a frequência dos alunos, além de contribuir na higienização dos materiais e do ambiente, e também, no acompanhamento diário dos internados. As escolhas desses apoios, mediante Brasil (2002), podem ser profissionais de nível médio ou estudantes universitários das áreas 14 da saúde e educação. O profissional da educação, o professor, o pedagogo, tem esta competência e habilidades já bem desenvolvidas. Pois sua ação prática é também de forma bem acentuada, voltada para esta preparação em planejamento e atuação. Com isso, acredita-se que este é o profissional indicado para este tipo de recreação tão necessário também em contextos hospitalares (tão necessário também em contextos hospitalares (MATOS; MUGIATTI, 2008, p. 152). Segundo Mattos e Mugiatti (2001, p, 67), a hospitalização escolarizada se constitui num espaço temporal diferenciado. Ainda, na Pedagogia Hospitalar, há os atendimentos individuais (leitos), as Classes Hospitalares e a Brinquedoteca. Para que isso ocorra, os planejamentos e as atuações para o espaço hospitalar devem priorizar o atendimento individual (quando necessário) e/ou em grupo, seguindo um projeto pedagógico diferenciado e relacionado à sua escola de origem. (MATOS e MUGIATTI, 2001). Além do trabalho educacional, a atuação do pedagogo no ambiente hospitalar abrange a prática de humanização, acontece por meio de variadas atividades lúdicas e recreativas como arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, dramatização e a continuação dos estudos no hospital e em que as atividades desenvolvidas preservam os cuidados emocionais e aguçam a sensibilidade dos profissionais com os educandos internados, a fim de proporcionar momentos de aprendizagem com humanização, devido às situações adversas vivenciadas por eles. (MATOS; MUGIATTI, 2001). A escuta pedagógica é outra característica que deve estar presente no ambiente hospitalar, sendo exercida pelo pedagogo no processo de ensino aprendizagem e demais desenvolvimentos psicopedagógicos. Segundo CECCIM (1997), O termo escuta provém da psicanálise e diferencia-se da audição. Enquanto a audição se refere à apreensão/compreensão de vozes e sons audíveis, a escuta se refere à apreensão/compreensão de expectativas e sentidos, ouvindo através das palavras as lacunas do que é dito e os silêncios, ouvindo expressões e gestos, condutas e posturas. A escuta não se limita ao campo da fala ou do falado, [mais do que isso] busca analisar os mundos interpessoais que constituem nossa subjetividade para cartografar o movimento das forças de vida que engendram nossa singularidade (CECCIM, 1997, p. 31). 15 Por essa atuação do pedagogo no âmbito hospitalar auxilia no gerenciamento das necessidades, emoções, aflições e vontades das crianças e adolescente internados, a fim de proporcionar uma atenção valorosa ao momento que os educandos estão passando, para assim, ajudá-los na progressão do tratamento e da aprendizagem. Para tanto, a atuação do pedagogo no âmbito hospitalar vai além dos segmentos curriculares, interagindo com diversas características educacionais, psicossociais e físicas dos internados, até alcançar o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Diante desses aspectos, a humanização; a escuta pedagógica que as fazem a diferença no trabalho dos profissionais dessa área. O papel da educação na formação humana e, especificamente, na formação do educador é assim definido por Kant (1985): “O homem somente pode vir a ser homem através da educação. Ele não é outra coisa senão o produto de sua educação. 2.3. Organização do trabalho pedagógico no espaço hospitalar: A Pedagogia Hospitalar oferece à criança a vivência escolar. O professor, neste caso, precisa ter um planejamento estruturado e flexível. Para Ortiz (1999) o ambiente pedagógico hospitalar deve ser acolhedor, alegre e aconchegante fazendo com que a criança ou adolescente hospitalizados melhorem emocional, mental e fisicamente. A organização das atividades pedagógicasdeve ser criteriosas, flexíveis e variadas, o professor deve respeitar a maneira como cada aluno aprende, deve favorecer a autoestima e a autonomia, deve estimular a capacidade de resolver problemas, todas essas questões mostram se fundamentais para o profissional da educação que opte por trabalhar em ambiente hospitalar. O professor deve criar um ambiente de confiança e de intimidade com o aluno para que a aprendizagem aconteça, pois já é sabido que a aprendizagem é construída através de relações de respeito, de apoio, e carinho mútuo, essa relação entre o professor e o aluno são fatores determinantes para que o aluno aprenda ou não. (MATTOS e MUGIATTI, 2001). Farfus (2012, p. 81), complementa que a organização dos espaços educativos requer um olhar mais amplo para o processo educacional. Segundo a autora, compreende- se que são muito diferentes os espaços onde a atuação do pedagogo é necessária, para que seja aplicada a prática pedagógica sistematizada. 16 Assim, para os profissionais atuarem em espaços específicos é necessária uma formação direcionada. Segundo Libâneo (2001): Há várias práticas educativas, em muitos lugares e sob variadas modalidades, há, por consequência várias Pedagogia: a pedagogia familiar, a pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de comunicação etc., e a pedagogia escolar (LIBÂNEO, 2001, p.24). Diante disso, percebe-se que o pedagogo, pode executar suas práticas educativas em espaços alternativos, promovendo uma educação eficaz para aqueles que são privados de ir à escola devido a suas enfermidades. Assim, as práticas educativas na educação formal compreenderiam instâncias de formação, escolares ou não, onde há objetivos educativos explícitos e uma ação intencional institucionalizada, estruturada, sistemática” De acordo com Farfus (2012): O processo de formação do pedagogo e de profissionais que atuam em educação requer, atualmente, o desenvolvimento de novos conhecimentos, habilidades e atitudes, para sua atuação seja efetiva. Desta forma, percebe-se que os profissionais da educação devem possuir capacidade, para desenvolver e refletir sobre suas ações pedagógicas, bem como de poder oferecer uma atuação sustentada pelas necessidades e peculiaridades de cada criança e adolescente hospitalizado ou em tratamento de saúde. Segundo Aldo Melillo (2005), “É óbvio que os alunos trabalharão e farão mais coisas para os professores de quem mais gostam e em quem mais confiam”. Todas as crianças hospitalizadas são beneficiadas com o trabalho lúdico da brinquedoteca hospitalar, inclusive as que não possuem condições de deixar o leito, nestes casos, o pedagogo vai até ela para não a privar desse momento de alegria, descontração, que a leva a se desprender momentaneamente da doença. No trabalho pedagógico hospitalar é extremamente necessária à sensibilização e a afetividade, é fundamental que no trabalho de humanização o profissional esteja aberto para: • Ouvir, aprender com as experiências dos outros; • Valorizar o outro como ele é; • Primar por valores éticos; 17 • Ampliar a autoestima e a autoconfiança sua e do outro; • Construir uma relação de afetividades consigo e com o outro. Segundo CECCIM (1999): Como atendimento pedagógico-educacional, deve apoiar-se em propostas educativo-escolar, e não em propostas de educação lúdica, educação recreativa ou de ensino para saúde, nesse sentido diferenciando-se das salas de recreação, das brinquedotecas e dos movimentos de humanização hospitalar pela alegria ou dos projetos brincar e saúde, facilmente encontrados na atualidade, mesmo que o lúdico seja estratégico à pedagogia hospitalar. Esse embasamento em uma proposta educativa não torna a classe hospitalar uma escola formal, mas implica que possua uma regularidade e uma responsabilidade com as aprendizagens formais da criança, um atendimento obrigatoriamente inclusivo dos pais e das escolas de origem. (p.43) Os ambientes serão projetados com o propósito de favorecer o desenvolvimento e a construção do conhecimento para crianças e adolescentes, respeitando suas capacidades e necessidades educacionais especiais individuais. Para contemplar os estudantes nessas condições, Educação, Saúde e sempre que possível a Ação Social, devem caminhar juntas, no propósito de oferecer alternativas que viabilizem a continuidade dos estudos dessas crianças e adolescentes, até que estejam aptos a retornarem à escola. Neste mesmo documento do MEC, encontramos orientações e determinações que ajudam na organização desse serviço. São orientações relacionadas ao desenvolvimento de atividades pedagógicas, a necessidade de mobiliário adequado, de instalações sanitárias próprias, completas, suficientes e adaptadas, além de espaço ao ar livre para atividades físicas e ludo pedagógicas. As aulas funcionam como uma forma de voltar à rotina que tinham antes da hospitalização (CECCIM, 1999). As atividades pedagógicas: • Geram momentos de alegria; • Ajudam os alunos a se preocuparem menos com tratamento aumentam a autoestima das crianças e dos adolescentes; • Ajudam os estudantes hospitalizados a entenderem sua situação atual a colaborarem mais com os pais e profissionais de saúde; • Proporcionam segurança aos pais, que veem o filho recebendo cuidados 18 • pedagógicos; • Ajudam a manter o equilíbrio emocional e psicológico para os alunos lutarem melhor contra a doença; • Mantêm os alunos em dia com o conteúdo da sua turma de origem, evitando que atrasem os estudos. Profissional que realiza os atendimentos pedagógicos com os alunos em uma sala especial do hospital, no leito, na brinquedoteca ou na residência da criança ou do adolescente afastado por problemas de saúde. A classe hospitalar possibilita a compensação de faltas integrando a criança doente num novo modo de vida dentro do contexto acolhedor e humanizado, mantendo contato com o mundo exterior. 2.4. Desafios do pedagogo hospitalar A pedagogia hospitalar é um desafio, ele desenvolve um trabalho solidário ajudando pacientes prejudicados na sua escolarização, proporcionando conhecimento e qualidade de vida ao paciente. No hospital a criança e o adolescente estão longe do seu cotidiano voltado pelos amigos, brincadeiras e escola entrando em contato com integrantes do hospital, enfermeiras, médicos além da família, por isso é fundamental a atenção do educador, em articular atividades para a aceitação do paciente no hospital. (Caiado, 2003) A presença dos profissionais da educação “pedagogo” nas instituições hospitalares traz um grande avanço para educação e com isso, visa também muitos desafios e empecilhos para que este exerça seu papel com conformidade e qualidade em seus atendimentos. Essa modalidade de ensino em hospitais favorece a continuidade no desenvolvimento pedagógico da criança e adolescentes hospitalizados para tratamento de saúde. Assim ganhando cada dia mais espaço, sendo que, está se tornando uma prioridade, já que saúde e educação são direitos adquiridos, e estão respaldados por lei, fornecendo a esses sujeitos o atendimento necessário. Seria necessário que houvesse mudanças positivas para que essa modalidade tivesse mais qualidade e êxito, uma união de universidades ou hospitais ou governantes, assim tudo poderia ser melhor. Um dos primeiros desafios a ser 19 enfrentado por esse educador é a pouca oferta de formação continuada já incluso no curso de formação em pedagogia, onde muitos alunos em formação, nunca nem sequer ouviram falar em Pedagogia Hospitalar. (Caiado, 2003) É importante destacar que, outro desafio é o tempo e espaço para atendimento nos hospitais, pois muitos profissionais ignoram essa necessidade por parte do educando, dando prioridade somente para parte clínica e deixando de lado, a parte intelectual da criança/adolescente.Esquecendo que ao sair do hospital e retornar ao cotidiano normal, este vai estar em atrasos em seu desenvolvimento intelectual e social. (Caiado, 2003) Em muitas instituições hospitalares não há sequer uma classe hospitalar, local adequado para esse atendimento, onde o educador se obriga ao atendimento pedagógico nos leitos mesmo, muitas vezes em enfermarias individuais. Tendo o atendimento já delicado pelo ambiente, se torna mais improdutivo ainda. Os horários de atendimentos para esses estudantes não são específicos, ou seja, não possuem um horário fixo, onde às vezes precisa da pausa no meio do atendimento para que esse possa ser ministrado um medicamento ou muitas vezes esse atendimento precisa ser adiado, deixando para o outro dia, devido ao mal-estar, dores e diagnósticos do educando. O currículo deve ser previamente elaborado para cada criança/adolescente, pois cada um tem uma especificidade, mas, o educador não requer de muito tempo para isso, pois a demanda de atendimento é muita, para pouco profissional com formação específica. (Caiado, 2003) Muitas crianças e adolescentes internados com algum tipo de doença crônica requerem tratamentos prolongados e isso requer um tempo maior de internamento, podendo passar até anos em um leito de hospital. Diante disso, Straub (2005), destaca que: Uma criança com uma doença crônica fatal apresenta estresse especialmente intenso e desafios de e ela enfrentamento para sua família. Para a criança, há a dor e medo da quimioterapia, da radiação ou de procedimentos cirúrgicos e, é claro, a ameaça de morrer; para os pais, o custo emocional de ter uma criança doente ou terminal muitas vezes é o suficiente para desencadear sérios sintomas psicológicos e fisiológicos em indivíduos que de outra forma seriam saudáveis (STRAUB, 2005, p.535). Mediante os argumentos apresentados, nota-se que o afastamento de criança/adolescente por um tempo muito prolongado do convívio social e de suas 20 rotinas pode provocar traumas, alterações de humor e conduta. O tratamento de uma doença crônica pode causar danos irreversíveis em uma criança, às vezes para a família e até para o doente, o melhor a se fazer é o afastamento das atividades pedagógicas, não levando em conta o mal que causará para seu desenvolvimento intelectual. Por isso, é necessário que o pedagogo(a) tenha uma formação continuada de qualidade e saiba colocar em prática os aprendizados teóricos. (STRAUB, 2005). No trabalho com a Pedagogia Hospitalar apresentamos a seguir alguns desafios: ● Relação com sofrimento e morte: Para Zorzo (2004), a situação de morte de um paciente exige uma atitude de escuta, envolvimento, senso crítico e acolhimento, para o qual o professor muitas vezes não está formado, representando limitações para a perspectiva de humanização das práticas em saúde. Deparar-se com o sofrimento do outro pode ser uma experiência “humanizadora”, mas esta situação de morte vivida pelo pedagogo hospitalar é vista como um momento difícil. ● Relação Pedagogo e família: Segundo Ziraldo (2010), a Pedagogia Hospitalar coloca o professor e pedagogo como uma ponte entre os desejos, frustrações, ansiedades e medos do hospitalizado com o mundo externo e com suas famílias. As intervenções feitas pelo professor naturalmente restituem a autoestima dessas crianças fazendo crescer neles vontade de viver. Distante da escola, essa criança não se distancia da família, pelo contrário; há uma tendência maior de aproximação entre os membros. A relação pedagogo e a família é uma relação importantíssima nesse momento da vida do aluno enfermo. ● Ausência de Estrutura Física: Para Cardoso (2012), a estrutura física é um aspecto fundamental no trabalho do professor na classe hospitalar. Visto que é necessária uma sala de aula adaptada ao ambiente hospitalar para atender crianças e adolescentes em internação temporária e permanente, garantindo seu vínculo com a escola e ajudando no seu ingresso e até retorno ao seu grupo escolar. Esse espaço precisa ser um local organizado e decorado com muita criatividade, com brinquedos diversos, para que a criança se sinta estimulada a ficar ali, até mesmo se esquecendo 21 de que está em um hospital. Vale ressaltar que existe uma Lei Federal n° 11.104, de 21/03/2005 que determina a obrigatoriedade de instalação de “Brinquedotecas” nos hospitais brasileiros. Esta Lei é um avanço, mas não assegura um espaço lúdico nos hospitais, conforme constatamos. ● Falta de profissionais qualificados: Em relação à formação segundo Ribeiro (2012), para atuar no campo da pedagogia hospitalar o pedagogo precisa ter formação específica com alguma especialização na área e, além disso, deve estar disposto a enfrentar esse desafio com muita criatividade e dedicação. Infelizmente os cursos de Pedagogia enfatizam a formação de professores em espaços escolares, preparando os profissionais para atuarem não escolares, como no caso dos hospitais. E a formação dos profissionais da saúde, geralmente não enfatiza questões pedagógicas. Assim a formação de professores é um grande desafio para a Pedagogia Hospitalar. ● Direito Negado: A pedagogia hospitalar é um direito de todas as crianças hospitalizadas, mas isso não se efetiva em todos os hospitais, portanto é um direito negado, de certa forma a população. Há uma precariedade no número de classes hospitalares com atendimento pedagógico voltado ao paciente/aluno no Brasil. (ZORZO, 2004). ● Desvalorização da Pedagogia Hospitalar: Consequentemente faltam profissionais preparados para atuar na área e a criança ou adolescente hospitalizada fica à mercê apenas dos cuidados médicos deixando de lado o seu processo de formação e apropriação de conhecimento. (ZORZO, 2004). Destaca-se aqui a dificuldade que os professores de classe hospitalar encontram para estabelecer contato com a escola de origem do aluno-paciente e revela o desejo de uma maior aproximação entre as duas instituições: hospitalar e a escolar. O papel da classe hospitalar nos resgates ao prazer de estudar é mais importante para eles, como a melhoria de sua saúde e minimizar o estresse do tratamento. Essa prática pedagógica é diferente de uma escola regular, que é obrigatória e, muitas vezes, tediosa. Sendo assim, embora muitas vivências sejam interrompidas 22 pelo período de internação, como contato com os amigos, passeios com a família, vida escolar e, demais situações que lhe proporcionem a troca de experiências e a aquisição de novos conhecimentos, o trabalho do pedagogo pode contribuir para tornar a estadia do escolar hospitalizado menos penosa, além de possibilitar que ele permaneça em contato com elementos essenciais para a vida em sociedade, como a educação, fazendo com que ao regressar ao seu -meio, possa retomar sua vida cotidiana sem maiores dificuldades. 23 3- CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo empenha-se em apresentar estudos de caso em uma variedade de contextos educacionais. Enfatiza a importância da educação na vida das pessoas na criação de uma nova situação socioeconômica e cultural conhecida como globalização. O pedagogo que desenvolve seu trabalho no ambiente hospitalar tem uma importante função na sociedade, por isso deve ter clareza da importância de sua atuação nesse espaço que envolve muitos cuidados, responsabilidade e muita dedicação, pois os pacientes envolvidos no processo de aprendizagem necessitam de muita atenção e compreensão. As crianças e adolescentes que ali permanecem precisam de muito apoio tanto físico quanto emocional e o pedagogo pode contribuir para que a melhora deste paciente seja satisfatória, propiciando momentos de alívio à criança através injeções de ânimo, remédios contra o sentimento de abandono e isolamento, infusão de coragem sempre estimulando o aluno ao desejo de saber, aprender erecuperar-se. Neste contexto pode-se observar que o papel do pedagogo não se reduz só em escolarização, há toda uma preocupação em torno da criança hospitalizada voltada para a humanização do ser, onde a busca por algo vai além de escolarizar, por isso cuidar, acolher, receber e aceitar o ser como ele é, e na condição que ele se encontra é de fundamental importância para sua recuperação. Ao final, são propostas formas de trabalho pedagógico dentro das salas de aula do hospital para que haja uma integração dessas crianças e adolescentes que tiveram que se ausentar da sala de aula, mas que ainda estão ali para proporcionar uma educação de qualidade por meio da mediação do professor, enfatizando e sempre respeitando o momento delicado da saúde principalmente de cada aluno. É necessário explorar e expandir esse importante tema para os alunos carentes, que pode mudar a vida dos alunos e dos indivíduos. 24 REFERÊNCIAS A Educação para além da escolarização. 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