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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE O mais importante a ter em mente quando se fala em reabilitação de danos ou disfunção cerebral na infância, é que o cérebro é um sistema em constante desenvolvimento, e pode vir a apresentar uma capacidade de adaptação espetacular. Para isso, o papel do neuropsicólogo é essencial, uma vez que o seu conhecimento do desenvolvimento do cérebro e manifestações de dano ou disfunção cerebral, oferece às crianças a oportunidade de serem beneficiadas por um programa de reabilitação, que pode levar à aquisição de habilidades cognitivas, manipulativas, linguísticas, vísuo-espaciais, o que não viriam a adquirir sem ajuda especializada. A Reabilitação Neuropsicológica é responsável pelo tratamento de dificuldades cognitivas, comportamentais, emocionais ou adaptativas da criança ou adolescente. A intervenção neuropsicológica, portanto, caracteriza-se por seguir uma abordagem global, que compreendem as dificuldades cognitivas, comportamentais e emocionais, bem como a situação familiar, escolar e social da criança ou adolescente. O objetivo final da Reabilitação Neuropsicológica da Criança e do Adolescente busca reduzir a diferença entre as habilidades deles e as demandas atuais de seu ambiente, para alcançar o melhor nível de qualidade de vida. Palavras-chave: reabilitação; neuropsicologia; criança e adolescente. RECUPERAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA ADULTO E INFANTIL Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................3 CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NOS TRANSTORNOS, PSIQUIÁTRICOS, NEUROLÓGICOS E NEUROPSIQUIÁTRICOS ....................................................................................................................................................5 1.1 A neurorreabilitação cognitiva: a música como instrumento ..............................5 1.2 Funções cerebrais.................................................................................................. 12 CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E O DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA............................... 21 2.1 Planejamento de um Programa de Reabilitação Neuropsicológica............... 21 2.2 Técnicas e estratégias........................................................................................... 31 2.3 Escola filosófica neuropsicológica ....................................................................... 32 CAPÍTULO 3 – INSTRUMENTOS DE AUXÍLIO NA IDENTIFICAÇÃO, DESENHO, ELABORAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DOS PROGRAMAS ........................................ 37 3.1 Avalição neuropsicológica como instrumento ................................................... 37 3.2 Instrumentos de medição de inteligência e habilidades .................................. 47 REFERENCIAS..................................................................................................................... 55 3 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO O neuropsicólogo infantil é responsável pelo estudo do comportamento da criança através do cérebro. Para a criança, sua vida diária está centrada na aprendizagem e no desenvolvimento do novo motor, habilidades sensoriais, cognitivas e sociais. Os danos no Sistema Nervoso Central (SNC) têm um efeito negativo sobre a sua capacidade de adquirir e consolidar conhecimentos. É essencial conhecer os efeitos do dano cerebral e da plasticidade, para entender como a criança amadurece e, também, entender o desenvolvimento normal, para poder evoluir no conhecimento do desenvolvimento alterado. O neuropsicólogo, sabendo como agir, escolherá quais modelos de intervenção serão os necessários para iniciar a sua atividade profissional. O neuropsicólogo infantil se encarrega do estudo do comportamento da criança através de seu cérebro, o estudo da deficiência do cérebro causada por um ataque ao sistema nervoso em uma idade precoce. Isso é essencial para saber que o cérebro da criança não é uma réplica do cérebro adulto em miniatura, mas um cérebro em desenvolvimento contínuo, crescente, por vezes estonteante, e sujeito a inúmeras modificações e conexões devido à contínua estimulação que fornece o ambiente em que se desenvolve. Os danos cerebrais das crianças podem ocorrer em diferentes momentos, de modo que suas repercussões também podem ser muito diferentes: durante a gravidez, durante o período perinatal ou durante a infância. Elas também podem ser: Malformações cerebrais, devido a alterações no desenvolvimento cerebral embrionário: por exemplo, hidrocefalia. Distúrbios com base neurológica com ou sem dano cerebral demonstrável: dificuldades neuropsicológicas de aprendizagem (dislexia, dislalia, disgrafia, doenças não-verbal de aprendizagem etc.), distúrbios de linguagem (disfagia), transtorno de déficit de atenção com ou sem hiperatividade, distúrbios psicomotores, transtornos invasivos do desenvolvimento de aprendizagem, crianças com baixo peso ao nascer. Transtornos devido à evidentes danos cerebrais neurologicamente baseados em: traumatismos cranianos, acidentes vasculares cerebrais 4 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. tipo perinatal anóxica-isquêmica ou adquiridas, epilepsias sintomáticas etc. Desse modo, o neuropsicólogo da criança deve conhecer o desenvolvimento normal e o patológico do SNC para poder atuar sobre as possíveis alterações cognitivas decorrentes de danos cerebrais, como: memória, linguagem, habilidades motoras, atenção, visuo-percepção, impulsividade, hiperatividade. Assim, são lançadas uma série de atividades destinadas a aumentar a estimulação, a fim de tentar compensar os déficits em áreas cognitivas nas crianças em risco de desenvolvimento atípico, compreendendo: o raciocínio, a lateralidade, as habilidades motoras finas e as habilidades motoras grossas. Logo, os objetivos da avaliação neuropsicológica durante a infância ou adolescência são: Determinar o desenvolvimento cognitivo, comportamental e emocional da criança/adolescente; Identificar, descrever e quantificar os pontos fortes (áreas de maior desempenho) e os pontos fracos (áreas de menor desempenho); Conhecer as implicações do perfil cognitivo da criança ou adolescente em seu funcionamento dentro da família, escola e ambiente social. Ajudar no diagnóstico clínico Conceber e supervisionar o programa de intervenção (reabilitação neuropsicológica) Avaliar a eficáciade qualquer tratamento em particular Prevenir (especialmente nos casos de risco biológico) Sendo assim, também abordaremos, neste estudo, a respeito da Introdução à Reabilitação Neuropsicológica nos transtornos psiquiátricos, neurológicos e neuropsiquiátricos. Trataremos do tema da Avaliação Neuropsicológica, do desenvolvimento de programas de Reabilitação Neuropsicológica e, por fim, abordaremos a questão dos instrumentos de auxílio na identificação, desenho, elaboração e monitorização dos programas. 5 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NOS TRANSTORNOS, PSIQUIÁTRICOS, NEUROLÓGICOS E NEUROPSIQUIÁTRICOS 1.1 A neurorreabilitação cognitiva: a música como instrumento O conhecimento da plasticidade cerebral e os numerosos estudos de neuroimagem dos últimos anos permitiram um avanço na compreensão do processo cerebral dos estímulos musicais. Isso tem despertado o interesse em analisar e estudar sua aplicação no tratamento não invasivo de certas disfunções ou doenças, a fim de contribuir para a melhoria da qualidade de vida. (TEMUR, 2010) A música é uma linguagem organizada com base em um sistema de regras que coordenam os diferentes elementos que a compõem, como melodia, ritmo e harmonia. Outra definição, que considera os efeitos no receptor, é que "a música é o som organizado e estruturado no tempo, pretendido ou percebido como uma experiência estética. A pesquisa neurocientífica fornece teorias e explicações sobre o funcionamento do nosso cérebro em relação a uma ampla variedade de estímulos e, entre eles, a música é o objeto a ser trabalhano nesta unidade. As alterações neurofisiológicas causadas pelo processamento sonoro musical mostram que a música favorece a plasticidade cerebral e, portanto, pode ser concebida como um estímulo potencialmente reabilitador. (TEMUR, 2010) FIQUE ATENTO O objetivo de facilitar a integração social se dá através, não só da formação de pessoas com deficiência, mas também da adaptação funcional ou adaptação razoável ao meio ambiente. É, portanto, uma ferramenta útil para a reativação e restauração das funções cognitivas afetadas após um dano cerebral adquirido, seja passivamente (escuta musical) ou ativa (interpretação musical). O objetivo desta unidade é apresentar as estratégias técnicas ou musicais usadas para neurorehabilitation (reabilitação neurológica) cognitiva baseada em musicoterapia neurológica, de acordo com o conhecimento científico atual sobre o processo cérebro musical. Dado que sua 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. implementação é bastante recente, na última década, há a necessidade de continuar investigando e avaliando os resultados que essas novas técnicas oferecem nos diferentes casos especificados. (TEMUR, 2010) Podemos definir a estimulação cognitiva como um conjunto de técnicas que visam otimizar a eficiência do funcionamento de diferentes habilidades e funções cognitivas através de uma série de situações e atividades específicas estruturadas. Uma das bases neurobiológicas da estimulação cognitiva é a plasticidade cerebral, que implica uma grande variedade de mecanismos. Ela representa a capacidade do cérebro para recuperar e reestruturar, adaptando-se, assim, à nova situação tentando restaurar o equilíbrio perturbado, seja por um dano cerebral secundário ou por uma doença neurodegenerativa. (TEMUR, 2010) Desse modo, a plasticidade cerebral consiste na capacidade do sistema nervoso de mudar sua estrutura e funcionamento ao longo da vida como uma reação à diversidade do ambiente. Se as técnicas de estimulação cognitiva são baseadas nas características intrínsecas da música, podemos falar sobre a estimulação cognitiva musical. A aprendizagem, estabelecendo novas conexões neuronais, baseia-se na plasticidade, e um de seus requisitos fundamentais é a repetição, pois leva a uma maior eficácia sináptica e melhor consolidação das conexões neuronais. (TEMUR, 2010) Portanto, as técnicas musicais que serão descritas mais adiante são baseadas em uma prática e repetição sistematizadas para melhorar o desempenho das habilidades cognitivas. Ao mesmo tempo, a atenção é necessária para a memória, para as funções executivas e para a comunicação. Assim, é essencial trabalhar nisso como uma prioridade através de intervenções específicas. (TEMUR, 2010) IMPORTANTE A participação de pessoas com deficiência física, suas famílias e as comunidades em que vivem, no planejamento e implementação de serviços relacionados à reabilitação. A música, resultado da percepção do cérebro a partir de uma vibração física com certas características específicas, é processada por diferentes áreas de ambos 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. os hemisférios cerebrais: motor, linguagem e cognitivo (atenção, tomada de decisão), além da emocional. O substrato neuronal da percepção musical não é totalmente diferente de qualquer outro processo cognitivo. Memória e atenção, por exemplo, compartilham processos equivalentes se a cognição é devida a um estímulo musical ou a um diferente. (TEMUR, 2010) Graças à implantação das técnicas de neuroimagem desenvolvidas nas últimas quatro décadas, é possível observar, em tempo real - com pequeno atraso de 1/2 segundos - a ativação cerebral antes da exposição a vários estímulos, dentre eles os musicais, que aumentou exponencialmente os estudos para conhecer a resposta cerebral aos estímulos sonoros e musicais. (TEMUR, 2010) Considerando que todo o processo de cérebro, quer sobre uma função cognitiva ou motora, é derivado de uma sequência de impulsos nervosos temporária, é possível intuir a importância que pode ter uma informação de som rítmico com base no seu padrão temporal. De fato, estudos recentes destacam o impacto do sistema auditivo como um modulador de funcionamento total do cérebro, como deficiências auditivas correlacionadas têm influência nas habilidades perceptivas e cognitivas. Deste modo, a perda de habilidades auditivas pode estar relacionada a uma possível deterioração mental. (TEMUR, 2010) Saiba mais: Filme sobre o assunto: Para sempre Alice – Alzheimer (2014) Filme sobre o assunto: Farol das Orcas – Autismo (2015) Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=U_RUDZx6vYM e https://www.youtube.com/watch?v=Oe-5DNktmiE Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note a relevância do assunto dentro do seu campo de atuação. Uma das teorias que explicam como a percepção musical ocorre, é baseada no esquema modular mostrado, a seguir, na Figura 1. O estímulo sonoro, depois de passar pela cóclea, viaja através do tronco cerebral e mesencéfalo para atingir o córtex cerebral, onde é processado pelo córtex auditivo primário e secundário. Mais especificamente, o processamento sequencial musical complexo é feito por dois https://www.youtube.com/watch?v=U_RUDZx6vYMhttps://www.youtube.com/watch?v=Oe-5DNktmiE 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. subsistemas neurais diferentes: em primeiro lugar analisada a organização temporal, e em segundo lugar, a organização tonal, na qual estão envolvidos ambos os domínios auditivos e motores. (TEMUR, 2010) Figura 1 – Modelo de processamento modular da música Fonte: CENTRO SUZUKI (2014) O cérebro realiza duas tarefas fundamentais para processar a organização temporal de uma obra musical: dividir uma sequência em grupos de acordo com sua duração temporal e extrair uma regularidade ou pulso temporal subjacente. Esses processos envolvem, além das áreas auditivas, o cerebelo, os gânglios da base, o córtex pré-motor dorsal e a área motora suplementar, responsáveis pelo controle motor e pela percepção temporal. (TEMUR, 2010) Em relação à importância da interpretação musical pelo paciente, deve-se considerar que essa ação envolve diferentes tarefas, que combinam habilidades motoras e cognitivas, nas quais componentes perceptivos, emocionais e de memória, estão envolvidos. Isso resulta em uma interação motor-auditiva que estimula uma diversidade de áreas cerebrais, uma vez que afeta tarefas de coordenação, sequenciamento e organização espacial do movimento. (TEMUR, 2010) 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Vários estudos sugerem que a coordenação é controlada por regiões corticais e subcorticais, incluindo o cerebelo, os gânglios da base, a área motora suplementar e o córtex pré-motor dorsal. No caso do sequenciamento dos movimentos necessários à interpretação, intervêm o cerebelo, os gânglios da base, as áreas motoras pré-motoras e suplementares e o córtex pré-frontal. Finalmente, na organização espacial dos movimentos, os córtices parietal, sensoriomotor e pré- motor são ativados, integrando informações espaciais, sensoriais e motoras. (TEMUR, 2010) Os diferentes sons de uma melodia musical mantêm uma temporalidade e um sequenciamento que podem ser úteis na formação de padrões temporais de funções cognitivas, e constituem uma estrutura que facilita o aprendizado de processos sequenciais de informação, por exemplo, de memória. A música, portanto, pode atuar como um sinal de referência ou padrão que é muito útil em processos cognitivos. (TEMUR, 2010) FIQUE LIGADO Reabilitação: Os Estados devem garantir a prestação de serviços de reabilitação para pessoas com deficiência, a fim de alcançar e manter um nível ideal de autonomia e mobilidade. Não devemos esquecer as respostas emocionais da música, que podem induzir a alterações fisiológicas e mentais devido ao seu envolvimento nos níveis de segregação neurotransmissora. As áreas emocionais afetadas são o córtex pré- frontal orbitofrontal e córtex ventromedial, cingulado anterior em conexão com áreas sub-corticais, como a amígdala e o hipocampo, entre outros. (TEMUR, 2010) A música é um estímulo multimodal muito importante que transmite ao cérebro informações auditivas, motoras e visuais, e que possui uma rede específica para seu processamento, não exclusiva, mas compartilhada com inúmeras funções, que envolvem regiões temporais, frontais e parietais. Há sua consideração na reabilitação de disfunções cognitivas. (TEMUR, 2010) A musicoterapia é a utilização da música ou de seus elementos musicais (som, ritmo, melodia, harmonia) por um profissional (musicoterapeuta) qualificado para 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. proporcionar uma melhor qualidade de vida através da prevenção e reabilitação terapêutica de um determinado tratamento. Em particular, o American Music Therapy Association define a musicoterapia como o uso controlado da música, a fim de restaurar, manter e aumentar a saúde mental ou física. É a aplicação sistemática da música, liderada por um musicoterapeuta em um ambiente terapêutico, a fim de alcançar mudanças comportamentais. Essas mudanças vão ajudar o indivíduo, que participa dessa terapia, a ter uma melhor compreensão de si mesmo e do mundo ao seu redor, podendo adaptar-se melhor à sociedade. (TEMUR, 2010) Figura 2 – Musicoterapia Fonte: Elaborado pela autora (2019) Temur (2010) descreveu cinco factores-chave, como a capacidade da música para melhorar a saúde tanto física como psicológica: Fator de atenção, quando a música é usada como distrator, por exemplo, em casos de alto estresse. Fator emocional, quando modula emoções e afeta várias áreas corticais e subcorticais. É amplamente utilizado no tratamento de depressão, ansiedade ou estresse pós-traumático. Fator cognitivo, uma vez que a música envolve várias funções cognitivas em processamento, como memória, por exemplo, vez que através dessa função, o cérebro humano pode codificar, armazenar e recuperar informações. Este fator é utilizado no tratamento de perturbações da memória, como no caso de demência fronto-temporal. ATENÇÃO O estudo e o tratamento da deterioração das funções mentais, descritas pela OMS, seriam enquadrados no campo de ação da neuropsicologia. Profissional • Qualidade Reabilitação • Terapia 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Fator de mecanismo de comportamento, quanto à sua capacidade para evocar padrões de movimento, mesmo não intencionalmente, que permite o uso de ritmo na reabilitação dos pacientes com danos cerebrais e no tratamento de pacientes com desordens de movimento, como a doença de Parkinson. Fatores interpessoais, como a música envolve a comunicação e, como tal, pode ser usada para treinar habilidades de comunicação não-verbal, é útil para distúrbios comportamentais ou afetadas por distúrbios do espectro do autismo. A musicoterapia neurológica foi introduzida no final dos anos de 1990. Como indicado anteriormente, ela é diferente da terapia da música tradicional, as suas técnicas são padronizadas e adaptadas às necessidades individuais dos pacientes, a depender do seu objetivo, baseada em modelos neurocientificos que tratam sobre a percepção do cérebro. Além disso, elas foram projetados para envolver funções executivas, memória, atenção e percepção auditiva, bem como habilidades psicossociais. (TEMUR, 2010) A diferença que poderíamos mencionar em relação à musicoterapia tradicional, é que suas técnicas são baseadas no conhecimento científico sobre a percepção musical cerebral. Os objetivos tradicionais de musicoterapia têm sido os de alcançar um bem-estar emocional, psicológico e social da pessoa, mas a musicoterapia neurológica vai além da introdução de várias técnicas em linha com o conhecimento da percepçãomusical, elas agem focando os mecanismos neurais envolvidos nessas funções, que é um estímulo que pode levar a uma ativação ou melhora da disfunção sofrida. (TEMUR, 2010) Em resposta às funções que estimulam, as técnicas de musicoterapia neurológica são classificadas nas categorias mostradas na Figura 3: 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 3 – Métodos e técnicas de musicoterapia neurológica para reabilitação neurológica cognitiva Fonte: UFRJ (2019) 1.2 Funções cerebrais Vejamos, de forma mais detalhada, de acordo com Toledo (2006), as funções cerebrais pressupondo-se à música: 1) Treinamento de função executiva ou treinamento de função executiva musical O Treinamento de Função Executiva ou o Treinamento de Função Executiva Musical consiste em uma série de exercícios de composição e improvisação que podem ser aplicados individualmente ou em grupos, a fim de estimular funções executivas superiores, como capacidade organizacional, resolução de problemas, tomada de decisão, raciocínio, entre outros. Nessa técnica, pede-se ao indivíduo em questão que planeje uma interpretação musical em todos os seus aspectos: escolha do trabalho musical, o instrumento, a duração mais apropriada etc. Caso a atividade deva ser realizada em grupo, o paciente é solicitado a decidir quais são os instrumentos mais apropriados para cada membro, a pensar nas instruções que devem ser dadas a cada membro para uma 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. interpretação correta do grupo etc. Em suma, é atribuída uma tarefa em que o paciente deve tomar uma série de decisões, com o objetivo de estimular o lobo pré- frontal, a área do cérebro que intervém no planejamento das tarefas. (TOLEDO, 2006) Diversos estudos indicam que a resolução de problemas levantados por meio do Treinamento da Função Executiva ou do Treinamento de Função Executiva Musical contribui para fortalecer as funções executivas superiores em pacientes com AVC e transtornos psiquiátricos. FIQUE ATENTO Alexander Romanovich Luria, considerado o pai da neuropsicologia moderna, definiu-a como um ramo da ciência cuja finalidade única e específica é investigar o papel de determinados sistemas cerebrais em formas complexas de atividade mental. 2) Atenção auditiva e treinamento de percepção Existem diferentes modalidades de atenção, (seletiva, sustentada, alternada e dividida) que podem ser adequadamente estimuladas. A atenção seletiva, por exemplo, é a que dá prioridade a um estímulo quando ele é cercado por uma variedade deles. Ouvir uma conversa de pessoas localizadas à distância em um ambiente barulhento (por exemplo, em um bar) seria um exemplo da capacidade de atenção seletiva. Essa habilidade se deteriora com a idade, mas há estudos que mostram menos deterioração em pessoas com um mínimo de anos de experiência musical. 3) Treinamento de Orientação Sensorial Musical O treinamento de orientação sensorial musical usa a música, gravada ou ao vivo, para trabalhar em estado de alerta (excitação), facilitar a orientação temporal e espacial e manter os níveis de atenção do usuário. Dependendo do estado do paciente, diferentes níveis de intervenção e objetivos são diferenciados: 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Nível I. O paciente está praticamente imóvel (estado vegetativo) e a intervenção só persegue uma mudança nos níveis de atenção através da estimulação sensorial. O musicoterapeuta profissional pode abordar essa estimulação através do canto, da performance musical ou do toque. Nível II. O paciente é capaz de manter os olhos abertos e pode fazer movimentos limitados. Nesse caso, excitação, orientação e funções cognitivas, especialmente atenção, são trabalhadas. Pode-se atuar, por exemplo, aproximando um instrumento musical (guitarra) e acompanhando a mão do paciente para que ele possa vibrar as cordas do violão e perceber seu som. Isso visa trabalhar na função motora e atenção. Figura 4 – Treinamento de orientação sensorial Fonte: Elaborado pela autora (2019) Nível III. O paciente está em estado de vigília, mas precisa de ajuda para manter seus níveis de atenção. Uma vez que o estado de alerta de intervenção e atenção é sustentado por meio de exercícios com práticas instrumentais, por exemplo, por um instrumento de percussão, isso instrui o paciente a tentar seguir ou sincronizar com o ritmo da interpretação do musicoterapeuta. Com isso, há a tentativa de fazer com que o paciente participe ativamente de exercícios musicais simples para que se possa ativar seu estado de vigília e manter sua atenção. A prioridade é dada para alcançar um número maior de respostas do que para a qualidade delas. 4) Treinamento Musical Heminegligente O treinamento musical heminegligente aborda as pessoas com heminegligência, ou seja, o envolvimento de um hemicampo visual devido a uma Música Gravada Ao vivo 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. lesão no hemisfério contralateral. Embora a lesão no hemisfério direito seja mais frequente, também existem casos no hemisfério esquerdo. O objetivo dessa técnica, com base na causa da hemineglect (hemiagnosia ), também conhecida como negligência hemispatial ou negligência unilateral, (é de atenção, de redirecionar o atendimento do paciente à metade do campo visual afetado por uma série de exercícios musicais estruturados no tempo e no ritmo, e equipados com uma configuração espacial especificamente projetada para redirecionar seu foco de atenção. Esse treinamento também funciona como escuta passiva, estimulando o hemicampo afetado por sons, a fim de reestruturar as áreas adjacentes à lesão e recuperar o deficit (TOLEDO, 2006). A duração e a frequência das sessões variam de acordo com a gravidade do caso. Quando a afetação é séria, são realizadas sessões diárias, com duração de 10 a 15 minutos. Nos casos mais leves, as sessões são reduzidas a um mínimo de duas semanas e o tempo de intervenção é prolongado de acordo com a capacidade de cuidados do paciente. IMPORTANTE Como disciplina clínica, a neuropsicologia concentra-se no atendimento da população, tanto das crianças como dos adultos, que sofrem de deterioração orgânica do cérebro devido à lesões do sistema nervoso central, especificamente do cérebro. Nesse sentido, o neurologista francês Roger Gil cita três objetivos básicos perseguidos pela neuropsicologia: diagnósticos terapêuticos e cognitivos. A intervenção pode ser organizada com base em duas premissas: através da produção de estímulos sonoros,de modo em que há a tentativa do paciente em “localizar” ou através do desempenho musical. No primeiro caso, deseja-se facilitar a reorganização espacial afetada. No segundo caso, é aconselhável que o paciente saiba a melodia ou o padrão musical, de modo que o musicoterapeuta profissional ad hoc vai selecionar o repertório favorito do paciente Dessa forma, é possível aumentar sua motivação e estimular sua memória. (TOLEDO, 2006)m. Um exemplo possível de aplicação, no caso de envolvimento da origem hemicampo atencional visual esquerdo seria: frente xilofone do paciente e uma 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. limpeza de tubos de metal seu lado esquerdo (campo visual afetado) se encontra. O musicoterapeuta profissional move a cortina ativando sua vibração sonora para que o paciente possa percebê-la. Então, este profissonal deve desempenhar um padrão melódico no xilofone, que é fácil e familiar, mas indicando que sempre deve terminar ativando os tubos de cortina. Isso está estimulando a existência de um objeto que produz som e que está no hemicampo visual deficitário. (TOLEDO, 2006) 5) Treinamento de Percepção Auditiva A Formação de Percepção Auditiva utiliza vários exercícios musicais, a fim de obter o resultado e para que o paciente possa discriminar e identificar diferentes atributos de som musicais, como tempo, duração, altura, timbre, ritmo, etc. Essa técnica também busca uma integração sensorial global (visual, tátil e cinestésica) durante os exercícios musicais. Por exemplo, é comum pedir aos pacientes para interpretar um trecho musical a partir de certos símbolos ou gráficos codificados, para trabalhar elementos motores e raciocínio ou recebidos pela vibração de um instrumento de percussão em contato com o corpo para melhorar a sensibilidade do organismo , ou que integre seu movimento com a música. (TOLEDO, 2006) Essa aplicação é indicada, principalmente, em transtornos do espectro autístico e em certos déficits sensoriais de origem neurológica. IMPORTANTE Como suporte para neuroimagiologia, o treinamento de percepção auditiva avalia e diagnostica dano cerebral orgânico a partir de procedimentos não invasivos, tais como a observação da conduta explícita do doente, correlacionando-os para o sistema nervoso e possíveis danos na sua estrutura para propor uma sistematização sindrômica do comportamento e pensamento do sujeito. 6) Treinamento de Controle de Atenção Musical O Treinamento de Controle da Atenção Musical consiste em uma série de exercícios musicais estruturados, que podem ser ativos ou receptivos e são baseados em performances musicais improvisadas. Essa técnica possui diferentes 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. respostas relacionadas à atenção, através do uso deliberado dos elementos musicais que aparecem no trabalho de improvisação, que atuam como 'sinais' ou 'indicações'. Uma possível modalidade na aplicação terapêutica de Treinamento de Controle de Atenção Musical é que o paciente interpreta alguns padrões melódicos pré- definidos de ser interrompido quando você ouve uma certa combinação de notas tocadas pelo terapeuta profissional da música. Por sua vez, o paciente deve reiniciar a interpretação ao ouvir outro 'sinal' determinado por uma combinação diferente de notas. Essa situação obriga o paciente a desviar parte de sua atenção para a atividade musical do musicoterapeuta profissional, para saber quando interromper ou reiniciar sua interpretação de acordo com as indicações acordadas. (TOLEDO, 2006) Essa técnica é útil para estimular e ativar processos de atenção, que são alteradas em uma variedade de distúrbios, tais como do espectro do autismo, déficit de atenção/hiperactividade, acidente vascular cerebral, demência, distúrbios psiquiátricos, etc. (TOLEDO, 2006). Figura 5 – Treinamento e controle musical Fonte: Elaborado pela autora (2019) 7) Treinamento de Memória Esse conjunto de técnicas é indicado para ativar a memória através do uso de diferentes artes musicais, especialmente cantando. Sabe-se que, diferentemente da palavra, há uma maior diversidade de áreas cerebrais envolvidas no canto, principalmente no hemisfério direito, o que facilita maior acesso às memórias. 8) Treinamento musical mnemônico No treinamento musical mnemônico, sons ou palavras são usados como elementos mnemônicos para facilitar o aprendizado e lembrar as informações incluídas em uma música ou ritmo. As músicas são geralmente estruturadas com Padrões Melódicos Pré-definidos 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. uma letra ajustada às lacunas de memória específicas de cada paciente (nomes dos parentes mais próximos, atividades que precisam ser feitas durante o dia etc.), a fim de incentivar o aprendizado de informações não musicais por meio de sequenciamento e organização do conteúdo em padrões musicais. Uma aplicação com instrumentos de percussão para praticar a memorização dos nomes dos participantes em uma sessão de grupo seria a seguinte: cada indivíduo pronuncia seu nome várias vezes enquanto é acompanhado por uma breve interpretação rítmica. Então, os outros membros do grupo repetem seus nomes em uníssono várias vezes enquanto o observam. Uma vez que todos tenham dito seu nome, individualmente, devem tentar lembrar o nome de cada um de seus colegas. Esse tipo de terapia é aplicada em pessoas com demência, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, distúrbios psiquiátricos, etc. (TOLEDO, 2006) FIQUE LIGADO Com relação aos objetivos terapêuticos, busca-se projetar e implementar planos de intervenção que permitam reeducar, compensar e/ou substituir as funções psicológicas superiores deterioradas em pacientes com lesões cerebrais. 9) Treinamento Musical Onomatopaico A memória sensorial é aquela relacionada à via auditiva e geralmente é muito breve, mais ainda do que a memória operacional. É necessária para o discurso: quando uma palavra é articulada, deve ser a memória sensorial do primeiro fonema pronunciada para continuar com o segundo, e assim por diante até que a palavra se complete. Essa técnica utiliza principalmente a voz e sua aplicação é simples. Por exemplo, o paciente entoa uma canção e, de tempos em tempos, é instruído a parar e repetir a última palavra ou vogal que ele cantou. Em contextos de grupo, cada participante geralmente é convidado a dizer seu nome e depois pede a um membro do grupo para repeti-lo. Recomenda-se que os participantes realizem movimentos corporais ou exagerem na prosódia enquanto pronunciam seu nome, uma vez que esses elementos adicionados e pertencentes a outras modalidades sensoriais promoverão a consolidação da memória desejada. 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meioseletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Esse método tem sido utilizado principalmente em pessoas com dano cerebral adquirido. (TOLEDO, 2006) 10) Treinamento Associativo de Humor e Memória É baseado em técnicas musicais cujo objetivo é o paciente acessar memórias suscetíveis de induzir um estado emocional positivo. O objetivo é trabalhar na memória de longo prazo usando as emoções evocadas enquanto ouve músicas que são familiares para ele. Essa técnica é muito útil em demências, em doenças neurológicas que apresentam déficits de memória e até mesmo no déficit de memória associado à idade. Figura 6 – Humor e memória Fonte: Elaborado pela autora (2019) 11) Psicoterapia Musical e Aconselhamento É uma técnica de terapia psicológica que utiliza a interpretação musical para favorecer a exploração e expressão emocional do paciente. Através da escuta ou interpretação musical (se o paciente é músico), é induzida a emergir e fluir emoções. Através de diferentes gêneros musicais, tenta-se influenciar o humor e canalizar as emoções que o paciente manifesta e experimenta. Pode ser realizada em grupos, atribuindo diferentes padrões ou gêneros musicais que se combinam para trabalhar aspectos ou fatores sociais. Essa modalidade é aplicada principalmente em transtornos psiquiátricos e demências. Desse modo, nas últimas décadas, uma grande quantidade de pesquisas concentrou-se em analisar como o cérebro processa a música e como ela responde a esses estímulos. Estudos mostraram a ativação de uma ampla variedade de áreas (motora, linguagem, atenção, emoções e tomada de decisões), e a musicoterapia neurológica é baseada no conhecimento para desenvolver uma variedade de Memórias Sucestíveis 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. técnicas ou estratégias para a sua implementação na neurorreabilitação cognitiva. (TOLEDO, 2006) Atualmente, quando uma pessoa começa com um processo de reabilitação neurológica, qualquer que seja a etiologia de sua doença, ela encontra muitos profissionais envolvidos no seu tratamento (neurologistas, neuropsicólogos, fisioterapeutas etc.) que oferecem um atendimento multidisciplinar e abrangente. Muitos esforços para desenvolver novas técnicas de intervenção com dispositivos sofisticados de alto custo, o desenvolvimento de terapias inovadoras, mas não deve ser ignorado o fato de que a ferramenta principal para essas técnicas ainda é a música. (TOLEDO, 2006) ATENÇÃO Esse tratamento começou profissionalmente após a Primeira Guerra Mundial. Duas figuras essenciais dessa área foram A.R. Luria e O.L. Zangwill, que propuseram a metodologia de três abordagens: compensação, substituição e reaprendizagem. Devemos lembrar também, o baixo custo e a facilidade de aplicação dessa terapia, executada, obviamente, por profissionais qualificados; bem como o seu alto grau de aceitação, por utilizar métodos pouco ou nada invasivos. Logo, as técnicas musicais para reabilitação cognitiva propostas pela musicoterapia neurológica deve ser considerada uma ferramenta capaz de intervir em processos cognitivos como função executiva, atenção e memória, e habilidades psicossociais. Essas terapias devem ser aplicadas de forma estruturada, com objetivos específicos e um procedimento claro, para que seus resultados possam ser quantificados e as conclusões tiradas sobre a intervenção realizada. (TOLEDO, 2006) 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E O DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 2.1 Planejamento de um Programa de Reabilitação Neuropsicológica Com relação a outra das principais patologias de lesão cerebral que requerem reabilitação precoce e especializada, os acidentes vasculares cerebrais têm uma prevalência muito alta na Espanha, por exemplo. Os dados recentemente publicados pelo Boletim Epidemiológico, são considerados como a primeira causa de mortalidade na Espanha, nas mulheres e a segunda nos homens. (TATE, 2014) Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença vascular cerebral representa a terceira causa de morte e a primeira causa de incapacidade em adultos. Todos os anos, meio milhão de pessoas sofrem de um distúrbio cerebrovascular, e dois terços delas sobrevivem e enfrentam uma doença prolongada e incapacitante. Sendo essa mortalidade importante, é mais o grau de incapacidade que produzem com o consequente custo sócio-sanitário. O acidente vascular cerebral provoca uma incapacidade prolongada e as sequelas de caráter mental são mais incapacitantes do que sequelas físicas. (TATE, 2014) A qualidade de vida dessas pessoas é altamente dependente do grau de envolvimento neuropsicológico. As seqüelas intelectuais incapacitam a reinserção social e ocupacional em um grau maior que as seqüelas físicas. Entre os sobreviventes de um traumatismo cranioencefálico, um número considerável deles ficam com sequelas importantes que impedem o retorno às atividades anteriores ou impossibilitam o progresso acadêmico, profissional e social. Essas repercussões são diferentes, dependendo do estágio de desenvolvimento, de acordo com Tate (2014): I. Em crianças, o desempenho escolar é insuficiente, apesar de ter níveis intelectuais normais ou mesmo superiores. II. Os adolescentes, além de fracassarem em seu desempenho acadêmico, o fazem na vida social (amizades, relações interpessoais) e profissional (permanência no emprego). 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. III. Os adultos têm dificuldades em voltar a entrar no mercado de trabalho e são frequentemente demitidos dos seus empregos após a tentativa de reintegração. IV. O risco de deterioração acelerada na velhice devido a um histórico de TCE (traumatismo crânio encefálico) também foi documentado. FIQUE ATENTO Pessoas que sofreram um traumatismo cranioencefálico (TCE), resultantes de um golpe severo, queda, acidente de carro, ferimentos por arma de fogo, e outros, terão alterações físicas no material que compõe o cérebro e suas conexões, e são passíveis de neurorreabilitação. Esses números nos obrigam a refletir sobre a necessidade de abordar, efetivamente, a avaliação, o tratamento e a incorporação dessas pessoas na sociedade, dando-lhes independência e recuperando a maior funcionalidade possível. Para isso, temos que nos juntar ao número crescente de neuropsicólogos, no campo acadêmico, clínico e social, que nos leva a considerar a possibilidade de projetar uma Reabilitação da Avaliação de Programas da Neuropsicologia no contexto universitário, como uma das possíveis ações que poderiam ser desenvolvidas pelo Serviço de Aconselhamento Psicológico. (TATE, 2014) Os resultados da avaliação neuropsicológica representa o ponto de partida para o tratamentoe reabilitação. Isso porque, a avaliação traçará o perfil das capacidades preservadas e determinará o grau de influência desses déficits quando da realização de atividades diárias. O mais antigo documento conhecido sobre o tratamento de pessoas com danos cerebrais foi descoberto em Luxor, em 1862, e data de 3.000 anos atrás. Itard já descreveu a maioria das técnicas atuais no século XVIII, quando trabalhou com a criança selvagem. (TATE, 2014) A era moderna de reabilitação começou durante a Primeira Guerra Mundial na Alemanha, como resultado da tentativa de aumentar o número de soldados com danos cerebrais que sobreviveram. Luria considerado por muitos o pai da neuropsicologia, fez a reabilitação mais rigorosa e científica da abordagem de danos cerebrais, com base em um modelo abrangente da função cerebral, seguindo a 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. tradição da psicologia soviética e das obras de Vygotsky, em particular. (TATE, 2014) Esse autor nos forneceu uma das maiores bagagens no campo da neuropsicologia clínica e experimental com seus estudos com combatentes russos. Um dos pioneiros, que teve grande influência no Reino Unido, foi o professor de Cambridge O.L. Zangwill, que sugeriu três abordagens principais: compensação, substituição e aprendizagem. Atualmente, um dos centros mais importantes do mundo da reabilitação é o que leva seu nome em Londres. (TATE, 2014) O interesse, a respeito da reabilitação neuropsicológica, tem sido tão importante que apareceram numerosos artigos e livros publicados nos últimos anos e o surgimento, em 1991, de uma revista especializada no assunto, a Revista de Reabilitação Neuropsicológica. Figura 7 – Reabilitação neuropsicológica Fonte: Elaborado pela autora (2019) Achamos importante definir o que é a reabilitação neuropsicológica, pois a conceituação e a crença que se tem sobre ela condicionarão frequentemente os desenhos de intervenção. A reabilitação neuropsicológica é um processo terapêutico que visa aumentar ou melhorar a capacidade de um indivíduo para processar e usar corretamente as informações (nível cognitivo), bem como para melhorar o seu funcionamento em suas vidas diárias (nível comportamental). É considerada como "um processo através do qual as pessoas com danos cerebrais trabalham com Substitui- ção Aprendizagem Compen- sação 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. profissionais de serviços de saúde para remediar ou aliviar déficits cognitivos que surgem após uma condição neurológica”. Esse conceito inclui técnicas orientadas para a restauração e a compensação de déficits. (TATE, 2014) Um conceito importante, com vista para a reabilitação neuropsicológica, é a plasticidade neuronal, por meio da qual os neurónios adjacentes à lesão podem, gradualmente, "aprender" a função de neurónios danificados. (TATE, 2014) Para Luria, a lesão cerebral produz, em primeiro lugar, uma inibição temporária das tarefas intactas. Essa inibição ocorre através do sistema colinérgico. As funções alteradas por essa inibição podem ser restauradas por meio de terapia farmacológica desinibida ou desbloqueadora. Junto com isso, uma intervenção psicológica pode ajudar a desinibição ocorrer em um ritmo mais rápido. Em segundo lugar, a lesão produz alterações funcionais que são consequência da destruição direta do tecido cerebral. Somente em alguns casos a destruição do cérebro leva a efeitos irreversíveis, na maioria dos casos, a atividade do sistema nervoso pode ser reabilitada. De acordo com Luria, a reabilitação só é possível se for criado um novo sistema funcional baseado nos elementos nervosos que permanecem incólumes, isto é, a reestruturação do sistema funcional em novas bases. A reorganização pode ser intrasystemic (iintrassistêmico) (treinando o assunto para executar tarefas usando conhecimentos básicos ou avançados dentro do mesmo sistema funcional) ou intersistêmicos (treinar o paciente a usar outros sistemas funcionais). (TATE, 2014) A reabilitação neuropsicológica pode ter dois objetivos gerais, portanto, segundo Tate (2014): (i) promover a recuperação de funções, ou seja, a recuperação da função em si, significa, competências ou habilidades necessárias para atingir certos objetivos e (ii) para promover a recuperação de objetivos, trabalhar com o paciente para que ele possa retornar para alcançá-los usando meios diferentes daqueles usados antes da lesão. No primeiro caso, o objetivo é a restituição da função e, no segundo, é a substituição ou compensação. O objetivo geral do Programa de Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica está focado na identificção das possíveis alterações 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. das funções reguladas pelo córtex cerebral, bem como das necessidades de tratamento de pessoas afetadas por alterações nas funções cerebrais superiores, contribuindo para facilitar ao máximo a independência física, intelectual e emocional, que é possível para cada pessoa em seu ambiente particular, possibilitando um maior grau de autonomia, de reintegração sócio-trabalhista e do aumento da qualidade de vida do paciente. (TATE, 2014) IMPORTANTE Além disso, as pessoas que sofreram asfixia, hipóxia, intoxicação por gás, afogamento, perda súbita de consciência, coma e outros, provavelmente terão problemas de memória a curto ou longo prazo. Em coerência com o objetivo supracitado, antes de iniciar o programa de reabilitação, os pacientes serão, inicialmente, avaliados neuropsicologicamente. Essa avaliação será realizada ao final do programa, para que os avanços obtidos pela reabilitação possam ser objetivados, e comparar diretamente o desempenho de um paciente antes e após o tratamento. Com base nessa avaliação, um programa de reabilitação será projetado com o objetivo de fornecer o máximo grau possível de independência e maximizar suas capacidades, por meio da reabilitação cognitiva. O tratamento será realizado a partir de uma abordagem unitária, integrativa e multidisciplinar, para que a reabilitação atinja seu potencial máximo. Antes de iniciar um programa de reabilitação, é necessário saber que mudanças ou melhorias são explicadas pela recuperação espontânea, e elas não podem ser atribuídas à nossa intervenção. Qualquer lesão cerebral é sempre acompanhada por um determinado grau de recuperação funcional espontânea, como superar o processo traumático que acompanha a lesão (edema), pois uma reorganização das sinapses ocorre em áreas que não foram danificadas. É um processo que pode durar vários anos, mas é mais eficaz após os primeiros meses decorrentes do dano cerebral. Logicamente, as chances de recuperação espontânea serão menores no caso de lesões mais extensas e graves. Segundo Sohlberg (2010), a partir do oitavo mês de trauma, nenhuma mudança espontânea é 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordocom a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. esperada, para a qual as mudanças observadas a partir dessa data podem ser atribuídas à intervenção desenvolvida. Em termos gerais, pode-se afirmar que o principal objetivo da reabilitação é a otimização do funcionamento físico, profissional e social. Após uma doença ou dano neurológico propõe-se como objetivos básicos de um programa de reabilitação neuropsicológica: I. Fornecer um modelo que ajude o paciente e sua família a entender o que aconteceu. II. Ajudar o paciente a enfrentar o que o dano cerebral significa em sua vida. III. Fornecer estratégias de treinamento e habilidades para recuperar e compensar déficits cognitivos. IV. Melhorar o desempenho do paciente em diferentes situações sociais. V. Ajudar o paciente a estabelecer compromissos realistas de trabalho e relacionamentos interpessoais. VI. promover um ambiente de esperança realista. (SOHLBERG, 2010) Os programas que projetados devem ser individualizados e focados nas necessidades de cada pessoa, previamente detectada na avaliação neuropsicológica. De acordo com esse autor, é conveniente realizar sessões individualizadas para trabalhar certos aspectos cognitivos (treinamento de cuidado), emocionais (aceitação de dificuldades presentes e futuras) e aspectos comportamentais (agressividade). Esses, segundo o mesmo autor, devem ser combinados com sessões grupais nas quais são aprovadas as técnicas e estratégias que foram testadas individualmente e que servem para generalizar os resultados para situações mais ecológicas e comuns. Embora as avaliações e os processos de reabilitação devam ser individualizados e personalizados, as intervenções em grupo não podem ser ignoradas. (SOHLBERG, 2010) 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 8 – Avaliações e processos Fonte: Elaborado pela autora (2019) Já as intervenções em grupo, podem ser, de acordo com Sohlberg (2010): I. É ideal quando o objetivo do tratamento centra-se no comportamento social, uma vez que a situação própria grupo é uma situação real, como a aprendizagem é incentivada e facilitada, por outro lado, a reprodução de situações sociais são fictícias. II. é uma poderosa fonte de reforço. III. a presença de outros membros com dificuldades semelhantes tranquiliza e desinibe o assunto, e ajudando a melhorar sua consciência da doença. IV. fornece uma ampla variedade de modelos e fatores que melhoram a aprendizagem, a generalização e o enfrentamento. V. representa uma economia significativa de tempo e dinheiro possibilitar o atendimento simultâneo de vários pacientes com um ou dois terapeutas. Os programas de reabilitação devem ser caracterizados como programas holísticos desenvolvidos por profissionais especializados, interdisciplinar, com validade ecológica, usando tanto a avaliação quantitativa quanto a qualitativa. Eles têm que atender a vários aspectos fundamentais: Reabilitação das funções cognitivas: os déficits cognitivos, que na maioria das vezes são vistos em lesões na cabeça, são: a orientação, a memória, a atenção, a linguagem, o funcionamento executivo; destacando entre todos, os distúrbios atencionais, os visoperceptivos e a resolução de problemas e tomada de decisão. O mais favorecido por áreas cognitivas, de intervenção são: atenção de memória e funcionamento executivo. (SOHLBERG, 2010) Intervenções Reabilitação Aprendizado 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. FIQUE LIGADO A reabilitação neuropsicológica também é dirigida a adultos com comprometimento cognitivo leve ou demência nos estágios iniciais da doença. O programa deve ser focado em preservar o máximo possível as habilidades cognitivas da pessoa doente e para ajudar seus familiares a se adaptarem à deterioração progressiva de seu paciente. A reabilitação das funções executivas fornecem uma declaração de princípios gerais que emergem das hipóteses atuais sobre o funcionamento dos lobos frontais: I. aplicar uma estratégia RPIEAL (I: Identificar, D: definir, E: Escolha, a: Aplicar L: Veja realização), II. intervir sobre as variáveis cognitivas relacionadas a um bom funcionamento executivo (memória de trabalho, atenção dividida, habilidades pragmáticas, motivação), III. usar técnicas da modificação do comportamento, síndrome de influência relacionada (especialmente impulsividade, desinibição e preservação, IV. (iv), utilizar técnicas de reforço diferencial (preferivelmente custo- resposta), V. as variáveis situações devem ser levadas em conta em um bom programa de reabilitação (internos da atividade, apresentação de distratores externos, velocidade de apresentação dos estímulos), VI. os programas de reabilitação devem ser ecológicos, portanto, devem conter estratégias de generalização específicas. Simão (2010) propõe um modelo de tratamento para pacientes com síndrome dysexecutive1 (disexecutiv) com base em três áreas como: I. seleção e implementação de planos cognitivos (seleção de comportamentos tendentes a um alvo), II. gestão adequada de tempo (estimativa de tempo, criação de escalas de tempo, adaptação ao tempo estabelecido) e 1 A síndrome dysexecutive é um grupo de sintomas decorrentes de dano cerebral, que fazem parte as categorias cognitiva, comportamental e emocional e geralmente a ocorrem juntos. 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. III. auto-regulação (autoconhecimento, controle de impulsos, perseverança). As funções executivas multimodais de tratamento abrangente são como exercícios relacionados a discriminação visual/reação de inibição/inibição, discriminação auditiva de ritmos e tons de suportar, sem suporte visual e exercer flexibilidade cognitiva. (SIMÃO, 2010) Em pacientes com dano cerebral, é comum a ocorrência da anosognosia, que é a falta de consciência da pessoa em reconhecer as limitações do seu corpo, podendo ser mais ou menos grave, bem como pode ser considerada a própria patologia ou o sintoma de outra doença. Essa falta de "insight" sobre as mudanças se estabeleceram após uma lesão nos lobos frontais e a falta de consciência da doença e das limitações que vêm com as sequelas residuais, todavia os pacientes com essa falha não reconhecem verbalmente a percepção de uma mudança, motivo pelo qual não pensam nela negativamente, é como se não alterasse nada, apesar de quão incapaz pode ser considerado, do ponto de vista funcional ou social. Esse é um dos principais pontos que devem ser estudos e trabalhados, porque se o paciente não está ciente de que ele tem problemas,não vai funcionar pois ele não vai querer participar de um programa de reabilitação que visa melhorar dificuldades que ele não tem. A consciência das consequências aparece como uma variável de grande importância porque afeta a motivação e o grau de cooperação dos pacientes em sessões de reabilitação, sendo um pré-requisito necessário para o sucesso duradouro dos esforços rehabilitators (reabilitadores), mantendo os ganhos de longo prazo e de aplicação na vida diária, das estratégias compensatórias aprendidas na fase de reabilitação. (SIMÃO, 2010) Além disso, baixa consciência dos déficits cognitivos e comportamentais é um fator determinante para a selecção dos instrumentos de avaliação mais apropriados para o estudo das pessoas com lesão cerebral. O treinamento em habilidades sociais é um elemento essencial na reabilitação neuropsicológica. A redução do nível de habilidades sociais observada nesses indivíduos é significativamente condicionada pelo nível de funcionamento cognitivo da pessoa afetada. A intervenção nessa área se concentrará em três dimensões: treinamento na solução de problemas sociais, treinamento em habilidades de comunicação pragmática e treinamento em autocontrole. (SIMÃO, 2010) 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SE LIGA A reabilitação neuropsicológica também é destinada a jovens, adultos e idosos com comprometimento cognitivo leve ou demência (do tipo Alzheimer, de Huntington, Lewy Body, vascular etc.) Também deve ser notada que a reabilitação neuropsicológica deve ser realizada por meio de neuropsicólogos clínicos, ou seja, um profissional de saúde especializado na área do psicólogo, psicomotor, médico e terapeuta ocupacional. Modificação de comportamentos desadaptativos e intervenção em alterações comportamentais e emocionais causadas por dano cerebral através do uso de técnicas de modificação de comportamento e distúrbios emocionais que persistem como sequelas de traumatismo crânio-encefálico, familiar difícil, social e integração profissional de pacientes e em grande parte determinam o prognóstico de reabilitação, isso explica por que é outra importante área de ação. Reabilitação do trabalho, orientada e direcionada à adaptação de um posto de trabalho adaptado às funções cognitivas preservadas, potencializando as habilidades psicossociais necessárias para isso. O retorno à atividade de trabalho oferece muitas vantagens, e também expõe a pessoa ao estresse, à competitividade, ao medo do fracasso, às frequentes mudanças no ambiente, que podem afetam o grau de satisfação no emprego e a permanência nele. Portanto, nessas circunstâncias, o paciente não pode ser deixado ao acaso, assim, a volta ao trabalho deve ser acompanhada por um especialista para, se necessário, haver intervenção precoce com intuito de reduzir experiências falhas, comportamento inadequado e perda da auto-estima. Tais situações acarretam na perda ou abandono do emprego, isso porque a integração passa por dificuldades e, às vezes,pode não ser alcançada. O aconselhamento familiar e a terapia são requisitos essenciais tanto para facilitar o processo de reabilitação da pessoa afetada quanto para o bem-estar e adaptação à nova situação do ambiente familiar. O apoio psicossocial tem efeitos decisivos na saúde mental. Uma vez reconhecida a importância do apoio social na saúde e no bem-estar, diferentes estratégias de intervenção foram concebidas para incentivar o apoio psicossocial. 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O processo de reabilitação é, muitas vezes, tão longo como a vida, portanto, o paciente deve fazer parte de uma família saudável e de um ambiente social onde a cooperação e a colaboração são dois fatores importantes. (SIMÃO, 2010) 2.2 Técnicas e estratégias Na concepção do plano de reabilitação uma série de estratégias e técnicas individualizadas devem ser combinadas de acordo com o neuropsicológica e com as necessidades educacionais identificadas na avaliação neuropsicológica. Vários autores descrevem os diferentes instrumentos e técnicas que nos permitem desenvolver uma avaliação neuropsicológica. Nesse contexto de reabilitação, os recursos fornecidos pelas novas tecnologias, que estão em constante progresso, podem ser muito úteis. (SIMÃO, 2010) Sendo assim, a ação terapêutica pode enfocar os pontos fracos que são mostrados no perfil neuropsicológico, nas habilidades intactas que são pontos fortes, ou em ambos. Distingue-se diferentes orientações no processo de reabilitação neuropsicológica: restauração da função danificada, função de compensação de perda e de optimização das funções residuais. Segundo Simão (2010) técnicas e estratégias podem ser agrupadas, portanto, em três níveis diferentes: I. Restauração: funções cognitivas alteradas são estimuladas e melhoradas pela ação direta sobre elas. II. Compensação: presume-se que a função alterada não pode ser restaurada e, portanto, pretende-se promover o uso de diferentes mecanismos alternativos ou habilidades preservadas. III. Substituição: o aspecto central da intervenção é baseado em ensinar ao paciente diferentes estratégias que ajudam a minimizar os problemas resultantes de disfunções cognitivas, como é feito, por exemplo, quando se ensina indivíduos a usar diferentes auxílios externos. 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 9 – Compensação Fonte: Elaborado pela autora (2019) Uma das abordagens que melhor capturam essas técnicas é para a intervenção de funções cognitivas. Esse modelo multimodal enfatiza a interação do conhecimento, a experiência, a emoção, e assume três tipos de variáveis que afetam o funcionamento cognitivo: a) Ativa: referem-se às operações cognitivas que podem ser aprendidas e que afetam o conteúdo da informação. Por exemplo: estratégias de busca de informações relevantes, resolução de problemas. b) Passivo: são variáveis que não afetam diretamente o que é aprendido ou lembrado, mas que estão disponíveis para aprendizado. Por exemplo, estado geral de saúde e condição física, falta de sono, nível de motivação etc. c) Apoio: inclue variáveis externas ao assunto que permitem substituir certas funções cognitivas. Por exemplo: pedir a alguém para ser lembrado de algo. A sequência e a frequência da reabilitação são fatores importantes para maximizar o sucesso funcional do paciente. Tradicionalmente, os programas terapêuticos são realizados em sessões de uma hora ou uma hora e meia, uma vez por semana; sessões de quarenta minutos duas vezes por semana e sessões de uma hora, três vezes por semana. O número e a duração das sessões serão, em última análise, condicionados pela disponibilidade e motivação do paciente e dos responsáveis por ele. (SIMÃO, 2010) 2.3 Escola filosófica neuropsicológica A escola neuropsicológica desenvolvida por A.R. Luria e seus sucessores tem um aparatometodológico teórico que não só permite descrever as alterações sofridas pelos pacientes, mas analisar e identificar a sua causa, com base em um programa desenvolvido especificamente para cada paciente. A reabilitação Função Alterada Restaurada 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. neuropsicológica na escola histórico-cultural foi, inicialmente, ligada à resolução de um problema prático: reabilitar pacientes da Segunda Guerra Mundial, com ferimentos de bala. Isso permitiu o desenvolvimento de princípios teóricos e metodológicos subjacentes ao trabalho terapêutico, incorporando as contribuições da psicologia, neurociência e psicofisiologia, entre outras disciplinas. A partir do próprio aparato conceitual da neuropsicologia foi possível resolver o problema das possibilidades e da formas de reabilitação das funções mentais em pacientes com lesões locais do cérebro. De acordo com Simão (2010) a neuropsicologa histórico-cultural é fundamental para que exista coerência entre os seguintes aspectos: Figura 10 – Neuropsicologia histórico-cultural Fonte: Elaborado pela autora (2019) Em relação ao primeiro aspecto, o aparelho teórico inclui o seguinte: a) As funções psicológicas são conceituadas como formas complexas de atividade psíquica,, processos sociais históricos de auto-regulação diante da sua natureza e a comportamento consciente de uma pessoa a partir das suas funções mentais. b) O complexo sistema funcional como base psicofisiológica das funções psicológicas. Os sistemas de funções formam o conjunto unificado de segundos em que o cérebro trabalha, que estão geograficamente separados, mas estão ligados para executar uma tarefa comum, invariante, mas que pode ser feita com meios diferentes, cada setor cerebral contribui e tem o seu papel específico. Bases teóricos-metodológicas Instrumentos de avaliação Interpretação de resultados e Programas de Intervenção 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. c) A concepção sobre a localização sistêmica e dinâmica das funções psicológicas no cérebro, se baseia, por sua vez, na concepção da estrutura complexa das funções psicológicas e inclui os conceitos de fator, sintoma e síndrome. Por outro lado, a avaliação, longe de ser realizada com testes padronizados tradicionais, é feita utilizando instrumentos sensibilizados, cujos resultados são interpretados basicamente por meio de análise qualitativa, tomando conhecimento sobre o desenvolvimento das funções psicológicas, mas também contribuições que os seguidores de Vygotsky e Luria fizeram sobre a estrutura psicológica da atividade. (SIMÃO, 2010) Desse ponto de vista, uma lesão cerebral não produz a perda de uma função, mas sua desintegração, ou seja, a lesão afeta um dos elos (fator) do sistema funcional, que altera não apenas uma função psicológica, mas todos aqueles que estão inclusos no dito fator. Luria chamou essa forma de afetação de efeito sistêmico, que se manifesta em todos os sistemas funcionais que requerem o fator afetado. A ausência ou fraqueza funcional de áreas cerebrais altamente especializadas (fatores) leva a um efeito sistêmico e produz a alteração do trabalho de todos os sistemas funcionais. (SIMÃO, 2010) Luria desenvolveu o princípio da qualificação de dificuldades, que permite a identificação do fator que subjaz às alterações. Com base nisso, os sintomas primários e secundários e os elos conservados do sistema funcional afetados são identificados. De acordo com essas abordagens, elaborou-se uma forma alternativa para a reabilitação de funções psicológicas. A identificação da causa das alterações possibilitou orientar o trabalho de correção ou reabilitação não para funções psicológicas específicas, mas para os aspectos funcionais (fatores), a fim de reorganizar os complexos sistemas funcionais. (SIMÃO, 2010) Esse modo de trabalhar tem efeitos não sobre aspectos particulares (funções ou comportamentos psicológicos), mas sobre as diferentes esferas da vida psíquica do paciente (cognitiva, afetivo-emocional, personalidade). Obviamente, a avaliação e o diagnóstico são essenciais como um primeiro passo para a recuperação, porque eles são orientados para a identificação dos mecanismos psicofisiológicos de fator subjacente às dificuldades apresentadas pelo paciente. O conceito de fator 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. neuropsicológico refere-se ao trabalho específico realizado por um setor cerebral especializado. (SIMÃO, 2010) Um aspecto positivo do conceito de fator é que ele não é reduzido à estrutura ou à área do cérebro, porque a simples existência de uma determinada área anatômica ou um conjunto de zonas, não garante o trabalho necessário para a execução de qualquer ação ou tarefa que um sujeito executa. (SIMÃO, 2010) Por outro lado, nenhuma ação ou tarefa pode ser realizada com a participação de um único fator, ou com a ativação de uma única área do cérebro. O desempenho de cada ação ou tarefa requer a participação de vários fatores neuropsicológicos, isto é, a ativação de diferentes áreas do cérebro, que constituem um sistema funcional complexo. (SIMÃO, 2010) Cada sistema funcional inclui um conjunto de fatores distribuídos, tanto no córtex cerebral quanto nas estruturas subcorticais que estão funcionalmente ligadas para realizar a ação. Assim, para a neuropsicologia histórico-cultural, o cérebro não localiza ações ou funções psicológicas como tais, mas, ao invés disso, localiza os fatores neuropsicológicos, isto é, os mecanismos psicofisiológicos que garantem as ações. Esses fatores estão sujeitos à ação (objetivo consciente dado) e estão unidos em sistemas funcionais, os quais, por sua vez, constituem a base psicofisiológica da ação do sujeito. (SIMÃO, 2010) Luria, por seu trabalho com adultos com danos cerebrais, identificou sete fatores neuropsicológicos: fonêmicos ouvido, organização sequencial de movimentos e ações, retenção de áudio-verbais, retenção visual, programação e controle, análise e síntese e análise cinestésico-tátil síntese espacial simultânea (figura 11). Todos eles relacionados ao trabalho de áreas corticais secundárias e terciárias. 36 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 11 – Fatores neuropsicológicos Fonte: PROFLUDMILA(2015) No entanto, seus seguidores identificaram outros fatores, entre os quais incluem as estruturas do primeiro bloco funcional, isto é, zonas subcorticais, e o trabalho que está relacionado à interação dos hemisférios cerebrais. A figura 11 mostra os fatores neuropsicológicos
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