PEÇA II AÇÃO MONITÓRIA

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Núcleo de Prática Jurídica
EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS
MECÂNICA 3 IRMÃOS LTDA., pessoa jurídica, sediada na Rua José de Alencar, nº 500, Bairro Auxiliadora, na cidade de Porto Alegre/RS, CEP: XXXX, inscrita no CNPJ sob o nº XXXX, vem à presença de Vossa Excelência, por seu procurador signatário, constituído na forma do instrumento de procuração em anexo aos autos, propor a presente
AÇÃO MONITÓRIA
em face de TRANSRÁPIDO TRANSPORTE DE CARGA LTDA., pessoa jurídica, sediada na Rua Tupandi, nº 330, Bairro São Geraldo, na cidade de Porto Alegre/RS, CEP: XXXX, inscrita no CNPJ sob o nº 03.258.456/0001-30, pelas motivações de fato e de direito que passa a expor e ao final requerer: 
I. DOS FATOS
O Requerente realizou a manutenção de 2 (dois) caminhões da empresa Requerida. No dia 15 de março de 2017, o diretor da empresa ré buscou os veículos e deixou como forma de pagamento o (cheque nº 00225, sacado por TransrápidoTransporte de Cargas LTDA, em 15/03/2017, contra Banco do Brasil S/A., Agência 0201, C/C nº 04000355-3).
Todavia, houve a recusa do pagamento pela instituição financeira, em decorrência da insuficiência de fundos. 
Nessa senda, o Requerente em 20 de setembro de 2017 se encaminhou a um escritório de advocacia para cobrar o título de crédito, porém a orientação do advogado foi que o referido título já estaria prescrito por ter transcorrido o prazo de 6 (seis) meses, motivo pelo qual, o autor acabou não movendo a ação.
Por fim, em 10 de outubro de 2020, o Requente me contratou com o intuito de alcançar o seu direito no tocante a referida demanda.
II. DO DIREITO
A ação monitória é uma medida cabível sempre que o credor dispuser de prova por escrito, sem efeito de título executivo, o direito de exigir o pagamento do devedor, conforme a clara redação do CPC/15:
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: 
I – o pagamento de quantia em dinheiro; 
			
Tratando-se de título de crédito, o cheque manifesta expressamente o princípio da autonomia de vontade, acompanhado da presunção de liquidez, certeza e exigibilidade, aplicando-se o Código de Processo Civil, conforme o disposto:
 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
No entanto, o referido título de (cheque), não foi apresentado dentro do prazo estipulado dos arts.33 e 59 da Lei nº 7.357/85, conforme transcrito:
Art. 33. O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.
Art. 59. Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.
Pela impossibilidade de êxito na liquidez do crédito dentro do prazo legal dos artigos supracitados, isso acarretou na perda de título executivo extrajudicial. Todavia, por tratar-se de prova escrita, o direito do autor pode ser manifestado por Ação Monitória, conforme a Súmula nº 299 do STJ in verbis: 
Súmula nº 299. É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. 
Nesse sentido, demonstra-se constituído o direito de cobrança na presente demanda, requerendo o Autor, através da Ação Monitória, alcançar de maneira integral os valores devidos pela parte Ré.
Cabe ressaltar, que não existe impedimento com relação a prescrição no tocante a Ação Monitória, conforme observado na Súmula 503 do STJ:
Súmula nº 503. O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia.
Portanto, não restam dúvidas que o direito perseguido pelo Autor, com a finalidade de propor a referida Ação Monitório, é válido, tendo em vista, que o prazo prescricional é de 5 anos e que Requerente obedece a todos os requisitos para procedência do feito.
Ademais, segue a planilha de cálculos descritivos com o valor atualizado da causa de R$6.810,61, tendo por base o lapso temporal de 15/03/2017 à 15/10/2020 referente ao débito da parte Ré, sendo composta pelo valor principal de R$3.000,00, condizente ao montante do cheque, ajustado a correção monetária pelo índice do IGP-M/FGV, bem como acrescidos os juros de 1% a.m. e devendo ser somado o percentual de 20% a cargo de honorários advocatícios.
 
 
III. DOS PEDIDOS
ANTE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:
a) Primeiramente, seja recebida a presente inicial e consequentemente, julgada procedente a ação, tendo sido citado a parte Ré, bem como expedido mandado de pagamento por meio de oficial de justiça, para que efetue o pagamento da dívida no prazo de 15 (quinze) dias, no valor atualizado no montante de R$6.810,61 (seis mil, oitocentos e dez reais e sessenta e um centavos), acrescidos de todos os encargos previstos na legislação aplicável, até a data de seu efetivo pagamento e de honorários de 5% sobre o valor da causa, com base nos arts.700, §7 e 701, Caput, do CPC;
b) Na ausência de pagamento ou de oposição de embargos monitórios, requer a conversão do mandado de pagamento em mandado executivo judicial, nos termos do art. 701, §2, combinado com o art. 702, §8, do CPC, sem prejuízo da condenação do vencido ao pagamento das custas, das despesas processuais e honorários advocatícios, que devem ser arbitrados em 20% do valor atribuído à causa;
c) A total procedência da presente ação monitória para o total adimplemento da obrigação por parte do Requerido;
d) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, tais como, a juntada de novos documentos e a tomada do depoimento pessoal da Ré, sob pena de confissão;
e) Em atendimento ao disposto no artigo 319, VII, do CPC, a parte Autora informa que possui o interesse de conciliar.
Dá-se à causa o valor de R$ 6.810,61 (seis mil e oitocentos e dez reais e sessenta e um centavos).
Termos em que pede deferimento.
Porto Alegre,15 de outubro de 2020.
Advogado: XXXX
OAB: XXXX