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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
INTRODUÇÃO À 
BIBLIOTECONOMIA
Olá! Meu nome é Aline Brito. Sou graduada em Biblioteconomia e Ciência 
da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mestre 
em Engenharia de Produção com ênfase em informação estratégica e 
empresarial pela Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo 
(USP). Doutora em Ciência, Tecnologia e Sociedade com ênfase em 
Informação Científica e Tecnológica também pela UFSCar. Atualmente, sou 
coordenadora, professora e tutora do curso de Biblioteconomia (EaD) do 
Claretiano. Minha formação e experiências profissionais sempre estiveram 
ligadas ao ensino e à pesquisa na área de Biblioteconomia e Ciência da 
Informação, além da atuação como bibliotecária no Sesi-SP. 
E-mail: aline.brito@claretiano.edu.br
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
claretiano.edu.br/batatais
Aline Grasiele Cardoso de Brito
Batatais
Claretiano
2018
INTRODUÇÃO À 
BIBLIOTECONOMIA
© Ação Educacional Claretiana, 2017 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia 
Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori 
Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia 
Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo 
Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa 
Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 020 B875i 
 
 Brito, Aline Grasiele Cardoso de 
 Introdução à Biblioteconomia / Aline Grasiele Cardoso de Brito – Batatais, SP : Claretiano, 
 2018. 
 122 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-549-2 
 
 1. Biblioteconomia. 2. Ciência da Informação. 3. Bibliotecário. 4. Unidades de informação. 
 5. Profissional da informação. 6. Informação. 7. Conhecimento. I. Introdução à Biblioteconomia. 
 
 
 
 
 
 CDD 020 
 
 
 
 
 
 
 
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Introdução à Biblioteconomia
Versão: fev./2018
Formato: 15x21 cm
Páginas: 122 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 14
4. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 15
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 16
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 19
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 19
2.1. ORIGENS DO CONHECIMENTO EM BIBLIOTECONOMIA ...................... 19
2.2. AS CORRENTES DO PENSAMENTO FILOSÓFICO EM 
BIBLIOTECONOMIA .................................................................................. 23
2.3. A BIBLIOTECONOMIA E A DOCUMENTAÇÃO ........................................ 29
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 32
3.4. EPISTEMOLOGIA ..................................................................................... 32
3.5. CONHECIMENTO EM BIBLIOTECONOMIA ............................................. 33
3.6. PENSAMENTOS EM BIBLIOTECONOMIA ............................................... 34
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 34
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 36
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 37
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 38
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 41
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 41
2.1. O CAMPO CIENTÍFICO EM BIBLIOTECONOMIA .................................... 41
2.2. ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO ............... 49
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 63
3.1. BIBLIOTECÁRIO ........................................................................................ 63
3.2. BIBLIOTECA ESCOLAR ............................................................................. 64
3.3. BIBLIOTECÁRIO GESTOR ......................................................................... 64
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 65
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 67
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 68
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 68
UNIDADE 3 – INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 71
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 71
2.1. INFORMAÇÃO .......................................................................................... 71
2.2. A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E SEUS PARADIGMAS ............................. 74
2.3. A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO .................................................................. 79
2.4. MUSEOLOGIA E ARQUIVOLOGIA NO BRASIL ........................................ 81
3. 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ........................................................... 86
3.1. PARADIGMA ............................................................................................. 86
3.2. CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO ..................................................................... 87
3.3. ARQUIVOLOGIA E MUSEOLOGIA ........................................................... 884. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .................................................................. 89
5. 5. CONSIDERAÇÕES ........................................................................................ 91
6. 6. E-REFERÊNCIAS ........................................................................................... 91
7. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 92
UNIDADE 4 – PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS NO BRASIL E NO MUNDO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 97
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 97
2.1. CONSELHOS, ASSOCIAÇÕES E SINDICATOS DA CLASSE ....................... 98
2.2. IDENTIDADE PROFISSIONAL DO BIBLIOTECÁRIO E SEU CAMPO DE 
ATUAÇÃO .................................................................................................. 105
2.3. A ÉTICA DO BIBLIOTECÁRIO ................................................................... 108
2.4. TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS DA BIBLIOTECONOMIA NO BRASIL E NO 
MUNDO..................................................................................................... 111
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 115
3.1. LEGISLAÇÃO DE BIBLIOTECOMONIA ..................................................... 115
3.2. ÉTICA PROFISSIONAL .............................................................................. 116
3.3. RUMOS DA BIBLIOTECONOMIA ............................................................. 116
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 117
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 119
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 119
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 121
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 121
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo 
Apresentação dos elementos fundamentais da 
biblioteconomia no que se refere aos seus pressupostos 
filosóficos e epistemológicos. A construção sócio-histórica da 
biblioteconomia como campo científico e profissional. Introdução 
às teorias e ao pensamento sobre a ciência da Informação. 
Evolução da biblioteconomia e sua relação com áreas afins: 
arquivologia, museologia. Perspectivas e tendências no Brasil e 
no mundo. Introdução à Sociologia das profissões: identidade 
profissional do bibliotecário e seu campo de atuação. 
Bibliografia Básica
BRIQUET DE LEMOS, A. A. De bibliotecas e biblioteconomias: percursos. Brasília: 
Briquet de Lemos, 2015.
OLIVEIRA, M. (Org.). Ciência da informação e Biblioteconomia: novos conteúdos 
espaços de atuação. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2005.
SILVA, F. C. C. Bibliotecários especialistas. Brasília: Thesaurus, 2005.
8 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Bibliografia Complementar
BORGES, M. A. G. O profissional da informação: somatório de formações, competências 
e habilidades. In: BAPTISTA, S. G.; MUELLER, S. P. M. Profissional da informação: o 
espaço de trabalho. Brasília: Thesaurus, 2004. p. 55-69.
FONSECA, E. N. Introdução à Biblioteconomia. Brasília: Briquet de Lemos, 2007. 
RANGANATHAN, S. R. Cinco leis da Biblioteconomia. Brasília: Briquet de Lemos, 2009.
RUSSO, M. Fundamentos de Biblioteconomia e ciência da informação. Rio de Janeiro: 
E-Papers, 2010. (Coleção Biblioteconomia e gestão de unidades de informação, Série 
didáticos, v. 1)
VIEIRA, R. Introdução à teoria geral da Biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 
2014.
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá 
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias 
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, 
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento 
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de 
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados 
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é 
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, 
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade 
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
9© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Estimado aluno e futuro bibliotecário, seja bem-vindo!
Neste momento, iniciamos o estudo de Introdução à Bi-
blioteconomia, por meio do qual você obterá as informações ne-
cessárias para o embasamento teórico da sua futura profissão e 
para as atividades que virão posteriormente. 
Este material traz fundamentos para o posicionamento crí-
tico de um futuro bibliotecário, cujo trabalho deverá levar em 
consideração as demandas dos diversos atores sociais que inte-
ragem nos múltiplos espaços da profissão.
O que é Biblioteconomia?
Inicialmente, devemos refletir: o que você entende por 
Biblioteconomia? 
O público comum geralmente responderá com outras per-
guntas, como: Tem a ver com economia dos livros? Tem a ver 
com bibliotecas? É a gestão de bibliotecas? 
Neste momento não se preocupe com isso, pois juntos res-
ponderemos a essa pergunta com propriedade ao longo de nos-
sos estudos. Veremos que o conceito é muito mais abrangente 
do que o senso comum afirma.
O termo "biblioteconomia" é derivado do termo "biblioteca", 
que é composto por dois vocábulos do latim, biblio (livro) e theke 
(caixa), e refere-se à ideia da biblioteca como depositária de livros. 
Embora seja uma das profissões mais antigas do mundo, a 
palavra "biblioteconomia" só começou a aparecer na metade do 
século 20, com o início dos cursos na área.
10 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Assim, a relação entre as bibliotecas e a Biblioteconomia 
era bem marcante e com traços de sentidos e significados evi-
dentes, pois tanto o espaço físico (biblioteca) como a área de 
atuação (Biblioteconomia) eram reconhecidos como preserva-
doras de livros e de conhecimentos.
Segundo Shera (1977) a biblioteconomia é considerada 
uma profissão que oferece serviços, assim as características de 
seus diversos ramos de atuação resultam da natureza e das par-
ticularidades (ou necessidades) do grupo que se beneficia desses 
serviços. 
Ou seja, vamos imaginar um bibliotecário inserido em um 
ambiente escolar, por exemplo. Este deverá atuar em sintonia 
com as expectativas e necessidades desse grupo específico, com-
posto pelos alunos, professores, pais de alunos, coordenadores 
e diretores da escola, dentre outros. Essa afirmação nos leva a 
identificar a importância de uma atuação atenta e flexível no ofe-
recimento de produtos e serviços de informação. 
Em termos gerais, o termo biblioteconomia relaciona-se 
com a sistematização dos serviços de bibliotecas, consideradas 
como instituições sociais.
Nesse sentido, estudaremos na Unidade 1 os pressupostos 
filosóficos e epistemológicos fundamentais da Biblioteconomia, 
para que possamos estabelecer sua origem, influências e princi-
pais contribuições para a sociedade.
Quando abordamos a construção sócio-histórica da Biblio-
teconomia como campo científico e profissional, percebemos 
que há uma significativa atuação profissional em relação ao tra-
balho científico. Essa discussão será apresentadana Unidade 2. 
11© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
No Brasil, entendemos que a Biblioteconomia faz parte de 
uma área maior denominada Ciência da Informação. Na Unidade 
3, estudaremos as teorias, pensamentos e relações da Bibliote-
conomia com a Ciência da Informação. Veremos também a evo-
lução da Biblioteconomia e sua relação com áreas afins, como 
Arquivologia e Museologia.
Por fim, na Unidade 4, trataremos das perspectivas e ten-
dências da Biblioteconomia no Brasil e no mundo, mediante estu-
dos introdutórios sobre a sociologia das profissões, abordando a 
identidade profissional do bibliotecário e seu campo de atuação.
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e 
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados. Vejamos:
1) Arquivologia: é a disciplina que estuda as funções bá-
sicas, princípios e técnicas específicas para arquivar, 
conservar, organizar e guardar documentos de forma 
que sejam fáceis de encontrar.
2) Bibliotecário: é o supremo "ligador do tempo", e o seu 
trabalho é o mais interdisciplinar de todos, pois lida 
com a ordenação, relação e estruturação do conheci-
mento e dos conceitos (SHERA, 1977).
3) Biblioteca: instituição social responsável por preser-
var, tratar, disseminar e divulgar informação e conhe-
cimento. Contribui para o sistema total de comunica-
ção na sociedade. Embora as bibliotecas tenham sido 
criadas como instrumentos para maximizar a utilização 
12 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
dos registros gráficos em benefício da sociedade, elas 
atingem sua meta trabalhando com os indivíduos e por 
meio deles, atingem a sociedade (SHERA, 1977).
4) Biblioteconomia: o objetivo da biblioteconomia é au-
mentar a utilidade social dos registros gráficos, inde-
pendentemente do nível intelectual em que operar, 
atendendo desde uma criança analfabeta distraída em 
seu primeiro livro de gravuras até um erudito interes-
sado em alguma indagação esotérica. Fundamental-
mente, a biblioteconomia é a gerência do conhecimen-
to (SHERA, 1977).
5) Ciência da Informação (CI): disciplina que investiga as 
propriedades e o comportamento da informação, as 
forças que governam seu fluxo e os meios de processá-
-la para aperfeiçoar sua acessibilidade e uso. A CI está 
ligada ao corpo de conhecimentos relativos à origem, 
coleta, organização, estocagem, recuperação, interpre-
tação, transmissão, transformação e uso de informa-
ção. Ela tem tanto um componente de ciência pura, 
associado à pesquisa dos fundamentos sem atentar 
para sua aplicação, quanto um componente de ciência 
aplicada, ao desenvolver produtos e serviços (BORKO, 
1968).
6) Conhecimento: produto da apropriação pelo indiví-
duo de informações e da estruturação particular des-
tas, sendo forçosamente individual e subjetiva. "(...) A 
produção dos estoques de informação não possui um 
compromisso direto e final com a produção do conhe-
cimento" (BARRETO, 1994, p. 4), ou seja, o conheci-
mento deve ser a informação em ação.
13© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
7) Epistemologia: corpo de conhecimento sobre o pró-
prio conhecimento. O estudo da forma pela qual o 
conhecimento desenvolveu-se e tem se desenvolvido. 
Tem sido há muito tempo objeto de muitos estudos 
em todas as áreas do conhecimento.
8) Filosofia: de modo geral, conceituado como o amor 
à sabedoria. Consiste no estudo de problemas funda-
mentais relacionados à existência, ao conhecimento, 
à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à 
linguagem.
9) Informação: no contexto da Ciência da Informação, 
a informação é registrada e institucionalizada (inten-
cionada e contextualizada). Para poder cumprir sua 
missão, as configurações informacionais devem, além 
de selecionar, organizar e disponibilizar a informação – 
atribuindo-lhe um selo de qualidade –, fornecer expli-
cações acerca dos procedimentos adotados de modo 
que o usuário possa exercer um papel ativo com con-
dições para avaliar o selo de qualidade da informação 
à qual teve acesso (SMIT, 2012).
10) Museologia: é o campo que estuda os museus e sua 
interação com a realidade humana, por meio da rela-
ção entre o ser humano, os aspectos culturais e a na-
tureza, nas mais variadas formas de conceber o real.
11) Tecnologia: em sentido amplo, o imperativo tecnoló-
gico está impondo a transformação da sociedade mo-
derna em sociedade da informação, era da informação 
ou sociedade pós-industrial (SARACEVIC, 1996).
14 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei-
tos mais importantes deste estudo. 
Figura 1 Esquema de conceitos-chave de introdução à Biblioteconomia.
15© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
4. E-REFERÊNCIAS
ALVARENGA, L. D. Representação do conhecimento na perspectiva da ciência da 
informação em tempo e espaço digitais. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de 
Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 8, n. 15, p. 18-40, 2003. Disponível em: 
<http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/a/1331>. Acesso em: 29 out. 2017.
BARRETO, A. A. A questão da informação. São Paulo em Perspectiva, v. 8, n. 4, p. 3-8, 
1994. Disponível em: <https://bibliotextos.files.wordpress.com/2012/03/a-questao-
da-informac3a7c3a3o.pdf>. Acesso em: 29 out. 2017.
BORKO, H. Information Science: What is it?. American Documentation, v. 19, n. 1, p. 
3-5, jan. 1968. (tradução livre). Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/2532327/mod_resource/content/1/Oque%C3%A9CI.pdf> . Acesso em: 29 out. 
2017.
FLORIDI, L. Biblioteconomia e ciência da informação (BCI) como filosofia da informação 
aplicada: uma reavaliação. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, 
v. 1, n. 2, 2010. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/a/16788>. Acesso 
em: 29 out. 2017.
MOSTAFA, S. P. Epistemologia ou filosofia da Ciência da Informação? Informação & 
Sociedade: Estudos, v. 20, n. 3, p. 65-73, 2010. Disponível em: <http://www.brapci.
ufpr.br/brapci/v/a/9585>. Acesso em: 29 out. 2017.
ORTEGA, C. D. Relações históricas entre Biblioteconomia, Documentação e Ciência da 
Informação. DataGramaZero, v. 5, n. 5, p. A03, 2004. Disponível em: <http://basessibi.
c3sl.ufpr.br/brapci/v/a/2048>. Acesso em: 29 out. 2017. 
SHERA, J. Epistemologia social, semântica geral e Biblioteconomia. Ciência da 
Informação, v. 6, n. 1, p. 9-12, 1977. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/
brapci/v/a/1360>. Acesso em: 29 out. 2017.
SILVA, J. L. C.; FREIRE, G. H. A. Um olhar sobre a origem da ciência da informação: 
indícios embrionários para sua caracterização identitária. Encontros Bibli: Revista 
Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 17, n. 33, p. 1-29, jan./abr. 
2012. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/147/14723067002/>. Acesso 
em: 29 out. 2017.
WILSON, T. D. A dimensão epistemológica da Ciência da Informação e seu impacto 
sobre o ensino em Arquivologia e Biblioteconomia. Brazilian Journal of Information 
Science, v. 2, n. 1, p. 1-15, 2008. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/brapci/
v/a/8761>. Acesso em: 29 out. 2017.
16 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SARACEVIC, T. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectivas em 
Ciência da Informação, v. 1, n. 1, p. 41-62, jan./jun. 1996.
SMIT, J. W. A informação na Ciência da Informação. InCID: Revista de Ciência da 
Informação e Documentação, v. 3, n. 2, p. 84-101, jul./dez. 2012.
VIEIRA, R. Introdução à teoria geral da biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 
2014.
17
UNIDADE 1
PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
Objetivos
• Conhecer as origens e os pressupostos históricos, filosóficos e epistemoló-
gicos da Biblioteconomia.
• Analisar a Biblioteconomia como uma das áreas do conhecimento humano.
Conteúdos 
•Origens e introdução à Biblioteconomia.
• Pressupostos históricos, filosóficos e epistemológicos da Biblioteconomia.
• Biblioteconomia e Documentação.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; 
busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bi-
bliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na 
modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o 
seu crescimento intelectual.
2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; siga a linha gra-
dativa dos assuntos para observar a evolução do estudo dos pressupostos 
históricos, filosóficos e epistemológicos da Biblioteconomia. 
3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo 
Digital Integrador.
© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
19© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
1. INTRODUÇÃO
Vamos começar nossa primeira unidade de estudo, você 
está preparado? 
Nesta unidade, estudaremos o início do universo da Bib-
lioteconomia até os dias atuais. Introdução à Biblioteconomia 
almeja apresentar a Biblioteconomia e os seus pressupostos fi-
losóficos, situando-os no universo do conhecimento, da comuni-
cação e da informação, apresentando seus principais conceitos e 
correntes de pensamento. 
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador. 
2.1. ORIGENS DO CONHECIMENTO EM BIBLIOTECONOMIA
A história das bibliotecas e consequentemente de suas 
práticas é milenar. Contudo, a construção da autonomia dessa 
área como um campo de conhecimento vem se processando nos 
últimos quinhentos anos. Podemos considerar ainda que a sua 
consolidação como uma disciplina científica deu-se no final do 
século 19. 
Depois disso, desenvolveram-se diversos estudos, práticas 
e reflexões, constituindo diferentes correntes de estudo, que re-
sultaram na riqueza e pluralidade que estabelece o campo da 
Biblioteconomia. 
20 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
Vamos apresentar aqui uma possível organização dessa 
produção científica diversa, mediante algumas correntes de 
pensamento que percorrem as ciências sociais e humanas (nas 
quais a Biblioteconomia insere-se). 
O objetivo será construir uma reflexão acerca da história e 
da filosofia das ciências, pois a Biblioteconomia está totalmente 
relacionada com o desenvolvimento do conhecimento humano, 
não só do científico, propagador do progresso e da geração de 
riquezas entre as nações. 
O mais importante neste estudo é que você conheça as 
possíveis relações da Biblioteconomia com algumas correntes 
de pensamento. Ainda assim não será possível esgotar aqui essa 
reflexão. Portanto, de acordo com seu interesse e necessidade, 
é fundamental que você se aprofunde em textos que trazem ou-
tras contribuições para este tema: epistemologia, história e filo-
sofia em Biblioteconomia.
Vale destacar que, durante o século 20, houve uma intensa 
aproximação entre os campos da Biblioteconomia e da Ciência 
da Informação (a Biblioteconomia promoveu estudos sobre os 
fenômenos informacionais, e a Ciência da Informação, sobre 
os fenômenos da Biblioteconomia). No entanto, nesta unidade, 
nosso foco será apenas para as produções teóricas específicas da 
Biblioteconomia. 
Assim:
Com a invenção da escrita e o estabelecimento das primeiras ci-
dades, no início dos processos de sedentarização das coletivida-
des, apareceram as primeiras manifestações de espaços especí-
ficos (que serão, séculos depois, as "bibliotecas") voltados para 
a guarda e a preservação desses registros de conhecimento, 
sendo a Biblioteca de Alexandria considerada uma instituição 
paradigmática nesse sentido (ARAÚJO, 2013, p. 42).
21© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
No Egito Antigo, na Grécia Clássica, no Império Romano e 
nos mundos árabe e chinês, do primeiro milênio à Idade Média na 
Europa, ergueram-se e consolidaram-se bibliotecas relacionadas 
com os mais diversos acervos – religiosos, literários, científicos, 
políticos, entre outros. Entretanto, foi só após o Renascimento, a 
partir do século 15, que começaram a surgir as primeiras formas 
tangíveis do que se poderia chamar de um conhecimento teórico 
específico em Biblioteconomia. 
Dessa maneira, podemos dizer que, com o Renascimento, 
ressurgiu o interesse pela produção humana, pelas obras artísti-
cas, filosóficas e científicas – tanto as da Antiguidade Greco-Ro-
mana como aquelas que se desenvolviam naquele momento.
Assim, o interesse pelo culto das obras, por sua guarda e 
por sua preservação foi ressaltado. Surgiram muitos tratados e 
manuais a partir do século 17. Eles foram pensados para: 
• as regras de procedimentos nas instituições responsá-
veis pela guarda dessas obras; 
• as regras de preservação e conservação física dos 
materiais; 
• as estratégias de descrição formal das peças e dos 
documentos.
Com a Revolução Francesa e as demais revoluções burguesas na 
Europa, que marcaram a transição do Antigo Regime para a Mod-
ernidade, ocorreu uma profunda transformação em todas as di-
mensões da vida humana – inclusive nas bibliotecas. Surgiu aí o 
conceito moderno de "Biblioteca Nacional", que tem no seu caráter 
público sua marca distintiva. São formadas as grandes coleções, 
são realizados amplos processos de aquisição e acumulação de 
acervos – o que reforçou a natureza custodial destas instituições. 
A necessidade de se ter pessoal qualificado para as nascentes in-
stituições modernas levou à formação dos primeiros cursos profis-
sionalizantes voltados para regras de administração das rotinas de-
22 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
stas instituições. Um exemplo desse tipo de produção é o Manuel 
du bibliothécaire, accompagné de notes critiques, historiques et 
littéraires, de Jean Pie Namur, publicado em 1834. Por fim, com 
a consolidação da ciência moderna como forma de produção de 
conhecimento, também o campo das humanidades viu-se convo-
cado a se constituir como ciência. Surgiram no século XIX aqueles 
que seriam os precursores do estabelecimento do projeto de cons-
tituição científica da Biblioteconomia: a consolidação de teorias e 
regras de catalogação (como as de Panizzi, de 1841, e de Jewett, 
de 1852) e dos sistemas de classificação bibliográfica (sendo o mais 
importante deles o de Dewey, de 1876) (ARAÚJO, 2013, p. 43).
É importante mencionar Advis pour dresser une bibliothèque, 
de autoria de Gabriel Naudé, publicada em 1627. A obra foi tradu-
zida para o português como Conselhos para formar uma bibliote-
ca, pela editora Briquet de Lemos, em 2016. Ela é considerada um 
marco dessa transição da Biblioteconomia empírica (conhecimento 
do dia a dia sem comprovação científica) para a moderna prática 
bibliotecária (FONSECA, 1979, p. 11).
O modelo de ciência então dominante, oriundo das ciências exatas 
e naturais, voltado para a busca de regularidades, estabelecimento 
de leis, ideal matemático e intervenção na natureza por meio de 
processos técnicos e tecnológicos, se expandiu para as ciências 
sociais e humanas através do Positivismo. Esse é o modelo que in-
spirou as pioneiras conformações científicas da Biblioteconomia, 
que privilegiou os procedimentos técnicos de intervenção: a cata-
logação e a classificação. Mais do que oposições, os três movimen-
tos acima destacados se somaram, constituindo um grande mode-
lo ou "paradigma". A perspectiva patrimonialista voltou-se para os 
"tesouros" que devem ser custodiados, ressaltando a importância 
da produção simbólica humana. A entrada na Modernidade en-
fatizou as especificidades da instituição biblioteca, que devia ter 
estruturasorganizadas e rotinas estabelecidas para o exercício 
da custódia. E a fundamentação positivista priorizou as técnicas 
particulares da Biblioteconomia a serem utilizadas para o correto 
tratamento do material custodiado (ARAÚJO, 2013, p. 43).
23© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
Com as leituras propostas no Tópico 3. 1, você vai acom-
panhar as definições da palavra "epistemologia". Em seguida é 
esperado que você saiba situá-la dentro do contexto de nossa 
disciplina. Antes de prosseguir para o próximo assunto, apre-
cie as leituras e vídeos indicados, procurando dessa forma as-
similar o conteúdo estudado. 
2.2. AS CORRENTES DO PENSAMENTO FILOSÓFICO EM 
BIBLIOTECONOMIA
Veremos a partir daqui que a Biblioteconomia tem fortes 
vínculos com o Funcionalismo, o Positivismo e o Construtivismo.
As necessidades sociais e a corrente funcionalista
O pensamento funcionalista mais marcante na Biblioteco-
nomia é encontrado na obra do espanhol Lasso de la veja (1892-
1990). Em seu tratado, o autor alega que, inicialmente, as biblio-
tecas eram instituições voltadas unicamente para a conservação 
dos livros e que, naquele momento (década de 1950), estavam 
passando a constituir-se como instituições pedagógicas ativas, 
verdadeiras, algo que ele chamou de "universidades populares" 
(LASSO DE LA VEGA, 1952). 
Lasso de la Vega apresenta uma mudança no entendimen-
to da profissão de bibliotecário, não mais como um conservador 
que se limita a ver os usuários lendo, mas como um agente pro-
pulsor e mediador de cultura. Ele situa essa mudança de postura 
em meados do século 19, com os movimentos pela biblioteca 
pública na Inglaterra.
24 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
Essa transformação do entendimento da função das bib-
liotecas é social e cultural, marca épocas ou paradigmas. Atual-
mente não é nada trivial pensarmos uma biblioteca que tenha 
como principal missão a mera guarda e preservação do acervo.
Vejamos agora uma explicação sobre o que é o 
Funcionalismo:
O Funcionalismo representa uma forma de se estudar a reali-
dade humana baseada essencialmente numa analogia entre 
a lógica social e a lógica biológica, daí resultando em modelos 
"organísmicos" de compreensão: a existência de um todo com-
posto por "órgãos", cada um deles desempenhando suas fun-
ções. Tal abordagem surgiu nos campos da Sociologia com Dur-
kheim, da Antropologia com Malinowski e na Psicologia com 
Watson [...] (ARAÚJO, 2013, p. 44). 
Shera (1977) fez uma análise funcionalista do significado da 
biblioteca, para quem cada sociedade forma e utiliza suas coleções de 
registros materiais de conhecimento de um modo particular. Isso sig-
nifica que os movimentos culturais exercem um papel determinante 
na configuração da instituição biblioteca, influenciando a natureza de 
sua coleção, os serviços oferecidos e as formas de ser administrada. 
Para Shera, o fundamento (função) da biblioteca exprime-
se no fato de existir para atender certas necessidades sociais. 
Dessa maneira, as funções de uma biblioteca variam de acor-
do com as necessidades das diferentes sociedades nas diferentes 
épocas. Assim, a biblioteca deve ser mais do que "truques para en-
contrar determinado livro", deve atender à sociedade em todas as 
suas potencialidades e, por que não, em suas necessidades. 
Outro significativo autor com contribuições funcionalistas, 
foi o indiano Ranganathan (1892-1972), um nome muito impor-
tante da Biblioteconomia. 
25© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
Ranganathan teorizou sobre diversos assuntos de natureza 
funcionalista. Entre eles, está a teoria da classificação facetada 
(possivelmente você estudará essa teoria em outra disciplina). 
Além dessa contribuição, merece destaque seu livro Five Laws 
of Library Science (1931). Traduzido para o português pela Editora 
Briquet de Lemos como As cinco leis da Biblioteconomia. As leis são: 
1) os livros são para uso;
2) a cada leitor, seu livro;
3) a cada livro, seu leitor;
4) poupe o tempo do leitor;
5) a biblioteca é um organismo em crescimento.
Por trás da aparente simplicidade de seus enunciados, cada 
lei revela uma problematização que enfatiza a importância do 
efetivo uso (função) da biblioteca e de seus recursos, de modo a 
atender às necessidades da sociedade, mediante o atendimento 
de cada um de seus componentes.
Essa reflexão de Ranganathan foi bastante difundida no 
Ocidente e aproximou a Biblioteconomia e a Teoria Sistêmica. 
Ambas as teorias aceitam a metáfora das organizações vistas 
como organismos vivos, ou sistemas compostos por subsistemas. 
Assim, diversos estudos posteriores analisaram a biblio-
teca como um sistema, composto por:
Subsistemas de entrada:
1) Seleção e aquisição.
2) Descrição e representação.
3) Organização.
4) Armazenamento.
26 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
Subsistemas de saída:
1) Análise de questionamentos.
2) Busca e recuperação.
3) Disseminação.
4) Avaliação.
A Teoria Sistêmica originou-se nos trabalhos do biólogo 
austríaco Bertalanffy (1901-1972) e converteu-se num método 
geral de análise utilizado por diversas disciplinas científicas. Seu 
pressuposto básico é o primado do todo sobre as partes, isto é, 
algo só pode ser estudado a partir da identificação de seus el-
ementos constituintes e da inter-relação entre eles. 
A abordagem funcionalista é, desse modo, um tipo especí-
fico de estudo sistêmico.
A perspectiva crítica – Positivismo
A perspectiva crítica na Biblioteconomia manifestou-se 
bastante vinculada aos processos de redemocratização logo após 
as ditaduras militares, nas quais houve forte censura à circulação 
de determinados livros. 
Em um primeiro momento, desenhou-se um conjunto de 
práticas voltadas para as populações excluídas ou marginaliza-
das. Abriu-se espaço para a extensão bibliotecária com carros-
biblioteca e serviços de caixa-estante, por exemplo. Esses ser-
viços buscavam alargar o acesso físico aos livros por meio da 
proximidade espacial. Em muitos casos, tais práticas passaram 
a ser descritas como de "ação cultural" ou "animação cultural".
27© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
A corrente crítica opôs-se ao Positivismo, que tem no Fun-
cionalismo sua forte expressão. Vejamos uma caracterização do 
Positivismo:
O Positivismo consiste na aplicação de métodos e princípios das 
ciências exatas e biológicas aos fenômenos humanos e sociais. 
Uma de suas principais expressões é, justamente, o Funciona-
lismo. A perspectiva crítica nasceu como sua oposição, pro-
pondo uma especificidade das ciências humanas e sociais. Sua 
origem está vinculada ao Marxismo no campo da Sociologia, à 
Psicanálise no campo da Psicologia e à Antropologia Cultural no 
campo da Antropologia (ARAÚJO, 2013, p. 45).
Uma das mais completas sistematizações que aproximam 
ação cultural e Biblioteconomia é o trabalho de Flusser (1983). O 
autor apresenta duas possíveis ideias de cultura: 
• Um conjunto de objetos, artefatos; portanto, um acer-
vo, estoque, ou seja, preservar é suficiente; 
• Um conjunto de representações, visões de mundo, prá-
ticas sociais (cultura como "contexto" em oposição a 
"acervo"). 
Essas duas definições correspondem a duas compreensões 
sobre como deve ser o contato com a cultura (com a herança 
cultural): uma que a entende como uma herança universal, acu-
mulada pela humanidade, um conjunto unitário, e outra que a 
vê como produto de experiências de tensões e lutas políticas. É 
justamente aí que se insere o trabalho do bibliotecário e da bib-
lioteca como instrumentos de ação cultural.
Expressões concretas dessa linha de pensamento redefi-
nem o conceito de biblioteca como "centro de cultura" (MILANE-
SI, 1997). Outros trabalhos de natureza prática, com essa inspi-
ração, buscavam substituir o "depósito silencioso de livros" que 
28 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
era a biblioteca "tradicional" por instituições sociais, dinâmicas e 
vivas, em que o povo participe. 
Foi retomada dessa forma a expressão "biblioteca públi-
ca" (também muitas vezes entendida como um tipo especial de 
biblioteca pública, a "biblioteca popular"), mas com um sentido 
bastante diferente do modelo funcionalista – embora as designa-
ções "viva" e "dinâmica" apareçam em ambos os modelos.
Talvez a principal diferença entre a biblioteca "viva" e 
"dinâmica" crítica e funcionalista esteja relacionada à quem as 
bibliotecas servem: nobres e cientistas ou o cidadão comum?
Essa reflexão remete-nos à próxima subseção, que abor-
dará a visão de biblioteca para múltiplos usuários.
Estudos na perspectiva dos sujeitos ativos – Construtivismo
Tanto a visão crítica como a visão dos estudos funciona-
listas de certo modo "enxergavam" a sociedade e os indivíduos 
como seres passivos, meros receptáculos de informação. 
Reformulando o papel da sociedade e dos indivíduos, agora 
como sujeitos ativos, e estudando as apropriações de conhecimen-
tos, a partir de suas diferentes necessidades e usos, desenvolveu-
se uma nova perspectiva – os estudos de usuários de bibliotecas.
O estudo efetivo dos usuários só ocorreu no início do sé-
culo 20, quando houve um grande interesse em se saber como e 
o que as pessoas liam, e qual o uso feito das bibliotecas em geral 
(FIGUEIREDO, 1994). 
Entre os estudos contemporâneos sobre essa visão, de-
staca-se a abordagem construtivista de Carol Kuhlthau (2004), 
que atuou principalmente no âmbito das bibliotecas escolares. 
29© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
De forma empírica, a autora empreendeu diversas pesquisas so-
bre como os usuários estudam, buscam e usam os recursos dis-
poníveis na biblioteca, bem como as habilidades e barreiras que 
interferem nesse processo.
Dessa maneira, o Construtivismo:
[...] é uma forma de análise dos fenômenos humanos e sociais 
que destaca o fato de que a realidade não tem uma existência 
nela mesma – é, antes, produto da interação entre aspectos ob-
jetivos e a ação do sujeito que conhece. Sua origem remonta, na 
Psicologia, aos trabalhos de Jean Piaget e, na Sociologia, a au-
tores como Schutz, Berger e Luckmann (ARAÚJO, 2013, p. 45).
As leituras indicadas no Tópico 3. 2 tratam do conhe-
cimento já produzido em Biblioteconomia. Neste momento, 
você deve ler esses textos para aprofundar o tema abordado.
2.3. A BIBLIOTECONOMIA E A DOCUMENTAÇÃO
A Documentação, posterior à Biblioteconomia, voltou-se 
ao desenvolvimento de técnicas e princípios de organização e 
recuperação informacional, voltada ao tratamento documental. 
Essas ações projetaram-se independentemente do tipo de docu-
mento ou de suporte, permitindo enxergar o documento sem 
seu contexto de aplicação (ORTEGA, 2010). 
A Biblioteconomia, a Documentação e a custódia dos ar-
quivos eram tratadas de forma única. No entanto, interesses par-
ticulares começaram a dividir essas atividades em grupos sepa-
rados, que passaram a adotar atitudes de intolerância entre si. 
Por mais de quatro séculos, a Biblioteconomia foi quase 
sinônimo de Bibliografia. Considerando a Bibliografia como o 
30 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
princípio da Documentação, pode-se dizer que esta esteve un-
ida à Biblioteconomia desde o século 15 até fins do século 19, 
quando Otlet e La Fontaine sistematizaram e desenvolveram a 
Documentação como uma disciplina distinta da Biblioteconomia. 
Os europeus deram continuidade a esses estudos e aplica-
ções. A Segunda Guerra Mundial acentuou esses avanços devido 
às necessidades específicas dos países envolvidos de recuperar 
conteúdos de tipos diversos de documentos, inclusive com ten-
tativas primárias de recuperação mecânica da informação.
Otlet vem sendo considerado precursor e fundador da 
Documentação e da própria Ciência da Informação. 
A atualidade da obra de Otlet revela-se nos estudos re-
alizados hoje por pesquisadores da Ciência da Informação (tais 
como: autores, copistas, impressores, editores, livreiros, biblio-
tecários, documentadores, bibliógrafos, críticos, analistas, com-
piladores, leitores, pesquisadores e trabalhadores intelectuais), 
nos quais verifica-se que as operações documentárias acompan-
ham o documento desde o instante em que ele surge da pena do 
autor até o momento em que impressiona o cérebro do leitor. A 
sistematização realizada por Otlet culminou na publicação, em 
1934, do Traité de Documentation.
Mesmo trabalhando ativamente na otimização de processos e 
técnicas documentárias, servindo realmente para a Ciência da Infor-
mação, a Documentação foi praticamente excluída dos estudos an-
glo-saxões e simplesmente substituída pela Ciência da Informação.
No cenário brasileiro da década de 1950, a inserção da 
Bibliografia e a ampliação pela Documentação já representaram 
uma visível insuficiência da formação biblioteconômica no que 
concerne ao tratamento do conteúdo dos documentos e ao uso 
das então novas tecnologias de documentação. Isso apresenta-
31© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
va-se como um entrave ao desenvolvimento de atividades rela-
cionadas à Documentação Científica.
Atualmente, alguns autores anglo-saxões, como Rayward 
e Buckland, escreveram trabalhos resgatando o aporte teórico 
da Documentação difundida na Europa, especialmente as obras 
de Otlet e de seus discípulos, como Briet. No entanto, uma das 
obras-chave para área, o Tratado de Documentação (1934), ai-
nda não teve uma tradução para o inglês. 
Tais indícios revelam que a Documentação ainda não tem 
seu devido reconhecimento, mesmo que tenha dado "insumos" 
tanto para a Ciência da Informação, em sua constituição cientí-
fica, como para a Biblioteconomia, na adequação de processos e 
práticas documentais,.
Antes de realizar as questões autoavalitivas propostas no 
Tópico 4, você deve fazer as leituras propostas no Tópico 3. 3 
para compreender um pouco mais sobre os pensamentos filo-
sóficos em Biblioteconomia. 
DICA: Visite o site da Biblioteca Nacional do Brasil e de um outro 
país. Quando tiver oportunidade, visite-as pessoalmente.
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 1.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula, 
localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina 
para abrir a lista de vídeos.
• Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um 
CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante do 
material.
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 
32 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integral-
mente os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.4. EPISTEMOLOGIA
Epistemologia é uma palavra pouco utilizada em nosso dia 
a dia, mas tem a ver com praticamente tudo o que sabemos. 
Por isso, vale a pena tentarmos compreendê-la um pouco mais, 
primeiramente em um contexto geral e em seguida relacionando 
com nossa área, a Biblioteconomia.
• SCIFILO. O que é epistemologia (teoria do conhecimen-
to)? (vídeo). Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=QIFR6hx1X0s>. Acesso em: 29 out. 2017.
• TESSER, G. J. Principais linhas epistemológicas con-
temporâneas. Educar em Revista, n. 10, p. 91-98, 
jan./dez. 1994. Disponível em: <http://www.scie-
lo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
-40601994000100012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 
29 out. 2017. 
• SHERA, J. Epistemologia social, semântica geral e biblio-
teconomia. Ciência da Informação, v. 6, n. 1, p. 9-12, 1977. 
Disponível em: <http://basessibi.c3sl.ufpr.br/brapci/_
repositorio/2010/04/pdf_dde99ac1c9_0009749.pdf>. 
Acessoem: 29 out. 2017.
33© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
3.5. CONHECIMENTO EM BIBLIOTECONOMIA
A evolução da tecnologia e o progresso do conhecimento 
humano estão totalmente atrelados ao surgimento das bibliotecas 
no passado. Considerando que vivenciamos a Era da Informação e 
do Conhecimento, tornou-se essencial revermos técnicas, atitudes 
e desdobramentos da Biblioteconomia no presente e no futuro.
Os textos a seguir apresentam essa linha de pensamen-
to, que acompanha e, de certa forma, influencia as transforma-
ções necessárias à área. Além de ler o artigo de Siqueira (2010), 
assista aos dois vídeos indicados. "A Biblioteca de Alexandria" 
apresenta essa famosa biblioteca considerada um marco históri-
co para os estudos sobre o início da Biblioteconomia. Já o vídeo 
institucional da Biblioteca Nacional do Brasil, conta um pouco de 
sua história e de sua função. Confiram!
• SIQUEIRA, J. C. Biblioteconomia, documentação e ciên-
cia da informação: história, sociedade, tecnologia e pós-
-modernidade. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 15, 
n. 3, p. 52-66, set./dez 2010. Disponível em: <http://
portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/
view/1124/771>. Acesso em: 29 out. 2017.
• DOCUMENTARIOSCIENCIA. A Biblioteca de Alexandria – 
Documentário (1996) (vídeo). Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=TK5zppZzUy4>. Acesso 
em: 29 out. 2017. 
• BNDIGITAL. Biblioteca nacional (Brasil) (vídeo). 
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=9kml6RIq5UQ>. Acesso em: 29 out. 2017.
34 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
3.6. PENSAMENTOS EM BIBLIOTECONOMIA
Recomendamos que você leia o artigo de Floridi (2010), 
que reflete sobre a Filosofia da Informação, e o artigo de Araújo 
(2013), que reforça os tópicos desta primeira unidade. Em se-
guida, assista ao filme O homem que queria classificar o mundo, 
e saiba um pouco mais sobre a vida de Paul Otlet, considerado 
o pai da Documentação e precursor da Ciência da Informação. 
Você perceberá diversas relações entre Biblioteconomia, Biblio-
grafia e Documentação, além da criação da Internet. Bom filme 
e boas leituras! 
• FLORIDI, L. Biblioteconomia e ciência da informação (BCI) 
como filosofia da informação aplicada: uma reavaliação. 
InCID: Revista de Ciência da Informação e Documenta-
ção, v. 1, n. 2, 2010. Disponível em: <http://www.brapci.
ufpr.br/brapci/v/a/16788>. Acesso em: 29 out. 2017.
• IPTV/USP. O homem que queria classificar o mundo (ví-
deo). Disponível em: <http://iptv.usp.br/portal/video.
action?idItem=5941>. Acesso em: 29 out. 2017.
• ARAÚJO, C. A. A. Correntes teóricas da Biblioteconomia. Re-
vista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 9, n. 1, 
p. 41-58, jan./dez. 2013. Disponível em: <https://rbbd.febab.
org.br/rbbd/article/view/247>. Acesso em: 29 out. 2017.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação é uma ferramenta importante para você 
testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em re-
sponder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas. 
35© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
1) O termo "biblioteconomia" é derivado do termo "biblioteca" composto 
por dois vocábulos do latim, biblio (livro) e theke (caixa), refere-se à ideia 
da biblioteca como:
a) Depositária de livros.
b) Depósito de caixas.
c) Disseminadora de livros.
d) Museus de livros.
e) Coleção de caixas.
2) Advis pour dresser une bibliothèque, é uma significativa obra de autoria de Ga-
briel Naudé, publicada em 1627. A tradução deste título em português seria:
a) "Conselhos de um bibliotecário".
b) "Conselhos para formar uma biblioteca".
c) "Advertências para um bibliotecário".
d) "Endereço de uma biblioteca".
e) "Formação de Bibliotecas".
3) Ranganathan publicou o famoso livro Five Laws of Library Science em 1931. Tra-
duzido para o português como As cinco leis da Biblioteconomia. Essas leis são: 
a) Os livros são para uso; A cada leitor, seu livro; A cada livro, seu leitor; 
Poupe o tempo do leitor; A biblioteca é um organismo em crescimento. 
b) Os livros são para guardar; A cada leitor, seu bibliotecário; A cada livro, 
sua biblioteca; Poupe o tempo do bibliotecário; A biblioteca é um or-
ganismo estático.
c) Os livros são para uso; A cada leitor, seu livro; A cada livro, seu leitor; 
Poupe o uso da biblioteca; Evite o crescimento.
d) Os livros não são para uso; A cada leitor, sua biblioteca; A cada livro, 
seu leitor; Poupe o tempo do leitor; A biblioteca não é um organismo 
em crescimento.
e) Poupe o tempo do leitor; A biblioteca é um organismo em crescimen-
to; Utilize livros antigos; Biblioteca não é museu; Evite o crescimento.
4) Como vimos, a corrente crítica opôs-se ao Positivismo, que tem uma forte 
expressão no: 
a) Existencialismo.
b) Construtivismo.
36 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
c) Criticismo.
d) Funcionalismo.
e) Expressionismo.
5) Por mais de quatro séculos, a Biblioteconomia foi quase sinônimo de Bi-
bliografia. Considerando a Bibliografia como o princípio da Documenta-
ção, pode-se dizer que esta esteve unida à Biblioteconomia desde o século 
15 até fins do século 19, quando dois pesquisadores sistematizaram e de-
senvolveram a Documentação enquanto disciplina distinta da Biblioteco-
nomia. São eles:
a) Smit e Araújo.
b) Shera e Borko.
c) Otlet e La Fontaine.
d) Shera e La Fontaine.
e) Seracevic e Otlet.
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) b.
3) a.
4) d.
5) c.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve 
a oportunidade de discutir uma Biblioteconomia que se mostra, 
por um lado, consolidada em suas escolhas e princípios já secu-
37© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
lares e, por outro, dinâmica e flexível em direção a novas abor-
dagens e capaz de adaptar-se às condições históricas, culturais, 
epistemológicas e tecnológicas contemporâneas.
Veja agora o Conteúdo Digital Integrador que ampliará seu 
conhecimento sobre o assunto. Na próxima unidade, você apre-
nderá as características da Biblioteconomia como campo cientí-
fico e profissional.
6. E-REFERÊNCIAS
ARAÚJO, C. A. A. Correntes teóricas da Biblioteconomia. Revista Brasileira de 
Biblioteconomia e Documentação. São Paulo, v. 9, n.1, p. 41-58, jan./dez. 2013. 
Disponível em: <https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/247>. Acesso em: 29 
out. 2017.
BIBLIOO. Briquet de Lemos – Biblioteconomia: passado e futuro (vídeo). Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=7_pOPyLExkA>. Acesso em: 29 out. 2017.
BIBLIOTECA NACIONAL. Apresentação. Disponível em: <http://www.bn.gov.br/sobre-
bn/apresentacao>. Acesso em: 29 out. 2017.
______. Histórico. Disponível em: <http://www.bn.gov.br/sobre-bn/historico>. Acesso 
em: 29 out. 2017.
BNDIGITAL. Biblioteca nacional (Brasil) (vídeo). Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=9kml6RIq5UQ>. Acesso em: 29 out. 2017.
FLORIDI, L. Biblioteconomia e ciência da informação (BCI) como filosofia da informação 
aplicada: uma reavaliação. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, 
v. 1, n. 2, 2010. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/a/16788>. Acesso 
em: 29 out. 2017.
MOSTAFA, S. P. Epistemologia ou filosofia da Ciência da Informação? Informação & 
Sociedade: Estudos, v. 20, n. 3, p. 65-73, 2010. Disponível em: <http://www.brapci.
ufpr.br/brapci/v/a/9585> . Acesso em: 29 out. 2017.
ORTEGA, C. D., LARA, M. L. G. A noção de documento: de Otlet aos dias de hoje. 
DataGramaZero, v. 11, n. 2, 2010. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/brapci/
index.php/article/view/0000008400/cca9a49474077340b069f1222c313618>. Acesso 
em: 29 out. 2017.
38 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS DA BIBLIOTECONOMIA
SHERA, J. Epistemologia social, semântica geral e biblioteconomia.Ciência da 
Informação, v. 6, n. 1, p. 9-12, 1977. Disponível em: <http://basessibi.c3sl.ufpr.br/
brapci/_repositorio/2010/04/pdf_dde99ac1c9_0009749.pdf>. Acesso em: 29 out. 
2017.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FIGUEIREDO, N. M. Estudos de uso e usuários da informação. Brasília: IBICT, 1994. 
FLUSSER, V. A biblioteca como um instrumento de ação cultural. Revista da Escola de 
Biblioteconomia da UFMG, v. 12, n.2, p. 145-169, set. 1983.
FONSECA, E. N. A biblioteconomia brasileira no contexto mundial. Rio de Janeiro: 
Tempo Brasileiro; Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1979. 
KUHLTHAU, C. C. Seeking meaning: a process approach to library and information 
services. Londres: Libraries Unlimited, 2004. 
LASSO DE LA VEGA, J. Manual de biblioteconomia: organización tecnica y cientifica de 
las bibliotecas. Madri: Mayfe, 1952. 
MILANESI, L. A casa da invenção. São Paulo: Ateliê, 1997.
39
A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E 
PROFISSIONAL 
Objetivos
• Compreender as especificidades da Biblioteconomia como campo 
científico.
• Compreender as especificidades da Biblioteconomia como campo 
profissional.
Conteúdos 
• Panorama e conceito do campo científico da área.
• Panorama e conceito do campo profissional da área. 
• Atuação nas unidades de informação e suas características.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; 
busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bi-
bliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na 
modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o 
seu crescimento intelectual.
2) Busque identificar os principais conceitos apresentados.
3) Recorra aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital 
Integrador. 
UNIDADE 2
© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
41© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
1. INTRODUÇÃO
Vamos começar nossa segunda unidade de estudo. Nela va-
mos abordar a revolução técnica e científica da Biblioteconomia, 
que resultou na necessidade de estudos mais avançados sobre as 
técnicas empregadas em bibliotecas e centros de documentação.
O progresso técnico e científico ampliou a capacidade hu-
mana em todas as direções, resultando em um grande acúmulo 
de informação. Esse grande volume de informação, por conse-
guinte, ampliou as funções, as atividades e as responsabilidades 
do bibliotecário profissional. 
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador. 
2.1. O CAMPO CIENTÍFICO EM BIBLIOTECONOMIA
No Brasil, o primeiro bibliotecário foi o jesuíta português An-
tônio Gonçalves, que em 1604 passou a trabalhar na biblioteca do 
Colégio da Bahia (FONSECA, 1979). Naquele período, e até o início do 
século 20, não havia cursos de formação de bibliotecários no Brasil. 
O ensino de Biblioteconomia surgiu a partir do Decreto no 
8.835, de 11 de julho de 1911, que definiu a criação do primeiro 
curso de Biblioteconomia na Biblioteca Nacional. Tal fato ocorreu 
devido ao empenho do pernambucano Manuel Cícero Peregrino 
da Silva (1866-1956), diretor da Biblioteca Nacional na época. 
42 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
Entretanto, as aulas só tiveram início em abril de 1915 de-
vido a desistência dos inscritos (RUSSO, 1966; CASTRO, 2000). O 
exame de admissão neste primeiro curso era composto de prova 
escrita de português e provas orais de geografia, literatura, histó-
ria universal e línguas (francês, inglês e latim). Era pré-requisito 
para ser bibliotecário possuir cultura geral. 
O ensino da Biblioteca Nacional era influenciado pela esco-
la francesa École National des Chartes, com forte característica 
humanística e voltada para os funcionários daquela biblioteca.
Em 1936 também foi oferecido um curso de Bibliotecono-
mia em São Paulo, que em sua criação era mantido pela Prefeitu-
ra do Município de São Paulo. Em 1940, o curso foi incorporado 
pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. 
Nos primeiros anos de criação, diferentes visões guiaram as 
escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo. A primeira mantinha suas 
raízes humanísticas, enquanto a segunda era basicamente técnica. 
Consequentemente, os bibliotecários formados passavam 
a defender a abordagem tecnicista ou humanística, de acordo 
com a escola em que haviam estudado.
Considera-se que a polêmica entre Rio e São Paulo foi mar-
cante quanto às questões técnicas da área. No entanto, com o 
movimento de americanização do Brasil e devido às exigências do 
mercado de trabalho, a Biblioteca Nacional em 1944 modificou seu 
currículo com o acréscimo de disciplinas técnicas, tais como: Ca-
talogação, Classificação, Bibliografia e Referência (CASTRO, 2000). 
Contudo, não deixou de lado sua influência humanística. O ensino 
de Biblioteconomia no Rio de Janeiro e em São Paulo apresenta-
vam diferenças, inclusive relacionadas a controvérsias da prática 
de técnicas e de disciplinas cursadas (CASTRO, 2000).
43© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
O Quadro 1 apresenta as disciplinas que compunham o 
curso em Biblioteconomia entre 1915 e 1962. Nota-se que, em-
bora tivessem perfis diferentes, havia sintonias entre as forma-
ções de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Quadro 1 O início do ensino de Biblioteconomia no Brasil.
Fonte: Castro (2000).
Agora, no Quadro 2, veja a grade de disciplinas do curso de 
Biblioteconomia no Claretiano.
44 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
Quadro 2 Disciplinas do curso de Biblioteconomia no Claretiano.
Comunicação e Linguagem
Fontes de Informação e Competência Informacional
Fundamentos da Educação
Introdução à Biblioteconomia
Ação Cultural: Projetos Culturais e Atuação do Bibliotecário
Estudos de Usuários
Introdução à Biblioterapia
Projeto - Representação Descritiva: Catalogação
Representação Descritiva: Catalogação
Metodologia da Pesquisa Científica
Optativa de Formação I
Projeto - Representação Temática: Classificação
Representação Temática: Classificação
Sistemas de Informação
Automação e Informatização de Unidades de Informação
Linguagens Documentárias
Planejamento de Unidade de Informação
Projeto - Automação e Informatização de Unidades de Informação
Projeto – Linguagens Documentárias
Serviços de Referência e Recuperação da Informação
Arquitetura da Informação e Usabilidade
Biblioteca Escolar
Optativa de Formação II
Preservação, Conservação de Documentos e Tratamento de Obras Raras
Administração
Antropologia, Ética e Cultura
Estágio Curricular Supervisionado
Estudos Linguísticos e Literários aplicados à Biblioteconomia
Pesquisa Bibliográfica e Normalização
Atividades Complementares
Fonte: Claretiano (2017).
45© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
Depois de observar os dois quadros, tente responder às se-
guintes questões:
1) O que foi acrescentado?
2) O que foi modificado?
3) O que permaneceu?
4) Em sua opinião, os desafios de hoje são maiores do 
que os do passado?
Percebemos que a Biblioteconomia brasileira é assumida 
quase que diretamente como origem e subárea da Ciência da 
Informação. O fato é que houve um processo de acomodação 
entre as duas áreas:
• de um lado, definiu-se a Biblioteconomia como estudo 
formativo vinculado às diretrizes curriculares nacionais, 
com seus aspectos legais, com o intuito de graduar; 
• do outro, definiu-se, como espaço para a Ciência da In-
formação, o campo de estudos e pesquisas avançados 
em cursos e programas de pós-graduação.
Todo campo científico necessita de uma literatura especia-
lizada e atualizada. No Brasil alguns dos principais periódicosque 
tratam temas da Biblioteconomia e Ciência da Informação são:
1) DataGramaZero: Revista de Ciência da Informação 
(1999-).
2) Perspectivas em Ciência da Informação (1996-).
3) Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia 
e Ciência da Informação (1996-).
4) Morpheu: Revista Eletrônica em Ciências Humanas – 
Conhecimento e Sociedade (2002-).
46 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
5) RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da 
Informação (2003-).
6) Em Questão: Revista da Faculdade de Biblioteconomia 
e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul (UFRS) (2003-).
Você conhece esses periódicos? A leitura de seus artigos 
vão ajudar muito em seu aprendizado.
Consideramos que a Biblioteconomia não se constitui 
como uma área científica, mesmo com a incorporação de novos 
equipamentos tecnológicos à sua rotina, alterando serviços bá-
sicos como a catalogação (utilização das redes colaborativas) e o 
atendimento ao usuário (serviço de referência virtual).
Segundo Pinheiro (1999), a Biblioteconomia precisaria de 
uma "ciência" para lhe dar respeitabilidade acadêmica. Para ele, 
mesmo com a disseminação e uso de equipamentos e proce-
dimentos físicos no âmbito digital, a área ainda não conseguiu 
relacioná-los efetivamente com base na produção que realiza e 
com o uso da informação em um contexto específico.
Agora vamos ver algumas características da Bibliotecono-
mia na Europa e nos Estados Unidos.
Europa e EUA
A partir da primeira metade do século 20, a Europa inovou 
em termos de pesquisa e experimentos de processos de organi-
zação da informação. Contudo, devido ao patamar tecnológico 
da época e das dificuldades políticas e econômicas daquele mo-
mento, essas pesquisas e experimentos não foram disseminados 
e implantados (Buckland, 1991).
47© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
No mesmo período, os Estados Unidos estavam preocu-
pados em aumentar o número de bibliotecas. Estas eram vistas 
como equipamentos culturais e educacionais, capazes de garan-
tir acesso universal aos seus acervos. Apesar de haver alguma 
pesquisa e experimentação de tecnologias no país, elas ainda 
não eram técnicas e modelos aplicados para processos de biblio-
tecas, não sendo, assim, significativas. 
Foi só durante e após a Segunda Guerra Mundial que o 
espírito pragmático e o apoio em pesquisa tecnológica dos Es-
tados Unidos levou a um grande avanço, permitindo várias 
implantações. 
No período, a Europa estava devastada pela Guerra e não 
acompanhou o avanço dos Estados Unidos, recebendo, entre-
tanto, suas influências.
Surgia uma nova concepção de bibliotecas, diante da ne-
cessidade de mudança do conceito elitista desse ambiente. A 
biblioteca até então encarada como depósito de conservação 
de livros raramente lidos ou de acesso reservado apenas para 
determinado público: 
Fechadas em si mesmas, solenes e pouco convidativas, difi-
cultando muitas vezes o acesso à informação, com fundos que 
pouco ou nada têm a ver com os interesses da generalidade da 
população (NUNES, 1996, p. 57).
Uma nova perspectiva, em oposição ao espírito de conser-
vação das bibliotecas, fez com que a divulgação, o acolhimento 
dos usuários e a função de referência aos poucos deixassem de 
ser consideradas secundárias. 
Essa transformação começou na Inglaterra, onde a ideia 
da verdadeira biblioteca pública surgiu no começo do século 
19, com o movimento liderado por Horace Mann (1796-1859) e 
48 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
Henry Barnard (1811-1900), em favor da educação para todos os 
segmentos da sociedade (FONSECA, 1992).
Assim, os Movimentos pela Biblioteca Pública (Public Li-
brary Movements) destacaram-se:
• por um lado, devido à importância de se atingir todos 
os indivíduos da sociedade, propondo uma reformula-
ção do conceito de biblioteca (passando a entendê-las 
como agentes ativos no processo democrático); 
• por outro lado, devido ao surgimento de diversas inova-
ções práticas nas bibliotecas para aumentar a acessibi-
lidade física e intelectual (priorizando os serviços de re-
ferência, adequando os acervos, criando instrumentos 
mais fáceis para a busca, entre outros). 
O salto teórico-conceitual dessa abordagem pelo usuário 
ocorreu a partir de um grupo de pesquisadores da Graduate Li-
brary School da Universidade de Chicago. Nessa instituição foi 
criado o primeiro programa de doutoramento em Biblioteco-
nomia. O grupo de Chicago é considerado fundamental para a 
passagem de uma Biblioteconomia de orientação meramente 
profissionalista para uma científica. 
Nesta mesma época, no Brasil, ainda estávamos revendo 
influências e organizando nossos primeiros cursos de graduação.
Com as leituras propostas no Tópico 3. 1, você vai acom-
panhar a lei que regulamenta a profissão do bibliotecário e re-
fletir sobre a trajetória da Biblioteconomia até os dias atuais. 
Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras 
indicadas, procurando assimilar o conteúdo estudado. 
49© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
2.2. ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO
Com o entendimento de que as bibliotecas possuem um 
papel social e que devem mediar a formação do cidadão comum, 
presenciamos recentemente bibliotecários atuando em múlti-
plos contextos. Embora haja consenso de que as bibliotecas se-
jam relevantes, hoje temos vários tipos ou ramificações dessa 
ideia, em espaços que podem ser físicos ou digitais.
Nesse sentido é mais compreensível utilizarmos o termo 
"unidade de informação" no lugar de biblioteca, pois o biblio-
tecário pode aplicar as técnicas da Biblioteconomia em outros 
espaços, como empresas, livrarias, bancos e assessorias.
Veremos a seguir algumas possibilidades de atuação pro-
fissional e algumas das especialidades existentes (bibliotecário 
de referência, de processamento técnico, de aquisição, periódi-
cos etc.), bem como suas competências (Vieira, 2014).
Bibliotecário de referência
O bibliotecário de referência normalmente é encontrado 
em bibliotecas universitárias ou especializadas. Ele é responsá-
vel por ajudar o usuário a encontrar a informação, direcionan-
do e orientando sua pesquisa pelo contato direto ou por outros 
meios, até que seja sanada sua necessidade informacional.
Ele também é responsável por dar suporte ao pesquisa-
dor/usuário na normalização de trabalhos científicos de acordo 
com as normas da ABNT ou outras, como a APA.
O campo de atuação é vasto: pesquisador ou consultor 
em pesquisas das universidades, empresas públicas ou privadas, 
centros de documentação etc. 
50 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
São atividades exigidas desta atuação: 
1) manter-se informado sobre atualidades gerais e sobre 
as novidades do acervo;
2) utilizar todos os recursos tecnológicos e mídias na 
orientação do usuário; 
3) conhecer seu acervo, assim como as melhores fontes 
de pesquisa on-line ou por meio do Comut (comutação 
bibliográfica);
4) manter uma boa comunicação oral e escrita com os 
usuários, sempre de forma clara;
5) ser agente cultural por meio da promoção de ações e 
eventos culturais em sua unidade ou pela cidade.
Bibliotecário escolar
Pode ser considerado o maior responsável pela formação 
do hábito de leitura entre jovens estudantes, sendo um elo entre 
os jovens e os livros. Esse profissional é responsável por incenti-
var a leitura e a pesquisa, e, em muitos casos, apresenta à crian-
ça o mundo da pesquisa em seu início de vida cultural. 
Na biblioteca escolar, o bibliotecário é um mediador que 
auxilia as crianças e os jovens a desenvolverem competências 
necessárias para: aprender, estimular o senso crítico, argumen-
tar e instigar a criatividade e o interesse por novos conhecimen-
tos. São suas funções:
1) treinar e formarpara a utilização dos recursos da bi-
blioteca e de tecnologia de informação;
2) formar competências e conhecimento da informação;
3) promover programas de leitura e eventos culturais, 
como a hora do conto;
51© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
4) participar de atividades relacionadas à gestão do cur-
rículo escolar;
5) participar da preparação, promoção e avaliação de ati-
vidades de aprendizagem;
6) preparar e administrar os orçamentos e a formação da 
equipe;
7) promover políticas para desenvolver os serviços de 
acordo com as necessidades da comunidade escolar 
(VIEIRA, 2014).
 
Com as leituras propostas no Tópico 3. 2, você se infor-
mará um pouco mais sobre a Biblioteca Escolar. Antes de pros-
seguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas, 
procurando assimilar o conteúdo estudado. 
Bibliotecário de processamento técnico
O bibliotecário de processamento técnico é responsável 
por tratar a informação, atuando nos processos de catalogar, 
classificar e indexar, ou seja, fazer uma descrição e identificação 
do conteúdo do item, de forma que facilite o acesso do usuário 
à informação. 
É necessário conhecer as atividades da biblioteca e seus 
instrumentos de trabalho – como códigos e tabelas de cataloga-
ção, linguagens documentárias, tesauros e vocabulários contro-
lados – necessários para a análise e processamento técnico dos 
documentos da unidade, que habitualmente são divididos em 
três etapas:
52 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
Catalogação
Catalogar significa registrar todo material que chega à bi-
blioteca utilizando técnicas biblioteconômicas que possibilitem 
e facilitem o acesso às informações. Os instrumentos utilizados 
para a catalogação são: o AACR2, utilizado mundialmente para 
padronizar e descrever os documentos; e algum formato especí-
fico (o mais utilizado é o formato MARC 21).
Classificação
Classificar significa reunir coisas, informações etc., no caso 
do bibliotecário classificador, por grupo e conforme suas carac-
terísticas. Para isso, durante o processamento técnico, é neces-
sário utilizar um sistema de classificação (CDD, CDU etc.) por 
meio do qual se reúnam os assuntos pertinentes devidamente 
codificados.
Indexação
Indexar é incluir o registro de um documento em um índice ou 
repositório de informações, que deve formar o catálogo de uma bi-
blioteca. Os registros são compostos por diversos dados e informa-
ções que descrevem o documento, objetivando localizá-lo no acervo. 
Na descrição dos documentos é necessário incluir o cabe-
çalho (informações básicas) sobre o autor, título, assunto etc. Os 
índices podem ser encabeçados por assuntos, autores, títulos, 
editoras etc. No entanto, normalmente, ao buscar o documento, 
a recuperação dá-se pelo assunto.
Para a boa indexação de um item de qualquer tipo de uni-
dade de informação, é de suma importância determinar o assun-
to e inclui-lo em um vocabulário controlado. Isso pode evitar o 
53© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
silêncio ou ruído durante a pesquisa, uma vez que toda recupe-
ração da informação desejada terá sucesso ou não a partir desse 
ponto. A indexação consiste em duas fases:
• identificar e representar o conteúdo intelectual do 
documento; 
• traduzir a análise do assunto para a linguagem especifi-
ca, utilizando descritores.
É exigido que o profissional mantenha-se bem informado 
(cultura geral) sobre as atualidades nas diferentes áreas do co-
nhecimento humano.
Bibliotecário de aquisição 
O profissional é responsável por adquirir obras de relevân-
cia, levando em conta as necessidades de seus usuários e as carac-
terísticas exigidas. Sempre que for necessário obter novas obras, 
deve-se solicitar o material, aprovar o pedido, verificar a disponibi-
lidade do documento no mercado, comprá-lo, negociar condições 
de pagamento etc. Durante a aquisição deve-se levar em conta 
não apenas os aspectos comerciais do negócio, mas também o va-
lor informacional que a aquisição trará ao acervo da unidade.
Após adquirir o documento, inicia-se o processamento téc-
nico para incorporá-lo ao acervo e disponibilizá-lo. 
Por fim, o processo deve ser acompanhado por um bom 
sistema de Disseminação Seletiva da Informação (DSI), que pro-
moverá uma boa divulgação das novidades informacionais. São 
exigências da função:
1) analisar as sugestões de usuários/ pesquisadores;
2) controlar orçamento, ou verificar a possibilidade da 
aquisição;
54 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
3) analisar a quantidade a ser adquirida, ou se já faz parte 
do acervo;
4) gerenciar a licitação ou orçamentos para compra;
5) analisar fornecedores, condições de pagamento, prazo etc.
Em grande parte das instituições, o profissional não atua 
somente na aquisição, acumulando outras funções. Isso ocorre 
porque a maioria das bibliotecas não necessita ou não tem re-
cursos suficientes para o desenvolvimento integral de um profis-
sional nessa função.
Bibliotecário de periódicos
Suas principais funções são comprar, receber, avaliar e 
controlar as coleções de periódicos provenientes de assinatura 
(compra), doação ou permuta, mantendo atualizadas as infor-
mações necessárias às consultas do material pelos usuários.
A rapidez na recuperação e o contato imediato com a in-
formação vêm-se tornando fatores determinantes na aquisição 
de periódicos eletrônicos em ambientes universitários, principal-
mente pelo acesso às novidades nas áreas científicas e tecno-
lógicas. A assinatura permite o acesso a periódicos por área de 
atuação e a periódicos de acesso livre.
No Brasil, as FAPs e o CNPQ possibilitam o acesso dos pes-
quisadores a portais como Web of Science e Scielo (Scientific Ele-
tronic Library).
São exigências da função:
1) intermediar contato com fornecedores, editores etc.;
2) pesquisar necessidades e orçamentos de aquisição de 
periódicos;
55© INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
3) catalogar e indexar periódicos e artigos;
4) controlar a circulação dos documentos;
5) elaborar relatórios e estatísticas.
Em grande parte das instituições, o profissional acumula 
outras funções. Isso ocorre porque a maioria das bibliotecas não 
necessita ou não tem recursos suficientes para o desenvolvimen-
to integral de um profissional nessa função. 
Bibliotecário de sistemas
O bibliotecário de sistemas gerencia, insere e organiza as 
informações de uma biblioteca de forma a facilitar o acesso do 
usuário. Deve oferecer a maior gama possível de possibilidades e 
mecanismos que permitam a recuperação da informação deseja-
da. Para isso, é vital uma boa indexação de termos. 
Assim, mediante bom treinamento ao usuário quanto à 
utilização do sistema, é possível dar autonomia a ele, otimizando 
o tempo e permitindo que ele auxilie outros usuários. 
O bibliotecário de sistemas deve possuir senso crítico ao 
elaborar, indexar e disponibilizar os termos das diferentes áreas 
do conhecimento. Assim, estabele critérios para organizar e in-
terpretar a informação nos suportes existentes na biblioteca, via-
bilizando conexões entre assuntos para facilitar a pesquisa.
São exigências da função:
1) manter contato constante com colaboradores e utiliza-
dores (usuários) do acervo;
2) manter-se informado e buscar novas tecnologias e no-
vidades da área no que se refere a base, banco e estru-
56 © INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA
UNIDADE 2 – A BIBLIOTECONOMIA CIENTÍFICA E PROFISSIONAL 
tura de dados, sistemas operacionais, programação, 
novas tecnologias na área de catalogação etc.;
3) participar do planejamento e da seleção dos sistemas 
(softwares etc.) da unidade;
4) manter um canal de comunicação aberto entre colabo-
radores para assuntos técnicos sobre informática;
5) supervisionar o fluxo de informações do sistema para 
fins estatísticos,

Outros materiais