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PRODUÇÃO AUDIOVISUAL Otavia Alves Cé Produção de audiovisual institucional Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar o que é produção audiovisual. Definir audiovisual institucional. Reconhecer as etapas da produção de uma obra audiovisual institucional. Introdução Neste capítulo, você vai estudar a etapa de produção audiovisual, em especial questões relacionadas à composição, à linguagem estética e à equipe de produção. Você também vai conhecer conceitos relacionados com a produção audiovisual institucional, uma ferramenta de comunica- ção poderosa para a criação, a manutenção ou a mudança da imagem de empresas e instituições. Além disso, você vai ver as peculiaridades da produção audiovisual institucional, bem como acompanhar uma reflexão acerca do trabalho do comunicador responsável por tal processo. Hora de gravar: a produção audiovisual Uma produção audiovisual exige um projeto e um planejamento detalhados. É preciso defi nir o que se quer dizer, como contar, com o que gravar, com quem trabalhar e para quem. Ou seja: muitas perguntas têm de ser respondidas para evitar erros, surpresas ou esquecimentos, minimizando possíveis imprevistos, atrasos e difi culdades que possam surgir durante a gravação. Só depois é que se passa para o estágio de fi lmagem. A maneira como a gravação vai se desenvolver depende de que produto se deseja obter ao final da produção. A primeira diferença fundamental é em relação à abordagem, ou seja, é preciso definir se a produção será uma ficção ou um documentário. Na produção de ficção, tudo deve ser muito mais controlado, fechado e medido. Há pouco espaço para improvisação ou mudanças importantes. Geralmente, há a exigência de uma grande equipe para uma produção de ficção profissional. Tudo deve ser controlado minu- ciosamente para se obter um bom resultado e não haver dispêndio de verbas não previstas. Já a produção de documentários ou reportagens é muito mais aberta no momento da gravação ou filmagem. É comum a equipe de produção se ver frente a situações que não haviam sido antecipadas, que podem conferir mais riqueza ao produto em elaboração. O roteiro do documentário é muito mais aberto, por exemplo, e em muitas ocasiões ele só fica completo no momento da produção. As filmagens geralmente são feitas com muito menos recursos humanos e materiais. As pessoas ou animais que aparecem nos documentários são geralmente personagens reais, e não atores ou atrizes. Composição A composição, Segundo Dondis (1991, p. 6), se aplicada à pintura, é con- ceituada como “[...] a arte de agrupar as fi guras e acessórios para obter o melhor efeito, de acordo com o que se quer representar”. Em uma produção audiovisual, pode-se dizer que a composição é a arte de ordenar, selecionar e arranjar os elementos necessários para comunicar ao público o que se pretende dizer. A câmera oferece milhares de possibilidades para compor ou enquadrar uma cena. O enquadramento é tudo o que se coleta através do visor da câmera. A composição que se realiza dentro da estrutura da câmera depende: do ponto de vista, ou seja, de onde a câmera é colocada; do tipo de plano utilizado; do tipo de objetivo narrativo. O ponto de vista é definido pelo lugar onde a câmera é colocada para a gravação: pode ser um pouco mais alto ou um pouco mais baixo, um pouco para a esquerda ou mais para a direita, na frente ou atrás da personagem. Dependendo de onde se coloca a câmera, gera-se um efeito ou outro. Assim, de acordo com o ângulo em que se posiciona a câmera em relação ao assunto, é possível obter três tipos de enquadramento. Veja a seguir. Produção de audiovisual institucional2 Ângulo normal: a câmera é colocada na mesma altura dos olhos do sujeito que está sendo gravado. É a altura usual do horizonte e a presente na maior parte do tempo nas produções. É o plano que menos impressiona porque as pessoas estão acostumadas a olhar a partir dessa posição. Ângulo picado: a câmera é colocada acima dos olhos do assunto gra- vado. Esse ângulo estabelece uma relação de superioridade em relação ao personagem registrado, que é visto de maneira inferior pelo observador. O ângulo picado também ajuda a fazer planos muito amplos de uma cidade, um campo ou uma paisagem. Ângulo contrapicado: a câmera está localizada abaixo dos olhos do assunto gravado. Assim, uma relação de inferioridade é estabelecida perante o personagem que está sendo gravado, que parece superior e mais importante do que o observador. Por sua vez, a escolha de um tipo de plano tem implicações em termos do grau de proximidade e da privacidade que a câmera estabelece em relação ao assunto. O tipo de plano também se relaciona à quantidade de informação que se deseja fornecer. É possível priorizar o contexto, em um plano geral, ou a expressão do rosto, em um primeiro plano. A seguir, veja os principais tipos de planos. Grande plano geral: plano muito aberto em que a figura humana é mal percebida e em que prevalece o contexto geral. Serve para situar a narração em seu espaço. Plano geral: a figura humana é vista em seu contexto. Esse plano ajuda a situar a personagem na cena e a dar informações ao espectador sobre os elementos e as pessoas que a cercam. Plano americano: a figura humana é vista dos joelhos para cima. Esse plano também é chamado de plano três quartos. Ele era muito usado nos westerns porque permitia ver os cartuchos dos caubóis. Nesse plano, o espaço em torno das mãos também é importante. Plano médio: a figura humana é vista da cintura para cima. Esse tipo de plano permite uma abordagem maior sobre o assunto em questão. É um plano amplamente utilizado nos diálogos entre as personagens. Primeiro plano: a figura humana é vista do pescoço para cima. É um tipo de plano em que a força da imagem recai sobre o rosto e a expressão 3Produção de audiovisual institucional da personagem. A abordagem da câmera informa sobre a importância dessa personagem e confere certo grau de intimidade com a pessoa retratada e com os seus sentimentos. Nesse tipo de plano, o contexto desaparece, porque não importa muito onde a personagem está, mas como ela fala ao interlocutor. Esse tipo de plano é amplamente utilizado em entrevistas íntimas ou depoimentos em que se almeja identificação e empatia com a pessoa retratada. Primeiríssimo plano: detalhe da face da figura humana. Procura uma abordagem mais próxima da pessoa do que no caso do primeiro plano. Esse plano serve para focalizar o olhar do observador em um ponto da personagem, tais como olhos ou lábios. Plano detalhe: detalhe de qualquer elemento, seja da figura humana ou de um objeto. É uma espécie de plano que, embora não seja fundamental na sequência narrativa gravada, pode facilitar a montagem e melhorar o ritmo dela, além de fornecer mais informações. Aprenda mais sobre planos de enquadramento no link a seguir. https://qrgo.page.link/6PfXw O tipo de objetivo narrativo que se usa também é decisivo na composição. Os objetivos são as formas de captação da visão, que variam de acordo com o tipo de lente utilizada no processo de gravação. O ângulo de visão depende da distância focal da lente. Basicamente, pode-se falar sobre três tipos de objetivos, como você pode ver a seguir. Lente objetiva normal: tem um ângulo de visão semelhante ao do olho humano, cerca de 45º. Lente grande-angular: tem ângulos de visão amplos, em torno de 60º ou 180º. Serve para desenhar grandes planos gerais. Ela provoca a sensação de que o assunto se separa do fundo. Produção de audiovisual institucional4 Lente teleobjetiva: tem ângulos de visão muito estreitos, entre 20º e 1º; portanto, aproxima o espectador do assunto. Pode-se usá-la para close-ups e para trabalhar detalhes, pois a teleobjetiva consegue isolar o assunto e desfocar o fundo. Hoje, a maioria das câmeras utilizadas é equipada com lentes dezoom, que são muito práticas. Elas reúnem as três opções que você acabou de ver: normal, angular e teleobjetiva. Com o zoom, permite-se, por meio de um botão, alternar entre os três tipos de ângulos para selecionar o que melhor convier. Outro tópico relevante em relação à produção audiovisual é o tipo de iluminação. No link a seguir, você pode conferir alguns esquemas utilizados na produção de vídeos. https://qrgo.page.link/VPk5x Equipe de produção Como você sabe, geralmente um grande número de pessoas está ligado à produção de uma obra audiovisual. O número de profi ssionais depende, é claro, das características específi cas do trabalho. Pode-se dizer que cabe ao produtor estabelecer o tamanho apropriado da equipe. Em certas produções, seria um risco não ter pessoas sufi cientes (por exemplo, extras ou pessoal de fotografi a). No entanto, a tendência atual é que as equipes sejam cada vez mais concisas, não só por razões econômicas, mas pela funcionalidade da própria rodagem. Obviamente, a evolução na técnica e no equipamento de captação também possibilita a redução das equipes, visto que algumas funções se tornaram obsoletas na era digital. Quando se fala da equipe, em primeiro lugar, deve-se considerar a figura do produtor, que é a pessoa que dá vida a um projeto. Na sequência, há o diretor, que é a maior autoridade criativa/artística de um filme. A 5Produção de audiovisual institucional sua concentração deve ser total e, portanto, os requisitos que surgem dos aspectos logísticos e financeiros são uma distração. Durante as filmagens, o diretor tem a função de dar instruções (especialmente para atores e ci- negrafistas, embora, obviamente, a toda a equipe criativa). Essa função é o que define o diretor. No cinema de autor, o diretor está envolvido no trabalho desde a própria ideia que dá origem à obra. Assim, ele escreve o roteiro (embora não seja incomum que os colaboradores façam isso), seleciona os seus principais aliados (atores e chefes de departamento) e também participa de ações posteriores à filmagem, como a orientação e a aprovação da assembleia, que, às vezes, ele mesmo realiza. Por vezes, a figura do produtor e a do diretor concentram-se em uma só pessoa, especialmente no cinema. Porém, no caso de peças audiovisuais voltadas para a comunicação geral, é comum que os papéis sejam assumidos por pessoas diferentes. Embora em trabalhos de dimensões modestas a produção possa ficar a cargo de uma ou duas pessoas, é comum encontrar vários nomes em produções de maior orçamento. A seguir, veja alguns cargos e suas funções. Produtor: gerente e proprietário do trabalho audiovisual. Produtor executivo: chefe administrativo e responsável pela gestão do dinheiro; também pode participar da obtenção de recursos para o trabalho. Produtor associado: título normalmente usado como consideração pela ajuda dada ao filme. Os investidores podem ser produtores associados, por exemplo. Produtor de campo: pessoa encarregada da logística durante as filmagens. Produtor de linha, coordenador, chefe ou supervisor de produção: são diferentes graus de responsabilidade, derivados da delegação de funções na organização de um filme, de acordo com a sua complexidade. Seguindo em hierarquia, de acordo com o tipo de trabalho de produ- ção, há o diretor de fotografia (que está encarregado da iluminação e da relação dela com o tipo de câmera e o sistema de registro usado), o Produção de audiovisual institucional6 operador de câmera (embora alguns diretores também operem a câmera), o diretor de arte ou designer de produção (que orienta o set, o cenário, os adereços, os figurinos, a maquiagem e também conceitua todos os tópicos relacionados ao aspecto visual do trabalho) e o engenheiro de som (cujo trabalho ganhou espaço nos últimos tempos, agregando uma carga mais criativa do que técnica). Todas essas pessoas exigem, por sua vez, assistentes em funções especí- ficas. Há, por exemplo, o primeiro assistente de câmera, que muitas vezes é responsável pelo assunto de foco (foquista), e o primeiro assistente de direção, que não apenas deve apoiar o diretor em seu trabalho, mas também lidar com a supervisão de questões de produção para que elas não afetem o desenvolvimento adequado das filmagens. Há ainda outras pessoas que desempenham funções especializadas, como eletricistas, montadores e maquiadores. Além do pessoal envolvido nos aspectos técnicos e artísticos da obra audiovisual, há aquelas pessoas que cuidam dos aspectos financeiros, legais e operativos. É sempre aconselhável ter o conselho de um advogado e um contador. No trabalho audiovisual de baixo orçamento, isso pode ser visto como um luxo desnecessário; no entanto, seja devido a questões de direitos autorais ou à proteção da produção, essas figuras são fundamentais. O audiovisual para além do comercial O uso de peças audiovisuais como ferramenta promocional envolve diversas possibilidades em diferentes áreas de negócio e comunicação. Por esse motivo, diferentes formatos são usados, dependendo da natureza de cada organização. O vídeo corporativo e o vídeo institucional apresentam a identidade de uma organização por meio de imagens, ou seja, transmitem seus valores, sua missão e sua visão. No entanto, enquanto o vídeo corporativo representa uma empresa, o vídeo institucional se concentra em instituições, como ministérios, funda- ções, prefeituras, museus, entre outras. Por outro lado, há o vídeo industrial, usado para divulgar as instalações e fases de produção de uma empresa, por exemplo, linhas de fabricação, processos industriais, automação ou armazenamento de produtos. O vídeo corporativo é uma produção que apresenta uma empresa privada e lucrativa, compartilhando seus valores, sua visão, sua missão, sua força de trabalho, etc. Esse audiovisual corporativo visa a mostrar a operação da entidade em detalhe, a sua estrutura, as suas complexidades, a sua personali- 7Produção de audiovisual institucional dade. A ideia é deixar claro como ela funciona, como a equipe se sente, quais ferramentas ela tem para alcançar os seus objetivos, etc. Geralmente, o vídeo corporativo tem seu foco em investidores. O vídeo institucional faz o mesmo com instituições de grande porte, geralmente de natureza pública e sem fins lucrativos ou de interesse geral. Busca-se conhecer a imagem da instituição, o seu trabalho, os seus objetivos, a sua metodologia de atuação, etc. O foco do vídeo institucional, de maneira geral, é a opinião pública. Steffen (2003, p. 39) afirma que “[...] institucional é a área das relações públicas que estabelece e institui formas sociais para garantir a continuidade do sistema social organização-públicos”. Tanto produções corporativas quanto produções institucionais buscam informar e apresentar a instituição/empresa em questão para transmitir uma imagem ajustada ao espectador. Apesar desse foco menos mercadológico, indiretamente, o seu objetivo final é voltado para a captação de clientes e a manutenção de uma boa opinião pública. Da mesma forma, esses dois tipos de produções audiovisuais são geralmente divulgados nos sites de empresas ou instituições e em apresentações. Esses tipos de peças audiovisuais (o corporativo, o institucional e até o industrial) têm em comum o fato de poderem ser usados tanto em uma cam- panha de marketing interna quanto em uma campanha de marketing externa. Por outro lado, por meio do vídeo promocional, a empresa busca se destacar da concorrência, mostrando de forma sugestiva as características de seus produtos ou serviços. Esse vídeo é também uma ferramenta de comunicação com os clientes que busca influenciar positivamente as vendas e promover o lançamento de produtos. Como você pode notar, embora os diferentes tipos de vídeo sejam destinados a organizações de naturezas distintas, o desenvolvimento de todos eles visa a uma comunicação, interna ou externa, que valorize a imagem da empresa ou instituição.Ficou curioso a respeito das questões relacionadas à imagem institucional? Acesse o link a seguir para aprender mais sobre o assunto. https://qrgo.page.link/LH3uq Produção de audiovisual institucional8 Produção de peças institucionais As etapas de criação de uma peça audiovisual institucional em muito se as- semelham às etapas tradicionais de qualquer realização do tipo. Afi nal, uma peça institucional é apenas um dos exemplos da ampla gama de possibilidades que o audiovisual oferece. Todavia, alguns fatores pontuais a distanciam das produções publicitárias clássicas, visto o seu objetivo. O vídeo institucional é uma ferramenta importante na comunicação dirigida de uma organização, pois disponibiliza informações relevantes para os seus públicos de interesse. O conteúdo dessas peças audiovisuais, costumeiramente, apresenta histórico, principais produtos, estrutura física e organizacional, missão e visão da empresa, bem como as suas relações sociais e as suas atitudes relacionadas ao meio ambiente. Para cumprir os seus objetivos, uma produção audiovisual institucional exige alguns passos, como você pode ver a seguir. 1. Obter informações, antes da gravação, sobre o tema a ser abordado, com base em uma pesquisa documental e, se possível, videográfica. A ideia é confrontar as informações repassadas com o material au- diovisual anteriormente produzido (caso exista). Isso manterá certa harmonia e dará consistência à imagem institucional. Mesmo que a motivação da nova produção seja modificar a imagem anterior, é interessante saber o que já foi produzido a fim de identificar qual caminho não tomar. 2. Estabelecer as personagens e os locais mais apropriados para a gravação, de acordo com os tópicos a serem explorados, buscando valorizar a mensagem da organização. 3. Elaborar um plano da gravação com a programação das sessões, con- siderando datas, horários, locais, deslocamento e recursos (técnicos, pessoais, financeiros) de acordo com as necessidades. 4. Criar um roteiro ou plano de filmagem. A equipe de produção deve ter um guia claro para as imagens, os sons e os testemunhos ou entrevistas a serem realizadas. 5. Elaborar um orçamento de acordo com os recursos técnicos e de pessoal necessários. Deve-se levar em consideração os insumos da instituição e os que precisam ser contratados ou subcontratados. Os momentos específicos da realização audiovisual devem ser levados em conta: pré-produção, produção e pós-produção. 9Produção de audiovisual institucional Uma peça institucional contém a filosofia da empresa, transmitindo-a sem o intuito imediato da venda de produtos ou bens de consumo. A preocupação é vender e consolidar uma imagem positiva para a organização em questão. Veja o que afirmam Xavier e Zupardo (2004, p. 76): [...] especialistas em vídeos empresariais ressaltam que, normalmente, o cliente faz um programa institucional para vender/apresentar a imagem da empresa para seus clientes, instituições financeiras, investidores, fornecedores, órgãos governamentais e comunidade. Um institucional mostra, na verdade, o conceito da empresa e sua filosofia. Segundo Kunsch (2003, p. 169), “[...] a apropriação dos modelos de produção editorial tradicional pelos da moderna multimídia permite criar uma comuni- cação ágil e interessante aos olhos dos públicos”. Isso confere às instituições a possibilidade de repassar informações de maneira mais atraente e com uma linguagem simples, dando ênfase e credibilidade aos seus objetivos. Entretanto, na realização de peças audiovisuais institucionais, é preciso medir critérios ao utilizar essas possibilidades, visto que a responsabilidade de produção é imensa e fundamental para a imagem corporativa. Dessa maneira, mesmo com a popularização das ferramentas de produção audiovisual, é recomendada a con- tratação de uma produtora de vídeo especializada, garantindo a qualidade técnica de imagem e som. Simões (1995, p. 160) corrobora com isso afirmando o seguinte: [...] esse cuidado para que todo instrumento de relações públicas possua também um traço de arte, acrescido dos limites de capacidade do ser humano, no caso o profissional de relações públicas, leva à dedução de que, preferivelmente, um perito e um artista na execução das técnicas devam ser contratados para produzi-las, não cabendo ao profissional a obrigação ou pretensão de imple- mentar sozinho todos os seus projetos. No entanto, o profissional da organização não deve se ausentar, acom- panhando o trabalho especializado da produtora e conferindo todo tipo de material e informação necessários para a realização satisfatória do projeto. O profissional encarregado da imagem da organização deve estar ciente e vigilante em relação à produção, desde suas etapas iniciais, com a roteirização, até o período posterior às filmagens, na pós-produção. Afinal, como você sabe, uma frase ambígua, uma imagem de má qualidade ou uma trilha sonora inadequada pode comprometer a interpretação da mensagem da instituição. Conforme García (2001), a produção audiovisual institucional envolve alguns elementos. Veja a seguir. Produção de audiovisual institucional10 Deve haver segurança na divulgação, além de força retórica e visual e controle de conteúdo. Está em jogo a transmissão de fatos, ideias ou julgamentos relacionados com a totalidade da instituição, o que torna mais fácil para o público ter um conceito integral da entidade. Além de informações sobre questões específicas, os interlocutores precisam acolher percepções gerais sobre a instituição, a fim de orientar o seu comportamento em relação a ela. Além disso, o autor afirma o seguinte: Audiovisual institucional não se resume a estratégias publicitárias, mas tam- bém intervém nos processos de construção social. Esta produção é um espaço do público, não apenas como um lugar onde instituições vigiam o interesse geral, mas, especialmente, como um lugar para a comunicação entre os indi- víduos, os grupos e as instituições (GARCÍA, 2001, p. 18, tradução nossa). Losada (1998, p. 145–146, tradução nossa) complementa: [...] [para] produzir audiovisual no campo institucional é necessário ter em conta um conjunto de fatores específicos cuja magnitude e singularidade justificam a relevância de um projeto de pesquisa que permite projetar um modelo de comunicação para a instituição. A peculiaridade do serviço for- necido, tendo-se que historicamente qualidade é diretamente relacionada à personalidade, prestígio e credibilidade da instituição [...], reforça a transcen- dência da importância da imagem pública. Na esfera interna, deve-se levar em conta diferenças entre os funcionários, colaboradores, administração ou serviços, bem como o índice de heterogeneidade dos mesmos: eles vêm de uma infinidade diversa de contextos geográficos, sociais e culturais, econômicos, políticos e ideológicos. Portanto, a produção audiovisual institucional deve executar as suas fun- ções em um contexto aberto à sociedade. Em especial, dois fatores devem ser observados: a produção audiovisual institucional precisa saber o que a sociedade exige da instituição para projetar todos os seus objetivos; a sociedade deve ser capaz de compreender, por meio da mensagem, o que a instituição oferece, o que é, o que faz, quais são as suas crenças e as suas responsabilidades. 11Produção de audiovisual institucional No link a seguir, você encontra algumas dicas de produtores que trabalham com a realização de audiovisuais institucionais. https://qrgo.page.link/oX2LT DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991. GARCÍA, M. Publicidad instituciona: el estado anunciante. Málaga: Universidad de Málaga, 2001. KUNSCH, M. M. K. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Paulo: Summus Editorial, 2003. LOSADA, Á. La comunicación institucional en la gestión del cambio: el modelo universitario. Salamanca: Universidad Pontificia de Salamanca, 1998. SIMÕES, R. P.Relações públicas: função política. São Paulo: Summus Editorial, 1995. STEFFEN, A. M. W. R. Modos de percepção em relações públicas: o significado do conceito de público. 118 f. 2003. Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. XAVIER, C.; ZUPARDO, E. Entregando o ouro para os mocinhos: o roteiro audiovisual na comunicação das empresas. São Paulo: Zennex Publishing, 2004. Leituras recomendadas COMO fazer um vídeo empresarial / institucional. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (7 min). Publicado pelo canal Cinemátika Filmes - Produtora de Vídeo. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=rW0WtO_I0BU. Acesso em: 30 jul. 2019. DICAS práticas de iluminação - tutorial Foco Filmes. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (7 min). Publicado pelo canal FocoFilmes. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=fx5y2ptJAxo. Acesso em: 30 jul. 2019. MARCA e imagem pessoal e profissional - palestrante Mario Persona. [S. l.: s. n.], 2011. 1 vídeo (9 min). Publicado pelo canal TvBarbante. Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=msxZc89Rvkk. Acesso em: 30 jul. 2019. TIPOS de enquadramento cinematográficos. [S. l.: s. n.], 2012. 1 vídeo (7 min). Pu- blicado pelo canal Israel Chevrand. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=ZarWHvme26U. Acesso em: 30 jul. 2019. Produção de audiovisual institucional12
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