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Petição Inicial - Ação de Recuperação Judicial

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ___ VARA DE FALÊNCIAS DA 
COMARCA DE VACARIA 
 
 
 
 
 
Frutíferas Produtora e Exportadora de Frutas Ltda, pessoa jurídica de direito 
privado, inscrita no CNPJ sob o nº xxxxxxxx/xxxx-xx, com sede na Rua Vittoriano 
Peixoto, 810, Bairro Alameda na cidade de Vacaria, Rio Grande do Sul, CEP 
XXXXXX-XXX, vem respeitosamente por meio de sua advogada infra-escrita, 
ajuizar 
 
 
PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
 
para fins de viabilizar e superar a crise econômica financeira da devedora pelas 
razões de fato e de direito que seguem. 
 
 
 
 
I- DA CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA 
 
A requerente foi regularmente constituída em 1986, com sede em Vacaria/RS e uma única filial 
em Itajaí/SC, tendo por objeto social o cultivo de frutas (maçã e pêssego), o comércio atacadista 
de frutas para distribuição no mercado interno e a exportação para a Europa. Tendo por sócio 
administrador o Sr. Dionísio Alexandre o qual é titular de 80% do capital social da empresa, bem 
como, seus sócios e administradores possuem reputação ilibada, nunca tendo sido condenados 
por quaisquer crimes referidos na Lei de Recuperação Judicial e Falência ou esfera criminal. 
 
 
 
II- DA CRISE FINANCEIRA (Art. 51 – Lei 11.101/2005) 
 
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: 
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das 
razões da crise econômico-financeira; 
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais 
e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita 
observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados; 
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; 
e) descrição das sociedades de grupo societário, de fato ou de direito; 
III - a relação nominal completa dos credores, sujeitos ou não à recuperação 
judicial, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do 
endereço físico e eletrônico de cada um, a natureza, conforme estabelecido nos 
arts. 83 e 84 desta Lei, e o valor atualizado do crédito, com a discriminação de 
sua origem, e o regime dos vencimentos; 
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, 
salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente 
mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; 
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato 
constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; 
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos 
administradores do devedor; 
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas 
eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos 
de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições 
financeiras; 
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou 
sede do devedor e naquelas onde possui filial; 
IX - a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais e 
procedimentos arbitrais em que este figure como parte, inclusive as de natureza 
trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados; 
 
Muito embora transpareça a trajetória de sucesso da empresa até pelo fato de obter a distribuição 
em países da Europa, sendo que justamente esse mercado foi atingido duramente. As quedas 
sucessivas no volume de exportação, expressiva volatilidade do câmbio nos últimos meses, 
dificuldades de importação de matérias-primas, limitação de crédito e, principalmente, a 
necessidade de dispensa de empregados e encargos trabalhistas levaram a uma forte retração 
nas vendas, refletindo gravemente sobre liquidez e receita. 
Assim a sociedade se viu, com o passar dos meses da crise mundial, em delicada posição, não 
lhe restando outra opção, senão a de requerer judicialmente uma medida para viabilizar a 
superação desse estado de crise, vez que vislumbra maneiras de preservar a empresa e sua 
função social com a conquista de novos mercados no país e na América do Norte. E muito 
embora atualmente esteja passando por crise de liquidez, tendo vários títulos protestados no 
cartório de Vacaria, nunca houve necessidade de impetrar com pedido de falência. 
A sociedade empresária, nos últimos três anos, como demonstra o relatório de fluxo de caixa e 
os balancetes trimestrais, foi obrigada a uma completa reestruturação na sua produção, 
adquirindo equipamentos mais modernos e insumos para o combate de pragas que também 
atingiram as lavouras. Referidos investimentos não tiveram o retorno esperado, em razão da alta 
dos juros dos novos empréstimos, o que assolou a economia pátria, refletindo no custo de 
captação. 
Para satisfazer suas obrigações com salários, tributos e fornecedores, não restaram outras 
alternativas senão novos empréstimos em instituições financeiras, que lhe cobraram taxas de 
juros altíssimas, devido ao maior risco de inadimplemento, gerando uma falta de capital de giro 
em alguns meses. Dentro desse quadro, a sociedade não dispõe, no momento, de recursos 
financeiros suficientes para pagar seus fornecedores em dia. O soerguimento é lento e, por isso, 
é indispensável a adoção de soluções alternativas e prazos diferenciados e mais longos, como 
única forma de evitar-se uma indesejável falência. 
Insta salientar que apesar da crise ser algo presente e de grande relevância, não quer dizer que 
seja irreversível, e é justamente para superar essa crise que se presta o instituto da Recuperação 
Judicial. 
 
 
III- DOS REQUISITOS PARA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
Atende aos requisitos previstos no Art. 48 da Lei 11.101/2005 referente ao exercício por mais de 
2 anos de suas atividades. 
 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do 
pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que 
atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: 
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada 
em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação 
judicial; 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação 
judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; 
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, 
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
Preenchidos esses pressupostos, resta claro que toda a documentação está de acordo com o 
descrito na lei, e há a comprovação de que a empresa está em situação de crise econômico-
financeira necessitando tão logo o processamento da recuperação judicial, e de acordo com a 
documentação anexa, a autora traz os instrumentos necessários exigidos por lei, cumprindo os 
requisitos para o processamento do pedido. 
O plano de recuperação judicial será apresentado no prazo legal do Art. 53, da Lei 11.101/2005, 
qual seja, 60 (sessenta) dias a contar da data da publicação da decisão que deferir o pedido. 
 
IV– DA JUSTIÇA GRATUITA 
A empresa não tem como suportar os ônus do processo, conforme declaração anexa, razão pela 
qual requer se conceda Vossa Excelência a justiça gratuita. 
Desse modo, tornou inviável o custeio das despesas processuais e o pagamento de honorários 
advocatícios, pleiteando os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, assegurados pela Lei nº 1060/50 
em consonância com o Art. 98 do Código de Processo Civil. 
 
V- DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer: 
a) o deferimento do pedido de processamento da recuperação judicial; 
b) a expedição de ofício para todos os cadastros de restrição ao crédito e para os cartórios de 
protesto de Vacaria/RS, para que sejam baixadas todas as anotações e restriçõesem nome das 
Recuperanda; 
c) a concessão de prazo de 60 (sessenta) dias para a apresentação do plano de recuperação 
judicial, nos termos do artigo 53 da Lei 11.101/2005; 
d) a nomeação de administrador judicial, conforme o artigo 52 da mesma Lei; 
e) a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas da União, 
Estados e Municípios em que a empresa Requerente possui estabelecimento, nos termos do 
artigo 52, inciso V, da Lei 11.101/2005; 
f) a expedição de edital para que no prazo de 15 (quinze) dias, os credores habilitem seus 
créditos ou apresentem divergência, nos termos do parágrafo 1º do artigo 52 da Lei 11.101/2005; 
g) o deferimento do pedido de justiça gratuita; 
h) a produção de todas as provas admitidas em direito; 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) 
Termos em que, pede deferimento 
 Nova Prata, 19 de Abril de 2022 
 
 ______________________________________ 
 Abisague da Silva Gonçalves 
 OAB/RS 56.789

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