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Editora Recanto das Letras COMO USAR OS SEUS TALENTOS PARA IR ALÉM DOS SEUS SONHOS © Matheus Akira Tomoto Editora Executiva: Cássia Oliveira Projeto gráfico e Diagramação: Editorando Birô / Estúdio Caverna Ilustração da Capa: Dayvid Mendes Ilustração do Miolo: Cleiton Fernandes Impressão: Forma Certa Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Andreia de Almeida CRB-8/7889 EDITORA RECANTO DAS LETRAS www.recantodasletras.com.br/editora editora@recantodasletras.com.br Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita do autor. Tomoto, Matheus Akira Inspirando jovens de sucesso: como usar os seus talentos para ir além dos seus sonhos / Matheus Akira Tomoto – Sorocaba: Recanto das Letras, 2018. 178 p.: il., color. ISBN: 978-85-69943-83-9 1. Sucesso nos negócios 2. Pessoas de sucesso 3. Massachusetts Institute of Technology (MIT) – Estudantes – Histórias 4. Autorrealização 5. Sucesso I. Título 18-0156 CDD 650.1 Índices para catálogo sistemático: 1. Sucesso PREFÁCIO Olá, queridos leitores! Meu nome é Matheus Akira Tomoto. Sou brasi- leiro, nascido em uma cidade do interior de São Paulo. Como a maioria da população, passei toda minha vida estudando em uma escola pública. Comecei a traba- lhar com treze anos e atualmente trabalho com Pes- quisa e Desenvolvimento na melhor universidade de engenharia do mundo: o Instituto de Tecnologia de Massachusetts - MIT. Neste livro compartilho as principais lições da minha vida, as quais me fizeram chegar até aqui. Nos próximos capítulos eu explicarei e comentarei sobre como você também pode se tornar um jovem de su- cesso. Este livro é dedicado a todos aqueles que bus- cam motivação e um caminho para a realização dos seus sonhos. Ele não indicará uma fórmula mágica que mudará a sua vida, mas, sem dúvida, irá lhe motivar e mostrar as ferramentas necessárias para a realização de seus planos de vida. Meu objetivo é desenvolver em você uma mentalidade de sucesso, mostrando que todo sonho pode se tornar realidade. Através de exemplos práticos e experiências reais, exibirei como uma pessoa de sucesso pensa, e quais caminhos você pode trilhar para chegar até ele. Este livro é um ma- nual de vida para aqueles que desejam se aventurar no mundo dos jovens bem-sucedidos. Desejo a todos vocês: sucesso! Dedico este livro aos meus pais, que sempre me apoiaram e me deram todo o suporte em todos os momentos. Agradeço a todos os meus mentores, por seus incríveis ensinamentos. Agradeço à minha amiga e professora Amanda Cris e à querida Milena Correale, que trabalharam arduamente na revisão e edição deste livro. Também agradeço aos meus amigos, Renan Ferreira, Norovsuren Chinbat, Wallace Reis, Regiane Reis, Diego Henrique e especialmente ao Lucas Ribeiro e Leonardo Melo, que me ajudaram a tornar o sonho deste livro realidade. Muito obrigado a todos! SUMÁRIO O poder de um sonho 9 Eu perdi tudo 13 Como encontrar o seu maior sonho 21 Desafios da escola pública 29 A regra das dez mil horas 41 Comece agora! 47 Refeição: pão com manteiga 53 Não espere oportunidades, crie-as! 61 Meus primeiros livros 69 Comunique-se bem e ganhe sua audiência 81 Como realizar um sonho 87 O trem da vida 107 Aprendendo a liderar 109 Despertando talentos 125 Estudando para a faculdade 135 Criando oportunidades 145 A viagem para os Estados Unidos 153 Como cheguei até o MIT 157 Fim? 177 9 O PODER DE UM SONHO Esse foi o dia mais feliz da minha vida. Eu me lembro como se fosse hoje. Tudo acon-teceu em uma sexta-feira pela manhã. Eu havia acabado de acordar. Estava frio e, apesar do inverno já ter passado, ainda havia neve do lado de fora. Peguei meu celular e olhei que horas eram. Eu havia dormido demais e perdido mais uma aula da faculdade. Levantei, coloquei uma camiseta e fui à cozinha preparar o meu café da manhã. As panelas e a louça suja da noite passada permaneciam em cima do fogão e da pia. Eu dividia o apartamento com mais três pes- soas: dois brasileiros e um americano. Todas as noites fazíamos um jantar com nossos amigos do Brasil e de outros países, e em todas elas eles saíam sem ajudar a limpar a cozinha. 10 Ignorei a sujeira e comecei a fazer o meu café da manhã, enquanto via as notificações em meu celular. Olhei as mensagens que havia recebido durante a ma- drugada, mas fechei-as sem visualizá-las. Verifiquei a caixa de entrada de meus e-mails. O primeiro era sobre uma promoção de uma loja no centro de Chicago. O segundo era de um site de viagens. Exclui ambos au- tomaticamente. Porém, quando olhei o título do ter- ceiro e-mail, fiquei sem reação. Meus olhos se enche- ram de lágrimas. Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Eu havia sido aceito em uma das melhores universidades do mundo. Eu havia sido aceito em Harvard! Grande parte da minha vida passou em minha men- te, como em pequenos cur- tas-metragens. Lembrei-me de todos os momentos em que eu me senti sem esperança, pensando que eu não era me- recedor de uma vida de sucesso; de todas as vezes que disseram que eu não iria conseguir; das vezes que me olhavam com desprezo, porque eu era po- bre; dos onze difíceis anos em que fiquei sentado em uma carteira quebrada, em uma escola pública, com professores totalmente desinteressados; de toda a angústia que minha família passou com a falência de nossa empresa; da minha adolescência trabalhando, incessantemente, em oficinas mecânicas, e ganhan- do R$ 6,00 por dia de serviço; dos quinze anos que “Eu havia sido aceito em HARVARD!”. 11 minha família e eu trabalhamos para quitar a nossa dívida milionária; da simplicidade em que vivíamos e da necessidade que passamos por falta de dinheiro; lembrei também do mesmo tênis rasgado que eu usei por mais de cinco anos. Naquele momento, eu percebi que tudo isso havia finalmente valido a pena. Eu não conseguia con- ter minhas lágrimas. A minha felicidade era gigante. Voltei para o meu quarto, enxuguei meu rosto com uma toalha e comecei a responder o e-mail daquele doutor da tão prestigiada universidade de Harvard. “Muito obrigado pela oportuni- dade. Eu estou extremamente emocionado. É indescritível a feli- cidade que sinto nesse momento. Obrigado por todos os elogios e principalmente por ter me aceito. Obrigado por me oferecer essa oportunidade fascinante. Porém, eu infelizmente terei de recusá-la. Espero que possamos manter con- tato e conversar novamente no futuro. Obrigado, Matheus A. Tomoto” Eu havia acabado de recusar o convite de Harvard… 13 EU PERDI TUDO Olá, meus queridos leitores! Meu nome é Matheus Akira Tomoto. Minha história tem início em uma cidade do inte- rior de São Paulo, chamada Sorocaba, em 1990. Dentre as poucas lembranças que tenho de minha infância, a que mais se destaca é a de meus pais acordando antes do sol nascer para trabalhar e voltando para casa bem tarde, após eu já ter ido para cama. Minha família era dona de uma empresa que aten- dia a maioria dos estados brasileiros, o que nos gerava uma situação financeira muito boa. Com os lucros da empresa, minha família conquistou tudo o que tínhamos, nada nos faltava. Meus pais dedicaram todo o tempo e recursos que puderam para construir um legado para deixar aos seus filhos. Porém, algo inesperado aconte- 14 ceu. Por volta do ano de 1996 a empresa da minha fa- mília faliu. Eu tinha apenas seis anos. Nunca nada havia nos faltado… até aquele momento. Eu era muito jovem para entender o que estava acontecendo, mas sentia que algo havia mudado. Meus pais contraíram uma dí- vida milionária. Nós havíamos acabado de perder tudo! O RECOMEÇO Aos oito anos terminei os meus estudos numa excelente escola de educação pré-primária. Era um lugar maravilhosono qual pude desenvolver minhas habilidades em matemática, leitura e escrita. Eu participava de um ótimo grupo de amigos. No último dia de aula, tivemos a nossa formatura. Es- távamos reunidos conversando, quando um deles nos perguntou: A resposta foi unânime. Todos haviam sido matriculados na melhor escola da cidade. “– Onde vocês vão estudar no próximo ano?” 15 Aproveitávamos aquele momento, confiantes que nos encontraríamos novamente após as férias. O evento acabou, entrei no carro com meus pais e fomos para nossa casa. Conversávamos e, para a mi- nha surpresa, minha família contou que eu não con- tinuaria mais estudando com meus amigos. A escola para a qual eles iriam no ano seguinte era muito cara e, portanto, meus pais me matricularam numa escola de ensino público, gratuita e próxima à minha casa. A NOVA ESCOLA Meus primeiros dias na nova escola foram desafiadores. A escola era muito di- ferente da anterior. Era simples, de chão de terra batida e grama alta espalhada pelos lugares onde não havia construções. As salas de aula estavam sempre lotadas, por ve- zes atingia a quantida- de de cinquenta alu- nos. O ritmo das aulas era bastante devagar. Tanto os funcionários quanto os próprios es- tudantes não eram motivados a apren- der. Alguns profes- 16 sores faltavam constantemente, e por consequência, os alunos permaneciam sem aula. As carteiras eram velhas e algumas cadeiras estavam sempre quebra- das, sem falar nas brigas entre estudantes que pre- senciávamos com frequência. A escola não tinha livros didáticos suficientes para todos os alunos, por isso compartilhávamos um livro com três ou mais estudantes. Ao longo do tempo, fui me adaptando àquele novo ambiente. Tive a oportunidade de fazer bons amigos, alguns que tenho comigo até hoje. Infeliz- mente, poucos frequentavam a escola com o verda- deiro intuito de estudar. Alguns iam pela diversão de rever os amigos, para conversar, outros contra a pró- pria vontade, forçados pelos pais porque estes não tinham onde deixá-los enquanto trabalhavam. Outros se encontravam em situações ainda piores: problemas familiares faziam com que fossem à escola para ter um momento de paz, sem brigas ou violência. Alguns dos alunos iam simplesmente pela refeição, que mesmo sen- do simples, era muitas vezes a única refeição do dia para eles. As merendei- ras eram muito ca- rinhosas ao preparar a refeição do dia. O cardápio era compos- to por cinco refeições, “Alguns dos alunos iam simplesmente pela refeição, que mesmo sendo simples, era muitas vezes a única refeição do dia para eles.” 17 uma para cada dia da semana: polenta com molho, sopa, macarrão com salsicha, arroz com frango e pão com salsicha. Apesar da simplicidade do refeitório e dos pratos e talheres de plástico, era um dos momen- tos mais esperados por todos nós. O NASCIMENTO DE UM SONHO Com o passar dos anos, fui crescendo e descobrindo que a vida era muito mais complicada do que parecia. Eu estudava pela ma- nhã, trabalhava durante a tarde e ia para o ensino técnico à noite. Quando percebi, já estava to- talmente acomodado àquela nova rotina. Sempre fui um jovem sonha- dor, sempre quis fazer algo diferen- te, porém a escola, o trabalho e as atividades do dia a dia me coloca- ram numa posição na qual eu de- sacreditava do meu próprio futuro. Eu ainda não havia desistido dos meus sonhos, mas eles es- tavam tão distantes que pareciam inalcançáveis, visto que aquela ro- tina tirara todas as esperanças de dentro de mim. Já não havia forças para sair daquele sistema. 18 Após alguns anos, algo inusitado aconteceu: a escola recebeu sua primeira doação de livros e revis- tas em quadrinhos de uma empresa gráfica que havia falido na região. A quantidade foi suficiente para que cada aluno recebesse um exemplar. Foi a primeira vez que algo assim aconteceu naquela escola. Isso foi tão singular que os professores cancelaram suas aulas para que pudéssemos treinar nossa leitura: “Uma criança passeava pela cidade com seus pais, e se divertiam enquanto caminhavam. Após algum tempo de caminhada e diversão, um assaltante abordou-os exigin- do seus pertences. Com medo, seu pai ofereceu tudo o que tinha para o ladrão. O ladrão tomou todo o dinhei- ro, apontou a arma para o casal e os matou. O garoto perdeu os sentidos e não teve reação ao presenciar a morte de seus pais. Sem família, vagou pelo mundo enquanto buscava a superação do seu trauma. Nesta viagem, descobriu o maior segredo da vida: ‘O conheci- mento era a coisa mais poderosa existente no mundo’. Ele continuou sua viagem, agora com outro objetivo: a busca pelo conhecimento. Após anos de estudo, ele foi capaz de construir a sua própria empresa de tecnologia. Com recursos financeiros e com conhecimento para criar qualquer tipo de tecnologia, estava preparado para limpar sua cidade de toda criminalidade.” UM GATILHO MENTAL Esta história acima me fez refletir sobre a minha própria vida. Aquele garoto havia passado por situa- ções incomparavelmente mais difíceis do que as mi- 19 nhas e ainda assim encontrou forças para prosseguir. Ele tinha um objetivo e batalhou para cumpri-lo. Sua dedicação e esforço duraram anos, mas ao final ele alcançou o seu sucesso. Foi então que eu comecei a me perguntar: Se ele conseguiu, por que eu não poderia conseguir também? Eu precisava escapar daquela rotina que me levava ao fracasso. Necessitava de algo que me ins- pirasse novamente. O meu sonho estava muito distante, e eu precisava de algo real que estivesse ao meu alcance. Para isso, decidi mudar e utili- zei tudo o que tinha ao meu redor como inspiração para con- quistar o que ainda não havia conquistado. Aquela história foi a gota d’água para a minha insatisfação. A determinação daquele garoto foi o gatilho que eu pre- cisava para voltar a acreditar em mim mesmo. No decorrer deste livro eu irei descrever outras situações de minha vida que foram imprescindíveis para o meu sucesso pessoal e profissional. Foram mais de quinze anos de estudo, trabalho duro e infindáveis desafios em meu caminho. 20 Hoje posso dizer que eu cheguei a um lu- gar ainda mais alto do que eu havia previamente sonhado. Trabalho em um laboratório de engenha- ria que contém os mais avançados equipamentos do mundo. Protótipos de robôs estão por todos os la- dos. Um acelerador de elétrons está a alguns metros do meu escritório. Pós-doutores de vários lugares do mundo trabalham arduamente em meu time com o objetivo de criar novas tecnologias. Sou a prova viva de que os sonhos podem se tornar realidade. Não tive condições financeiras favo- ráveis, não estudei numa boa escola, fui pobre e come- cei a trabalhar ainda adolescente. Inúmeros fatores po- deriam ter sido usados como desculpa para eu desistir. Mas hoje a minha certeza é que cada momento da mi- nha vida me ensinou algo que me ajudou a chegar aqui. Lembre-se que todo homem de sucesso, antes de ser bem-sucedido, foi um sonhador. Foi assim que tudo começou para mim: COM UM SONHO. 21 COMO ENCONTRAR O SEU MAIOR SONHO alguma vez você já parou para pensar quais são os sonhos que você gostaria de realizar até o final de sua vida? Você já conquistou algum deles? Qual é o próximo em sua lista de sonhos? Dentre estes sonhos, qual é o maior? Comprar uma casa? Virar jogador de fu- tebol? Abrir seu próprio negócio? Casar-se? Entrar na faculdade? Aposentar-se? Viajar pelo mundo? Qual é a sua motivação ao acordar todos os dias pela manhã? O primeiro passo na sua caminhada para o su- cesso é definir quais são os seus sonhos para sua vida. É preciso ter objetivos muito bem definidos e claros em sua mente, afinal, como você conseguirá realizar um sonho sem conhecê-lo?! 22 Com certeza você já se deparou com pessoas que diziam querer mudar de vida, que iriam desbravar novos horizontes, e que até fizeram grandes investi- mentos, mas no final só andaram em círculo. Essasi- tuação é muito mais comum do que parece. É impos- sível alcançar um sonho se ele não está bem definido. Você desperdiçará seu precioso tempo e recursos que poderiam ser utilizados para uma caminhada de vida melhor direcionada. É mais simples cair nessa armadilha do que se pode imaginar. “Se você não sabe onde você está indo, como você espera conseguir chegar lá?” – Basil S. Walsh Perdi vários anos de minha vida porque não sou- be direcionar meus esforços para a direção correta. Notei que eu apenas comecei a andar em direção à realização dos meus sonhos quando comecei a definir claramente meus objetivos. Sempre quis ser bem- -sucedido, mas nunca havia parado para pensar so- bre o que é ser bem-sucedido. Foi então que passei a refletir sobre os caminhos que eu teria que seguir para alcançar a realização dos meus sonhos. Meu objetivo era simples: eu não queria pessoas ao meu redor passando por algum tipo de necessida- de. Eu não queria ver pessoas próximas a mim passan- 23 do pela mesma tristeza que minha família passou. Era um lindo sonho, que se tornaria inútil sem um plane- jamento adequado. Então comecei a escrever em uma folha de pa- pel os passos que eu precisaria dar para atingir esta realização. Como ajudar as pessoas ao meu redor se a minha própria situação era instável? Eu precisava de um trabalho que me proporcionasse estabilidade e que me concedesse condições financeiras suficientes para socorrer a todos os que eu gostaria de ajudar. A primeira vez que eu parei para definir meus so- nhos foi quando fui a um seminário em São Paulo com o tema “Seja um sonhador”. Lá foram discutidos os exemplos de vários empresários que alcançaram o su- cesso. Cada um deles utilizou caminhos e técnicas di- ferentes, mas todos tinham algo em comum: eles possuíam um so- nho muito bem definido para suas vidas. O que me chamou a atenção foi que, ao final do evento, o palestrante distri- buiu um caderno para cada pessoa, disse que aquela seria nossa lição de casa. A princípio, estranhei, pois já tinha anotado tudo o que precisava em meu caderno pessoal. Então ele expli- cou: “Quando chegarem em suas casas, vocês terão de escrever e colocar fotografias de todas as coisas que vo- cês sonham em alcançar durante suas vidas”. Essa ideia foi “Como ajudar as pessoas ao meu redor se a minha própria situação era instável?” 24 genial e foi exatamente o que eu fiz quando cheguei em casa. Liguei o computador e imprimi fotos de tudo o que eu sonhava conquistar: a casa que eu gostaria de morar, o carro que eu gostaria de ter, os lugares que eu gostaria de viajar, a universidade na qual que eu gostaria de estu- dar etc. No total, foram em torno de doze fotografias. Por muito tempo levei este caderno em minha mochila para todos os lugares que eu andava. Ainda o levo! É algo que eu uso frequentemente quando estou indeciso ou quando as situações da vida tentam trazer desânimo. O dever de casa que hoje te passo é o mes- mo que me foi passado anos atrás, o qual me guiou a chegar até aqui. Seja num caderno, no seu celular, no seu laptop ou numa simples folha de papel, escre- va os seus objetivos de vida e, quando terminar, não o coloque em uma gaveta. Deixe-o em algum lugar com visibilidade, de preferência em lugares por onde você passa todos os dias: no espelho do seu banheiro, na sua geladeira ou até mesmo dentro do seu carro. Quando a vida lhe gerar dúvidas sobre por qual caminho prosseguir, não se esqueça de olhar nova- mente para o seu caderno de sonhos. Não é neces- sário seguir 100% do que foi escrito, mas com certeza é preciso ter um referencial para o qual você poderá acordar todas as manhãs e dizer para si mesmo: EU IREI CHEGAR LÁ! 25 METODOLOGIA ENCONTRE SEU SONHO Após definir o meu propósito de vida, eu me in- daguei: “Como posso realizá-lo?” Agora que o seu sonho está definido e anotado, é preciso determinar um caminho para a sua realização. Eu me lembro que saí extremamente motivado daquela palestra, no entanto, algumas semanas de- pois, observei outro dilema: eu sabia aonde eu que- ria chegar, mas ainda não tinha um caminho traçado para isso. Então vi a necessidade de planejar as etapas pelas quais eu precisaria percorrer para chegar até o meu sonho. Mas por onde começar? A realização dos seus sonhos é o prêmio ao final da grande caminhada da vida. Porém, é um objeti- vo a longo prazo e seu propósito é nortear as deci- sões e escolhas a serem feitas em sua vida. Por isso, faz-se necessário conhecer cada etapa desta longa caminhada. É fundamental entender qual será o seu primeiro passo. Começando pelo seu objetivo final, pergunte a si mesmo o que é necessário para que essa etapa seja realizada, até chegar ao primeiro passo. 1 Meu sonho de vida era ajudar todas as pessoas próximas a mim para que nenhu-ma delas passasse por dificuldades. 26 • O que posso fazer para que o meu sonho se torne realidade? 2 Meu sonho necessitaria de um bom emprego, que me rendesse um salário suficiente para me sustentar e sustentar as pessoas que eu gostaria de ajudar. • O que eu precisaria para ter tal emprego? 3 Eu precisaria cursar uma faculdade. E ainda precisaria me destacar dentre os outros candidatos graduados. Devido ao cenário econômico brasileiro, apenas uma faculda- de não seria suficiente. Eu precisava despertar algum diferencial. • O que eu precisaria para cursar uma fa- culdade e ainda assim me destacar entre outros candidatos? 4 Eu precisaria de um mestrado, uma experiência profissional singular e/ou uma experiência internacional. Eu sabia que minha família não tinha condições financeiras para pagar uma faculdade, também sabia que meu salário não era suficiente para tal. • Do que eu precisaria para conquistar uma faculdade, um mestrado, uma experiência profissional singular e uma experiência internacional? 27 5 Este problema me levou a compreen-der que eu precisaria ganhar algum tipo de bolsa de estudos, tanto para fa- culdade quanto para o mestrado e também para uma experiência em outro país. Para uma experiência pro- fissional, eu precisaria continuar trabalhando e pode- ria tentar me envolver como voluntário para projetos, com o intuito de ganhar conhecimento e capacitação. • Como conseguir uma bolsa de estudos? 6 Para conseguir uma bolsa de estudos eu teria de me destacar nos estudos. Mais do que isso, precisaria provar para a universidade que eu era o melhor candidato para aquela vaga gratuita. • O que eu precisaria para me destacar nos estudos? 7 Para ser o candidato melhor qualifica-do intelectualmente, eu teria de apren-der tudo aquilo que eu ainda não havia aprendido e rever vários anos de material didático. • O meu primeiro passo era estudar. E es- tudar muito! Através dessa análise é possível enxergar de forma concreta o trajeto a ser cursado para cumprir determinado objetivo. Essa atividade se torna profun- damente importante pela facilidade de enxergar cada etapa que precisa ser conquistada para se alcançar o seu sonho. 28 Além disso, a análise pode ser utilizada para qual- quer área ou situação. Cada pessoa tem um sonho particular. Seja ele qual for, essa técnica lhe ajudará a definir com maior precisão o passo a passo para con- quistar seus objetivos. Todos os caminhos do meu primeiro sonho já foram conquistados. Abordarei detalhadamente sobre cada um deles ao decorrer do livro. Este foi um exem- plo pessoal para que você pudesse compreender a necessidade de traçar um caminho para elucidar cada etapa a ser conquistada em direção à sua realização. Gostaria de convidar você, querido leitor, a fazer essa análise. Comece perguntando a si mesmo: Como você pode realizar seus sonhos? Continue pergun- tando e anotando as respostas até idealizar seu próprio caminho para o sucesso. Ele será seguido por anos, portanto, precisa conter o mínimo de erros possíveis. Lembre-se que cada pessoa tem um caminho próprio, feito especificamente para ela e quesomen- te ela pode percorrer. Esse caminho chama-se vida. Toda pessoa bem-sucedida teve que trilhar esse ár- duo trajeto antes de conquistar o sucesso. O verda- deiro vitorioso é aquele que superou todas as difi- culdades e prosseguiu a caminhada do sucesso até a realização de seus sonhos. Se você quer ser um verdadeiro vencedor, você precisará ter atitude. “Atitude é uma pequena ação que faz uma grande diferença”. – Clarice Lispector 29 DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA esse é um dos temas mais especiais para mim. Foi um dos momentos mais difíceis e com mais aprendizados de minha vida, pois tive que abdicar de coisas que eu gostava para me dedicar ao que era essencial para o meu caminho. Naquela época eu estava iniciando o meu pri- meiro ano de Ensino Médio. Como comentei anterior- mente, eu estava estudando em uma escola pública bastante simples. Apesar de ter tido alguns bons pro- fessores, no geral, o conhecimento que eu tinha ad- quirido era até então insuficiente. Na verdade, eu não sabia praticamente nada. Eu era um jovem sonhador que queria cres- cer na vida, queria ser alguém, queria começar uma faculdade. Mas ao mesmo tempo, eu sabia que 30 minha situação financeira não era suficiente e que o meu nível de conhecimento não chegava perto do necessário para ser aprovado em um vestibular. Comecei a trabalhar quando tinha quatorze anos. Nesta idade, eu já tinha uma rotina muito agitada: esco- la pela manhã, trabalho à tarde e curso técnico à noite. Meu salário era importante e eu precisava planejar o meu futuro. Eu estava numa encruzilhada: ou conti- nuava na minha rotina de vida ou criava coragem para desbravar um novo mundo em prol dos meus sonhos. Entrei na sala de aula no dia seguinte muito animado com minha nova perspectiva. Eu precisava prestar mais atenção nas aulas, precisava me esforçar ainda mais. Procurei não conversar durante as aulas e fazer todos os meus deveres de casa no mesmo dia em que eram propostos. Eu estava focado em ser um aluno exemplar a partir daquele dia. Ao final do primeiro mês neste novo método de enxergar a vida escolar, fiz a minha primeira análise de rendimento pessoal. Eu preci- sava saber qual tinha sido minha eficiência. Usá- vamos um livro que continha 65 capítulos, estávamos a seis me- ses de concluir o ano e ainda não tínhamos passado do capítulo dez. Não precisava de muito esforço para che- “Foi então que eu decidi que iria estudar arduamente. Eu precisava dar o primeiro passo da minha caminhada.” 31 gar à conclusão de que não iríamos terminar o livro daquele ano até o final do segundo semestre. Eu me decepcionei. Os professores seguiam um ritmo muito lento e muitos alunos tinham dificuldade para acom- panhar as aulas. O meu primeiro objetivo já estava definido, mas como cumpri-lo se não havia oportunidades? Eu estava me esforçando, mas os resultados estavam longe de serem suficientes. Eu tive de optar entre desistir ou continuar minha caminhada em busca do meu sucesso. Desistir não era aceitável, então criei uma nova estratégia: Se eles não seguem o ritmo que eu preciso para alcançar os meus objetivos, eu criarei o meu próprio ritmo. Os livros eram muito caros, portanto a compra estava fora de questão. Fui até a secretária da escola e perguntei se poderiam me emprestar os livros que usávamos para estudar em casa. A secretária não tinha mais exemplares, porque os professores usavam todos em sala de aula. Era verdade, lembro que muitas vezes precisávamos dividir um livro entre dois ou mais alunos. Perguntei se ela não tinha outros exemplares, afinal aquele era um ambiente escolar, deveria existir algum material que eu pudesse usar. Felizmente, a es- cola estava separando livros didáticos que não foram utilizados para jogar no lixo. Eles tinham recebido um 32 pacote de livros de uma nova editora. Era um conjun- to de livros com todas as matérias cursadas no Ensino Médio. Porém, como os professores consideraram o conteúdo não tão relevante, eles não se interessaram pelos exemplares e se desfizeram dos livros. Com in- certeza no rosto, a secretária me perguntou se eu re- almente ia querê-los, visto que não eram os mais atu- alizados, e, sem dúvida, não eram os melhores livros didáticos do momento. Minha resposta não poderia ter sido outra, sorri ao dizer “sim”. Com certeza era mais que o suficiente para um começo. Eram em tor- no de dezesseis livros. Peguei-os e os levei para casa. Passei meus próximos dois anos estudando-os diariamente em meu quarto. Alguns episódios acontecem em nossas vidas para nos sincronizar na direção das melhores circuns- tâncias que poderíamos viver. Dos melhores caminhos. Das melhores pessoas. Pelo menos este é o motivo pelo qual me sinto confortado ao lembrar dos inúme- ros descasos dos docentes, da árdua jornada de in- tensa labuta, das madrugadas de renúncia, entre- ga e dedicação em prol do meu objetivo. Tudo que você preci- sa fazer é come- çar agora. Lute. 33 Com objetivo e muita dedicação, você poderá vencer todos esses obstáculos e livrar-se completa- mente dessa tóxica atmosfera. Fazendo um paralelo com os países que despon- tam no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), cuja vergonhosa 63ª posição em ciências, 59ª em leitura e 66ª em mate- mática foi destaque nas principais mídias mundo afora, num grupo de apenas setenta países avaliados. Os “Ti- gres Asiáticos”, Coreia do Sul e Cingapura foram os pa- íses que emergiram de uma passado miserável para se tornar, em apenas cinquenta anos, grandes potências de Hong Kong e da China. Não simplesmente pelo fato de terem acreditado, mais do que isso, investi- ram tempo e recursos em educação de qualidade e... PÚBLICA. Claro que estes países não têm terra agricultável, petróleo, minérios e riquezas naturais, mas são campeões em produção de conhecimento. Ótimos professores, reconhecidos, bem remunerados, com extrema maestria em passar conteúdo de qualidade e, acima de tudo, saber extrair dos alunos ótimos resulta- dos regrados com disciplina, foco e metas. NÃO DESISTA DE SEUS SONHOS Aprendemos, até então, a definir nossos sonhos e a preparar um caminho com objetivos concretos que leva- rão à sua realização. A principal dificuldade desta cami- nhada para o sucesso é o fato de que os acontecimentos 34 que incidem em nossas vidas nem sempre são tão per- feitos quanto o nosso planejamento detalhado no papel. De acordo com meu trajeto ao sucesso, meu primeiro passo teria que ser estudar. Eu encontrei di- versas dificuldades para algo que supostamente deve- ria ser simples. Minha escola não me beneficiava com toda a estrutura que eu necessitava. Poucos profes- sores se esforçavam para realmente tentar ensinar os alunos. Os poucos estudantes que queriam realmente estudar ficavam desmotivados e desistiam de tentar aprender devido ao sistema precário de ensino. Hoje você está começando a sua caminhada em busca do seu sucesso. Não pense que acontecerá de forma mágica e rápida. Você passará por muitos desafios até conseguir realizar completamente o seu sonho. Mui- tas vezes, você se encontrará em situações em que terá que decidir entre desistir ou tentar mais uma vez. Quan- do estes momentos chegarem, lembre-se que você já é um vencedor por natureza e que para todo desafio existe uma solução. Acima de tudo, lembre-se que muitos pas- saram pela mesma situação, e o que os tornou bem-su- cedidos foi apenas uma decisão: continuar! “Hoje você está começando a sua caminhada em busca do seu sucesso.” 35 GUARDE OS SEUS SONHOS COM CUIDADO A busca pelo sucesso é algo pessoal, por isso não espere que outras pessoas entendam o cami- nho que você escolheu trilhar. Seja no meio familiar ou entre amigos, sempre existirão pessoas que não te compreenderão e tentarão te deixar para baixo. Não os deixe tirar o seu foco. O sonho é seu e ninguém irá realizá-lo por você. Quando os problemasvierem, mantenha os seus olhos fixos no seu objetivo. Quando começar a mudar suas atitudes e an- dar contra a maré, prepare-se emocionalmente para receber críticas. Se todos os caminhos levassem ao sucesso, todos já teriam chegado lá. Porém, existe apenas um caminho que poderá conduzi-lo até a sua realização. Encontre-o e siga-o. Todos os homens e mulheres de sucesso só al- cançaram seus objetivos porque antes conseguiram dominar a sua própria mente. Eles fugiram de todos aqueles que os desmotivaram, prepararam-se emo- cionalmente de forma a não serem afetados pelas críticas, tiraram dos seus caminhos tudo aquilo que poderia atrapalhá-los e superaram os seus medos. O homem de sucesso consegue focar em seus objetivos e deixar de lado as coisas que não são impor- tantes. Ele não perde tempo com coisas inúteis e nem se envolve em situações que não lhe traz crescimento. As pessoas de sucesso seguem um caminho oposto ao dos conformados, preguiçosos e confortáveis. 36 Reflita sobre as atitudes tomadas, pois muitas delas não têm volta. Siga o caminho correto e você consegui- rá alcançar coisas inimagináveis. Por outro lado, atitudes erradas sempre refletirão em dores e arrependimentos. Lembre-se que a vida é uma oportunidade única. Viva da melhor maneira possível! “Seja prudente com sua vida e seu des- tino, pois uma decisão mal planejada no presente poderá ser, num futuro próxi- mo, traumas do passado não pensado”. – Franco Rodrigo NÃO TENHA MEDO DO NOVO Não engane a si mesmo deixando seus sonhos de lado por algo que você ou a sociedade conside- ra “seguro”. Acredite em você e em suas habilidades. Não deixe que sentimentos de vergonha e medo te impeçam de tomar as atitudes necessárias. A sociedade sempre irá impor a padronização, tentando fazer com que todos os seres humanos se- jam parecidos, julgando todos aqueles que se mos- tram diferentes dos padrões estipulados. Conseguir superar esse julgamento em prol dos seus sonhos é 37 uma habilidade que você precisa desenvolver. Ne- nhum homem de sucesso conseguiu chegar ao suces- so sendo igual aos outros. Muito pelo contrário, são as pessoas diferentes que se destacam neste mundo de pessoas padronizadas. Os melhores líderes são aque- les que dão sugestões completamente diferentes dos padrões. O mundo está cheio de pessoas que agem como formigas, padronizadas e até mesmo submis- sas a tudo. O mundo precisa de pessoas diferentes! Por isso, tente. Mesmo se você errar, não se preocupe com o que dirão a seu respeito. Entenda que a busca pelo controle da sociedade já vem sendo citada por renomados autores desde os anos de 1930, como em “Admirável Mundo Novo”, por Aldous Huxley; e no livro “1984”, clássico inglês publicado em 1949 por Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo pseudônimo de George Orwell. Obras cujos roteiros detalham, de maneira cirúrgica, o interesse incessante pelo controle e monitoramento das pessoas. Profetas! Esta trágica realidade que pregressa da terceira década do século XX nunca deixou de existir e atormentar-nos paulatinamente a tal ponto de embaçar as lentes de nossa realidade vigente, em pleno século XXI, com inúmeras propagandas e tantos outros gatilhos mentais, capazes de persuadir pessoas a trocar sua liberdade por uma vida de trabalho, produtos e status. Na gravação de “HUMAN”, documentário francês de Yann Arthus- Bertrand, o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, reflete sobre esta corrida desenfreada demandada pela indústria do consumo: A ordem do compra, compra. 38 “Inventamos uma montanha de consumo supérfluo, e é preciso jogar fora e viver comprando e jogando fora. E o que estamos gastando é tempo de vida. Porque quando eu compro algo, ou você, não compramos com dinheiro, compramos com o tempo de vida que tivemos de gastar para ter esse dinhei- ro. Mas com esta diferença: a única coisa que não se pode comprar é a vida. A vida se gasta. E é miserável gastar a vida para perder liberdade”. – José Mujica Portanto, não se apegue ao copy and paste, não trace os mesmos caminhos que as pessoas sem su- cesso já trilham, não deixe de estar sempre informa- do, municiado de conteúdo, capacitando-se em algum conhecimento, atento às novas oportunidades. Diga um bom-dia ao prestador de serviço e coletor de lixo, ao dono da padaria, a sua família, a você mesmo. Seja confiante em si mesmo, seja justo e humano. Com o tempo, perceberá que a grande mudança começa por um outro bem menor, mas que poderá tirá-lo do hall da trivialidade e da mesmice, assim, catapultá-lo a um patamar diferenciado, totalmente conectado com novidades e possíveis oportunidades do mundo. Para enxergar o óbvio, você terá que estar com olhos preparados, e um bom faro de conhecimento 39 para saber transformar suas oportunidades em ações exequíveis. Todos os momentos da vida servem como aprendizado. Quanto mais erros, mais aprendizados e mais rápido você conseguirá alcançar os seus sonhos. Seja proativo. Não existe sorte ou azar quando se fala em su- cesso. Existem aqueles que tentaram até conseguir e aqueles que não tentaram por medo de fracassar. A sorte é uma visão errônea de uma possibili- dade de acontecimento conjugada num futuro inde- terminado. Quanto mais você aposta na sorte, menos oportunidades factíveis você proverá. Etimologicamente, a palavra “sorte” tem origem latina. Acredita-se que ela venha de sors, referência dos antigos povos romanos para as surpresas, fossem elas boas ou ruins, que o destino reservava ao homem. Mediante as bases da mitologia, a palavra “sorte” também se refere a uma divindade, a chamada filha de Saturno. Muitos entendem o conceito de sorte como sinônimo de destino, fatalidade, programação ou de- sígnio imposto por forças superiores. Agora, sem mitologia ou embasamento históri- co, sustento a tese de que sorte nada mais é do que um reflexo coerente sobre suas atividades para atingir seu objetivo. É trabalho e muita transpiração. 41 A REGRA DAS DEZ MIL HORAS a regra das dez mil horas foi algo que eu ouvi durante minha vida por muitas vezes, dos mais diferentes modos e pelas mais diversas pessoas. Nunca a compreendi comple- tamente até ler o estudo original publicado pela Uni- versidade da Flórida, nos Estados Unidos. Esta pesquisa foi feita pelo psicólogo Dr. K. An- ders Ericsson em 1990. Seu experimento foi realiza- do na Academia de Música de Berlim e seu objetivo era verificar os aspectos que diferenciavam um gênio dos outros estudantes. Sua equipe separou os alunos de música em três grupos: os gênios, os bons e os medíocres. Todos os alunos estavam com uma idade próxima de cinco anos e treinavam em torno de duas a três horas por semana. Aos oito anos, o tempo de prática musical era por volta de seis horas semanais. 42 Aos doze anos, a média de estudo era de oito horas. Aos quatorze, de dezesseis horas. Com vinte anos, es- tes mesmos alunos dedicavam por volta de trinta ho- ras semanais aos estudos musicais. Nesta idade, eles já tinham acumulado dez mil horas de prática. O mesmo estudo foi feito para outras áreas de conhecimento e para pessoas de diferentes idades. O resultado foi o mesmo: existia um padrão de apren- dizado que foi nomeado como “A regra das dez mil horas”. Este estudo mostra que o talento pode ser con- quistado por qualquer pessoa que lute por isso. Em outras palavras, toda habilidade pode ser aprendida se houver o esforço necessário. Pensando sobre esta regra é possível tirar duas lições: Quanto mais dedicação em algo, melhor você será! Esforce-se e dedique-se, assim conquistará um diferencial. Mesmo a pessoa mais talentosa em seu ramo precisou dedicar anos de estudo para se tor- nar uma referência. Você não chegará lá com menos esforço. Saiba que quando você mudar sua posição, as respostas para os seus esforços começarão a se apresentar para você. Seja apaixonado pelo que você faz! 43 Tenho estudado e observado isto: todas as pes- soasbem-sucedidas são apaixonadas ou aprenderam a ser apaixonadas pelo que fazem. Uma das situações mais desmotivadoras da vida é fazer algo que você não gosta, fazer por obrigação. Você já passou pela situação de acordar pela manhã e não querer sair da cama porque sabia que o dia seria vazio? É impossível dedicar tanto tempo para algo com o qual você não se identifica ou não gosta. Por isso escolha se especializar em coisas do seu inte- resse. Olhe para dentro de si e descubra suas maiores paixões. Caso ainda não saiba quais são, tente coisas novas, experimente. Cedo ou tarde, você descobrirá aquilo que te fascina. A FILOSOFIA DO SUCESSO Para aqueles que estão começando a se des- bravar no mundo das pessoas bem-sucedidas, talvez ainda não conheçam o famoso Napoleon Hill. Ele foi o criador da teoria do sucesso pessoal. Napoleon entre- vistou várias personalidades, como o gênio Thomas Edison e o promissor Henry Ford. Trabalhou na Casa Branca e foi assessor de alguns presidentes dos Es- tados Unidos, como por exemplo Franklin Roosevelt. Ele nasceu em 1883 e morreu em 1970. Americano, nascido em uma família pobre, sofreu a morte de sua mãe aos dez anos. Em meio a tantas dificuldades, Na- poleon Hill se esforçou e escreveu seu primeiro jornal 44 aos treze anos. Devido à repercussão das reportagens do jornal, ele teve a oportunidade de entrevistar An- drew Carnegie, o homem mais rico do mundo naquela época. A história de Napoleon Hill começa com esse encontro histórico. O desafio proposto por Andrew Carnegie foi o de encontrar a fórmula do sucesso. Para isso, ele entrevistou as pessoas mais bem-suce- didas de sua época e descobriu o segredo por trás de seus triunfos. Napoleon aceitou o desafio, que durou mais de vinte anos para ser completado. Ele entrevis- tou mais de dezesseis mil pessoas, contando com os quinhentos milionários mais conhecidos de sua época. Dentre os vários livros e teorias que estudei para es- crever este livro, com certeza as de Napoleon Hill fo- ram as mais marcantes e determinantes. É uma leitura recomendada a todos os aspirantes ao sucesso. Abai- xo está um pequeno texto escrito por ele, definindo sua filosofia de sucesso: “Se você pensa que é um derrotado, você será derrotado. Se não pensar que quer algo a qualquer custo! Não conseguirá nada. Mesmo que você queira vencer, mas pensa que não vai conseguir, a vitória não sorrirá para você. 45 Se você fizer as coisas pela metade, você será fracassado. Nós descobrimos neste mundo que o sucesso começa pela intenção da gente e tudo se determina pelo nosso espírito. Se você pensa que é um malogrado, você se torna como tal. Se almeja atingir uma posição mais elevada, deve, antes de obter a vitória, dotar-se da convicção de que conseguirá infalivelmente. A luta pela vida nem sempre é vantajosa aos fortes nem aos espertos. Mais cedo ou mais tarde, quem cativa a vitória é aquele que crê plenamente Eu conseguirei!” – Napoleon Hill 47 COMECE AGORA! SUPERE A PROCRASTINAÇÃO você acaba de despertar de uma noite de sono com o alarme do celular tocando. Tudo começa com a sua primeira escolha ao abrir os olhos: levantar da cama ou apertar o botão “sone- ca” para que você possa dormir mais dez minutos. De- pois desses dez minutos você tem direito a mais uma chance de levantar da cama ou dormir por outros dez minutos. Depois de algumas tentativas você consegue fazer a escolha certa e se levanta. O próximo passo é checar as mensagens e atualizações das redes so- ciais. Quando você percebe, já está atrasado e, com pressa, realiza os seus afazeres da manhã antes de sair de casa para o trabalho ou escola. Tenho certeza que você conhece uma pessoa que faz isso. 48 Esses inocentes dez minutos a mais de sono são, na verdade, um hábito muito mais maléfico do que você imagina. Existem muitas pesquisas científicas que comprovam que o ideal é acordar no primeiro alarme. Voltar a dormir por mais alguns minutos traz mais cansaço do que descanso, visto que o seu cor- po é acordado abruptamente quando está voltando a descansar. Tal situação gera uma sensação ainda maior de sonolência, o que o faz querer mais um tem- po de sono, assim criando um círculo vicioso, que o incentiva a ficar cada vez mais tempo postergando a simples ação de levantar pela manhã. O cérebro humano é programado para escolher os caminhos mais fáceis e agradáveis. Desse modo, é muito mais confortável passar o tempo exercendo 49 uma atividade que você gosta a cumprir algo que é necessário e não tão atrativo. Como, por exemplo, uma tarefa escolar ou um relatório do trabalho. É por isso que as atitudes que geram prazer e alegria são mais fáceis de serem escolhidas do que aquelas que geram responsabilidade e crescimento. Você já pas- sou por alguma situação semelhante? Para alcançar o sucesso, você terá de vencer o seu maior vilão: você mesmo. A procrastinação é uma via de mão única. Deixar as coisas para depois é fácil e pode se tornar um hábi- to. O nosso corpo busca as ações que consomem me- nos energia, e o nosso cérebro procura o conforto. Ambos, corpo e mente, precisam ser vencidos. Todas as vezes que você deixa algo para depois, você atrasa a sua própria caminhada para o sucesso. Uma pesquisa, publicada pela revista “Psychology Today”, feita por Joseph Ferrari, PhD e professor de Psicologia em DePaul University em Chicago, nos Estados Unidos; e Timothy Pychyl, PhD e professor de Psicologia na Universidade de Carleton, em Ottawa, no Canadá, identificou três tipos básicos de procrastinadores: 1 Eufóricos ou caçadores de emoção: aqueles que esperam até o último minuto para sentir a sensação da correria do último instante. 2 Os que se esquivam: usam a procrastina-ção para evitar o medo do fracasso ou até mesmo o medo do sucesso. Em ambos os 50 casos, sempre estão preocupados com o que os outros pensam a seu respeito. Eles preferem que pensem que eles não executam as coisas, que não se esforçam ao invés de pensarem que eles não têm habilidade. 3 Os procrastinadores de decisão: que não conseguem tomar decisões. Não tomar uma decisão absolve-os da res- ponsabilidade dos acontecimentos. Seja honesto consigo mesmo e use este mo- mento para se levantar e começar a sua caminhada em direção aos seus sonhos. Desbrave o desconheci- do sem medo. Supere o comodismo e, principalmen- te, a si mesmo. Lembre-se que numa academia, você só ficará forte se primeiramente colocar os seus mús- culos sob tensão e esforço. Da mesma forma, você só será alguém forte se conseguir ultrapassar os seus próprios limites e prosseguir. DIVIDA SUAS TAREFAS Simplifique o modo como você vê as obrigações. Quando a tarefa é complexa, é comum que efeitos ex- ternos tirem sua atenção. A distração acontece porque são diversos segmentos para pensar e tomar conta. A impressão é de que o problema é grande e difícil de- mais para ser resolvido. Por isso, é importante dividir as tarefas em partes menores. Isso tornará o processo 51 mais prático e ágil. Se você quer derrotar um gigante, mantenha a calma e foque os seus esforços para aba- ter uma parte por vez. Se os golpes forem aleatórios, eles não surtirão quase nenhum efeito. O poder do foco é de tamanha relevância que, ao utilizarmos a lente de uma lupa juntamente com o poder dos raios do sol, concentrados única e exclusi- vamente em um determinado ponto, podemos facil- mente obter a combustão de folhas, bem como outros materiais leves e secos. Logo, mesmo que por um lap- so de momento, se dispersada a concentração solar, fatalmente não chegaríamos a tal feito. Assim é a vida, o poder do foco surte transformações inexplicáveis. Steve Jobs, enquanto estava doente, antes de partir, escreveu textos de altíssima importância. Den- tre suas citações, ele resume a definição de foco da seguinte maneira: Foco é dizer não. O autocontrole e o poder da escolha em dizer não às ações indesejadas certamente o colocará mais próximo do caminho da excelênciado sucesso. Este caminho é a disciplina. TERMINE TUDO O QUE COMEÇAR À medida que suas tarefas forem subdivididas, não haverá a necessidade de gastar o mesmo tem- 52 po que gastaria para a tarefa inteira. Portanto, deverá trabalhar nelas enquanto elas não estiverem prontas. Lembre-se que o início da realização de uma tare- fa requer concentração, preparação mental, etc. Se suspender uma atividade na metade para reiniciá-la em outro momento, será necessário refazer toda a preparação que foi feita anteriormente. Isso tornará o seu trabalho não produtivo, e, além de tomar mais tempo, aumentará a probabilidade de erros devido à quebra do raciocínio. ESTABELEÇA PRAZOS CLAROS E PLAUSÍVEIS Ao estabelecer um prazo para a finalização de tarefas, será possível aumentar a eficiência com que estas serão finalizadas. Tome cuidado para não criar prazos tão curtos que sejam impossíveis de serem concluídos ou prazos tão longos que deem espaço para o ócio. Comece neste exato momento. Leve o ditado “não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje” ao pé da letra. 53 REFEIÇÃO: PÃO COM MANTEIGA no meu período de ensino fundamental, eu me recordo de um garoto que se desta-cava dentre os estudantes de minha classe. Ele era quieto e sempre se sentava numa cadeira na segunda fileira de carteiras do lado esquerdo da sala de aula. Quando os garotos tentavam tirar a atenção dele com brincadeiras ou provocações, ele transpa- recia uma calma fora do comum, que fazia com que os garotos o deixassem em paz. Ele sempre chegava antes da aula começar e se retirava após a aula ter- minar. Sempre copiava a lição, ainda que não tivesse uma letra bonita. Comecei a me sentar próximo a ele, e não de- morou muito para eu perceber que quanto mais co- nhecia aquele jovem, mais eu me inspirava nele. Con- forme nossa amizade crescia, conversávamos mais e 54 nos divertíamos quando tínhamos algum tempo livre entre as lições. Dentre tantas qualidades, a que mais me chamava a atenção era o fato dele nunca faltar nas aulas. Ele não se importava com o clima, mesmo nos dias mais chuvosos, ele sempre estava lá quando eu chegava na sala de aula. Nos dias em que as reuniões de pais eram agendadas, os alunos eram dispensados das aulas, mas lá estava ele, sentado em sua carteira. Passávamos todos os intervalos de aula juntos. Nesta época, minha avó tinha o costume de fazer lan- ches diariamente para eu levar à escola. Ela sempre preparava dois, o que era perfeito, porque eu podia comer um enquanto meu amigo comia o outro. Era um simples pão com manteiga, mas que me fazia muito feliz, pois o meu avô acordava cedo para comprá-lo e a minha avó sempre os deixava prontos para mim. Além disso, eu me ale- grava por ter al- guém com quem dividir o lanche todos os dias. Com o pas- sar do tempo, notei que o sa- bor do pão es- tava mudando. Devido à crise fi- nanceira da famí- lia, não tínhamos pão fresco todos 55 os dias. Os pães, que antes eram comprados diaria- mente, passaram a ser comprados a cada um ou dois dias. Meu amigo e eu não nos importávamos. Apesar de estarem mais borrachudos, ainda ficávamos felizes pela cortesia dos meus avós. Com o tempo, nos acostumamos e até brincáva- mos tentando adivinhar se os pães foram comprados no dia, ou se eram pães de alguns dias atrás. Sempre que abríamos o pacote de alumínio, nós ríamos com nossas adivinhações. Porém, um certo dia, ao abrir a embalagem de alumínio, observei que o pão estava diferente. Quando tirei a embalagem, notei que o pão estava esfarelando. Ele estava realmente endurecido. Tomei cuidado para não o esfarelar e levei-o à boca. O gosto estava amargo, mas lembrei-me do amor dos meus avós ao prepararem o lanche pela manhã. Tentei outra mordida e mastiguei por vários minutos antes de engolir. Olhei para o pão, eu não tinha comido qua- se nada, e não ia conseguir dar mais mordidas. Eu não queria desperdiçar um pedaço de pão, porém não vi outra solução. Embrulhei o pão novamente para jo- gá-lo no lixo. Ao olhar para o lado para me desculpar com meu amigo por aquele lanche não estar tão bom, tive uma grande surpresa: ele já tinha comido quase o pão inteiro. – O seu pão está bom? – Sim, igual todos os dias – ele respondeu sorrindo. – Que azar! O meu hoje não está tão bom. Acho que não irei mais comê-lo. 56 – Você não irá comê-lo? Posso experimentar? – Sim… Mas… Ele está bastante duro. Eu realmente me surpreendi, porque ele comeu com a mesma rapidez com que tinha comido o outro. – O que você achou? – Seus avós são muito legais, eles fazem es- ses pães deliciosos para você todos os dias – ele respondeu. Apenas depois de alguns anos ele teve a liber- dade de compartilhar que a família dele passava por uma situação financeira difícil. Eram em torno de seis irmãos e nem sempre todos conseguiam se alimen- tar durante o almoço e o jantar. Como ele era o mais velho, ele fazia todas as suas refeições na escola para que sobrasse mais alimento para a sua família. Os pães com manteiga e as sopas oferecidas pela escola foram por anos suas únicas refeições. GRATIDÃO As atitudes deste rapaz marcaram minha vida. Ele passara por situações mais difíceis do que as mi- nhas e, mesmo assim, eu nunca o via reclamar de ab- solutamente nada. Ele era grato por tudo aquilo que tinha, mesmo não sendo muito. Passei a enxergar a vida de uma maneira diferente. Descobri que tudo tem o seu valor, que mesmo as coisas mais simples, como um pão com manteiga, precisaram de esforço 57 para serem conquistadas. Nada é de graça. Alguém precisou trabalhar para que eu pudesse me alimentar. Aprendi com ele o quão importante é a gratidão. Por mais simples que fosse a minha vida, comecei a reconhecer de forma sincera o quanto eram valiosas as poucas coisas que eu e minha família tínhamos. Isso me permitiu mudar o modo de enxergar a minha vida. Anteriormente, eu era uma pessoa desapontada por- que desejava coisas que eu não tinha, e as que eu tinha, achava que não eram suficientes. Hoje vivo feliz com o que eu tenho, porque sei que tudo o que con- quistei foi com muito esforço, meu e de minha família. Enxergar as situações da vida da maneira cor- reta me livra de sentimentos de tristeza, depressão, angústia e desapontamentos. Afinal, do que adianta conquistar mais coisas sem gratidão pelas que já pos- sui? Se não somos felizes com pouco, com certeza não seremos com muito. Vivemos em uma sociedade que nos influencia a sermos insatisfeitos com tudo ao nosso redor. O marketing exacer- bado nos faz crer na necessidade de ter sempre algo a mais, de forma a deixar- mos de valorizar o que possuímos. Por exemplo, uma pes- soa possui um ve- ículo com mais de Se não somos felizes com pouco, com certeza não seremos com muito. 58 cinco anos de fabricação que funciona perfeitamen- te e está totalmente pago, mas quer trocá-lo por um carro moderno e atual, esquecendo-se da aquisição impreterível de uma dívida. Caso sua condição financeira seja excepcional- mente confortável a ponto de usar dinheiro em lu- xos, isso não é um problema. Mas para a maioria da população, isso não acontece. O objetivo principal de um carro é a locomoção e, de forma secundária, o conforto. Há uma força gerada pelo sistema idealizan- do a ilusão de que “o que o outro tem é melhor do que o que eu tenho”, e de que os produtos de linhas atuais são melhores que os anteriores. Pode até ser verdade, porém, será que essa atualização ou novo status proporcionado pelo produto realmente vale o investimento? O segredo do meu amigo era não se importar com o que as pessoas ao seu redor tinham ou pensavam. Ele não se importava com o que a socieda- de dizia, nem com as manipulações das mídias. Sua meta de vida era ajudar sua família e ele a seguiu, in- dependentemente do julgamento feito pelas pessoas ao seu redor. Este jovem poderia ter se escondido da sociedade, parado de se alimentar na escola para que nenhum deseus colegas desconfiasse da situação fi- nanceira de sua família, poderia ter vergonha porque ia para escola a pé ao invés de ir de carro, ou se 59 sentir ofendido com as inúmeras brincadeiras feitas. No entanto, nada disso era importante para ele. Ele se conhecia tão bem que os seus valores não se en- torpeciam pelo que os outros pensavam ou diziam. No fundo, o motivo principal dele ser bem-sucedido foi a sua coragem. Sua família era o seu bem mais precioso, e ele faria de tudo para ajudá-los, mesmo que isso significasse enfrentar o preconceito e o jul- gamento dos outros. A pessoa de sucesso consegue desenvolver a habilidade de se alegrar com aquilo que já possui, suportando as críticas, preconceitos e julgamentos sobre suas decisões. Somos os narradores de nos- sas próprias histórias. Você tem o poder de decidir como seguirá o ritmo de sua vida. O sucesso só irá depender de como enxerga a si mesmo. Por isso, não reclame. Deixe as reclamações para aqueles que não têm coragem suficiente para serem gratos. Ser bem-sucedido não tem a ver com o tanto de dinheiro que você ganha. Ser bem-sucedido tem a ver com os sonhos que você consegue realizar, seja a compra de uma mansão, viajar pelo mundo, aposen- tar-se antes dos quarenta anos, a aquisição de uma fortuna, construir uma empresa de sucesso, viver fa- zendo serviços sociais e voluntários, comprar carros esportivos, ganhar dinheiro suficiente para pagar o tratamento médico de alguém em estado terminal, ajudar a família com seu trabalho, ser inteligente, etc. Algumas pessoas sonham com coisas grandiosas, en- quanto outras sonham com coisas pequenas. Porém 60 ambos possuem sua importância e provavelmente exigirão muito esforço para serem conquistados. Somos sonhadores e queremos alcançar algo em nossas vidas. Não existe caminho certo quando se trata da realização de um sonho. Existem apenas caminhos errados, comandados pelo medo de não tentar. O sonho daquele rapaz era apenas trazer uma condição financeira melhor a seus pais e irmãos, a fim de que todos tivessem uma refeição farta nos almoços e jantares. Descobri que é possível servir-se de cada eta- pa e de todos os momentos de nossas vidas como uma oportunidade única de crescimento pessoal, que devem ser aproveitados sem reclamações. Por mais delicadas que sejam as situações a serem enfrentadas, elas são como pilares para a construção de um cará- ter e uma personalidade de vencedor. Fácil é desejar a conquista dos outros sem tomar ciência do que eles enfrentaram para chegar até lá. Ser sensato e humano é uma sabedoria de mínimo esforço, mas que o DESTACARÁ da multidão. 61 NÃO ESPERE OPORTUNIDADES, CRIE-AS! tive o privilégio de conhecer pessoas maravilhosas no MIT. Logo no meu primeiro dia de trabalho, uma das pessoas que mais me chamou atenção foi o Senhor Carny, um dos supervi- sores do laboratório, um amante da engenharia. Foi uma das pessoas mais espetaculares que eu conheci em toda minha vida. Sempre pontual e dedicado ao serviço, seu lema era: “Se for fazer algo, faça melhor do que já foi feito. Se não conseguir, faça no mínimo como estava feito anteriormente. Nunca pior!”. Eu me aproximei de Carny para aprender tudo o que ele poderia me oferecer. Eu gostaria de ter um emprego como o dele no futuro. Queria saber como ele havia começado sua trajetória no MIT. Foi então que em uma conversa ele contou como foi a sua con- tratação no laboratório: 62 – Como você começou a trabalhar aqui, Carny? – perguntei. Ele calmamente respondeu: – Comecei a trabalhar neste laboratório como voluntário. Não ganhava nenhum salário para trabalhar aqui. Fazia isto porque eu amo o tipo de tecnologia que construímos. Portanto, não me im- portava com o financeiro. Fiquei atônito com a sua resposta. Esperava qualquer outra, menos esta. Ele continuou: – Eu trabalhava como guarda florestal, um tra- balho que eu também gostava, mas não era o que eu mais amava fazer. Resolvi trabalhar em algo que eu amasse, mesmo sem nenhuma remuneração. Aconte- ceu que, depois de alguns anos, ofereceram-me uma vaga de emprego. Hoje sou o responsável por este laboratório de pesquisa. Depois de ouvi-lo atentamente, fiquei extrema- mente surpreso. Ele trabalhava em um emprego inte- gral e todo o seu tempo extra era investido trabalhan- do neste laboratório do MIT. Ele caminhou em uma direção totalmente oposta ao senso comum e prova- velmente enfrentou várias situações desmotivadoras. Porém, todo seu esforço foi recompensado. Ele lutou por algo que ele amava. Atualmente, ele é o responsável por todos os equipamentos e projetos do nosso laboratório de pes- quisa. Todas as decisões e planejamentos passam por sua aprovação antes da aprovação final pelos direto- res do departamento. 63 O exemplo de Carny é mais um dentre tantos outros que provam que as oportunidades estão por todos os lados, aguardando alguém ousado o sufi- ciente para agarrá-las. VEJA A OPORTUNIDADE O modo como interpretamos a nossa vida fala mais a respeito de nós do que podemos imaginar. Em seu cotidiano, você costuma olhar para os problemas ou para as soluções? Como você lida com suas contas mensais, estudos e planos futuros para casa, carro, família, lazer e as diversas dificuldades repentinas que surgem ao acaso? Todas as circunstâncias na vida de um ser hu- mano, das mais simples até as mais difíceis, podem e trazem ensinamentos. É isso que nos molda e nos faz diferente das pessoas ao nosso redor. Como você se enxerga e como se comporta perante as dificuldades é o que o faz ser quem você é. Analisando a conduta de indivíduos de suces- so, observamos um padrão de compor- tamento: eles não veem as ocasiões de forma natural. Eles veem tudo como uma grande oportunidade. “As oportunidades estão por todos os lados, aguardando alguém ousado o suficiente para agarrá-las”. 64 Carny viu em um trabalho voluntário a oportuni- dade de aprendizado. Ele já era formado em uma facul- dade de engenharia, mas não exercia a profissão. Este trabalho foi a sua oportunidade para voltar à área de seu interesse. Talvez não fosse o melhor funcionário, mas claramente foi um dos mais dedicados. Tal esforço o le- vou a ser destaque dentre seus companheiros de traba- lho, de forma que o Instituto começou a lhe pagar cursos de aperfeiçoamento. Alguns anos depois, ele se tornou um dos homens mais importantes daquele laboratório. APRENDA COM A VIDA Conforme dito anteriormente, por volta dos meus oito anos, a minha família passou por um momento fi- nanceiro complicado. Nunca sofremos pela experiên- cia de passar fome, mas lembro-me que as refeições em nossa casa se tornaram cada vez mais escassas. Tenho a memória de um dia em que eu e meus pais estávamos sentados à mesa para o jantar. Eu peguei minha parte da comida, minha mãe pegou a dela e a refeição acabou. Tanto eu quanto minha mãe pegamos bem pouco, porque não comíamos muito. Meu pai pe- gou um pão. Eu perguntei em minha inocência: – Pai, por que você não está jantando o mesmo que nós? Ele respondeu: – Eu não estou com muita fome. Quero comer algo mais leve antes de dormir. 65 Meu pai trabalhava mais de doze horas por dia. Obviamente ele estava com muita fome. Vários anos depois, quando adulto, eu pude entender o que re- almente aconteceu. Não havia comida para todos, então ele preferiu deixar de comer para que a nossa família pudesse se alimentar. Foram estes e muitos outros momentos que precisaram ser superados. No entanto, foram estas mesmas situações que moldaram quem eu sou hoje. Esta situação me fez aprender que as pessoas fazem tudo por quem elas amam. Da mesma forma, todas as situações boas e ruins que aconteceram em sua vida te deram lições. Não veja pelo lado negativo, não tenha piedade de si mes- mo. Olhe para o seu passado com a cabeça erguida, sabendo que você é hoje uma pessoa mais madura do que ontem. Nenhuma atitude é em vão, todas elas têm repercussãoem quem você se tornou. Apesar de aquele ter sido um momento tris- te e marcante, foi ao mesmo tempo um momento de aprendizado. Eu não seria o que eu sou se as experi- ências de minha vida não tivessem acontecido. Não me arrependo das coisas que aconteceram no meu passa- do e eu não mudaria nada do que vivenciei, pois todas serviram para me preparar, ensinar e me fazer crescer. Seja grato pelas situações que lhe serviram como lição. Reflita sobre elas e tente aprender. Se você er- rou, o que você poderia ter feito diferente? Se foi algo inesperado, que abalou a sua vida, supere. Se foi algo bom, repita-o para que aconteça novamente. 66 Evite se agarrar a pensamentos que te fazem querer desistir. Olhe para dentro de si e se apegue naquilo que te faz prosseguir a cada dia. Observe suas experiências de vida e veja o quanto você cresceu. Isso prova que você já é um vencedor pelo fato de ter chegado até aqui. Agora olhe para frente, use os seus sonhos como norte e continue sua caminhada. A maior derrota na vida não acontece quando os objetivos não são alcançados. Ela acontece quando você desiste antes mesmo de tentar. Mude sua mente e comece a ver as oportunidades em todas as situ- ações da sua vida, sejam boas ou ruins. Cresça em cada oportunidade. Deixe as reclamações para aque- les que já desistiram de alcançar o sucesso. AJUDE E VOCÊ SERÁ AJUDADO Outra qualidade polêmica e essencial de uma pessoa de sucesso é sua capacidade em ajudar as pessoas de forma sincera. Este assunto tem sua dificuldade de entendimen- to devido a programação prévia da mente humana em ser egocêntrica. Exemplifico comparando-a com algo que geralmente as crianças fazem: não dividir. É ne- cessária uma lição externa dada pelos pais ou pela própria vida demonstrando que é importante dividir os brinquedos com outras crianças. O importante é não criar a aparência de um fal- so ajudador, e sim fazer isso com sinceridade, sendo proativo e verdadeiro. 67 Seja no ambiente profissional, escolar ou familiar, compartilhe seus conhecimentos e talentos. Não dei- xe confinadas dentro de você informações e atitudes que podem mudar a vida de outras pessoas. Seja um distribuidor de conhecimento! O pensamento de alguém que guarda suas qualidades para si mesmo visa, em geral, a seguran- ça própria, de forma a manter um conhecimento ou habilidade singular que manterá seu emprego, status ou exclusividade. Porém, isso é um grande engano. Sempre existirão pessoas melhores do que nós. E nes- se contexto, um distribuidor de conhecimento sempre será muito mais valioso do que alguém que se acha especial por um conhecimento singular. Geralmente, são esses os escolhidos para cargos de liderança, os verdadeiros líderes, compartilhadores de informação, capazes de treinar e ajudar os outros a se desenvol- verem e a também serem bons líderes. A gratidão verdadeira, recebida por aqueles que você conseguiu transformar, é de valor inestimável. Com o tempo, será possível notar que tudo o que foi plantado será colhido na mesma medida. Portanto, seja um distribuidor de CONHECIMENTO e ajude a mudar a vida do PRÓXIMO. 69 MEUS PRIMEIROS LIVROS eu tinha em torno de dez anos. era por volta das 17h e eu estava terminando mi-nha última aula, ainda no Ensino Fundamental. O sinal tocou e eu saí da sala de aula ansioso para vol- tar para casa. Meu pai me aguardava no portão para me acompanhar no trajeto até nossa casa. Minha vi- zinhança era um pouco perigosa, e por esse motivo ele cuidava para que eu não andasse sozinho pelas ruas. Conversávamos e caminhávamos normalmente, seguindo o mesmo caminho de todos os dias. Quando viramos a esquina para chegar em casa, vimos dois sacos de lixos enormes no centro da cal- çada. Tivemos que desviar pela rua, pois não havia espaço suficiente para passar por ali. Eu olhei curio- samente, querendo saber o que tinha dentro daque- les sacos de lixo tão grandes. Meu pai reparou em 70 minha feição de interesse. Vi que havia uma parte do saco que não estava completamente fechada. Olhei fixamente, tentando desvendar o que havia ali. Eram papéis. Mais do que isso, eram livros. Eu me perguntei quantos livros poderiam ter ali. Por que alguém os jo- garia fora daquela forma? Quando percebi, meu pai já estava abrindo o portão. Tínhamos chegado em casa. Foi então que meu pai falou: – Você gostou dos livros? Eu olhei para ele e não tinha resposta. Minha mente de criança estava cheia de outras perguntas como: “O que iria acontecer se eles molhassem? O catador de reciclados ia ser forte o suficiente para co- locar todos aqueles livros em cima do caminhão?”. Foi então que meu pai interrompeu as questões da minha mente e falou: – O que você acha de pegarmos todos aqueles livros e trazermos para casa? Eu não sabia como responder sua primeira per- gunta, mas com certeza a proposta de trazer todos aqueles livros para casa me animou. Voltei correndo para aquela calçada. Eu queria garantir que ninguém chegasse antes de nós e levasse os livros embora. Cheguei antes de meu pai e tentei carregar a primeira sacola de livros. Não consegui movimentá-la, estava muito pesada. Meu pai chegou, e só então no- tei que ele tinha demorado mais porque trazia outras duas sacolas. Enchemos as duas sacolas menores com o máximo de livros que cabiam, e voltamos para casa. Precisamos fazer mais de seis viagens. 71 Após algum tempo movimentando os livros, o dono da casa saiu ao portão para verificar o que esta- va acontecendo. Meu primeiro pensamento foi: “Será que ele vai querer tudo de volta?”. Para a minha sur- presa, ele sorriu, dizendo: – Espero que estes livros tenham bom uso. Eu estou reformando minha casa e não tenho mais espa- ço para eles. Meu pai continuou conversando e agradecen- do-o enquanto eu enchia mais sacolas e continuava fazendo o transporte dos livros. Após alguns minutos, o trabalho havia terminado. A sala da minha casa estava repleta de livros. Meu corpo doía, mas eu não me importava. Eu estava feliz porque eu tinha algo para estudar. Passei a noite fa- zendo a contagem dos livros e dividindo-os por temas. Eram, no total, mais de quatrocentos e cinquenta livros. 72 SEJA O MELHOR QUE VOCÊ PODE SER Carny foi uma das pessoas mais inteligentes que eu já conheci. Além disso, seu ritmo de traba- lho era totalmente diferente dos quais eu já havia vis- to. Em nosso laboratório, os projetos eram divididos de forma individual, portanto cada pessoa desenvol- via sozinha uma tecnologia única. Porém, na prática, era muito comum trabalharmos em vários projetos simultaneamente. Em um determinado momento, construíamos um barco autônomo. Por ser um projeto grande, mui- tos engenheiros da equipe nos auxiliavam. A monta- gem estava quase concluída, parafusávamos as caixas à prova d’água que protegiam os componentes elétri- cos. Para mim, isso seria um trabalho fácil e simples: pegar uma chave de fenda, parafusos e começar a parafusar. Porém, isso se tornou muito mais complexo do que eu imaginava. Carny ficou parado por vários minutos olhando fixamente para a caixa. Ele estava pensando e analisando cada um dos componentes. Foi então que ele pegou uma lista que havia feito pre- viamente. Nesta lista estavam inclusos detalhadamen- te todos os itens e conexões que deveriam ter sido feitos. Delicada e minuciosamente, ele conferiu cada parte daquele veículo. Depois de finalizar a análise, ele me explicou: – Não adianta fazer algo com pressa. Este é um barco que irá trabalhar na vida real, em ambientes re- 73 ais. Um dia ele estará trabalhando no meio do oceano. Como eu poderei consertar algum defeito se algum erro acontecer em campo? Um parafuso mal apertado pode fazer com que este barco afunde e todo traba- lho que desenvolvemos por anos estará perdido. Te- ríamos que começar a construir outro do início. Por isso, após cada fase de trabalho concluído, eu tiro o tempo que for necessário para fazer análises erevi- sar cada componente. Se for identificado algo fora dos conformes, haverá tempo de ser corrigido antes de um eventual acidente. Ele continuou: – O projeto é dividido em etapas, por isso é im- portante fazer uma análise para tentar achar possíveis erros a cada etapa. É muito melhor achar um defeito enquanto o projeto ainda está em construção, no la- boratório. Caso algum defeito seja identificado fora do laboratório em testes práticos, que estes preferencial- mente sejam encontrados antes dele ser colocado no oceano. Por fim, caso seja identificado algum proble- ma, que seja antes do barco afundar. Essa é uma lição valiosíssima que devemos utilizar em todas as áreas de nossas vidas. Sempre que algo for feito, faça- -o com a confiança de que não haverá retra- balhos. É comum, por exemplo, não darmos atenção aos pequenos “Sempre que algo for feito, faça-o com a confiança de que não haverá retrabalhos.” 74 componentes, como o aperto de um parafuso. Porém, os efeitos dessa atitude podem ser catastróficos. Atra- vés de um parafuso mal apertado, a pressão exercida pela água no barco aumentaria de forma a exigir um esforço maior do que o calculado. A fadiga do compo- nente poderia resultar em um vazamento, e o barco afundaria, causando um acidente e ferindo pessoas. Simples ou complexas, as tarefas não podem ser feitas de qualquer jeito. Toda análise precisa ser concluída sem pressa e com muito foco, sendo de- terminada a encontrar e solucionar todos os erros e defeitos existentes. A partir de hoje, tudo o que você fizer, faça com atenção e zelo, mesmo sendo algo simples e que apa- rentemente não ofereça riscos ou problemas. Com o tempo, as pessoas notarão este diferencial. Sempre que fizer o seu trabalho com zelo e qualidade, terá destaque dentre os outros. Lembre-se que começar um projeto, um traba- lho ou uma simples tarefa da forma correta fará com que todas as outras etapas fiquem mais fáceis. Utilize o tempo que precisar, e em seguida dê o seu melhor para cada ação. Tome suas atitudes com calma, atenção e zelo. FAÇA TUDO BEM-FEITO Uma das lições que meu pai me ensinou quando eu era criança era que quando eu fizesse algo, o mais 75 simples que fosse, eu deveria fazer com o maior em- penho possível. Esta foi uma habilidade que demorei anos para aprender. Fazer para os outros, como você gostaria que fosse feito para você, não é algo fácil, mas é extremamente necessário. Quando falamos do meio profissional, é preciso lembrar que muitos serviços não são feitos para você mesmo, por isso, os seus próprios padrões não po- dem ser seguidos. Um sapateiro conserta sapatos para ganhar o seu sustento, porém o principal foco de seu traba- lho é a satisfação de seu cliente com o novo sapato. Da mesma forma, um médico trabalha para a recupe- ração dos pacientes e um engenheiro dedica-se aos seus projetos pensando em como beneficiará o seu cliente. Não se pode inverter os valores e acreditar que você será bem-sucedido antes de fazer um tra- balho bem-feito. Todas as outras recompensas, como o dinhei- ro, reconhecimento e o próprio sucesso são conse- quências de um trabalho feito com muito esforço e dedicação. Dedique-se o quanto puder, pois numa corrida raramente se lembrarão do segundo colocado, mes- mo que a distância entre o primeiro e o segundo te- nha sido milimétrica. A autoconfiança é o melhor combustível que nossa mente precisa. A confiança se adquire com dedicação e esmero. 76 TENHA UMA REDE DE CONTATOS Vamos falar agora sobre uma das ferramen- tas mais importantes para uma pessoa de sucesso: o networking. Você ainda não sabe o que é networking? Bom, eu lhe explicarei. O networking é a habilidade de desenvol- ver, manter e ampliar suas redes de contato. Sabe aquele seu conhecido que nunca se esforçou tanto nos estudos e nem teve grande destaque em suas experiências profissionais, mas conseguiu aquele em- prego que todos invejavam? Sabe qual foi o segredo dele? Ele tinha um bom networking! Imagine esta situação: O presidente de uma em- presa multimilionária está procurando um novo dire- tor para uma nova filial que ele está abrindo. Quem você acha que ele irá procurar primeiro, os seus ami- gos e contatos ou abrir o processo para empresas de recrutamentos? As melhores vagas vão para os amigos, co- nhecidos e indicados. Afinal, se este presidente já co- nhece alguém capaz, por que ele iria abrir o proces- so para desconhecidos que ele ainda nem conhece? Desta forma, o processo seletivo é sempre o último método de contratação. Este é o poder de uma rede de relacionamentos bem construída e orquestrada através da confiança e credibilidade. Para desenvolvê-la, irei demonstrar al- gumas importantes dicas que eu utilizei durante mi- nha carreira. 77 NÃO ALMOCE SOZINHO Exatamente! Siga esta dica ao pé da letra. Não desperdice seu horário de almoço sozinho. Utilize este tempo para interagir com seus colegas de ser- viço. Quando for convidado para almoçar fora, não rejeite. Principalmente em suas primeiras semanas em um novo trabalho ou escola. Essa é uma opor- tunidade de criar vínculos, logo, não tenha medo de investir em suas amizades. Sabe aquele coquetel com a empresa inteira ou aquela festa de final do ano? Vá! APROVEITE BEM AS REDES SOCIAIS A Internet é a maior ferramenta existente para a troca de informações no mundo. Utilizar as re- des sociais através dela é uma excelente estratégia para manter e ampliar sua rede de contatos. Nos últimos anos muitas redes sociais têm sido criadas, deste modo, é necessário primeiramente escolher a mais adequada para os tipos de contatos que você quer construir. Aproveitá-las com sabedoria e maturidade trará um convívio saudável em seu networking. 78 DEIXE SEUS PROBLEMAS EM CASA Não importa os problemas que você está vi- venciando, deixe-os para trás quando sair e fechar o portão da sua casa. O ambiente profissional e es- colar não é lugar para assuntos pessoais. Decepções amorosas, fofocas, iras, desavenças, etc. não são te- mas para serem abordados num ambiente de trabalho. Isso mostrará imaturidade em diferenciar seus assun- tos pessoais dos profissionais. Mantenha sua compos- tura. Lembre-se que as pessoas sempre estarão lhe observando e julgando. 79 MANTENHA UM RELACIONA- MENTO PESSOAL MADURO Descobrir a medida ideal entre o relacionamen- to pessoal e profissional é um desafio, porém é algo essencial a ser feito. Ser amigável, receptivo e sociá- vel são qualidades imprescindíveis para toda pessoa de sucesso. Abrir-se de forma madura para amizades favorece vínculos mais poderosos do que os criados em seu trabalho. É importante manter a boa impressão em to- dos os lugares que passar. Sorria e ofereça ajuda às pessoas que estão à sua volta. Um dia, essas ações retornarão. Isso aumentará o nível de confiança entre as pessoas de seu networking. Dê lugar aos pontos fortes ao invés dos fracos. Saiba elogiar quando alguém fizer um bom trabalho. Não se intimide com o sucesso de outras pessoas, elogie-as e estimule-as. Nunca reclame! Esse tipo de atitude demonstra a sua ima- turidade em administrar problemas pessoais e profissionais. Geralmen- te esse tipo de atitude faz com que as pessoas sejam descartadas por uma equipe de recursos humanos ou por um po- tencial contato profissional. O “Dê lugar aos pontos fortes ao invés dos fracos” 80 motivo é que pessoas que reclamaram das instituições pelas quais passaram, também reclamarão da próxima empresa ou escola. Não tenha medo de assumir seus erros. Por me- lhor que alguém seja em algo, o ser humano não é perfeito o suficiente para ser isento de erros. Portan- to, errar é algo que acontecerá constantemente em sua carreira. O modo como você encara essa reali- dade refletirá no seu caráter e personalidade como bom líder. Deixar o orgulho de lado para reconhecer os próprios erros é uma qualidade imprescindível para o homem de sucesso. Mais importante