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Patologias do sistema cardiovascular Anomalias congênitas podem ser classificadas em: • Grave – morrem no útero • Moderada – sinais de insuficiência cardíaca, pouca tolerância ao exercício, cianose e retardo do desenvolvimento corporal • Leve – podem nunca apresentar problemas Causas: Drogas como talidomida, etanol e cortisona, agentes físicos como raio-x e hipóxia fetal, toxinas, deficiências nutricionais como vitamina A e zinco e a ingestão excessiva de vitamina A, ácido retinóico ou cobre Doenças do saco pericárdico Hidropericárdio – acúmulo de transudato no saco pericárdico. No caso agudo ocorre o tamponamento cardíaco, em casos crônicos estão associados a lesão vascular e presença de fibrina que podem coagular Causas: insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão pulmonar, hipoproteinemia (hepatopatias graves, verminoses, desnutrição e insuficiência renal Hemopericárdio – acúmulo de sangue no saco pericárdico. A causa é desconhecida em cães de raças grandes ou gigantes. Está associado a ruptura de aorta em equinos, hemangiossarcomas cardíacos e tumores da base do coração (causa uma morte súbita por tamponamento) Pericardite – inflamação do saco pericárdico, entre 2 folhetos. Existem dois tipos principais, o fribinoso e a sapurativa. ❖ Retículo pericardite traumática → devido aos bovinos serem poucos seletivos são suscetíveis a deglutir corpos estranhos. Os corpos estranhos (normalmente objetos pontiagudos) deglutidos alojam-se normalmente no retículo, isso ocorre devido a presença de pregas de seu revestimento mucoso. Esses corpos estranhos podem perfurar o retículo e o diafragma chegando na cavidade torácica, podendo perfurar o saco pericárdico, causando assim a retículo pericardite traumática. Os sinais clínicos, nesses animais são apatia, anorexia, ingurgitamento, pulso das jugulares e abafamento das bulhas cardíacas. Causas da pericardite: Ovinos – pasteurelose Suínos – polisserosite; pneumonia enzoótica; pasteurelose Equinos – streptococcus sp; rhodococcus equi Cães – uremia gato – associado a PIF Doenças do miocárdio Primária: cardiomiopatia hipertrófica idiopática Secundária: resposta compensatória a carga de trabalho Hipertrofia concêntrica: câmaras ventriculares pequenas e paredes espessas. Lesões de sobrecarga de pressão. Aumento da carga sistólica Hipertrofia excêntrica: câmaras ventriculares aumentadas e paredes de espessura normal ou diminuída. Lesões com sobrecarga de volume. Produzido por insuficiências valvulares e defeitos septais. Aumento da pré-carga Neoplasias cardíacas ➢ Podem ser primárias ou secundárias (desdobramento metastático de um tumor primário) Primárias: rabdomioma, rabdomiossarcoma, schwannom e quemodectoma Outras neoplasias: Hemgioma, Hemangiopericitoma , Linfangioma, Linfangiossarcoma Doenças do endocárdio Endocardiose valvular → Muito importante e comum, geralmente está associado a idade e cães de raças pequenas. Ela ocorre devido a uma degeneração do colágeno valvular, é a causa mais comum de insuficiência cardíaca congestiva em cães . Endocardite valvular → Ocorre devido a infecções preexistentes como a gengivite, dermatite, com 1 ou mais episódios de bacteremia. A morte se da pela insuficiência cardíaca ou pelos efeitos da bacteremia. Êmbolos podem se alojar em outros órgãos levando ao infarto ou formação de abscessos. episódios de bacteremia. ✓ Bovinos – arcanobacterium pyogenes ✓ Suínos – strepcotococcus spp. e erysipelhothrix rhusiopathiae ✓ Cães e gatos - streptococcus spp. E escherichia coli Patologias do sistema respiratório Doenças da cavidade e seios nasais Rinite atrófica dos suínos → é uma inflamação e atrofia dos cornetos nasais, causa uma deformidade facial em suínos em crescimento. Pode ser causada por: bortedella bronshiseptica, pasteurella multocida, haemophilis parasuis e citomegalovírus suíno Rinotraqueíte viral felina → é causada pelo herpesvírus felino tipo 1, ela predispõe a rinite, conjuntivite e pneumonia bacteriana secundaria. Pode causar necrose hepática, abordo e natimortos. Os sinais clínicos envolvem anorexia, descarga serosa nasoocular, hiperemia conjuntival, sialorréia e tosse. Garrotilho → causada pela bactéria streptococcus equi, ela causa uma rinite e linfadenite sapurativa. As consequências são: púrpura hemorrágica, empiema da bolsa gutural, celulite, garrotilho disseminado (pulmões, fígado, baço, rins, encéfalo e articulações). Deixa sequelas como hemiplegia laríngea “síndrome do cavalo roncador Mormo → causada pela bactéria burkholderia mallei, acomete equinos e se trata de uma zoonose. Ela é caracterizada por lesões cutâneas, linfangite supurativa com formações nodulares de segmentos dos vasos linfáticos dos membros e abdômen ventral. Há presença de lesões pulmonares em forma de nódulos miliares. Rinotraqueíte bovina infecciosa → causada pelo herpevírus bovino 1 (BHV-1), causa hiperemia e necrose focal das mucosas nasal, faríngea, laríngea, traqueal e bronquial. É o mesmo agente causador de aborto, vulvovaginite pustular infecciosa, rumenite ulcerativa, enterite e hepatite multifocal em bezerros, intertilidade. Doenças do sistema respiratório inferior Portas de entrada: Aerógena → bactérias, microplasma, vírus, gases tóxicos e particular estranhas, é a via mais comum transmissão da maioria das infecções respiratórias dos animais domésticos Hematógena – vírus, bactérias, parasitas e toxinas. Se da por infecções por protozoários, vírus endoteliotrópicos e septicemias. - Classificação das pneumonias, podem ser divididas com base na textura, distribuição e exsudação: Bronconeumonia → é o tipo mais comum de pneumonia em animais domésticos, ela é caracterizada pela consolidação cranioventral dos pulmões. Pode ser causada por bactérias e micoplasmas, broncoaspiraçã de alimentos ou de conteúdo gástrico ou por via falsa. Há presença de exsudato na ausculta. ➢ Pode ser sapurativa, onde há presença de exsudato composto predominantemente neutrófilos, macrófagos e restos celulares, e fibrinosa, onde a fibrina é o componente predominante no exsudato Pneumonia intersticial → origem aerógena ou hematógena. O processo inflamatório ocorre primariamente em algumas das 3 camadas alveolares e o interstício bronquiolar adjacente. Ocorre dano ao epitélio alveolar ao ser inalado gases tóxicos ou por infecção com vírus pneumotrópicos como a cinomose. ➢ Aspectos macros importantes → falha dos pulmões em colapsar quando a cavidade torácixa é aberta, presencial ocasional de impressões das costelas na superfície pleural, falta de exsudatos visíveis nas vias aéreas Pneumonia embólica → pode ocorrer devido a ruptura de abcessos hepáticos na veia cava, onfaloflebite, infecções bacterianas crônicas de pele ou cascos, endocardite valvular ou mural direita. É caracterizada por lesões multifocais aleatoriamente distribuídas em todos os lobos pulmonares. É necessário a avaliação cuidadosa para encontrar a fonte dos êmbolos sépticos. ➢ Agentes causadores → arcanobacterium pyogenes, fusobacterium, necrophorum, streptococcus suis tipo ll, streptococcus equi e outros. Pneumonia granulomatosa → as causas mais comuns são doenças bacterianas como a tuberbulose, doenças fúngicas sistemáticas, material estranho inalado e PIF, ou seja, organismos que resistem a fagocitose. A lesão é via aerógena ou hematógena. ➢ Número variável de granulomas caseosos distribuídos pelos pulmões. Na palpação tem característica nodular típica dado por nódulos bem delimitados, geralmente de textura firme. Patologia do sistema digestório Estomatites vesiculares Calicivirose → ocorre um corrimento oculonasal discreto a severa rinite, conjuntivite mucopurulenta, gengivite eestomatite ulcerativa. Pode haver pneumonia intersticial com bronquite necrotizante e úlceras proeminentes na língua e palato duro. Diagnostico diferencial: rinotraqueíte viral felina Estomatite vesicular → acomete ruminantes, suínos e equinos, causado pelo vesiculovírus Exantema vesicular dos suínos → acomete apenas suínos, causada pelo calicivírus Doença vesicular dos suínos → enterovírus Febre aftosa → acomete ruminantes e suínos, causado pelo apthovírus Penfigoide bolhoso → vesículas intactas, ulcerações multifocais, crostas, vesícula subepidérmica Diarréia viral bovina - O bovino apresenta uma variabilidade em seus sinais clínicos, podendo ter febre, diarreia, erosões bucais, falência reprodutiva, aborto até morte rápida do animal. O trato digestório superior apresenta úlceras róseas bem demarcadas. Esta doença pode ser diferenciada da febre catarral maligna, estomatite papulosa, febre aftosa e peste bovina. Ocorre por cepas isoladas a campo – BVDV I e BVDV ll. A transmissão se dá pelo contato direto ou indireto e materiais contaminados, infelizmente é uma doença amplamente difundida no rebanho brasileiro. Ectima contagioso → acomete ovinos e caprinos, é altamente contagiosa. Se trata de uma zoonose. Ocorrem lesões em junções muco cutâneas e se disseminam para focinho, fossas nasais e ao redor dos olhos. Em casos mais graves a lesões em gengivas, pulvino dental, palato, língua, esôfago, úbere, vulva, região interdigital. Neoplasias da cavidade oral Fibroma odontogenico periférico → O fibroma odontogênico periférico (FOP) é uma neoplasia benigna com origem a partir do ectomesênquima odontogênico. A lesão possui crescimento lento e acomete a gengiva, com maior incidência na região da papila interdentária. Apresenta-se com uma massa gengival freqüentemente séssil, de consistência firme, recoberta por mucosa aparentemente normal Carcinoma de células escamosas → O carcinoma de células escamosas (CCE) representa uma das neoplasias malignas mais comuns em cães, sendo localmente agressivo e baixa taxa de metástase. Não apresenta predileção por sexo, acometendo cães e gatos de diferentes raças, principalmente os de pelagem clara e escassa. Melanoma → Melanoma é uma neoplasia cutânea comum em cães, originada nos melanócitos, que são as células produtoras de melanina. Essa patologia tem início a partir de uma multiplicação autônoma dos melanócitos, que assumem crescimento difuso e descontrolado, levando a formação de tumores sólidos. Possui uma forma benigna, apresentando manchas na pele. Esta pode avançar para fase intermediária na qual apresenta proliferação celular e estruturas teciduais e celulares anormais chamadas displásicas. Na forma mais maligna há a formação de um tumor invasivo com potencial metastático Fibrossarcoma → O fibrossarcoma é uma neoplasia mesenquimal de caráter maligno oriunda do tecido conjuntivo composta pela multiplicação desordenada de fibroblastos. É um tumor maligno de tecidos moles que eventualmente acomete a cavidade oral de cães e gatos. Essa neoplasia regularmente possui aspecto consistente, firme e assimétrico, normalmente influenciando ou alterando a função das estruturas da cavidade oral culminando na restrição da ingestão de água e alimentos Papiloma → A papilomatose oral canina é uma doença viral sendo caracterizada por neoformações benignas provocadas pela infecção de células epiteliais por papilomavírus. Pode acometer animais de qualquer raça, idade ou sexo. A transmissão ocorre por contato direto ou indireto com secreções ou sangue provenientes dos papilomas presentes nos animais contaminados ou através de instrumentos contaminado Dilatação e torção gástrica – acomete raças grandes e de peito profundo, se trata de uma condição grave que pode levar a morte rapidamente. Ela pode ocorrer após o consumo de uma quantidade grande de alimento ou por um exercício intenso pós-prandial (após uma refeição). ➢ O excesso de comida/gás líquido + exercício pós-prandial + dilatações recorrentes levam a rotação gástrica, nela há um deslocamento esplênico e o esôfago é torcido, causando uma compressão vascular que reduz a drenagem venosa e causa hipoxemia. Parvorirose – causada pelo parvovírus canino tipo 2. É mais comum em filhotes, possui tropismo por células com alta taxa mitótica (células da cripta). Os cães podem apresentar diarreia hemorrágica ou não, a morte se dá por choque hipovolêmico. Na necropsia podemos observar serosa intestinal, conteúdo intestinal amarelo/marrom/vermelho, tonsilas edematosas e aumentadas, necrose e depleção da medula óssea (em ossos longos como fêmur) miocardite em filhotes. ➢ Diagnostico diferencial: cinomose, giardíase, ancilostomíase, cryptosporidium parvum, coronavirose e rotavirose Enterites bacterianas Paratuberculose /doença de johne → Doença infecto-contagiosa e incurável, que causa uma inflamação severa e crônica da parede do intestino (enterite granulomatosa crônica), o animal apresenta diarreia e consequentemente emagrecimento proguessivo. Causada pelo mycobacterium avium subesp. Paratuberculosis, a bactéria é semelhante, mas não é a mesma que causa a tuberculose. São afetados ruminantes domésticos (bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos) e raramente equinos, suínos e carnívoros. A transmissão da bactéria ocorre entre animais de espécies diferentes. Doença do edema → Acomete suínos entre 6-14 semanas após o desmame. É causada por uma enterotoxina bacteriana (verotoxina) produzida no ID e dispersa via hematógena. É caracterizada pela ocorrência de sinais neurológicos como incoordenação, fraqueza, tremores e convulsão. Ela causa uma lesão endotelial vascular generalizada. Patologia do fígado Cirrose hepática – processo difuso caracterizado por fibrose e por arquitetura hepática em lóbulos anormais. É o resultado, irreversível, de várias doenças hepáticas. Anormalidades vasculares profundas ocorrem nessa condição. Causas potenciais da cirrose: hepatite, obstrução do ducto biliar, plantas tóxicas, colangite, congestão hepática passiva crônica, idiopático. Ela parece uma neoplasia, é necessário realizar uma biópsia. Manifestações clínicas: ➢ Encefalopatia hepática → manifestações neurológicas (convulsão) ➢ Distúrbios metabólicos → tendências a hemorragias devido a síntese prejudicada dos fatores de coagulação, ascite, icterícia ➢ Manifestações cutâneas → crostas, erosões e ulceração na epiderme do focinho, dermopatia, fotos sensibilização Hepatite infecciosa canina – causada pelo adenovírus canino 1, a viremia inicial (quando o vírus está restrito ao local inicial da infecção) ocorre nas tonsilas (tonsilite), está associada a leucopenia e febre. Causa a necrose de células afetadas (hepatócitos, endotélio vascular e renal). A doença é fulminante quando ocorre necrose hepática e hemorragia generalizada. ➢ Fontes de infecção → urina, saliva, fezes, sangue, ectoparasitas e fômites. ➢ Vias de transmissão → oronasal; conjuntival Febre catarral maligna (FCM) A febre catarral maligna acomete ruminantes, é causada pelo herpevírus ovino 1 (OHV-1) no Brasil, os ovinos são portadores e há intensa liberação do vírus quando próximo ao pasto. Profilaxia: manter ovinos afastados dos bovinos, principalmente em época de parto ➢ Sinais clínicos → qualquer órgão pode ser afetado, porém, o trato gastrointestinal, olhos e sistema nervoso central são mais observados. ✓ Diarreia ✓ Disenteria ✓ Febre alta ✓ Inapetência ✓ Descarga oculonasal inicialmente serosa, progredindo para purulenta. ✓ Focinho apresenta crosta ✓ Dispneia ✓ Respiração com boca aberta ✓ Salivação ✓ Mucosa oral hiperemica, podendo conter áreas multifocais ou difusas de necrose ✓ Linfonodos superficiais aumentados ✓ Crostas endurecidasno períneo, úbere e tetas ✓ Enterite hemorrágica ou hematúria Lesões post mortem A febre catarral maligna é caracterizada pela inflamação e necrose epitelial, com proliferação linfoide, infiltração de linfócitos em órgãos não linfoides e vasculite. A extensão das lesões varia com a severidade e curso da doença. Em bovinos que morrem subitamente, pode haver poucas anormalidades além de enterocolite hemorrágica. Em casos menos agudos, a carcaça pode estar desidratada, magra ou normal. Opacidade de córnea difusa ou focal bilateral é comum, e algumas vezes há úlceras de córnea. O focinho apresenta ulceração e crostas, com uma descarga nasal serosa, mucopurulenta ou purulenta. Hiperemia, edema e pequenas erosões focais ou úlceras podem ser encontrados na mucosa nasal. Na pele, úlceras e dermatite podem ser encontradas em alguns animais. Os nódulos linfáticos aumentados em bovinos. Bovino, focinho. Múltiplas erosões rasas são preenchidas com exsudato nasal seco. Bovino, cólon. Há congestão linear longitudinal severa da mucosa Bovino, focinho. O focinho é hiperêmico, multifocalmente coberto por exsudato mucopurulento aderente e contém muitas erosões rasas. Bovino, focinho. Há necrose superficial difusa do focinho Bovino, palato duro. Existem múltiplas erosões mucosas coalescentes.