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2ª FASE – 35º EXAME | TRIBUTÁRIO GABARITO | ESTUDO DIRIGIDO REGULAR 3 Instruções: Realizar o Estudo dirigido com tranquilidade, Leia o Enunciado e resposta as questões, não foque no tempo de resposta neste momento, mas sim em buscar o máximo de informações possíveis sobre o tema com a intenção de aprofundar o conhecimento de fato. Lembrar de sempre explicar o tema, e fundamentar sua resposta, e usar principalmente o material que será utilizado na prova. QUESTÃO 01 A Legislação do Estado de Santa Catarina, previa até fevereiro de 2022, uma multa de 150% do valor atualizado de um determinado imposto quando devido e apurado em fiscalização. Jorge, empresário na cidade de Florianópolis, Santa Catarina, verificou que foi veiculado no jornal da cidade que o Estado, através de Lei, passaria a cobrar a partir de maio de 2022, a multa de 90% sob a mesma situação indicada anteriormente. Ocorre que a empresa de João já estava sob fiscalização desde dezembro de 2021. Sabendo que a fiscalização constatou e apurou o valor devido do imposto em julho de 2022, responda as perguntas à seguir. A) Qual legislação será aplicada em relação à multa? Explique e fundamente com base nos princípios constitucionais tributários. B) Discorra sobre as exceções ao princípio que é tratado no caso. GABARITO: A) Com base no caso apresentado, será aplicada a multa de 90%, prevista na legislação válida a partir de maio de 2022 do Estado de Santa Catarina, conforme o artigo 106, II, ‘c’, do CTN, uma vez que se trata da retroatividade benigna, e assim, a lei se aplica a ato ou fato pretérito quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática, como no caso em tela. Trata-se, portanto, de uma exceção ao princípio da irretroatividade que veda às pessoas políticas cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado, ou seja, a lei deve irradiar seus efeitos para o futuro, não prejudicando o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Tem previsão no artigo 150, III, ‘a’, da CF, bem como é tratado nos artigos 105 e 144 do CTN. Assim, conforme o princípio sabemos que será aplicada a lei vigente no momento do fato gerador praticado, ou seja, a lei como regra NÃO retroage. Vale lembrar que tal princípio também encontra respaldo no artigo 5º, XXXVI, da CF. B) As exceções ao princípio da irretroatividade estão tratadas no artigo 106 do CTN. No Art. 106, I, do CTN é vedada a aplicação de penalidades por infração ao dispositivo interpretado, ou seja, quando se trata de lei expressamente interpretativa. Já no Art 106, II, ‘a’, ‘b’ e ‘c’, do CTN temos a Retroatividade Benigna que é aplicada apenas em matéria de penalidades tributárias, e apenas enquanto inexistir ato definitivamente julgado, e enquanto o crédito tributário não estiver extinto. “Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” É necessário cuidado com o material caso tenha a sumula 584 do STF, uma vez que já foi superada e cancelada pela corte conforme o plenário no RE 159180, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020. QUESTÃO 02 Thomas Shelby, residente e domiciliado no Município de Ribeirão Preto, recebeu cobrança simultânea, por meio de uma mesma guia de arrecadação, de dois tributos: IPTU e Taxa de Conservação de Áreas Verdes. Ocorre que Thomas Shelby não concorda com a taxa, e assim por meio de seu advogado, ajuizou uma ação judicial com o intuito de declarar a sua inconstitucionalidade, ocorre que tal ação ainda não foi apreciada, e assim ainda não ocorreu o afastamento da obrigatoriedade do recolhimento da taxa. O Sr. Thomas Shelby, deseja efetuar o pagamento da cobrança de IPTU, uma vez que não quer ficar em mora, e entende que o mesmo é devido, e nem pretende discutir o mesmo. Porém a guia de pagamento é única e contém o valor total do IPTU e da Taxa de Conservação de Áreas Verdes, e o caixa do banco já indicou que não poderá receber o mesmo com valor diferente do indicado na guia, rejeitando o pagamento parcial. Diante do caso acima, responda as questões a seguir: A) Sabendo que o IPTU ainda não está vencido, e que Thomas Shelby não conseguiu resolver de forma administrativa, qual a peça cabível para que ele possa efetuar o pagamento do IPTU? B) A taxa informada no caso, é constitucional, e poderia ser subordinada ao pagamento do IPTU? GABARITO: A) A Peça cabível é a Ação de Consignação em pagamento, uma vez que há a exigência por parte do Fisco de recebimento de um tributo, qual seja, o IPTU, condicionado ao pagamento da taxa de conservação de áreas verdes, nos termos do art. 164, I, do Código Tributário Nacional. B) A referida taxa é inconstitucional, uma vez que se trata de serviço público indivisível, em desconformidade com o disposto no art. 145, II, da Constituição Federal, que determina que, para que seja possível a instituição de taxa, esta deve ser em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. E não pode ser subordinada ao pagamento do IPTU, conforme o artigo 164, I do CTN. QUESTÃO 03 Luiz, diante de uma condição financeira instável, pensa em se dedicar a atividades ilícitas para ganhar dinheiro sem ter obrigações de prestar informações ao Fisco, tendo a certeza que os atos ilícitos não são tributáveis. Diante do caso narrado responda: A) É possível que rendimento auferido em atividade ilícita esteja sujeito a tributo? Justifique indicando a base legal. B) Se a renda obtida com atos ilícitos não fosse tributada estaria ferindo algum princípio constitucional? GABARITO: A) Sim. Incide, no caso o Princípio do “non olet” (o dinheiro não tem cheiro). De acordo com o princípio, a tributação independe da origem lícita ou ilícita do dinheiro, bastando que tenha configurado o fato gerador conforme Artigo 118 do Código Tributário Nacional. B) Sim é possível verificar que o Princípio da Pecúnia Non Olet está enraizado no Princípio da Isonomia tributária consagrado no Artigo 150, inciso II da Constituição Federal, uma vez que o cidadão pratica atividades ilícitas com consistência econômica, deve pagar o Tributo sobre o lucro obtido, para não ser agraciado com tratamento desigual frente as pessoas que sofrem a incidência tributária sobre ganhos provenientes do Trabalho honesto ou da propriedade legítima. QUESTÃO 04 Casimiro, streamer e criador de conteúdo muito influente com mais de 3 milhões de seguidores em suas redes sociais, depois de conversar com alguns amigos sobre segurança de informação pessoal, ficou em dúvida sobre qual tipo de dados pessoais obtidos em razão do seu ofício é permitido a Fazenda Pública ou a seus servidores compartilhar sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades que está prevista no Código Tributário Nacional, e assim, lhe procura com as seguintes questões: A) É permitida a divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais? B) É permitida a divulgação de informações quando solicitadas por autoridade administrativa no interesse da administração pública antes de qualquer instauração regularde processo administrativo? GABARITO: A) Sim, é permitida a divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais. Ainda que em regra seja vedada a divulgação de informações por parte da Fazenda Pública, o caso acima se trata de uma exceção e, portanto, permitida, conforme o artigo 198, §3º, I, do CTN. B) Não, neste caso não é permitida a divulgação de informações, uma vez que é obrigatório a comprovação de instauração regular de processo administrativo no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo claro de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa, conforme o artigo 198, §1º, II do CTN.
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