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Apostila - Farmacologia Antibióticos-1612801662

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FARMACOLOGIA: 
ANTIBIÓTICOS
RESUMOS
MATERIAL
COMPLEMENTAR
SUMÁRIO
1. ANTIBIÓTICOS QUE INIBEM A SÍNTESE DA PAREDE CELULAR .................................... 3
1.1 Inibidores da Síntese da Parede Celular ..........................................................................................4
1.1.1 Beta-lactâmicos ...........................................................................................................................................................................................................4
1.1.2 Subclasses de Beta-lactâmicos ............................................................................................................................................................................5
1.1.3 Penicilinas .......................................................................................................................................................................................................................5
1.1.4 Fármacos inibidores de Beta-lactamase ............................................................................................................................................................6
2. ANTIBIÓTICOS QUE INIBEM A SÍNTESE DE PROTEÍNAS ........................................... 11
2.1 Aminoglicosídeos ........................................................................................................................11
2.2 Tetraciclinas ................................................................................................................................11
2.3 Macrolídeos .................................................................................................................................12
2.4 Afenicol .......................................................................................................................................13
2.5 Lincosamidas ..............................................................................................................................14
2.6 Oxazolidinonas ............................................................................................................................14
2.7 Estreptograminas.........................................................................................................................15
2.8 Glicopeptídeos .............................................................................................................................15
2.9 Síndrome do Homem Vermelho ....................................................................................................16
3. ANTIBIÓTICOS QUE INIBEM A SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLEICOS E ANTIBIÓTICOS AN-
TIMETABÓLICOS ..................................................................................................... 17
3.1 Quinolonas ..................................................................................................................................17
3.2 Rifampicina .................................................................................................................................18
3.3 Antagonistas do Folato: Sulfonamidas e Trimetoprima .................................................................18
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 22
3Farmacologia: antibióticos
Antibióticos: Uma classe de fármacos que é utilizada com frequência em hospitais 
e na comunidade, porém são os únicos agentes farmacológicos que não afetam somente 
aos pacientes que os utilizam, mas também interferem de forma significativa no ambiente 
hospitalar por alteração da ecologia microbiana.
1. ANTIBIÓTICOS QUE INIBEM A 
SÍNTESE DA PAREDE CELULAR
Relembrando, a divisão das classes farmacológicas dos fármacos antibacterianos 
pode ser feita em três grandes grupos, de acordo com a ação:
Figura 1. classes farmacológicas dos fármacos antibacterianos
Beta-lactâmicosAgem sobre 
a PAREDE 
bacteriana
Inibem a 
produção de 
proteínas
Inibem a 
síntese ácidos 
nucleicos
Inibem o 
metabolismo
Lincosamidas
Quinolonas
Tetraciclinas
An
tib
ac
te
ria
no
s
Oxazolidinonas
Antagonistas do folato – 
Sulfonamidas
Glicopeptídeos
Afenicol
Rifampicinas
Macrolídeos
Aminoglicosídeos
Trimetoprima
Fonte: autoria Própria, 2019.
4Farmacologia: antibióticos
1.1 Inibidores da Síntese da Parede Celular
1.1.1 beta-lactâmicos
atuam inibindo o crescimento das bactérias, pois interferem na síntese da parede 
celular. a parede celular é uma estrutura formada por uma camada rígida que circunda a 
membrana citoplasmática, mantendo a integridade da célula e impedindo sua lise por alta 
pressão osmótica. Essa é uma estrutura exclusiva das bactérias.
a parede celular bacteriana é constituída de peptídeoglicanos, polímero de peptídeo 
(parte proteica) e polissacarídeos (açúcar). o polissacarídeo é composto de aminoaçúca-
res alternados: NAM (n-acetilmurâmico) e NAG (n-acetilglicosamida).
Figura 2. constituição da parede celular bacteriana
NAM
PEPTÍDEO
PEPTÍDEOGLICANO
NAG
Fonte: autoria Própria, 2019.
As bactérias podem ser divididas em gram+ e gram-, sendo que as bactérias gram-
-positivas são as que têm maior percentual de peptideoglicano.
Os β-lactâmicos agem especificamente sobre os peptideoglicano, impedindo a sua 
síntese por meio da inibição das transpeptidases. Essa enzima é responsável por fazer a 
ligação cruzada das cadeias peptídicas conectadas ao esqueleto do peptideoglicano. são 
essas ligações que garantem a rigidez estrutural da parede celular. Existem bactérias que 
são resistentes às penicilinas e aos β-lactâmicos. Essa resistência ocorre devido a quatro 
tipos de mecanismos, apresentados a seguir na figura 3.
A produção de β-lactamases é o mecanismo mais comum e, por isso mesmo, o mais 
cobrado em provas. Nesse caso as bactérias são capazes de produzir enzimas que des-
troem o anel β-lactâmico. Sem esse anel, o fármaco não consegue ligar-se ao seu alvo 
de ação e não exerce seu efeito, já que o anel β-lactâmico é a estrutura responsável pela 
ligação às transpeptidases.
5Farmacologia: antibióticos
Figura 3. mecanismos de ligação das cadeiras peptídicas
Inativação do 
antibiótico pela 
β-lactamase
Penetração reduzida 
do fármaco até as 
proteínas alvo
Modificação das 
proteínas alvos Efluxo
Fonte: autoria Própria, 2019.
1.1.2 subclasses de beta-lactâmicos
Existem subclasses de fármacos β-lactâmicos que têm em comum tanto o mecanis-
mo de ação quanto à presença do anel β-lactâmico em sua estrutura química. 
Figura 4. Subclasses de β-lactâmicos
Beta-lactâmicos
Penicilinas Cefalosporinas Carbapenemicos Monobactans
Fonte: autoria Própria, 2019.
1.1.3 Penicilinas
As penicilinas podem ser divididas quanto aos usos clínicos em: 
a) Penicilinas; 
b) Penicilinas Resistentes às β-lactamases;
c) Penicilinas de Espectro Ampliado;
d) Penicilinas com atividade contra Pseudomonas.
a) Penicilinas
 y Representantes: Penicilina g (benzilpenicilina), Penicilina V (fenoximetilpenicilina), 
Penicilina g-benzatina (benzetacil), Penicilina g-Procaína (benzilpenicilina de 
procaína);
 y Espectro: Principalmente Gram-positivos; alguns Gram-negativos;
 y Penicilina G cristalina: Fármaco de escolha no tratamento de infecções causadas 
por Streptococcus, Meningococos, entre outros. Com via de administração 
intravenosa;
 y Penicilina V: É a forma oral de penicilina, porém, só está indicada para infecções 
menores, pelo fato de apresentar baixa biodisponibilidade por necessitar de 
quatro administrações ao dia, além de ter espectro estreito; atualmente são pouco 
utilizadas sendo substituídas comumente por amoxicilina;
6Farmacologia: antibióticos
 y Penicilina procaína e benzatina: Formulações para administração intramuscular, 
que retardam a absorção, resultando em concentrações prolongadas no sangue 
e tecidos.
b) Penicilinas resistentes às β-lactamases
 y são fármacos resistentes à β-lactamase produzida por Staphylococcus; 
 y Representantes: nafciclina, oxacilina,dicloxacilina, cloxacilina, meticilina.
c) Penicilinas de espectro ampliado
 y Representantes: aminopinicilina, ampicilina, amoxicilina e mezlocilina;
 y Espectro Gram-positivos e Gram-negativos: Apresentam maior atividade às 
bactérias gram-negativas que as demais penicilinas, por isso são de amplo 
espectro;
 y são inativados por β-lactamases: O que é resolvido pela associação a fármacos 
inibidores de β-lactamase.
d) Penicilinas com atividade antipseudomonas
 y Representantes: Piperacilina e ticarcilina;
 y Espectro: Espécies gram-negativas selecionadas (especialmente Pseudomonas 
aeruginosa);
 y Uso em infecção associada à assistência à saúde (infecção hospitalar);
 y são inativados por β-lactamases: O que é resolvido pela associação a fármacos 
inibidores de β-lactamase.
1.1.4 Fármacos inibidores de beta-lactamase
os inibidores da β-lactamase assemelham-se às moléculas β-lactâmicas, atuam 
protegendo penicilinas hidrolisáveis contra a inativação por essas enzimas. São potentes 
inibidores da enzima β-lactamase.
A associação de inibidores de β-lactamase amplia ainda mais a atividade de peni-
cilinas de espectro ampliado, incluindo cepas de Staphylococcus aureus produtores de 
β-lactamase e alguns gram-negativos também produtores de enzimas β-lactamase.
7Farmacologia: antibióticos
São Inibidores de β-lactamase:
Figura 5. Inibidores de β-lactamase
Clavulanato Sulbactam Tazobactam
Associado à 
amoxicilina
Associado à 
ampicilina
Associado à 
piperacilina
Fonte: autoria Própria, 2019.
o quadro seguinte apresenta um resumo sobre penicilinas:
Quadro 1. Penicilinas
Representantes Espectro
Penicilinas
Penicilina V
Penicilina Benzatina
Penicilina Procaína
Penicilina Cristalina
Gram-positivos, alguns 
gram-negativos
Penicilinas resistentes 
às β-lactamases
Oxacilina
Meticilina
Nafcilina
Dicloxacilina e 
Cloxacilina
Gram-positivos, alguns 
gram-negativos.
Uso em infecções por 
Staphylococcus.
Penicilinas de amplo 
espectro
Amoxacilina
Ampicilina
Gram-positivos e gram-
negativos
Penicilinas com atividade 
antipseudomonas Piperacilina+Tazobactam
Gram-negativos, 
especificamente 
Pseudomonas aeruginosa.
Fonte: autoria Própria, 2019.
Com relação aos efeitos adversos das penicilinas:
 y Principal efeito adverso  reação de hipersensibilidade ou reação alérgica.
ATENÇÃO! Todas as penicilinas apresentam 
sensibilização e reatividade cruzadas.
1.1.5 carbapenêmicos
 y Representantes: imipeném, Ertapeném e meropeném;
 y Penetram adequadamente nos tecidos e líquidos corporais, 
inclusive no líquido cérebro-espinhal;
 y meropeném é empregado no tratamento de meningite;
 y Espectro: muitas espécies gram-positivas e gram-negativas;
ATENÇÃO! 
Pacientes alérgicos 
a penicilina 
também podem 
ser alérgicos a 
carbapenéns.
8Farmacologia: antibióticos
 y Entre os efeitos adversos mais comuns, estão: náusea, vômitos, diarreia, e reação 
local;
 y o imipeném é mais nefrotóxico que o meropeném.
ATENÇÃO! 
 3 Imipeném e Meropeném – em pacientes com insuficiência renal pode causar convulsão.
 3 O Imipeném é inativado por desidropeptidase nos rins (túbulos renais), resultando 
em baixas concentrações. Pode ser resolvido com associação com um inibidor de 
desidropeptidase  cilastatina.
1) Cefalosporinas
Semelhante a todos os antibióticos β-lactâmicos, as cefalosporinas interferem na 
síntese da parede celular de peptídeoglicano, via inibição de enzimas envolvidas no pro-
cesso de transpeptidação. Porém, existe resistência em algumas estirpes devido à dis-
seminação de plasmídeos que codificam o gene da proteína β-lactamase, que destrói o 
antibiótico antes que possa ter efeitos no organismo.
Com relação às características das cefalosporinas:
 y são mais resistentes às β-lactamases que as penicilinas e, portanto, têm um 
espectro de atividade mais amplo;
 y São mais estáveis ao pH ácido e à variação da temperatura, devido a modificações 
moleculares;
 y São divididas em 5 gerações, dependendo principalmente do espectro de atividade 
antimicrobiana;
 y Quanto maior a geração, maior o espectro de atividade contra gram-negativos.
o quadro seguinte traz um resumo sobre as cefalosporinas:
Quadro 2. cefalosporinas
Cefalosporinas de 1ª geração
Cefalotina
Cefalexina 
Cefadroxila
Cefazolina
Cefalosporinas de 2ª geração
Cefoxitina
Cefuroxima
Cefalosporinas de 3ª geração
Ceftriaxona
Cefotaxima
Ceftazidima
Cefalosporinas de 4ª geração Cefepima
Cefalosporinas de 5ª geração Ceftaroline
Fonte: autoria Própria, 2019.
9Farmacologia: antibióticos
OBSERVAÇÕES:
 y a cefalexina é uma cefalosporina de 1ª geração que pode ser administrada por via 
oral;
 y a cefazolina é o antibacteriano de escolha para a profilaxia cirúrgica, pois tem boa 
penetração em vários tecidos;
 y a ceftriaxona (3ª geração) é amplamente utilizada no tratamento da meningite, 
pois tem boa penetração na barreira hematoencefálica e sua eliminação é através 
da via biliar-fecal;
 y a ceftaroline (5ª geração) é amplamente utilizada no tratamento de infecção de 
pele e partes moles e pneumonia.
Com relação a efeitos adversos: Pode apresentar diarreia, reações alérgicas com 
erupções na pele, nefrotoxicidade.
2) Monobactans
 y O Aztreonam é o único monobactam. Seu espectro de atividades é diferente dos 
demais β-lactâmicos, pois limita-se a gram-negativos aeróbios.
ATENÇÃO! Pacientes alérgicos a penicilinas, 
toleram o aztreonam sem reação.
10Farmacologia: antibióticos
A figura seguinte apresenta um resumo sobre os β-lactâmicos:
Figura 6. β-lactâmicos
Penicilinas
PENICILINA V, PENICILINA 
BENZATINA, PENICILINA PROCAÍNA, 
PENICILINA CRISTALINA
Cefalosporinas de 
1ª geração
CEFALOTINA, CEFALEXINA, 
CEFADROXILA e CEFAZOLINA
Penicilinas de Espectro 
Ampliado AMOXICILINA e AMPICILINA
Cefalosporinas de 
3ª geração
CEFTRIAXONA, CEFOTAXIMA e 
CEFTAZIDIMA
IMIPENÉM, ERTAPENÉM 
e MEROPENÉM
Penicilinas Resistentes 
às Beta-lactamases
OXACILINA, METICILINA, NAFCILINA, 
DICLOXACILINA e CLOXACILINA
Cefalosporinas de 
2ª geração CEFOXITINA, CEFUROXIMA
Penicilinas com atividade 
contra pseudomonas PIPERACILINA+TAZOBACTAM
Cefalosporinas de 
4ª geração CEFEPIMA
AZTREONAM
PENICILINAS
CEFALOSPORINAS
CARBAPENÊMICOS
MONOBACTANS
Be
ta
-l
ac
tâ
m
ic
os
 
Fonte: autoria Própria, 2019.
11Farmacologia: antibióticos
2. ANTIBIÓTICOS QUE INIBEM 
A SÍNTESE DE PROTEÍNAS
2.1 Aminoglicosídeos
atuam inibindo a síntese proteica bacteriana ligando-se à subunidade 30S do ribos-
somo, causando uma leitura errônea do RNA mensageiro o que provoca a incorporação 
de aminoácidos incorretos no peptídeo e resulta em uma proteína afuncional ou tóxica. o 
aumento de proteínas afuncionais faz com que a bactéria produza ainda mais proteínas e 
esse aumento da concentração osmótica intracelular pode levar à lise da bactéria. 
ATENÇÃO! A associação de um aminoglicosídeo com um 
antibiótico inibidor da parede celular (β-lactâmico ou glicopeptídeo) 
aumenta o efeito terapêutico causando morte sinérgica. Isso acontece por 
combinação dos efeitos de ambos os mecanismos: um fragiliza 
a parede celular e o outro aumenta a pressão osmótica.
Figura 7. associação de aminoglicosídeo com antibiótico inibidor da parede celular
Parede celular 
enfraquecida
Pressão osmótica 
elevada Ruptura facilitada+
Fonte: autoria Própria, 2019.
 y Representantes: gentamicina, amicacina, tobramicina e neomicina;
 y Baixa absorção via trato gastrointestinal;
 y Entre os principais efeitos adversos destaca-se Ototoxicidade e Nefrotoxicidade;
ATENÇÃO! A ocorrência de ototoxicidade e de nefrotoxicidade é mais provável 
quando: a terapia dura mais de cinco dias; há uso de doses mais elevadas; os 
pacientes são idosos; e trata-se de um quadro de insuficiência renal.
 y a ototoxicidade pode se manifestar como comprometimento auditivo, resultando 
em zumbido e perda de audição de alta frequência;
 y a nefrotoxicidade resulta em níveis séricos crescentes de creatinina;
 y Interação medicamentosa importante: aminoglicosídeo x diuréticode alça 
(furosemida)  efeitos adversos aditivos de nefrotoxicidade e ototoxicidade.
2.2 Tetraciclinas
as tetraciclinas atuam na inibição da síntese de proteínas, ao se ligarem à subunida-
de 30s ribossomal.
12Farmacologia: antibióticos
 y Espectro de ação: gram-positivos e gram-negativos;
 y Representantes: DoXicilina, tigEciclina e minociclina;
 y Uso clínico: infecções causadas por Rickettsia;
ATENÇÃO! As tetraciclinas devido à sua estrutura química, quelam íons 
de cálcio causando lesões em dentes e ossos em crescimento e interação 
medicamento-alimento (tetraciclina x leite).
 y os principais efeitos adversos são: efeitos gastrointestinais como náuseas, 
vômitos e diarreias, por efeito de irritação direta e local. Além de fotossensibilidade 
e lesões em estruturas ósseas e dentes;
 y com relação à administração durante a gravidez: a tetraciclina pode se depositar 
nos dentes fetais, causando fluorescência, coloração e displasia do esmalte. 
Também pode levar à deformidade ou inibição do crescimento e, portanto, DEVE 
SER EVITADA NA GRAVIDEZ.
2.3 Macrolídeos
os macrolídeos também têm como mecanismo de ação a inibição da síntese de pro-
teínas, porém, ligando-se à subunidade 50s dos ribossomos.
 y têm ação bacteriostática e bactericida (em concentrações elevadas);
 y Representantes: Eritromicina, claritromicina, azitromicina;
 y Espectro: gram-positivos e negativos.
a) Eritromicina
 y Deve ser administrada com revestimento entérico, pois é destruída pelo ácido 
gástrico, alimentos interferem na absorção;
 y Pode ser utilizado em substituição à Penicilina para pacientes alérgicos;
 y Uso profilático contra endocardite, durante procedimentos dentários em indivíduos 
com cardiopatia vascular (substituta: clindamicina);
 y É utilizada como agente pró-cinético, por estimular receptores de motilina no 
músculo liso intestinal.
b) Claritromicina
 y absorção oral melhor do que a eritromicina, pois apresenta estabilidade ácida;
 y Meia-vida maior que a eritromicina (permite administração 2x/dia);
 y Metabólito (14-hidroxiclaritromiciina) também apresenta atividade antibacteriana);
 y Potente inibidor do citocromo P450, por isso apresenta diversas interações 
medicamentosas;
13Farmacologia: antibióticos
c) Azitromicina
 y Difere da eritromicina e claritromicina com relação à farmacocinética, 
principalmente;
 y boa penetração na maioria dos tecidos, apresenta liberação lenta, permitindo 
dosagem única diária e o encurtamento da duração do tratamento de muitos 
casos (geralmente 3 dias);
 y Rapidamente absorvida e bem tolerada por via oral;
 y Deve ser administrada uma 1 antes ou 2 após as refeições.
os principais efeitos adversos incluem anorexia, náuseas, vômito e diarreia.
2.4 Afenicol
 y o único fármaco desta classe é o Cloranfenicol;
 y Espectro: Espécies gram-positivas e gram-negativas;
 y Potente inibidor da síntese proteica, ligando-se à subunidade 50S do ribossomo 
bacteriano;
 y Ação bacteriostática, de largo espectro, tendo sua resistência devido à produção 
de cloranfenicol acetiltransferase, uma enzima codificada por plasmídeos, que 
inativam o fármaco;
 y Usos na clínica: tifo e febre maculosa;
 y apresenta toxicidade potencial que juntamente com a ocorrência de resistência 
bacteriana e a disponibilidade de muitos outros fármacos são fatores que explicam 
porque o cloranfenicol é raramente utilizado na clínica;
 y o principal efeito adverso em adultos é a depressão severa da medula óssea, 
resultando em pancitopenia que é uma diminuição de hemácias, leucócitos e 
plaquetas, essa condição é rara, mas pode ser fatal;
 y Em neonatos um importante efeito adverso é a Síndrome do Bebê Cinzento que 
causa vômitos, hipertermia, coloração acinzentada, choque e colapso vascular, 
podendo ser letal. Essa síndrome os neonatos precisam de um mecanismo 
de conjugação do ácido glicurônico para a degradação e destoxificação do 
cloranfenicol. Assim, em dosagens superiores a 50 mg/kg/dia, o fármaco pode se 
acumular, resultando na síndrome. 
14Farmacologia: antibióticos
Figura 8. cloranfenicol
Adulto Pancitopenia
Neonato Sindrome do bebê cinzento
Efeitos adversos 
cloranfenicol
Fonte: autoria Própria, 2019.
2.5 Lincosamidas
A Classe das lincosamidas evita a síntese proteica ao se ligar à subunidade 50S dos 
ribossomos das bactérias, impedindo a formação das uniões peptídicas.
 y Espectro: gram-positivos;
 y o único fármaco desta classe é a clindamicina;
 y os principais efeitos adversos incluem diarreia, náusea e exantemas cutâneos 
(mais comuns);
 y a administração de clindamicina é fator de risco para diarreia e colite por 
Clostridium difficile;
 y a função hepática pode ser comprometida e pode ocorrer neutropenia que é um 
efeito menos comum;
 y Possui cobertura para bactérias anaeróbias, o que é útil para o tratamento de 
pneumonias por broncoaspiração.
2.6 Oxazolidinonas
Esta é uma nova classe de antibióticos sintéticos. a inibição da síntese proteica bac-
teriana ocorre pela ligação do fármaco ao rna ribossomal 23s da subunidade 50S.
 y Espectro: Gram-positivos;
 y o único fármaco dessa classe é linezolida;
 y a resistência ao fármaco pode ser ocasionada por mutações do sítio de ligação da 
linezolida no rna ribossomal 23s;
 y A biodisponibilidade é de 100% depois da administração oral e a meia-vida é de 4 
a 6 horas;
 y os principais efeitos adversos são hematológicos com a ocorrência de 
trombocitopenia, anemia e neutropenia (com efeitos reversíveis e brandos); 
 y são relatadas Síndromes Serotoninérgicas, com uso concomitante com anti-
depressivos Inibidores Seletivos da Receptação de Serotonina (ISRS).
15Farmacologia: antibióticos
2.7 Estreptograminas
Atua na inibição da síntese proteica bacteriana através da ligação a vários sítios da fra-
ção 50s dos ribossomos, criando um complexo quinopristina-ribossomo-dalfonopristina. 
 y a quinopristina inibe o alongamento da cadeia peptídica por inibir a translocação 
do mrna durante o passo de alongamento da cadeia peptídica;
 y Dalfonopristina interfere com a enzima peptidiltransferase. ambos os compostos 
inibem a formação de pontes peptídicas, resultando na formação de cadeias 
proteicas incompletas;
 y Administração: Via intravenosa central, a cada 8 ou 12 horas, 7,5 mg/kg de 
peso. A infusão deve ser lenta, no mínimo em 1 hora, a diluição deve ser feita 
obrigatoriamente em soro glicosado a 5%;
 y Meia-vida: 1 a 2 horas;
 y Indicação clínica: Para infecções causadas por estafilococos resistentes à oxacilina 
e estafilococos com sensibilidade diminuída ou resistentes à vancomicina, 
tratamento das infecções por enterococos, principalmente nas causadas por E. 
faecium resistentes à vancomicina;
 y Efeitos adversos: Náuseas, vômitos, diarreia, artralgia, mialgia.
ATENÇÃO! Não é necessário ajuste de dose em pacientes idosos, obesos, 
pediátricos ou com insuficiência renal. Em caso de insuficiência hepática, 
necessita-se de ajuste na dose, pois cerca de 63% sua metabolização ocorre no 
fígado e a eliminação é por via biliar. A excreção renal ocorre apenas em 
15 a 19% dos casos.
2.8 Glicopeptídeos
os glicopeptídeos inibem a síntese da parede celular por meio da sua ligação à ex-
tremidade terminal D-ala-D-ala do peptídeoglicano em crescimento. 
 y Espectro de ação: Gram-positivos;
 y Principais representantes da classe: Vancomicina, teicoplanina e Daptomicina;
 y Principal efeito adverso da Vancomicina: reações anafilactóides, incluindo 
hipotensão, chiado, dispneia, urticária ou prurido;
 y Principal efeito adverso da Teicoplanina: Hipersensibilidade, erupção cutânea, 
prurido, febre, rigidez, broncoespasmo, reações anafiláticas, choque anafilático, 
urticária, angioedema;
 y Principal efeito adverso da Daptomicina: Dor gastrointestinal e abdominal, 
constipação, diarreia, náusea, vômito, flatulência, inchaço, distensão abdominal.
16Farmacologia: antibióticos
2.9 Síndrome do Homem Vermelho
A “Síndrome do homem vermelho” é uma situação advinda do uso de vancomicinae pode ocorrer imediatamente ou após alguns dias da administração; isso se dá devido a 
uma reação de hipersensibilidade ao fármaco. o nome de “síndrome do homem vermelho” 
ou do “pescoço vermelho” trata-se de uma ruborização relacionada ao tempo de infusão, 
que é causada pela liberação de histamina. Pode ser evitada de duas formas:
 y Prolongamento da infusão (1 a 2 horas);
 y Pré-tratamento com anti-histamínico, a exemplo da ranitidina ou Difenidramina.
Sintomas: 
 y Intensa vermelhidão nas pernas, braços, barriga, pescoço e face;
 y Coceira nas regiões avermelhadas;
 y inchaço aos redores dos olhos;
 y Espasmos musculares;
 y Pode haver dispneia, dor no peito e hipotensão.
17Farmacologia: antibióticos
3. ANTIBIÓTICOS QUE INIBEM A 
SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLEICOS E 
ANTIBIÓTICOS ANTIMETABÓLICOS
Relembrando, a divisão das classes farmacológicas dos fármacos antibacterianos 
pode ser feita em três grandes grupos, de acordo com a ação:
Figura 9. classes farmacológicas dos fármacos antibacterianos
Beta-lactâmicosAgem sobre 
a PAREDE 
bacteriana
Inibem a 
produção de 
proteínas
Inibem a 
síntese ácidos 
nucleicos
Inibem o 
metabolismo
Lincosamidas
Quinolonas
Tetraciclinas
An
tib
ac
te
ria
no
s
Oxazolidinonas
Antagonistas do folato – 
Sulfonamidas
Glicopeptídeos
Afenicol
Rifampicinas
Macrolídeos
Aminoglicosídeos
Trimetoprima
Fonte: autoria Própria, 2019.
3.1 Quinolonas
as quinolonas exercem seu efeito inibindo a replicação do Dna ao se ligar com a 
Dna-girase e a topoisomerase iV, inibindo-as. a inibição da DNA-Girase impede o rela-
xamento do Dna superespiralado, que é necessário para a transcrição e replicação. Já a 
inibição da Topoisomerase IV interfere na separação do Dna cromossomal replicado nas 
respectivas células filhas durante a divisão celular.
 y Íons BI e Trivalentes prejudicam a absorção oral de modo que as quinolonas, 
devem ser administradas 2 horas antes ou 4 horas depois de qualquer produto 
com tais íons. além disso, NÃO deve ser administrada juntamente com alimentos;
18Farmacologia: antibióticos
 y Uso clínico: infecções do trato urinário;
 y os principais efeitos adversos incluem: náusea, vômitos e diarreia, prolongamento 
do Intervalo QT, comprometimento de cartilagens em crescimento;
 y Interação medicamentosa com corticoides pode causar tendinite com ruptura do 
tendão, apesar de ser raro.
3.2 Rifampicina
Atua bloqueando a transcrição do RNA, devido à interação com a subunidade β da 
rna-polimerase, Dna-dependente da micobactéria, que por consequência inibe o cresci-
mento da bactéria.
 y Espectro: Gram-positivas e gram-negativas;
 y Indicações: tratamento de micobactérias (M. tuberculosis e M. leprae), estáfilos 
e estreptos, enterobactérias, meningococo, pseudomonas e haemophilus;
 y Efeitos adversos: rubor facial, urticária, erupção cutânea, insuficiência hepática, 
pancreatite, púrpura trombocitopênica, hemorragias gengivais, anemia hemolítica, 
astenia, cefaleia, tremores, mialgia;
 y Interações medicamentosas: atua induzindo o citocromo P450, o qual diminui a 
meia-vida de diversos compostos que são coadministrados e biotransformados 
pelo citocromo P450, incluindo corticosteroides, protease do HIV e os inibidores 
de transcriptase reversa não nucleosídeos, contraceptivos orais, anticoagulantes 
cumarínicos, propranolol, metropolol, clofibrato, verapamil, metadona, ciclosporina.
3.3 Antagonistas do Folato: Sulfonamidas e Trimetoprima
as bactérias não são capazes de utilizar folato exógeno. Para tanto necessitam sin-
tetizá-lo a partir do Paba (ácido p-aminobenzóico). Essa produção é essencial para a 
produção de purinas. as sulfonamidas são análogos estruturais do Paba, inibindo assim, 
uma enzima chamada di-hidropteroato sintase que é essencial para produção de folato e, 
consequentemente, de purinas e de Dna.
19Farmacologia: antibióticos
Figura 10. Ácido p-aminobenzoico
Ácido p-aminobenzoico
Ácido di-hidrofólico
Di-hidropteroato 
sintetase
Di-hidrofolato 
redutase
Ácido tetra-hidrofólico
Purinas
DNA
-
-
Sulfonamidas 
(competem 
com o PABA)
Trimetoprima
Fonte: autoria Própria, 2019.
 y Representantes: sulfametoxazol + trimetoprima e sulfadiazina;
 y o sulfametoxazol é associado à trimetoprima para provocar ação sinérgica, pois 
a trimetoprima inibe a enzima di-hidrofolato redutase, que é a próxima na via de 
produção do folato;
 y Entre os efeitos adversos mais comuns destacam-se náusea, vômitos, diarreia, 
urticária etc.;
 y todas as sulfonamidas, inclusive as antimicrobianas (sulfametoxazol e 
sulfadiazina), diuréticos e hipoglicemiantes do tipo sulfanilureias, exibem 
alerginicidade cruzada parcial.
A figura seguinte apresenta os principais efeitos adversos e, por isso mesmo, os 
mais cobrados nas provas:
Figura 11. Principais efeitos adversos de fármacos antibióticos
•  Precipitação das 
sulfonamidas na 
urina, em pH neutro 
ou ácido produzindo 
cristalúria, hematúria 
e até obstrução.
•  Tratamento da 
CRISTALÚRIA: 
bicarbonato de sódio.
Distúrbios do Trato 
Urinário
•  Podem provocar 
anemia hemolítica 
ou aplástica, 
granulocitopenia ou 
trombocitopenia.
Distúrbios 
Hematopoiéticos
Fotossensibilidade
Fonte: autoria Própria, 2019.
20Farmacologia: antibióticos
o quadro a seguir apresenta um resumo das principais classes e subclasses de fár-
macos antibióticos, seus representantes, espectro e mecanismo de ação:
Quadro 3. Principais classes e subclasses de fármacos antibióticos
CLASSE SUB-CLASSE ESPECTRO FÁRMACOS MECANISMO DE AÇÃO
Beta-lactâmicos
Penicilinas
Gram-positivos 
(penicilinas)
Gram-positivos 
e negativos 
(penicilinas de 
amplo espectro 
e resistentes à 
Beta-lactamases)
Penicilina G (EV)
Penicilina V (V.O.)
Penicilina 
Benzatina (IM)
Oxacilina
Ampicilina
Amoxicilina
Piperaciclina
Impede a síntese 
da parede celular 
bacteriana, por 
meio de ligação 
e inibição das 
transpeptidases 
da parede celular.
Cefalosporinas
Gram-positivos 
(quanto maior a 
geração maior o 
espectro 
gram-negativo)
Cefazolina 
(1ª geração)
Cefalexina 
(1ª geração)
Cefuroxima 
(2ª geração)
Ceftriaxona 
(3ª geração)
Cefotaxima 
(3ª geração)
Ceftadizima 
(3ª geração)
Cefepima 
(4ª geração)
Carbapenêmicos Gram-positivos e negativos
Meropeném
Imipeném-
cilastatina
Ertapenem
Monobactans Gram-negativos aeróbios Astreonam
Glicopeptídeos Gram-positivos
Vancomicina
Teicoplanina
Daptomicina
Inibem a síntese 
da parede celular 
por meio da 
sua ligação à 
extremidade 
terminal D-Ala-
D-Ala do 
peptídeglicano 
em crescimento.
Tetraciclinas Gram-positivos e negativos
Doxicicina
Tigeciclina
Minociclina
Evita a síntese 
proteica 
bacteriana 
ao se ligar á 
subunidade 30 S 
dos ribossomos.
21Farmacologia: antibióticos
CLASSE SUB-CLASSE ESPECTRO FÁRMACOS MECANISMO DE AÇÃO
Aminoglicosídeos
Gram-positivas 
e algumas 
negativas
Gentamicina
Amicacina
Tobramicina
Neomicina
Impede a 
síntese proteica 
bacteriana ao 
se ligar com a 
subunidade 30 S 
ribossomal
Macrolídeos Gram-positivas e negativas
Eritromicina
Claritromicina
Azitromicina
Evita a síntese 
proteica 
bacteriana 
ao se ligar á 
subunidade 50 S 
dos ribossomos
Lincosamida Gram-positivos Clindamicina
Evita a síntese 
proteica 
bacteriana 
ao se ligar á 
subunidade 50 S 
dos ribossomos
Cloranfenicol Gram-positivos e negativos Cloranfenicol
Evita a síntese 
proteica 
bacteriana 
ao se ligar à 
subunidade 50 S 
dos ribossomos
Oxazolidinona Gram-positivos Linezolida
Impede a 
síntese proteica 
bacteriana ao se 
ligar com o RNA 
ribossomal 23S 
da subunidade 
50S
Antagonistas 
do Folato
T. gondii e P. 
jirovecii
Sulfametoxazol + 
Trimetoprima
Sulfadiazina
Antagoniza folato, 
bloqueando 
a produção 
de purinas e 
síntese de ácidos 
nucleicos
Quinolonas Gram-positivos e negativos
Ciprofloxacino
Levofloxacino
Inibe a replicação 
do DNA ao se 
ligar com a 
DNA-Girase e a 
topoisomerase IV
Polimixinas Gram-negativos Polimixina B e Polimixina E
Ação na 
membrana celular
Fonte: autoria Própria,2019.
22Farmacologia: antibióticos
REFERÊNCIAS
1. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Antibióticos. Disponível em: https://
www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/
modulo1/conceitos.htm. Acesso em: 16 dez. 2020.
2. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Estreptograminas. Disponivel em: 
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/
opas_web/modulo1/estreptograminas.htm. Acesso em: 16 dez. 2020.
3. CUBICIN®. Daptomicina. Disponível em: https://portal.novartis.com.br/UPLOAD/Im-
gConteudos/1724.pdf. Acesso em: 15 dez. 2020.
4. IBEROQUIMICA. Clindamicina. Disponível em: https://iberoquimica.com.br/Arquivos/
Insumo/arquivo-152614.pdf. Acesso em: 16 dez. 2020.
5. INFORMATIVO 01/2017 – Hospital de Clínicas da Universidade do Triângulo Mineiro. 
Vancomicina. SETOR DE FARMÁCIA HOSPITALAR. Disponível em: http://www2.ebserh.
gov.br/documents/147715/0/INFORMATIVO+Vanco.pdf/cd920f63-8719-4197-9ca-
6-d079dd0b5293. acesso em: 15 dez. 2020.
6. LARB – Liga Acadêmica de Radiologia da Bahia. Resumo de Rifampicina. Disponível 
em: https://www.sanarmed.com/resumo-de-rifampicina-ligas. Acesso em: 16 dez. 
2020.
7. Reação à Vancomicina pode causar a Síndrome do Homem Vermelho. Disponível 
em: https://www.tuasaude.com/sindrome-do-homem-vermelho. Acesso em: 15 dez. 
2020.
8. TARGOCID®. Teicoplanina. Disponível em: https://www.bulas.med.br/p/bulas-de-
-medicamentos/bula/3654/targocid.htm. Acesso em: 15 dez. 2020.
9. Universidade Estadual de Londrina. Antimicrobianos II. Disponível em: https://www.
hutec.com.br/n/file/Curso/Cefalosporinas_7fa1923e19bbb80b57508b33857e0942.
pdf. acesso em: 16 dez. 2020.
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