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Administração Financeira e Gerenciamento de Capital 5

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E
O GERENCIAMENTO DE CAPITAL
AULA 5
 
 
 
 
 
 
 
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Prof. Daniel Weigert Cavagnari
CONVERSA INICIAL
Vimos até aqui diversas formas de planejar e mensurar as finanças nas empresas, bem como o
perfil do gestor financeiro, considerando os resultados pretendidos.
Nesta etapa, vamos estudar como os investimentos devem ser mensurados. Veremos os seus
custos e resultados, para o melhor desempenho possível. Marcamos aqui a fase mais técnica da
administração financeira, classificando os custos possíveis em projetos, além de dados e valores atuais
e futuros, reais ou projetados.
A partir desse conhecimento, podemos avaliar qualquer projeto a partir de suas finanças e de seu
valor, seja ele implícito ou explícito. Prepare a sua HP-12C, pois ela será de grande valia para a
resolução dos cálculos financeiros em pauta.
CONTEXTUALIZANDO
Chegamos ao momento de avançar no Excel, buscando adquirir, com exercícios, muitos
conhecimentos e práticas. Sim, trata-se de um desafio, mas não particularmente difícil. Afinal, só
precisamos seguir um passo a passo.
A planilha que faremos a seguir se baseia em cálculos estatísticos. Para quem já estudou classe,
média, mediana e moda, o assunto é tranquilo. Quem ainda não domina esses conceitos, tudo bem,
só temos que fazer a planilha funcionar de forma automática, usando todos os recursos viabilizados
pelo Excel.
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Lembre-se: já falamos sobre funções, agora vamos começar inserindo-as na ferramenta
apropriada. Clique na marca de funções fx:
Busque a função que deseja inserir e observe, na parte inferior da janela, a dica de composição
da fórmula “SOMA(núm1;núm2;...)”. Para entender melhor a função, clique no rodapé “Ajuda sobre
esta função”.
Ao digitar “OK”, outra janela vai aparecer, requisitando os parâmetros da função. No exemplo a
seguir, vemos opções para a composição das células que serão somadas – no presente caso, para a
função SOMA.
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Use o botão  para selecionar as células diretamente na planilha.
Excelente, agora vamos conhecer a planilha que queremos desenvolver.
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Parece difícil? Não é. Fique tranquilo. Uma observação importante: os únicos dados que você terá
de digitar são os números que aparecem em azul, da célula A3 até A39. O restante será criado a partir
da planilha e de suas funções. Seguindo o passo a passo, vamos fazer da mesma forma.
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A seguir, cada informação deverá ser digitada em suas respectivas células. Fique atento para não
errar nenhuma. Depois de tudo pronto, você muda como quiser. Fique atento principalmente à
localização de cada legenda e da formatação.
Quadro 1 – Dados
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Esse é o mais bacana. Você seleciona as células para fazer o gráfico e escolhe o tipo de gráfico.
Vale a pena treinar. Lembrando: para formatar os números com separador de milhar “.” e separador
de decimais com duas casas “,”, use a ferramenta “Separador de milhares ”. Para aumentar ou
diminuir o número de casas depois da vírgula, use as ferramentas .
Para percentuais, o conteúdo da célula é sempre uma fração, ou seja, 10 porcento é o mesmo
que 10 divididos por 100, portanto igual a 0,1 (ou 10%). Portanto, se deseja que uma célula tenha o
valor de percentual, digite (ou obtenha por uma fórmula) como uma fração de 100 (1 = 100%). Agora,
clique na ferramenta  para que a célula seja editada em formato percentual. Lembre-se: para
aumentar ou diminuir o número de casas decimais, use .
TEMA 1 – ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
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Crédito: ESB Professional/Shutterstock.
Todo investimento, seja de aplicação de capital, criação ou expansão de empresa, demanda uma
análise e uma projeção dos valores do projeto. Dados como quantidade produzida e custos são
fundamentais para a compreensão do projeto.
Mas, afinal, o que é investimento?
Segundo Sandroni (2001), investimento é
Aplicação de recursos (dinheiro ou títulos) em empreendimentos que renderão juros ou lucros, em
geral a longo prazo. Num sentido amplo, o termo aplica-se tanto à compra de máquinas,
equipamentos e imóveis para a instalação de unidades produtivas como à compra de títulos
financeiros (letras de câmbio, ações etc.). Nesses termos, investimento é toda aplicação de dinheiro
com expectativa de lucro.
Interessante, não é? Nos parece que a pergunta correta seria: o que não é investimento?
Geralmente, qualquer projeto, seja de cunho profissional ou pessoal, que acarreta ganhos ou perdas,
configura um investimento. Lembrando que ganhos e perdas não se relacionam apenas a dinheiro. O
dinheiro gasto em um projeto de casamento, por exemplo. Há um ganho? Sim! Tais projetos de
investimento explicam, por exemplo, a existência de projetos públicos e até ONGs.
Agora que sabemos o que é e o que significa investimento, vejamos alguns dos principais
objetivos da análise de investimentos:
• Minimizar os riscos do investimento do capital, acarretando perdas ao invés de lucro.
• Planejar minuciosamente todo e qualquer investimento, em busca dos maiores lucros possíveis.
• Alinhar os lucros almejados ao desenvolvimento sustentável e responsável.
• Lucrar o máximo no maior prazo possível, sem deteriorar outros agentes, internos ou externos,
como consumidor, parceiros e sociedade como um todo.
Lembramos aqui que o lucro pode ser qualquer ativo, tangível ou não, monetário ou não.
Uma das questões mais importantes acerca da análise de investimentos é que ela trata de
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diversas perspectivas de análise. Vejamos: investir dinheiro pode significar investimento financeiro em
ações, aplicações ou mesmo em uma empresa. O investimento pode servir para a ampliação de um
negócio, como uma máquina.
Enfim, qualquer que seja o investimento, temos as seguintes perspectivas:
• Escolha da melhor rentabilidade para o capital;
• Mudança de agente de investimento;
• Ampliação ou melhora da produção;
• Comparação entre um projeto e outro, objetivando um só;
• Busca pelo simples bem-estar.
E por falar em bem-estar, saiba que esse é o real significado para o que chamamos simplesmente
de lucro. Lucro é, no caso, bem-estar. Quando a sociedade recebe um benefício governamental,
temos um ganho, um lucro. Trata-se do bem-estar da sociedade. O mesmo ocorre com as empresas.
Quanto mais elas lucram, com o sentido de aumento de capital, maior é o seu bem-estar.
1.1 BENEFÍCIOS MARGINAIS
Já dizia John Maynard Keynes que o simples fato de “ser feliz” já era um acréscimo de benefício
ao indivíduo. Para as empresas, os BMgs (Benefícios Marginais) são compreendidos pelos lucros
adquiridos em curto, médio e longo prazos.
No curto prazo, destacamos na maioria dos casos a saúde financeira da empresa. Todo e
qualquer investimento que implica resultados imediatos pode solucionar problemas e acarretar
benefícios. Porém, raramente esses ganhos são definitivos. Por exemplo: estratégias de vendas.
No médio prazo, contamos com um planejamentomais sólido. Um projeto específico para um
mercado emergente, ou simplesmente uma promoção de produtos, implica resultados imediatos e
também de longo prazo. Por exemplo: períodos sazonais, feiras de negócios etc.
No longo prazo, os projetos têm um porte estrutural, desde uma ampliação à criação de uma
nova empresa. Nesses casos, não temos resultados imediatos. Embora sejam os projetos mais sólidos,
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exigem cautela e planejamento.
1.2 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)
Para o investidor, representa a taxa mínima esperada em determinado investimento. Por
exemplo: determinado projeto almeja um ganho de 10% a.a. (ao ano). Se a TMA do investidor for de
9% a.a., o projeto é viável (aceito). Ou seja, ganhou 10%, esperava só 9%, há um lucro excedente de
1%.
Não existe exatamente um cálculo para determinar a TMA, mas ela leva em consideração, em
relação ao mercado ou cenário, o custo de oportunidade, os riscos e a liquidez esperada.
• Lucro contábil: receita total da empresa, menos os custos explícitos (custos que são
mensuráveis).
• Lucro Econômico: receita total, menos os custos explícitos, menos os custos implícitos (apesar
de existirem, não sabemos o valor ao certo). Por exemplo: casar ou comprar uma bicicleta. Você
não sabe quanto perde (ou ganha) na escolha de um pelo outro, mas sabe que haverá um
custo.
Enfim, o lucro econômico apresenta uma variável a mais; assim, poderá ser menor que o custo
contábil. A questão da TMA é justamente essa diferença. Se no lucro contábil só temos a visão dos
valores somados e subtraídos, pelo lucro econômico percebemos, além desses valores, a TMA. Isso
mesmo, a nossa expectativa de ganho (perspectiva da taxa mínima de atratividade) nos leva a esperar
um ganho até então desconhecido. É um risco. Porém, quanto menor o risco, melhor.
Um exemplo prático é o de cálculo de projetos. O empresário determina um valor mínimo para o
lucro (TMA – taxa mínima de atratividade), em forma de taxa, que geralmente representa o valor que
ele ganharia com o seu dinheiro, caso não executasse o projeto (na poupança, por exemplo).
Assim, temos o seguinte cálculo: lucro mínimo esperado para o empreendimento de 10% ao ano.
E se a projeção apontar um lucro de 8% ao ano? Lucro contábil: sim, 8% é um bom lucro. Porém, o
lucro econômico esperado (TMA=10%) não foi atingido, considerando a expectativa. Portanto,
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prejuízo de 2%.
TEMA 2 – CUSTOS EM INVESTIMENTOS
Crédito: NicoElNino/Shutterstock.
A interpretação do conceito de investimento vai além das práticas de aplicar e investir. Vimos
que o investimento implica qualquer investimento de capital com algum tipo de retorno. Isso também
pode significar mais dinheiro, um patrimônio que gere renda, um seguro, ou mesmo algo que gera
satisfação. Vamos considerar o exemplo de um consumidor que adquire um automóvel novo.
Como vimos, as empresas, todo e qualquer conceito de bem-estar está relacionado a um
objetivo maior: o lucro, em termos de capital. Considerando que o lucro é a meta principal para
investimento na empresa, devemos avaliar com cuidado os fatores que mais influenciam os
resultados esperados, os custos. Por exemplo: qual é o custo de adquirir um automóvel em
comparação a uma bicicleta?
Temos os problemas certos, mas as perguntas erradas. Quais são os benefícios entre um carro e
uma bicicleta? Inicialmente, temos o custo de aquisição. Devemos considerar também o custo de
manutenção e o custo do tempo de deslocamento.
Vejamos, você é vendedor em uma loja durante o dia e à noite estuda na Uninter. O seu desejo é
adquirir um automóvel, pois acredita que tem maiores possibilidades de progredir, tanto na carreira
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como nos estudos, se tivesse um tempo livre maior. A comparação é aparentemente simples, mas em
muitos casos temos variáveis fundamentais para uma decisão de investimento.
Assim, os custos com investimentos nos levam à interpretação dos custos de infraestrutura dos
projetos de investimento. Mas claro que essa situação não se resume a um tipo de custo, fixo ou
variável. Portanto, vamos trabalhar todos os custos, conforme a classificação pertinente.
Seja em curto, médio ou longo prazo, sempre temos custos. Alguns projetos podem até
apresentar custo zero, mas é preciso considerar a classificação, como veremos a seguir.
2.1 CUSTOS DE CAPITAL (CC)
Todos os custos relacionados à aquisição de bens de capital, ou seja, todo e qualquer valor
relacionado a máquinas, equipamentos e matéria-prima. São custos diretos (custos variáveis).
A questão principal é que o custo de capital, com relação a determinado item, tem a sua
colocação na avaliação do investimento. Vejamos:
• Matéria-prima: bem de capital circulante que não deprecia, como acontece com máquinas e
equipamentos. Assim, colocamos esse custo em análise quando existe uma contrapartida de
receita. Por exemplo: cálculo de investimento em produção e custo de matéria-prima em
contraste com a receita operacional. Enfim, se não há uma receita na avaliação, não podemos
considerar o custo de matéria-prima.
• Máquinas e equipamentos: bens de ativo fixo, ou seja, o custo tem relação com a depreciação.
No caso de avaliação de investimentos, calculamos a depreciação com base na atualização do
capital investido, usando a TMA. Por exemplo: Aquisição de uma máquina de R$ 100.000,00;
TMA do projeto de 8% a.a.; depreciação do bem em 10 anos. Com o cálculo de prestação com
juros compostos, obteríamos o custo de capital do bem anualmente. Mais adiante, veremos um
exemplo desse cálculo.
2.2 CUSTOS OPERACIONAIS (CO)
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Todos os custos relacionados à manutenção e ao uso do investimento. Ou seja, todo e qualquer
custo relacionado ao funcionamento operacional do investimento, como mão de obra, manutenção,
promoção, abastecimento. Podem ser diretos (mão de obra) ou indiretos (manutenção preventiva).
Ou seja, estamos falando dos custos operacionais.
As avaliações de custos operacionais são importantes para o projeto, principalmente quando
traçamos comparativos entre projetos mutuamente excludentes (entre muitos, temos a escolha de
um). É como se escolhêssemos o melhor projeto entre uma máquina e outra, em que pese a
dificuldade de operação de cada uma.
2.3 CUSTOS ADICIONAIS (CA)
São comuns em períodos de implantação de projetos, como os custos de instalação, base
estrutural, alinhamento ou calibragem. Ou seja, qualquer custo previsível que não se enquadra em
custos de capital ou custos operacionais. São considerados “custos adicionais”. Geralmente, são
custos indiretos, mas sempre explícitos.
Por exemplo, queremos montar uma fábrica. Temos dois lugares para isso, um em uma região
segura e o outro em uma região com alto índice de furtos. O custo com seguro, por exemplo, seria
um Custo Adicional.
2.4 OUTROS CUSTOS (OC)
Na maioria dos casos, são custos indiretos e até implícitos (não representam um valor real), pois
embora reconhecendo que existam (ou podem existir), nem sempre é possível mensurar o valor
correto. Por exemplo: enchentes, terremotos e assaltos. Podemos perceber que esse custo está
relacionado à localidade do projeto, sem apresentar previsibilidade.
TEMA 3 – CÁLCULO E MENSURAÇÃO DOS CUSTOS EM
INVESTIMENTOS
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Crédito: greenbutterfly/Shutterstock.
Um detalhe importante na avaliação de investimentos emrelação aos custos é a mensuração e o
cálculo. É essencial saber interpretá-los e calculá-los nas suas particularidades, principalmente no caso
de atualização do uso de capital investido.
A seguir, vamos ver um exemplo de seleção dos custos em um problema específico. Fique atento
aos números e à fração de cada um. Determinada empresa pretende adquirir um aparelho novo para
expandir a produção. Essa nova aquisição renderá uma receita adicional à empresa de R$ 60.000,00
por mês.
• O equipamento foi pago à vista e terá vida útil de 10 anos (120 meses), sendo totalmente
descartável após esse período.
• Durante os dez anos de uso, o custo financeiro do equipamento será de R$ 1.335,63 por mês.
• O equipamento não requer manutenção.
• O custo adicional do seguro do aparelho compreende 30% do seu custo financeiro.
• Para o funcionamento, serão necessários três funcionários, com salários médios de R$ 1.900,00
mensais cada, mais 80% de encargos.
• Outros custos, relacionados com estrutura, matéria-prima, promoção e comissões, representam
75% da receita bruta.
• A taxa mínima de atratividade é de 15% a.a., ou 1,171492% a.m.
A partir dos dados acima, podemos determinar se o investimento é rentável ou não. Resolução:
para estabelecer os cálculos do problema, precisamos estabelecer o valor das seguintes variáveis,
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para analisar os custos acerca do investimento:
• Receita Total (faturamento): consideramos a variável RT.
• Custo de Capital (CC): referente à parcela de máquinas e equipamentos e matéria-prima,
quando houver.
• Custo Operacional (CO): referente aos custos de operação do investimento.
• Custos Adicionais (CA): custos que fazem parte do contexto, mas com a particularidade do
investimento.
• Outros Custos (OC): custos que sabemos que fazem parte do contexto, mas que algumas vezes
não podem ser mensurados.
• Custo Total (CT): soma de todos os custos mencionados (CT = CC+CO+CA+OC).
• Lucro Total (LT): diferença entre a receita e os custos totais (LT = RT – CT).
Vejamos agora esses valores no problema. Se o investimento rende uma receita adicional de R$
60.000,00, esse é o valor de RT (RT = 60.000). O custo de capital, nesse problema, já vem pronto. Ou
seja, R$ 1.335,63 por mês. Esse valor vem do custo de aquisição da máquina (que não consta no
problema), de R$ 85.829,26. Esse valor nos ajuda a compreender como chegamos ao valor de custo
mensal de 1.335,63. Vejamos como a HP-12C chegou à nossa parcela de custo mensal.
Tabela 1 – Resultado
Resultado: o custo de aquisição da máquina (R$ 85.829,26), atualizado à taxa mínima de
atratividade, é de R$ 1.335,63 por mês, por 120 meses (10 anos).
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Tabela 2 – Custo
Conclusão: a situação compensa, pois a soma dos custos é menor do que o valor da receita,
considerando o lucro desejado.
Agora, vejamos outro problema. Considere a aquisição de duas máquinas, em que pesam apenas
dois custos comparativos, pois os demais são similares entre ambas. Uma empresa avalia a compra de
dois equipamentos similares:
• O equipamento X tem um preço de R$ 900.000,00 de aquisição e custos operacionais de R$
600.000,00 por ano.
• O equipamento Y custa R$ 1.800.000,00, porém seus custos operacionais são de R$ 300.000,00
por ano.
• Ambos têm vida útil de 20 anos.
Considerando as duas máquinas, qual seria a melhor escolha para empresa se o seu custo de
capital é de 9,5% a.a.?
Resolução: note no problema que só há dois custos para mensurar. O custo anual de aquisição
da máquina (CC) e o custo operacional (CO) anual.
Tabela 3 – Custos para equipamento
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A melhor escolha é a de menor custo, portanto seria o equipamento Y, que apresenta um custo
total menor entre os dois investimentos.
TEMA 4 – WACC: CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL
Crédito: Jack the sparow/Shutterstock.
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Agora que entendemos a mensuração de custos de determinados projetos, imagine que todo
investimento, independentemente do fato de apresentar ou não outros custos, é chamado de custo
de capital ou custo total do investimento em capital. Agora imagine se a única referência que temos
do custo do investimento é o risco. Ou melhor, uma taxa que estabelece o valor mínimo do
investimento (como a TMA, sem a perspectiva de lucro econômico) como o seu custo. Assim, temos a
taxa de custo de capital, ou simplesmente custo de capital.
Vejamos um exemplo de custo de capital. Você recebe uma herança e aplica o dinheiro em
poupança. O rendimento anual desse valor é de 6%, para não fazer nada com o dinheiro. Agora
imagine que você resolve usar esse dinheiro (que rende os juros de 6% a.a. da poupança) para investir
em um negócio. A questão é, qual o custo de capital para investir no negócio? Simples, 6% ao ano.
Ou seja, como temos como referência apenas a taxa de poupança, uma vez que ariscamos o
investimento, perdemos essa taxa para um resultado futuro.
O projeto custou 6%, portanto apresenta um custo de capital de 6% ao ano. Agora imagine que,
para executar esse negócio, eu preciso do dinheiro da poupança mais um empréstimo do BNDES.
Para emprestar o capital, o BNDES cobra juros de 12% a.a.. E agora? Qual o meu custo de capital?
Bom, já que temos as duas taxas, cada uma com custo de capital diferente, com valores
diferentes, devemos ponderar para chegar a uma taxa única. É nesse momento que buscamos o
nosso custo de capital, dado pelo WACC (Weighted Average Capital Cost), ou Custo Médio Ponderado
de Capital (CMPC, se preferir).
Antes de tudo, vamos ver como funciona a lógica de ponderação. A média ponderada é uma
média aritmética em que cada valor é ponderado de acordo com a sua importância no grupo. A
média ponderada é fornecida pela seguinte fórmula:
Vejamos um exemplo. Imagine que você compra, todo mês, 100 unidades de pãezinhos para o
café. Só que as 100 unidades estão divididas em quantidades diferentes por semana: 20 unidades na
primeira semana; 30 na segunda; 40 na terceira; 10 na quarta. Vamos supor também que, na primeira
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semana (20 unidades), você pagou por cada pãozinho R$ 1,20; na segunda R$ 1,00; na terceira R$
0,89; e na quarta R$ 1,50. Pergunta-se: quanto você pagou em média pelos 100 pãezinhos?
Tabela 4 – Média dos valores de pão
Semana Pãezinhos Preço unitário Preço Total
1ª 20 1,20 24,00
2ª 30 1,00 30,00
3ª 40 0,89 35,60
4ª 10 1,50 15,00
TOTAL MÊS 100   104,60
Veja que a média de preços é a soma dos quatro preços unitários, valor posteriormente dividido
por quatro, o que daria R$ 0,4625 centavos por pão. Porém, essa média seria apenas aritmética (e não
ponderada), portanto não seria eficiente, pois não considerou a quantidade adquirida (o peso de cada
pão sobre o total). Neste caso, ponderamos:
(20 * 1,2) + (30 * 1) + (40 * 0,89) + (10 * 1,50) = 104,60
Temos R$ 104,60 (valor total de todos os pães) dividido por 100 (total de pães) = R$ 1,05.
Portanto, pela média ponderada, cada pão custou, durante o mês, R$ 1,05. Cada quantidade
adquirida contribuiu para aumentar ou diminuir o custo de cada pãozinho, mas com a proporção
certa – e, mais importante, justa.
Vejamos como fica cada variável comparada com o WACC.
• WACC (custo médio ponderado no exemplo do pão) = R$ 1,05 (por pãozinho)
• CW (Custo total de cada semana) = 24,00 + 30,00 + 35,60 + 15,00 = R$ 104,60 (custo total de
pães)
• W (peso sobre o total) = 20 + 30 + 40 + 10 = 100 (total de pães)
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O cálculo do custo de capital, ponderado pelas taxas de juros oferecidas, não é diferente. Assim
como você não compra os 100 pãezinhos de uma vez para pagar mais barato (pois eles ficariam
velhos demais para serem consumidos), não emprestamos todo o capital de um projeto de uma vez
só, ou de uma única fonte. Da nossa conversa inicial, temos duas fontes de capital: a poupança e o
empréstimo do BNDES). Assim, vejamos como fica o cálculo do WACC para o nosso exemplo:
• Valor em poupança: R$ 100.000,00. Taxa de juros de poupança: 6% a.a.
• Valor emprestado do BNDES: R$ 70.000,00. Taxa de juros do BNDES: 12% a.a.
Bom, considerando o total do investimento em R$ 170.000,00, calculamos o peso (W) de cada
fator.
Tabela 5 – Fatores
Fonte (C) Capital (W) Peso (%)
Poupança 100.000 = 100.000 / 170.000 (*100) = 58,8%
BNDES 70.000 = 70.000 / 170.000 (*100) = 41,2%
TOTAL 170.000 100%
Agora que sabemos o peso (a fração em percentual da participação) de cada empréstimo,
ponderamos:
Poupança (6% * 58,8%) + BNDES (12% * 41,2%) ( /100) = 3,528% + 4,944% = 8,472% a.a.
Portanto, o nosso custo de capital, ou custo médio ponderado de capital (WACC) para esse
investimento, será de 8,472% a.a.
Vejamos agora outro exemplo, com base baseado em algumas fontes de capital que compõem o
custo de capital esperado. Vamos supor que o capital total adquirido para determinado projeto seja
de R$ 100.000,00. Do total, R$ 30.000,00 parte de empréstimos bancários (peso de 30%), a um custo
de capital de 6% de juros ao ano; R$ 20.000,00 (peso de 20%) em debêntures, a 7,5% ao ano; R$
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25.000 em ações, a 8% ao ano; e R$ 25.000,00 (peso de 25%) em lucros retidos, a 7% ao ano.
Tabela 6 – Fontes de capital
FONTES
CAPITAL
(C)
PARTICIPAÇÃO
(W)
Custo (em juros ao
ano)
Custo Total (CW)
Empréstimos
bancários
R$ 30.000 30% 6% a.a. (30.000 x 6% = R$ 1.800 a.a.)
Debêntures R$ 20.000 20% 7,5% a.a.
(20.000 x 7,5% = R$ 1.500
a.a.)
Ações R$ 25.000 25% 8% a.a. (25.000 x 8% = R$ 2.000 a.a)
Lucros retidos R$ 25.000 25% 7% a.a. (25.000 x 7% = R$ 1.750 a.a.)
TOTAL R$ 100.000 100% 7.050
Na tabela, temos o resultado das ponderações. O custo total do capital foi de R$ 7.050. Para
encontrar o WACC, dividimos esse total pelo capital total (como no exemplo dos pães), obtendo a
taxa do custo de capital:
Custo médio ponderado (WACC) de R$ 7.050 / R$ 100.000 = 0,0705 (*100) = 7,05%)
Isso significa que, na média, considerando o peso de cada meio de captação de recursos, o custo
foi de 7,05% ao ano.
TEMA 5 – VAUE: VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE
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Crédito: Cavagnari, [S.d.].
O VAUE (Valor Anual Uniforme Equivalente) é um método de cálculo de viabilidade para
determinado projeto. O seu objetivo é transformar os valores de um ou mais projetos de análise, em
valores (como diz o próprio nome) uniformes equivalentes e de periodicidade anual. A intenção é
simples. Transformar valores concretos e atuais em valores futuros, como se tudo fosse convertido em
despesa futura. O método é similar ao cálculo de custo de capital que estudamos anteriormente.
A questão principal é: tudo que estiver em valores únicos e atuais deve ser transformado em
valores futuros e anuais, considerando a TMA ou a taxa de custo de capital. O que já estiver no futuro,
em periodicidade anual, permanece no futuro e é somado aos novos valores.
Vejamos o exemplo do equipamento X, que sugere o método VAUE:
• Aquisição do equipamento X: R$ 900.000,00 (valor presente)
• Custo operacional anual: R$ 600.000,00 a.a.
Note que o valor da máquina é único e atual, enquanto o custo operacional refere-se ao futuro –
enquanto a máquina durar (20 anos), teremos esse custo. Para o método VAUE, convertemos o valor
atual (900.000) a um Valor Anual Uniforme Equivalente, com taxa de referência (TMA) de 9,5% ao ano.
Tabela 7 – Cálculo
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Ou seja, o valor atual, de R$ 900.000,00, representa um valor anual uniforme equivalente e
atualizado de R$ 102.129,03 por ano, durante 20 anos (tempo de uso da máquina), totalizando um
VAUE de R$ 702.129,0.
Figura 1 – Representação gráfica do VAUE
Temos pelo menos três perspectivas para o uso do VAUE:
• Retorno Adicional, ou seja, lucro além do esperado.
• Maior Receita: quanto maior o faturamento, melhor é o projeto.
• Menor Despesa: quanto menores as despesas, melhor.
O VAUE, ao contrário de outros métodos (VPL, TIR etc.), projeta o valor atual do investimento
para valores futuros periódicos e uniformes.
5.1 VAUE: RETORNO ADICIONAL (RA)
Consiste em encontrar o rendimento adicional dado pelo capital investido, aplicado à TMA,
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dentro do período de implantação do projeto, somando os retornos anuais (receita) ou o lucro
esperado. Para esse segundo caso, dividimos o VAUE ao custo inicial do projeto, o que resulta na
taxa de retorno adicional, o RA. Establecendo uma comparação entre dois ou mais investimentos, o
de maior valor ou taxa adicional será o escolhido.
Por exemplo, imagine uma empresa com disponibilidade de R$ 9.000,00 para investimento e
com TMA de 20% a.a. São apresentadas duas opções de investimento. Para descobrir a alternativa
mais lucrativa a escolha da empresa, usaremos o método VAUE.
Tabela 8 – Alternativas
A fórmula tradicional para o cálculo do VAUE é a seguinte:
Essa fórmula não precisa ser usada se tivermos a calculadora HP-12C. Ao final, considerando o
maior lucro, calculamos o RA (Retorno Adicional):
Tabela 9 – VAUE
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Assim, considerando os equipamentos A e B, o melhor investimento é o equipamento B, pois traz
um retorno adicional maior, de 8,37% a.a.
5.2 VAUE: MENOR CUSTO DE CAPITAL
Consiste em encontrar o menor custo, considerando o capital investido, aplicado à TMA, dentro
do período de implantação, subtraídas as despesas anuais do projeto. O resultado obtido (VAUE) terá
um valor negativo. Em uma comparação entre dois ou mais investimentos, o de menor VAUE será o
escolhido.
Por exemplo: dada uma TMA de 15% a.a., qual a melhor alternativa para um investimento?
Tabela 10 – Alternativas
Tabela 11 – VAUE
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Assim, a alternativa I de investimento apresenta o menor custo (R$ 65.026,54).
5.3 VAUE: MAIOR RECEITA
Consiste em encontrar o projeto com o maior faturamento, a maior receita. Dentro de uma
comparação entre dois ou mais investimentos, o de maior VAUE será o escolhido.
Por exemplo: verifique, com TMA de 12% a.a., a melhor alternativa para um investimento.
Tabela 12 – Alternativas
Tabela 13 – VAUE
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Assim, a alternativa II apresenta a maior receita líquida (R$ 37.547,65).
TROCANDO IDEIAS
Pesquise, na região em que mora, dois imóveis comerciais compatíveis. Ou seja, imóveis que
tenham a mesma finalidade (fábrica, comércio ou serviço), fazendo parte de uma única escolha.
Com essa base, apresente os seguintes dados:
• Preço do imóvel (aquisição apenas)
• Possíveis gastos com reformas (Custos Adicionais)
• Custos relacionados à localização (Outros Custos)
Apresente os dados e discuta qual seria o melhor imóvel. Para a atualização dos custos de capital,
utilize como TMA a Selic de 13,75% ao ano.
NA PRÁTICA
Dado um projeto de investimento de R$ 250.000,00, calcule o custo de capital (WACC) para as
seguintes fontesde capital e seus respectivos percentuais de participação:
• Capital próprio: 20% do capital (aplicação possível em Tesouro Direto com renda de 11,5% a.a.)
• Empréstimo BNDES: 68% do capital (TJLP e outros 14,5% a.a.)
• Empréstimo bancário: 12% do capital (taxa especial de empréstimo: 28,5% a.a.)
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Tabela 14 – Na prática
FINALIZANDO
Nesta etapa, vimos que investimentos vão muito além de aplicações financeiras. Estudamos
também que capital pode ser qualquer bem que represente um ganho financeiro a partir de um
projeto. Vimos ainda que os custos de investimentos são sintetizáveis, sendo essenciais para a
tomada de decisão sobre investimentos. O menor custo e o maior lucro são variáveis adaptáveis ao
tempo, o que nos possibilita mensurar o valor do capital da forma como a teoria nos apresenta – ou
seja, no tempo.
REFERÊNCIAS
SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. 6. ed. São Paulo: Best Seller, 2001.
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