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APS DE DIREITO DO TRABALHO

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS (FMU) 
 
 
 
 
 
 
Ana Claudia de Assis Calasso-RA: 2569838 
 
 
 
 
 
 
Atividades Práticas Supervisionadas 
PROCESSO DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
São Paulo-SP 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM COMPETÊNCIAS RELACIONADAS 
 I, VII, VII, IX,X,XII,XIII 
1 Reconhecer e identificar a competência da Justiça do Trabalho para a 
solução dos conflitos; 
2 Identificar e distinguir todas as fases e institutos do dissídio individual; 
3 Reconhecer, identificar e empregar os recursos trabalhistas; 
4 Identificar e distinguir as tutelas executivas inerentes ao processo 
trabalhista; 
5 Aplicar os institutos processuais estudados na resolução de casos 
concretos de maneira crítico-reflexiva a partir institutos processuais 
trabalhistas. 
6 Aplicar as alterações no ordenamento jurídico trabalhista processual. 
 
 
 ATIVIDADES A SEREM 
DESENVOLVIDAS
 
 
As Atividades Práticas Supervisionadas - APS têm deu detalhamento publicado no 
ambiente virtual de aprendizagem da disciplina. São publicadas na primeira 
quinzena de aulas e devem ser realizadas pelos estudantes até o limite do prazo 
da N1, em conformidade com o calendário acadêmico. 
As APS devem ser realizadas pelos estudantes no próprio ambiente virtual 
de aprendizagem ou ter seu upload realizado lá, onde também serão corrigidas 
pelo docente, ficando registradas em sua integralidade. 
Os alunos deverão a partir das situações problema abaixo responder as questões 
propostas de forma fundamentada e através da utilização da legislação, doutrina e 
jurisprudência. 
A APS (Atividade Prática Supervisionada) proposta é constituída de duas situações 
problemas que percorrem a fase de conhecimento e de execução no dissídio 
individual trabalhista. 
 
I - Um vendedor externo, Genivaldo, contratado pela empresa “Atacado Geral Ltda.”, que 
atua no setor de distribuição de doces e balas em geral, recebeu em sua CTPS anotação 
acerca da exceção do artigo 62, inciso I da CLT, eis que o empregador não realiza 
controle formal da jornada de trabalho. 
 
Em seu labor Genivaldo comparecia à empresa pela manhã e elaborava um roteiro de 
visitas, a partir de carteira de clientes de área definida pela empresa, prevendo no mínimo 
20 (vinte) visitas diárias. Por volta das 8:30 da manhã Genivaldo saía da empresa para 
realizar as visitas do roteiro, mantendo constante contato por telefone, quando informava 
o horário de chegada e saída em cada cliente. Encerradas as visitas o vendedor enviava 
o relatório através de e-mail ao Supervisor da área de venda. Como mencionado 
Genivaldo não registrava em controle de frequência a sua jornada, que em média era de 
10 horas, sem intervalos, de segundas a sábados. 
 
Dispensado após dez anos de serviços prestados, sob o fundamento de justa causa por 
ato de concorrência desleal em prejuízo da empresa, Genivaldo propôs Reclamação 
Trabalhista em face de sua ex-empregadora, onde pretende a descaracterização da justa 
causa, o pagamento de horas extras e seus reflexos e pagamento de empréstimo que ele 
autor fez ao sócio da empresa. 
Em audiência realizada, a conciliação proposta pelo juiz foi infrutifera. Em sua defesa a 
empresa “Atacado Geral Ltda.” sustenta nada dever a titulo de horas extras, dada à 
exceção a que estavam sujeitos os seus vendedores, e que a justa causa encontra-se 
caracterizada na medida em que o empregado nas suas horas vagas como era 
proprietário de estabelecimento comercial em sociedade com sua esposa, vendia outros 
produtos alimenticios no varejo, especialmente batatas fritas e salgadinhos em geral. 
A contestação foi apresentada ao advogado de Genivaldo que rechaçou por negativa 
geral os fatos narrados na defesa e reiterou o conteúdo da petição inicial. 
Ato continuo o juiz iniciou a instrução informando que dispensava o interrogatório do autor 
e do preposto, perguntando às partes se tinham provas, o advogado do autor informou 
que apresentaria duas testemunhas e a ré que apresentaria apenas uma testemunha. 
Iniciada a colheita da prova oral, as testemunhas do autor informaram nada saber acerca 
dos fatos relacionados à justa causa e confirmaram que o autor estava submetido a 
controle informal de horário eis que se reportava a empresa nos exatos termos narrados 
na petição inicial. 
A testemunha da empresa, que exercia a função de diretor comercial com participação 
acionária de 40% do capital social da empresa, foi contraditada pelo advogado do autor, 
sob o fundamento de exercício de cargo de confiança na empresa e por ser sócio do 
empreendimento. A contradita não foi acolhida, sendo que o juiz se baseou nessa decisão 
no fato de que a testemunha convocada embora diretor não tinha real interesse na 
demanda. O advogado apresentou protestos, que restaram consignados em ata de 
audiência. 
A testemunha da empresa foi ouvida e nada acrescentou com relação às horas extras, 
mencionando tão somente que o trabalho do autor era realizado externamente sob a 
supervisão do depoente. Com relação à justa causa seu depoimento foi no sentido que 
ele havia investigado o fato pessoalmente e constatou que o autor era sócio minoritário de 
estabelecimento comercial localizado em frente a um clube onde eram vendidos no varejo 
toda a espécie de salgadinhos e por fim com relação ao empréstimo informou que de fato 
a empresa era devedora. 
A instrução foi encerrada e as partes apresentaram alegações finais remissivas e ato 
continuo o juiz prolatou a sentença julgando todos os pedidos iniciais improcedentes com 
fundamento na prova produzida em audiência, imputando ao autor as penas de litigância 
de má fé no percentual de 20% e atribuiu custas processuais definidas em lei e honorários 
sucumbenciais arbitrados no percentual de 20% ao empregado calculado sob o valor da 
causa fixado por sentença em R$ 50.000,00. 
Nos autos constava pleito do autor no sentido de concessão dos benefícios da Justiça 
Gratuita, assim publicada a sentença o advogado de Genivaldo apresentou medida 
processual visando o exame desse ponto omisso da decisão, bem como rebateu a falta 
de fundamentação da decisão com relação a litigância de má fé. 
O juiz recebeu a medida processual referenciada no parágrafo anterior, julgando-a 
improcedente sob o fundamento que não havia qualquer omissão no julgado, novamente, 
inconformado o autor no prazo apresentou medida processual objetivando reforma da 
decisão, que restou em juízo de admissibilidade denegada por falta de preparo. Mais uma 
vez o autor inconformado aviou nova medida processual. 
 
 
 
RESPOSTAS 
 
1) Agiu corretamente o Magistrado na distribuição do ônus da prova no acaso 
acima apresentado? Fundamente sua opção de forma completa, inclusive 
abordando brevemente a questão da inversão do ônus da prova no processo do 
trabalho. 
 
Resposta- Sim, o Magistrado agiu erroneamente, dentro do caso apresentado, pois é 
justamente a ele que cabe concernir o ônus da prova, para a parte mais favorecida 
quanto a esse assunto, com o objetivo que o pleito no processo seja comprovado 
corretamente. Assim, nesse caso especifico o Magistrado deveria ter invertido o ônus 
da prova ao reclamado, já que o mesmo não possuia recursos suficientes para 
comprovar o que alegava, ou seja, como sabemos a inversão do ônus da prova tem 
como principal objetivo contribuir com a parte menos favorecida dentro do processo. 
 
 
2) Qual a finalidade do protesto apresentado pelo advogado do autor? 
 
Resposta- A finalidade do protesto era de se fazer constar em ata de audiência, com 
a intenção da parte, de usar isso como prova em seu Recurso Ordinário, de acordo 
com o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. 
 
 
3) O juiz poderia dispensar o interrogatório das partes? 
 
Resposta- Sim, desde que isso não cause prejuízo a nenhuma das partes, conforme 
o disposto no Art. 794 da CLT, agora se houver provado o prejuízo as partes, gerando 
assim a nulidade, qualquer uma daspartes podem mediante provocação, seguindo o 
o que diz o disposto no Art. 795 da CLT, argui-las assim que for possível se manifestar 
am audiência ou nos autos, na qual a fundamentação possa gerar a desobrigação do 
interrogatório. 
 
 
4) Explique à luz da doutrina, legislação e jurisprudência os fundamentos que 
deveriam ser utilizados pelo advogado de Genivaldo ao formular a contradita. 
 
Resposta- De acordo com o que estabelece o Art. 829 da CLT, para fazer valer o 
testemunho precisamos que a testemunha chamada aos autos seja imparcial, fato 
esse que podemos comprovar que não foi validado, já que no caso em questão, a 
testemunha da reclamada, além de exercer o cargo como diretor comercial, tinha a 
participação acionária de 40% do capital da empresa, sendo assim não deveria 
prestar o compromisso, de acordo com o disposto no Art. 457, § I do CPC. 
Ainda se tratando do disposto no Art. 829 da CLT, Caput, para efetivar a contradita o 
momento oportuno é até o último instante anterior a coleta do depoimento 
testemunhal das provas, e no caso que ocorra de testemunhas ouvidas não serem de 
fato contraditas, pode ocorrer o entendimento jurisprudencial de que os depoimentos 
são dotados de credibilidade pautados somente na confiança. 
 
 
5) Explique o que são razões finais remissivas? Se hipoteticamente os advogados 
optassem por razões finais orais, quais as cautelas que deveriam ser observadas. 
 
Resposta- Razões finais remissivas são aquelas em que o advogado não apresenta 
nenhum ponto novo, ele não quer discutir apontamentos diferentes e nem tentar 
convencer o juiz com uma nova linha argumentativa, elas simplesmente reproduzem o 
que já foi alegado anteriormente, por exemplo o que foi dito na própria petição inicial, 
reiterando tudo que já foi dito durante o processo. 
 
Nos casos onde os advogados optarem por razões finais orais, conforme previsto no Art. 
850 da CLT, deveria ser observada uma cautela em razão ao tempo para se manifestar 
(10 minutos antes de prolatar a sentença). Na opção de advogado da reclamada, deverá 
reiterar os termos da contestação e pedir improcedência da ação, já no caso do 
reclamante, deverá reiterar os termos da inicial e pedir procedência da ação. 
 
 
6) Agiu corretamente o juiz ao arbitrar os honorários sucumbências no 
percentual de 20% a ser calculado considerando o valor da causa? 
 
Resposta- Não, pois de acordo com o disposto no Art. 791- A da CLT, ao advogado, 
ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados 
entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor que resultar da liquidação da 
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o 
valor já atualizado da causa, ou seja, no caso a atitude do juiz sobre os honorários 
arbitrados no percentual de 20% está equivocada, posto que ele se utilizou 
erroneamente do disposto no Art. 85 do CPC para a sua fundamentação. 
 
 
7) Qual a medida processual utilizada pelo autor para o exame dos pontos 
omissos da sentença? Qual o prazo? Se tivesse sido acolhida a medida quais os 
seus efeitos? 
 
Resposta- A medida processual utilizada foram os Embargos de Declaração, pois 
admitem efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no 
julgado, tem como prazo 5 dias úteis, conforme previsto no disposto do Art. 897 - A da 
CLT. 
 
 
8) Qual a medida processual apresentada pelo autor após o indeferimento da 
medida processual em relação à omissão? Qual o prazo e o marco inicial desse 
prazo? Quais os seus pressupostos genéricos? 
 
Resposta- A medida cabível ao autor é apresentar Recurso Ordinário, com o prazo 
de 8 dias úteis a contar da intimação da decisão, conforme o disposto no Art. 895 da 
CLT. Para se utilizar desse recurso é necessário o preenchimento dos requisitos 
subjetivos ou objetivos. 
 
Tais pressupostos são: 
a) extrínseco: preparo; tempestividade e regularidade formal; 
b) intrínsecos: cabimento, interesse recursal e legitimidade de recorrer. 
 
 
9) Qual a medida judicial cabível da denegação da medida judicial referida 
no item 5? 
Quais as obrigações da parte que avia essa medida? Qual o juízo de 
interposição? Qual o juízo de conhecimento? Qual o objetivo dessa medida? 
 
Resposta- Se o Juiz não permitir as razões finais das partes, terá o impedimento 
pautado sobre o cerceamento de defesa. Após proferida a sentença, com base no 
disposto no Art. 850 da CLT, caberá Recurso Ordinário, que deverá ser interposto no 
prazo de 8 dias, podendo as partes assim conduzir as suas razões finais. O recurso 
deve ser interposto no órgão da Justiça do Trabalho que denegou seguimento ao 
juízo "a quo", e tem por objetivo, a nulidade da sentença para que as razões finais 
possam acontecer e assim haver a reforma da sentença. 
 
 
10) Considerando-se que o Tribunal deu provimento a medida judicial que 
combateu a decisão denegatória da medida principal, bem como provimento 
parcial a própria medida principal reconhecendo o direito às horas extras e o 
direito de Genivaldo receber valores relacionados ao empréstimo sem 
apresentar tese explícita o que resta do ponto de vista processual para que 
Genivaldo possa defender seus interesses com relação a justa causa e a 
litigância de má fé? Apresente a(s) medida(s), prazo(s), finalidade(s) e 
pressuposto(s) especifico(s) ao caso concreto. 
 
Resposta- A medida a ser apresentada Genivaldo deveria ser proposta pelo Recurso 
de Revista, no prazo de 8 dias a contar da publicação da decisão, de acordo com o 
disposto no Art. 896 da CLT, pois são decisões proferidas em grau de Recurso 
Ordinário. Assim, tendo por finalidade uniformizar e aperfeiçoar a jurisprudência, para 
que as possíveis ilegalidades de decisões proferidas pelos tribunais do trabalho 
sejam, de vez sanadas, já os pressupostos aqui são extrínsecos a tempestividade, 
regularidade formal, preparo, depósito recursal e custas processuais. 
 
 
11) Como o Tribunal reformou a sentença com relação ao empréstimo, qual ou 
quais a medidas que a empresa pode adotar? Qual ou quais os seus prazos, 
pressupostos, efeitos, juízo de admissibilidade, julgamento e fundamento 
jurídico? 
 
Resposta- Como medida a empresa pode usar o Recurso Ordinário, no prazo de 8 dias, 
com efeito devolutivo, de acordo com o disposto no Art. 896 da CLT, com o juízo de 
admissibilidade "a quo", e tendo como pressupostos intrínsecos: cabimento, interesse 
recursal, legitimidade para recorrer, e extrínsecos: preparo, tempestividade e regularidade 
formal.

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