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16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/15 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAL AULA 4 Prof. Luciano Furtado C. Francisco 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/15 Conversa inicial Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta aula, vamos estudar a forma como os sistemas de informação na atualidade disponibilizam os dados e informações de que precisamos para nossas atividades e para as tomadas de decisão. Trata-se dos bancos de dados. Aliás, um termo que praticamente caiu no uso popular, desde que a tecnologia da informação se inseriu definitivamente como uma ferramenta de trabalho e também de uso pessoal, com a abertura da internet comercial, nos anos 1990. Muitas pessoas até mesmo chamam os sistemas de informação de banco de dados. Pelo termo banco de dados, você já deve concluir que se trata de um repositório de dados, usados pelos sistemas de informação. É isso mesmo, são lugares onde os dados são guardados, a fim de serem usados pelos sistemas de informação. Estes seriam inúteis sem os bancos de dados, e vice- versa. Então, vamos entender nesta aula os aspectos principais dos bancos de dados. Veremos que se trata de um software. Mas um software, digamos, especial. Isso porque ele se acopla a outros softwares, os próprios sistemas de informação. E como todo software, vamos conhecer seus padrões, seus tipos, a linguagem básica que utilizam e alguns outros aspectos técnicos dos softwares de bancos de dados. Ao final, vamos estudar sobre a implantação de sistemas de informação e por que uma boa implantação depende de uma boa arquitetura de banco de dados. A ligação entre a parte técnica e a questão gerencial. Convidamos você a nos acompanhar em mais uma aula e desejando sempre um ótimo estudo! CONTEXTUALIZANDO É bem possível que você conheça – ou até mesmo trabalhe ou já tenha trabalhado – em empresas pequenas ou médias que não tinham sistemas de informação mais elaborados. O gerenciamento das informações é feito sobretudo por meio de planilhas eletrônicas, em geral o MS- 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/15 Excel ou no máximo com sistemas de banco de dados simples, como o MS-Access, principalmente as informações financeiras. Um dos objetivos permanentes de toda empresa é crescer. Quando esse crescimento começa a acontecer, a gestão de informações com planilhas passa a se tornar mais difícil. A velha história de que “é arcaico, mas funciona” começa gradualmente a perder sentido com o crescimento da organização. Intuitivamente, todos começam a perceber que as planilhas já não são suficientes. Todavia, não é apenas na fase de crescimento que a falta de sistemas de informação mais robustos pode ser prejudicial à empresa. Existem outros fatores que contribuem para a perda de eficácia organizacional, quando se trabalha apenas com planilhas, em qualquer estágio da organização. Quais seriam esses fatores? Ao seu ver, essa etapa de gestão de informação via planilhas poderia ser eliminada da empresa, mesmo nas menores? E como isso poderia ser feito, quais as ações necessárias? Reflita e pesquise sobre esse assunto! TEMA 1 – BANCO DE DADOS E SISTEMA GERENCIADOR DE BANCO DE DADOS Importante entendermos que, quando falamos em bancos de dados, podemos nos referir ao próprio banco de dados ou aos seus sistemas gerenciadores. Dois conceitos diferentes. Portanto, vamos iniciar com o mais básico deles, o banco de dados. 1.1 BANCO DE DADOS De acordo com O’Brien (2004, p.136), um banco de dados é “um conjunto integrado de elementos de dados relacionados logicamente”. Já para Rezende e Abreu (2000, p. 209), banco de dados “é uma coleção de dados organizada como num arquivo convencional”. Estes autores vão um pouco além, afirmando que o banco de dados armazena e manuseia os dados a fim de que sejam transformados em informação. 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/15 Vemos que as duas definições são complementares, elas nos informam que os dados de um banco de dados são relacionados, de uma forma lógica, como se fosse um arquivo organizado. Repare que eles enfatizam os termos relação, lógica e organização. De acordo com Eleutério (2015, p. 80), “um sistema de informação dedica a maior parte do seu processamento ao armazenamento e à recuperação de dados”. Assim, o banco de dados deve manter as informações seguras e consistentes. O banco de dados é, enfim, o “coração” de um sistema de informação gerencial. Podemos comparar um BD com elementos da nossa vida cotidiana: um fichário médico, uma agenda telefônica, um sumário de um livro. São todas coleções organizadas de dados. E como é, basicamente, a comunicação do sistema de informação com o banco de dados? Essa conversa se dá por meio de uma linguagem especial de computação: o SQL – Structured Query Language, em português linguagem estruturada de consultas. Os softwares se utilizam desta linguagem para consultar, incluir, alterar ou excluir dados no banco. Quando um usuário do SIG faz uma destas operações sobre um dado, o sistema envia uma requisição (consulta, inclusão, alteração ou exclusão) em linguagem SQL ao banco de dados e este faz um processamento interno chamado transação de dados. O resultado dessa transação é enviado ao SIG, que então a exibe ao usuário. Essa operação é visualizada na figura a seguir. Figura 1 – Interação do software com o banco de dados Fonte: Eleutério, 2015, p. 80. Saiba mais 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/15 Veja no vídeo a seguir uma explicação contextualizada do funcionamento de um banco de dados. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=fWa0WYUHPr8>. Acesso em: 29 mai. 2020. Mas ainda há mais um elemento nesse cenário: o SGBD – Sistema Gerenciador de Banco de Dados. Vamos conhecer. 1.2 SISTEMA GERENCIADOR DE BANCO DE DADOS Vimos que os sistemas de informação acessam os dados de um BD para suas operações e os manuseiam. Mas há um elemento intermediário: o SGBD, o Sistema Gerenciador de Banco de Dados. Mas qual a diferença entre ele e o SGBD e qual sua função? Podemos dizer que o banco de dados são tabelas que contêm os dados. Quase um elemento “estático”. O SGBD é um software que gerencia, como seu nome diz, esse acesso do sistema de informação ao banco de dados. Ele tem por função garantir que o banco fique íntegro e não tenha erros nos dados. Entre suas funções principais estão: Controle de redundância: evita que haja duplicatas de dados no banco; por exemplo, duas pessoas com o mesmo CPF. Compartilhamento de dados: gerencia o acesso de mais de um usuário ao mesmo dado; exemplo: bloqueia um assento do avião no momento de compra da passagem, para evitar que duas pessoas comprem um mesmo assento. Controle de acesso: gerencia quem pode acessar um dado e o nível de acesso; por exemplo, dados de vendas só podem ser vistos por funcionários da área financeira e seus superiores. Restrição de integridade: deve garantir os formatos dos dados no banco; por exemplo, o campo de salário da tabela de funcionários deve gravar apenas números com duas casas decimais Saiba mais Veja no link a seguir os SGBD principais no mercado e algumas de suas características. Disponível <http://nerdotech.com/5-melhores-bancos-de-dados-da-atualidade/>. Acesso em: 29 mai. 2020. https://www.youtube.com/watch?v=fWa0WYUHPr8 http://nerdotech.com/5-melhores-bancos-de-dados-da-atualidade/ 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/15 TEMA 2 – TIPOS DE BANCOS DE DADOS Os bancos de dados possuem uma arquitetura para organizar seus dados e a relação entre eles. Veremos ainda nesta aula o mais usual, o modelo relacional. Mas existem outros tipos usados ainda em muitas empresas. Importante entender essas arquiteturas. Vamos ver quais são. 2.1 HIERÁRQUICO Uma das formas mais antigas de bancos de dados, ainda usada emcomputadores de grande porte. A estrutura de dados é em árvore, os dados são acessados do “pai” para os “filhos”. Para se conhecer um dado, deve-se navegar dos seus antecessores até chegar no dado desejado. Por exemplo, os dados de um funcionário são acessados somente se acessarmos seu departamento e setor antes. Veja outro exemplo de banco hierárquico, na figura a seguir: Figura 2 – Exemplo de estrutura de banco de dados hierárquico O exemplo acima é de um banco hipotético de estoque de uma loja de roupas. Para cada registro-pai (calça, camiseta, camisa), existe um registro-filho (os tamanhos, P, M e G). A principal desvantagem desse modelo é que se o sistema precisa acessar todas as roupas de tamanho M, por exemplo, deve percorrer todos os registros-pai de M. Caso queira fazer uma alteração nos tamanhos, deve percorrer toda a estrutura. Há redundância de informações. 2.2 REDE 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/15 Parecido com os bancos hierárquicos, no entanto, parece mais com uma teia de aranha do que uma hierarquia de registros. Surgiram para resolver a desvantagem de acesso dos bancos hierárquicos. Os dados-filhos são chamados de membros e os dados-pai de proprietários. Diferente do tipo hierárquico, um filho pode ter mais de um pai. Também usado em computadores de grande porte, surgiu na década de 1970. Vejamos um exemplo do estoque de roupas, agora em rede: Figura 3 – Exemplo de estrutura de banco de dados em rede Nesse modelo, repare que cada registro-filho é independente, podendo se ligar a qualquer registro-pai. Isso evita a redundância de informações. Assim, é preciso existir “ponteiros” que fazem a ligação entre os registros. 2.3 BANCO DE DADOS NÃO-RELACIONAL Surgido no final dos anos 1990, na esteira da popularização da internet. Seu conceito é de não ter um relacionamento muito rígido entre as tabelas de dados (como os bancos relacionais) e assim ser mais rápido. Também trabalha com dados de vários tipos: imagens, tabelas, sons. Muito usado em sistemas de buscas (Google) e redes sociais. O mais conhecido desses bancos é o NoSql. Saiba mais Conheça o funcionamento dos bancos de dados do Facebook, a maior rede social do mundo. Disponível em: <https://tecnoblog.net/154119/facebook-webscalesql-versao-mysql-bas es-de-dados-grandes/>. Acesso em: 29 mai. 2020. No entanto, o tipo mais usado em sistemas de informação é o modelo relacional, nosso assunto a seguir. https://tecnoblog.net/154119/facebook-webscalesql-versao-mysql-bases-de-dados-grandes/ 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/15 TEMA 3 – BANCOS DE DADOS RELACIONAIS Os bancos relacionais são os mais utilizados em sistemas de informação. Ele é assim chamado porque os dados estão armazenados em tabelas que se relacionam usando campos comuns entre elas (chamados de campos-chaves). Eles são bem mais flexíveis que os outros tipos que vimos acima, mais fáceis de manter e mais estáveis. A estrutura de um banco de dados relacional é parecida com uma tabela de Excel. Imagine uma planilha de clientes, em que cada linha representa um cliente e cada coluna representa os dados dos clientes, como CPF, nome, data de nascimento e assim por diante. A estrutura de uma tabela de clientes em um banco relacional é bem similar, apenas que no banco de dados, cada cliente é chamado de registro ou tupla e cada coluna de atributo ou campo. Vamos entender como funcionam esses elementos. 3.1 CAMPOS-CHAVE Veja a figura abaixo, que representa um banco de dados de um sistema de informação que trata de pedidos: Figura 4 – Relacionamento um para vários entre as tabelas clientes e pedidos Fonte: Batistti [S. d.]. 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/15 Em um banco de dados tipo relacional, os dados são armazenados em tabelas. Na figura acima, existem duas tabelas, clientes e pedidos. Cada uma guarda informações destas duas entidades. Repare que existem campos em cada tabela para guardar as informações. O sistema de informação se comunica com o SGBD, que faz a manipulação dos dados nestas tabelas. Por meio da interface do sistema, um usuário pode criar, alterar, consultar ou excluir registros de clientes ou pedidos (dependendo do nível de acesso do usuário, definido quando o sistema é construído). Observe também que existem dois campos em negrito, são os campos-chaves. Estes campos guardam informação que identificam um único cliente ou pedido no banco de dados. No caso, só pode haver um cliente cujo campo CodigoDoCliente seja 1 e um único pedido cujo campo NumeroDoPedido seja, digamos, 100. Essa integridade e suas regras são garantidas pelo SGBD, na sua construção. Os campos-chaves também são chamados de chaves primárias. 3.2 RELACIONAMENTO ENTRE TABELAS Por fim, repare que há uma linha conectando as duas tabelas. Essa linha define o relacionamento entre tais tabelas, ou seja, banco de dados entende que cliente se relaciona com pedido (e é isso mesmo no mundo real). Note também que tem o número 1 no lado da tabela do cliente e o símbolo de infinito no lado da tabela de pedidos. Essa notação quer dizer que “um ciente pode ter uma quantidade infinita de pedidos” e “um pedido se refere a somente um cliente” (novamente reproduz as regras do mundo real). Quem define esses desenhos, regras e relacionamentos? Na construção de um sistema, o analista de sistemas ou negócios levanta essas regras com os usuários. Depois passa para os analistas de banco de dados e programadores. Estes implementam o desenho do banco (suas tabelas, campos e relacionamentos) no SGBD e no desenvolvimento do próprio sistema, que deve reproduzir aquilo que existe no mundo real e no contexto de negócios da organização. Saiba mais Veja no artigo a seguir os demais tipos de relacionamentos entre tabelas de bancos de dados. Disponível em: <https://www.diegomacedo.com.br/relacionamentos-em-um-banco-de-d ados/>. Acesso em: 29 mai. 2020. https://www.diegomacedo.com.br/relacionamentos-em-um-banco-de-dados/ 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/15 TEMA 4 – SQL – CONSULTANDO DADOS Já mencionamos aqui sobre a linguagem SQL – Structured Query Language (linguagem estruturada de consulta). Esta linguagem foi criada pela IBM na década de 1970, e sua flexibilidade e facilidade de uso a tornaram um padrão para os SGBD e sistemas de informação; todos os SGBD relacionais usam esse padrão, com algumas pequenas adaptações conforme o SGBD. Como toda linguagem de programação, ela é estruturada em comandos. Os principais comandos do SQL são: Select (selecionar): seleciona um registro de uma tabela com base em um campo, por exemplo: Select * from CLIENTE where ‘CPF’ = ‘199.736.540-56’; ao fazer esse comando, o BD retornará o cliente que tenha o CPF acima. Insert (inserção): usado para criar um registro em uma tabela do banco de dados. Update (atualizar): este comando altera um registro em um banco de dados. Delete (excluir): comando que exclui um registro do banco, deve ser usado com cuidado para não deletar todos os registros de uma tabela. Claro que existem vários outros comandos no SQL, para os mais diversos fins. Os comandos acima são os principais. É uma linguagem bastante poderosa, com muitos recursos. E como os sistemas de informação usam a linguagem SQL? É uma tarefa para os desenvolvedores. Mas, em resumo, ao construir um sistema eles usam duas linguagens: a linguagem do sistema, que implementa os controles de tela, fluxos de ações, contas aritméticas e regras de negócio; e o SQL, em pontos onde é necessário a interação do sistema com o SGBD e o BD. Assim, se abrirmos um código-fonte de um sistema, veremos comandos dessas duas linguagens. Dessa forma, é transparente para os usuários, o SQL é executado dentro do SI, sem que ele perceba. É possível mexer no banco de dados “pulando” o sistema? Sim, os SGBD possuem interfaces pelas quais é possível usar a linguagem SQL diretamenteno banco, sem considerar qualquer sistema. Mas é uma prerrogativa somente para os profissionais de TI, que devem se valer disso apenas em situações bem específicas. Isso porque nesses casos estão lidando com os dados usados pelos colaboradores da empresa para suas atividades. Curiosidade: as linguagens de programação mais comuns para sistemas, hoje em dia, são o C++, o Java e o PhP; há outras também populares como o 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/15 Python e o Go; e ainda há as linguagens de interface (que lidam com os controles de tela), como o JavaScript, Angular e o HTML, de construção de páginas web. TEMA 5 – IMPORTÂNCIA DO BANCO DE DADOS Hoje em dia, os sistemas de informação estão por toda parte, sendo a base para praticamente todas as atividades, na empresa e mesmo em nossa vida pessoal. No trabalho, as pessoas das áreas administrativas têm em sua mesa um computador e acessam os mais diversos sistemas de informação. Mesmo nas áreas operacionais é comum que os profissionais acessem as informações por meio de computadores, tablets e celulares. A internet deixou todo esse cenário ainda mais exponencial. Todos os dias os sites de busca processam bilhões de buscas e para dar a resposta têm de ter bancos de dados enormes, ligados a sistemas com altíssimo poder de processamento. A IoT (Internet Of Things – internet das coisas) já é uma realidade, fazendo com que objetos estejam conectados à web, enviando e recebendo informações, portanto usando algum tipo de sistema de informação. A quantidade de dados e transações tende a ser gigantesca. Assim, os bancos de dados são submetidos à enormes cargas de processamento. Muitos usuários acessando estes dados ao mesmo tempo requerem que os SGBD usem eficiente mecanismo de gestão de concorrência de acesso (abordamos isso antes, nos exemplos de compra de passagem de avião). Existem sistemas 24x7, isto é, não podem parar e ter erros, como sistemas de controle aéreo, de lojas virtuais e de usinas de energia. Dessa forma a construção do banco de dados deve levar em conta alguns fatores importantes, vamos entendê-los. 5.1 MODELAGEM DE DADOS O início da construção de um banco de dados começa com a modelagem de dados. Essa modelagem é um desenho do banco, na qual se determina como os dados são armazenados, quais os campos de cada tabela, suas chaves, que relacionamento deverá haver entre as tabelas e outros aspectos. 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/15 Aqui a ideia é de projeto, de desenho mesmo. Antes de implementar o banco fisicamente. Pois um projeto bem-feito reduz muito a possibilidade de problemas quando o sistema começar a sua operação. Curiosidade: o trabalho de modelagem de dados é normalmente feito por um profissional chamado database administrator ou DBA (administrador do banco de dados); ele levanta as informações necessárias ao sistema, quais as consultas mais frequentes e os relatórios necessários. Um dos resultados do trabalho de modelagem, é o desenho do banco ou o modelo de dados. Veja a seguir um exemplo: Figura 4 – Modelo de dados Usamos acima o mesmo exemplo do banco de dados de roupas que vimos antes, só que agora num banco de dados relacional. Repare que há uma tabela apenas para tamanhos de roupas – onde se cadastram os tipos P, M e G (e outros tantos que se queira) e outra para tipo de roupa – camisas, calças, sapatos, vestidos etc. E uma tabela que liga as duas, onde há as chaves das tabelas de tamanho e roupas, além do fornecedor e da marca. Assim, se eu quiser saber quais as marcas e os fornecedores de “camisas – P”, tenho de pesquisar apenas nessa tabela, filtrando pelos códigos de tamanho P, pelo código que indica os tipos de roupa camisas (estes dados vem das suas respectivas tabelas) e verei quais os fornecedores e marcas deste tipo de roupa e tamanho. Bem mais rápido e intuitivo que os demais modelos de bancos (rede e hierárquico). Não à toa, o modelo relacional se tornou um padrão para bancos de dados. 5.2 ASPECTOS A CONSIDERAR NA MODELAGEM DE DADOS O trabalho de modelagem de dados – o desenho do banco – é conduzido pelo analista de sistemas ou de banco de dados, em conjunto com os usuários do sistema. Nesse trabalho, os 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/15 analistas traduzem os requisitos dos usuários no desenho (ou modelo do banco), vistos nos exemplos acima. Os principais aspectos a levar em conta nesse trabalho são: Quais informações serão tratadas? Isso determina as tabelas e campos das tabelas. Que campos serão os campos-chaves? Quais campos de cada tabela serão de preenchimento obrigatório e quais serão opcionais? Exemplo: em uma tabela de clientes, o nome é de preenchimento obrigatório, já um campo de observações, não. Quais os relacionamentos entre as tabelas? Por exemplo, em um sistema de RH, a tabela de departamentos tem relacionamento com a tabela de funcionários, de um-para-n, isto é, um departamento pode ter de um até n funcionários. Qual a quantidade de n em alguns relacionamentos um-para-n? Em alguns casos, pode ser infinito. Em outros, pode haver um limite, por exemplo, uma pessoa pode cadastrar até dois dependentes (sistema de RH ou de um clube). Repare que são levantamentos que procuram entender as regras de negócio da organização. Cada empresa ou ramo de atividade tem as suas peculiaridades. O sistema de informação sempre deve respeitar essas regras, de modo que o banco de dados represente as situações do mundo real. Depois de feitos esses levantamentos e desenhado o modelo do banco de dados, os desenvolvedores e analistas vão implementar esses requisitos no banco de dados e nos sistemas. Eles irão usar recursos técnicos que privilegiem não apenas o atendimento dessas regras, mas elementos como estabilidade do sistema (sistema o máximo tempo possível no ar), escalabilidade (arquitetura que permita crescimento de volume de dados e novas regras), facilidade de manutenção, além de mecanismos de segurança e integridade do banco de dados. TROCANDO IDEIAS É comum que em projetos de sistemas existam pressões por parte dos usuários para que o sistema seja implantado no tempo mais rápido possível. Em certos casos essa pressão vem da alta gestão da empresa, sendo contraditória com as boas práticas de projetos e planejamento. Você já vivenciou uma situação desse tipo? Se sim, comente os efeitos e outros aspectos que observou. 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/15 Emita sua opinião e debata com seus colegas no fórum de seu ambiente virtual! NA PRÁTICA Uma cadeia de lojas de departamentos decidiu desenvolver internamente uma plataforma de e- commerce para sua nova loja virtual. Lembrando que a plataforma é essencialmente o sistema de informações na internet responsável pela exibição de produtos, permitindo que visitantes que acessem esse site comprem online tais itens. O sistema deve ser de tal forma que: Exiba os produtos divididos em categorias (departamentos) Ao clicar sobre um produto na lista de um departamento, é aberta uma página de informações detalhadas desse produto O visitante possa incluir produtos em um “carrinho de compras virtual” O visitante possa acessar uma página de check-out, a partir da qual ele possa escolher um frete – baseado em seu preço e prazo de envio – um meio de pagamento e fechar o pedido. Para fazer compras, os visitantes devem se cadastrar no sistema da loja virtual. Baseado nestas informações, pense como seria a modelagem de dados para esse sistema e qual seria o tipo de banco de dados mais adequado. Faça um rascunho do desenho deste banco, com as tabelas e campos necessários, bem como os relacionamentos entre elas. FINALIZANDO Caro aluno, nessa aula tratamos de um elemento fundamental para os sistemas de informação atuais, que são todos informatizados: os bancos de dados. Pudemos ter uma visão de como os dados são armazenadose gerenciados usando a tecnologia, assim como a diferença entre banco de dados (os dados propriamente ditos) e o sistema gerenciador de banco de dados (SGBD, que controla o acesso do sistema de informação ao banco de dados). Vimos também que existem vários tipos – ou arquiteturas - de bancos de dados: hierárquico, rede, relacional e NoSql, sendo que o mais usado em sistemas de informação é o modelo relacional, que como o nome sugere, baseia-se em tabelas relacionadas entre si. 16/12/2021 16:40 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/15 Na sequência, entendemos um pouco da linguagem SQL – Structured Query Language (linguagem estruturada de consulta), que é o padrão de consulta em bancos de dados relacionais e como essa linguagem é usada pelos sistemas de informação. E, por fim, vimos a importância dos bancos de dados no mundo atual, que é baseado em dados e informações presentes no meio digital. Estudamos a modelagem de dados e porque ela é uma etapa importante na concepção de sistemas de informação eficientes. Esperamos que tenha gostado. E até nossa próxima aula! REFERÊNCIAS BATTISTI, J. O modelo relacional de dados - parte 2. Julio Battisti. [s. d.]. Disponível em: <https://www.juliobattisti.com.br/artigos/office/modelorelacional_p2.asp>. Acesso em: 29 mai. 2020. ELEUTÉRIO, M. A. M. Sistemas de informações gerenciais na atualidade. Curitiba: InterSaberes, 2015. O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da internet. São Paulo: Saraiva, 2004. REZENDE, D. A.; ABREU, A. F. Tecnologia da informação aplicada a sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas de informação nas empresas. São Paulo: Atlas, 2000.
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