Buscar

Introdução à Filosofia modolo Iahaia 2023

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 158 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 158 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 158 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Manual de Tronco Comum 
Introdução à Filosofia 
 
Código A0010 
 
Universidade Católica de Moçambique (UCM) 
Centro de Ensino à Distância (CED) 
 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique (UCM), Centro de 
Ensino à Distância (CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação e/ou 
reprodução deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer 
meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de 
entidade editora (Universidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância). O 
não cumprimento desta advertência é passível a processos judiciais. 
 
 
 
Elaborado Por: António Luís Rosa – Licenciado em Ensio de Filosofia pela Universidade 
Pedagógica – Moçambique, Delegação da Beira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Moçambique (UCM) 
Centro de Ensino à Distância (CED) 
Rua Correia de Brito No 613 – Ponta-Gêa 
Beira – Sofala 
 
Telefone: 23 32 64 05 
Cell: 82 50 18 440 
Moçambique 
 
Fax: 23 32 64 06 
E-mail: ced@ucm.ac.mz 
Website: www.ucm.ac.mz 
 
 
Agradecimentos 
 
A Universidade Católica de Moçambique (UCM) – Centro de Ensino à Distância (CED) e o autor 
do presente manual, António Luís Rosa, agradecem a colaboração de todos que directa ou 
indirectamente participaram na elaboração deste manual. À todos sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Introdução à Filosofia i 
 
Índice 
Visão geral 7 
Benvido à Introdução à Filosofia ...................................................................................... 7 
Objectivos do curso .......................................................................................................... 7 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 7 
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 8 
Ícones de actividade .......................................................................................................... 8 
Acerca dos ícones .......................................................................................... 9 
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 9 
Precisa de apoio? ............................................................................................................ 10 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ............................................................................... 10 
Avaliação ........................................................................................................................ 11 
Unidade N0 01-A0010 12 
Tema: Introdução à Filosofia .......................................................................................... 12 
Introdução .............................................................................................................. 12 
Sumário ........................................................................................................................... 12 
Exercícios ........................................................................................................................ 17 
Unidade N0 02-A0010 18 
Tema: Atitude filosófica ................................................................................................. 18 
Introdução .............................................................................................................. 18 
Sumário ........................................................................................................................... 18 
Exercícios ........................................................................................................................ 31 
Unidade N0 03-A0010 32 
Tema: Breve contextualização histórica da Filosofia ..................................................... 32 
Introdução .............................................................................................................. 32 
ii Índice 
 
Sumário ........................................................................................................................... 32 
Exercícios ......................................................................... Error! Bookmark not defined. 
Unidade N0 04-A0010 36 
Tema: A Pessoa Humana ................................................................................................ 36 
Introdução .............................................................................................................. 36 
Sumário ........................................................................................................................... 36 
Exercícios ........................................................................................................................ 39 
Unidade N0 05-A0010 40 
Tema: A Consciência Moral ........................................................................................... 40 
Introdução .............................................................................................................. 40 
Sumário ........................................................................................................................... 40 
Exercícios ........................................................................................................................ 43 
Unidade N0 06-A0010 44 
Tema: Aspectos da Ética Individual. .............................................................................. 44 
Introdução .............................................................................................................. 44 
Sumário ........................................................................................................................... 44 
Exercícios ........................................................................................................................ 48 
Unidade N0 07-A0010 49 
Tema: A acção humana. .................................................................................................. 49 
Introdução .............................................................................................................. 49 
Sumário ........................................................................................................................... 49 
Exercícios ........................................................................................................................ 51 
Unidade N0 08-A0010 52 
Tema: Introdução aos Valores ........................................................................................ 52 
Introdução .............................................................................................................. 52 
 
 Introdução à Filosofia iii 
 
Sumário ........................................................................................................................... 52 
Exercícios ........................................................................................................................ 57 
Unidade N0 09-A0010 58 
Tema: Aspectos da Bioética. .......................................................................................... 58 
Introdução .............................................................................................................. 58 
Sumário ........................................................................................................................... 58 
Exercícios ........................................................................................................................ 61 
Unidade N0 10-A0010 62 
Tema: Teoria do Conhecimento. .................................................................................... 62 
Introdução ..............................................................................................................62 
Sumário ........................................................................................................................... 62 
Exercícios ........................................................................................................................ 71 
Unidade N0 11-A0010 72 
Tema: Possibilidades do Conhecimento. ........................................................................ 72 
Introdução .............................................................................................................. 72 
Sumário ........................................................................................................................... 72 
Exercícios ........................................................................................................................ 75 
Unidade N0 12-A0010 76 
Tema: Origem do Conhecimento. ................................................................................... 76 
Introdução .............................................................................................................. 76 
Sumário ........................................................................................................................... 76 
Exercícios ........................................................................................................................ 81 
Unidade N0 13-A0010 82 
Tema: Natureza do Conhecimento ................................................................................. 82 
Introdução .............................................................................................................. 82 
iv Índice 
 
Sumário ........................................................................................................................... 82 
Exercícios ........................................................................................................................ 84 
Unidade N0 14-A0010 85 
Tema: Níveis de Conhecimento ...................................................................................... 85 
Introdução .............................................................................................................. 85 
Sumário ........................................................................................................................... 85 
Exercícios ........................................................................................................................ 95 
Unidade N0 15-A0010 96 
Tema: Introdução à Lógica. ............................................................................................ 96 
Introdução .............................................................................................................. 96 
Sumário ........................................................................................................................... 96 
Exercícios ........................................................................................................................ 99 
Unidade N0 16-A0010 100 
Tema: As dimensões do discurso humano. ................................................................... 100 
Introdução ............................................................................................................ 100 
Sumário ......................................................................................................................... 100 
Exercícios ...................................................................................................................... 104 
Unidade N0 17-A0010 105 
Tema: Os princípios da razão ....................................................................................... 105 
Introdução ............................................................................................................ 105 
Sumário ......................................................................................................................... 105 
Exercícios ...................................................................................................................... 111 
Unidade N0 18-A0010 112 
Tema: A convivência políticas entre os Homens. ......................................................... 112 
Introdução ............................................................................................................ 112 
 
 Introdução à Filosofia v 
 
Sumário ......................................................................................................................... 112 
Exercícios ...................................................................................................................... 120 
 
Unidade N0 19-A0010 121 
Tema: Os Direitos Humanos ......................................................................................... 121 
Introdução ............................................................................................................ 121 
Sumário ......................................................................................................................... 121 
Exercícios ...................................................................................................................... 125 
Unidade N0 20-A0010 126 
Tema: A Filosofia Política na História ......................................................................... 126 
Introdução ............................................................................................................ 126 
Sumário ......................................................................................................................... 126 
Exercícios ...................................................................................................................... 136 
Unidade N0 21-A0010 139 
Tema: Ciência ............................................................................................................... 139 
Introdução ............................................................................................................ 139 
Sumário ......................................................................................................................... 139 
Exercícios ...................................................................................................................... 141 
Unidade N0 22-A0010 142 
Tema: A Estética ........................................................................................................... 142 
Introdução ............................................................................................................ 142 
Sumário ......................................................................................................................... 142 
Exercícios ...................................................................................................................... 143 
Unidade N0 23-A0010 144 
Tema: A expressão artística .......................................................................................... 144 
Introdução ............................................................................................................ 144 
vi Índice 
 
Sumário ......................................................................................................................... 144 
Exercícios ...................................................................................................................... 147 
Unidade N0 24-A0010 148 
Tema: A experiência Religiosa ..................................................................................... 148 
Introdução ............................................................................................................ 148 
Sumário ......................................................................................................................... 148 
Exercícios ...................................................................................................................... 150 
 
 
 
 Introdução à Filosofia 7 
 
Visão geralBenvindo à Introdução à Filosofia 
O mundo que nos rodeia é caracterizado pela multiplicidade de 
saberes, os quais fazem com que o Homem se questione sobre qual é 
a verdadeira sabedoria. Nesse contexto, o que importa não são as 
respostas, mas as perguntas levantadas pelo próprio Homem. Esta é 
a principal característica do filósofo: levantar perguntas constantes, 
profundas e radicais para buscar a verdade das coisas e do ser 
humano. Com a filosofia se é capaz de buscar o sentido da vida, 
segundo Sócrates “uma vida sem filosofia não vale a pena ser 
vivida”. 
 
Objectivos do curso 
Quando terminar o estudo da Introdução à Filosofia, o estudante 
deve ser capaz de: 
 
 Identificar o sentido e o significado da Filosofia, através da reflexão 
sobre a relação que ela tem para com outras ciências, com a existência 
humana e toda a realidade, particularmente tudo o que se refere ao mundo 
actual. 
Quem deveria estudar este 
módulo 
Este módulo foi concebido para todos aqueles que frequentam os 
cursos à distância, oferecidos pela Universidade Católica de 
Moçambique (UCM), através do seu Centro de Ensino à 
Distância (CED). 
 
8 Unidade 
 
Como está estruturado este 
módulo 
Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED 
encontram-se estruturados da seguinte maneira: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os 
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. 
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de 
começar o seu estudo. 
Conteúdo do curso / módulo 
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma 
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade 
incluindo actividades de aprendizagem, um resumo da unidade 
e uma ou mais actividades para auto-avaliação. 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos 
uma lista de recursos adicionais para você explorar. Estes 
recursos podem incluir livros, artigos ou sites na internet. 
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação 
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de 
cada unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais 
para desenvolver as tarefas, assim como instruções para as 
completar. Estes elementos encontram-se no final do módulo. 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer 
comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os 
seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar 
este curso / módulo. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes icones servem para identificar 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar 
 
 Introdução à Filosofia 9 
 
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, 
uma mudança de actividade, etc. 
Acerca dos ícones 
Os icones usados neste manual são símbolos africanos, 
conhecidos por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo 
Ashante de África Ocidental, datam do século XVII e ainda se 
usam hoje em dia. 
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, 
cada um com uma descrição do seu significado e da forma como 
nós interpretámos esse significado para representar as várias 
actividades ao longo deste módulo. 
 
Habilidades de estudo 
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões 
nomeadamente: o lado social, profissional e estudante, daí ser 
importante planificar muito bem o seu tempo. 
Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e 
use ao máximo o tempo disponível nos finais de semana. 
Lembre-se que é necessário elaborar um plano de estudo 
individual, que inclui, a data, o dia, a hora, o que estudar, como 
estudar e com quem estudar (sozinho, com colegas, outros). 
Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não 
produz bons resultados, use métodos mais activos, procure 
desenvolver suas competências mediante a resolução de 
problemas específicos, estudos de caso, reflexão, etc. 
O manual contém muita informação, algumas chaves, outras 
complementares, daí ser importante saber filtrar e apresentar a 
informação mais relevante. Use estas informações para a 
resolução dos exercícios, problemas e desenvolvimento de 
actividades. A tomada de notas desempenha um papel muito 
importante. 
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um 
plano de desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte 
sobre os seus pontos fracos e fortes e perspectivas o seu 
desenvolvimento. 
Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o 
responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar, 
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso. 
 
10 Unidade 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra 
situação, o material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida 
(falta de clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros 
ortográficos, falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos, 
contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a 
situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente. 
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai 
o estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o 
tutor, usando para o efeito os mecanismos apresentados acima. 
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso 
de problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser 
contactado, numa fase posterior contacte o coordenador do curso 
e se o problema for da natureza geral, contacte a direcção do 
CED, pelo número 825018440. 
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas 
normais de expediente. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir com todo o staff do 
CED, neste período pode apresentar dúvidas, tratar questões 
administrativas, entre outras. 
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, 
busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me 
mutuamnte, reflictam sobre estratégias de superação, mas 
produza de forma independente o seu próprio saber e desenvolva 
suas competências. 
Juntos na Educação à Distância, vencendo a distância. 
 
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades 
e auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas 
é importante que sejam realizadas.As tarefas devem ser entregues 
antes do período presencial. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega , implica a não classificação 
do estudante. 
 
 Introdução à Filosofia 11 
 
As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem 
ser dirigidos ao tutor/docentes. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 
(oito) palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A 
honestidade, humildade cintífica e o respeito pelos direitos 
autorais devem marcar a realização dos trabalhos. 
 
Avaliação 
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do 
curso) e o período presencial (20%). A avaliação do estudante é 
regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação. 
Os trabalhos de campo por si desenvolvidos , durante o estudo 
individual, concorrem para os 25% do cálculo da média de 
frequência da cadeira. 
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e 
concorrem para os 75% do cálculo da média de frequência da 
cadeira. 
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões 
presenciais, eles representam 60% , o que adicionado aos 40% da 
média de frequência, determinam a nota final com a qual o 
estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de:(a) admissão ao 
exame, (b) nota de exame e, (c) conclusão do módulo. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 
(dois) testes escritos e 1 (um) exame escrito. 
Não estão previstas quaisquer avaliação oral. 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão 
utilizadas como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de 
cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a indicação das referências utilizadas, o respeito 
pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual. 
Consulte-os. 
Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual. 
 
12 Unidade 
 
Unidade N0 01-A0010 
Tema: Introdução à Filosofia 
Introdução 
A Filosofia é uma disciplina que está presente em todos os 
tempos e lugares. Desde a antiguidade foi considerada a mãe de 
todas as ciências, pois ela busca a verdade na sua totalidade. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 Conhecer o conceito, método e objecto da Filosofia. 
 Descrever as Funções da Filosofia. 
 Caracterizar atitudes e disciplinas auxiliares da Filosofia. 
 Diferenciar a Filosofia de outras ciências. 
 
 
Sumário 
O termo “filosofia” é composto de dois termos gregos: phílos, 
que significa amigo de, amante de, afeiçoado a, que gosta de, que 
tem gosto em, que se compraz em, que busca com afã, que 
anseia, etc., e sophía, que significa sabedoria, saber, ciência, 
conhecimento, etc. Assim pois, etimologicamente, o termo 
filosofia significa: amor à sabedoria, gosto pelo saber. 
Filósofo é aquele que ama o saber, tem gosto pela sabedoria, 
conhecimento e busca incansavelmente os conhecimentos de 
forma radical, profunda e total. 
 
Origem do termo “filosofia” 
O termo filosofia nasceu no “círculo socrático”, quer dizer, no 
círculo de Sócrates e dos discípulos dele, ou talvez antes ainda 
 
 Introdução à Filosofia 13 
 
no “círculo pitagórico”, quer dizer, no círculo de Pitágoras e dos 
seus discípulos. 
Eram chamados de “filósofos” os homens que buscavam a 
“sabedoria suprema”, quer dizer, “a sabedoria última e radical 
da vida e das coisas”, ou seja, o saber que busca a dimensão 
última e radical da vida e das coisas. 
 
O que é filosofia? 
Segundo a tradição, o criador do termo filosofia foi Pitágoras, o 
que, embora não sendo historicamente seguro, no entanto é 
verossimível. O termo certamente foi cunhado por um espírito 
religioso, que pressupunha só ser possível aos deuses uma sofia 
(sabedoria), ou seja, uma posse certa e total do verdadeiro, uma 
contínua aproximação ao verdadeiro, um amor ao saber nunca 
saciado totalmente, de onde, justamente, o nome, filosofia, ou 
seja, “amor pela sabedoria”. 
O Homem é naturalmente filósofo, isto é, “amigo da sabedoria”. 
Ávido de saber, não se contenta em viver o momento presente e 
aceitar passivamente as informações fornecidas pela experiência 
imediata, como acontece com os animais. Em seu olhar 
interrogativo quer conhecer o porquê das coisas, sobretudo o 
porquê da própria vida. 
Mas enquanto o Homem comum, o Homem da rua, formula essas 
interrogações e enfrenta estes problemas de maneira descontínua, 
sem método e sem ordem, há pessoas que dedicam a essa 
pesquisa todo o seu tempo e todas as suas energias, e propõem-se 
a obter uma solução concludente para todos os ingentes 
problemas que espicaçam a mente humana, através de uma 
análise aprofundada e sistemática. Estas pessoas recebem a 
designação de “filósofos”. 
Mas, então o que é a filosofia? A filosofia é um conhecimento, 
um saber e, como tal, em sua esfera de particular competência na 
qual, busca adquirir informações válidas, precisas e ordenadas. 
No decorrer da história da filosofia, foi assumindo várias 
definições, de acordo com o filósofo e o tempo em que se 
encontrasse. Assim, Aristóteles (384-322 a.C) define filosofia 
como sendo a disciplina que estuda “as causas últimas de todas 
as coisas”; Cícero (106-46 a.C) define a filosofia como sendo “o 
estudo das causas humanas e divinas das coisas”; Descartes 
(1596-1650) afirma que filosofia “ensina a bem raciocinar”; 
Hegel (1770-1831) concebe a filosofia como “saber absoluto”. 
Whitehead (1861-1947) julga que a tarefa da filosofia é “fornecer 
uma explicação orgânica do universo”. 
Poderíamos citar muitos outros filósofos que definem a filosofia, 
quer como estudo do valor do conhecimento, quer como pesquisa 
sobre o fim último do Homem, quer como estudo da linguagem, 
do ser, da história, da arte, da cultura, da política, etc. 
 
14 Unidade 
 
Dentre as várias definições acima apresentadas, podemos 
concluir que a filosofia não estuda uma única realidade, mas 
várias. Assim, podemos levantar a seguinte pergunta: qual é o 
objecto de estudo da filosofia? No entender dos filósofos, a 
filosofia estuda tudo, ou seja, a filosofia pretende explicar a 
totalidade das coisas, toda a realidade, sem exclusão de partes 
ou momentos delas. Assim, a filosofia distingue-se das ciências 
particulares, que assim se chamam exactamente porque se 
limitam a explicar partes ou sectores da realidade, grupos de 
coisas ou de fenômenos. E a pergunta levantada pelos primeiros 
filósofos foi: “Qual é o príncípio de todas as coisas?” Esta 
pergunta já mostra a perfeita consciência desse ponto. 
No que se refere ao método, a filosofia recorre ao método 
puramente racional daquela totalidade, embora não exclua algum 
momento intuitivo. Mas os métodos racionais são múltiplos, e os 
mais importantes são indução e a dedução. A filosofia utiliza 
ambos: a indução para ascender dos factos aos princípios 
primeiros e a dedução para descer de novo dos primeiros 
princípios e iluminar posteriormente os factos, para compreendê-
los melhor. O que vale em filosofia é a razão, a motivação 
lógica, o logos. 
Por último, o objectivo ou fim da filosofia está no puro desejo de 
conhecer e contemplar a verdade. Ela tem como objectivo único 
o conhecimento; tem em vista simplesmente pesquisar a verdade 
em si mesma, prescindindo de eventuais utilizações práticas. A 
filosofia tem um objectivo puramente teórico, ou seja, 
contemplativo; não pesquisa por nenhuma vantagem que lhe seja 
estranha, mas por ela mesma; por isso Aristóteles afirma que a 
filosofia é “livre” enquanto não está sujeita a nenhuma utilização 
de ordem prática, e portanto se realiza e se resume na pura 
contemplação do verdadeiro. 
 
Universalidade e particularidade da Filosofia 
A filosofia é ainda um saber universal, pois exprime 
preocupações e problemas que preocuparam a Humanidade 
durante todos os tempos. Se o objecto de nossa preocupação é 
uma paixão, um amigo, o juízo acerca de um quadro de 
Malangatana ou a reflexão sobre uma injustiça de que fomos 
vítimas, não estaremos propriamente a filosofar. Mas essa 
reflexão tornar-se-á filosófica se formos mais longe e nos 
questionarmos acerca do amor, da amizade, da beleza ou da 
justiça. Nesta medida, a nossa reflexão não estará a ser particular, 
mas universal, pois estes são problemas sempre presentes em 
qualquer tempo de qualquer cultura ou civilização. 
O Homem, ser frágil, marcado ao longo de sua existência por 
situações – limites como a morte, o acaso, a culpa, a insegurança, 
o desamparo, é, então, fortemente controlado com questões sobre 
si próprio, sobre o mundo e o sentido da vida. E é na obscuridade 
em que tantas vezes se encontra que nasce a ânsia de uma 
orientação filosófica. 
 
 Introdução à Filosofia 15 
 
A universalidade da filosofia pode ser entendida em diferentes 
sentidos: 
No primeiro sentido, universalidade da filosofia quer dizer, que 
todos os homens são filósofos; este sentido radica no facto de 
todo o homem ter razão. Tal universalidade conduziu à distinção 
entre um filosofar espontâneo, presente,em todo o homem, e um 
filosofar sistemático, específico dos filósofos. 
Em segundo sentido, mais clássico, a universalidade da filosofia 
significa: a ciência do universal e do ser. Como afirma Santo 
Tomás de Aquino: “a filosofia é sabedoria no sentido em que, 
conhecendo o universal, ela conhece, através dele, todos os 
singulares que revelam desse universal”. 
Em terceiro sentido, a universalidade da filosofia pode ser 
entendida como a construção de um sistema de verdades 
universais. Foi este o projecto de Descartes que procurou 
encontrar um fundamento, evidente e indubitável, a partir do qual 
dedutivamente construiu um sistema filosófico. 
Em quarto sentido, pode-se falar da universalidade da filosofia 
porque alguns de seus problemas são universais, isto é, referem-
se à existência do homem. Tais problemas, apesar de serem 
formulados por um filósofo exprimem inquietações e esperanças 
que são próprias da humanidade. O filósofo, ao transmutar o 
vivido para o plano do pensado, universaliza uma dada situação e 
enuncia-a como problema. Como diz Paul Ricoeur: A obra 
filosófica dá forma à questão de onde ela procede; ora, a forma 
universal da questão é o problema. O filósofo ao pôr 
universalmente em forma de problema, exprime dificuldade que 
lhe é própria. 
 
Funções da Filosofia 
Assim como se questiona sobre a utilidade de qualquer disciplina 
como a Geografia, História, Matemática, Física, Biologia, etc., é 
comum ouvir a pergunta: “Qual a função da filosofia?” Em geral 
esta pergunta costuma receber uma resposta irônica, conhecida 
dos estudantes de filosofia: “a Filosofia é uma ciência com a qual 
e sem a qual o mundo permanece tal e qual”. Ou seja, a filosofia 
não serve para nada. Por isso se costuma chamar de “filósofo” 
alguém sempre distraído, com a cabeça no mundo da lua, 
pensando e dizendo coisas que ninguém entende e, que são 
perfeitamente inúteis. Mas esta pergunta continua sendo feita 
porque em nossa cultura e sociedade habituamos considerar que 
alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade 
prática, muito visível e de utilidade imediata. 
Para dar alguma utilidade à Filosofia, muitos consideram, que de 
facto, a filosofia não serviria para nada, se “servir”, fosse 
entendido como a possibilidade de fazer usos técnicos dos 
produtos filosóficos ou dar-lhes utilidade econômica, obtendo 
 
16 Unidade 
 
lucros com eles; consideram também que a filosofia nada teria a 
ver com a ciência e a técnica. 
Para quem pensa dessa forma, o principal para a Filosofia não 
seriam os conhecimentos (que ficam por conta da ciência), nem 
as aplicações de teorias (que ficam por conta da tecnologia), mas 
o ensinamento moral e ético. A Filosofia seria a arte de bem-
viver. Estudando as paixões e os vícios humanos, a liberdade e a 
vontade, analisando a capacidade de nossa razão para impor 
limites aos nossos desejos e paixões, ensinando-nos a viver de 
modo honesto e justo na companhia dos outros seres humanos e 
na virtude, que é o princípio de bem-viver. 
A necessidade da filosofia está no facto de que, por meio da 
reflexão, a Filosofia permite ao Homem ter mais de uma 
dimensão, além da que é dada pelo agir imediato, no qual o 
Homem “prático” se encontra mergulhado. É a Filosofia que dá o 
distanciamento para avaliação dos fundamentos dos actos 
humanos e dos fins a que eles se destinam; reúne o pensamento 
fragmentado da ciência e a reconstrói na sua unidade; retoma a 
acção pulverizada no tempo e procura compreendê-la. 
Portanto, a filosofia é a possibilidade da transcendência humana, 
ou seja, a capacidade que só o Homem tem de superar a situação 
dada e não escolhida. Pela transcendência o ser humano surge 
como ser de projecto, capaz de liberdade e de construir o seu 
destino. 
O distanciamento é justamente o que provoca a aproximação 
maior do Homem com a vida. A filosofia recupera o processo 
perdido no imobilismo das coisas feitas e impede a estagnação. 
Por isso, o filosofar sempre se confronta com o poder, e sua 
investigação não fica alheia à ética e à política. A filosofia é 
crítica da ideologia, enquanto forma ilusória de conhecimento 
que visa a manutenção de privilégios. 
Karl Jaspers diz-nos que a Filosofia ensina, pelo menos, a não 
nos deixarmos iludir. Não permite que se descarte facto algum e 
nenhuma possibilidade. Ensina a enfrentar de frente a catástrofe 
possível. Em meio à serenidade do mundo, ela faz surgir a 
inquietude, mas proíbe a atitude tola de considerar inevitável a 
catástrofe. Com efeito, só ela tem o poder de alterar nossa forma 
de pensamento. 
Finalmente, a filosofia exige coragem. Filosofar não é um 
exercício puramente intelectual. Descobrir a verdade é ter a 
coragem de enfrentar as formas estagnadas de poder que tentam 
manter o status quo, é aceitar o desafio da mudança. Lembremo-
nos que Sócrates foi aquele que enfrentou o dasafio máximo da 
morte. 
 
 Introdução à Filosofia 17 
 
Exercícios 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
1 – Que é Filosofia? 
Resposta: A filosofia é um conhecimento, um saber e, como tal, em 
sua esfera de particular competência na qual, busca adquirir 
informações válidas, precisas e ordenadas. 
 
 
 
 
 
18 Unidade 
 
Unidade N0 02-A0010 
Tema: Atitude filosófica 
Introdução 
Umas das atitudes do ser humano diante da realidade que o 
rodeia consiste na admiração. Pela admiração, o homem formula 
perguntas para encontrar a solução de suas inquietações. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Conhecer as atitudes filosóficas. 
 Reflectir sobre as disciplinas auxiliares da Filosofia 
 Caracterizar a natureza das questões filosóficas 
 Diferenciar a Filosofia e outras ciências. 
 
Sumário 
Entre os antigos gregos predominava inicialmente a consciência 
mítica, cuja maior expressão se encontra nos poemas de Homero 
e Hesíodo. Quando se dá a passagem da consciência mítica para a 
racional, aparecem os primeiros sábios, um deles chamado 
Pitágoras (séc. VI a.C.), que também era matemático e usou pela 
primeira vez a palavra filosofia. 
O trabalho filosófico é essencialmente teórico. Mas isso não 
significa que a filosofia esteja à margem do mundo, nem que ela 
constitua um corpo de doutrina ou um saber acabado, com 
determinado conteúdo, ou seja, um conjunto de conhecimentos 
estabelecidos de uma vez por todas. 
Para Platão (427-347 a.C), a primeira atitude do filósofo é 
admirar-se. A admiração é a condição de onde deriva a 
capacidade de problematizar, o que marca a Filosofia não como 
posse da verdade, mas como sua busca. 
 
 Introdução à Filosofia 19 
 
Para Kant, filósofo alemão do século XVIII, “não há filosofia 
que se possa aprender; só se pode aprender a filosofar”. Isto 
significa que a filosofia é, sobretudo, uma atitude, um pensar 
permanente. É um conhecimento instituinte, no sentido de que 
questiona o saber instituído. 
A atitude filosófica possui algumas características que são as 
mesmas, independentemente do conteúdo investigado, que são: 
- Perguntar o que a coisa, ou o valor, a idéia, é. A Filosofia 
pergunta qual é a realidade ou a natureza e qual é o significado de 
alguma coisa, não importa qual; 
- Perguntar como a coisa, a idéia ou o valor, é. A filosofia 
pergunta qual é a estrutura e quais são as relações que constituem 
uma coisa, uma idéia ou um valor; 
- Perguntar por que a coisa, a idéia ou o valor, existe e é como é. 
A filosofia pergunta pela origem ou pela causa de uma coisa, de 
uma idéia, de um valor. 
A atitude filosófica inicia-se dirigindo essas perguntas ao mundo 
que nos rodeia e as relações que mantemos com ele. Aos poucos, 
porém, descobre que essas questões se referem, afinal, a nossa 
capacidade de conhecer e de pensar. 
Por isso as perguntas de Filosofia se dirigem ao próprio 
pensamento: o que é pensar, como é pensar, por que há o pensar? 
A Filosofia torna-se então, o pensamento interrogando-se a si 
mesmo. Por ser uma volta queo pensamento realiza sobre si 
mesmo, a Filosofia se realiza como reflexão. 
 
Disciplinas da Filosofia 
Psicologia experimental 
O objecto da psicologia experimental é o comportamento 
observável, a fim de testar modelos e teorias matemáticas sobre 
diversos aspectos do mesmo: prestar atenção, perceber, recordar, 
aprender, decidir, reagir emocionalmente e interagir. Os testes às 
teorias e modelos são experimentais, isto é, implicam a 
manipulação de variáveis ditas independentes e o registo rigoroso 
e a medição precisa do que acontece às variáveis dependentes. 
Por exemplo, manipular a intensidade da luz e registar e medir a 
velocidade de reacção de pressionar uma determinada tecla face a 
um estímulo sonoro. As observações que ocorrem nesses estudos 
experimentais permitem a formulação de leis, tal como em física 
ou química. Porém, o rigor do conhecimento científico em 
psicologia experimental implica um rigoroso controlo das 
potenciais variáveis parasitas ou confundentes. Por exemplo, se 
se quiser saber em que medida manipular a intensidade da luz 
influencia a velocidade de reacção de pressionar uma 
determinada tecla face a um estímulo sonoro, terá de se controlar 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vari%C3%A1veis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vari%C3%A1veis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vari%C3%A1veis
 
20 Unidade 
 
rigorosamente qualquer variação sonora no ambiente em que 
ocorre a experiência. Caso contrário não saberemos se as 
variações na velocidade de reacção são devidas às mudanças 
produzidas na intensidade luminosa ou às mudanças aleatórias da 
intensidade sonora. 
Na psicologia experimental os conceitos são rigorosamente 
definidos, sendo as definições do tipo operacional. Do mesmo 
modo, os termos (ou nomes) usados para designar os conceitos 
são universais. Não é admitida a ambiguidade que ocorre com 
muita frequência em outras áreas da psicologia. A maioria dos 
estudos experimentais em psicologia ocorre em ambiente 
laboratorial, apesar de também poderem ser feitas experiências 
em ambiente natural, como pretexto para testar modelos 
desenvolvidos e testados em laboratório ou para gerar ideias que 
serão testadas nas condições de rigor draconiano dos laboratórios. 
Em psicologia social é frequente efectuarem-se testes 
"experimentais" em ambiente natural (tido "apanhados" 
realizados pelas cadeias de televisão) que geram hipóteses a 
testar posteriormente em laboratório. 
A psicologia experimental pode recorrer tanto a sujeitos humanos 
como a outros animais, admitindo como paradigma de referência 
a teoria evolucionista das espécies. 
Lógica 
A lógica (do grego clássico logos, que significa palavra, 
pensamento, idéia, argumento, relato, razão lógica ou princípio 
lógico), é uma ciência de índole matemática e fortemente ligada à 
Filosofia. Já que o pensamento é a manifestação do 
conhecimento, e que o conhecimento busca a verdade, é preciso 
estabelecer algumas regras para que essa meta possa ser atingida. 
Assim, a lógica é o ramo da filosofia que cuida das regras do bem 
pensar, ou do pensar correcto, sendo, portanto, um instrumento 
do pensar. 
A aprendizagem da lógica não constitui um fim em si. Ela só tem 
sentido enquanto meio de garantir que nosso pensamento proceda 
correctamente a fim de chegar a conhecimentos verdadeiros. 
Podemos, então, dizer que a lógica trata dos argumentos, isto é, 
das conclusões a que chegamos através da apresentação de 
evidências que a sustentam. O principal organizador da lógica 
clássica foi Aristóteles, com sua obra chamada Organon. Ele 
divide a lógica em formal e material. 
Um sistema lógico é um conjunto de axiomas e regras de 
inferência que visam representar formalmente o raciocínio 
válido. Diferentes sistemas de lógica formal foram construídos ao 
longo do tempo quer no âmbito escrito da Lógica Teórica, quer 
em aplicações práticas na computação e em Inteligência artificial. 
Tradicionalmente, lógica é também a designação para o estudo de 
sistemas prescritivos de raciocínio, ou seja, sistemas que definem 
como se "deveria" realmente pensar para não errar, usando a 
razão, dedutivamente e indutivamente. A forma como as pessoas 
realmente raciocinam é estudado nas outras áreas, como na 
psicologia cognitiva. 
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Operacional&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Conceitos&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_evolucionista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grego_antigo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Logos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_l%C3%B3gico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_l%C3%B3gico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organon
http://pt.wikipedia.org/wiki/Computa%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_artificial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Racioc%C3%ADnio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Racioc%C3%ADnio_dedutivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Racioc%C3%ADnio_indutivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cognitiva
 
 Introdução à Filosofia 21 
 
Como ciência, a lógica define a estrutura de declaração e 
argumento para elaborar fórmulas através das quais estes podem 
ser codificados. Implícita no estudo da lógica está a compreensão 
do que gera um bom argumento e de quais argumentos são 
falaciosos. 
A lógica filosófica lida com descrições formais da linguagem 
natural. A maior parte dos filósofos assumem que a maior parte 
do raciocínio "normal" pode ser capturada pela lógica, desde que 
se seja capaz de encontrar o método certo para traduzir a 
linguagem corrente para essa lógica. 
Ética 
A palavra Ética é originada do grego ethos, (modo de ser, 
carácter) através do latim mos (ou no plural mores,costumes, de 
onde se derivou a palavra moral). Em Filosofia, Ética significa o 
que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo 
contribui para estabelecer a natureza de deveres no 
relacionamento indivíduo - sociedade. 
Ética, pode ser definida como a disciplina filosófica que busca 
reflectir sobre os sistemas morais elaborados pelos homens, 
buscando compreender a fundamentação das normas e 
interdições próprias e cada sistema moral. 
Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, 
preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do 
indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não devem ser 
confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica, e 
buscando explicar e justificar os costumes de uma determinada 
sociedade, bem como fornecer subsídios para a solução de seus 
dilemas mais comuns. Porém, deve-se deixar claro que 
etimologicamente "ética" e "moral" são expressões sinónimas, 
sendo a primeira de origem grega, enquanto a segunda é sua 
tradução para o latim; a moral é o conjunto que orientam o 
comportamento humano tendo como base os valores próprios a 
uma dada comunidade. 
Como as comunidades humanas são distintas entre si, tanto no 
espaço quanto no tempo, os valores podem ser distintos de uma 
comunidade para outra, o que origina códigos morais diferentes. 
A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com 
certa frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao 
contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser 
compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as 
normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a 
estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões 
abrangidas no escopo da ética. 
Modernamente, a maioria das profissões têm o seu próprio 
código de ética profissional, que é um conjunto de normas de 
cumprimento obrigatório, derivadas da ética, frequentemente 
incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos 
passam a ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que 
esses códigos não estão incorporados à lei, seu estudo tem altahttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3rmula
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grego
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
 
22 Unidade 
 
probabilidade de exercer influência, por exemplo, em 
julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta 
profissional. Ademais, o seu não cumprimento pode resultar em 
sanções executadas pela sociedade profissional, como censura 
pública e suspensão temporária ou definitiva do direito de exercer 
a profissão. 
Tanto “ethos” (carácter) como “mos” (costume) indicam um tipo 
de comportamento propriamente humano que não é natural, o 
Homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que é 
“adquirido ou conquistado por hábito”. Portanto, ética e moral, 
pela própria etimologia, diz respeito a uma realidade humana que 
é construída histórica e socialmente a partir das relações 
colectivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e 
vivem. 
Como doutrina Filosófica, a Ética é essencialmente especulativa 
e, a não ser quanto ao seu método analítico, jamais será 
normativa, característica esta, exclusiva do seu objecto de estudo, 
a Moral. Portanto, a Ética mostra o que era moralmente aceito na 
Grécia Antiga possibilitando uma comparação com o que é 
moralmente aceito hoje na Europa, por exemplo, indicando 
através da comparação, mudanças no comportamento humano e 
nas regras sociais e suas consequências, podendo daí, detectar 
problemas e/ou indicar caminhos. Além de tudo, ser Ético é fazer 
algo que te beneficie e, no mínimo, não prejudique o outro. 
Eugênio Bucci, em seu livro Sobre Ética e Imprensa, descreve a 
ética como um saber escolher entre "o bem" e "o bem" (ou entre 
"o mal" e o mal"), levando em conta o interesse da maioria da 
sociedade. Ao contrário da moral, que delimita o que é bom e o 
que é ruim no comportamento dos indivíduos para uma 
convivência civilizada, a ética é o indicativo do que é mais justo 
ou menos injusto diante de possíveis escolhas que afectam 
terceiros. 
A ética pode ser interpretada como um termo genérico que 
designa aquilo que é frequentemente descrito como a "ciência da 
moralidade", seu significado derivado do grego, quer dizer 'Casa 
da Alma', isto é, susceptível de qualificação do ponto de vista do 
bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja 
de modo absoluto. 
Em Filosofia, o comportamento ético é aquele que é considerado 
bom, e, sobre a bondade, os antigos diziam que: o que é bom 
para a leoa, não pode ser bom à gazela. E, o que é bom à gazela, 
fatalmente não será bom à leoa. Este é um dilema ético típico. 
Portanto, de investigação filosófica, e devidas subjectividades 
típicas em si, ao lado da metafísica e da lógica, não pode ser 
descrita de forma simplista. Desta forma, o objectivo de uma 
teoria da ética é determinar o que é bom, tanto para o indivíduo 
como para a sociedade como um todo. Os filósofos antigos 
adoptaram diversas posições na definição do que é bom, sobre 
como lidar com as prioridades em conflito dos indivíduos versus 
o todo, sobre a universalidade dos princípios éticos versus a 
"ética de situação". Nesta, o que está certo depende das 
circunstâncias e não de uma qualquer lei geral. E sobre se a 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Civilidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moralidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
 
 Introdução à Filosofia 23 
 
bondade é determinada pelos resultados da acção ou pelos meios 
pelos quais os resultados são alcançados. 
O Homem vive em sociedade, convive com outros Homens e, 
portanto, cabe-lhe pensar e responder à seguinte pergunta: 
“Como devo agir perante os outros?”. Trata-se de uma pergunta 
fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a 
questão central da Moral e da Ética. Enfim, a ética é julgamento 
do carácter moral de uma determinada pessoa. Como Doutrina 
Filosófica, a Ética é essencialmente especulativa e, a não ser 
quanto ao seu método analítico, jamais será normativa, 
característica esta, exclusiva do seu objecto de estudo, a Moral. 
Portanto, a Ética mostra o que era moralmente aceito na Grécia 
Antiga possibilitando uma comparação com o que é moralmente 
aceito hoje na Europa, por exemplo, indicando através da 
comparação, mudanças no comportamento humano e nas regras 
sociais e suas consequências, podendo daí, detectar problemas 
e/ou indicar caminhos. 
A ética tem sido aplicada na economia, política e ciência política, 
conduzindo a muitos distintos e não-relacionados campos de 
ética aplicada, incluindo: ética nos negócios e Marxismo. 
Também tem sido aplicada à estrutura da família, à sexualidade, 
e como a sociedade vê o papel dos indivíduos, conduzindo a 
campos da ética muito distintos e não-relacionados, como o 
feminismo e a guerra, por exemplo. 
A visão descritiva da ética é moderna e, de muitas maneiras, mais 
empírica sob a filosofia Grega clássica, especialmente 
Aristóteles. 
Inicialmente, é necessário definir uma sentença ética, também 
conhecido como uma afirmativa normativa. Trata-se de um juízo 
positivo ou negativo (em termos morais) de alguma coisa. 
 
Estética 
Estética (do grego aisthésis: percepção, sensação) é um ramo da 
filosofia que tem por objecto o estudo da natureza do belo e dos 
fundamentos da arte. Ela estuda o julgamento e a percepção do 
que é considerado belo, a produção das emoções pelos 
fenómenos estéticos, bem como as diferentes formas de arte e do 
trabalho artístico; a ideia de obra de arte e de criação; a relação 
entre matérias e formas nas artes. Por outro lado, a estética 
também pode ocupar-se da privação da beleza, ou seja, o que 
pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo. 
A estética adquiriu autonomia como ciência, destacando-se da 
metafísica, lógica e da ética, com a publicação da obra Aesthetica 
do educador e filósofo alemão Alexander Gottlieb Baumgarten, 
em dois volumes (1750-1758). Baumgarten traz uma nova 
abordagem ao estudo da obra de arte, considerando que os 
artistas deliberadamente alteram a Natureza, adicionando 
elementos de sentimento a realidade percebida. Assim, o 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marxismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Empirismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Beleza
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Feio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Gottlieb_Baumgarten
http://pt.wikipedia.org/wiki/1750
http://pt.wikipedia.org/wiki/1758
 
24 Unidade 
 
processo criativo está espelhado na própria actividade artística. 
Compreendendo então, de outra forma, o prévio entendimento 
grego clássico que entendia a arte principalmente como mimesis 
da realidade. 
Na antiguidade - especialmente com Platão, Aristóteles e Plotino 
- a estética era estudada fundida com a lógica e a ética. O belo, o 
bom e o verdadeiro formavam uma unidade com a obra. A 
essência do belo seria alcançado identificando-o com o bom, 
tendo em conta os valores morais. Na Idade Média surgiu a 
intenção de estudar a estética independente de outros ramos 
filosóficos. 
No âmbito do Belo, dois aspectos fundamentais podem ser 
particularmente destacados: 
 a estéticainiciou-se como teoria que se tornava ciência normativa 
às custas da lógica e da moral - os valores humanos fundamentais: o 
verdadeiro, o bom, o belo. Centrava em certo tipo de julgamento de valor 
que enunciaria as normas gerais do belo; 
 a estética assumiu características também de uma metafísica do 
belo, que se esforçava para desvendar a fonte original de todas as belezas 
sensíveis: reflexo do inteligível na matéria (Platão), manifestação sensível 
da ideia (Hegel), o belo natural e o belo arbitrário (humano), etc. 
Mas este carácter metafísico e consequentemente dogmático da 
estética transformou-se posteriormente em uma filosofia da arte, 
onde se procura descobrir as regras da arte na própria acção 
criadora (Poética) e em sua recepção, sob o risco de impor 
construções a priori sobre o que é o belo. Neste caso, a filosofia 
da arte se tornou uma reflexão sobre os procedimentos técnicos 
elaborados pelo homem, e sobre as condições sociais que fazem 
um certo tipo de acção ser considerada artística. 
Para além da obra já referida de Baumgarten - infelizmente não 
editada em português - são importantes as obras Hípias Maior, O 
Banquete e Fedro, de Platão, a Poética, de Aristóteles, a Crítica 
da Faculdade do Juízo, de Kant e Cursos de Estética de Hegel. 
Embora os pensadores tenham ponderado a beleza e a arte por 
milhares de anos, o assunto da estética não foi totalmente 
separado da disciplina filosófica até o século XVIII. 
Os filósofos gregos começaram a pensar sobre a estética através 
de objetos bonitos e decorativos produzidos em sua cultura. 
Platão entendeu que estes objetos incorporavam uma proporção, 
harmonia, e união, tentando entender estes critérios. 
Semelhantemente, na "metafísica", Aristóteles achou que os 
elementos universais de beleza eram a ordem, a simetria, e a 
definição. A denominação central para estética é: 
Ciência do belo nas produções naturais e artísticas e filosofia do 
belo na arte, designação aplicada a partir do século XVIII, por 
Baumgarten, à ciência filosófica que compreendeu o estudo das 
obras de arte e o conhecimento dos aspectos da realidade 
sensorial classificáveis em termos de belo ou feio. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plotino
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9dia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dogma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Po%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kant
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Propor%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Harmonia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
http://pt.wikipedia.org/wiki/Simetria
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII
http://pt.wikipedia.org/wiki/Obras_de_arte
 
 Introdução à Filosofia 25 
 
Teoria do Conhecimento 
A teoria do conhecimento interessa-se pela investigação da 
natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões 
principais que ela tenta responder estão as seguintes: O que é o 
conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir 
meios para defendê-lo contra o desafio cético? Essas questões 
são, implicitamente, tão velhas quanto à filosofia. 
Mas, primordialmente na era moderna, a partir do século XVII 
em diante - como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) 
e Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência 
moderna – é que ela tem ocupado um plano central na filosofia. 
Basicamente é conceituada como o estudo de assuntos que outras 
ciências não conseguem responder e se divide em quatro partes, 
sendo que três delas possuem correntes que tentam explicá-las: O 
conhecimento como problema, Origem do Conhecimento e 
Essência do Conhecimento Possibilidade do Conhecimento. 
Metafísica 
Aristóteles é considerado o "pai" da metafísica. Metafísica (do 
grego met = depois de, além de; physis = natureza ou físico) é 
um ramo da filosofia que estuda a essência do mundo. A saber, é 
o estudo do ser ou da realidade. Se ocupa em procurar responder 
perguntas tais como:O que é real? O que é natural? O que é 
sobrenatural? 
O ramo central da metafísica é a ontologia, que investiga em 
quais categorias as coisas estão no mundo e quais as relações 
dessas coisas entre si. A metafísica tenta, também esclarecer as 
noções de como as pessoas entendem o mundo, incluindo a 
existência e a natureza do relacionamento entre objectos e suas 
propriedades, espaço, tempo, causalidade, e possibilidade. 
O sentido da palavra metafísica deve-se a Aristóteles e a 
Andrônico de Rodes. 
Aristóteles nunca utilizou esta palavra, mas escreveu sobre temas 
relacionados à physis e sobre temas relacionados à ética e à 
política, entre outros semelhantes. Andrônico, ao organizar os 
escritos de Aristóteles, o fez de forma que, espacialmente, 
aqueles que tratavam de temas relacionados à physis viessem 
antes dos outros. Assim, eles vinham além da física (Meta = 
depois, além; Physis = física). Neste sentido, a metafísica é algo 
intocável, que só existe no mundo das ideias. 
Assim, conscientemente ou não, Andrônico organizou os escritos 
de forma análoga à classificação dos dois temas. Ética, política, 
etc., são assuntos que não tratam de seres físicos, mas de seres 
não físicos existentes apesar da sua imaterialidade. 
Em resumo, a Metafísica trata de problemas sobre o propósito e a 
origem da existência e dos seres. Especulação em torno dos 
primeiros princípios e das causas primeiras do ser. Muitas vezes 
ela é vista como parte da Filosofia, outras, se confunde com ela. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ontologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Exist%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espa%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tempo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Causalidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Palavra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
http://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%B4nico_de_Rodes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Physis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Consci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Analogia
 
26 Unidade 
 
Antropologia filosófica 
Antropologia filosófica é a antropologia encarada 
metafisicamente; é antes aquela parte da filosofia que investiga a 
estrutura essencial do homem; contudo, este ocupa o centro da 
especulação filosófica, na medida em que tudo se deduz a partir 
dele, na medida em que ele torna acessíveis as realidades, que o 
transcendem, nos modos de seu existir relacionados com essas 
realidades. Ou seja, a antropologia filosófica é uma antropologia 
da essência e não das características humanas. Ela se distingue da 
antropologia mítica, poética, teológica, e científico natural ou 
evolucionista por dar uma interpretação basicamente ontológica 
do homem. É também uma disciplina filosófica ou movimento 
filosófico que tem relações com as intenções e os trabalhos de 
Scheler, mas não está unido ao conteúdo específico desse autor. 
Concentra-se no estudo das estruturas fundamentais do Homem. 
Converte-se numa ontologia, na medida em que nos conduz à 
questão do significado do “Ser”. O Homem torna-se para si 
mesmo o tema de toda a especulação filosófica: interessa estudar 
o Homem e estudar tudo o mais apenas em relação a ele. O que é 
mais significativo é o conhecimento do Homem, e não o de nós 
próprios enquanto individualidade. Estuda, também, o carácter 
biopsicológico do Homem, verifica o que o Homem faz com suas 
disposições bioquímicas dentro de seu ambiente biológico que 
possa diferenciá-lode outros animais. 
Reflexão sobre a vida, a religião e a reflexão filosófica que parte 
do principio do cogito. A introspecção se revela como 
absolutamente necessária como fundamento e ponto de partida de 
qualquer outro recurso de natureza metodológica. 
Segundo Groethuysen, ela, de fato, constitui a base da 
antropologia filosófica. De acordo com Landsberg, a 
antropologia filosófica faz uso dos dados proporcionados pelas 
outras formas de antropologia, por exemplo, os fornecidos pela 
“antropologia das características humanas”, ou seja, dados 
proporcionados pela biologia, pela sociologia, pela psicologia, 
pela etnografia, pela arqueologia e pela história, mas interpreta 
esses dados à sua maneira, e procura unificá-los numa teoria 
abrangente. 
O pensamento antropológico filosófico teve início quando o 
Homem se sentiu jogado sobre si mesmo e (em oposição ao 
idealismo), precisamente sobre a concreticidade pessoal e 
histórica de sua vida que antecede e ultrapassa todo e qualquer 
conceito. O nome “Antropologia filosófica” é relativamente 
recente. Difundiu-se sobretudo a partir dos trabalhos de Scheler, 
que considera a antropologia filosófica a ponte estendida entre as 
ciências positivas e a metafísica. 
Mostrar exactamente como a estrutura fundamental do ser 
humano, estendida na forma pela qual a descrevemos brevemente 
(espírito; Homem), “explica todos os monopólios, todas as 
funções e obras específicas do homem: linguagem, consciência 
moral, as ferramentas, as armas, as ideias de justiça e de injustiça, 
o Estado, a administração, as funções representativas das artes, o 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Homem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Realidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Existir
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Misticismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolucionismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ontologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ontologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Car%C3%A1ter
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ambiente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Animal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vida
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Introspec%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Etnografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arqueologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idealismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vida
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conceito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monop%C3%B3lio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Consci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferramenta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Id%C3%A9ia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte
 
 Introdução à Filosofia 27 
 
mito, a religião e a ciência, a historicidade e a sociabilidade, a 
fim de ver se há algo nessas actividades, bem como em seus 
resultados, que seja especificamente humano. Seu objectivo é 
colocar no centro de sua reflexão a questão: que é o ser humano? 
Como problema, ela tem seus primórdios mais fecundos nos 
debates de Sócrates e dos Sofistas. 
Immanuel Kant definiu a antropologia como a “questão filosófica 
por excelência”, uma vez que a filosofia enquanto tal tomaria ao 
seu encargo quatro grandes problemáticas: a metafísica, a ética, a 
religião e a antropologia, considerando que todas a três primeiras 
não seriam senão partes da última, pois todas elas remetem, em 
última análise, ao problema do humano. 
Reconhecimento de uma grande continuidade entre o reino 
animal – em particular dos vertebrados superiores – e o reino 
humano, por um lado, e a afirmação de que as instituições 
humanas e a fabricação e uso de instrumentos são em princípios 
independentes de – no sentido de não ser exigidos por – 
necessidades biológicas (com opiniões intermediárias entre esses 
extremos, como a de que a institucionalização e a 
“instrumentalização” são propriedades ou caracteres emergentes, 
que têm uma base biológica, mas não são redutíveis a ela). 
Problemas de carácter metafísico e moral: coloca o problema do 
Homem no próprio Homem, questiona o lugar ocupado pela 
função racional do Homem em comparação com outras funções. 
Kant propôs quatro problemas filosóficos: “O que posso 
conhecer?” “O que devo fazer?” “A que posso aspirar?” “O que é 
o homem?” 
Max Scheler (pioneiro): As questões relativas à natureza da 
história e a seu sentido emergem da reflexão referente à conduta 
humana e ao seu valor moral, à essência espiritual do homem, à 
experiência humana da realidade e à evolução do espírito nesta 
relação, ao conhecimento e às formas de saber, assim como às 
relações do homem com Deus. Seu pensamento está vinculado à 
sua concepção da essência espiritual do homem e à sua teoria da 
religião. 
A produção filosófica de Scheler é dividida em três períodos: 
1º Período: pré-fenomenológico: escritos produzidos a partir de 
1899 e vai até o ano de 1905. 
2º Período: fenomenológico: Obras produzidas de 1906 até 1920, 
sendo considerado como primeira fase de maturidade do filósofo. 
3º Período: período que vai de 1921 até 1928, ano em que 
Scheler faleceu, interrompendo-se, bruscamente, a fase de 
maturidade do pensador. Este período inclui uma etapa de 
transição, centrada na temática da antropologia e metafísica que, 
marca predominantemente o período. A fundamentação da ética, 
a conduta moral e a espiritualidade humana constituem o âmbito 
em que se move, primordialmente, a reflexão scheleriana dos 
dois primeiros períodos. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_animal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_animal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vertebrado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Racional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Scheler
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pioneiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conduta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Concep%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ess%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritual
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/1899
http://pt.wikipedia.org/wiki/1905
http://pt.wikipedia.org/wiki/1906
http://pt.wikipedia.org/wiki/1920
http://pt.wikipedia.org/wiki/1921
http://pt.wikipedia.org/wiki/1928
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pensador&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reflex%C3%A3o
 
28 Unidade 
 
No terceiro período, a posição que, nos primeiros períodos do 
pensamento do autor, ocupava a religião, passa a ser ocupada 
pela metafísica. A "esfera" do ser Absoluto, enquanto integrante 
da própria essência do homem, permanece intocada, ainda que 
haja mudado sua concepção sobre os actos e sobre os conteúdos 
materiais que a compõem, a esfera do ser Absoluto permanece 
como constitutiva da própria essência do homem. O 
conhecimento metafísico do absoluto deve passar, segundo 
Scheler, pela antropologia filosófica, ou seja, pelo conhecimento 
essencial do homem, já que não se pode esperar que, partindo do 
mundo objectivo,se consiga obter qualquer determinação do 
absoluto. A metafísica, enquanto conhecimento da natureza do 
ser absoluto a partir da essência do homem, não é cosmologia, 
nem metafísica do objecto, é uma metafísica do ato e meta-
antropologia. Somente a partir do homem, enquanto sujeito de 
actos, que se torna acessível a verdadeira natureza do princípio de 
todas as coisas. O engajamento activo do homem na divindade 
possibilita o conhecimento dos dois atributos do fundamento de 
todas as coisas: o espírito infinito (de que procede a estrutura 
essencial do mundo e do homem) e o impulso irracional (origem 
da existência e do ser contingente). 
Filosofia e outras Ciências 
No seu começo a ciência estava ligada à Filosofia, sendo o 
filósofo, o sábio que reflectia sobre todos os sectores da 
indagação humana. Nesse sentido os filósofos como Tales, 
Pitágoras, eram também geómetras, e Aristóteles escreveu sobre 
física e astronomia. 
Na ordem do saber estipulada por Platão, o homem começa a 
saber pela forma imperfeita da opinião (doxa), depois passa ao 
grau mais avançado da ciência (episteme), para só então ser capaz 
de atingir o nível mais alto do saber filosófico. 
A partir do século XVII, a revolução metodológica iniciada por 
Galileu promove a autonomia da ciência e o seu desligamento da 
filosofia. Pouco a pouco, desse período até o século XX, 
aparecem as chamadas ciências particulares: física, astronomia, 
biologia, psicologia, química, psicologia, etc., delimitando um 
campo específico de pesquisa. 
Na verdade, o que estava a ocorrer era o nascimento da ciência. 
Com a fragmentação do saber, cada ciência se ocupa de um 
objecto específico: à física cabe investigar os movimentos dos 
corpos; à biologia, a natureza dos seres vivos; à química, as 
transformações substânciais, e assim por diante. Além da 
delimitação do objecto da ciência, se acrescenta o 
aperfeiçoamento do método científico, fundado sobretudo na 
experimentação e matematização. 
Ora, apesar da separação entre a Filosofia e a ciência, aquela não 
deixou de ser uma ciência, porque se preocupa a investigar as 
causas primeiras e finais de toda a realidade. A filosofia 
distingue-se de outras ciências pelas seguintes razões: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Objeto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Natureza
http://pt.wikipedia.org/wiki/Divindade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%ADrito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Impulso
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Irracional&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Exist%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Contingente&action=edit&redlink=1
 
 Introdução à Filosofia 29 
 
Pela profundidade da investigação: enquanto a ciência procura 
as causas próximas imediatas da s coisas, a Filosofia procura as 
causas últimas e finais das coisas; 
Pela reflexão crítica: enquanto a ciência pressupõe reflexão e 
crítica, a Filosofia põe em questão tudo o que se apresenta ao 
espírito para examinar, discutir, avaliar e descobrir o seu 
significado, inclusive o da própria ciência; 
Pelo grau de generalidade e síntese: a ciência limita-se à 
realidade dos factos e ocupa-se dos fenómenos, enquanto que a 
Filosofia procura dar unidade total ao saber e pretende penetrar 
na realidade global; 
Pela humanidade e valorização: a ciência ocupa-se em geral, da 
realidade estranha ao homem, enquanto que a Filosofia é 
essencialmente humana e axiológica, ou seja, ela dá valor à acção 
e a existência humana. 
Se a ciência tende cada vez mais a especialização, a Filosofia, no 
sentido inverso, quer superar a fragmentação do real, para que o 
homem seja resgatado na sua integridade e não sucumba à 
alienacão do poder parcelado. Por isso a filosofia tem uma função 
de interdisciplinaridade, estabelecendo o elo entre as diversas 
formas do saber e do agir. 
A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda 
seu objecto: em todos os sectores de conhecimento e da acção, a 
filosofia está presente como reflexão crítica a respeito dos 
fundamentos desse conhecimento e desse agir. 
Portanto, a Filosofia não faz juízos da realidade, como a ciência, 
mas juízos de valor. O filósofo parte da experiência vivida do 
homem trabalhando na linha de montagem, repetindo sempre o 
mesmo gesto, e vai além dessa constatação. Não vê apenas como 
é, mas como deveria ser. Julga o valor da acção, sai em busca do 
significado dela. Filosofar é dar sentido à experiência. 
Natureza das questões filosóficas 
O homem primitivo limitava-se a aceitar o mundo e a vida tais 
como eles eram. Emprestava-lhes uma origem, um processo, uma 
finalidade e um significado. Por isso inventa histórias 
explicativas, descrições cheias de beleza e fantasia, em que 
intervém, quase sempre, forças sobrenaturais. 
Estas histórias chamadas mitos, representam o primeiro esforço 
para uma leitura sistemática e organizada do universo. 
Consistiam sobretudo, em encontrar as origens e evocar o acto 
primordial da criação, fundamentalmente de todo o real. 
A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: do 
verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma coisa para outros), e 
do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). 
Para os gregos, mito é um discurso pronunciado ou proferido 
para os ouvintes que recebem como verdadeira a narrativa, 
porque confiam naquele que narra; é uma narrativa feita em 
 
30 Unidade 
 
público, baseada na autoridade e confiabilidade da pessoa do 
narrador. E essa autoridade vem do facto de que ele ou 
testemunhou directamente o que está a narrar ou recebeu a 
narrativa de quem testemunhou os acontecimentos narrados. 
No estudo das origens do conhecimento filosófico não se pode 
pensar em se encontrar logo as ideias claras, precisas, distintas e 
bem definidas. Todas imagens primitivas do mundo nos 
aparecem envolvidas numa atmosfera mística e mágica; o 
pensamento em que se esboça a explicação do universo parece 
mais próxima do plano dos nossos sonhos do que do plano da 
realidade. 
Esta atitude, que atribui a ordem do universo a entidades 
sobrenaturais, funda-se em práticas mágicas em ritos de cultos 
ancestrais. Liga-se com a religião. Mergulha no espanto perante o 
mistério, no terror do desconhecido, na incerteza do destino e na 
procura do inteligível. 
Partindo do comportamento religioso, o mito apresenta-se como 
apresentação anónima e colectiva, forjada pela imaginação, mas 
contendo já, germes de racionalidade. Não se preocupa com a 
totalidade do real; repara nas forças naturais mais perigosas, na 
sucessão cíclica dos fenómenos e nas relações mais vulgares e 
constantes. 
Os mitos revelam tudo o que se passou, desde a cosmografia até a 
fundação das instituições sócio-culturais. Estas revelações não 
constituem um conhecimento no sentido restrito do termo; não 
esgotam o mistério das realidades cósmicas e humanas. 
Todas as imagens primitivas do mundo nos aprecem envolvidas 
numa atmosfera mística e mágica; o pensamento em que se 
esboça a explicação do universo parece mais próxima do plano 
dos nossos sonhos do que do plano da realidade. 
Este carácter que nos parece irreal, esconde, todavia, uma 
profunda e enérgica actividade da imaginação humana, dá-nos a 
impressão de que ao longo desses séculos de sonho procurou-se 
laboriosamente uma passagem do confuso para o definido, quer 
dizer, isola-se certos elementos da original confusão, volta-se a 
associá-los novamente, para obter assim uma imagem 
ligeiramente mais perfeita, mais consciente e mais voluntária. 
Assim nasceram durante milénios, e até o século VI a. C., os 
mitos que traduzem por imagens fabulosas todos os 
acontecimentos e experiências que impressionaram a alma dos 
homens primitivos. A criação do Homem, por exemplo, servia 
para descrever a sucessão dos deuses ou dos mundos em 
conformidade com as tradições religiosas. Foram essas as 
primeiras tentativas de formulação da Ciência e da Filosofia.

Mais conteúdos dessa disciplina