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Penicilinas: Mecanismo de Ação, Resistência e Uso Terapêutico

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1 Alline Alvarez 
ANTIBIÓTICOS 
INIBIDORES DE PAREDE 
 
PENICILINA 
 Podem ser divididas em benzilpenicilinas ou penicilinas naturais 
(penicilina G), de uso exclusivo parenteral; 
 As principais desvantagens são a má absorção através do trato 
gastrointestinal (o que significa que tem de ser injetada) e sua 
suscetibilidade às β-lactamases. 
 Fenoximetilpenicilina (penicilina V), com espectro de ação inferior às 
anteriores, mas com a vantagem de poder ser administrada por via oral; 
 Penicilinas de amplo espectro (ampicilina e amoxicilina), 
desenvolvidas para ampliar a cobertura contra bacilos Gram-
negativos; 
 Penicilinas resistentes às β-lactamases (oxacilina, nafcilina, 
meticilina); 
 Penicilinas antipseudomonas (carbenicilina, ticarcilina, mezlocilina, 
piperacilina). 
 
2 Alline Alvarez 
 
 
Penicilinas 
MECANISMO DE AÇÃO: 
 As penicilinas interferem na última etapa da síntese da parede 
bacteriana (transpeptidação ou ligações cruzadas). 
 As penicilinas se ligam a proteína ligadora de penicilina (chamada 
transpeptidase). Dessa forma, a penicilina inibe a reação catalisada 
pela transpeptidase, inibindo, a formação das ligações cruzadas 
essenciais para a integridade da parede celular. Como as bactérias 
tem uma elevada pressão osmótica internamente, sem uma parede 
celular rígida, essas bactérias se rompem devido a entrada de água por 
osmose quando são expostas a um ambiente com baixa pressão 
osmótica. 
 Produção de autolisinas: Várias bactérias, particularmente os cocos 
gram-positivos, produzem enzimas degradativas (autolisinas) que 
participam da remodelagem normal da parede celular bacteriana. A 
penicilina inativa um inibidor de enzima autolíticas, e por isso essas 
enzimas vão digerir a parede celular existente. 
 A ação bactericida final é a inativação de um inibidor de enzimas 
autolíticas na parede celular, portanto, essas enzimas vão digerir a 
parede celular existente provocando a lise da bactéria. 
 
3 Alline Alvarez 
 
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA À PENICILINA: 
 A resistência frente aos β-lactâmicos ocorre por diminuição da 
penetração (bactérias Gram-negativas), bomba de efluxo, modificação 
do alvo de ação e, principalmente, inativação do fármaco por β-
lactamases. 
 Resistência natural às penicilinas ocorre em microrganismos que não 
possuem parede celular de peptidoglicano (p. ex., Mycoplasma 
pneumoniae) ou que têm paredes celulares impermeáveis a esses 
fármacos. 
 Os microrganismos gram-positivos secretam as β-lactamases 
extracelularmente, ao passo que as bactérias gram-negativas inativam 
os fármacos β-lactâmicos no espaço periplasmático. 
 Diminuição da permeabilidade ao antimicrobiano: A diminuição da 
penetração do antimicrobiano por meio da membrana celular externa da 
bactéria o impede de alcançar as PLPs-alvo. 
 A presença de uma bomba de efluxo também pode diminuir a 
quantidade de fármaco dentro da célula (p. ex., Klebsiella pneumoniae). 
 PLPs alteradas: PLPs modificadas têm menor afinidade pelos 
antimicrobianos β-lactâmicos, exigindo concentrações impossíveis de 
alcançar clinicamente para inibir o crescimento bacteriano. Isso explica a 
resistência dos MRSAs à maioria dos antimicrobianos β-lactâmicos 
 disponíveis comercialmente. 
 
 
 
 
 
 
4 Alline Alvarez 
USOS TERAPÊUTICOS: 
 
 
 
 
5 Alline Alvarez 
 
 
 
 
 
 
6 Alline Alvarez 
ESPECTRO ANTIBACTERIANO: 
 Em geral, os microrganismos gram-positivos têm paredes celulares 
facilmente atravessadas pelas penicilinas e, por isso, na ausência de 
resistência, eles são suscetíveis a esses fármacos. 
 Os microrganismos gram-negativos têm uma membrana 
lipopolissacarídea externa, que envolve a parede celular e atua como 
barreira contra as penicilinas hidrossolúveis. Contudo, as bactérias 
gram-negativas têm proteínas inseridas na camada lipopolissacarídea 
que atuam como canais cheios de água (denominados porinas), 
permitindo a passagem transmembrana. 
 Penicilina resistente a penicilases: Seu uso é restrito ao tratamento de 
infecções causadas por estafilococos produtores de penicilinase, 
incluindo o S. aureus. 
 As penicilinas penicilinase-resistentes têm atividade mínima ou nula 
contra infecções gram-negativas. 
 Penicilinas de espectro estendido: Ampicilina e amoxicilina têm um 
espectro antibacteriano similar ao da benzilpenicilina, mas são mais 
eficazes contra bacilos gram-negativos. 
 Essas penicilinas de espectro estendido são usadas amplamente 
também no tratamento de infecções respiratórias, e a amoxicilina é 
empregada profilaticamente por odontólogos em pacientes de alto risco, 
para prevenir a endocardite bacteriana. 
 A resistência a esses antimicrobianos é atualmente um problema clínico 
importante devido à inativação por penicilinase mediada por plasmídeo. 
A formulação com um inibidor da β-lactamase, como ácido clavulânico 
ou sulbactam, protege a amoxicilina ou a ampicilina, respectivamente, 
da hidrólise enzimática e amplia seu espectro antimicrobiano. 
 Algumas penicilinas também estão disponíveis em associação a 
inibidores de β-lactamases (p. ex., amoxicilina + ácido clavulânico, 
ampicilina + sulbactam). 
 A hidrólise do anel β-lactâmico, seja por hidrólise enzimática com β-
lactamase ou por ácidos, destrói a atividade antimicrobiana do fármaco 
β-lactâmico. Inibidores da β-lactamase, como ácido clavulânico, 
sulbactam e tazobactam, contêm um anel β-lactâmico, mas por si não 
têm atividade antibacteriana significativa nem causam algum efeito 
adverso significativo. Ao contrário, ligam-se às β-lactamases e as 
inativam, protegendo, assim, os antimicrobianos que normalmente 
seriam substratos dessas enzimas. Por isso, os inibidores das β-
lactamases são formulados em associação com os antimicrobianos 
suscetíveis à β-lactamase. 
EFEITOS COLATERAIS: 
 Entre as principais reações adversas das penicilinas estão as reações 
de hipersensibilidade, que variam de erupções cutâneas até choque 
anafilático. 
 
7 Alline Alvarez 
 Hipersensibilidade: aproximadamente 5% dos pacientes têm algum 
tipo de reação, variando de urticária até angioedema (inchaço acentuado 
de lábios, língua e área periorbital) e anafilaxia. 
 Por ordem aproximada de frequência decrescente, as manifestações da 
alergia a penicilinas incluem erupção maculopapular, erupção 
urticarifonne, febre, broncospasmo, vasculite, doença do soro, dermatite 
esfoliativa, síndrome de Stevens-Johnson e anafilaxia. 
 Diarreia: quando as penicilinas são administradas oralmente, em 
especial as de amplo espectro, alteram a flora bacteriana do intestino. 
Isso pode estar associado a distúrbios gastrointestinais e, em alguns 
casos, a suprainfecções através de outros microrganismos resistentes à 
penicilina, provocando problemas como a colite pseudomembranosa 
(causada por Clostridium difficile) 
CEFALOSPORINA 
 As cefalosporinas têm o mesmo mecanismo de ação das penicilinas e 
são afetadas pelos mesmos mecanismos de resistência. Contudo, elas 
tendem a ser mais resistentes a certas β-lactamases do que as 
penicilinas. 
 As cefalosporinas atuam inibindo a síntese da parede celular. 
 
 
8 Alline Alvarez 
 
 Primeira geração: As cefalosporinas de primeira geração atuam como 
substitutas da benzilpenicilina. Elas são resistentes à penicilinase do 
estafilococo (isto é, elas atuam sobre MSSA). 
 As cefalosporinas de primeira geração apresentam atividade 
predominante contra cocos Gram-positivos, incluindo Staphylococcus 
aureus, Streptococcus pyogenes e S. agalactiae. Não são ativas 
perante S. pneumoniae. 
 As cefalosporinas de segunda geração não apresentam vantagens com 
relação às de primeira geração diante de cocos Gram-positivos. No 
entanto, são mais ativas contra microrganismos Gram-negativos e têm 
boa atividade contra Haemophilus influenzae. As cefalosporinas de 
segunda geração têm pouca atividade contrapneumococos. 
(S.pneumonie). 
 As cefalosporinas de terceira geração têm atividade aumentada contra 
bacilos gram-negativos, incluindo os já mencionados, bem como contra 
a maioria dos outros microrganismos entéricos. Ceftriaxona (rocefin) e 
cefotaxima tornaram-se os fármacos de escolha no tratamento da 
meningite. 
 A cefotaxima e a ceftriaxona são os β-lactâmicos mais ativos e 
eficazes perante S. pneumoniae. 
 As cefalosporinas de terceira geração têm um espectro de ação maior 
frente a bacilos Gram-negativos e, por seu caráter mais hidrofílico, 
atravessam a BHE, podendo ser utilizadas no tratamento de 
meningites. 
 Como as penicilinas, as cefalosporinas são geralmente bem toleradas. 
Contudo, as reações alérgicas são um problema. Pacientes que tiveram 
 
9 Alline Alvarez 
resposta anafilática, síndrome de Stevens-Johnson ou necrólise 
epidermal tóxica a penicilinas não devem receber cefalosporinas. As 
cefalosporinas devem ser evitadas ou usadas com cautela em pessoas 
com alergia a penicilina. 
 
 
 
CARBAPENÊMICOS 
 Os principais fármacos da classe são o imipeném, o meropeném e o 
ertapeném. 
 Têm o mesmo mecanismo de ação das penicilinas e cefalosporinas, isto 
é, inibem a síntese da parede celular bacteriana. 
 
10 Alline Alvarez 
 São antimicrobianos β-lactâmicos de largo espectro de ação, que, por 
serem resistentes às β-lactamases, devem ser utilizados 
exclusivamente em infecções por microrganismos resistentes aos 
demais β-lactâmicos, sendo restritos ao uso hospitalar. 
 Espectro muito amplo de atividade antimicrobiana (Gram +,Gram - 
aeróbios e anaeróbios). 
 Reservado para infecções hospitalares graves causadas por 
bactérias altamente resistentes aos outros β-lactâmicos (i.v ou i.m.) 
 O meropeném é mais ativo contra bactérias Gram-negativas, enquanto o 
imipeném apresenta atividade superior contra Gram-positivos. 
 Não são absorvidos por via oral, devendo ser administrados por via 
intravenosa ou intramuscular. 
 O imipeném é geralmente utilizado em associação à cilastatina. A 
cilastatina é um inibidor específico da enzima que degrada o 
imipeném nos rins, prolongando substancialmente a ação deste 
fármaco no organismo. 
 É administrado em conjunto com a cilastatina, que inibe sua inativação 
pelas enzimas renais. 
 O imipeném sofre clivagem pela desidropeptidase existente no bordo em 
escova do túbulo renal proximal. Essa enzima forma um metabólito 
inativo que é potencialmente nefrotóxico. A associação de imipeném e 
cilastatina protege o fármaco e, assim, evita a formação do metabólito 
tóxico. 
Efeitos Adversos: 
 Mais comuns: náuseas e vômitos. 
 Podem ocorrer também convulsões quando esses são administrados em 
altas doses. Pacientes alérgicos a outros β-lactâmicos também podem 
desenvolver reações de hipersensibilidade quando tratados com 
carbapenêmicos. 
MONOBACTÂMICOS 
Fármaco: Aztreonam 
 Tem ação bactericida e atua como as penicilinas e as cefalosporinas, 
interferindo na síntese da parede bacteriana. 
 Espectro de ação restrito a microrganismos Gram-negativos 
aeróbios, podendo ser utilizado em substituição aos 
aminoglicosídeos ou à penicilina em pacientes alérgicos. Assim, 
esse fármaco pode ser uma alternativa segura no tratamento de 
pacientes alérgicos a penicilinas, cefalosporinas ou carbapenemos 
 Esse antibiótico é resistente a muitas das β-lactamases produzidas 
por bactérias Gram-negativas, com exceção das associadas a 
Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemases. 
 O aztreonam é administrado exclusivamente por via parenteral. 
 Preço elevado limita o uso. 
 
11 Alline Alvarez 
 Em geral, é bem tolerado, mas alguns pacientes podem desenvolver 
reações de hipersensibilidade. Também pode causar flebite, 
erupções cutâneas e, ocasionalmente, testes de função hepática 
anormais. 
Mulher, 20 anos de idade, durante a consulta queixa-se de lesão indolor na 
vulva, percebida há 15 dias. Nega prurido ou dor, refere relação sempre 
desprotegida, sendo a última há 30 dias. Já fez tratamento para clamídia há 6 
meses. Diante de lesão única, indolor, foi pedido exame direto em campo 
escuro. Também foram solicitados o VDRL sanguíneo. A paciente retorna 
com resultados dos exames: pesquisa positiva de treponema em campo 
escuro, VDRL 1/4 reagente. Foi diagnosticada com sífilis primária e iniciada 
terapia com antibiótico.Seis horas após a administração do antibiótico, 
paciente procura emergência com queixa de cefaléia, mialgia e mal-estar 
iniciados há 4 horas. Ao exame da chegada, foi verificada temperatura axilar 
de 38°C e pressão arterial de 90/60 mmHg, sem demais alterações. Feito o 
diagnóstico de reação de Jarisch-Herxheimer, é realizada a administração de 
antipiréticos e hidratação endovenosa. Paciente apresenta resolução 
completa dos sintomas em 24 horas. 
Qual a classe e o tipo de antibiótico é de escolha para o tratamento da 
paciente? * 
Beta-Lactâmicos (Penicilina). Antibiótico de escolha seria: Penicilina G 
benzatina. 
Qual o mecanismo de ação deste antibiótico? * 
•As penicilinas são inibidores da parede celular, pois interferem na última 
etapa da síntese da parede bacteriana (transpeptidação ou ligações 
cruzadas). 
•As penicilinas se ligam a proteína ligadora de penicilina (chamada 
transpeptidase). Dessa forma, a penicilina inibe a reação catalisada pela 
transpeptidase, consequentemente inibe a formação das ligações cruzadas 
essenciais para a integridade da parede celular. Como as bactérias tem uma 
elevada pressão osmótica internamente, sem uma parede celular rígida, 
essas bactérias se rompem devido a entrada de água por osmose quando 
são expostas a um ambiente com baixa pressão osmótica. 
Homem, 16 anos, estudante. Paciente refere indisposição geral e dores no 
corpo. Fez uso de paracetamol, sem melhora e horas após queixa-se de 
cefaleia, forte indisposição e sudorese profusa. Temperatura axilar de 39,6º 
C. Foi levado à emergencial hospitalar onde evidenciou-se rigidez de nuca, 
sinal de Kerning. Punção lombar levemente purulenta com diagnóstico de 
provável meningite bacteriana. 
Quais os principais agentes etiológicos causadores de meningite 
bacteriana? * 
Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitidis. 
 
12 Alline Alvarez 
 
Qual seria o tratamento antimicrobiano indicado para este paciente? 
Justifique 
Ceftriaxona, pois as cefalosporinas de terceira geração têm um espectro de 
ação maior frente a bacilos Gram-negativos e, por seu caráter mais hidrofílico, 
atravessam a BHE, podendo ser utilizadas no tratamento de meningites. 
Além disso, a cefotaxima e a ceftriaxona são os β-lactâmicos mais ativos e 
eficazes perante S. pneumoniae e também possuem ação contra N. 
Meningitidis. 
Qual o mecanismo de ação e a classe desse antibiótico de escolha? * 
A ceftriaxona atua inibindo a síntese da parede celular. É um beta-lactâmico, 
cefalosporina. 
Que medidas farmacológicas devem ser adotadas com os comunicantes do 
paciente após confirmação do agente etiológico? 
MEDIDAS DE CONTROLE - Quimioprofilaxia: é feita em contatos íntimos do 
doente (pessoas que residem no mesmo domicílio, ou que compartilham o 
mesmo dormitório em internatos, quartéis, creches). 
Rifampicina: - adultos: 600 mg VO 12/12 horas por 2 dias 
- crianças: 20 mg/kg/dose VO 12/12 horas por 2 dias 
- < 1 mês: 10 mg/kg/dia VO 12/12 horas por 2 dias 
Ceftriaxone: - adultos: 250mg IM dose única - crianças: 125mg IM dose única 
http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/Quimioprofilaxia+para+meningi
tes+bacterianas-RSUFTJWJ.pdf/bed0e694-c44a-4ce8-a87e-9af4525d626f 
Doença meningocócica - Contactantes domiciliares (residentes no mesmo 
domicílio) - Quartéis e orfanatos: dormir no mesmo quarto - Creche e pré-
escola: crianças da mesma sala e mesmo período - Pessoas expostas 
diretamente às secreções de orofaringe, por exemplo, através de beijos - 
Profissionais de saúde que tenhamse exposto a secreções respiratórias sem 
uso de máscara cirúrgica durante: entubação traqueal, aspiração de secreções 
ou que tenham realizado respiração boca-a-boca ou exame de fundo de olho. 
GLICOPEPTÍDEOS 
 Fármacos: vancomicina, teicoplanina. 
 Mecanismo de ação: Apresentam mecanismo de ação múltiplo, inibindo 
a síntese de peptideoglicano, alterando a permeabilidade da membrana 
citoplasmática e interferindo na síntese de RNA citoplasmático. Dessa 
maneira, inibem a síntese da parede celular bacteriana. 
 Espectro de ação: limitado a microrganismos Gram-positivos aeróbicos e 
anaeróbicos. 
http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/Quimioprofilaxia+para+meningites+bacterianas-RSUFTJWJ.pdf/bed0e694-c44a-4ce8-a87e-9af4525d626f
http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/Quimioprofilaxia+para+meningites+bacterianas-RSUFTJWJ.pdf/bed0e694-c44a-4ce8-a87e-9af4525d626f
 
13 Alline Alvarez 
 Indicações: a principal indicação dos glicopeptídeos é para o tratamento 
de infecções causadas por S. aureus resistentes à meticilina ou por 
estafilococos coagulase-negativa. 
 OBSERVAÇÃO: É recomendado evitar ao máximo o uso empírico e 
indiscriminado desses antibióticos para impedir o desenvolvimento de 
resistência bacteriana, exceto em casos graves, como na meningite ou 
sepse em imunodeprimidos, e na colite pseudomembranosa decorrente 
do uso de outros antibióticos. 
 A via de administração, exclusivamente parenteral, e o reduzido 
espectro de atividade fazem com que a utilização dos glicopeptídeos 
seja unicamente de âmbito hospitalar. 
 Efeitos adversos: flebite no local de aplicação, calafrios, náuseas e 
vômitos. Devem ser usados com cautela quando em associação a 
outros antibióticos nefrotóxicos, pois isso pode acentuar a toxicidade. 
FOSFOMICINA 
 A fosfomicina é um antibiótico de amplo espectro e baixa toxicidade 
 Mecanismo de ação: inibe a síntese da parede celular e também é 
capaz de reduzir a aderência bacteriana às células uroepiteliais. 
 Indicação: a fosfomicina é indicada para o tratamento de infecções do 
trato urinário, principalmente nos casos de cistite aguda. A maioria 
das cepas de Escherichia coli isolada de infecções urinárias tem 
demonstrado suscetibilidade a este fármaco. 
 Sua utilização é segura na gravidez. 
INIBIDORES DE MEMBRANA PLASMÁTICA 
POLIMIXINAS E DAPTOMICINA 
POLIMIXINAS B e E (colistimetato) 
Mecanismo de ação: 
 Têm ação bactericida contra bactérias Gram-negativas, principalmente 
Pseudomonas spp., Acinetobacter spp. e enterobactérias. 
 Além de potente atividade bactericida, as polimixinas também 
apresentam atividade antiendotoxina. O lipídeo A da molécula de 
lipossacarídeo, que representa a endotoxina da bactéria Gram-negativa, 
é neutralizado pelas polimixinas. 
 As polimixinas interagem com a molécula de polissacarídeo da 
membrana externa das bactérias Gram-negativas, retirando o cálcio e o 
magnésio necessários para a estabilidade do polissacarídeo. Esse 
processo é independente da entrada do antimicrobiano na célula 
bacteriana e resulta em aumento de permeabilidade da membrana com 
rápida perda de conteúdo celular e morte da bactéria. 
 Indicação: as polimixinas são utilizadas principalmente, por via tópica, 
para o tratamento de infecções oftálmicas, otológicas e cutâneas. 
 
14 Alline Alvarez 
Efeitos adversos: 
 Nefrotoxicidade, principalmente insuficiência renal aguda, e 
neurotoxicidade (fraqueza, parestesias periféricas e faciais, 
oftalmoplegia, dificuldade de deglutição, ataxia, ptose palpebral, 
bloqueio muscular e insuficiência respiratória) são os principais efeitos 
adversos, revertidos com a suspensão do fármaco. 
 Podem ocorrer também dor no local da injeção, tromboflebite e reações 
anafilactoides com dispneia e taquicardia. Pacientes com insuficiência 
renal devem ter a dose ajustada. 
 Quando utilizadas por via tópica, não provocam reações sistêmicas. 
 Devido aos efeitos adversos, seu uso foi reduzido nas décadas de 1970 
e 1980. No entanto, o aparecimento de bactérias Gram-negativas 
multirresistentes, principalmente em pacientes internados em unidades 
de terapia intensiva, retomou o interesse por esses fármacos. 
DAPTOMICINA 
 O espectro de ação da daptomicina é semelhante ao da vancomicina. 
Apresenta ação contra bactérias Gram-positivas, tais como 
estreptococos β-hemolítico, S. aureus resistentes à meticilina e 
enterococos resistentes à vancomicina. 
 Apesar de apresentar excelente atividade in vitro contra pneumococos, a 
daptomicina é inativada pelo surfactante pulmonar, não podendo, dessa 
maneira, ser utilizada no tratamento de pneumonia. 
 A administração é exclusivamente por via intravenosa. 
 Efeitos Colaterais: a principal toxicidade da daptomicina consiste em 
lesão do sistema musculoesquelético. Recomenda-se monitorar 
semanalmente os níveis da enzima creatinofosfoquinase. 
 Indicações: é indicada para o tratamento de infecções complicadas da 
pele e de tecidos moles e para bacteremia complicada e endocardite 
localizada no lado direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 Alline Alvarez 
INIBIDORES METABÓLITOS 
SULFONAMIDAS 
Fármacos: sulfametoxazol (em geral, combinado com trimetoprima, como 
cotrimoxazol), sulfassalazina, sulfadiazina de prata. 
 
Indicações: 
 O sulfametoxazol geralmente é administrado em associação a inibidores 
da di-hidrofolato redutase (trimetoprima ou pirimetamina). Essa 
combinação sinérgica resulta em ação bactericida. 
 Espectro de ação: Esses fármacos inibem bactérias Gram-positivas e 
Gram-negativas. Podem ser alternativa contra S. aureus resistente à 
meticilina, sendo principalmente utilizados em infecções do trato urinário, 
respiratório e prostatite, exceto as causadas por E. coli, dado o aumento 
de cepas resistentes. 
 As sulfonamidas são ativas contra infecções no trato urinário por 
Enterobacteriaceae selecionada e Nocardia. 
 A combinação sulfametoxazol-trimetroprima é considerada de escolha 
para o tratamento de pneumonia por P. jiroveci e nas infecções por 
Nocardia spp. Já a associação de sulfadiazina-pirimetamina é 
empregada no tratamento da toxoplasmose. 
 A sulfadoxina associada com pirimetamina é usada como antimalárico. 
 A sulfassalazina, não é absorvida quando administrada por via oral, é 
utilizada para o tratamento da colite ulcerativa a doença de Crohn. 
 Sulfadiazina de prata é aplicada de forma tópica para, por exemplo, 
tratar queimaduras infectadas. 
Mecanismo de ação: 
 Sulfanilamida é um análogo do PABA (ácido p-aminobenzoico) que é um 
precursor essencial na síntese do ácido fólico, necessário para a síntese 
de DNA e RNA nas bactérias. As sulfonamidas são inibidores 
competitivos da enzima di-hidropteroato sintetase, e os efeitos da 
sulfonamida podem ser sobrepostos acrescentando PABA suplementar. 
 
16 Alline Alvarez 
 As sulfonamidas são análogos sintéticos do PABA. Devido à sua 
semelhança estrutural com o PABA, elas competem com esse substrato 
pela enzima bacteriana, a di-hidropteroato sintetase. 
 
Interações medicamentosas: Por essa razão, alguns anestésicos locais, e 
que são ésteres PABA (tal como a procaína; podem antagonizar o efeito 
antibacteriano desses agentes. 
Efeitos adversos: 
 Náuseas e vômitos, cefaleia e depressão. 
 Pode ocorrer hepatite, reações de hipersensibilidade (eritemas, 
angioedema e síndrome de Stevens-Johnson), febre, reações 
anafiláticas; 
 Insuficiência da medula óssea e insuficiência renal aguda decorrente de 
nefrite tubulointersticial ou cristalúria. 
 As sulfonamidas podem provocar o aparecimento de cristalúria, 
principalmente em pH urinário neutro ou ácido, devendo ser evitadas em 
pacientes com insuficiência renal. 
 Cristalúria: Pode-se desenvolver nefrotoxicidade como resultado da 
cristalúria. As sulfas são acetiladas e conjugadas, primariamente, no 
fígado. O produto acetilado é isento de atividade antimicrobiana,mas 
retém o potencial tóxico de precipitar em pH neutro ou ácido. Isso causa 
cristalúria e, assim, potencialmente lesa os rins. 
 Distúrbios hematopoiéticos: Anemia hemolítica é encontrada em 
pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD). 
Também podem ocorrer granulocitopenia e trombocitopenia. Têm sido 
relatadas reações fatais de agranulocitose, anemia aplástica e outras 
discrasias sanguíneas associadas. 
 Icterícia nuclear (kernicterus): Esse distúrbio pode ocorrer em recém-
nascidos, pois a sulfa desloca a bilirrubina dos locais de ligação na 
 
17 Alline Alvarez 
albumina sérica. A bilirrubina fica livre para entrar no SNC, pois a 
barreira hematencefálica do recém-nascido ainda não está 
completamente desenvolvida. 
 Potencialização de fármacos: Ocorre potencialização temporária do 
efeito anticoagulante da varfarina devido ao seu deslocamento dos 
locais de ligação na albumina sérica. 
 Contraindicações: Devido ao risco de icterícia nuclear, as sulfas devem 
ser evitadas em recém-nascidos e crianças com menos de 2 meses, 
bem como em gestantes a termo. 
Resistência: 
 Bactérias que conseguem obter o folato do ambiente são naturalmente 
resistentes às sulfonamidas. A resistência bacteriana pode ser adquirida 
pela transferência de plasmídeos ou por mutações aleatórias. 
 A resistência em geral é irreversível e pode ser devida 1) à alteração da 
di-hidropteroato sintetase; 2) à diminuição da permeabilidade celular às 
sulfonamidas ou 3) à maior produção do substrato natural, PABA para 
competir com as sulfonamidas na síntese de ácido fólico. 
 Desenvolvimento uma via metabólica alternativa para a síntese de ácido 
fólico. 
TRIMETROPIMA 
 A trimetoprima, um inibidor potente da di-hidrofolato redutase 
bacteriana, tem espectro antibacteriano similar ao das sulfonamidas. Ela 
é associada com mais frequência a sulfametoxazol, produzindo a 
combinação denominada cotrimoxazol. 
 Cotrimoxazol = sulfametoxazol + trimetoprima 
Mecanismo de ação: 
 Trimetoprima inibe a di-hidrofolato redutase, impedindo a conversão de 
ácido di-hidrofólico em ácido tetra-hidrofólico (forma ativa do folato). 
 A forma ativa do folato é o derivado tetra-hidrofólico formado pela 
redução do ácido di-hidrofólico pela di-hidrofolato redutase. Essa 
reação enzimática é inibida pela trimetoprima, diminuindo a 
disponibilidade do cofator tetra-hidrofolato necessário para síntese de 
purina, pirimidina e aminoácidos. 
 A redutase bacteriana tem afinidade muito maior pela trimetoprima do 
que a enzima dos mamíferos, o que causa a toxicidade seletiva do 
fármaco. 
 
18 Alline Alvarez 
 
Efeitos adversos: 
 A trimetoprima pode produzir os efeitos da deficiência de ácido fólico. 
Esses efeitos incluem anemia megaloblástica, leucopenia e 
granulocitopenia, especialmente em gestantes e nos pacientes que têm 
dietas muito pobres. Esses distúrbios sanguíneos podem ser revertidos 
com a administração simultânea de ácido folínico, o qual não entra na 
bactéria. 
 A trimetoprima pode ocasionar anemia megaloblástica, leucopenia e 
granulocitopenia em pacientes que apresentam células com deficiência 
de folato. 
Indicações: 
 No Reino Unido, o uso do cotrimoxazol está geralmente restrito ao 
tratamento da pneumonia Pneumocystis carinii (agora conhecida como 
P. jirovecii, uma infecção fúngica), 
 Toxoplasmose (uma infecção por protozoários) ou nocardiose (uma 
infecção bacteriana 
Resistência 
 A resistência das bactérias gram-negativas é devida à presença de uma 
di-hidrofolato redutase alterada que tem menor afinidade pela 
trimetoprima. Bombas de efluxo e diminuição da permeabilidade ao 
fármaco podem ter participação. 
 
 
19 Alline Alvarez 
 
COTRIMOXAZOL: 
Mecanismo de ação 
 A atividade antimicrobiana sinérgica do cotrimoxazol resulta da inibição 
de duas etapas sequenciais na síntese do ácido tetra-hidrofólico. 
 O sulfametoxazol inibe a incorporação do PABA nos precursores do 
ácido di-hidrofólico, e a trimetoprima previne a redução do di-hidrofolato 
a tetra-hidrofolato. 
 
 As sulfonamidas são bacteriostáticas; interferem na síntese do folato e, 
em consequência, também na síntese dos nucleotídeos. Os efeitos 
adversos incluem cristalúria e hipersensibilidade. 
 A trimetoprima é bacteriostática. Atua por meio da inibição do folato. 
 
 
 
20 Alline Alvarez 
INIBIDORES DE ÁCIDOS NUCLEICOS 
FLUORQUINOLONAS 
Fármacos: 
• 1a geração: ácido nalidíxico (v.o.) – apenas para ITU 
• 2a geração: ciprofloxacino (v.o., i.v., intra-ocular), norfloxacino 
(v.o.) e ofloxacino (intra-ocular) 
• 3a geração: levofloxacino (v.o.), moxifloxacino (v.o.) 
• 4a geração: gemifloxaxino (v.o): cerca de 32 vezes mais potente 
que levofloxacino contra pneumococo. 
• Amplo espectro de ação 
As quinolonas de 3a geração são conhecidas como quinolonas respiratórias: 
boas opções de tratamento para infecções respiratórias altas e pneumonias 
adquiridas na comunidade. 
 
Mecanismo de ação: 
 As fluoroquinolonas entram na bactéria através de canais de porina e 
inibem a DNA-girase (topoisomerase II) e topoisomerase IV da 
bactéria. 
 Topoisomerase II (DNA girase) – responsável pelo relaxamento 
do DNA superenovelado. 
 Topoisomerase IV – responsável pela separação do DNA na célula 
filha 
 Resultado: inibição da síntese de ácidos nucléicos = ação bactericida. 
 A inibição da DNA-girase impede o relaxamento do DNA 
superespiralado, promovendo quebra da fita de DNA. A inibição da 
topoisomerase IV impacta a estabilização cromossomal durante a 
divisão celular, interferindo com a separação do DNA recém-replicado. 
 Em microrganismos gram-negativos (p. ex., Pseudomonas aeruginosa), 
a inibição da DNA-girase é mais significativa do que a da topoisomerase 
IV, ao passo que, nos gram-positivos (p. ex., Streptococcus 
pneumoniae), é o contrário. 
 
 
 
21 Alline Alvarez 
Ciprofloxacino: 
 Tem largo espectro tanto contra microrganismos Gram-positivos quanto 
contra os Gram-negativos, incluindo Enterobacteriaceae (bacilos Gram-
negativos entéricos), muitos microrganismos resistentes à penicilina, 
cefalosporinas e aminoglicosídeos e também contra H. influenzae, N. 
gonorrhoeae produtoras de penicilinases, Campylobacter spp. e 
pseudomonas. 
 No caso dos microrganismos Gram-positivos, os estreptococos e os 
pneumococos são apenas inibidos de forma fraca, havendo grande 
incidência de resistência aos estafilococos. A ciprofloxacina deve ser 
evitada nas infecções por MRSA. 
 Clinicamente, as fluoroquinolonas são mais aconselhadas no caso de 
infecções por bacilos e cocos Gram-negativos aeróbios. 
 Das fluoroquinolonas, ele é o que tem melhor atividade contra P. 
aeruginosa, sendo usado comumente em pacientes com fibrose cística. 
 A diarreia do viajante, causada por E. coli, bem como a febre tifoide, 
causada por Salmonella typhi, podem ser tratadas com eficácia com 
ciprofloxacino. 
 Além disso, essas fluoroquinolonas (de 2ºgeração) têm penetração 
intracelular significativa, permitindo o tratamento de infecções em que as 
bactérias passam parte de seu ciclo (ou todo o ciclo) no interior da célula 
hospedeira (p. ex., clamídia, micoplasma e micobactérias). 
 
Levofloxacino: 
 Devido a seu amplo espectro de ação, o levofloxacino é usado contra 
uma ampla gama de infecções, incluindo prostatites, infecções na pele, 
pneumonias adquiridas na comunidade. 
 Ao contrário do ciprofloxacino, o levofloxacino tem excelente atividade 
contra infecções respiratórias por S. pneumoniae. 
 
Moxifloxacino: 
 Tem maior atividade contra microrganismos gram-positivos (p. ex., S. 
pneumoniae) como também tem excelente atividade contra vários 
anaeróbios. 
 Ele tem pouca atividade contra P. aeruginosa. O moxifloxacino não se 
concentra na urina e não é indicado no tratamento de ITUs. 
 
EFEITOS COLATERAIS: 
 Náuseas, êmese e diarreia. 
 Podem ocorrercefaleia e tonturas ou leve atordoamento. Assim, 
pacientes com distúrbios do sisterma nervoso central (SNC), como 
epilepsia, devem ser tratados cautelosamente com esses fármacos. 
 Em pacientes com mais de 60 anos, há aumento no risco de tendinites 
e rotura de tendões, principalmente quando associado ao uso de 
corticosteroides. 
 
22 Alline Alvarez 
 Contraindicações: O uso desses fármacos é contraindicado em 
pacientes menores de 18 anos de idade, em gestantes ou lactentes, em 
decorrência de sua potencial toxicidade para cartilagens em 
crescimento. 
 (Nota: indica-se cuidadosa monitoração de crianças com fibrose cística 
que recebem fluoroquinolonas contra exacerbações pulmonares 
agudas.) 
 Moxifloxacino e outras fluoroquinolonas podem prolongar o intervalo 
QT e, assim, não devem ser usados em pacientes predispostos a 
arritmias ou naqueles que estão sob tratamento com outros 
medicamentos que causam prolongamento do intervalo QT. 
 As fluoroquinolonas podem causar fototoxicidade, e pacientes sob 
medicação com esses fármacos devem ser alertados para usar protetor 
solar e evitar expor-se excessivamente ao sol. 
 Além de artropatia em pacientes jovens, também foram observados 
sintomas do sistema nervoso central – dor de cabeça e tonturas – 
e, com menos frequência, convulsões associadas a patologias do 
sistema nervoso central ou ao uso prolongado de teofilina ou fármacos 
anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). 
 Existe uma interação clinicamente importante entre ciprofloxacina e 
teofilina (através da inibição das enzimas P450), que pode provocar 
toxicidade devido à teofilina em pacientes asmáticos tratados com 
fluoroquinolonas. 
 Os antiácidos de alumínio e magnésio interferem na absorção das 
quinolonas. 
 
 
Observação: quinolonas podem estar associadas a eventos adversos 
sérios (injúrias em tendões, músculos, articulações, nervos e no sistema 
nervoso central) e que este risco suplanta o benefício de seu uso em pacientes 
com sinusite aguda, exacerbação aguda de bronquite crônica e infecções 
 
23 Alline Alvarez 
urinárias não complicadas, onde outras opções terapêuticas, como os 
antibióticos betalactâmicos, estão disponíveis, 
 
Resistência 
 Alteração do local de ligação: Mutações cromossômicas em genes 
bacterianos (p. ex., gyrA ou parC) têm sido associadas com diminuição 
da afinidade das fluoroquinolonas pelo local de ação. Topoisomerase IV 
e DNA-girase podem sofrer mutações. 
Diminuição no acúmulo: A diminuição da concentração intracelular se 
deve a 1) canais porina e 2) bombas de efluxo. O primeiro envolve 
diminuição do número de proteínas porinas na membrana externa das 
células resistentes, impedindo o acesso do fármaco às topoisomerases 
intracelulares. O segundo mecanismo bombeia a fluoroquinolona para 
fora da células. 
RIFAMPICINA 
 Mecanismo de ação: atua ligando-se e inibindo a enzima RNA-
polimerase dependente de DNA das células procarióticas. 
Consequentemente, exerce seu efeito bactericida por meio da inibição 
da síntese de RNA bacteriano. 
 Indicações: tratamento da tuberculose em associação a outros 
fármacos, sendo de escolha na quimioprofilaxia de infecções 
meningocócicas. 
 Penetra nas células fagocitárias e pode, desse modo, eliminar 
microrganismos intracelulares, incluindo o bacilo da tuberculose. 
 Também é ativo na lepra e em grande parte das bactérias Gram-
positivas, bem como em muitas espécies Gram-negativas. 
 Por causa de sua excelente atividade frente a estafilococos e 
pneumococos, associada a outros microbianos, é útil no tratamento de 
infecções graves (meningite), complexas (osteomielite crônica) ou 
difíceis (bactérias multirresistentes, presença de barreiras orgânicas). O 
uso deve ser restringido nas demais infecções, dada a rapidez com que 
causa resistência. 
 Os pacientes que recebem esse fármaco apresentam urina, suor e 
lágrimas com coloração alaranjada. 
 Interações Medicamentosas: os efeitos adversos são pouco comuns 
(erupções cutâneas, trombocitopenia e hepatite). Uma característica 
importante da rifampicina é a indução das enzimas hepáticas 
metabolizadoras de fármacos. Ocorre aumento na degradação de 
diversos fármacos, como varfarina, corticoides, analgésicos opioides, 
antidiabéticos e anticoncepcionais orais. 
 Rifampicina pode acelerar o metabolismo das células hepáticas, 
resultando em aumento da degradação de varfarina, glicocorticoides, 
analgésicos narcóticos, fármacos orais antidiabéticos, dapsona e 
estrógenos (razão pela qual se desaconselha o uso de contraceptivos 
orais). 
 
24 Alline Alvarez 
 Pacientes HIV positivos que desenvolvem tuberculose devem receber 
atenção especial quando tratados com rifampicina. É contraindicada em 
pacientes recebendo a combinação de ritonavir e saquinavir, dado a 
risco de toxicidade hepatocelular severa. A indução enzimática 
provocada pelo uso da rifampicina pode diminuir as concentrações 
plasmáticas de antirretrovirais, tais como atazanavir, darunavir e 
fosamprenavir, resultando perda da eficácia e/ou resistência viral. 
 Os efeitos adversos são relativamente pouco frequentes. Os mais 
comuns são erupções cutâneas, febre e distúrbios gastrointestinais. 
Foram reportados danos no fígado acompanhados por icterícia, que, 
numa proporção muito pequena de pacientes, revelaram-se fatais; a 
função hepática deve ser avaliada antes de iniciar o tratamento. 
INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 
MACROLÍDEOS 
Exemplos: Claritromicina e Azitromicina (mais usadas); Eritromicina. 
 A eritromicina foi o primeiro desses antimicrobianos a encontrar 
aplicação clínica como fármaco de primeira escolha e como alternativa 
às penicilinas em indivíduos que são alérgicos aos antimicrobianos β-
lactâmicos. 
Mecanismo de ação: 
 Os macrolídeos se ligam irreversivelmente a um local na subunidade 
50S do ribossoma bacteriano, inibindo, assim, etapas de translocação 
na síntese de proteínas (Fig. 39.2). Eles também podem interferir em 
outras etapas, como a transpeptização. Geralmente considerados 
bacteriostáticos, os macrolídeos podem ser bactericidas em dosagens 
mais elevadas. 
 
 
 
 
25 Alline Alvarez 
Espectro antibacteriano 
1. Eritromicina: É eficaz contra vários dos mesmos microrganismos da 
benzilpenicilina. Por isso ela pode ser usada em pacientes alérgicos à 
benzilpenicilina. 
2. Claritromicina: Tem atividade similar à da eritromicina, mas também é ativa 
contra Haemophilus influenzae. Sua atividade contra patógenos intracelulares, 
como Chlamydia, Legionella, Moraxella, espécies de Ureaplasma e 
Helicobacter pylori, é maior do que a atividade da eritromicina. 
3. Azitromicina: 
 Embora menos ativa contra estreptococos e estafilococos do que a 
eritromicina, a azitromicina é muito mais ativa contra as infecções 
respiratórias por H. influenzae e Moraxella catarrhalis. 
 A azitromicina é o tratamento preferido contra uretrites causadas por 
Chlamydia trachomatis. 
 Pode ser utilizada para tratar Toxoplasma gondii, uma vez que elimina 
os quistos. 
 O Mycobacterium avium é combatido preferencialmente com um regime 
contendo macrolídeo, incluindo claritromicina ou azitromicina. (que pode 
infectar pacientes imunologicamente comprometidos e pacientes idosos 
com doenças crônicas dos pulmões). 
 
USOS CLÍNICOS: 
• Alternativa terapêutica em alérgicos à penicilina 
• Pneumonia na comunidade 
• Tratamento da H. pylori (claritromicina + amoxicilina + IBP) 
• Prevenção de endocardite após procedimento odontológico 
• Infecções superficiais de pele (Streptococcus pyogenes), 
• Profilaxia de febre reumática (faringite estreptocócica) 
• São considerados primeira escolha no tratamento de pneumonias por 
 
26 Alline Alvarez 
bactérias atípicas (Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila, 
Chlamydia spp.) 
• Tratamento de gonorréia – azitromicina (v.o) + ceftriaxona (i.m.) 
 
Efeitos colaterais: 
 Náuseas,vômitos e desconforto gastrintestinal. 
 A eritromicina, sob a apresentação de estolato, pode provocar 
hepatotoxicidade e Icterícia colestática: Este efeito ocorre 
especialmente com a forma estolato da eritromicina, contudo, foi 
relatado para outras formulações. 
 Ototoxicidade: Surdez transitória foi associada à eritromicina, 
especialmente em dosagens elevadas. A azitromicina também foi 
associada com perda auditiva neurossensorial irreversível. 
 Contraindicações: Pacientes com disfunção hepática devem ser 
tratados com cautela com eritromicina, telitromicina ou azitromicina, pois 
esses fármacos acumulam no fígado. 
 Além disso, os macrolídeos e cetolídeos podem prolongar o intervalo QT 
e devem ser usados com cautela em pacientes com condições pré-
arrítmicas ou uso concomitante de fármacos pró-arrítmicos. Juntamente 
com a claritromicina, a eritromicina também pode provocar arritmias 
cardíacas em cardiopatas. 
 
Interações Medicamentosas: 
 Eritromicina e claritromicina inibem a CYP3A4 e estão associadas a 
interações medicamentosas significativas. Ambos os fármacos 
potencializam os efeitos de carbamazepina, corticoides, ciclosporina, 
digoxina, teofilina, entre outros. 
 Eritromicina, telitromicina e claritromicina inibem a biotransformação 
hepática de inúmeros fármacos, o que pode levar ao acúmulo tóxico 
desses compostos. 
 Pode ocorrer interação com digoxina. Nesse caso, o antimicrobiano 
elimina espécies da flora intestinal que ordinariamente inativam a 
digoxina, levando, assim, à sua maior reabsorção na circulação entero-
hepática. 
 
 
 
 
27 Alline Alvarez 
TETRACICLINAS 
 Fármacos: tetraciclina, doxiciclina 
 São bacteriostáticas 
 Mecanismo de ação: ligam-se, de maneira reversível, à porção 30S do 
ribossomo, bloqueando a ligação do RNA transportador e a síntese 
proteica bacteriana. 
Elas se ligam reversivelmente à subunidade 30S do ribossomo 
bacteriano. Essa ação impede que o RNA transportador (RNAt) se ligue 
ao complexo RNA mensageiro (RNAm)-ribossoma, inibindo, assim, a 
síntese de proteínas da bactéria. 
 Indicações: Doxiciclina e à minociclina, mais lipossolúveis e que são 
importantes no tratamento de infecções causadas por S. aureus 
resistentes à meticilina e por bactérias intracelulares. 
 Elas são usadas com frequência no tratamento da acne e de infecções 
por Chlamydia (doxiciclina). 
 O espectro de ação antimicrobiana das tetraciclinas é muito amplo e 
inclui bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, Mycoplasma, 
Rickettsia, Chlamydia spp., espiroquetas e alguns protozoários (p. ex., 
ameba). 
 
Efeitos adversos: 
 A administração oral de tetraciclinas pode provocar irritação 
gastrintestinal. 
 Menos frequentemente, podem produzir colite pseudomembranosa 
por C. difficile e favorecer a proliferação de leveduras, em particular 
de Candida spp. 
 Deve-se evitar a exposição solar, dado o risco de fotossensibilização. 
 As tetraciclinas quelam cátions. A absorção desses fármacos fica, 
portanto, comprometida na presença de laticínios, antiácidos e 
suplementos contendo ferro, magnésio, zinco etc. (Nota: As 
tetraciclinas devem ser tomadas em jejum.) 
 Como se ligam ao cálcio, podem produzir arritmias. Podem também 
levar a efeitos tóxicos em células hepáticas e renais. 
 
Contraindicações: 
 Em razão dessa capacidade de quelar cátions e de se depositarem 
em ossos e dentes, não devem ser utilizadas na gestação, 
amamentação e em crianças menores de 8 anos, pois podem 
levar a deformações ósseas e escurecimento dos dentes. 
 Como as tetraciclinas são quelantes de íons metálicos (cálcio, 
magnésio, ferro e alumínio) que formam compostos não absorvíveis, 
a absorção é diminuída na presença de leite, alguns antiácidos e 
preparações com ferro. 
 
28 Alline Alvarez 
 
 Alterações na cor dos dentes em crianças, hipoplasia do esmalte 
dentário e crescimento ósseo anormal, principalmente se utilizadas 
durante a gestação; 
 As tetraciclinas devem ser utilizadas com cautela em pacientes com 
problemas renais, o que pode agravar a azotemia (aumento dos 
níveis sanguíneos de compostos de nitrogênio) nesses pacientes. 
Em geral, a preferência é dada à doxiciclina por sua melhor 
tolerância e comodidade posológica. 
 Fototoxicidade: Podem ocorrer queimaduras graves em pacientes 
que receberam tetraciclina e são expostos ao sol ou a radiações 
ultravioleta (UV). Essa toxicidade ocorre com qualquer tetraciclina, 
mas é mais frequente com tetraciclina e com demeclociclina. Os 
pacientes devem ser aconselhados a usar proteção solar adequada. 
 Pseudotumor cerebral: Hipertensão intracraniana benigna 
caracterizada por cefaleia e visão embaçada ocorre raramente em 
adultos. Embora a interrupção do fármaco reverta essa condição, 
não está claro se podem ocorrer sequelas permanentes. 
 Disfunção vestibular: Tonturas, vertigens e zumbidos podem ocorrer 
particularmente com minociclina, que se concentra na endolinfa do 
ouvido e afeta sua função. A doxiciclina também pode causar efeitos 
vestibulares. 
 
 
 Outro efeito nas mulheres grávidas é a hepatotoxicidade. Também pode 
ocorrer fototoxicidade (sensibilidade à luz solar) principalmente com a 
demeclociclina. 
 A minociclina pode produzir distúrbios vestibulares (tonturas e náuseas). 
 
29 Alline Alvarez 
 Doses elevadas de tetraciclinas podem reduzir a síntese proteica nas 
células do hospedeiro, um efeito antianabólico que, eventualmente, 
resulta em lesão renal. 
 O tratamento prolongado pode provocar distúrbios da medula óssea; 
 
Mecanismo de resistência: 
• Reduz o acúmulo da droga no interior da célula usando bomba de 
efluxo 
• Alteração nas proteínas da membrana externa dificultam penetração 
 
AMINOGLICOSÍDEOS 
Fármacos: Estreptomicina, Gentamicina, Neomicina, Amicacina, Tobramicina 
 
Mecanismo de ação: 
 Ligam-se à subunidade 30S dos ribossomos inibindo a síntese protéica 
ou produzindo proteínas defeituosas, exercendo efeito bactericida. 
 O transporte do fármaco pela membrana plasmática bacteriana depende 
de oxigênio – ineficazes contra anaeróbios ou em condições de 
anaerobiose. 
 A maioria deles dispõe de preparações para administração parenteral, 
oftálmica e tópica, sendo frequentemente utilizados em combinação com 
fármacos que inibem a síntese de parede celular. 
 Em decorrência de sua natureza polar, são pouco absorvidos pelo trato 
gastrintestinal, sendo administrados principalmente por via intravenosa 
ou intramuscular. 
Espectro de ação: 
 Os aminoglicosídeos são usados para o tratamento de infecções graves 
decorrentes de bacilos gram-negativos aeróbicos. 
 Os aminoglicosídeos são eficazes contra a maioria dos bacilos 
aeróbicos gram-negativos, incluindo os que podem ser resistentes a 
múltiplos fármacos, como Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella 
pneumoniae e Enterobacter sp. 
 Além disso, os aminoglicosídeos são associados, com frequência, a 
antimicrobianos β-lactâmicos para obter efeito sinérgico, particularmente 
no tratamento de endocardite infecciosa por Enterococcus faecalis e 
Enterococcus faecium. 
 
Efeitos adversos: 
 Ototoxicidade: A ototoxicidade (vestibular e coclear) está relacionada 
diretamente com picos plasmáticos elevados e com a duração do 
tratamento. O antimicrobiano acumula na endolinfa e na perilinfa do 
ouvido interno. A surdez pode ser irreversível e também atinge o feto 
em desenvolvimento. Pacientes que recebem fármacos ototóxicos 
concomitantes, como a cisplatina ou os diuréticos de alça, são 
particularmente suscetíveis. Vertigens (especialmente em pacientes 
que recebem estreptomicina) também podem ocorrer. 
 
30 Alline Alvarez 
 Nefrotoxicidade: A retenção dos aminoglicosídeos pelas células 
tubulares proximais interrompe os processos de transporte mediados por 
cálcio. Isso resulta em lesão renal que varia de insuficiência renal leve e 
reversível até grave, potencialmenteirreversível, e necrose tubular 
aguda. 
Os aminoglicosídeos são eliminados quase que inalterados por filtração 
glomerular. Se a função renal estiver comprometida, acumulam-se 
rapidamente, com consequente aumento dos efeitos tóxicos. 
 Paralisia neuromuscular: Este efeito adverso está associado com 
aumento rápido da concentração (p. ex., doses altas infundidas em 
período curto) ou administração concomitante de bloqueadores 
neuromusculares. Pacientes com miastenia grave são particularmente 
suscetíveis. A imediata administração de gliconato de cálcio ou 
neostigmina pode reverter o bloqueio que causa a paralisia 
neuromuscular. 
Indicações: 
• Amicacina: maior espectro de ação. Tratamento de cistite e prostatite 
hospitalar 
• Comumente associados a betalactâmicos ou glicopeptídeos (efeito 
sinérgico) 
• Grande atividade contra bacilos e cocos gram-negativos 
Klebsiella spp., Serratia spp., Enterobacter spp., Haemophilus spp. e 
cepas de Pseudomonas aeruginosa. 
• Bactérias gram-positivas, entre elas: S. aureus, S. epidermidis, L. 
monocytogenes, Enterococcus faecalis (associados à penicilinas), além 
de serem ativas contra micobactérias (estreptomicina). 
 
ANFENICÓIS 
 O uso do cloranfenicol, um antimicrobiano de amplo espectro, é restrito 
a infecções de alto risco, para as quais não existe alternativa. 
 
 
 
Mecanismo de ação: 
 O cloranfenicol se liga reversivelmente à subunidade ribossomal 
bacteriana 50S e inibe a síntese proteica na reação de 
peptidiltransferase. Devido a alguma semelhança dos ribossomas 
mitocondriais de mamíferos e dos bacterianos, a síntese proteica e de 
trifosfato de adenosina (ATP) nessas organelas pode ser inibida com 
 
31 Alline Alvarez 
níveis elevados circulantes de cloranfenicol, produzindo toxicidade na 
medula óssea. 
Espectro de ação: 
 Espectro antibacteriano. O cloranfenicol é ativo contra vários tipos de 
microrganismos, entre os quais clamídeas, riquétsias, espiroquetas e 
anaeróbios. Ele é primariamente bacteriostático, mas, dependendo da 
concentração e do microrganismo, pode ser bactericida. 
 É indicado apenas em pacientes graves, em situações específicas como 
nas infecções por enterococos resistentes à vancomicina, nas 
salmoneloses e principalmente no tratamento de febre tifoide, meningite 
bacteriana, epiglotite, artrite séptica e osteomielite por H. influenzae em 
pacientes alérgicos aos β-lactâmicos. 
Efeitos adversos 
Anemias: 
 Os pacientes podem desenvolver anemia dose-dependente, anemia 
hemolítica (vista em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato 
desidrogenase) e anemia aplástica. (Nota: a anemia aplástica é 
independente da dose e pode ocorrer depois que o tratamento termina.) 
 O principal efeito adverso do cloranfenicol é a depressão medular grave 
idiossincrática, que resulta em pancitopenia (diminuição global dos 
elementos celulares do sangue) – um efeito que, embora raro, pode 
ocorrer mesmo com dosagens baixas em alguns pacientes. 
 
Síndrome do bebê cinzento: 
 
 Os recém-nascidos têm baixa capacidade para glicuronizar o 
cloranfenicol e têm função renal subdesenvolvida. Portanto, os neonatos 
têm baixa capacidade de excretar o fármaco, o qual acumula em níveis 
que interferem na função dos ribossomas mitocondriais. Isso leva à má 
alimentação, à depressão respiratória, ao colapso cardiovascular, à 
cianose (daí o nome de “bebê cinzento”) e à morte. Adultos que 
recebem doses muito elevadas também podem exibir esse efeito tóxico. 
 O cloranfenicol deve ser utilizado com muito cuidado em recém-
nascidos, com a monitoração das concentrações no plasma, uma vez 
que a inativação ou excreção inadequadas do fármaco podem resultar 
na “síndrome cinzenta” – vômitos, diarreia, flacidez, baixa temperatura e 
cor acinzentada –, resultando em uma taxa de 40% de mortalidade. 
 
 Podem surgir reações de hipersensibilidade, bem como distúrbios 
gastrointestinais, na sequência da alteração da flora microbiana 
intestinal. 
 
Interações farmacológicas: O cloranfenicol inibe algumas das oxidases 
hepáticas de função mista e, assim, bloqueia a biotransformação de fármacos 
como varfarina e fenitoína, aumentando suas concentrações e potencializando 
seus efeitos. 
 
32 Alline Alvarez 
 
LINCOSAMINAS 
 
Fármacos: clindamicina e lincomicina 
 
Mecanismo de ação: Inibe a síntese proteica nos ribossomos, ligando-se à 
subunidade 50S, apresentando efeito bacteriostático. 
 
Indicações: 
 A clindamicina é ativa contra S. aureus e S. pyogenes, e suas principais 
indicações clínicas são as infecções necrosantes e toxigênicas 
produzidas por essas bactérias. 
 A clindamicina é ativa em cocos Gram-positivos, incluindo muitos 
estafilococos resistentes à penicilina. 
 É empregada no tratamento de infecções dos ossos e articulações por 
estafilococos. 
 É especialmente eficaz associada aos β-lactâmicos, na miosite 
necrosante estreptocócica e na pneumonia necrosante estafilocócica. 
 Ela é usada primariamente no tratamento de infecções causadas por 
microrganismos gram-positivos, incluindo MRSA e estreptococos e 
bactérias anaeróbicas. 
 A clindamicina também é utilizada em substituição à sulfonamida 
(sulfadiazina/sulfametoxazol) na terapia com pirimetamina utilizada no 
tratamento das infecções causadas por Toxoplasma gondii ou por 
Pneumocystis jiroveci. 
 Também é eficaz no tratamento da acne vulgar e da vaginose 
bacteriana. 
 
Efeito adversos: 
 O efeito adverso mais pronunciado com o uso da clindamicina é a 
diarreia. Até 10% dos pacientes podem desenvolver colite 
pseudomembranosa, causada pela proliferação de C. difficile. 
 
 
Caso clínico

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