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TGP plano de aula 5 e 6

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DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO PROCESSO (CCJ0271) - Planos de aula 5 e 6
PROFESSORA: Priscilla Jordanne Silva Oliveira 
CURSO: Direito
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Plano de aula 5. A Trilogia Estrutural Clássica: Jurisdição, Ação e Processo. Jurisdição. Conceito. Princípios. Características.
Tema: A Trilogia Estrutural Clássica: Jurisdição, Ação e Processo. Jurisdição. Conceito. Princípios. Características.
Objetivos:
Apresentar a Trilogia Estrutural Clássica.
Os Conceitos de Jurisdição, Ação e Processo.
Princípios da Jurisdição.
Características. O Exercício da Jurisdição.
Articular a teoria e a prática com a discussão dos casos concretos.
Referências da aula: 
PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Direito Processual Civil Contemporâneo, vol. 1, 8ª ed.
São Paulo: Saraiva,2018.
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, 59ª edição, vol. 1. Rio de
Janeiro: Forense, 2018.
MARTINS, Sérgio Pinto. Teoria Geral do Processo. 2ªed. São Paulo: Saraiva, 2017.
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Plano de aula 6. (Jurisdição . Continuação I) ­ Classificação II. Jurisdição Contenciosa e voluntária. Caraterísticas. Diferenças. Tutelas jurisdicionais. Conceito. Espécies
Tema: Jurisdição Contenciosa e Jurisdição Voluntária. Tutelas jurisdicionais. Conceito. Espécies.
Objetivos:
Conceituar a jurisdição contenciosa e voluntaria 
 Apresentar suas características e diferenças 
 Contextualizar a jurisdição contenciosa e voluntária 
Conceituar Tutelas Jurisdicionais 
Apresentar as espécies de tutelas jurisdicionais 
 Explicar as espécies de tutelas jurisdicionais 
 Contextualizar as espécies de tutelas jurisdicionais 
 Articular a teoria e a prática com a discussão dos casos concretos. 
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A Trilogia Estrutural Clássica: Jurisdição, Ação e Processo.
TRILOGIA ESTRUTURAL DO DIREITO PROCESSUAL:
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Jurisdição
ETIMOLOGIA: a palavra jurisdição vem do latim ius, iuris, com o significado de direito, e dictio do verbo dicere, que quer dizer dicção. Significa, portanto, dizer o direito.
CONCEITO: Jurisdição é o poder que o juiz tem de dizer o direito nos casos concretos a ele submetidos, pois está investido desse poder pelo Estado. Exige imparcialidade do juiz.
Francesco Carnelutti entende que a jurisdição é a função do Estado que busca a justa composição da lide (cabe aqui relembrar o conceito de lide enquanto conflito de interesses qualificado pela pretensão de uma das partes).
Proposta de um conceito atual: Todo e qualquer conceito de Jurisdição hoje, na pós modernidade deve se ater à aplicação dos Princípios Constitucionais, na construção do Estado Democrático de Direito sob um viés procedimental, sendo certo que a Jurisdição somente pode ser vislumbrada, enquanto função estatal, atribuída a terceiro imparcial, investido na função jurisdicional, reconhecer, efetivar, proteger e garantir tutela aos cidadãos, protegendo-os em situações jurídicas concretas, por meio de decisões, com aptidão de tornarem-se indiscutíveis, que busquem a efetividade da paz social.
Ada Pellegrini Grinover: juridisição é “(...) é uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça”.
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Jurisdição
DISTINÇÃO: A jurisdição não se confunde com a função legislativa do Estado. Este é feita por meio do Poder Legislativo, de criar as leis. A jurisdição pressupõe que exista lei tutelando o caso em concreto em exame pelo Poder Judiciário. Este vai dizer o direito ao caso concreto que lhe foi submetido à apreciação. Não vai criar o direito.
Distingue-se a atividade jurisdicional do ato administrativo. A atividade jurisdicional depende de provocação da parte interessada. A atividade administrativa pode ser feita de ofício.
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Jurisdição
FUNÇÕES: Uma das funções do Estado é prestar a jurisdição. O Estado substitui os litigantes e estabelece a solução para o caso concreto. A jurisdição é uma função do Estado decorrente da sua soberania.
ELEMENTOS: A chamada doutrina clássica aponta cinco elementos na jurisdição:
Notio é a faculdade de conhecer certa causa ou a faculdade de ser investido da condição de decidir a lide, ordenando os atos respectivos.
Vocatio é a possibilidade de fazer comparecer em juízo todas as pessoas que sejam úteis à justiça e ao conhecimento da verdade.
Coertio ou coertitio é o direito de fazer respeitar e de reprimir as ofensas feitas ao juiz no exercício de suas funções: jurisdictio sine coertitio nulla est.
Iudicium é o direito de julgar e de proferir a sentença.
Executio é o direito exercido em nome do poder soberano para tornar obrigatória e coativa a obediência da decisão.
A doutrina mais moderna apresenta três poderes, chamados de poderes jurisdicionais: poder de decisão, poder de coerção, poder de documentação. 
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Jurisdição
CARACTERÍSTICAS
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PODER: envolve o poder do Estado de prestá-la, de decidir o caso concreto submetido à sua apreciação, de impor a solução do conflito.
FUNÇÃO: é função do Estado resolver os conflitos entre as partes, por meio do processo. 
ATIVIDADE: por meio do complexo de atos do processo, o Estado resolve o conflito entre as partes, de acordo com o devido processo legal. 
Jurisdição
Art. 2º, CPC: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Art. 3º. CPC: Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
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A jurisdição é inafastável. 
A inafastabilidade da jurisdição é decorrente do direito de ação. 
É necessário a provocação das partes ao Juízo. 
A lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV, da Constituição), que garante a todos o acesso ao Poder Judiciário.
Jurisdição
PRINCÍPIOS: 
Investidura: a jurisdição só pode ser exercida por quem está legitimamente investido para esse fim, como ocorre com o juiz art. 37, II, da CR/88.
Juiz Natural: A jurisdição tem de ser prestada pelo juiz natural. As partes não podem ser privadas do juiz natural e imparcial no julgamento do processo. 
Indelegabilidade da jurisdição: o juiz exerce a atividade jurisdicional por delegação do Estado, mas não pode delegá-la a outra pessoa, que não está investida dessa condição como representante do Estado para dizer o Direito.
Princípio da aderência ao território: mostra que o juiz exerce a sua atividade dentro de certo território, que é a sua comarca ou na forma como a lei estabelecer. O Supremo Tribunal Federal tem jurisdição nacional. O Tribunal de Justiça do Estado tem jurisdição sobre o respectivo Estado, e não sobre outro, ainda que contíguo a ele.
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Jurisdição
PRINCÍPIOS: 
Princípio da inafastabilidade ou Indeclinabilidade: o órgão constitucionalmente investido no poder de jurisdição tem a obrigação de prestar a tutela jurisdicional e não a simples faculdade. Não pode recusar-se a ela, quando legitimamente provocado. 
Princípio da inércia: o acesso de todos à justiça é garantido pela Constituição (art. 5º, XXXV), mas o Poder Judiciário não pode agir por iniciativa própria, somente o fará quando adequadamente provocado pela parte (CPC/2015, art. 2º). 
Princípio da unidade: o Poder Judiciário é único e soberano, embora a partilha de competência se dê entre vários órgãos.
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Jurisdição
CLASSIFICAÇÃO: 
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QUANTO AO OBJETO
CIVIL: função do Estado de dirimir os litígios não penais (civis, administrativos, trabalhistas etc.), mediante provocação por meio da ação.
PENAL: exercida nas lides de natureza penal, em que há denúncia pelo Ministério Público de um crime e o juiz tem de dizer se o acusado é inocente ou culpado. Pode haver ação proposta pelo ofendido contra o réu. 
QUANTO AO CRITÉRIO DO ORGANISMO JUDICIÁRIO 
COMUM OU ORDINÁRIA: exercida pela Justiça Estadual, ou também chamada Justiça Comum.
ESPECIAL: como a jurisdição trabalhista (arts. 111 a 116 da Constituição), a jurisdição eleitoral (arts. 118 a 121 da Constituição), a jurisdição militar (arts. 122 a 124 da Lei Maior) e a jurisdição federal (art.109 da Constituição).­
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CLASSIFICAÇÃO: 
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QUANTO À GRADAÇÃO OU POSIÇÃO HIERÁRQUICA
SUPERIOR: é exercida pelos Tribunais.
QUANTO À PROVENIÊNCIA
LEGAL: é a exercida pelos juízes;
CONVENCIONAL: é a que as partes estabelecem que a controvérsia será decidida por pessoa ou órgão diverso do Poder Judi­ciário, como ocorre na arbitragem.
INFERIOR: é a exercida normalmente pelo juiz de primeiro grau, do juiz da Vara;
Jurisdição
CLASSIFICAÇÃO: 
Não se confunde com o contencioso administrativo!
Art. 723, parágrafo único, CPC. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna.
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QUANTO À FONTE DE DIREITO
DE DIREITO: o juiz aplica o direito ao caso concreto.
DE EQUIDADE: equidade é quando a lei autoriza o juiz a decidir por equidade, pois o juiz só pode decidir por equidade nos casos previstos em lei (parágrafo único do art. 140 do CPC). 
QUANTO À FORMA
CONTENCIOSA: é a exercida pelo juiz em razão do litígio, da pretensão resistida pelo réu. O réu poderá ser revel ou confessar os fatos; Existe uma controvérsia a ser resolvida pelo Estado. Há, portanto, um processo. A decisão do juiz faz coisa julgada.
VOLUNTÁRIA, ADMINISTRATIVA: não existe lide. Não existem partes, mas interessados, isto é, pessoas que têm interesses a ser tutelados. Fala-se em jurisdição administrativa, pois se trata de administração pública de interesses privados.
Jurisdição
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Jurisdição
LIMITES:
ESPACIAL: a jurisdição tem de ser exercida no local em que a lei determina para o juiz.
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Jurisdição
LIMITES:
SUBJETIVO: que diz respeito às pessoas. A jurisdição brasileira se impõe aos brasileiros e a todas as pessoas que estejam no território nacional. Exceções são as imunidades diplomáticas.
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TUTELAS JURISDICIONAIS:
A tutela jurisdicional, numa definição sintética, é a função do Estado de dirimir, pacificar e, por conseguinte, resolver conflitos que surgem no seu âmbito de atuação político-jurídico seguindo um procedimento de aplicação de leis aos casos concretos de modo a aproximar-se o máximo possível de um decisum justo. 
Assim temos as tutelas de conhecimento; a executiva e a cautelar.
A tutela de conhecimento se apresentará na divisão trinaria clássica (declaratória, constitutiva e condenatória) ou ainda a qüinária que a essa divisão acrescenta as mandamentais e as "executivas lato sensu". Essas duas últimas são insertas no entendimento doutrinário por Pontes de Miranda.
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TUTELAS JURISDICIONAIS: 
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TUTELA DECLARATÓRIA: 
o que se busca é a declaração de um direito. 
TUTELA CONSTITUTIVA: o que se busca é a declaração da constituição, desconstituição ou ainda a modificação de um direito. 
TUTELA CONDENATÓRIA: 
se busca a imposição da parte em pagar, entregar ou fazer aquilo que foi pleiteado. 
Plano de aula 5
Aplicação: articulação teoria e prática
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Plano de aula 6
Aplicação: articulação teoria e prática
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