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1 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
 www.daniesilveira.com.br 
 
 
 
 
1. AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE , (1)
 
 
Pular 10 Linha .......................................................................................... 
 
José, já qualificado nos autos do recurso extraordinário no 
(2), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão que negou 
seguimento ao recurso, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, 
interpor 
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
com fundamento nos arts. 544 e ss. do Código de Processo Civil e artigo 28 da Lei 8.038/90. 
 
De acordo com o §1o do artigo 544 do Código de Processo Civil, instrui 
o presente com as seguintes peças: 
 
a) Decisão condenatória de primeira instância, acórdão mantendo a condenação e acórdão 
negando provimentos aos embargos de declaração. 
 
b) Certidão de intimação do acórdão negando provimento dos embargos. 
c) Interposição e razões do recurso extraordinário. 
d) Decisão que denegou o recurso extraordinário. 
 
e) Certidão de intimação da decisão que denegou o recurso extraordinário. 
f) Procuração do réu. 
 
Requer seja recebido e processado o presente recurso e 
encaminhado, com as inclusas razões, ao Colendo Supremo Tribunal Federal (3). 
Nesses termos, 
pede Deferimento. 
(local de data) 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
RAZÕES DE 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
AGRAVANTE: José. 
AGRAVADO: Justiça Pública
2 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
 www.daniesilveira.com.br 
 
 
 
RECURSO EXTR. No (4) 
 
 
Supremo Tribunal Federal, (5) 
Colenda Turma, 
Douto Procurador da República, 
 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico da Colenda Presidência do 
Egrégio Tribunal de Justiça, impõe-se a reforma da respeitável decisão que negou seguimento ao 
recurso extraordinário (6), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
O Agravante foi processado e condenado pelo crime de furto 
qualificado. Ocorre que a pena foi fixada acima do mínimo legal em razão do Agravante estar sendo 
processado, em outra vara criminal, por crime de estelionato. 
 
Tendo apelado dessa decisão, o Egrégio Tribunal negou provimento 
ao recurso, ocasião em que o Agravante interpôs embargos de declaração, sendo que o Tribunal 
novamente negou provimento. 
 
Inconformado, o Agravante interpôs recurso extraordinário, requerendo 
o recebimento do referido recurso com o encaminhamento das suas razões para o Colendo Supremo 
Tribunal Federal, porém, foi negado seguimento ao recurso extraordinário, sob o fundamento de ser 
ele intempestivo. 
 
II – DO DIREITO 
 
 
proferida sem amparo legal. 
Não merece prosperar a respeitável decisão denegatória, por ter sido
 
Com efeito, conforme reza o artigo 26 da Lei 8.038/90, o prazo para a 
interposição dos recursos especial e extraordinário é de 15 dias. “In verbis”: 
 
“Os recursos extraordinário e especial, nos casos previstos na 
Constituição Federal, serão interpostos no prazo comum de 15 (quinze) 
dias, perante o Presidente do Tribunal recorrido (...)” 
 
No presente caso, o recurso extraordinário foi interposto no 8o dia a 
contar da certidão de publicação do acórdão que negou provimento aos embargos de declaração (fls. 
). 
 
 
De fato, o acórdão que negou provimento à apelação foi publicado em 
05/01/04 (fls. ), tendo Agravante interposto embargos de declaração no dia 07/01/04 (fls.), o qual 
interrompeu o prazo para a interposição do recurso extraordinário. 
 
Logo, com a publicação do v. acórdão que negou provimento aos 
embargos, ocorrida em 13/01/04 (fls.), o prazo para a interposição do recurso extraordinário iniciou seu 
fluxo, pelo que teria ainda o Agravante quinze dias para interpor o recurso extraordinário, ocasião em 
que o fez no 8o dia, a contar da publicação do referido acórdão, mais propriamente no dia 21/01/04.
3 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
 www.daniesilveira.com.br 
 
 
 
Portanto, não há falar em intempestividade do recurso extraordinário, 
em razão de ter se operado, no caso, a interrupção do prazo em virtude dos embargos de declaração. 
 
Nesse sentido, a doutrina: 
 
“De modo que, atualmente, se pode entender que o prazo para outros 
recursos fica interrompido também no campo penal, recomeçando a 
contar em sua inteireza a partir da intimação da decisão que julga os 
embargos” (GRINOVER, Ada Pellegrini et alli. Recursos Penal. 3a 
edição. São Paulo: RT, 2001. P. 236)” 
 
 
 
Justiça: 
Também nessa trilha, é o entendimento do Colendo Supremo Tribunal de 
 
 
“Os embargos de declaração, mesmo em matéria criminal, 
interrompem o prazo para interposição de outros Recursos (CPC, art. 
538, C.C. art. 3o CPP), o que significa dizer: despreza-se por completo 
o tempo transcorrido precedentemente” (STJ RESP – Rel. Fernando 
Gonçalves – TRF 105/355).
 
Dessarte, indevida e arbitrária a denegação do recurso extraordinário, 
devendo ser ele conhecido, sob pena de cerceamento de defesa e violação ao princípio constitucional 
insculpido no artigo 5o, LV, da Constituição Federal. 
 
III – DO PEDIDO 
 
 
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, 
determinando-se o processamento do recurso extraordinário (7), e, estando presentes os elementos 
necessários, que seja desde logo julgado o mérito, nos termos do disposto na norma contida do § 3o 
do artigo 28 da Lei 8.038/90, como medida de inteira justiça. 
 
(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
(1): O endereçamento da interposição é sempre para presidente do Tribunal que negou 
seguimento ao recurso especial ou extraordinário, seja ele o Tribunal de Justiça, seja um dos 
Tribunais Regionais Federais. 
 
(2): O agravo de instrumento cabe também da denegação de recurso especial 
 
(3): Quando interposto da denegação de recurso especial o agravo deve ser encaminhado ao 
Superior Tribunal de Justiça 
 
(4): Ou recurso especial 
 
(5): Ou ao Superior Tribunal de Justiça 
 
(6): Ou recurso especial
4 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
 www.daniesilveira.com.br 
 
 
 
(7): Ou recurso especial 
 
 
 
2. AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS
DA COMARCA DE , (1)
 
 
Pular 10 linhas .......................................................................................... 
 
Tício, já qualificado nos autos do processo de execução no , 
por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão que indeferiu o 
pedido de liberdade, vem, respeitosamente, perante de Vossa Excelência, dentro do prazo legal, 
interpor 
 
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
com fundamento no art. 197 da Lei de Execução Penal 
 
 
Requer seja recebido e processado o presente agravo e, caso Vossa 
Excelência entenda que deva manter a respeitável decisão, que seja encaminhado, com as inclusas 
razões ao Egrégio Tribunal de Justiça (2). 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data). 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
RAZÕES DE 
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
AGRAVANTE: Tício 
AGRAVADO: Justiça Pública 
EXECUÇÃONo 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, (3) 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça, 
 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juiz “a quo”, 
impõe-se a reforma da respeitável decisão que indeferiu o pedido de liberdade do Agravante, pelas razões 
de fato e de direito a seguir aduzidas:
5 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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I – DOS FATOS 
 
O Agravante foi condenado em três processos-crime às penas de 18, 
25 e 30 anos, respectivamente, por três homicídios qualificados. 
Após ter cumprido 30 anos de prisão efetivamente, o Agravante 
requereu ao Meretíssimo Juiz sua liberdade, tendo esta sido indeferida sob o fundamento de que tem 
outras penas a cumprir. 
 
II – DO DIREITO 
 
Trata-se de decisão proferida sem amparo legal, devendo ser 
reformada pela medida ora requerida. 
 
Com efeito, o artigo 75 do Código Penal estabelece que: 
 
“O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode 
ser superior a 30 (trinta) anos.” 
 
A referida limitação presente no citado dispositivo respeita a proibição 
constitucional de prisão perpétua, prevista no art.5o, XLVII, “b”, da nossa Carta Magna. 
 
No caso em tela, é evidente o constrangimento ilegal que o 
Agravante vem sofrendo, uma vez que já cumpriu 30 (trinta) anos de prisão. 
 
Sobre tal aspecto, merece ser trazido à baila o excelente magistério de
Miguel Reale Júnior: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
verbis”: 
 
 
“Uma das condições para preservação da identidade moral do 
condenado, com positivas repercussões na disciplina carcerária, está 
na possibilidade de vislumbrar a liberdade. Daí fixar-se um limite do 
tempo de cumprimento, mesmo porque o encarceramento por mais 
de 15 ou 20 anos destrói por completo o homem, tornando-o 
inadequado à vida livre.” (Código Penal e sua interpretação 
jurisprudencial, 5ªedição – Editora Revista dos Tribunais, pg. 926) 
 
Na mesma trilha de entendimento, é a construção jurisprudencial, “in 
 
 
“Para que as condenações não se consubstanciem em verdadeira 
prisão perpétua, o que é vedado pela Constituição Federal, o réu 
tem o remédio do art. 75 do CP, que limita o cumprimento de suas 
penas privativas de liberdade em trinta anos” (TACRIM – SP – RA 
– Rel. Rubens Gonçalves- JUTACRIM 91/219) 
 
“Quando o montante das reprimendas carcerárias ultrapassa a previsão do 
art. 75 do CP, surge para o réu o direito de invocar o imediato provimento 
jurisdicional limitando o tempo de seu cumprimento em trinta anos, sem 
reflexão na obtenção de outros benefícios, que continuam regulados pela 
somatória real das penas.” (TACRIM – RA – Rel. David Haddad – 
JUTACRIM 88/198)
 
Portanto, não assiste razão à respeitável decisão que indeferiu o 
pedido de liberdade no presente caso, uma vez que o Agravante, já havia cumprido efetivamente 30
6 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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(trinta) anos de prisão. 
 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente 
recurso, concedendo-se a liberdade ao Agravante e expedindo-se o competente alvará de soltura, 
como medida de inteira justiça. 
 
(local e data). 
 
advogado – OAB no 
 
................................................................................................................. 
 
(1): A competência para a interposição do Agravo será, em regra, perante a Vara das Execuções 
da Justiça Estadual. Isto porque, ainda que tenha sido condenado pela Justiça Federal, se o 
cumprimento da pena transcorrer em presídio estadual (o que é a regra) o Juíz competente 
será estadual. Na hipotese de pena cumprida em presídio Federal, a competência será da 
Justiça Federal. O endereçamento seria ao “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da 
Vara de Execuções Criminais da Seção Judiciária de _ __ ___” 
 
(2): Pela mesmas razões já explicitadas na nota anterior, a competência para apreciação das razões do 
agravo será, por via de regra, dos Tribunais de Justiça dos Estados. Se o presídio for Federal, no 
entanto, a competência será do TRF. 
 
(3): Vide nota anterior. 
 
3. AGRAVO REGIMENTAL 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA DO ESTADO DE , (1) 
 
Pular 10 linhas .......................................................................................... 
 
José, já qualificado nos autos do agravo de instrumento no , por 
seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão que negou 
seguimento ao recurso sob a alegação de estar ele intempestivo, vem, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor 
AGRAVO REGIMENTAL 
 
com fulcro no artigo 545 do Código de Processo Civil e artigo 28 § 5o da Lei 8.038/1990 c.c artigo 
 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de (2) pelas razões de 
fato e de direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
O Agravante foi processado e condenado pelo crime de furto 
qualificado. Ocorre que a pena foi fixada acima do mínimo legal em razão do recorrente estar sendo
7 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
 www.daniesilveira.com.br 
 
 
 
processado, em outra vara criminal, por crime de estelionato. 
Tendo apelado dessa decisão, o Egrégio Tribunal de Justiça negou 
provimento ao recurso, ocasião em que o Agravante interpôs embargos de declaração, sendo que 
o tribunal novamente negou provimento. 
Inconformado, o Agravante interpôs recurso extraordinário, requerendo o 
recebimento do referido recurso com o encaminhamento das suas razões para o Colendo Supremo 
Tribunal Federal, porém, foi negado seguimento ao recurso, sob o fundamento de ser intempestivo. 
 
Contra esta respeitável decisão, interpôs o Agravante agravo de 
instrumento, requerendo fosse encaminhado com as inclusas razões e cópias das peças que o 
instruiam ao Colendo Supremo Tribunal Federal. Ocorre que foi negado seguimento ao agravo de 
instrumento, alegando-se, da mesma forma, que este também estaria intempestivo. 
 
II – DO DIREITO 
 
Em que pese a indiscutível sabedoria da Digníssima Presidência do 
Egrégio Tribunal, a respeitável decisão não merece prosperar por ter sido proferida sem amparo legal. 
 
Com efeito, o prazo para a interposição do Agravo de Instrumento é de 
5 dias, conforme, segundo dispõe o artigo artigo 28, “caput”, da Lei 8.038/90, vazado nos seguintes 
termos:
 
 
 
 
 
 
 
dispõe que: 
 
“Denegado o recurso extraordinário ou recurso especial, caberá agravo 
de instrumento , no prazo de 5 (cinco) dias, para o Supremo Tribunal 
Federal ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso.” 
 
Ademais, a súmula 699 do Supremo Tribunal Federal expressamente 
 
 
“O prazo para interposição de Agravo, em processo penal, é de 5 
(cinco) dias, de acordo com a lei 8.038/90, não se aplicando o disposto 
a respeito nas alterações da Lei 8.950/94 ao Código de Processo Civil.” 
No presente caso, o agravo de instrumento foi interposto no 4o dia a
contar da certidão de publicação da decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário, 
conforme consta das fls. . 
 
Ora, não há falar em intempestividade, uma vez que a publicação da 
decisão recorrida se deu no dia 26/01/04 e o recurso de agravo de instrumento foi interposto no dia 
30/01/04, isto é, no 4o dia subsequente, conforme consta das fls. , indicando a data do protocolo. 
 
Dessa forma, a respeitável decisão está causando prejuízo à parte 
agravante, merecendo ser reparada pela presente medida. 
 
Sobre o assunto, pertinente é a lição do mestre Fernandoda Costa
Tourinho Filho: 
 
“Assim, tomando a parte interessada ciência de despacho do 
Presidente do Tribunal, de Presidente de Turma, da Seção ou do 
Relator, dês que tal despacho lhe cause um prejuízo, poderá interpor, 
no prazo de 5 dias, agravo regimental. (Manual de Processo Penal – 
3ª edição – Editora Saraiva – pág. 723) 
 
Desse entendimento, não destoa a jurisprudência, merecendo
8 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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destaque o julgado abaixo transcrito: 
 
“Agravo Regimental no Recurso Especial. Decisão Monocrática 
negando seguimento a recurso interposto – Alegação de ser 
manifestamente intempestivo – Havendo discussão no Superior Tribunal 
de Justiça sobre o início do prazo de intimação para o membro do 
Ministério Público (se a partir da ciência pessoal ou do recebimento dos 
autos com vista), não pode o Em. Relator negar seguimento 
monocraticamente a recurso interposto, uma vez não se tratar de 
recurso “manifestamente” extemporâneo. Tanto é assim que Recente 
Julgado (Agrg No Agi 338.477/Rs, Dj 20.8.2001) afirma ser da ciência 
pessoal o início de contagem do prazo para o MP, estando, assim, o 
apelom ministerial tempestivo”. (Agravo Regimental no Recurso 
Especial 299130 – HBC 199900200 26593 – STJ – Rel Min. Hamilton 
Carvalhido – 6ª Turma) 
 
Portanto, cabível o agravo regimental na hipótese, e estando 
plenamente tempestivo o agravo de instrumento interposto, a respeitável decisão deverá ser 
integralmente reformada. 
 
III – DO PEDIDO 
 
 
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente 
recurso e, caso Vossa Excelência entenda que deva manter a respeitável decisão, que seja o 
presente agravo regimental submetido a julgamento pelo respectivo órgão julgador, para que o 
agravo de instrumento seja conhecido e processado nos ditames da Lei, como medida de inteira 
Justiça. 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data) 
 
 
 
Advogado – OAB / SP No 
 
 
................................................................................................................. 
 
(1): O processamento do agravo regimental deverá obedecer o disposto no regimento interno de 
cada Tribunal. O endereçamento da interposição é, em regra, para o Presidente do Tribunal 
que negou seguimento ao recurso, no caso em tela o Agravo de Instrumento. Portanto, pode 
ser ao Presidente do Tribunal de Justiça ao ao Presidente do Tribunal Regional Federal, 
conforme o caso. 
 
(2): O fundamento legal do agravo regimental encontra-se no regimento interno de cada tribunal. 
 
 
4. MEMORIAIS
9 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
 www.daniesilveira.com.br 
 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE , (1) 
 
Pular 10 linhas ......................................................................................... 
 
Luis, já qualificado nos autos do processo crime no _____, que lhe 
move a Justiça Pública (2), por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, dentro do prazo legal, apresentar 
 
MEMORIAIS 
 
com fulcro no artigo 403 §3º do Código de Processo Penal (3), pelas razões de fato e de direito a 
seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
O Acusado foi denunciado como incurso nas penas do art. 171, 
parágrafo 2o, inciso VI, do Código Penal, porque pagou compra que fizera com cheque devolvido pelo 
banco sacado, por falta de suficiente provisão de fundos. 
Ocorre que, durante a instrução criminal, o Acusado juntou prova de 
que pagara a dívida no curso do inquérito policial. 
 
O Ministério Público, em seus memoriais, pediu a condenação do Réu. 
 
II – DO DIREITO (4) 
 
 
Não assiste razão ao ilustre representante do Ministério Público 
quando pretende ver condenado o Acusado pela prática do delito de estelionato por meio de 
pagamento de cheque sem fundos. 
 
Com efeito, a súmula 554 do Supremo Tribunal Federal preceitua que: 
“O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o 
recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.” 
 
 
Portanto, pode-se facilmente perceber que, quando o pagamento 
efetuar-se antes do recebimento da denúncia, fica impedida a instauração da ação penal. 
 
No caso em apreço, foi justamente o que aconteceu. O Acusado 
saldou a dívida ainda durante a investigação criminal, razão pela qual sequer deveria ter sido proposta 
a presente ação e, tendo-a sido, indevidamente, certamente não pode resultar na condenação do 
Acusado. 
 
 
Federal, estabelece que 
Ademais, a súmula de número 246, também do Supremo Tribunal
 
“Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de 
emissão de cheque sem fundos”. 
 
De fato, a caracterização do crime de estelionato por meio de
10 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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pagamento de cheque sem fundos somente se configura quando há o dolo de praticar a fraude. O 
crime previsto no artigo 171, §2o, VI não admite modalidade culposa. 
 
Ora, o pronto pagamento da dívida revela que o Réu não agiu com 
má-fé e que não houve o dolo, que é a vontade consciente de fraudar para obter a vantagem indevida. 
 
Ademais, não logrou o Réu vantagem ilícita e o beneficiário do 
cheque não sofreu prejuízo patrimonial, já que o compromisso foi honrado, sendo pago o cheque na 
fase do inquérito policial (cf. doc. acostado nos autos), ou seja, antes do recebimento da denúncia 
oferecida pelo Promotor de Justiça, restando provado que não houve configuração do delito em tela. 
 
 
explanações sobre o assunto: 
Com muita propriedade, o ilustre Fernando Capez traça as seguintes 
 
 
“Se o indivíduo emite um cheque na certeza de que tem fundos 
disponíveis para o devido pagamento pelo banco, quando na realidade 
não há qualquer numerário depositado na agência bancária, não se 
pode falar em ilícito criminal, ante a ausência de má-fé. (...) O que a lei 
penal pune é o pagamento fraudulento. (...) A fraude, portanto, reside 
no ato de o emitente fazer o beneficiário crer na existência de fundos 
suficientes em sua conta bancária para arcar com o pagamento 
prometido. Com engodo, ele obtém vantagem almejada, sem que 
realize a contraprestação pecuniária exigida.” (Curso de Direito Penal – 
Parte Especial – vol. 2, Editora Saraiva, págs. 486/487)
 
Nessa esteira também o entendimento jurisprudencial uniforme, 
conforme já o comprovou a súmula 246 já comentada. 
 
Dessarte, se o cheque foi pago antes do recebimento da denúncia, 
inexiste o delito, não devendo prosseguir a ação penal por falta de justa causa. 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer seja julgada improcedente a presente ação, 
absolvendo-se o Réu, nos termos do art. 386, inciso III (5), do Código de Processo Penal, como 
medida de inteira justiça. 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
(local e data). 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
(1): Outros endereçamentos possíveis nos memoriais são: 
 
– se o crime for da competência da justiça federal: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de 
Federal da Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ” 
 
– se o crime for da competência do júri: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 
 Vara do Júri da Comarca de ”
11 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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(2): Nessecaso a ação é pública e portanto pode-se empregar a expressão “que lhe move a 
justiça pública”. Se a ação fosse privada, o correto seria: “que lhe move ... (nome da parte 
contrária).” 
(3): No rito do júri o fundamento seria o artigo 403 §3º do Código de Processo Penal. 
 
(4): Caso houvesse uma tese de nulidade seria conveniente utilizar-se a seguinte divisão: 
 
– Dos Fatos 
 
– Da nulidade 
 
– Do Mérito 
 
(5): O fundamento da absolvição varia conforme a tese de defesa. 
 
5. APELAÇÃO 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE , (1) 
 
Pular 10 linhas ......................................................................................... 
 
Ana, já qualificada nos autos do processo crime no , que lhe 
move a Justiça Pública (2), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a 
respeitável sentença que a condenou como incursa nas penas do art. 299 do Código Penal, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
com fundamento no art. 593, inciso I, do Código de Processo Penal. (3) 
 
 
Requer seja recebida e processada a presente apelação e encaminhada, 
com as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça (4) 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data). 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
 
 
 
 
 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, (5) 
RAZÕES DE 
RECURSO DE APELAÇÃO 
APELANTE: Ana 
APELADA: Justiça Pública 
PROCESSO No 
12 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça, 
 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juiz “a quo”, 
impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra a Apelante, pelas razões de fato e de 
direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
Ana, ora Apelante, foi acusada por crime de falsidade ideológica, sendo 
instaurado inquérito policial que foi arquivado em 2002. 
 
No ano seguinte ao do arquivamento, um outro Promotor Público, 
analisando os autos do inquérito, chegou à conclusão de que os fatos eram suscetíveis de se 
enquadrarem em nova definição jurídica e ofereceu denúncia. A denúncia prosperou e acabou sendo a 
Apelante condenada. 
 
II – DO DIREITO 
 
Com a devida vênia, a respeitável sentença foi proferida em processo 
manifestamente nulo, não podendo subsistir. 
 
Com efeito, o artigo 18 do Código de Processo Penal preceitua que : 
“Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade 
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial 
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.” 
 
Analisando-se o disposto no referido artigo, é de se concluir que o 
inquérito policial somente poderá ser desarquivado se surgirem novas provas. 
 
No caso em tela, o inquérito policial foi desarquivado apenas e tão- 
somente porque um outro D.D. Promotor de Justiça entendeu que os fatos eram suscetíveis de nova 
capitulação jurídica. 
 
Ora, Nobres Julgadores, não existiram novas provas para o 
desarquivamento do inquérito policial, no presente caso, constituindo tal fato manifesto 
constrangimento ilegal contra a Apelante. 
 
Acrescente-se que novas provas são somente aquelas que produzem 
alteração dentro do conjunto probatório em que foi baseado o arquivamento. Assim, “a nova prova há 
de ser substancialmente inovadora, e não apenas formalmente nova” (RTJ 91/831 e RT 540/393) 
 
Nesse sentido, é a lição do ínclito penalista Júlio Fabbrini Mirabete: 
“Produzidas novas provas que modifiquem a matéria de fato, poder-se- 
á desarquivar o inquérito para o oferecimento da denúncia ou queixa.” 
(Código de Processo Penal Interpretado, 9ª edição, Editora Atlas, 
págs.124) 
 
No mesmo sentido, o Colendo Supremo Tribunal Federal já consagrou 
o seu entendimento na Súmula 524, a qual passamos a transcrever: 
“Arquivado o inquérito policial, por despacho do Juiz, a requerimento
13 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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do Promotor de Justiça, não poderá a ação penal ser iniciada sem 
novas provas”. 
 
Dessa forma, não se valeu o DD. Representante do Ministério Público 
de provas novas, vez que eram inexistentes, não podendo assim ter sido desarquivados os autos do 
inquérito policial, tampouco ter sido condenada a Apelante. 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente 
recurso, anulando-se o processo, “ab initio”, bem como expedindo-se contramandado de prisão em 
favor da Apelante, como medida de inteira justiça. 
 
(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
(1): Outros endereçamentos possíveis da petição de interposição são: 
 
– se a infração for de menor potencial ofensivo: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito 
do Juizado Especial Criminal da Comarca de ” 
 
– se o crime for da competência da Justiça Federal: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal 
da Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ” 
 
– se o crime for da competência do júri: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do 
 Tribunal do Júri da Comarca de ” 
 
(2): Se a ação for privada, não se deve mencionar a justiça pública e sim a parte contrária. 
 
(3): Se for infração de menor potencial ofensivo, o fundamento da apelação será o artigo 82 da Lei 
9.099/95. Se tratar-se de crime de júri, o fundamento legal será artigo 593, III, alínea “a”, “b”, “c”, 
ou “d”. 
 
(4): Se a infração for de menor potencial ofensivo, a apelação deverá ser remetida à Turma 
Recursal. Se for crime da competência da Justiça Federal a apelação será julgada pelo Tribunal 
Regional Federal. 
 
(5): Se a apelação for julgada pela Turma recusal, a saudação deve ser feita da seguinte forma: 
“Egrégia Turma Recursal Ilustre representante do Ministério Público” Se a apelação for julgada 
pelo Tribunal Regional Federal, a saudação deve ser feita da seguinte forma: “Egrégio Tribunal 
Regional Federal Colenda Turma Douto Procurador da República” 
 
 
6. CARTA TESTEMUNHÁVEL 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DIRETOR DO OFÍCIO CRIMINAL DA COMARCA DE 
 (1),
14 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
 www.daniesilveira.com.br 
 
 
 
Pular 10 linhas ......................................................................................... 
 
“A”, já qualificado nos autos do recurso em sentido estrito (2) no 
____ _ , por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão 
que negou seguimento ao recurso, vem, respeitosamente, perante Vossa Senhoria, dentro do prazo 
legal, requerer a extração de 
 
CARTA TESTEMUNHÁVEL 
 
com fulcro no artigo 639 do Código de Processo Penal. 
 
 
Indica para trasladado as seguintes peças: 
 
a) decisão que ensejou o recurso denegado; 
 
b) certidão de intimação dessa decisão; 
 
c) interposição e razões do recurso denegado; 
 
d) a decisão que denegou o recurso; 
 
e) certidão de intimação da decisão denegou o recurso 
f) cópia da queixa-crime 
 
Diante do exposto, requer seja extraída a presente carta 
testemunhável e, caso o Douto Magistrado entenda que deva manter a respeitável decisão, que sejaencaminhada com as inclusas razões ao Egrégio Tribunal de Justiça. (3) 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, (4) 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça, 
RAZÕES DE 
 
CARTA TESTEMUNHAVEL. 
RECORRENTE: “A” 
RECORRIDO: 
PROC: 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juiz ”a quo”, 
impõe-se a reforma da respeitável decisão que negou seguimento ao recurso em sentido estrito 
interposto pelo testemunhante, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS
15 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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O Testemunhante, processado por violação ao artigo 213 do Código 
Penal, requereu que fosse declarada a extinção da punibilidade por decadência, uma vez que a ofendida 
não intentou a ação no prazo legal. 
 
Referido pedido foi indeferido pelo Meretíssimo Juiz de 1o grau, ocasião 
em que o Testemunhante interpôs recurso em sentido estrito, dentro do prazo legal, com fundamento 
no art. 581, IX, do Código de Processo Penal. 
 
Ocorre que o Meretíssimo Juiz “a quo” negou seguimento ao recurso 
interposto, sob a alegação de que era intempestivo. 
 
II – DO DIREITO 
 
Não merece prosperar a respeitável decisão do Meritíssimo Juiz, por 
ter sido proferida sem amparo legal. 
 
Com efeito, segundo a regra insculpida no artigo 586 do Código de 
Processo Penal, o prazo para a interposição do recurso em sentido estrito, ressalvada a hipótese do inciso 
XIV do artigo 581, é de cinco dias. 
 
Ora, o recurso interposto pelo Testemunhante, ao contrário do que 
afirma a respeitável decisão, é plenamente tempestivo, pois foi interposto dentro do prazo legal de 5 
(cinco) dias (fls._ ), nos termos do supra citado artigo, contados da intimação da respeitável decisão 
que indeferiu o pedido de extinção da punibilidade por decadência (fls. _ ). 
 
Dessa forma, é perfeitamente cabível a presente carta testemunhável, 
conforme o disposto no artigo 639 do Código de Processo Penal. 
 
Sobre o assunto, preleciona o ínclito doutrinador Júlio Fabrini Mirabete: 
“Cabe a carta testemunhável da decisão que denegar o recurso, ou 
mais precisamente, da decisão do juiz ou tribunal ‘a quo’ que não 
admitir o recurso ou, quando admitido, obstar sua expedição ou 
seguimento para o juízo ad quem”. (Código de Processo Penal 
Interpretado, 9ª edição, pag. 1664). 
 
Em consonância com a doutrina, não destoa a jurisprudência de 
nossos tribunais, merecendo destaque o julgado abaixo transcrito: 
“Entre nós, por expressa disposição da lei penal processual, é 
admissível a carta testemunhável, quando for denegado recurso em 
sentido estrito.” (TACRIM-SP – RT 553/375) 
 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente 
recurso, determinando-se o processamento do recurso em sentido estrito, ou, caso Vossas 
Excelências entendam estar suficientemente instruída a carta, que decidam “de meritis” em face do 
disposto no art.644 do CPP, como medida de inteira justiça. 
(local e data). 
 
 
advogado – OAB no
16 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
 www.daniesilveira.com.br 
 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
(1): Outros endereçamentos possíveis da petição de interposição são: 
 
– se o crime for da competência da Justiça Federal: “Ilustríssimo Senhor Escrivão Diretor de 
Secretaria da Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de “ 
 
– se tratar-se de carta testemunhável contra a denegação de agravo em execução: “Ilustríssimo 
Senhor Escrivão Diretor do Ofício das Execuções Criminais da Comarca de .” 
(2): Poderia ser agravo em execução 
(3): Se for crime da competência da Justiça Federal a carta testemunhável será julgada pelo 
Tribunal Regional Federal. 
 
(4): Idem ao item anterior. Observar que se o caso fosse de competência federal a saudação seria: 
“Egrégio Tribunal Regional Federal; Colenda Turma; Douto Procurador da República.” 
 
7. CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO (1) 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA DE (2), 
 
Pular 10 linhas ......................................................................................... 
 
“A”, já qualificado nos autos do processo crime no , que lhe move 
a Justiça Pública (3), por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa 
Excelência, dentro do prazo legal, requerer a juntada das inclusas 
 
CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO, (4) 
 
com fundamento no art. 82, § 2o, da Lei 9.099/95. (5) 
 
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
 
(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
CONTRA – RAZÕES DE 
RECURSO DE APELAÇÃO 
APELANTE: Justiça Pública 
APELADO: “A” 
PROCESSO No 
17 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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Egrégia Turma Recursal 
Ilustre Representante do Ministério Público (6) 
 
Com a devida vênia, não merece prosperar o presente recurso, 
devendo ser mantida a respeitável sentença proferida em favor do Apelado, pelas razões de fato e de 
direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
O Apelado foi denunciado como incurso no art. 329 do Código Penal, 
por haver resistido à ordem de policial à paisana, permanecendo dentro de seu automóvel, 
acompanhado de sua noiva. O policial exigia a presença do Apelado na 23ª Delegacia. 
 
Ao final da instrução criminal e últimas diligências, o Meretíssimo Juiz 
“a quo” absolveu o Apelado, tendo o D.D. Representante do Ministério Público recorrido dessa 
decisão. 
 
 
 
 
atípica a conduta do Apelado. 
II – DO DIREITO 
 
A respeitável sentença deve ser mantida, vez que absolutamente 
 
 
Com efeito, o artigo 329, “caput”, do Código Penal preceitua: 
 
“ Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou 
grave ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe 
esteja prestando auxílio.”
 
Insta salientar que o tipo penal do artigo 329 do Código Penal exige 
que a ordem do funcionário competente seja legal. 
 
No presente caso, o ato do investigador foi manifestamente ilegal, por 
não ter sido acompanhado de mandado escrito e fundamentado da autoridade judiciária competente, 
nos termos do artigo 5o , inciso LXI, da Constituição Federal. 
 
Com muita propriedade, o ilustre Fernando da Costa Tourinho Filho 
traça as seguintes explanações sobre o assunto: 
 
“A exigência de ordem escrita de Autoridade competente é uma 
garantia para o cidadão, evitando, desse modo, o arbítrio, os excessos e 
descomedimentos dos órgãos agentes do Estado.” (Manual de 
Processo Penal, 3ª edição, Editora Saraiva – pg 502) 
 
Outrossim, a corroborar o posicionamento doutrinário, tem sido o 
entendimento jurisprudencial, “in verbis”: 
 
“Resistência – Agente que se opõe a busca pessoal – Ausência de 
mandado e de fundamentação na suspeita por parte dos policiais- 
Absolvição” (TACRIM – SP- AC- Rel. Ercílio Sampaio – JUTACRIM 
83/493). 
 
“Resistência a ato ilegal – Não configuração do delito – Quem procura 
desvencilhar-se de uma prisão injusta não resiste, porque o elemento 
caracterizador do crime de resistência é a legalidade do ato contra o
18 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANIwww.daniesilveira.com.br 
 
 
 
qual se opõe o acusado”. 
 
Ademais, não ocorreu, no caso vertente, o emprego de violência ou 
grave ameaça por parte do Apelado, elementares também exigidas pelo tipo em destaque. 
 
Desse entendimento, não destoa a jurisprudência de nossos tribunais, 
merecendo destaque os julgados seguintes que são uníssonos em reconhecer a necessidade de 
ocorrência de violência física ou ameaça para configuração do delito de resistência: STF, RTJ 
106/494; TJSP, RT 532/329; TJMT, RT522/441; TARJ, RT 525/442. 
 
Em suma, não houve, no caso vertente, perfeita adequação entre o fato 
concreto e a descrição legal do artigo 329 do Código Penal. 
 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao recurso 
interposto pelo representante do Ministério Público, mantendo-se a respeitável sentença absolutória, 
como medida de inteira justiça. 
 
(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
(1): O mesmo modelo serve para a juntada de razões de apelação, no caso do recurso já ter sido 
interposto 
 
(2): Outros endereçamentos possíveis da petição de juntada de razões e contra-razões são: 
 
– se a infração for de menor potencial ofensivo, na Justiça Federal: “Excelentíssimo Senhor 
Doutor Juiz Federal do Juizado Especial Criminal Federal da Seção Judiciária de ” 
 
– se o crime não for de menor potencial ofensivo, na Justiça Estadual: “Excelentíssimo Senhor 
Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de ” 
– se o crime não for de menor potencial ofensivo, na Justiça Federal: “Excelentíssimo Senhor 
Doutor Juiz Federal da Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ” 
 
– se o crime for da competência do júri: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do 
Tribunal do Júri da Comarca de ” 
 
– se a juntada for feita diretamente em segunda instância: Excelentíssimo Senhor Doutor 
Desembargador Relator da Apelação no da Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de 
Justiça do Estado de .” 
 
(3): Se a ação for privada, não se deve mencionar a justiça pública e sim a parte contrária. 
(4): Ou “Razões de Apelação” 
(5): Se a infração não for de menor potencial ofensivo, o fundamento das razões, bem como das 
contra-razões de apelação será o artigo 600 do Código de Processo Penal. 
 
(6): Se o crime não fosse de menor potencial ofensivo a saudação seria “Egrégio Tribunal de 
Justiça; Colenda Câmara; Douto Procurador de Justiça. Se a competência fosse federal a
19 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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saudação seria: “Egrégio Tribunal Federal; Colenda Turma; Douto Procurador da República.” 
 
 
8. CONTRA-RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (1) 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JÚRI DA COMARCA 
DE (2), 
 
Pular 10 linhas .......................................................................................... 
 
Cleóbulo, já qualificado nos autos do processo crime no , que 
lhe move a Justiça Pública (3), por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, dentro do prazo legal, requerer a juntada das inclusas 
 
 
CONTRA-RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (4) 
 
com fundamento no art. 588 do Código de Processo Penal. (5) 
 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
CONTRA – RAZÕES DE 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
RECORRENTE: Justiça Pública 
RECORRIDO: Cleóbulo 
PROCESSO No 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, (7) 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça, 
 
Com a devida vênia, não merece prosperar o presente recurso, 
devendo ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do Recorrido, pelas razões de fato e de 
direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
O Recorrido foi denunciado pela prática de furto, por ter supostamente 
subtraído dois aparelhos de DVD de Rogério, nas circunstâncias narradas na inicial.
20 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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Foi tentada sua citação pessoal pelo d. oficial de justiça que, após 
procurá-lo em seu endereço residencial, sem sucesso, entendeu que o denunciado buscava se ocultar 
e, diante de tal certidão, foi determinada a citação por hora certa. 
 
No entanto, após o oferecimento dos memoriais da defesa, o d. juízo 
dignou-se reconhecer nulo o processo desde a citação, pois a citação por hora certa era precipitada se 
ainda possível encontrar o réu para a ciência pessoal. Contra a decisão que reconheceu a nulidade 
insurgiu-se o d. representante do Ministério Público. 
 
II – DO DIREITO 
 
Não merece prosperar a pretensão recursal. 
 
A garantia do contraditório exige, por definição conceitual, a 
possibilidade de ciência e participação. No caso em tela, a comunicação processual que daria 
ciência ao acusado e, assim, permitiria sua participação, foi falha, eis que não foram esgotados os 
meios primários para a citação pessoal. 
 
Se há nos autos endereço em que pode ser encontrado o denunciado, 
é dever do Estado diligenciar para tanto, sob pena de minimizar as garantias constitucionais do 
contraditório e ampla defesa. 
 
Nesse sentido a doutrina e a jurisprudência: 
(...) 
 
III – DO PEDIDO
 
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao recurso em 
sentido estrito interposto pelo representante do Ministério Público, mantendo-se a respeitável decisão 
atacada, como medida de inteira justiça. 
 
(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
................................................................................................................. 
 
(1): O mesmo modelo serve para a juntada de razões de recurso em sentido estrito, no caso dele 
já ter sido interposto. 
(2): Outros endereçamentos possíveis da petição de juntada de razões e contra-razões são: 
 
– se o crime não for da competência do júri: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 
 Vara Criminal da Comarca de ” 
 
– se o crime for de competência da Justiça Federal: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal 
da Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ” 
(3): Se a ação for privada, não se deve mencionar a justiça pública e sim a parte contrária. 
(4): ou “Razões de Recurso em Sentido Estrito” 
(5): O fundamento das razões de recurso em sentido estrito é o mesmo artigo 588 do Código de 
Processo Penal. 
 
(6): Se a competência fosse federal, deveria ser remetido o recurso ao Tribunal Regional Federal.
21 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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(7): Idem ao item anterior. Lembrar que se a competência fosse da justiça Federal a saudação 
seria: “Egrégio Tribunal Federal; Colenda Turma; Douto Procurador da República.” 
 
9. CORREIÇÃO PARCIAL 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ,(1) 
 
Pular 10 linhas ......................................................................................... 
 
 
Carlos, nos autos do processo crime que lhe move a Justiça Pública 
(2), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão quedeterminou a oitiva das testemunhas de defesa antes da oitiva das testemunhas da acusação, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor 
 
 
com fulcro no artigo . (3) 
CORREIÇÃO PARCIAL
 
Requer seja recebido e processado o presente recurso e, caso Vossa 
Excelência entenda deva ser mantida a respeitável decisão, que seja encaminhado, com as inclusas 
razões ao Egrégio Tribunal de Justiça. 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data). 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
 
 
 
 
 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça, 
RAZÕES DE CORREIÇÃO 
PARCIAL RECORRENTE: 
Carlos RECORRIDO: Justiça 
Pública PROCESSO Nº 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juiz ”a quo”, 
impõe-se a reforma da respeitável decisão que determinou a oitiva das testemunhas da defesa antes 
das da acusação, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS
22 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
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O Recorrente foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 157, 
§ 2o, inciso I, do Código Penal, pois supostamente teria subtraído a carteira de um motorista, mediante 
grave ameaça com emprego de arma. 
 
 
da defesa. 
Apresentou defesa preliminar, ocasião em que arrolou as testemunhas
 
Ocorre que o Meretíssimo Juiz “a quo” determinou a oitiva das 
testemunhas da defesa antes da oitiva das testemunhas da acusação. 
 
II – DO DIREITO 
 
A respeitável decisão não pode prosperar, porque fruto de um erro que 
importa inversão tumultuária do processo. 
 
Com efeito, o artigo 400 do Código Penal dispõe que: 
 
“Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no 
prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de 
declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela 
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 
222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às 
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando- 
se, em seguida, o acusado 
 
No caso em tela, referido dispositivo não foi observado pelo 
Meritíssimo Juiz “a quo”, uma vez que as testemunhas de defesa serão ouvidas antes das de 
acusação, o que acaba por ferir o princípio constitucional do contraditório e ampla defesa. 
 
Nesse sentido, pertinente é a lição do douto Júlio Fabbrini Mirabete ao
ensinar que: 
 
“As testemunhas arroladas pela acusação devem ser ouvidas em 
primeiro lugar (...) Isto porque, evidentemente, as testemunhas arroladas 
pela defesa estão destinadas, em princípio, a contrariar a prova produzida 
pela acusação. A inversão dessa ordem causa tumulto processual, 
reparável por via de correição parcial (...)” ( Processo Penal, 10ª edição, 
Editora Atlas, pg. 480) 
 
Na mesma trilha de entendimento, é a jurisprudência pátria: 
“ (...)as testemunhas de acusação deverão ser ouvidas antes das de 
defesa em respeito ao princípio do contraditório; porém, a inversão da 
prova somente poderá anular a ação penal se demonstrado efetivo 
prejuízo à defesa” ( TJSC – RT 747/748)
 
Em face do acima articulado, a respeitável decisão do Meritíssimo Juiz 
de 1o grau deve ser inteiramente reformada. 
 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer seja conhecida e provida a presente 
correição parcial, tornando-se sem efeito a decisão recorrida, para que as testemunhas da defesa 
sejam ouvidas após as da acusação, como medida de inteira justiça.
23 
 MSc. FELIPE ANDRÉ DANI 
 www.daniesilveira.com.br 
 
 
 
(local e data). 
 
advogado – OAB no 
 
................................................................................................................. 
 
(1): Outros endereçamentos possíveis da petição de interposição são: 
 
– se o crime for de competência da Justiça Federal: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal 
da Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ” 
 
– se o crime for da competência do júri, na primeira fase: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de 
Direito da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de ” 
 
– se o crime for da competência do júri, na segunda fase: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz 
Presidente do Tribunal do Júri da Comarca de ” 
 
(2): Se a ação for privada, não se deve mencionar a justiça pública e sim a parte contrária. 
 
(3): o fundamento da correição parcial pode ser encontrado da Lei de Organização Judiciária ou na 
Constituição dos Estados que a admitem. 
 
 
10. DEFESA PRELIMINAR – RITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA 
DE , (1) 
 
 
Pular 10 linhas .......................................................................................... 
 
 
José, já qualificado na denúncia oferecida pelo Digníssimo membro do 
Ministério Público, por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa – doc. 01), 
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar 
 
DEFESA PRELIMINAR 
 
com fulcro no artigo 514 do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir 
expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
O Acusado, policial civil, foi denunciado como incurso nas penas do 
artigo 312, “caput”, do Código Penal, porque supostamente teria se apropriado de um relógio 
pertencente a um preso, que lhe confiara a guarda. 
 
II – DO DIREITO 
 
Como bem passaremos a demonstrar, a denúncia deve ser rejeitada 
pelo Meritíssimo Juiz “a quo”, uma vez que não houve tipicidade nem perfeita adequação do caso 
concreto à descrição legal do delito em tela.
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Com efeito, o artigo 312, “caput”, do Código Penal, assim descreve a 
conduta tipificada como peculato: 
 
“Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do 
cargo (...) 
 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos e multa” 
 
Nota-se que o crime somente se configura quando o agente, após ter 
obtido de forma lícita a posse do bem em razão do cargo, passa a se comportar como dono do objeto, 
invertendo-se o ânimo sobre ele. 
 
No caso em tela, o Acusado, em nenhum momento passou a se comportar 
como dono do relógio, nem sequer colocando-o no pulso. 
 
O que, de fato, ocorreu foi que, após o preso ter sido algemado e 
pedido para o acusado guardar o seu relógio, este recebeu um telefonema da sua esposa, 
comunicando que o seu filho mais novo tinha sofrido um acidente de carro, razão pela qual, após 
efetuadas as diligências na delegacia, saiu apressado, com o relógio no bolso, esquecendo-se de 
devolvê-lo. 
 
Importante ressaltar que foram juntados à colação documentos que 
comprovam as referidas alegações como Boletim de Ocorrência, referente ao acidente de carro (doc.1), a 
ficha de internação do acidentado no Hospital das Clínicas (doc. 2) e a conta telefônica da casa do 
acusado, da qual consta o telefonema que sua mulher fez naquele horário para o seu celular (doc. 3) 
 
Ensina o mestre Julio Fabbrini Mirabete: 
 
“O dolo do crime de peculato é a vontade de transformar a posse em 
domínio, como ocorre com o delito de apropriação indébita (...). 
Quanto ao peculato-apropriação basta a vontade referida a esta, que 
pressupõe, conceitualmente, o animus ‘rem sibi habendi’, ou seja, a 
intenção definitiva de não restituir a‘res’.” (Manual de Direito Penal – 
parte especial – 17ª edição, Editora Atlas, pág. 304) 
 
 
jurisprudencial, “in verbis”: 
 
 
 
 
 
 
 
não há falar em crime. 
Também nessa trilha de entendimento, posiciona-se a construção 
 
 
“A ausência do elemento subjetivo do peculato, ‘o anumus rem sibi 
habendi’, afasta a configuração do delito.” (TJSP – Ver. – Rel. Acácio 
Rebouças – RT 487/304) 
 
Portanto, restando configurada a atipicidade da conduta do Acusado,
 
III – DO PEDIDO 
 
Diante de todo o exposto, requer seja rejeitada a denúncia oferecida 
pelo representante do Ministério Público, com fulcro no artigo 395, do Código de Processo Penal, como 
medida de inteira justiça. 
 
Nesses Termos, 
pede deferimento.
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(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
................................................................................................................. 
 
(1): Se o crime for da competência da Justiça Federal, o endereçamento será 
“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _ Vara Criminal da Justiça Federal da Seção 
Judiciária de ” 
 
 
 
 
11. DEFESA PRELIMINAR/ RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA 
DE , (1) 
 
Pular 10 linhas .......................................................................................... 
 
João, já qualificado na denúncia oferecida pelo Digníssimo membro do 
Ministério Público, por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa – doc. 01), 
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
com fulcro no artigo 396 do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir 
expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
João foi denunciado pela prática de furto qualificado,eis que teria 
ingressado na residência de Manoel valendo-se de chave falsa e de lá subtraído aparelho de som com 
o fim de assenhoramento definitivo 
 
II – DO DIREITO 
 
A denúncia deve ser reconhecida como inepta. A única versão presente 
nos autos acerca da autoria e materialidade é a palavra da própria suposta vítima, ou seja,Manoel,que 
traz versão desencontrada aos autos, em que chega a reconhecer que o aparelho de som não lhe 
pertencia, embora se sinta “roubado” pela atitude do denunciado. Ora, o Direito não pode se satisfazer 
com impressões subjetivas,devendo estar a denúncia lastreada em provas que traduzam fatos,e não 
meros sentimentos ou ilações. Assim, pela absoluta ausência de elementos mínimos de convicção a 
estear a inicial,a denúncia deve ser declarada inepta. 
No sentido da necessidade de prova de materialidade e indícios de 
autoria para o recebimento da denúncia a doutrina e a jurisprudência: 
(...) 
 
Se não bastasse a falta de prova de materialidade e indícios de autoria 
necessários ao recebimento da denúncia, é forçoso reconhecer que a inicial acusatória não cumpre os
26 
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requisitos essências por não narrar de forma circunstanciada a prática do delito. No caso em tela, a 
denúncia não traz a mínima especificação de qual teria sido a res furtiva,mencionando apenas tratar- 
se de “aparelho de som”. Ora, sem tal especificação,não há como demonstrar que tal bem não existia, 
ou que não era “coisa alheia”, mas sim própria. Sabe-se que a narrativa insuficiente sobre o fato 
criminoso cerceia a defesa, e ao é apta a dar impulso a processo penal válido,pelo que deve ser 
reconhecida sua inépcia. Nesse sentido a doutrina e a jurisprudência: 
(...) 
 
Por fim,o acusado deve ser absolvido sumariamente pela atipicidade 
do fato. Conforme os documentos ora juntados aos autos,o acusado era amigo de Manoel e com ele 
dividia o apartamento há três anos, eis que estudavam na mesma faculdade. Em razão de 
desentendimento, o acusado teria adentrado a casa para retirar suas coisas, entre elas o aparelho de 
som que lhe pertencia, conforme nota fiscal juntada em anexo. Assim, por se tratar de subtração de 
coisa própria,o que obviamente não tem qualquer relevância penal, deve ser absolvido pela atipicidade 
do fato. 
 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto requer seja anulada ab initio a presente ação penal 
ou, caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, que seja decretada a absolvição 
sumária, com fulcro no artigo 397, I, ou ainda, se não acolhido o pedido de absolvição sumária, requer 
sejam intimadas as testemunhas ao final arroladas para que sejam ouvidas na audiência de instrução 
e julgamento. 
 
Nesses Termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
Rol de Testemunhas 
 
1) “Nome”, “endereço” 
 
2) “Nome”, “endereço” 
 
3) “Nome”, “endereço” 
 
12. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO No
 DA 
 . (1), 
CÂMARA CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
 
 
Pular 10 linhas ......................................................................................... 
 
“A”, já qualificado nos autos da apelação (2) no , por seu
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advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Execelência, dentro do prazo 
legal, opor 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
com fulcro no artigo 619 (3) do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir 
expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
O Embargante foi condenado à pena de 1 (um) ano e 2 (dois) meses 
de reclusão em primeira instância. 
 
Após haver apelado da respeitável sentença condenatória, a Colenda 
Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça deu provimento à apelação do Embargante para o fim 
de diminuir-lhe a pena. 
 
Ocorre que consta da ementa do acórdão a condenação do 
Embargante à pena de 14 meses de reclusão, estando esta contraditória com o teor do acórdão, uma 
vez que não houve qualquer redução. 
 
II – DO DIREITO 
 
Trata-se de decisão contraditória, pois caberia à Colenda Câmara 
reformar o venerando acórdão, diminuindo a pena aplicada ao Embargante, eis que foi dado 
provimento à apelação interposta. 
 
Com efeito, o artigo 619 do Código de Processo Penal dispõe que: 
 
“Aos Acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou 
turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de 2 
(dois) dias contado da sua publicação, quando houver na sentença 
ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.” 
 
No caso vertente, a contradição do venerando acórdão foi evidente, pois 
a Colenda Câmara apenas deu provimento à apelação, acolhendo o pleito de redução da pena, 
substituindo sanção de “1 (um) ano e 2 (dois) meses” por “14 (catorze) meses”, não provocando, 
portanto, qualquer alteração substancial. 
 
 
ora requerida. 
Dessa forma, o referido erro material deverá ser corrigido pela medida
 
 
aspecto: 
O magistério de E. Magalhães Noronha é esclarecedor sobre este 
 
 
“Uma decisão é ambígua quando se presta a mais de um sentido; 
obscura quando há falta de clareza ou precisão de linguagem; 
contraditória quando conceitos e afirmações se opõem e colidem (e 
tanto mais grave será a contradição quando a fundamentação chocar- 
se com a disposição) (...)” (Curso de Direito Processual Penal, 27ª 
edição, pags. 499/ 500) (grifo nosso)
 
Em consonância com a doutrina, não destoa a jurisprudênciade nossos 
tribunais, merecendo destaque os julgados abaixo transcritos:
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“Ocorrendo contradição entre a ementa e a conclusão do v. acórdão, é 
de se receber os embargos de declaração a fim de se desfazer a 
contradição.” (TAPR – RT 585/382) 
 
“Tratando-se de embargos de declaração que visam corrigir erro 
material, admite-se seu recebimento para a devida correção, com a 
conseqüente modificação do julgado.” (TJSP – RT 661/267) 
 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer sejam recebidos e providos os presentes 
embargos, corrigindo-se a referida contradição, aplicando-se a redução da pena imposta ao 
Embargante, como medida de inteira Justiça. 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data). 
 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
(1): Os embargos de declaração podem ser opostos tanto em primeira instância quanto em 
segunda. 
 
Em primeira instância o endereçamento poderá ser: 
 
– se o crime não for de menor potencial ofensivo: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito 
da Vara Criminal da Comarca de ” 
– se o crime for de menor potencial ofensivo: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do 
Juizado Especial Criminal da Comarca de . 
 
– se a sentença tiver sido proferida no Tribunal do Júri: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz 
Presidente do Tribunal do Júri da Comarca de ” 
 
– se o crime for de competência da Justiça Federal: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal 
da Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ” 
 
– se o crime for de menor potencial ofensivo e de competência da Justiça Federal: 
“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal do Juizado Especial Criminal Federal da Seção 
Judiciária de . 
 
– em segunda instância o endereçamento será ao relator do acórdão embargado. Se o crime for 
de competência da Justiça Federal, o endereçamento será: “Excelentíssimo Senhor Doutor 
Desembargador Relator do Acórdão n. da Turma do Egrégio Tribunal Regional Federal 
da Região.” 
 
(2): Se os embargos forem opostos de sentença deve-se colocar “do processo no ”. 
 
(3): Se o crime for de menor potencial ofensivo, o fundamento dos embargos, tanto de sentença
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quanto de acórdão, será o artigo 83 da lei 9.099/95. Nos demais casos, quando os embargos 
forem opostos de sentença o fundamento legal será o artigo 382 do Código de Processo 
Penal. 
 
 
13. EMBARGOS INFRINGENTES (OU DE NULIDADE) 
 
 
................................................................................................................. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO No DA 
 CÂMARA CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE 
(1), 
 
Pular 10 linhas ......................................................................................... 
 
“A”, já qualificado nos autos da apelação no , (2) por seu 
advogado que esta subscreve, não se conformando com o venerando acórdão que, por votação não 
unânime, negou provimento ao recurso, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do 
prazo legal, opor 
 
EMBARGOS INFRINGENTES (3) 
 
com fundamento do art. 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal. 
 
 
inclusas razões. 
Requer seja recebido e processado o presente recurso, com as 
 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data).
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
RAZÕES DE 
EMBARGOS INFRINGENTES: 
EMBARGANTE: “A” 
EMBARGADA: Justiça Pública 
APELAÇÃO No (4) 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, (5) 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça, 
 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico da Colenda Câmara Criminal 
deste Egrégio Tribunal de Justiça, impõe-se a reforma do venerando acórdão, pelas razões de fato e
30 
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de direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
“A”, ora Embargante, foi condenado à pena de 2 (dois) anos de 
reclusão, por ter subtraído, para si, cinco canetas esferográficas, avaliadas em R$ 5,00 cinco reais. 
 
O Embargante interpôs recurso de apelação, tendo a Colenda 
Câmara, por maioria de votos, negado provimento ao recurso. 
 
O voto vencido entendeu que a pena aplicada ao Embargante deveria 
ser de 8 (oito) meses de detenção, em razão do disposto no artigo 155, § 2o, do Código Penal que leva 
em conta a primariedade do agente e o pequeno valor da coisa furtada. 
 
 
 
 
vencido. 
II – DO DIREITO 
 
Assiste razão ao Meritíssimo Desembargador que proferiu o voto 
 
 
Com efeito, o artigo 155,§ 2o, do Código Penal preceitua que: 
 
“Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz 
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um 
a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.”
 
No caso em tela, faz jus o Embargante ao benefício do supracitado 
dispositivo, em face de sua primariedade e também de ser a coisa furtada de pequeno valor, isto é, de 
apenas R$ 5,00 (cinco reais). 
 
Nessa linha, o mestre E. Magalhães Noronha ensina que: 
 
“Pequeno valor é o que corresponde ao de um salário mínimo ou 
menos, na época do fato (...)” (Direito Penal, vol 2, Ed Saraiva 31ª 
edição, pag. 236). 
 
Ademais, oportuno é o magistério do culto Celso Delmanto ao 
interpretar o disposto no §2o, do art. 155 do Código Penal: 
 
“Embora a lei empregue o verbo poder, a substituição, redução ou 
alternatividade da punição, prevista neste § 2o, não fica ao arbítrio do 
juiz. Se este não reconhece a primariedade ou o pequeno valor, 
negará o privilégio. Entretanto, se considera comprovados os dois 
requisitos não pode o magistrado deixar de concedê-lo, pois 
preenchidas as condições que o §2o prevê, este constitui direito 
público subjetivo do agente”. (Código Penal Comentado, 5ª edição, 
pág. 314) 
 
Nesse mesmo sentido, é o entendimento da jurisprudência pátria: 
“Ainda que o art. 155, § 2o, do CP se utilize do verbo ‘poder’ (“o juiz 
pode substituir a pena...”), é de toda evidência que não se trata de 
mera faculdade. Vige no Direito Penal o princípio da legalidade ou 
taxatividade, segundo o qual as restrições à liberdade humana devem
31 
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ser expressas de maneira clara.” (TACRIM SP RT 566/339) 
 
“Estando presentes os requisitos que a lei pede, a aplicação do §2o do 
art. 155 é direito subjetivo do réu.” (TACRIM-SP, RT 722/478) 
 
Portanto, com fundamento na nossa legislação e no entendimento 
doutrinário e jurisprudencial, é direito subjetivo do Embargante a aplicação do disposto no art. 155, § 
2o, do Código Penal, uma vez que é primário e a coisa furtada não alcançou o valor de um salário 
mínimo, sendo assim considerada de pequeno valor. 
 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, 
acolhendo-se o voto vencido e reduzindo-se a pena a oito meses de detenção, como medida de inteira 
Justiça. 
 
(local e data). 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
(1): Os embargos infringentes e os embargos de nulidade devem ser endereçados ao relator do 
acórdão embargado.Se o crime fosse de competência da Justiça Federal, o endereçamento 
seria: “Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Acórdão n. da Turma 
do Egrégio Tribunal Regional Federal da Região.” 
 
(2): Podem ser opostos embargos infringentes e de nulidade de acórdão proferido em julgamento de 
recurso em sentido estrito e agravo em execução. 
(3): Nesse caso, são embargos infringentes, pois a divergência versa sobre matéria de mérito 
(alteração na classificação do delito de furto simples para furto privilegiado.) Caso se tratasse 
de matéria processual, o nome do recurso seria “embargos de nulidade”. 
(4): Idem item 2 
 
(5): Idem item 1. Lembrar que se os embargos forem julgados pelo Tribunal Regional Federal, a 
saudação deve ser feita da seguinte forma: 
 
“Egrégio Tribunal Regional Federal 
Colenda Turma 
Douto Procurador da República” 
 
14. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA 
 
 
................................................................................................................. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 
COMARCA DE . (1), 
 
Pular 10 linhas ......................................................................................... 
VARA CRIMINAL DA
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Paulo, já qualificado nos autos do processo crime no , que 
lhe move a Justiça Pública (2), por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, opor 
 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DESSE D. JUÍZO 
 
com fulcro nos artigos 95, inciso II, e 108, ambos do Código de Processo Penal, pelas razões de 
fato e de direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
O Excipiente, vendedor da relojoaria “X”, está sendo processado como 
incurso nas penas do artigo 155, §2o, II, do Código Penal, porque, supostamente, teria subtraído, 
mediante abuso de confiança de seu patrão, uma jóia da relojoaria onde trabalha. 
 
Ocorre que a relojoaria situa-se na Rua , no centro da 
cidade “X”, e o Acusado está sendo processado na cidade “Y”, onde fixou domicílio. 
 
II – DO DIREITO 
 
Com efeito, o artigo 70 do Código de Processo Penal preceitua que: 
 
“A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se 
consuma a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for 
praticado o último ato de execução.” 
 
Dessa forma, no caso em tela, se tivesse ocorrido o crime de furto, o 
que se afirma apenas a título de argumentação, a sua consumação teria ocorrido no momento em que 
o objeto fosse tirado da esfera de disponibilidade da vítima, ou seja, no momento em que o agente, 
ainda que por breve espaço de tempo, conseguisse ter a posse tranqüila da “res furtiva”. 
 
Logo, o furto, na hipótese, teria se consumado quando o Acusado 
estivesse na relojoaria, ou, no mínimo, na cidade “X”, sendo esta a comarca competente para o 
processamento da presente ação, e não a comarca “Y”. 
 
Nesse sentido, vejam-se as lapidares considerações do ilustre 
professor Victor Eduardo Rios Gonçalves: 
 
“Há casos, entretanto, em que o furto deve ser reconhecido como 
consumado ainda que o ladrão e o bem permaneçam no âmbito 
patrimonial do lesado. É, por exemplo, o caso de empregada doméstica 
que se apodera de uma jóia da patroa e a esconde em um local da casa, 
para depois, sem despertar suspeitas, transportá-la para outro lugar. 
Neste caso, ainda que a jóia seja recuperada antes de ser tirada da 
casa, é necessário que se reconheça que desapareceu, por parte da 
vítima, mesmo que momentaneamente, a possibilidade de exercer seu 
poder de livre disposição sobre a coisa, e o crime, portanto, se 
consumou.” (Dos Crimes contra o Patrimônio, Editora Saraiva, 5 edição, 
vol. 9, pág. 7) 
 
Convém salientar, ademais, que se trata, no caso, de incompetência 
relativa que deve ser alegada no momento oportuno, sob pena de preclusão.
33 
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Nesse diapasão, é o entendimento da jurisprudência pátria: 
“Competência – Definição em razão do lugar da infração – Inobservância 
que deve ser excepcionada desde logo, quando da apresentação da 
defesa prévia, sob pena de preclusão – Prorrogação da competência que 
se impõe na ausência de declinatória suscitada pelos interessados (...)” ( 
TJCE – RT 770/621) 
 
“Só a incompetência absoluta é que pode ser arguida em qualquer 
tempo e instância, devendo ser declarada pelo juiz “ex officio”. A 
incompetência ‘racione loci’ deve ser arguida oportunamente e de forma 
hábil” (TJSP- RT 565/310) 
 
III – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer, após ouvido o representante do Ministério 
Público, seja acolhida a presente exceção, determinando-se o encaminhamento do feito ao Juízo 
competente, como medida de inteira justiça. 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
(local e data) 
 
advogado – OAB no 
 
 
................................................................................................................. 
 
(1): Outros endereçamentos possíveis da exceção de incompetência são: 
 
– se a infração for de menor potencial ofensivo: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito 
do Juizado Especial Criminal da Comarca de ” 
– se o crime for da competência da Justiça Federal: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal 
da Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ” 
– se o crime for da competência do júri: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do 
Tribunal do Júri da Comarca de ” 
(2): Se a ação fosse privada deveria ser mencionado no nome da parte contrária. 
 
 
15. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO 
 
 
................................................................................................................. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 
COMARCA DE . (1) 
 
Pular 10 linhas ......................................................................................... 
VARA CRIMINAL DA
 
“A”, já qualificado nos autos do processo crime no , que lhe 
move “B”, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
34 
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opor 
 
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO 
 
com fulcro nos artigos 95, inciso I e seguintes, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de 
direito a seguir expostas: 
 
I – DOS FATOS 
 
O Excipiente está sendo processado pelo crime de calúnia, previsto no 
artigo 138, combinado com 141, III, ambos do Código Penal, porque supostamente teria ofendido a 
honra de “B”. 
 
Ocorre que “B” é juiz de direito e está julgando um processo em que a 
cônjuge de Vossa Excelência figura como uma das partes, razão pela qual Vossa Excelência é tida por 
suspeita. 
 
 
 
 
preceitua que: 
II – DO DIREITO 
 
Com efeito, o artigo 254, inciso III, do Código de Processo Penal, 
 
 
“O juiz dar-se-á por suspeito e, se não o fizer, poderá ser recusado por 
qualquer das partes: ... 
 
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o 
terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder o processo 
que tenha de ser julgado por qualquer das partes.”
 
Dessa forma, a suspeição é evidente quando configurada uma das 
hipóteses do supracitado dispositivo. 
 
No caso em tela, conforme já mencionado, a cônjuge de Vossa 
Excelência está respondendo processo que será julgado pelo suposto ofendido “B”, o qual figura, no 
presente processo, como parte contrária. 
 
 
ensinar que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
exceção de suspeição. 
Nesse sentido, pertinente é a lição do ilustre

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