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ICESP Aluna: Laise Gonçalves Curso: Odontologia 3 Período – Matutino Professor: Marconne Humberto Batista Barreira Biossegurança e Ergonomia Biossegurança A Biossegurança, conteúdo que abrange a prevenção de riscos à saúde humana e ambiental é ampla em sua concepção e envolve não só a prevenção de doenças infectocontagiosas na relação profissional-paciente no meio ambiente ocupacional, mas também as questões que abrangem a saúde do trabalhador que lida diretamente na coleta e transporte dos resíduos de origem odontológica bem como àqueles que subsistem dos resíduos. E, quando medidas preventivas adequadas não são devidamente aplicadas quando da destinação final dos resíduos, a contaminação do meio ambiente pode ocorrer, comprometendo a saúde da população local. Uma concepção ampla sobre Biossegurança a traduz como um conjunto de ações que se destinam à segurança da vida. A odontologia é um campo da saúde onde o profissional convive com riscos potenciais e manifestos no cotidiano de suas atividades práticas, no qual a classificação dos riscos, segundo a Norma Regulamentadora (NR) 09 –Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, da Portaria 3.214, do Ministério do Trabalho e Emprego, de 1978 (alterada e atualizada através da Portaria nº 25 de 29 de dezembro de 1994)10, podem ser listados como: Riscos biológicos: objetos perfurocortantes, respingos e aerossóis contendo matéria orgânica (sangue, saliva, exsudato purulento, restos de tecidos etc.) que podem ser fontes de infecções virais, como hepatites B e C, gripe, herpes e AIDS, e de infecções bacterianas, como a sífilis e tuberculose, além de contaminações por outros patógenos, como fungos e príons. Riscos químicos: a exposição ao vapor de mercúrio das restaurações de amálgama; gases anestésicos (gás óxido nitroso); lâminas de chumbo das películas radiográficas; desinfetantes, saneantes, medicamentos (vernizes, formo cresol, cimentos, entre outros), monômeros e polímeros do acrílico, materiais de moldagem, entre outros; reações alérgicas (luvas de látex, solventes, polímeros do acrílico, óleos lubrificantes, detergentes, efluentes radiográficos, entre outros). Riscos físicos: radiação ionizante (raios-X), radiação não ionizante (luz fotopolimerizável e laser), ruídos, temperatura. Riscos de acidentes: iluminação, instrumentos de cortes, abrasão e perfurantes. Riscos ergonômicos: problemas musculoesqueléticos (relação direta com posições posturais inadequadas e movimentos repetitivos prolongados) e problemas circulatórios (varizes, hemorroidas); psicossociais. A prevenção destes riscos tem um papel muito importante na Biossegurança, através dos diversos processos, como métodos de esterilização, desinfecção e assepsias, uso de equipamentos de proteção individual (EPI), imunizações da equipe odontológica, precauções de acidentes com material biológico, entre muitos outros, para o controle de infecção cruzada. Ergonomia De acordo com Renner (2006), as perturbações de ordem postural na região da coluna cervical tendem a ter relação com as exigências da atividade de trabalho, visto que nestas atividades existe uma tendência de aproximar a cabeça e fletir (curvar) a coluna, aproximando os olhos do objeto. Ao abordar os constrangimentos posturais aos quais estão expostos os odontólogos no exercício das suas tarefas, constatou-se que a manutenção da postura ao longo da jornada de trabalho causa fadiga no membro superior, especialmente na região do ombro, pois esta articulação serve como sustentação para os movimentos precisos que a mão realiza, juntamente com a cintura escapular (RASIA, 2004). Hokwerda (2006, B), aponta que na literatura internacional, cerca de 65% de cirurgiões-dentistas apresentam reclamações de dores músculo esqueléticas, que variam em severidade, mas que estão sempre relacionadas a desconforto, dor, obstáculo durante o trabalho e perda de tempo de trabalho. Dados alarmantes foram publicados com respeito à ocorrência de dores músculo esqueléticas, sofridas por estudantes de odontologia em São Francisco, onde a porcentagem de estudantes que apresentaram esta dor, no período do primeiro ao terceiro ano, aumentou para aproximadamente 70%, inclusive na persistência, duração e frequência da dor. Outro ponto considerado é com relação ao aumento do número de mulheres cirurgiãs-dentistas na maioria dos países. Nesse caso a preocupação é quanto ao fato de as mulheres serem mais propensas a uma variedade de dores músculo esqueléticas crônicas do que os homens. Os constrangimentos posturais presentes no contexto do posto de trabalho odontológico são conhecidos objetos de discussão (DELLEMAN NJ; HASLEGRAVE CM; CHAFFIN DB, 2004). Provocadas inicialmente pelo posto de trabalho, e como consequência, a assunção de posturas inadequadas, durante o tratamento do paciente, as dores músculo esqueléticas ocorridas em cirurgiões-dentistas tornaram-se tema de estudo, sobretudo, na área da ergonomia. A FDI (Fédération Dentaire Internacionale) em parceria com a ISO (International Standards Organization) são organizações que têm promovido uma reestruturação para a padronização das rotinas de trabalho odontológico organizadas por normativas e diretrizes visando à otimização do trabalho e consequentemente mais saúde, conforto e segurança ao trabalhador. Rasia (2004) em seus estudos sobre a ergonomia aplicada à odontologia, cita que os objetivos e procedimentos clínicos como sendo relevantes a serem organizados racionalmente de forma a prevenir e diminuir possíveis incômodos no trabalho (stress, cansaço, doenças musculares etc.) buscando maior conforto para a equipe e para o paciente. Os meios colocados à disposição do profissional da odontologia, assim como para outras profissões da área de saúde, sempre dependeram de instrumentos ou aparelhos para a execução dos procedimentos terapêuticos. No entanto, essa função está a cargo da ISO/FDI que colocou à disposição dos profissionais desta área, algumas normas para orientação de como os procedimentos devem ser adotados para a odontologia. Essas normas tanto orientam a posição dos profissionais envolvidos (cirurgião-dentista e o pessoal auxiliar) e o paciente, como também a disposição dos equipamentos para o profissional e para o pessoal auxiliar. A ISO, em sua normativa 4073 de 1980, preconiza as posições a serem adotadas pelo CD e seu auxiliar durante o atendimento odontológico através de uma diagramação no plano horizontal de uma área circular dividida em 12 setores. “Relógio” Conceito de Zonas: A, B, e C Conceito de hora: Que a relação da posição do cirurgião dentista em relação ao paciente. Posição 7 horas: visão direta do arco superior Posição 9 horas: visão geral da boca Posição 11 horas: ambidestros, ou que trabalham sozinhas (auxílio do espelho). Referências Bibliográficas Leal, C. A. G. (2015). Biossegurança e gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: a importância na formação do profissional da Odontologia na perspectiva da saúde humana e ambiental. Revista Da ABENO, 15(2), 82–94. de Araújo Aguiar, Carlos Helton, Felipe Costa Neves, and Mickaell Medeiros de Araújo. "O ambiente e as doenças do trabalho: percepção dos principais sintomas de desconforto/dor, relacionados aos aspectos ergonômicos na prática odontológica." TECNOLOGIA & INFORMAÇÃO-ISSN 2318-9622 1.1 (2013): 7-20. MIGUEL, Natalia. Análise ergonômica de equipamentos odontológicos. 2013. . Trabalho de Conclusão de Curso (bacharelado - Odontologia) - Universidade Estadual PaulistaJulio de Mesquita Filho, Instituto de Ciência e Tecnologia, 2013. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/119985>. Exercício de Biossegurança: 1) Explique sobre biossegurança na odontologia? É um Conjunto de medidas de proteção para proteger a equipe e pacientes dentro do ambiente clínico. 2) Quais são as portasde entrada dos agentes infecciosos? Via aérea, via oral, via cutânea e via ocular. 3) Defina infecção cruzada? É quando a transmissibilidade dos micro-organismos ocorre entre pacientes e equipe de trabalho dentro do ambiente clínico. 4) Cite em quais locais os microrganismos podem ser encontrados? Nos Humanos - Hospedeiro Ambiental - instrumentos, objetos, superfícies contaminadas. 5) Quais são as vias de transmissão? Contato direto: transmissão pelo contato físico Contato indireto: transmissão através de um veículo 6) Explique sobre os tipos de transmissão: Contato direto: contato entre um ferimento na mão do profissional e a saliva ou sangue contaminado. Contato indireto: contato com um objeto contaminado 7) O que é Ergonomia? Ergo = trabalho; Nomia = normas, regras, leis; Busca as condições ideais de ambientação e de integração do homem ao trabalho, melhorando sua qualidade e produtividade. “Adequação do homem ao trabalho e ao trabalho a este homens para conseguir melhores resultados sob condições ideais” (Kimmel, 1971) 8) A ergonomia busca proteger de riscos: 1. Físicos 2. Ambientais 3. Cognitivos 4. Sociais 5. Organizacionais 9) Cite como deve ser a postura corporal adotada pelos CDs durante a atividade clínica: • flexão do tronco; • flexão do pescoço; • rotações laterais de tronco e pescoço; • abdução e flexão dos ombros (direito e esquerdo); • flexão dos cotovelos; • prono-supinação do antebraço do lado dominante; • flexo-extensão do punho; • movimentos de pinça com os dedos polegar, indicador e médio. 10) Qual a posição dos equipamentos no consultório Odontológico: Posição 1 • Mesa auxiliar à direita da cadeira e à direita do CD • Fora da visão do CD • Fora do alcance da ACD Posição 2: • Fora da visão do paciente. • Fora da passagem do paciente. • Exige do C D destro a pega das pontas com a m ã o esquerda. Posição 3: • Localização bem à frente do paciente. • Excelente pega para o CD destro e para o ACD fazer a troca de brocas ou uso da seringa • Não é ideal psicologicamente. • O paciente não pode cuspir. Posição 4: • Não existe no Brasil; • As pontas do equipo estão embutidas no encosto; • É comum no Japão