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Introdução à Engenharia de Produção
7º Aula
Logística
A cada dia que passa, a concorrência vem se tornando 
mais acirrada, cabendo as empresas encontrarem formas 
de se diferenciar no mercado, seja através da otimização 
dos processos, redução de desperdícios, desenvolvimento 
de novos produtos, entre outros. Nesse sentido, muitas 
organizações passaram a investir de maneira significativa 
na melhoria de sua Logística. Estudaremos a teoria que 
envolve a logística, seus conceitos, principais atividades, 
além da sua evolução ao longo dos anos, proporcionando 
informações relevantes acerca da importância desta área 
da Engenharia de Produção nas empresas nos dias atuais.
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, vocês serão capazes de:
• Conceituar logística e identificar suas atividades primárias e de apoio;
• Compreender as diferenças entre logística integrada e gerenciamento da cadeia de suprimentos;
• Identificar a importância dos três ciclos que formam o gerenciamento da cadeia de suprimentos;
43
1 - Logística
Seções de estudo
1 - Logística
Devido à concorrência existente atualmente, as 
organizações necessitam buscar constantemente formas de 
se diferenciar no mercado. Muitas empresas vêm buscando 
se destacar no mercado a partir da utilização de técnicas e 
ferramentas para gerenciar de maneira eficiente sua logística. 
Não basta somente ações no âmbito interno da organização; 
é de suma importância que, além disso, tanto os fornecedores 
quanto a entrega do produto ao consumidor seja monitorada. 
Segundo Bowersox e Closs (2001), o custo logístico varia de 5 à 
35% do valor das vendas, dependendo da atividade, localização 
e da relação entre o peso e o valor dos materiais ou produtos. 
Em muitas organizações, o custo logístico total é uma das 
maiores parcelas do custo final do produto, sendo superado 
apenas pelo custo das matérias primas ou pelos custos da 
intermediação dos produtos vendidos no atacado ou no varejo. 
Mas, o que é logística?
1.1 - Conceituando logística
Segundo Bowersox e Closs (2001, p.20), a logística é 
responsável pela integração de informações, transporte, 
estoque, armazenagem, manuseio de materiais e embalagem, 
objetivando-se a agregar valor à medida que o estoque é bem 
gerenciado, facilitando assim, as vendas. Ballou (2006) defende 
que a logística tem seu foco na distribuição física, pois para 
se entregar o produto certo, no momento certo e da maneira 
correta, é necessária uma análise das informações como tempo 
de viagem, quantidade de entregas, espaço excedente e tempo 
ocioso. 
A fim de ser operacionalizada de forma eficaz, a logística 
empresarial é composta por dois grupos de atividades: as 
primárias e as de apoio. De acordo com Ballou (2010), 
atividades primárias são: transportes, manutenção de estoques 
e processamento de pedidos, enquanto que as atividades de 
apoio são: sistema de informação, planejamento, suprimentos, 
embalagem, manuseio de materiais e armazenagem. 
1.1.1 - Atividades primárias
De acordo com Ballou (2010), atividades primárias dizem 
respeito àquelas de importância primordial para atingir os 
objetivos logísticos, representando os maiores custos dentro 
das organizações e sendo fundamentais para a tarefa logística, 
sendo elas: logística de transporte, manutenção de estoques e 
processamento de pedidos.
A logística de transporte trata da movimentação da matéria-
prima e do produto final de um ponto ao outro por meio da 
utilização de um sistema modal que proporcione menores 
custos e tempo, possibilitando satisfação ao cliente e maior 
competitividade nos negócios. Os modais de transporte podem 
ser o ferroviário, o rodoviário, o hidroviário, o dutoviário e o 
aeroviário. Ballou (2009) afirma que o modal mais barato leva à 
concorrência direta, pois provoca no mercado a existência de 
um bem que não é produzido no local, mas que é solicitado 
pelo consumidor. Por outro lado, a rapidez da entrega da 
mercadoria pontua a vantagem empresarial, proporcionando 
oportunidades lucrativas. As distribuições físicas de 
mercadoria aos clientes finais podem ocorrer com a utilização 
de um ou mais modais. Quando o transporte de mercadorias é 
feito entre dois modais, rodoviário e ferroviário por exemplo, 
recebe o nome de intermodal. Já quando o transporte de 
produtos é realizado por pelo menos duas modalidades 
diferentes, é denominado multimodal. Nesse sentido você 
pode estar se perguntando: e se o transporte for feito por dois 
modais, como saber se é intermodal ou multimodal? Simples. 
No intermodal, dois contratos de distribuição são gerados, 
ou seja, não necessariamente precisam ser gerenciados pela 
mesma empresa. Já no multimodal, somente um contrato 
é gerado, independentemente da quantidade de modais 
contratados (MOURA, 1997). 
Figura - exemplos de modais de transporte
Fonte: Bethancourt (2014).
A atividade de manutenção de estoques tem como função 
nivelar ou regular a oferta e a demanda de produtos, além de 
coordenar os itens que os compõem. Para Bowersox (1999), 
o gerenciamento de estoques tem como objetivo planejar as 
necessidades e gerenciar o estoque de produtos acabados 
desde o início das etapas de transformação até a expedição 
para os clientes. A grande maioria das empresas utiliza-se 
do sistema tradicional que determina o ponto de reposição 
dos itens de estoque, em que a solicitação de compra é 
feita quando o estoque chega a um nível pré-determinado 
(CORRÊA, 2001). O mesmo autor afirma que o controle 
absoluto do estoque é muito difícil de ser alcançado e que, 
muitas vezes, empresas adotam a determinação de tolerâncias 
para que pequenos erros sejam aceitos. Dessa forma, nota-se 
a importância dessa área no gerenciamento logístico não só 
no que diz respeito à garantia da fluidez dos processos, mas 
também à entrega dos produtos aos consumidores no tempo 
certo e com a qualidade requerida.
Por fim, o processamento de pedidos destina-se à 
operacionalização administrativa, ou seja, à necessidade 
de formalizar a emissão do documento que originou a 
venda. Para tal, faz-se necessária a utilização de tecnologias 
de informação de modo a agilizar e coordenar de maneira 
organizada os documentos e informações de toda a cadeia 
logística (FLEURY, 1999). Quando bem projetado, um 
sistema de processamento de pedidos permite a centralização 
do comando dos fluxos de informação e materiais. Esse fator 
é primordial para alinhamento de toda a cadeia e auxílio nas 
tomadas de decisão.
Introdução à Engenharia de Produção 44
1.1.2 - Atividades de apoio
Atividades de apoio servem de apoio às atividades 
primárias, gerando menos custos que as atividades primárias 
(POZO, 2010). A seguir, serão apresentadas as atividades que 
as compõem: 
• Sistema de informação: constitui a base de dados 
com informações importantes de todas as etapas, apoiando 
as atividades primárias e de apoio ao sistema logístico.
• Planejamento: é responsável por determinar na 
fábrica o que produzir, quanto produzir e quando produzir 
para atender a demanda do mercado;
• Suprimentos: importante atividade de apoio que tem 
por função suprir as necessidades da organização na aquisição 
de matéria-prima com quantidades exatas e no tempo certo;
• Embalagem: preocupa-se com o armazenamento, 
transporte e movimentação do produto sem danificá-lo. Nos 
dias atuais, as embalagens precisam ter dimensões adequadas 
para tal;
• Manuseio de Materiais: destina-se à movimentação 
interna de produtos, tanto do produto acabado para o estoque 
e também para outros depósitos, quanto de matéria-prima 
para a produção;
• Armazenagem: responsável pelo gerenciamento 
dos espaços físicos necessários para manter os produtos 
estocados, podendo ser dentro da fábrica ou em pontos que 
possam favorecer o local de consumo final.
1.2 - Logística IntegradaA evolução da logística como uma atividade estratégica 
proporcionou a coordenação das atividades inter-relacionadas, 
passando do formato tradicional de segmentação das funções 
para a gestão integrada a partir de técnicas e ferramentas de 
gerenciamento da cadeia de suprimentos. 
Bowersox (1999) afi rma que a gestão integrada é responsável 
por vincular as empresas a seus clientes e fornecedores. As 
informações recebidas dos clientes direcionam as atividades 
de vendas, previsões e pedidos e, posteriormente, os dados 
gerados são processados e passam a compor planos de 
compras e produção. Isso resulta em dois fl uxos: um de 
materiais e outro de informações, os quais resultam nas 
transferências de produtos entre clientes e fornecedores, 
conforme se observa na fi gura abaixo.
Figura – logística integrada
Fonte – Bowersox; Closs (1999, p.44).
A logística fornece dois fluxos fundamentais dentro de 
uma empresa, o fluxo de materiais e o fluxo de informações. 
De acordo com Harrison & Hoek (2003), a tarefa logística 
de gerenciar esses fluxos é de suma importância para 
a integração das etapas, de forma que, tal gestão está 
diretamente relacionada ao gerenciamento de todo o 
processo de suprimento de matérias-primas, bem como 
fabricação, embalagem e distribuição do produto acabado 
aos clientes. A logística integrada é responsável por sustentar 
a competitividade da organização no que diz respeito aos 
processos logísticos de uma forma geral, pois visa atender à 
demanda do consumidor final por meio dos suprimentos 
a baixo custo, do que é necessário no momento em que é 
necessário. Dessa forma, a logística integrada fornece uma 
visão global do negócio e de seus respectivos componentes. 
Um deles, o fluxo de informação, está presente em todas as 
etapas.
1.3. Gerenciamento da Cadeia de 
Suprimentos
Para Fleury (1999), há autores e profissionais da área que 
consideram o gerenciamento da cadeia de suprimentos como 
uma evolução do conceito de logística integrada. Ballou (2006) 
defende que o gerenciamento da cadeia de suprimentos “capta a 
essência da logística integrada e a ultrapassa”. No entanto, Fleury 
(1999) afirma que o gerenciamento da cadeia de suprimentos 
é muito mais complexa, abrangendo o desenvolvimento do 
produto, além de compras e desenvolvimento de fornecedores. 
O gerenciamento da cadeia de suprimentos envolve 
as atividades relacionadas ao fluxo e às transformações de 
mercadorias, desde o estágio da matéria-prima até o usuário 
final, bem como os respectivos fluxos de informação, com o 
objetivo de conquistar uma vantagem competitiva sustentável 
(BALLOU, 2006). O mesmo autor explica que o conceito 
de gerenciamento da cadeia de suprimentos começou a ser 
difundido há pouco tempo, fazendo referência à ideia de 
integração logística. O gerenciamento da cadeia de suprimentos 
busca evidenciar as relações entre os setores de marketing, 
logística e produção dentro de uma organização, com o intuito 
de criar valor para os clientes e para todos aqueles que de 
alguma forma possuem interesses com a empresa.
Chopra e Meindl (2004) definem que uma cadeia de 
suprimentos está relacionada a todos os estágios envolvidos, 
direta ou indiretamente, no atendimento de um pedido de um 
consumidor, não incluindo apenas fabricantes e fornecedores, 
mas também, depósitos, varejistas, transportadoras e os 
próprios clientes. Dentro de cada organização, a cadeia de 
suprimentos inclui todas as funções envolvidas no pedido do 
consumidor final, como desenvolvimento de novos produtos 
ou serviços, marketing, finanças, processos operacionais, 
distribuição, entre outras. 
A cadeia de suprimentos tem seu sistema composto por: 
previsão de demanda, controle de estoque, processamento 
de pedidos de compra, escolha de locais para fabrica e 
armazenagem, embalagem e estocagem, distribuição e 
serviço ao cliente (BALLOU, 2006). No entanto, as atividades 
gerenciadas pela Cadeia de Suprimentos são definidas com base 
na estrutura organizacional e em outros fatores estratégicos da 
empresa, criando, dessa forma, processos específicos perante 
suas operações. 
Chopra e Meindl (2003) afirmam que a cadeia de 
suprimentos possui três estágios ou ciclos, os quais especificam 
os papéis e responsabilidade de cada integrante, sendo eles: 
ciclo de atividades de apoio à manufatura, ciclo de suprimentos 
e ciclo de distribuição.
• Ciclo de suprimentos: segundo Bowersox, Closs & 
45
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar essa 
aula, vamos recordar:
1.1 - Logística
Nessa seção, trouxemos os conceitos e o papel 
fundamental que a logística desempenha nas organizações. 
A logística é nada mais do que um conjunto de atividades 
que visam integrar todos os elos de uma cadeia produtiva, 
de forma a evitar desperdícios e aumentar a produtividade. 
Falamos também dos dois grupos que compõem a logística, 
sendo o primeiro responsável pelas atividades primárias, 
as quais representam os maiores investimentos e níveis de 
controle, e o segundo incumbido das atividades de apoio, 
estas que dão suporte e sustentam as atividades primárias. 
1.2 - Logística integrada
Bowersox (1999) afirma que a gestão integrada é 
responsável por vincular as empresas a seus clientes e 
fornecedores. As informações recebidas dos clientes 
direcionam as atividades de vendas, previsões e pedidos, e 
posteriormente, os dados gerados são processados e passam 
a compor planos de compras e produção, o que resulta em 
dois fluxos: um de materiais e outro de informações, os 
quais resultam nas transferências de produtos entre clientes 
e fornecedores.
1.3 - Gestão da Cadeia de Suprimentos
Muitos autores defendem que Gestão da Cadeia de 
Suprimentos é uma evolução da logística integrada. Ambas 
são responsáveis pela manutenção da relação entre as etapas de 
produção e a entrega do produto ao consumidor final, desde 
a compra de insumos até o pós venda com o cliente. As duas 
trabalham com dois fluxos contrários, o fluxo de informações 
e o fluxo de materiais, o que diferencia a Gestão da Cadeia 
de Suprimentos da Logística Integrada é que na última o 
controle e a relevância dada aos fornecedores e clientes finais 
é tamanha que há sua incorporação nas estratégias e objetivos 
da organização.
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/
Logística Empresarial. 5.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o 
processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: 
Atlas, 2001.
Vale a pena
Vale a pena ler
Cooper (2006), essa atividade necessita de elevado desempenho 
no que diz respeito ao planejamento de recursos, fontes 
fornecedoras, negociação, colocação de pedidos, transporte 
interno, inspeção e recebimento, armazenamento, manuseio e 
garantia de qualidade. 
• Ciclo de apoio à manufatura: de acordo com 
Bowersox & Closs (2001), o ciclo de atividades de apoio à 
manufatura, também conhecido como ciclo de fabricação, 
está relacionado à logística interna, isto é, ao planejamento e 
controle da produção. Logo, o apoio logístico à produção visa 
proporcionar e manter um fluxo econômico e ordenado de 
materiais, bem como de estoques em processo, com o intuito 
de cumprir as programações do setor de produção. A logística 
de apoio à manufatura tem como principais responsabilidades 
a movimentação e armazenagem dos produtos, materiais, 
componentes e peças semiacabadas. 
• Ciclo de distribuição: pode ser definido como o 
conjunto de atividades entre o produto pronto para o despacho 
e sua chegada ao consumidor final (MARTINS e ALT, 
2005). Segundo os mesmos autores, o ciclo de distribuição 
compreende os processos envolvidos no recebimento e 
atendimento ao pedido do cliente, abrangendo a chegada 
do cliente a fábrica, emissão do seu pedido, atendimento ao 
seu pedido e recebimentodo pedido pelo cliente. Após isso, 
tem-se o reabastecimento que acontece entre o varejista e o 
representante comercial envolvendo todos os processos ligados 
ao reabastecimento dos estoques do varejista. 
Figura - ciclo de processos da cadeia de suprimentos
Fonte: Adaptado de chopra e meindl et al. (2003)
Assim, a cadeia de suprimentos tem como objetivo a 
eficiência de todos os elos da mesma, através da sincronização 
de todas as atividades de produção, o que possibilita dessa 
forma a redução de custos, minimização dos ciclos e 
maximização do valor percebido pelo cliente final, por meio 
do rompimento das barreiras entre departamentos e áreas. 
Para o perfeito desenvolvimento do gerenciamento da cadeia 
de suprimentos, faz-se necessário que os ciclos de processos da 
cadeia atuem de forma sinérgica, ou seja, cada ciclo exerce uma 
função específica, em que a falha de um processo compromete 
o restante do sistema, e consequentemente a qualidade de 
entrega do produto ao consumidor final.
Introdução à Engenharia de Produção 46
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→ Este documentário mostra a realidade da FedEx, 
empresa de logística que atende o mundo todo e que serve 
como ponto de referência para as demais, devido ao seu 
nível de organização e controle, o que proporciona o 
atendimento de excelência e a satisfação de seus clientes.
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