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Direito tributário I (resumo) - O documento trata do direito financeiro, enfocando tributos e suas espécies, incluindo impostos, taxas e contribuições de melhoria, abordando suas características e asp

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RESUMÃO – DIREITO TRIBUTÁRIO 1 BIMESTRE 2023
1. TEORIA GERAL DO DIREITO 
Apoio: CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito. O Constructivismo Lógico-Semântico, 6ª ed., Noeses, 2019.
O livro "Curso de Teoria Geral do Direito: o Constructivismo Lógico-semântico de Aurora Tomazini de Carvalho" aborda a teoria geral do direito sob uma perspectiva construtivista lógico-semântica. A autora, Aurora Tomazini de Carvalho, propõe um novo paradigma para o estudo do direito, que se baseia na lógica e na semântica.
O livro é dividido em três partes:
I) fundamentos teóricos do constructivismo lógico-semântico, que se baseia na ideia de que a construção do conhecimento se dá por meio de uma relação entre o sujeito e o objeto.
II) fundamentos à teoria geral do direito, apresentando uma análise crítica dos principais conceitos jurídicos, como norma, validade e interpretação.
III) implicações do constructivismo lógico-semântico para a teoria e prática jurídicas.
· 1 parte - dividida em 4 capítulos: 
a) No primeiro capítulo, a autora apresenta a noção de construtivismo, que é uma teoria epistemológica que afirma que o conhecimento é construído pelos sujeitos a partir de suas experiências e interações com o mundo. Segundo a autora, o construtivismo é uma alternativa ao empirismo e ao racionalismo, que são as duas teorias epistemológicas dominantes na tradição filosófica ocidental.
b) No segundo capítulo, a autora apresenta a noção de construtivismo lógico, que é uma abordagem teórica que se baseia na lógica e na matemática para a construção do conhecimento. Segundo a autora, a lógica é uma ferramenta fundamental para o construtivismo, pois permite a formulação de argumentos rigorosos e a análise crítica das teorias existentes.
c) No terceiro capítulo, a autora apresenta a noção de construtivismo semântico, que é uma abordagem teórica que se baseia na análise dos significados dos termos e conceitos utilizados nas teorias. Segundo a autora, a análise semântica é fundamental para o construtivismo, pois permite a identificação das pressuposições e das implicações das teorias.
d) No quarto capítulo, a autora apresenta a noção de constructivismo lógico-semântico, que é a abordagem teórica que combina o construtivismo lógico e o construtivismo semântico. Segundo a autora, o constructivismo lógico-semântico é uma abordagem interdisciplinar que pode ser aplicada a diversas áreas do conhecimento, incluindo a teoria geral do direito.
- Em resumo, a primeira parte do livro apresenta os fundamentos teóricos do constructivismo lógico-semântico, que é a abordagem teórica adotada pela autora para o estudo da teoria geral do direito. A autora argumenta que o construtivismo lógico-semântico é uma alternativa às abordagens teóricas tradicionais e que pode ser aplicado a diversas áreas do conhecimento.
· 2 parte – dividida em 4 capítulos 
a) No primeiro capítulo, a autora apresenta a noção de norma jurídica, que é um dos principais conceitos da teoria geral do direito. A autora argumenta que a norma jurídica deve ser compreendida como um objeto construído pelo sujeito a partir de sua experiência jurídica e de sua interação com outras pessoas. Segundo a autora, a norma jurídica não pode ser vista como algo dado, mas sim como algo que é construído a partir de nossas práticas e interações sociais.
b) No segundo capítulo, a autora apresenta a noção de validade, que é outro conceito central da teoria geral do direito. A autora argumenta que a validade da norma jurídica deve ser compreendida como uma propriedade construída pelo sujeito a partir de sua experiência jurídica e de sua interação com outras pessoas. Segundo a autora, a validade não pode ser vista como uma propriedade intrínseca da norma jurídica, mas sim como algo que é construído pelos sujeitos a partir de suas práticas e interações sociais.
c) No terceiro capítulo, a autora apresenta a noção de interpretação, que é outro conceito central da teoria geral do direito. A autora argumenta que a interpretação da norma jurídica deve ser compreendida como um processo construtivo, em que o sujeito constrói o significado da norma a partir de sua experiência jurídica e de sua interação com outras pessoas. Segundo a autora, a interpretação não pode ser vista como uma atividade meramente cognitiva, mas sim como uma atividade que envolve a construção de novos significados e práticas jurídicas.
d) No quarto capítulo, a autora discute as implicações do constructivismo lógico-semântico para a teoria e prática jurídicas. A autora argumenta que o constructivismo lógico-semântico pode contribuir para uma compreensão mais crítica e reflexiva da teoria e prática jurídicas, que leve em consideração as dimensões construtivas do conhecimento jurídico. Segundo a autora, essa abordagem pode ajudar a superar algumas das limitações das abordagens teóricas tradicionais e a promover uma maior abertura e diálogo entre as diferentes perspectivas jurídicas.
- Em resumo, a segunda parte do livro apresenta a aplicação dos fundamentos teóricos do constructivismo lógico-semântico à teoria geral do direito, explorando os conceitos de norma jurídica, validade e interpretação. A autora argumenta que essa abordagem pode contribuir para uma compreensão mais crítica e reflexiva da teoria e prática jurídicas.
· 3 parte – dividida em 4 capítulos 
a) No primeiro capítulo, a autora aborda o tema da interpretação constitucional. A autora argumenta que a interpretação constitucional deve ser compreendida como um processo construtivo, em que o significado da Constituição é construído a partir da experiência jurídica e da interação dos sujeitos com a norma constitucional. A autora também discute os desafios enfrentados pelos intérpretes constitucionais e sugere que a abordagem construtivista pode contribuir para superar algumas das limitações das abordagens tradicionais.
b) No segundo capítulo, a autora discute a relação entre a teoria do direito e a filosofia da linguagem. A autora argumenta que a teoria do direito deve ser compreendida como uma disciplina que se dedica à investigação das práticas linguísticas que constituem o direito. A autora também discute as implicações do construtivismo lógico-semântico para a teoria do direito e sugere que essa abordagem pode ajudar a superar algumas das limitações das abordagens tradicionais.
c) No terceiro capítulo, a autora aborda o tema da teoria dos direitos fundamentais. A autora argumenta que a teoria dos direitos fundamentais deve ser compreendida como uma disciplina que se dedica à investigação das práticas sociais que dão origem aos direitos fundamentais. A autora também discute as implicações do construtivismo lógico-semântico para a teoria dos direitos fundamentais e sugere que essa abordagem pode contribuir para uma compreensão mais crítica e reflexiva dos direitos fundamentais.
d) No quarto capítulo, a autora discute o tema da justiça social. A autora argumenta que a justiça social deve ser compreendida como um ideal construído pelos sujeitos a partir de suas práticas sociais e de sua interação com outras pessoas. A autora também discute as implicações do construtivismo lógico-semântico para a teoria da justiça social e sugere que essa abordagem pode contribuir para uma compreensão mais crítica e reflexiva da justiça social.
- Em resumo, a terceira parte do livro discute temas específicos da teoria do direito a partir da perspectiva do constructivismo lógico-semântico, explorando os temas da interpretação constitucional, da relação entre a teoria do direito e a filosofia da linguagem, da teoria dos direitos fundamentais e da justiça social. A autora argumenta que essa abordagem pode contribuir para uma compreensão mais crítica e reflexiva desses temas e para uma teoria do direito mais aberta e plural.
2. NOÇÕES DO DIREITO FINANCEIRO I
Apoio: OLIVEIRA, Regis Fernandes de (Coord.). Lições de direito financeiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.
1.1 ASPECTOS GERAIS
- O Direito Financeiro é considerado umaciência do Direito, ou seja, um ramo autônomo do conhecimento jurídico que se dedica ao estudo das normas jurídicas que regulam as atividades financeiras do Estado.
- O Direito Financeiro, enquanto disciplina científica-jurídica, estuda as normas jurídicas que regulam as atividades financeiras do Estado, como por exemplo, as normas que regem a arrecadação e a aplicação dos recursos públicos, o controle financeiro, a elaboração e execução do orçamento público, a tributação, a dívida pública, entre outros temas.
Dessa forma, o Direito Financeiro, enquanto ciência do Direito, tem como objetivo estudar as normas jurídicas existentes no ordenamento jurídico que regulam as atividades financeiras do Estado e suas implicações na gestão financeira pública.
Exemplos: 
a) Um exemplo de norma jurídica que regulamenta a atividade financeira do Estado é o artigo 165 da Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre a elaboração e execução do orçamento público. Este artigo estabelece que a lei orçamentária anual deve ser elaborada de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, em consonância com o Plano Plurianual, e que a execução do orçamento deve obedecer aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
b) Outro exemplo de norma jurídica que regulamenta a atividade financeira do Estado é o artigo 167 da Constituição Federal, que trata das vedações orçamentárias. Este artigo estabelece que é vedado ao Poder Executivo realizar operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, realizar operações de crédito com entidades que não sejam instituições financeiras, entre outras vedações.
Assim, pode-se concluir que o Direito Financeiro é uma disciplina científica-jurídica que se dedica ao estudo do direito positivo financeiro, ou seja, das normas jurídicas que regulamentam as atividades financeiras do Estado.
- o Direito Financeiro pode ser compreendido como um conjunto de normas jurídicas válidas em um determinado país e que prescrevem a atividade financeira de seu Estado.
Dessa forma, o Direito Financeiro, enquanto direito positivo, é composto por um conjunto de normas jurídicas vigentes que regulamentam a atividade financeira do Estado. Essas normas podem ser encontradas em diversas fontes do direito, como na Constituição Federal, leis, decretos, regulamentos, entre outros.
Exemplos: 
a) Um exemplo de norma jurídica que compõe o Direito Financeiro e regula a atividade financeira do Estado é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece normas para a gestão fiscal responsável dos recursos públicos. A LRF dispõe, por exemplo, sobre a limitação de gastos com pessoal, a transparência na gestão fiscal, a instituição de mecanismos de controle e avaliação da gestão pública, entre outras disposições.
b) Outra norma que compõe o Direito Financeiro e regula a atividade financeira do Estado é o Código Tributário Nacional (CTN), que estabelece as normas gerais de direito tributário aplicáveis em todo o território nacional. O CTN dispõe sobre a competência tributária, as obrigações tributárias, a fiscalização e a arrecadação de tributos, entre outras questões.
Assim, o Direito Financeiro, enquanto direito positivo, é um conjunto de normas jurídicas que regulamentam a atividade financeira do Estado em um determinado país, como a arrecadação e a aplicação dos recursos públicos, o controle financeiro, a elaboração e execução do orçamento público, a tributação, a dívida pública, entre outras questões.
- As finanças públicas referem-se ao conjunto de atividades financeiras do Estado relacionadas à arrecadação, gestão e aplicação dos recursos públicos: 
a) Receita pública: compreende todas as entradas de recursos financeiros no tesouro público, tais como tributos, taxas, contribuições, entre outras fontes de recursos. O artigo 145 da Constituição Federal estabelece as espécies tributárias e sua competência para instituição e cobrança, enquanto as demais fontes de receita pública são reguladas por outras normas específicas.
b) Despesa pública: compreende todos os gastos realizados pelo Estado para a execução das atividades públicas, tais como investimentos em infraestrutura, remuneração de servidores públicos, pagamento de dívidas, entre outras despesas. A Constituição Federal estabelece regras para a elaboração e execução do orçamento público, que é o instrumento de planejamento das despesas públicas.
c) Gestão, controle e fiscalização dos recursos públicos: são fundamentais para garantir a efetividade da gestão fiscal e a transparência na aplicação dos recursos públicos. A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece regras para a gestão fiscal responsável, a transparência na gestão dos recursos públicos e o controle das contas públicas.
d) Responsabilidade e transparência: são princípios fundamentais para garantir a efetividade das finanças públicas e a confiança da sociedade nas instituições públicas. A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece regras para a transparência na gestão dos recursos públicos e para a responsabilidade dos gestores públicos na gestão fiscal.
2.2 RECEITAS PÚBLICAS 
A receita pública é o conjunto de recursos financeiros que ingressam nos cofres do Estado e que são utilizados para financiar suas atividades e cumprir suas obrigações.
A receita pública pode ser classificada de acordo com diferentes critérios. 
1) O primeiro critério é a categoria-função, que se divide em receitas correntes e receitas de capital. As receitas correntes são aquelas obtidas pelo Estado de forma regular e constante, como a arrecadação de impostos e taxas. Já as receitas de capital são aquelas obtidas pelo Estado para financiar investimentos em infraestrutura e outros bens de capital.
2) O segundo critério de classificação é a regularidade, que se divide em receitas ordinárias e extraordinárias. As receitas ordinárias são aquelas que ingressam nos cofres do Estado de forma regular e constante, como as receitas tributárias. Já as receitas extraordinárias são aquelas que são obtidas de forma eventual e não recorrente, como as receitas provenientes de privatizações de empresas estatais.
3) O terceiro critério de classificação é a origem, que se divide em receitas originárias e derivadas. As receitas originárias são aquelas obtidas pelo Estado através da exploração de seus próprios bens e serviços, como as receitas provenientes da exploração de petróleo e gás. Já as receitas derivadas são aquelas obtidas pelo Estado através de transferências de recursos de outras fontes, como as receitas provenientes de transferências constitucionais e convênios.
Em resumo, a receita pública é o conjunto de recursos financeiros que ingressam nos cofres do Estado e que são utilizados para financiar suas atividades e cumprir suas obrigações. A receita pública pode ser classificada de acordo com diferentes critérios, como a categoria-função, a regularidade e a origem.
- Conceito de tributo sob a ótica do Direito Financeiro (Lei 4.320/64): 
No Direito Financeiro, tributo é uma obrigação imposta pelo Estado a pessoas físicas ou jurídicas para arrecadar recursos para o financiamento de suas atividades. O conceito de tributo está definido na Lei nº 4.320/64, que é a principal lei de normas gerais sobre finanças públicas no Brasil.
Segundo a Lei nº 4.320/64, tributo é uma receita derivada, que decorre do exercício do poder de império do Estado. Isso significa que o tributo é uma obrigação imposta pelo Estado, e sua cobrança é compulsória. Além disso, o tributo é uma fonte de financiamento para as atividades do Estado, e seu objetivo é arrecadar recursos para o cumprimento das funções públicas.
A Lei nº 4.320/64 também estabelece os tipos de tributos que podem ser cobrados pelo Estado, sendo eles: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Cada um desses tributos possui características específicas em relação ao fato gerador, à base de cálculo, à alíquota e aos contribuintes.
Dessa forma, o conceito de tributo, sob a ótica doDireito Financeiro, é a obrigação imposta pelo Estado, de forma compulsória, a pessoas físicas ou jurídicas, para arrecadar recursos destinados ao financiamento de suas atividades, sendo classificado em impostos, taxas e contribuições de melhoria, conforme a Lei nº 4.320/64.
Síntese: tributo é receita pública derivada e destinado às despesas públicas (norma jurídica da destinação tributária).
2.3 DESPESAS PÚBLICAS 
As despesas públicas são os gastos que o Estado realiza para cumprir suas finalidades, como prover serviços públicos, realizar investimentos, pagar salários e aposentadorias, dentre outros.
A classificação das despesas públicas pode ser feita de acordo com vários critérios:
1) Classificação normativa: divide as despesas em correntes e de capital. As despesas correntes referem-se aos gastos necessários para manter as atividades do Estado em funcionamento, como pagamento de salários, manutenção de equipamentos, entre outros. Já as despesas de capital referem-se aos gastos com investimentos, como a construção de escolas, hospitais, estradas, entre outros.
2) Classificação doutrinária: leva em conta a origem, a territorialidade e a finalidade das despesas.
2.1) Origem: pode ser orçamentária, quando está prevista no orçamento público, ou extraorçamentária, quando decorre de operações de crédito ou outras fontes de recursos que não estejam previstas no orçamento.
2.2) Territorialidade: refere-se à localização geográfica da despesa, que pode ser interna (dentro do país) ou externa (fora do país). 
2.3) Finalidade: pode ser produtiva (quando gera retorno econômico), reprodutiva (quando visa a reproduzir a capacidade produtiva do Estado) ou improdutiva (quando não gera retorno econômico).
Como exemplo de despesa pública, pode-se citar a construção de uma escola pública. Essa despesa seria classificada como de capital, já que se trata de um investimento, e como produtiva, já que a construção da escola pode gerar retorno econômico para a sociedade. Além disso, a despesa seria considerada orçamentária, já que está prevista no orçamento público.
Os artigos da Lei 4.320/64 que tratam das despesas públicas são os artigos 15 a 17.
2.4 GESTAO, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 
Controle e fiscalização das finanças públicas são fundamentais para a garantia da eficiência e eficácia na aplicação dos recursos públicos.
1) Gestão: baseada na noção de planejamento e limitação de gastos públicos, buscando garantir a melhor utilização possível dos recursos financeiros disponíveis. Além disso, a gestão deve ser pautada pela responsabilidade e transparência, de forma a garantir a prestação de contas à sociedade. Nesse sentido, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF - Lei Complementar 101/2000) é uma importante ferramenta para o planejamento e controle das finanças públicas, estabelecendo regras para a gestão fiscal responsável.
2) Controle: se dá pela relação entre receitas e despesas, de forma a garantir que os recursos sejam aplicados de maneira correta e eficiente. Esse controle pode ser realizado por diferentes órgãos e entidades, como o próprio governo, o Tribunal de Contas, a sociedade civil, entre outros.
3) Fiscalização: pode ser interna ou externa, sendo esta última realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelos Tribunais de Contas dos Estados e Municípios. Essa fiscalização tem como objetivo avaliar a regularidade, legalidade e eficiência na aplicação dos recursos públicos, garantindo a transparência e a prestação de contas à sociedade.
Os artigos 70 e seguintes da Constituição Federal de 1988 tratam especificamente das competências e atribuições do Tribunal de Contas da União, órgão responsável pela fiscalização das contas públicas federais. Além disso, a LRF também estabelece regras para o controle e fiscalização das finanças públicas em âmbito nacional.
2.5 TRANSPARÊNCIA E RESPONSABILIZAÇÃO
1) Transparência: é um princípio fundamental do Direito Financeiro, que visa garantir o acesso à informação e à publicidade dos atos e decisões relacionados às finanças públicas. Isso permite que a sociedade possa fiscalizar e controlar a gestão financeira do Estado, contribuindo para a prevenção e correção de desvios e irregularidades.
2) Responsabilização: refere-se à obrigação dos gestores públicos de agir com planejamento, transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos, evitando riscos e corrigindo desvios que possam afetar o equilíbrio das contas públicas. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF - LC 101/200) é um marco legal importante nesse sentido, estabelecendo regras e limites para a gestão financeira e fiscal dos entes federativos brasileiros.
A LRF prevê, por exemplo, a necessidade de cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas, a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívida consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. Além disso, a LRF estabelece sanções e penalidades para os gestores públicos que descumprirem as normas e limites estabelecidos, como a possibilidade de perda do cargo ou função pública, multas e outras medidas previstas em lei.
2.6 ESTADO E FINANÇAS PÚBLICAS 
O Estado brasileiro tem como fundamentos a federação e o republicanismo, conforme previsto na Constituição Federal de 1988. O princípio federativo estabelece a autonomia dos entes federativos (União, estados, Distrito Federal e municípios) em relação à administração, finanças e orçamento, além da repartição de competências entre eles. Isso significa que cada ente tem sua própria estrutura administrativa e financeira, com receitas e despesas específicas.
Já o princípio republicano se fundamenta na separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), além do Ministério Público e da Defensoria Pública. Essa separação visa garantir o equilíbrio entre os poderes e a proteção dos direitos fundamentais. O "presidencialismo de coalizão" é uma característica do sistema político brasileiro, em que o presidente da República depende do apoio de diferentes partidos políticos para governar e aprovar leis.
No contexto das finanças públicas, esses fundamentos implicam na necessidade de uma gestão transparente, responsável e eficiente dos recursos públicos por parte dos entes federativos, em observância às leis e princípios orçamentários. Além disso, é importante destacar a importância do equilíbrio fiscal e da sustentabilidade das contas públicas para a garantia da estabilidade econômica e social do país.
Os componentes mencionados acima têm uma relação estreita com as finanças públicas:
1) Princípio federativo: estabelece a autonomia financeira dos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) para arrecadar suas próprias receitas e gerir seus gastos. Cada ente tem competências específicas para legislar e tributar, o que tem um impacto direto na arrecadação e no uso dos recursos públicos.
2) Princípio republicano: se relaciona com as finanças públicas na medida em que estabelece a separação dos poderes e a necessidade de transparência e prestação de contas. Isso significa que o Poder Executivo, responsável pela gestão das finanças públicas, deve agir de forma planejada e transparente, respeitando os limites e metas estabelecidos pela legislação, bem como prestando contas de suas ações aos demais poderes e à sociedade em geral.
3) Presidencialismo de “colisão”: está relacionado à necessidade de negociação e cooperação entre os diferentes poderes e entes federativos para a gestão das finanças públicas. Isso porque, muitas vezes, é necessário que o Poder Executivo negocie com o Legislativo e outros entes para garantir a aprovação de medidas fiscais importantes, como a aprovação do orçamento ou a implementação de reformas econômicas.
Sobre a estrutura do Estado: 
1) Administração Pública: é responsável pela gestão dos recursos públicos e pela execução das políticas públicas.Ela pode ser dividida em administração direta e indireta. A administração direta é composta pelos órgãos e entidades que integram a estrutura da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. Já a administração indireta é composta por entidades criadas por lei para prestar serviços públicos ou executar atividades econômicas que o Estado considere relevantes. Exemplos de entidades da administração indireta incluem autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.
2) Dependência e status quo: O Estado depende dos recursos financeiros para executar as políticas públicas e manter seu funcionamento. Assim, a manutenção do status quo, ou seja, da situação atual, depende da obtenção de recursos e de sua gestão eficiente. Além disso, a evolução e o progresso do Estado também dependem da inovação, da modernização e da busca por melhorias na gestão financeira.
3) Plano de Governo e Investimentos: O plano de governo e investimentos é um instrumento importante para a gestão financeira do Estado. Ele define as prioridades, metas e objetivos do governo e estabelece os recursos necessários para a execução das políticas públicas. O planejamento financeiro e a execução dos investimentos devem ser transparentes e responsáveis, visando garantir a eficiência e eficácia na utilização dos recursos públicos. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece normas para o planejamento, a execução e o controle das finanças públicas, incluindo o plano de governo e investimentos.
2.7 DIREITO FINANCEIRO E CONSTITUIÇÃO
O Direito Financeiro está diretamente ligado à Constituição, pois é nela que se encontram os princípios e regras que norteiam as finanças públicas. O Sistema Constitucional do Direito Financeiro é composto pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, pelas leis complementares (como a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei nº 4.320/64) e pelas leis orçamentárias (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual).
1) Constitucionalismo fiscal: é um movimento contemporâneo que visa garantir que os princípios e regras constitucionais sejam aplicados de forma efetiva na gestão das finanças públicas.
1.1) Movimento contemporâneo: tem como principal característica a preocupação com a relação entre as finanças públicas e o desenvolvimento econômico e social do país, levando em conta as disposições constitucionais que estabelecem limites para o poder de tributar do Estado e que garantem direitos fundamentais aos cidadãos.
1.2) Direito Orçamentário Substantivo: é um ramo do Direito Financeiro que se dedica a estudar os princípios e regras que devem ser observados na elaboração e execução do orçamento público, visando garantir a efetividade dos direitos fundamentais e o equilíbrio fiscal.
1.3) Teoria da Constituição Financeira: é uma corrente doutrinária que defende a ideia de que o Direito Financeiro é parte integrante do sistema constitucional, devendo ser interpretado à luz dos princípios e regras constitucionais.
	
3. NOÇÕES DO DIREITO FINANCEIRO II
3.1 ORÇAMENTO PÚBLICO
O orçamento público é regulado por diversas normas, entre as quais podemos destacar:
1) Constituição Federal: o artigo 165 da Constituição Federal é uma das principais normas que regulam o orçamento público no Brasil. Ele estabelece as diretrizes para a elaboração e execução do orçamento e define as competências do Poder Executivo e do Poder Legislativo nesse processo.
2) Lei de Responsabilidade Fiscal: a Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelece normas para a gestão das finanças públicas e define limites para as despesas com pessoal, endividamento e transferências aos estados e municípios, entre outros aspectos importantes.
3) Lei de Diretrizes Orçamentárias: a Lei nº 13.898/2019, conhecida como Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), estabelece as diretrizes para a elaboração do orçamento anual e fixa as metas e prioridades para o exercício financeiro seguinte.
4) Lei Orçamentária Anual: a Lei nº 14.144/2021 é a lei orçamentária anual (LOA) em vigor. Ela estabelece a previsão das receitas e fixa as despesas do governo para o ano de 2021, indicando quais são as prioridades para o uso dos recursos públicos.
Essas normas são essenciais para garantir a transparência, a responsabilidade e o controle social sobre o orçamento público, permitindo que a sociedade participe ativamente da gestão dos recursos públicos e que os recursos sejam aplicados de forma eficiente e eficaz.
Múltiplas dimensões do Orçamento Público: 
1) Político/Social: O orçamento público tem uma dimensão política e social importante, pois reflete as prioridades e escolhas do governo em relação à alocação dos recursos públicos. Por exemplo, se o governo prioriza a saúde, a educação e a segurança pública em seu orçamento, isso pode indicar uma preocupação com as demandas sociais e com a melhoria da qualidade de vida da população.
2) Econômico: O orçamento público também tem uma dimensão econômica, pois as decisões tomadas no orçamento afetam a economia do país. Por exemplo, se o governo decide aumentar os investimentos em infraestrutura, isso pode impulsionar o crescimento econômico. Além disso, o orçamento deve levar em consideração os critérios econômicos de diversos ramos, como a necessidade de equilíbrio fiscal e a capacidade de endividamento do Estado.
3) Jurídico: O orçamento público é um instrumento jurídico que está sujeito a mandamentos normativos e prescritivos, ou seja, deve seguir as normas estabelecidas pela Constituição e pelas leis infraconstitucionais. Por exemplo, a Constituição Federal estabelece que o orçamento deve ser elaborado de forma participativa e transparente, e que deve haver equilíbrio entre as receitas e as despesas.
4) Contábil: O orçamento público também envolve o uso de técnicas instrumentais contábeis para a elaboração, execução e acompanhamento do orçamento. Por exemplo, é necessário que o orçamento esteja organizado em categorias contábeis que permitam a identificação e o controle dos gastos públicos, como as despesas de pessoal, de custeio e de investimentos.
Essas múltiplas dimensões do orçamento público são importantes para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficiente, eficaz e responsável, levando em consideração as demandas sociais, econômicas, jurídicas e contábeis do país.
Ao que se refere as Leis Orçamentárias:
O Orçamento Público é composto por três leis orçamentárias: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
1) PPA: O PPA é a lei que estabelece as diretrizes, objetivos e metas a serem seguidos pelo governo federal em um período de quatro anos. Ele tem como objetivo definir as prioridades e políticas públicas que serão implementadas no período, de forma a garantir uma gestão pública mais eficiente e eficaz. O PPA é elaborado pelo Poder Executivo e aprovado pelo Congresso Nacional. O artigo 165, inciso I, da Constituição Federal estabelece a obrigatoriedade do PPA.
2) LDO: A LDO é a lei que estabelece as diretrizes e metas para a elaboração da LOA e para a execução do orçamento no ano seguinte. Ela estabelece as prioridades do governo para o ano seguinte, as metas fiscais, a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, entre outras questões. A LDO é elaborada pelo Poder Executivo e aprovada pelo Congresso Nacional. O artigo 165, inciso III, da Constituição Federal estabelece a obrigatoriedade da LDO.
3) LOA: A LOA é a lei que estabelece as receitas e despesas do governo para o ano seguinte. Ela define como serão gastos os recursos públicos em cada área, como saúde, educação, infraestrutura, entre outras. A LOA é elaborada pelo Poder Executivo e aprovada pelo Congresso Nacional. O artigo 165, inciso III, da Constituição Federal estabelece a obrigatoriedade da LOA.
As leis orçamentárias têm prazos definidos para a sua elaboração, aprovação e execução. A LDO deve ser aprovada atéo dia 15 de abril de cada ano, enquanto a LOA deve ser aprovada até o dia 17 de julho de cada ano. Já o PPA deve ser elaborado no primeiro ano de cada mandato presidencial e tem duração de quatro anos.
Além disso, as leis orçamentárias estão sujeitas a algumas normas e regras estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), como a necessidade de equilíbrio entre receitas e despesas e o limite de gastos com pessoal. A LRF também estabelece prazos para a execução do orçamento, que deve ocorrer até o dia 31 de dezembro de cada ano, e para a publicação dos relatórios de gestão fiscal, que devem ser apresentados a cada quadrimestre.
Ao que se refere ao ciclo orçamentário:
O ciclo orçamentário é o processo que envolve a elaboração, aprovação, execução e controle do orçamento público. De acordo com o livro "Lições de direito financeiro" de Regis Fernandes de Oliveira, o ciclo orçamentário é regulamentado pela Constituição Federal, pela Lei de Responsabilidade Fiscal e pela legislação infraconstitucional.
O primeiro passo do ciclo orçamentário é a elaboração do Plano Plurianual (PPA), que define as diretrizes, objetivos e metas a serem alcançados pelo governo em um período de quatro anos. Em seguida, é elaborada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro seguinte, orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA).
A LOA, por sua vez, é a lei que estima as receitas e fixa as despesas do governo para o ano seguinte, com base nas prioridades estabelecidas pela LDO. Após a aprovação da LOA pelo Poder Legislativo, inicia-se a execução do orçamento público, que envolve a alocação e utilização dos recursos públicos de acordo com as prioridades estabelecidas na LOA.
Durante a execução do orçamento, é realizado o controle orçamentário, que envolve a fiscalização das receitas e despesas públicas, bem como o acompanhamento da execução das metas e objetivos estabelecidos na LDO e na LOA. O controle orçamentário é realizado por diversos órgãos e entidades, como o Tribunal de Contas da União e os órgãos internos de controle dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
O ciclo orçamentário é um processo contínuo e repetitivo, que se inicia com a elaboração do PPA e se encerra com a conclusão da execução do orçamento do exercício financeiro seguinte. É importante ressaltar que o cumprimento das etapas do ciclo orçamentário é fundamental para o planejamento e gestão eficiente dos recursos públicos, garantindo a realização das políticas públicas e o equilíbrio das finanças do Estado.
Ao que se refere a questões importantes: 
Oliveira (2016) destaca algumas questões relevantes no processo de elaboração do orçamento público. 
1) Restrições na elaboração do orçamento: a primeira delas é a subordinação da Lei Orçamentária Anual (LOA) às definições estabelecidas pelo Plano Plurianual (PPA) e pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Isso significa que a LOA deve estar em conformidade com as metas e objetivos definidos no PPA e nas diretrizes estabelecidas na LDO.
Outra restrição importante é a vinculação de receitas, que limita a flexibilidade do gestor público na alocação dos recursos. Além disso, é proibido incluir no orçamento dispositivos que não estejam relacionados à previsão de receitas e fixação de despesas.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece limites e condições para as operações de crédito, com o objetivo de evitar o endividamento excessivo dos entes públicos. Além disso, a LRF proíbe investimentos não previstos no PPA e fixa diretrizes para a realização de emendas parlamentares.
Em suma, o processo de elaboração do orçamento público envolve diversas restrições e limitações que buscam garantir a responsabilidade e transparência na gestão dos recursos públicos.
2) Não aprovação do orçamento: As questões relevantes relacionadas à não aprovação do orçamento público estão previstas em diferentes dispositivos legais. O artigo 165, §9 da Constituição Federal estabelece que a lei orçamentária anual deve ser aprovada pelo Congresso Nacional até o final de cada ano, sob pena de a execução provisória ser realizada com base na proposta orçamentária enviada pelo Poder Executivo. Porém, essa norma remete à legislação complementar a definição dos prazos e das regras para a execução provisória.
Já o artigo 35, §2 do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) determina que, caso o projeto de lei orçamentária não seja aprovado até o final do exercício financeiro, ficam mantidas as despesas previstas na lei orçamentária anterior, até que seja aprovado o novo orçamento.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) também trata do tema, estabelecendo que, na hipótese de a lei orçamentária não ser aprovada até o final do exercício, o Poder Executivo deve adotar as medidas necessárias para assegurar a execução dos serviços públicos e a realização de obras e projetos previstos no orçamento. Além disso, a LRF prevê que, enquanto não for aprovada a lei orçamentária, fica vedada a realização de despesas que não estejam previstas na proposta orçamentária.
Portanto, a não aprovação do orçamento público pode gerar consequências como a execução provisória com base na proposta orçamentária, a manutenção das despesas previstas na lei orçamentária anterior, a adoção de medidas para assegurar a execução dos serviços públicos e a vedação de realização de despesas não previstas na proposta orçamentária.
3) Rejeição do orçamento: Pode ocorrer de duas formas - parcial ou total. Quando ocorre a rejeição parcial, a parte aprovada da proposta orçamentária pode ser executada normalmente, enquanto a parte rejeitada deve ser corrigida e submetida novamente ao Legislativo para nova apreciação. Já na rejeição total, a situação é mais complexa, uma vez que inviabiliza a execução do orçamento, o que pode levar a uma crise financeira e política.
No caso da rejeição total, há uma questão importante devido à separação dos poderes: o Executivo não pode interferir nas deliberações do Legislativo, e o Legislativo não pode invadir as atribuições do Executivo. Nesse sentido, não é possível que o Legislativo imponha ao Executivo a execução de um orçamento que não foi por ele elaborado ou que apresenta vícios de inconstitucionalidade.
Portanto, em caso de rejeição total, o Executivo tem algumas opções, como enviar uma nova proposta orçamentária corrigida para a apreciação do Legislativo ou adotar o orçamento do ano anterior. Em qualquer caso, é importante destacar que a rejeição do orçamento pode ter consequências graves para a gestão pública e para a sociedade como um todo.
As disposições legais referentes à rejeição do orçamento estão previstas na Constituição Federal, na Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei Orçamentária Anual. O artigo 166, §8 da Constituição Federal prevê a possibilidade de rejeição parcial do orçamento, enquanto a impossibilidade de sua execução deve ser regulada por lei complementar. Já a Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu artigo 59, estabelece que a rejeição total do orçamento implica em sua não-execução.
4) Vetores, metas e propostas do orçamento: O Orçamento Público é pautado em vetores, metas e propostas que visam atender às necessidades públicas da sociedade, refletidas na Constituição. O planejamento é uma ferramenta importante para o setor público, uma vez que permite o estabelecimento de objetivos e a definição de prioridades para a alocação de recursos. Para o setor privado, o planejamento é indicativo e pode servir como referência para a tomada de decisões.
4.1) Os vetores do orçamento público são os objetivos fundamentais da República previstos na Constituição Federal, como a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da pobreza, a redução das desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem de todos, entre outros.
4.2) As metas do orçamento público são estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e têm como finalidade orientar a elaboração do orçamentoanual. Elas podem ser quantitativas ou qualitativas e devem estar relacionadas aos objetivos e às prioridades estabelecidos pelo governo.
4.3) As propostas do orçamento público são apresentadas na Lei Orçamentária Anual (LOA) e detalham como serão utilizados os recursos públicos ao longo do ano. Elas devem estar em consonância com as metas estabelecidas na LDO e respeitar os princípios gerais e vedação previstos na Constituição, como a proibição de realização de despesas não autorizadas e a obrigatoriedade de previsão de recursos para o pagamento de dívidas.
Cabe destacar que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) também estabelece a importância do planejamento e da transparência na gestão dos recursos públicos, ao prever a elaboração e a publicação de diversos relatórios e demonstrativos contábeis e fiscais.
5) Execução do orçamento e gestão financeira: A execução do orçamento é a etapa mais relevante e principal do processo orçamentário, pois é nessa fase que se dá o implemento, a operacionalização e o cumprimento dos programas previstos nas leis orçamentárias. De acordo com Oliveira (2016), a execução do orçamento tem por objetivo alcançar os objetivos e metas previstos no planejamento financeiro e garantir a eficiência, efetividade e economicidade na aplicação dos recursos públicos.
A gestão e execução do orçamento são de competência conjunta do chefe do Poder Executivo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e a Secretaria de Orçamento e Finanças (SOF). A STN é responsável por coordenar a execução orçamentária e financeira, controlar as operações de crédito e a dívida pública, gerir os recursos do Tesouro Nacional e apoiar a tomada de decisões do governo em relação às finanças públicas. Já a SOF tem como atribuições elaborar e consolidar o projeto de lei orçamentária, coordenar a execução orçamentária e financeira, analisar e propor alterações nas propostas de programação orçamentária, entre outras.
Alguns exemplos de medidas tomadas na execução do orçamento são a realização de licitações para contratação de serviços e obras públicas, a autorização de despesas e a aprovação de créditos suplementares para atender necessidades imprevistas. Além disso, é importante que haja um acompanhamento constante da execução do orçamento por meio de relatórios, prestação de contas e auditorias, a fim de garantir a transparência e o controle dos gastos públicos.
3.2 PRINCÍPIOS FINANCEIROS
1) Teoria Geral do Direito e Axiologia: é um ramo da ciência jurídica que se dedica a estudar as características, fundamentos e princípios do Direito. Já a Axiologia é um ramo da filosofia que se dedica a estudar os valores, princípios e ética.
2) Princípios Financeiros: Os princípios financeiros são fundamentos que orientam o processo de elaboração, execução e controle das leis orçamentárias. 
2.1) Anualidade: O orçamento deve ser elaborado e executado anualmente, com base no exercício financeiro (período de 12 meses). Isso significa que o orçamento deve ser atualizado a cada ano e que as despesas e receitas devem estar previstas para o período de 12 meses seguintes.
2.2) Universalidade: O orçamento deve abranger todas as receitas e despesas do ente público, sem exceção. Isso significa que todas as despesas e receitas devem estar previstas no orçamento, inclusive aquelas que não estão diretamente relacionadas às atividades finalísticas do ente público.
2.3) Unidade: O orçamento deve ser uno, ou seja, não pode haver orçamentos parciais para determinadas áreas ou órgãos do ente público. Isso significa que todas as despesas e receitas devem estar consolidadas em um único documento.
2.4) Flexibilidade: O orçamento deve ser flexível para permitir ajustes durante sua execução, em caso de necessidade. Isso significa que, em situações excepcionais, pode ser necessário fazer alterações no orçamento para adequá-lo às demandas da administração pública.
2.5) Responsabilidade Fiscal: O orçamento deve ser elaborado e executado com base na responsabilidade fiscal, ou seja, deve ser planejado de forma a garantir o equilíbrio das contas públicas. Isso significa que o ente público não pode gastar mais do que arrecada, nem contrair dívidas que não possa pagar. Além disso, deve haver transparência e controle social sobre as contas públicas.
Esses princípios estão previstos na Constituição Federal de 1988, na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (Lei nº 13.898/2019).
4. DIREITO TRIBUTÁRIO I 
Apoios: Carvalho, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 30. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. Capítulos 1 e 2.// Carvalho, A. T. (2019). Teoria Geral do Direito (4a ed., Capítulos 2 e 3). São Paulo: Editora Noeses.// Carvalho, P. B. (2018). Fundamentos jurídicos da incidência (10a ed.). Editora Saraiva. (Preambulo).
4.1 TEORIA GERAL DO DIREITO 
As dimensões da realidade referem-se às diferentes formas como a realidade pode ser compreendida e analisada. No contexto do direito, destacam-se as dimensões científica, jurídica e social. (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 30. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2019.// CARVALHO, A. T. Teoria Geral do Direito. 4a ed. São Paulo: Editora Noeses, 2019.// CARVALHO, Paulo de Barros. Fundamentos jurídicos da incidência. 10a ed. Editora Saraiva, 2018.)
1) Realidade científica (ou plano do conhecimento humano): é aquela que busca compreender a realidade de forma objetiva e sistemática, utilizando métodos científicos para investigação e análise. Nessa dimensão, a realidade é compreendida em sua dimensão material, sem considerar valores ou normas.
2) Realidade jurídica (ou norma jurídica em sentido estrito): é aquela que se preocupa com as normas e regras que regem a vida em sociedade. Nessa dimensão, a realidade é analisada a partir das normas jurídicas, buscando-se compreender como elas regulam as condutas e relações sociais.
3) Realidade social e modificação das condutas intersubjetivas: refere-se à dimensão que se preocupa com as relações sociais e a dinâmica das interações humanas. Nessa dimensão, busca-se compreender como as normas jurídicas interferem nas condutas dos indivíduos e como as relações sociais podem ser modificadas por meio do direito.
Um exemplo prático dessas dimensões pode ser encontrado na análise de um contrato de trabalho. Na dimensão científica, seria possível analisar as características do contrato em si, como as obrigações das partes e a remuneração prevista. Na dimensão jurídica, seria necessário verificar se o contrato está em conformidade com as normas trabalhistas e se as condições são justas e equilibradas. Na dimensão social, seria possível analisar como o contrato interfere nas relações entre empregador e empregado e como ele pode ser modificado para garantir uma relação mais justa e equilibrada entre as partes.
- OPV: significa "Obrigatório, Permitido, Vedado". Essa sigla é utilizada em estudos de teoria geral do direito para classificar as possibilidades de comportamento diante de uma norma jurídica.
O termo "modal deontico" se refere às relações que se estabelecem entre normas e condutas humanas, ou seja, às normas que determinam o que é permitido, proibido ou obrigatório fazer em determinadas situações.
Assim, a sigla OPV é uma forma de simplificar as possibilidades de comportamento humano diante de uma norma. Obrigatório significa que a conduta é exigida pela norma, ou seja, o comportamento é obrigatório. Permitido significa que a conduta é permitida pela norma, ou seja, o comportamento é permitido. E vedado significa que a conduta é proibida pela norma, ou seja, o comportamento é proibido.
Por exemplo, a Constituição brasileira estabelece que a liberdade de expressão é permitida, mas há casos em que é vedado, como quando se trata de discurso de ódio. Da mesma forma, é obrigatório que as empresas paguem impostos, sob pena de sanções, mas é vedado sonegar impostos.
4.2 DIREITO TRIBUTÁRIO: ASPECTOS GERAIS 
O Direito Tributário é uma área do Direito que estudaas normas que regem a tributação, ou seja, o conjunto de regras e princípios que disciplinam a relação entre o Estado e o contribuinte na arrecadação de tributos.
1) Direito tributário enquanto ciência do direito: podemos citar o doutrinador Sacha Calmon Navarro Coelho, que define o Direito Tributário como "o ramo do conhecimento jurídico que estuda as normas jurídicas que disciplinam as relações entre o Estado e os particulares no tocante à tributação". Nesse sentido, a disciplina é vista como uma área específica do conhecimento, que se dedica ao estudo das normas que regulam a tributação.
2) Direito tributário enquanto Direito Positivo: podemos citar o Código Tributário Nacional (CTN), que traz em seu artigo 3º a definição de tributo como "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada". O CTN é a principal fonte do Direito Tributário brasileiro, e traz normas que regulam desde a instituição dos tributos até a sua arrecadação e fiscalização.
Podemos concluir, portanto, que o Direito Tributário é uma área do Direito que trata da tributação, seja como disciplina científica ou como conjunto de normas jurídicas válidas em um determinado país, e que tem por objetivo regular a relação entre o Estado e os contribuintes na arrecadação de tributos.
Ao que se refere a atividade tributária: 
A atividade tributária é a ação do Estado no âmbito fiscal que envolve a criação de normas jurídicas relacionadas à instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos.
1) Instituição de tributos: refere-se à criação de novos impostos, taxas e contribuições de melhoria, definindo as bases de cálculo, as alíquotas e as regras para sua aplicação.
Ex: criação de novas alíquotas para o Imposto de Renda, conforme previsto no artigo 153, inciso III da Constituição Federal.
2) Arrecadação: trata da cobrança dos tributos criados, incluindo a emissão de guias de pagamento, a fiscalização do pagamento pelos contribuintes e a possibilidade de aplicação de sanções em caso de inadimplência.
Ex: pode ser exemplificada na emissão de guias de pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) pela prefeitura de um município.
3) Fiscalização: diz respeito ao controle do cumprimento das obrigações fiscais por parte dos contribuintes, verificando se os tributos foram devidamente declarados e pagos, podendo aplicar penalidades em caso de irregularidades.
Ex: pode ser ilustrada pela atuação da Receita Federal na verificação do cumprimento das obrigações fiscais por parte de uma empresa.
4.3 DIREITO TRIBUTÁRIO: DEFINIÇÃO DE TRIBUTO 
Ao que se refere a definição de tributos: 
Podemos definir a palavra "tribute" como um valor devido pelos cidadãos-contribuintes ao Estado em razão da agão estatal de criar tributos, o que é conhecido como tributação. A origem etimológica da palavra remete ao latim "tribuere”, que significa dividir por tribos, repartir ou atribuir.
O conceito de tributo está intimamente relacionado com as figuras da taxa e do imposto. Em sentido geral, podemos entender tributo como um gênero, do qual a taxa e o imposto são espécies: 
1) Taxa: uma espécie de tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
2) Imposto: espécie de tributo cujo fato gerador é a situação de riqueza ou capacidade contributiva do contribuinte.
Podemos citar como exemplo de tributo no Brasil o Imposto de Renda, que é um tributo federal sobre a renda e proventos de qualquer natureza, devido anualmente pelas pessoas físicas e jurídicas que obtêm rendimentos acima de determinado valor. Outro exemplo é a Taxa de Fiscalização e Controle de Recursos Minerários (TFRM), que é um tributo estadual devido pelas empresas que exploram recursos minerais em determinados estados brasileiros.
O Direito Tributário é um ramo do Direito que estuda as normas jurídicas que regulam a relação entre o Estado e os contribuintes no que diz respeito à arrecadação de tributos. Os tributos são definidos como sendo as prestações pecuniárias compulsórias, ou seja, obrigações impostas pelo Estado aos contribuintes, que têm a finalidade de arrecadar recursos para financiar as atividades estatais.
A palavra "tributo" tem origem no latim "tributum", que significa "tributo, contribuição, imposto". A definição de tributo pode ser entendida de diversas formas, como:
I) Etimologia: Do latim "tribuere" no sentido de dividir por tribos, repartir ou atribuir;
II) Valor devido ao Estado pagos pelos cidadãos-contribuintes (sentido geral aos termos "tribute", "taxa" e "imposto");
III) Como resultado da ação estatal de criar tributos ("tributar");
IV) Partilhar ("contribuir" e "contribuição");
V) Ação de prestar homenagens e honrarias ("tributo a/ao").
Os fundamentos da tributação podem ser encontrados em diversos períodos históricos, desde a Era Primitiva e Antiga até o período contemporâneo.
I) Na Era Primitiva e Antiga, o tributo voluntário era oferecido como uma forma de homenagem divina.
II) Na Época Antiga, o tributo era utilizado como punição.
III) Na Era Moderna, a tributação foi vista como uma forma de arrecadação de riquezas
IV) Atualmente é utilizada como uma forma de modificar comportamentos da sociedade.
4.4 DIREITO TRIBUTÁRIO: CONCEITO CONSTITUCIONAL DE TRIBUTO 
O conceito constitucional de tributo está presente na Constituição Federal de 1988, que define em seu artigo 3º, inciso I, que a República Federativa do Brasil tem como um dos seus fundamentos a cidadania. No que se refere à tributação, a Constituição estabelece em seu Título VI - Da Tributação e do Orçamento, que a competência para instituir impostos é da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O artigo 146 da Constituição Federal prevê que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre a definição de tributos e suas espécies, bem como a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes.
Assim, o conceito constitucional de tributo pode ser entendido como uma obrigação imposta pelo Estado às pessoas físicas e jurídicas para arrecadar recursos financeiros para a manutenção das atividades do poder público. Esses recursos são utilizados para a realização de serviços públicos, tais como saúde, educação, segurança, entre outros.
Ex: exemplos de tributos previstos na Constituição Federal são os impostos, taxas e contribuições de melhoria, que possuem suas respectivas definições e regras de incidência estabelecidas pela lei complementar.
4.5 DIREITO TRIBUTÁRIO: SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO
O sistema tributário brasileiro é o conjunto ordenado de regras e normas que regulam a arrecadação e a fiscalização dos tributos. Ele é composto pela Constituição Federal de 1988, pelo Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66), por leis ordinárias que instituem os tributos e outras legislações complementares.
1) A Constituição Federal de 1988 é a base do sistema tributário brasileiro e estabelece as regras gerais para a tributação no país. Além disso, ela determina a competência de cada ente federativo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) para instituir e arrecadar os tributos.
2) O Código Tributário Nacional (CTN) complementa a Constituição Federal e estabelece as normas gerais de direito tributário. Ele define o conceito de tributo e suas espécies, bem como os princípios e regras que regem a sua arrecadação e fiscalização.
3) As leis ordinárias que instituem os tributos e outras legislações complementares detalham as regras para a arrecadação e fiscalização de cada tributo em particular. Por exemplo, a Lei nº 8.137/90 estabelece as normas para a fiscalização e a aplicação das penalidades relativas aos crimes contra a ordem tributária.
Em resumo, o sistema tributário brasileiroé o conjunto de normas e regras que regem a arrecadação e fiscalização dos tributos no país. Ele é composto pela Constituição Federal de 1988, pelo Código Tributário Nacional e por outras leis e normas complementares que regulam a tributação em cada ente federativo.
4.6 DIREITO TRIBUTÁRIO: CONCEITO DE TRIBUTO NO CNT
O CTN/66, em seu artigo 3º, define tributo como sendo "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada". Esse conceito é reforçado pelo artigo 113 do mesmo código, que estabelece que "a obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente".
Podemos citar como exemplos de tributos previstos no CTN/66: impostos, taxas e contribuições de melhoria:
1) Impostos: tributos não vinculados a uma atividade estatal específica e incidem sobre renda, patrimônio, produção, circulação de mercadorias e serviços, entre outros.
2) Taxas: são tributos vinculados à atividade estatal de fiscalização, regulamentação ou prestação de serviços públicos específicos e divisíveis.
3) Contribuições de melhoria: são tributos vinculados à valorização imobiliária decorrente de obras públicas.
O artigo 34 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) prevê que, mesmo com a vigência do novo sistema tributário nacional, a legislação anterior continua aplicável no que não for incompatível com ele e com a legislação referida nos §§ 3º e 4º. Esse dispositivo garante a continuidade da aplicação das normas tributárias anteriores, desde que não conflitem com a nova legislação.
Podemos destacar alguns aspectos do conceito de tributo apresentado no CTN:
1) Forma de prestação: A prestação deve ser em dinheiro (pecuniária).
2) Obrigação: O tributo é uma obrigação imposta pelo Estado ao contribuinte, não sendo voluntária.
3) Redundância (caráter pecuniário): A prestação é pecuniária, o que já inclui a ideia de dinheiro.
4) Redundância (expressão monetária): O valor do tributo deve ser expresso em moeda.
5) Licitude: A prestação deve ser decorrente da prática de um fato lícito.
6) Legalidade: O tributo deve ser instituído por lei, não sendo permitida sua cobrança sem previsão legal.
7) Atividade administrativa: A cobrança do tributo é realizada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, ou seja, o lançamento deve ser feito de acordo com o que determina a lei.
Um exemplo de tributo seria o Imposto de Renda, que é uma prestação pecuniária obrigatória, em moeda, decorrente da prática de um fato lícito (recebimento de rendimentos), instituído por lei e cobrado pela atividade administrativa da Receita Federal.
4.7 SÍNTESE 
A Fenomenologia da Incidência da Imposição Tributária é o estudo das etapas que envolvem a criação e aplicação de uma norma tributária. Ela se inicia com um fato jurídico que, ao ser descrito pela lei como hipótese de incidência, gera a obrigação tributária. Essa obrigação é composta pela relação jurídica entre o sujeito passivo (contribuinte ou responsável) e o sujeito ativo (Estado), que se forma a partir da criação da norma jurídica tributária.
A norma jurídica tributária é composta por duas partes: a hipótese de incidência e a consequência tributária:
1) Hipótese de incidência: descreve o fato gerador da obrigação tributária, ou seja, o evento que, ao ocorrer, gera a obrigação de pagar o tributo.
2) Consequência tributária: define o valor e a forma de pagamento do tributo.
Além disso, a destinação dos tributos também é um elemento importante na Fenomenologia da Incidência, pois o artigo 9º da Lei 4.320/64 estabelece que todo tributo deve ter uma destinação específica para ser considerado válido.
Por fim, a norma jurídica tributária pode ser entendida em sentido amplo, englobando todas as normas que regulam os tributos, ou em sentido estrito, referindo-se apenas às normas que criam os tributos e estabelecem as suas características essenciais.
5. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
Apoio: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 30. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. Capítulo 2.// Carvalho, A. T. (2019). Teoria Geral do Direito (4a ed., Capítulo 4). São Paulo: Editora Noeses.
5.1 ASPECTOS GERAIS DA TRIBUTAÇÃO 
1) Tributação: se dá por meio da criação de normas jurídicas que estabelecem a imposição de tributos, ou seja, a obrigação dos contribuintes de pagar determinado valor ao Estado. Essas normas são criadas pelo Poder Legislativo, mediante a aprovação de leis que estabelecem as regras para a cobrança dos tributos.
1.1) Exercício do poder de tributar: é uma prerrogativa do Estado, por meio do qual se impõe aos indivíduos o dever de pagar tributos. O poder de tributar é uma das principais fontes de receita do Estado, que permite a realização de políticas públicas e a prestação de serviços à população.
1.2) Tributar: significa criar normas jurídicas que estabeleçam a imposição de tributos. Os tributos são obrigações impostas aos indivíduos e às empresas, e são criados ou modificados por meio de leis. A Constituição Federal brasileira estabelece os princípios e as normas gerais sobre tributação, e as leis complementares e ordinárias definem as regras específicas de cada tributo.
Os tributos podem ser classificados em três espécies: impostos, taxas e contribuições de melhoria:
I) Imposto: são tributos cobrados sobre renda, propriedade, produção e circulação de bens e serviços.
II) Taxas: são cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização de serviços públicos específicos e divisíveis.
III) Contribuições de melhoria: são cobradas em razão de valorização imobiliária decorrente de obras públicas.
Um exemplo de tributação pode ser encontrado na criação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), previsto na Constituição Federal e regulamentado por lei estadual. Outro exemplo é a criação da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), instituída pela Lei nº 9.718/1998 e destinada ao financiamento da seguridade social.
2) Funções da tributação: A tributação desempenha várias funções, além da arrecadação de recursos para financiar as atividades do Estado. Duas dessas funções são a extrafiscalidade e a parafiscalidade.
2.2) Extrafiscal: consiste na possibilidade de o Estado utilizar os tributos para modificar o comportamento dos contribuintes. Isso pode ser feito por meio de incentivos fiscais (concessão de benefícios fiscais para quem adota determinado comportamento desejado pelo Estado, como investimentos em áreas específicas) ou por meio de penalidades fiscais (imposição de tributos mais altos para quem adota comportamentos indesejados pelo Estado, como a poluição ambiental). Dessa forma, a tributação pode ser utilizada como instrumento de políticas públicas para atingir determinados objetivos, como a preservação do meio ambiente, a redução da desigualdade social, entre outros.
Ex: um exemplo de tributo extrafiscal é o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Esse tributo é utilizado pelo Estado para incentivar ou desestimular determinados setores da economia. Por exemplo, o governo pode conceder isenção ou redução da alíquota de IPI para produtos considerados essenciais, como alimentos básicos e medicamentos, enquanto eleva a alíquota para produtos considerados supérfluos, como bebidas alcoólicas e cigarros.
2.2) Parafiscal: onsiste na delegação de atividades arrecadadoras e fiscalizadoras a entidades privadas ou públicas não pertencentes à administração direta. Assim, o Estado pode criar outras entidades para arrecadar e fiscalizar tributos, como é o caso das autarquias e fundações públicas.
Ex: um exemplo de tributo parafiscal é a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). Esse tributo é destinado a financiar atividades específicas, comoa exploração de petróleo e gás natural, e é arrecadado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), uma autarquia federal responsável pela regulação do setor.
Essas funções da tributação estão previstas na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 145, que estabelece que os tributos podem ser utilizados para fins extrafiscais e que a parafiscalidade é permitida desde que haja lei específica autorizando a criação dessas entidades arrecadadoras e fiscalizadoras.
Ao que se refere a Estrutura do Sistema Constitucional Tributário Brasileiro:
O sistema tributário brasileiro é estruturado pela Constituição Federal de 1988, que estabelece as bases, os princípios e as regras para a criação, arrecadação e fiscalização dos tributos. Nesse sistema, destacam-se duas características fundamentais: a República e a Federação.
1) República: é uma forma de governo que se baseia na eleição dos representantes do povo, que exercem o poder em nome da coletividade. O Brasil é uma república federativa presidencialista, ou seja, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios são governados por representantes eleitos pelo povo, e há uma separação de poderes entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
A importância dessa característica para o sistema tributário brasileiro está no fato de que a criação de tributos depende da aprovação de leis pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, que representam os interesses da população. Assim, a tributação no Brasil é uma manifestação do poder do Estado, exercido em nome do povo.
2) Federação: por sua vez, é uma forma de organização do Estado em que há uma divisão de competências entre os entes federativos, ou seja, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios têm autonomia para legislar e executar políticas públicas em áreas específicas. No Brasil, a Constituição estabelece uma competência tributária concorrente entre a União, os estados e o Distrito Federal, ou seja, todos eles podem instituir impostos sobre determinados fatos geradores, como a renda e o patrimônio. Além disso, os municípios podem instituir impostos sobre serviços de qualquer natureza.
Essa divisão de competências tributárias entre os entes federativos visa garantir a autonomia e a descentralização do poder, permitindo que as políticas públicas sejam adaptadas às necessidades locais e regionais. No entanto, ela também pode gerar conflitos de competência e dificuldades na coordenação das políticas públicas, o que exige uma atuação mais articulada entre os entes federativos.
Em resumo, a estrutura do sistema constitucional tributário brasileiro é marcada pela República e pela Federação, que estabelecem as bases para a criação, arrecadação e fiscalização dos tributos. Essas características são fundamentais para compreender as regras e os princípios que regem a tributação no Brasil e para avaliar os desafios e as possibilidades de reforma do sistema tributário.
5.2 CONCEITO DE TRIBUTO 
O artigo 3º do CTN (Código Tributário Nacional) apresenta uma definição de tributo, que pode ser entendido como uma espécie de obrigação imposta pelo Estado aos cidadãos e empresas para arrecadação de recursos. Segundo o artigo, tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Essa definição de tributo apresenta alguns elementos importantes, como a compulsoriedade, a necessidade de ser instituído em lei e a atividade administrativa plenamente vinculada para cobrança. Além disso, o artigo também destaca que o tributo não pode ser uma sanção por um ato ilícito, ou seja, não pode ser uma penalidade pelo descumprimento de uma norma.
No contexto do fato jurídico, a definição de tributo se enquadra na categoria de norma jurídica em sentido estrito, que é a norma que contém uma hipótese (fato gerador) e uma consequência (obrigação tributária). A hipótese seria o evento que gera a obrigação tributária, como por exemplo, a venda de um produto. A consequência seria a obrigação de pagar o tributo correspondente a essa venda, como por exemplo, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Em resumo, o artigo 3º do CTN define tributo como uma obrigação pecuniária, instituída em lei e cobrada pelo Estado de forma compulsória, e se enquadra na categoria de norma jurídica em sentido estrito, que apresenta uma hipótese e uma consequência.
5.3 CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
A classificação das espécies tributárias é uma atividade de grande importância no estudo do Direito Tributário, pois permite a identificação das peculiaridades de cada tributo e a aplicação correta das normas que os regem. Essa classificação é feita a partir da análise das características de cada tributo, como sua base de cálculo, alíquota, forma de arrecadação, entre outras.
As principais espécies tributárias no Brasil são os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Os impostos são tributos não vinculados a uma atividade específica do Estado, sendo exigidos em razão de uma situação de fato que represente uma manifestação de riqueza do contribuinte. Exemplo de imposto é o Imposto de Renda (IR), previsto no artigo 153, inciso III, da Constituição Federal.
Outras espécies tributárias previstas na Constituição Federal são as contribuições sociais, que têm como finalidade o financiamento da seguridade social, as contribuições de intervenção no domínio econômico, que têm como objetivo o controle de determinados setores econômicos, e os empréstimos compulsórios, que são tributos criados em casos de guerra ou calamidade pública, por exemplo.
Com relação às questões de situação, vinculação, destinação, restituição e espécies de imposição tributária, elas estão diretamente relacionadas à classificação das espécies tributárias:
1) Situação: refere-se à hipótese de incidência do tributo, ou seja, ao fato gerador que dá origem à obrigação de pagar o tributo. Por exemplo, no caso do Imposto de Renda, a situação é a obtenção de renda por parte do contribuinte.
2) Vinculação: diz respeito à relação entre a arrecadação do tributo e sua destinação. Em alguns casos, a Constituição estabelece que determinado tributo deve ser vinculado a uma finalidade específica, como ocorre com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que é alimentado com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
3) Destinação: é a finalidade para a qual os recursos arrecadados com o tributo serão utilizados. Por exemplo, no caso do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), a destinação é para o financiamento de políticas públicas relacionadas ao trânsito.
4) Restituição: pode ocorrer quando o contribuinte paga um tributo a mais ou de forma indevida, tendo direito à devolução do valor pago. A restituição pode ser feita de forma administrativa ou judicial.
5) Espécies de imposição tributária: são os impostos, taxas e contribuições de melhoria. Cada uma dessas espécies possui características próprias, como base de cálculo, alíquota e fato gerador.
A classificação das espécies tributárias pode ser feita de acordo com diferentes teorias, que consideram critérios como a vinculação do fato gerador à atuação estatal, a destinação do produto arrecadado e a possibilidade de restituição.
1) Bipartite – 2: divide as espécies tributárias em impostos e taxas. Os impostos são tributos cujo fato gerador não está vinculado a uma atividade estatal específica, enquanto as taxas são tributos cujo fato gerador está vinculado a uma atividade estatal exercida em benefício do contribuinte.
2) Tripartite – 3: acrescenta às taxas e impostos as contribuições de melhoria, que são tributos decorrentes de valorização imobiliária resultante de obras públicas..
3) Quadripartite – 4: inclui as contribuições sociais, como as contribuições para a Seguridade Social, por exemplo.
4) Quinquepartite – 5: adiciona aos tributosjá citados os empréstimos compulsórios, que são tributos criados em situações especiais para financiar gastos públicos.
5) Sextapartite – 6: acrescenta as multas, que são sanções pecuniárias aplicadas em decorrência de infrações cometidas pelo contribuinte.
Essas teorias foram consolidadas pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que, em diversos julgamentos, analisou a interpretação sistemática da Constituição Federal, como no caso do RE 138.284-8, do RE 146.733 e da ADC-1/DF.
5.4 IMPOSTOS 
O conceito legal de impostos é definido pela Constituição Federal de 1988 no Artigo 145, Inciso I, que estabelece que os impostos são tributos cuja obrigação tem como fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. O Código Tributário Nacional, em seu Artigo 16, complementa essa definição ao afirmar que o imposto é uma obrigação que decorre de uma situação de riqueza ou de recursos do contribuinte, sem a necessidade de uma atividade estatal específica.
Os impostos são uma das espécies de tributos previstos no ordenamento jurídico brasileiro e são instituídos por lei pelos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), de acordo com a competência que lhes é atribuída pela Constituição Federal.
Diferentemente das taxas e das contribuições de melhoria, que possuem como fato gerador uma atividade estatal específica, a obrigação de pagar impostos decorre de uma situação de riqueza ou de recursos do contribuinte. Assim, o imposto incide sobre uma grande variedade de situações, como a propriedade de bens, a circulação de mercadorias, a prestação de serviços, a renda e os lucros.
Além disso, é importante destacar que os impostos devem respeitar o princípio financeiro da não afetação de receitas, previsto no Artigo 167, Inciso IV da Constituição Federal. Isso significa que as receitas arrecadadas com impostos não podem ser vinculadas a uma destinação específica, devendo ser utilizadas para custear as despesas do Estado de forma geral.
Por fim, é importante destacar que a Constituição Federal estabelece a competência de cada ente federativo para instituir impostos. A União, por exemplo, tem competência para instituir impostos sobre a renda, o patrimônio e o comércio exterior, enquanto os Estados têm competência para instituir impostos sobre a propriedade de veículos automotores e sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos, entre outros exemplos.
O Art. 145, §1º da Constituição Federal de 1988 estabelece que os impostos devem ter caráter pessoal e serem graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. Para isso, a administração tributária pode utilizar signos presuntivos de riqueza, como patrimônio, renda e atividade econômica, desde que seja respeitado os direitos individuais e nos termos da lei.
1) Signos Presuntivos de Riqueza: têm como objetivo identificar a capacidade econômica do contribuinte e, assim, graduar a alíquota do imposto de acordo com essa capacidade. Por exemplo, uma pessoa que possui um patrimônio elevado pode ter uma alíquota mais alta de imposto do que uma pessoa com patrimônio menor.
Além disso, o uso de signos presuntivos de riqueza permite que a administração tributária identifique a renda e a atividade econômica do contribuinte, permitindo uma tributação mais justa e eficiente. Por exemplo, uma pessoa que possui uma renda mais elevada pode ter uma alíquota mais alta de imposto do que uma pessoa com renda menor.
No entanto, é importante que o uso de signos presuntivos de riqueza seja realizado de forma justa e equilibrada, respeitando os direitos individuais do contribuinte. O Estado não pode utilizar esses signos de forma arbitrária ou ilegal. A utilização desses signos presuntivos deve estar prevista em lei e deve ser realizada de forma transparente e objetiva.
Dessa forma, o Art. 145, §1º da Constituição Federal de 1988 estabelece uma importante diretriz para a tributação no Brasil, buscando garantir a justiça e a equidade na cobrança de impostos.
A Constituição Federal de 1988 prevê a competência tributária dos diferentes entes federativos brasileiros, ou seja, quais impostos cada um deles pode instituir:
1) União: possui competência para instituir impostos sobre importação, exportação, renda e proventos de qualquer natureza, produtos industrializados, operações de crédito, câmbio e seguro, e propriedade territorial rural, além de poder instituir contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico. O artigo 154 também prevê a possibilidade de a União instituir impostos extraordinários, em casos de guerra, calamidade pública ou outras emergências.
2) Estados-Membros: possuem competência para instituir impostos sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos, operações relativas à circulação de mercadorias e serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, além de poder instituir taxas e contribuição de melhoria.
3) Distrito Federal: possui competência para instituir os mesmos impostos que os Estados-Membros, além de poder instituir contribuições de melhoria e outras contribuições previstas em lei.
4) Municípios: possuem competência para instituir impostos sobre propriedade predial e territorial urbana, serviços de qualquer natureza, transmissão inter - vivos, por ato oneroso, de bens imóveis, e sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, além de poder instituir taxas e contribuição de melhoria.
É importante destacar que essa lista de competências tributárias não é exaustiva e pode sofrer alterações por emendas constitucionais ou leis complementares.
1) Impostos Residuais: O artigo 154 da Constituição Federal de 1988 trata de situações específicas em que a União pode instituir impostos. O inciso I prevê que, mediante lei complementar, podem ser criados impostos não previstos no artigo 153 da Constituição, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos já discriminados na Constituição. Esses impostos são conhecidos como "impostos residuais".
Um exemplo de imposto residual que foi criado com base no inciso I do artigo 154 é a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que incidiu sobre movimentações bancárias e não tinha fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos já previstos na Constituição.
2) Impostos extraordinários: Já o inciso II do artigo 154 trata da possibilidade de a União instituir impostos extraordinários, tanto durante a iminência quanto durante a ocorrência de guerra externa. Esses impostos podem ser criados mesmo que não estejam dentro da competência tributária da União e devem ser suprimidos gradativamente quando cessarem as causas que motivaram sua criação.
Já um exemplo de imposto extraordinário criado com base no inciso II do artigo 154 foi o Imposto de Guerra, criado durante a Segunda Guerra Mundial e suprimido gradualmente após o seu término.
5.5 TAXAS 
 As taxas são tributos previstos no Art. 145, II da Constituição Federal, que podem ser cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização de serviços públicos específicos e divisíveis. Segundo o Código Tributário Nacional, as taxas são definidas como "tributos cuja obrigação tem por fato gerador uma atividade estatal específica, exercida no interesse ou por conveniência dos contribuintes, e que sejam colocados à disposição destes contribuintes". O poder de polícia é a atividade estatal que regula o exercício de atividades individuais em prol do interesse público, podendo se manifestar tanto na fiscalização quanto na autorização ou concessão de atividades privadas. Já a utilização de serviços públicos específicos e divisíveis diz respeito ao uso efetivo ou potencial de serviços públicos que possuem características específicas e são oferecidos de forma individualizada.
1) Retributividade ou referibilidade: é um princípio que orienta a cobrança de taxas, pois esses tributos devem ter relação direta

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