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Patologia da Nutrição e Dietoterapia II NUT 311 Amanda de Souza FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA DA OBESIDADE Definição de obesidade: Doença crônica complexa e multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal que se desenvolve principalmente pelo desequilíbrio entre ingestão calórica e gasto energético. Etiologia da obesidade: Fatores genéticos, ambientais, de estilo de vida e emocionais. TECIDO ADIPOSO Funções endócrina e imune Marrom e branco Visceral e subcutâneo Abdominal (gordura android) e glúteo-femoral (ginóide) Android: Se dá de maneira mais prevalente em homens (hipótese: influência dos hormônios sexuais). Gordura ginóide → Aumento do risco cardiometabólico Gordura andróide → Maior risco de complicações metabólicas TECIDO ADIPOSO MARROM & BRANCO O tecido adiposo branco tem uma quantidade de mitocôndrias muito menor que o marrom e tem a presença de uma única gota lipídica (no marrom o acúmulo se dá em várias gotas menores). A capacidade de expansão do tecido adiposo branco é muito maior que a capacidade de expansão do tecido adiposo marrom. - Maior hipertrofia e hiperplasia Tecido adiposo marrom→ Presença de ferro e mitocôndrias O tecido adiposo marrom tem uma capacidade de fosforilação e dissipação de energia em forma de calor maior que o tecido adiposo branco. Capaz de converter ácidos graxos livres em calor e ATP → Função termogênica (UCP-1) Tecido adiposo branco → Predominante nos humanos adultos. Aumento da liberação de AGL → esteatose hepática não alcóolica → Aumento da secreção de VLDL → Elevados triglicerídeos em jejum VLDL → Lipólise → Remanescentes de VLDL → Aterosclerose Esteatose hepática → Mecanismos que levam à resistência insulínica e diminuição da síntese de glicogênio e inibição da gliconeogênese. TECIDO ADIPOSO VISCERAL & SUBCUTÂNEO Tecido adiposo abdominal (mais próximo das vísceras) → O tecido adiposo é um órgão dinâmico e secretagogo, contendo proteínas relacionadas com o metabolismo de: Glicídios, triglicerídeos, colesterol e retinol; metabolismo de coagulação sanguínea; hormônios; citocinas; fatores de regulação autócrina e parácrina - Envolvido no processo de lipólise/lipogênese; adipogênese e angiogênese; homeostase energética e no processo inflamatório. O tecido adiposo é um órgão endócrino → Responsável pela angiogênese, adipogênese, lipogênese, produção de fator de crescimento → Está associado ao sistema renina-angiotensina de enzimas e hormônios, metabolismo lipídico, da glicose e esteróides e hemostasia. O tecido adiposo também é um órgão imune: ● Responsável por sintetizar diferentes tipos de adipocinas que podem ter ação pró ou anti inflamatória e é responsável por atrair células do sistema imunológico. ● Citocinas pró inflamatórias ● Proteína de resposta de fase aguda ● Proteínas do sistema de complemento alternativo ● Quimiotático de células imunes ● Eicosanóides/prostaglandinas ● Fatores anti inflamatórios ● Monócitos e macrófagos Ação das catecolaminas: As catecolaminas são importantes moduladores da lipólise e da lipogênese no tecido adiposo. A atividade desses processos é regulada por feedback positivo e negativo mediado pelos receptores adrenérgicos. Quando se liga aos receptores beta-adrenérgicos presentes nas células adiposas, isso estimula a via lipolítica, ou seja, a quebra dos triglicerídeos (TG) armazenados em gordura. Esse estímulo ocorre por meio do aumento da atividade da perilipina, uma proteína que envolve os TG no adipócito, permitindo o acesso da enzima lipase hormônio-sensível (LHS) aos TG. Por outro lado, quando a noradrenalina se liga aos receptores alfa-adrenérgicos, isso inibe a via lipolítica e estimula a via lipogênica, que é a síntese de TG a partir de ácidos graxos e glicerol. Isso ocorre por meio da inibição da enzima lipase lipoproteica (LLP), que é uma enzima lipogênica. Assim, a ativação dos receptores alfa-adrenérgicos tem um efeito contrarregulatório em relação aos receptores beta-adrenérgicos. Em resumo, as catecolaminas regulam a lipólise e a lipogênese no tecido adiposo por meio da modulação dos receptores adrenérgicos. - A ativação dos receptores beta-adrenérgicos estimula a via lipolítica, enquanto a ativação dos receptores alfa-adrenérgicos inibe a via lipolítica e estimula a via lipogênica. Esse processo é regulado por feedback positivo e negativo e é importante na manutenção do equilíbrio energético no organismo. O que ocorre na obesidade: 1. Ativação crônica dos beta receptores leva a uma resistência dos adipócitos à ação da insulina, aumentando a resistência insulínica e podendo levar ao diabetes tipo 2. 2. Por outro lado, a ativação crônica dos a-receptores pode levar ao aumento da lipogênese e diminuição da lipólise, levando ao acúmulo de gordura nos adipócitos, o que resulta em doenças metabólicas. Em resumo … Catecolaminas → Feedback positivo e negativo para o ganho e perda de peso. b-adrenoreceptor (aumento da quebra de gordura) → Diminuição da atividade da Lipase Lipoproteica (LLP) (enzima lipogênica) e aumento da atividade da perilipina → Acesso da Lipase Hormônio Sensível aos triglicerídeos → Quebra em ácidos graxos e glicerol → Utilização como substrato energético (fosforilação) a-adrenoreceptor (aumento da produção de gordura) → Inibição da via lipolítica e estímulo para a via lipogênica, pela via lipase lipoproteica (aumento da atividade da LLP) - processo contra regulatório. Na obesidade → Desregulagem desses processos, levando ao aumento do acúmulo de gordura, complicações metabólicas e DM2. OBESIDADE → Caracterizada pelo excesso de gordura corporal Obesidade neuroendócrina: 1. Síndrome hipotalâmica - Redução da capacidade de controle do gasto energético e da ingestão. 2. Síndrome de Cushing - Síndrome hormonal onde tem aumento do cortisol e demais antagônicos da insulina, com características físicas marcantes. 3. Hipotireoidismo 4. Síndrome dos ovários policísticos 5. Pseudo-hipoparatireoidismo 6. Hipogonadismo 7. Deficiência de hormônio de crescimento 8. Insulinoma e hiperinsulinismo Obesidade iatrogênica Drogas (psicotrópicos e corticoides) Cirurgia hipotalâmica Obesidade genética Monogênicas e autossômicas recessivas Leptina e receptor: Hipogonadismo e hiperfagia (Gene Lep e LepR) POMC - Neurotransmissor sinalizador dentro do hipotálamo Na sua ausência há hiperfagia, deficiência de ACTH com insuficiência adrenal, hipopigmentação cutânea e cabelo avermelhado MCR4 - Na sua ausência há hiperfagia, aumento da massa magra e da densidade mineral óssea, crescimento acelerado, hiperinsulinemia. Não há evidências de hipogonadismo. Síndrome de Prader-Willi - cromossomo 15: Caracterizada por hipotonia, retardo constitucional, hipogonadismo, disfunção hipotalâmica e obesidade grave hiperfágica. Síndrome de Bardet-Biedl: Caracterizada por obesidade, retinopatia pigmentada, polidactilia, retardo mental, hipogonadismo e manifestações renais. Obesidade por desequilíbrio nutricional: - Desequilíbrio entre ingestão calórica e gasto energético, influenciada por fatores genéticos, fatores ambientais e/ou fatores neuroendócrinos. Múltipla carga de má nutrição: Carências nutricionais Desnutrição Excesso de peso Obesidade poligênica: Polimorfismos nos cromossomos que são capazes de interferir/modular a gordura corporal. Classificação quanto à gravidade do excesso ponderal FTO x alimentação na infância ETIOLOGIA Complexa e multifatorial Resulta da interação entre genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. Desequilíbrio energético: Ingestão calórica aumentada e baixo gasto energético Fatores Genéticos: Polimorfismo - Alterações genéticas Programação metabólica - Adaptações metabólicas, hepáticas e estruturais, induzidas pela presença de restrição calórica e/ou de nutriente durante a gravidez. A restrição leva a alterações que levam ao desenvolvimento de um fenótipo poupador de energia. Se após o nascimento houver oferta de calorias e nutrientes em excesso, a criança terá crescimento acelerado como uma resposta adaptativa, aumentandoas chances futuras de desenvolver Diabetes mellitus tipo II ou dislipidemia. Fatores ambientais: Ambiente obesogênico: Influência do ambiente na escolha alimentar e no estilo de vida dos indivíduos. Fatores psicológicos: A alimentação está associada ao bem estar e indivíduos ansiosos e emocionalmente instáveis tendem a buscar por alimentos mais calóricos e ricos em açúcares e gorduras. Isso porque a ingestão desses alimentos levam a uma liberação momentânea de serotonina, causando um prazer instantâneo. Entregando, assim que a sensação de prazer advinda da liberação da serotonina passa, a tendência é que a pessoa busque novamente aquele alimento, podendo se tornar até um vício. Fatores sociais e culturais: A busca por alimentos de fácil acesso e preparo faz com que as pessoas passem a ingerir cada vez mais alimentos industrializados e menos alimentos in natura, o que faz com que as crianças também sejam criadas com consumo excessivo de calorias e alimentos industrializados, contribuindo para a criação de futuros adultos com obesidade, alimentando o ciclo. (é preciso incentivar pais e responsáveis a buscarem alternativas para mudar esse cenário) Fatores endócrinos: Mecanismos que inibem o apetite e a ingestão podem estar alterados em indivíduos obesos. A leptina e os hormônios produzidos pelo TGI têm um papel importante na regulação do apetite e consumo calórico. Leptina: hormônio sintetizado principalmente pelo tecido adiposo. Ela age no hipotálamo regulando o apetite (diminui o apetite e estimula o gasto energético). - Em indivíduos obesos, na maioria das vezes, há resistência à ação da leptina, causada por insuficiência na proteína da ligação à leptina, comprometimento na expressão e sinalização do seu receptor ou comprometimento da síntese, essa resistência acaba afetando a regulação do apetite. Colecistocinina (CCK): Hormônio produzido no jejuno e duodeno na presença de alimento no intestino delgado. Alimentos ricos em proteína e gordura aumentam a concentração de CCK em até cinco vezes. - Pode induzir a saciedade e o consumo de menores porções de alimentos Peptídeo YY (PYY): Exerce feedback negativo após a ingestão alimentar, inibindo o consumo alimentar. - Secretado pelas células intestinais → Em indivíduos com obesidade, as concentrações são menores, tornando o mecanismo de saciedade menos eficiente. - A concentração de PYY depende da composição de macronutrientes e calorias da dieta (uma dieta rica em proteínas tende a liberar mais PYY do que uma refeição com as mesmas calorias de CHO e Lipídios). - Bile, ácido clorídrico, polipeptídeo intestinal vasoativo e CCK também aumentam a concentração do PYY. Grelina: Atua no sistema nervoso central estimulando a ingestão alimentar. A concentração máxima ocorre antes das refeições e, após a ingestão, reduz até o nível basal (60 a 90min). Indivíduos com obesidade aumentam a concentração mais rapidamente do que indivíduos eutróficos, voltando a ter apetite mais cedo. CONCEITOS IMPORTANTES: Fome: Vontade induzida por uma necessidade fisiológica Saciação: Interrupção do ato de se alimentar por seciação Saciedade: Intervalo de tempo de necessidade entre duas refeições Saciedade sensorial específica → Vontade de um alimento específico que mantém a pessoa satisfeita por mais tempo. Apetite: Vontade de comer algo/desejo prospectivo por alimentos específicos. Anorexígeno (substâncias que inibem) e orogênico (substâncias que estimulam) Leptina: Ação em longo prazo - Produzida no tecido adiposo, quanto maior a presença do tecido adiposo maior a produção de leptina. Lipostato (marcador de presença de lipídio). - Não tem o efeito desejado na presença de tecido adiposo em excesso (produção de resistência à leptina. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS DO TECIDO ADIPOSO Quanto ao número e tamanho das células: Hiperplasia e hipertrofia: Produção de novos adipócitos por aumento da presença de gordura. Aumento da quantidade de gordura na corrente sanguínea: NO FÍGADO: - Diminuição da extração hepática da insulina, levando a um processo de hiperinsulinemia - Aumento da gliconeogênese hepática, aumentando a hiperglicemia (+ insulina no sangue sem ação da insulina, o tecido hepático “acha” que ta faltando e aumenta a glicemia) - Aumento da produção da VLDL, levando ao aumento do TG - Diminuição da degradação de apo B levando a uma produção de LDL pequena e densa Esse aumento de gordura no plasma leva a um PERFIL LIPÍDICO ATEROGÊNICO NO MÚSCULO: - Leva a uma menor captação de glicose e maior armazenamento lipídico. Inflamação crônica de baixo nível: Inflamação persistente de baixa intensidade. Pode estar associada a uma série de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade, doenças autoimunes, doenças neurodegenerativas e certos tipos de câncer. - Complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e estilo de vida, como dieta inadequada, sedentarismo, estresse crônico, tabagismo, poluição ambiental e outros → Resposta inflamatória → dano celular e tecidual → dano a órgãos - Medida por marcadores inflamatórios como a PCR e as citocinas pró inflamatórias Inflamação subclínica: A inflamação subclínica é detectada por meio de marcadores inflamatórios no sangue, mesmo que não haja sintomas clínicos claros de inflamação. Fisiopatologia da lipotoxicidade → Modificação da sensibilidade à insulina e às catecolaminas, aumento ou diminuição da expressão/secreção de adipocinas/cortisol → acúmulo de AGL em tecidos não gordurosos O QUE ACONTECE NA LIPOTOXICIDADE: Acúmulo de AGL nos tecidos, causando lesão celular. → Ela está associada a distúrbios metabólicos como a obesidade, DM2, DCV e outras DCNTs. Excesso de AGL → Acúmulo de lipídios em tecidos não adiposos (fígado, músculo e pâncreas) Causas: Lipólise excessiva, resistência insulínica, aumento do consumo de gorduras Consequências: Formação de metabólitos tóxicos que causam danos às células e tecidos, levando à efeitos prejudiciais às células (inflamação, estresse, ox., disfunção mitocondrial, estresse do RE, disfunção autonômica, estresse celular e morte celular programada. → Danos a órgãos e tecidos → Doenças metabólicas (esteatose hepática, resistência insulínica, disfunção beta pancreática, inflamação crônica, disfunção cardiovascular e complicações do DM2 → aumento do risco de doença cardiovascular → Síndrome metabólica. Síndrome metabólica: Envolve um conjunto de fatores de risco metabólico e aumenta o risco de doenças cardiovasculares, DM2 e outras complicações. → Transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular → Relacionado à deposição central de gordura e à resistência insulínica. Diagnóstico: Presença de pelo menos 3 componentes. Componente IDF 47 OMS 48 Alberti et al. 49 Obesidade central ♂ europeus: cintura > 94cm ♂ asiáticos: cintura > 90cm ♀ cintura > 80cm ♂ RCQ > 0,9 ou IMC > 30kg/m² ♀ RCQ> 0,85 ou IMC > 30kg/m² > 30kg/m² Glicose plasmática > 100mg/dL ou diagnóstico de diabetes Diabetes ou intolerância à glicose ou resistência insulínica pelo clamp** ≧ 100 mg/dL Triglicerídeos > 150 mg/dL > 150mg/dl ≧ 150mg/dL HDL ♂ < 40 mg/dL ♀ < 45 mg/dL ♂ < 34 mg/dLg ♀ < 39mg/dL ♂ < 40 mg/dL ♀ <50 mg/dL Pressão arterial Sistólica > 130 mmhg ou diastólica > 85 mmhg, ou tratamento para HAS Sistólica > 140 mmhg ou diastólica > 90 mmhg, ou tratamento para HAS Sistólica > 130 mmHg Diastólica > 85 mmHg Outros Albumina > 20µg/min ou relação albumina/creatinina >30 mg/g TRATAMENTO NUTRICIONAL NA OBESIDADE: Obesidade → Doenças crônica prevalente, complexa, progressiva e recidivante, caracterizada por gordura corporal anormal ou excessiva (adiposidade), que prejudica a saúde. → O sobrepeso e a obesidade são definidos como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que apresenta risco à saúde . Prejuízo à saúde Piora na qualidade de vida Critério de diagnóstico → IMC ANAMNESE E AVALIAÇÃO DO PACIENTE Anamnese: ● Identificação do paciente ● Queixa principal → O que levou aquele paciente a procurar ajuda(excesso de peso? comorbidades?) ● História da doença atual → o paciente apresenta algum sintoma clínico/patológico? pratica alguma atividade física? quantas horas de sono tem por noite? ● História médica pregressa → Apresentava alterações de peso na infância? teve algum transtorno alimentar na adolescência? foi amamentando? quantos kg aproximadamente ganhou por mês? ● Histórico familiar ● História fisiológica ● História social e patológica Grau de obesidade e composição corporal Quanto ao excesso ponderal → Considera o IMC → Não se relaciona completamente com a adiposidade corporal. ● O IMC deve ser utilizado em conjunto com outros métodos para avaliar a composição corporal e os risco de comorbidades Idosos: Segundo LIPSCHITZ Crianças: IMC para idade Quanto ao excesso de gordura corporal → Capaz de predizer o risco para DCNTs ● Pode ser avaliado por DEXA, bioimpedância ou dobras cutâneas e ambos os métodos são bastante confiáveis. Dobras cutâneas: Para indivíduos obesos o emprego não é indicado pois pode gerar constrangimento ao avaliado. Para indivíduos com muita massa muscular também não é indicado pois pode ser difícil separar o tecido adiposo do músculo, superestimando a quantidade de gordura. Quanto à distribuição da gordura corporal → PC prevê efetivamente riscos cardiometabólicos e a RCQ pode ser usada para avaliar gordura central. RCE é utilizado para prever o risco de DM2 e HAS. Objetivos do tratamento nutricional da obesidade Promover a perda de peso → Reduzir a massa gorda e preservar a massa magra → Melhorar controles metabólicos → Promover educação nutricional → Perda de 5% a 10% em 6 meses → Alguns estudos mostram que 3% já apresenta uma boa melhora metabólica. Como tratar? Com uma abordagem multiprofissional, propiciando o déficit calórico. Educador físico: Exercício físico Médico: Tratamento farmacológico e cirúrgico, acompanhamento na perda de pes Psicólogo: Acompanhamento psicológico e manutenção da motivação Nutricionista: Conduta dietoterápica, metas e acompanhamento da perda de peso Outros profissionais importantes: ● Enfermagem ● Agente de saúde ● Fisioterapeuta ● Terapeuta ocupacional GASTO ENERGÉTICO - Necessidades energéticas GET = Repouso + termogênese + atividade física GEB x GER: GEB:Gasto energético ideal (que eu preciso para manutenção das funções vitais) GER: Gasto energético em repouso “normal” do dia a dia. É a energia necessária para manutenção das atividades metabólicas das células e tecidos. Representa 60 a 75% do GET. Efeito térmico dos alimentos: É a energia necessária para digestão, absorção (estimulação da hidrólise do ATP durante a absorção intestinal) e utilização (metabolismo e reserva de nutrientes) dos alimentos ingeridos. Termogênese cefálica: Causada por estímulos sensoriais. (LIP < CHO < PTN) Avaliação da Necessidade energética → Fórmulas estimativas: → Institute of Medicine & Mifflin-st, Jeor, 2011 → Fórmula de bolso (20 a 25 kcal/kg) ● Nenhuma recomendação preconiza perda de peso de mais de 1kg por semana e nem uma ingestão energética menor que a taxa metabólica basal do indivíduo. Nível de intervenção baseada no grau de obesidade: Baixo (18,5 a 24,9) → Alimentação saudável; atividade física regular → Autocontrole e programa de educação alimentar Moderado (25 a 29,99) → Alimentação saudável, atividade física, medicamentos (se necessário) → Autocontrole e programa de educação alimentar, médico e nutricionista Alto → (30 a 39,99) → Alimentação saudável, atividade física, medicamentos, considerar cirurgia Muito alto → >/= 40 → Alimentação saudável, atividade física, medicamentos, cirurgia Como tratar? ● Déficit calórico (todas as estratégias convergem para obter e manter esse déficit calórico para perda de peso). Meta realista e segura: Déficit de 500 a 1000 kcal para perda de 0,5 a 1kg por semana → 1000 a 1200 kcal por dia: -8% peso corporal de 3 a 6 meses e diminuição da gordura abdominal -4% em 3 e 5 anos (seguro) → 4% kg/mês: É considerado ideal e sem alterações fisiológicas prejudiciais. Qual a melhor maneira de promover a redução de consumo de calorias? Tratamento dietético → Mudança comportamental → atividade física CONDUÇÃO DO DÉFICIT CALÓRICO COM BASE NAS RECOMENDAÇÕES DA ABESO ● Déficit calórico de 500 a 1000 Kcal/día ● Homens: 1200 a 1800 kcal/dia ● Mulheres: 1000 a 1500 kcal/dia ● Déficit calórico de 500 a 750 Kcal/día ● Homens: 1500 a 1800 kcal/dia ● Mulheres: 1200 a 1500 kcal/dia Dieta muito baixo em calorias ● Fornecem 400 a 800 kcal/dia; 0,8 a 1g/kg ideal de proteína ● Duração: 4 a 16 semanas ● Indicação: Insucesso em tratamentos anteriores ● 9 a 26 kg em 4 a 20 semanas (motivação do paciente muito obeso) ● É realizada em condições especiais Contraindicações e efeitos colaterais → ● Doença cardíaca ● Insuficiência ● Doença cerebrovascular ● Insuficiência renal ● Doença hepática grave ou em fase terminal ● Transtornos psiquiátricos Sobrepeso e obesidade em pediatria ● Diagnóstico de acordo com zscore ● Controle do ganho de peso ponderal e das comorbidades eventualmente encontradas ● Diminuição da ingestão calórica e aumento do gasto energético → Mudança de hábitos alimentares e comportamentais → Menor tempo de tela e estimular brincadeiras → Participação familiar Z-IMC acima de +2 → Perda de peso gradual (0,5 kg/mês) Z-IMC acima de +3 → Maior perda de peso, sem exceder 1kg/semana Sem resultado em 3 a 6 meses → Dieta mais estrutura + atividade física + equipe multi (medicação) Macronutrientes: Distribuição CHO: 55 a 60 LIp: 20 a 30 Ptn: 15 a 20 Qual o tempo necessário para considerar a perda de peso bem sucedida? Duração de um ano → Em longo prazo, o método, a velocidade de perda de peso, o ajuste fisiológico e a habilidade de manter as mudanças comportamentais de dieta e atividade física é que determinarão o sucesso de qualquer programa de emagrecimento. Comportamento e ganho de peso: ● Auxilia na adesão do tratamento nutricional ● Compreender a importância de mudança ● Troca de experiências ● Motivação ● Preparo cirúrgico ● Reflexão sobre fatores comportamentais Mindful Eating 1. Permitir a si mesmo tornar-se consciente das oportunidade positivas e carinhosas que estão disponíveis através da seleção e preparação dos alimentos, respeitando sua própria sabedoria interior. 2. Usar todos os seus sentidos na escolha do que comer para que seja gratificante para você e nutritivo para o seu corpo. 3. Reconhecer respostas aos alimentos (gostos,desgostos ou neutros) sem julgamentos. 4. Tornar-se consciente da fome e saciedade físicas para guiar suas decisões para começar e parar de comer. Saciedade → Sinalização → Estar atento ao ato de comer. Ciclo do comer consciente proposto por Michelle May ● Porque você come? ● Quando você come? ● O que você come? ● Como você come? ● Quanto você come? ● Para onde vai a energia? Comer com atenção plena emagrece? ● Sua eficácia e benefícios são incertos 1. Curiosidade e coragem de prosseguir com o que se tem no momento presente 2. Aceitação do processo alimentar ainda que distante das metas 3. Aceitar o corpo e cuidar dele de maneira como ele está no momento presente 4. E, a partir do momento em que se decide mudar, se empoderar e prosseguir ● A perda de peso pode ser uma consequência da prática, não um objetivo. ● Trata-se de um processo de autoconhecimento, autocuidado ● Maior consciência, menos compulsão alimentar, melhora da percepção da fome, da autoestima e autocompaixão O MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA (MTM): JAMES O. PROCHASKA → Avalia a prontidão do indivíduo para agir em um novo comportamento 1. Pré-contemplação 2. Contemplação 3. Preparação 4. Ação 5. Manutenção Pré-contemplação: Não pretende mudar nos próximos 6 meses ● A mudança comportamental ainda não foi considerada ● Não foram realizadas alterações no comportamento e não há intenção de adotá-la ● Contemplação: Entende que tem práticas alimentares inadequadas, mas ainda não quer agir ● Pretende alterar o comportamento no futuro ● Reconhece que a existência do problemae os benefícios da mudança mas não está decidido a melhorar Preparação: Tem a intenção de ter uma ação nos próximos 30 dias ● São realizadas pequenas mudanças ● Um plano de ação é adotado, mas sem assumir compromisso sério com o mesmo. Características dessa fase: “Na próxima segunda feira começo” Ação: O paciente já está apto a receber as mudanças ● O indivíduo muda de fato o comportamento e as mudanças são notadas ● As mudanças são notáveis e ocorreram recentemente Exige grande dedicação e disposição para evitar recaídas. Manutenção: Realizou mudanças evidentes nos últimos 6 meses ● Prevenir recaídas ● Consolidar ganhos obtidos durante a ação Não se trata de um estágio estático, há uma continuação de comportamento iniciada no estágio anterior. Dietas da moda Estratégias ideias de dieta para perda de peso e manutenção da perda de peso Low-fat < 10% de LIP ou <30 e <7% a 10% de AGS → Melhora do perfil lipídico e da microbiota intestinal ● Não efetividade na perda de peso Low carb 50 a 130 g/dia de CHO ou 10% a 45% de CHO ● Insuficiente a longo prazo na perda de peso Cetogênica: <20 a 50g/dia de CHO ou <10% de CHO → Redução do apetite e aumento da lipólise, podendo favorecer + eficiência metabólica High-protein 30% de ptn ou 1 a 1,2g/kg (peso ideal) → Aumento da saciedade, estímulo para a produção de GLP-1 e CCK, auxilia a não recuperação do peso perdido e aumento da massa magra Dieta mediterrânea: ● Aumento do consumo de frango, peixes, lácteos e azeite de oliva. ● Diminuição da carne vermelha → Pode auxiliar na perda de peso, mas é indiferente das demais dietas ● Auxilia no controle glicêmico para pacientes com diabetes Dieta paleolítica: 30% de lip 35% de CHO 30% de ptn ● Baixo nível de evidência para perda de peso Vegetariana→ Pouco estudo e qualidade variável ● Há redução de peso pois geralmente o aporte calórico é menor ● Não necessariamente a pessoa tem uma alimentação saudável DASH Cereais integrais, oleaginosas, frango, peixes, lácteos, azeite de oliva Aumento do potássio e diminuição do sódio → Padrão alimentar mais saudável, baixo nível de evidência para perda de peso. ● Boa para o controle da pressão Jejum intermitente: 5:2 → Altera dias de jejum e consumo de 900 a 1.000Kcal/dia Dias alternados → ALtera jejum com consumo dietético diário Jejum diário → Jejum por 16 a 18h/dia ● Efetivo na perda de peso mas não apresenta diferença entre as demais dietas com restrição calórica. Meal Timing (hora da refeição) Refeições tardias → Distúrbios cardíacos Aumento: Cortisol livre Risco DCV Diminuição do gasto energético de repouso e tolerância à glicose FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NA OBESIDADE GRAVE O que é a obesidade grave? IMC acima de 35, sendo de 35- 39,9 obesidade grau I e igual ou maior que 40 obesidade grau II. Nessas situações, o risco de comorbidades é grave e muito grave respectivamente. ● Não se usa o termo “obesidade mórbida” e “superobesos” ● Diferentes graus de risco e prioridades de tratamento ● obesidade é uma doença? sim - estado de inflamação crônica subclínica (citocinas pró inflamatórias) ● DCNT têm graus de estadiamento ● Qualidade e expectativa de vidas comprometidas ● Cérebro fica inflamado - problemas no centro de regulação da fome e saciedade ● Na obesidade grave esse problema costuma ser irreversível Quais as características do indivíduo em situação de obesidade grave? Agravos à saúde: as alterações no corpo e inflamação causa efeitos da doença como resistência à insulina, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, transtornos de humor, distúrbios do sono, alterações hormonais, alterações músculo-esqueléticas, psoríase, câncer, doenças pulmonares, diabetes mellitus tipo II, alterações dermatológicas, dislipidemias. Além de comorbidades, a redução na expectativa de vida é de 6,5 a 13,7 anos. IMC entre 40 e 44 kg/m² - Redução de 6,5 anos Acima de 55 kg/m² - redução de 13,7 anos Controle da fome e da saciedade: Diversos fatores influenciam na causa da obesidade, resultando em uma inflamação subclínica e alterações no controle de fome e saciedade. OBS: Antes de haver uma inflamação em nível corporal há uma inflamação hipotalâmica, devido a desregulação do centro de controle e saciedade. A grande diferença entre o processo da obesidade simples e da obesidade grave, é que no caso da obesidade grave a sinalização é tão comprometida que em muitos casos a reversão é difícil, o prejuízo da desregulação é muito grande de modo comprometer o tratamento. Hábitos de vida e condições clínicas É preciso fazer uma investigação nos hábitos de vida e de condições clínicas para identificar pontos que podem interferir no tratamento do paciente. ● Sedentarismo ● Estresse ● Alcoolismo/tabagismo/drogas ● Depressão/ansiedade ● Insônia ● Problemas hormonais ● Medicamentos ● Dieta hipercalórica e inflamatória ● Contexto social/psicológico Fome oculta: deficiência de micronutrientes Corrigir essas deficiências antes de iniciar qualquer tratamento cirúrgico ou medicamentoso para garantir a nutrição do paciente. → Pode estar presente em pessoas em qualquer faixa de IMC ● Associada ao consumo inadequado de grupos alimentares como frutas, hortaliças, laticínios, carnes, leguminosas Pacientes de risco: Seletividade, monotonia alimentar, vulnerabilidade social, alterações TGI associadas. A deficiência de nutrientes está associada ao aumento da hiperfagia, prejuízos no metabolismo, dificuldades de perda de peso corporal etc. Obesidade sarcopênica: Pode comprometer a capacidade de autonomia, qualidade de vida e o sucesso do tratamento. → Entender as queixas para agir em cima disso na motivação - empatia - compaixão Quais as modalidades de tratamento? ● Intervenções intensivas para mudanças de hábitos de vida: → Intervenções intensivas para mudanças de hábitos de vida (5 a 15% de perda de peso). Devem estar presentes sempre, independente se houver outra modalidade associada. → Reduzir o consumo calórico, o estresse e problemas emocionais, melhorar a qualidade da dieta e do sono, aumentar os níveis de AF ● Uso de terapias comportamentais cognitivas - TCC: busca entender a forma como o ser humano interpreta os acontecimentos e como eles os afetam. A ideia é analisar as atitudes do paciente para transformar reações automáticas em decisões conscientes → Uso intercalado de práticas individuais e coletivas. Periodicidade: 14 sessões a cada 6 meses. Necessidade de capacitação específica e contínua. Importante trabalhar junto. ● Tratamento farmacológico Considerar em IMC >27 com comorbidades ou sempre que IMC > 30 → Baseado na estimativa da perda de peso a ser alcançada Medicamentos registrados para o tratamento da obesidade no Brasil: anfepramona, femproporex, mazindol, sibutramina, orlistate, liraglutida. Outros medicamentos utilizados: metformina, fluoxetina, sertralina e topiramato. Quando houver falhas no tratamento não farmacológico em pacientes com IMC = ou > a 30, = ou > a 25 associado a outros fatores de risco, ou com circunferência abdominal = ou > a 102 em homens. ● Balão gástrico ● Tratamento cirúrgico Desvendando a cirurgia bariátrica: ● Indicações/contraindicações ● Relembrando aspectos importantes da anatomia e função do trato gastrointestinal ● Modalidades cirúrgicas com Obesidade grave: 35 - 39,9 (grave) >39,9 (muito grave) Obesidade → Doença/condição clínica/fator de risco Doença metabólica: Princípios biológicos e metabólicos que permitem a classificação como doença = inflamação, alterações fisiológicas e hormonais, etc. Obesidade grave → Afeta todo o organismo Agravos à saúde: - Além das comorbidades, há redução na expectativa de vida IMC entre 40 e 44 kg/m² - Redução de 6,5 anos Acima de 55 kg/m² - redução de 13,7 anos Hábitos de vida e condições clínicas: ● Sedentarismo ● Estresse ● Alcoolismo/tabagismo/drogas ● Depressão/ansiedade ● Insônia ● Problemas hormonais ● Medicamentos ● Dieta hipercalórica e inflamatória Perda do controle da fome e da saciedade→ Hiperfagia Antes de iniciar o tratamento nutricional, é essencial considerarmedicamentos que o paciente utiliza, pois podem contribuir para o ganho de peso normal ou interferir na capacidade de perda de peso Contexto social/psicológico→ é necessário empatia e identificar as queixas e preocupações Fome oculta→ Deficiência de micronutrientes ● Pode estar presente em pessoas em qualquer faixa de IMC ● Associada ao consumo inadequado de grupos alimentares como frutas, hortaliças, laticínios, carnes, leguminosas Pacientes de risco: Seletividade, monotonia alimentar, vulnerabilidade social, alterações TGI associadas. A deficiência de nutrientes está associada ao aumento da hiperfagia, prejuízos no metabolismo, dificuldades de perda de peso corporal etc. Obesidade Sarcopênica → O termo sarcopenia significa “perda de carne” e diz respeito à diminuição da massa muscular no corpo. Modalidades de tratamento da obesidade grave: - Intervenções intensivas para mudanças de hábitos de vida (5 a 15%) - Tratamento farmacológico (+5 a 10%) - Balão gástrico (até 13%) - Tratamento cirúrgico Intervenções intensivas para mudanças de hábitos de vida devem estar presentes sempre Tratamento farmacológico → Considerar em IMC > 27 kg/m² com comorbidades ou sempre que IMC > 30 kg/m² Balão gástrico → Não possui cobertura pelo SUS, IMC > 30kg/m² + comorbidades ou preparo pré-operatório IMC acima de 50kg/m² Tratamento cirúrgico → IMC > 35kg/m² com comorbidades ou IMC > 40 kg/m² com ou sem comorbidades Intervenções intensivas para mudanças de hábitos de vida - Reduzir o consumo calórico, o estresse e problemas emocionais, melhorar a qualidade da dieta e do sono, aumentar os níveis de AF - Uso de Terapias Comportamentais Cognitivas - TCC - Identificar comportamentos e tentar mudá-los Quais profissionais devem ser envolvidos? Incluem minimamente: Médico, nutricionista, psicólogo e educador físico Tratamento farmacológico→ Baseado na estimativa da perda de peso a ser alcançada - Medicamentos registrados para o tratamento da obesidade no Brasil: Anfepramona (dietilpropiona), femproporex, mazindol, sibutramina, orlistate, liraglutida (agonista de GLP-1 - Outros medicamentos utilizados: Metformina e fluoxetina, a sertralina e o topiramato Balão gástrico: - Procedimento endoscópico, não cirúrgico, facilmente reversível - Colocação de um balão gástrico com cerca de 500ml de solução salina - saciedade, redução do volume para alimentos. Custo: Cerca de R$8500,00 - Deve ser removido após 6 meses Permite a perda de até 13% do peso corporal Tratamento cirúrgico: Considerado atualmente a forma mais eficaz de tratamento da obesidade grave Custos: R$15-20mil até 40 mil - Categoria de tratamento com maiores riscos ao paciente - Sempre avaliar a relação risco-benefício - Exige acompanhamento por equipe interprofissional em todas as fases → Deve ser encarada como fase do tratamento e não como o tratamento → Deve haver previsão de cirurgia plástica reparadora caso seja necessária Para entender como deverá ser o tratamento nutricional em cada modalidade cirúrgica, é imprescindível entender quais as funções de cada parte do TGI Motilidade gástrica → ondas peristálticas no antro e no piloro ● Ocorre a diminuição das ondas peristálticas, logo, a comida deve ser muito bem mastigada. Velocidade de esvaziamento gástrico CHO > PTN > LIP → Dieta muito rica em lip e proteína podem causar náuseas e desconfortos para o paciente bariátrico. A parte do estômago que é diminuída é o corpo, pois não possui células funcionais. Funções do estômago: - Digestão mecânica do alimento - Produção de ácido clorídrico (digestão, ativação do pepsinogênio e digestão ácida + ligação com B12 cim FI para permitir sua absorção + bactericida + solubilidade Ca e Fe. - Digestão de PTN Incretinas: Papel do TGI em estimular insulina e controlar a glicemia Tipos de cirurgias: - Restritivas - Disabsortivas - Mistas Diferenças entre obesidade simples e obesidade grave - O indivíduo com obesidade grave tem maior facilidade em perder peso, porém maior dificuldade em manter a perda de peso - “Efeito Sanfona” é comum, sobretudo mulheres - Necessária maior perda de peso para benefícios relacionados à melhora da saúde e da qualidade de vida - Perda de peso demanda intervenções intensivas por períodos prolongados - Dificilmente chegarão ao peso de eutrofia sem intervenção cirúrgica. - Para haver melhora na saúde, é necessário perder pelo menos 15% do peso Eutrofia pode ser considerada uma meta? - As metas devem ser perdas de peso capazes de gerar benefícios à saúde - > 10% → Sucesso para pessoas com obesidade - 10 a 15% → Início benefícios para pessoas com obesidade grave - Acima de 15 ou até 20% → Melhoras significativas em pessoas com obesidade grave Nova proposta de classificação da obesidade de acordo com a trajetória do peso corporal e o máximo de peso alcançado na vida: https://abeso.org.br/nossa-proposta-de-uma-nova-maneira-de-classificar-a-obesidade/ Como avaliar o sucesso do tratamento cirúrgico da obesidade grave: → O sucesso é considerado quando há perda de 50% do excesso de peso e o indivíduo deixa de ser classificado com obesidade grave (IMC passa a ser abaixo de 34). → Após 24 meses (antes disso pode haver reganho) Cálculo da %PEP EP = Peso pré - peso ideal - Antes de dar conselhos dietéticos, abordar a motivação para a mudança - Qual a importância da perda de peso para os pacientes - Quão confiante o paciente está para atingir com sucesso e sustentabilidade a redução do peso corporal Gerenciar expectativas em relação ao tratamento - O foco na maior parte do tempo, é manter a perda de peso - Inclusão de outras modalidades dietéticas em algumas fases do tratamento Importante: - Padrão anti-inflamatório da dieta e inclusão de alimentos saciogênicos - Pré e probióticos: avaliar condições financeiras, uso de fórmulas caseiras Estimular o consumo: Vegetais, feijões, legumes, lentilhas, grãos, cereais sem açúcar e fibras, lácteos e carnes Evitar: Açúcares e gorduras saturadas/trans, bebidas açucaradas e bebidas alcóolicas. Estratégias nutricionais - Conselhos gerais - Diminua a densidade energética de alimentos e bebidas - Diminua o tamanho das porções de alimentos - Evitar lanches entre as refeições - Não pule o café da manhã e evite comer à noite - Gerencie e reduza episódios de perda de controle ou compulsão alimentar Qual a melhor forma de promover o déficit calórico na obesidade? 1. Atividades em educação nutricional 2. Uso de dietas com restrição calórica 3. Abordagens comportamentais ● Métodos novos e promissores (adjuvante do tratamento) ● Exigem conhecimentos e perfis específicos do nutricionista ● Eficácia ainda não estabelecida https://abeso.org.br/nossa-proposta-de-uma-nova-maneira-de-classificar-a-obesidade/ Atividades em educação nutricional ● Cardápios/planos alimentares atrativos e didáticos ● Uso de sistemas de informação atuais ● … Uso de dietas com restrição calórica: ● A restrição deve ser individualizada e levar em considerações hábitos nutricionais, atividade física, comorbidades e tentativas anteriores de dieta Sugestão: Dieta cardioprotetora ou com perfil anti-inflamatório. Dietas com restrição calórica moderada balanceadas nutricionalmente, podem ser adaptadas para cada paciente com base em suas preferências pessoais e culturais e podem, portanto, ter a melhor chance de sucesso. Abordagens comportamentais: ● Entrevista motivacional (EM) ● Comer intuitivo ● Comer com atenção plena Premissas: ● Todos os alimentos podem fazer parte de uma alimentação saudável ● Saúde depende de comportamento saudável ● Valorizam o prazer em comer e as experiências alimentares de cada um Entrevista motivacional: Método de aconselhamento que visa trabalhar a motivação intrínseca das pessoas que estão em processo de mudança ● Resistir ao reflexo de "consertar as coisas” do paciente ● Compreender e explorar motivos para a mudança ● Ser empático ao realizar a escuta ● Fortalecer o sujeito frente a suas razões com otimismo e esperança Comer intuitivo: ● Religamento do mecanismo de fome/saciedade → Sentira saciedade, descobrir o fator da satisfação e lidar com as emoções sem usar a comida. Comer com atenção plena: Comer com atenção aos sinais fisiológicos e emocionais, sem culpa nem julgamento. Laudo nutricional para cirurgia bariátrica Objetivo do laudo - Apresentar diagnóstico nutricional - Atestar insucesso no tratamento nutricional longitudinal (mínimo: dois anos) - Relatar a presença de comorbidades - Nos casos de IMC > 50 kg/m². Apresentar diagnóstico nutricional - dispensa a comprovação de insucesso do tratamento nutricional Em todos os casos, é sugerido: ● Acrescentar adesão ao tratamento, periodicidade estimada de consultas, tipo de orientação e estágio de entendimento/aceitação em relação ao processo pré e pós operatório O que o conselho orienta? ● O laudo deve conter as informações provenientes do seu acompanhamento nutricional ● O documento deve conter minimamente: ○ Evolução do peso aferido nas consultas ○ História prévia ○ Diagnóstico nutricional atual e a evolução do paciente. ○ Dados que permitam a correta identificação do nutricionista. → O preparo nutricional pré-operatório é fundamental para o sucesso da cirurgia Avaliação que permita acessar dados para o manejo pré e pós-operatório ● História evolutiva do peso ● FAtores que contribuem para o ganho ponderal ● Estratégias utilizadas ● História familiar de obesidade ● Fome oculta e obesidade sarcopênica Avaliação antropométrica e da composição corporal Dificuldades práticas: - Métodos pouco precisos - Os mais precisos são pouco acessíveis e não adaptados a pacientes com obesidade grave (DEXA) - Pregas cutâneas: Dificilmente conseguimos realizar em pacientes com IMC > 35 kg/m² Pós-operatório: ● Trabalhar com progressão dietética ● Sempre: Considerar tolerância individual ● Acompanhamento nutricional pós operatório é de extrema importância para o gerenciamento do novo padrão alimentar e promoção da cura da obesidade 1º Mês: Hospitalar, nutricionista orienta dieta de alta 2º Mês adiante: Acompanhamento ambulatorial
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