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CRIMES CIBERNÉTICOS COMETIDOS CONTRA A DIGNIDADE E LIBERDADE SEXUAL 1 Adriana Mudelão da Silva2 Samara Soares Silva2 Anderson Ferreira da Costa3 1. Trabalho apresentado à faculdade de Rolim de Moura – FAROL, com requisito para a obtenção de nota parcial para o interdisciplinar do curso de Direito. 2. Acadêmicas concluintes: Adriana Mudelão da Silva. E-mail: adrianamudelao@hotmail.com;; Samara Soares Silva. E-mail: samarasoares129@gmail.com 3. Professor orientador: Prof. Esp. Anderson Ferreira da Costa Resumo: Os crimes cibernéticos contra a dignidade sexual surgiram por volta do ano 1960, no qual teve sua origem nos Estados Unidos. Porém, no Brasil, começou-se a ter conhecimento por volta de 2010, quando teve seu primeiro caso registrado e posteriormente houve uma condenação no estado do Piauí, sendo de estupro virtual, no qual o homem obrigava sua namorada a se gravar masturbando. Há uma grande preocupação por parte de uma parcela da sociedade sobre tais crimes cometidos no âmbito da internet, pois com a divulgação em massa de tal crime ocorre um constrangimento maior com a vítima e em algumas vezes até a exclusão da vítima do seio social. Os crimes contra a dignidade sexual abordado neste artigo são o de estupro virtual, pedofilia virtual, pornografia de vingança (reverg porn) e sextorsão (sextorsion), no qual são os crimes com maior habitualidade no Brasil e no mundo, não havendo legislação específica ou artigos nos textos legais, tratando sobre os crimes em questão, além disso, devem ser coibidos com maior eficácia, pois além de se ter maior reprovabilidade social, há também uma exclusão das vítimas de tais crimes perante a sociedade. Ademais é de substancial importância haver uma repressão e criação de legislação que coíba e reprime esses crimes, não somente isso, também se deve haver a criação de projetos ou políticas sociais voltadas à conscientização da população sobre a gravidade que estes crimes trazem e o acolhimento às vítimas destes crimes. Palavras-chave: Cibernético. Crimes contra a dignidade sexual. Vítimas. Legislação. Abstract: Cybercrime crimes against sexual dignity arose around 1960, when they originated in the United States. However, in Brazil, it became known around 2010, when his first case was registered and later there was a conviction in the state of Piauí, involving virtual rape, in which the man forced his girlfriend to record herself masturbating. There is great concern on the part of society about such crimes committed on the Internet, because with the mass dissemination of such a crime there is a greater constraint with the victim and sometimes even the exclusion of the victim from the social bosom. The crimes against sexual dignity covered in this article are virtual rape, virtual pedophilia, revenge porn (reverg porn) and sextortion (sextorsion), which are the most common crimes in Brazil and in the world, with no specific legislation or articles in the legal texts, dealing with the crimes in question, in addition must be curbed more effectively, because in addition to having greater social reprobability, there is also an exclusion of the victims of such crimes before society. Furthermore, it is of substantial importance to have a repression and the creation of legislation that restrains and represses these crimes, not only that, there must also be the creation of social projects or policies aimed at raising the population's awareness of the seriousness that these crimes bring and the reception victims of these crimes. Keywords: Cybernetics. Crimes against sexual dignity. Victims. Legislation. INTRODUÇÃO 2 O presente artigo tem o objetivo de discutir sobre os crimes cibernéticos voltados para a seara da violação da dignidade sexual, fatos relevantes no contexto social na era digital voltado para os crimes, lembrando que os avanços tecnológicos já não são tão palpáveis e controláveis pelo o homem, devido a sua massificação global. Com o advento da internet nos anos 1945, criada pela empresa Arphanet, por volta de 1970, onde começaram a distribuir a internet para as pessoas, sendo apenas grupos específicos e, a partir do ano de 1988 que a internet foi disponibilizada para acesso global. No Brasil a internet começou a tomar maior expansão na década de 90, quando as universidades começaram a disponibilizar para os seus acadêmicos a internet e as grandes empresas que passaram a se conectar e a possuir o acesso, devido a globalização. A integração entre indivíduos tornou proporções imensuráveis atingindo todas as classes sociais, a rede mundial de computadores proporciona dentre outros benefícios o acesso rápido a informações, avanço no setor de produção, transmissão de notícias pelo mundo além de ser utilizado como ferramenta de trabalho. Com essa evolução tecnológica, começaram a ocorrer crimes dos mais variados gêneros. A problemática em questão surge no momento que essa ferramenta é utilizada para o cometimento de crimes chamados de crimes cibernéticos, e evolui desenfreadamente trazendo consigo problemas sociais, psicológicos e traumas irreversíveis. Crimes esses que podem ser cometidos contra o sistema financeiro, contra a dignidade sexual, contra o patrimônio, ou seja, dos mais variados crimes podem ser cometidos na internet. Os crimes cibernéticos são crimes cometidos por organizações criminosas muita das vezes, mas também é cometido por pessoas isoladas, onde tais crimes estão ligados diretamente com prática de qualquer atividade ilícita na internet, como por exemplo, o crime de pornografia infantil, pirataria via internet, espionagem, estupro virtual, entre outros crimes. De acordo com estudos, o primeiro crime cibernético que ocorreu no mundo foi no ano de 1960, quando somente os militares possuíam seu acesso. 3 Desta forma é perceptível que a internet trouxe benefícios à sociedade em geral, porém no mesmo passo trouxe grandes malefícios, que podem causar danos irreversíveis à sociedade em geral. Ao entrar na seara dos crimes sexuais cometidos no âmbito da internet deve- se lembrar de que os crimes cometidos contra a dignidade sexual estão elencados no nosso código penal. Ademais, existem crimes sexuais que ainda não estão elencados na legislação extravagante, pois o legislador não consegue acompanhar toda a mudança que existe no seio criminoso. Dentro destes crimes sexuais que não estão tipificados no texto legal, existem os crimes sexuais via internet, que não possui uma tipificação legal expressa, sendo estes, objetos deste artigo científico. No qual será abordado, visando a sua problemática à luz da doutrina, jurisprudência e outros. MÉTODOS O presente artigo foi realizado com o intuito de abordar a problemática entre os crimes cibernéticos envolvendo a dignidade sexual e as lacunas pré-existentes no direito brasileiro. “Inicialmente as informações foram coletadas por meio de pesquisa bibliográfica, que segundo GIL (2002) ‘‘é desenvolvido com base em material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos”. E fora também realizada pesquisa documental, que segundo GIL: São capazes de proporcionar ao pesquisador dados em quantidade e qualidade suficientes para evitar a perda de tempo e o constrangimento que caracterizam muitas em que dados são obtidos diretamente das pessoas. Sem contar que em muitos casos só se torna possível realizar uma investigação social por meio de documentos. (GIL. 2002, p.44) Ademais, contém caráter jurídico e doutrinário, no qual se buscou um maior aprofundamento sobre o tema, tendo o intuito de obter um conhecimento vasto, bem como o posicionamento do ordenamento jurídico sobre a temática abordada. Utilizando para tanto, artigos, livros e pesquisa em sítios oficiais para explicar e trazer o contexto histórico sobre o tema abordado. DESENVOLVIMENTO 4 CONTEXTO HISTÓRICODA INTERNET A internet foi criada entre os anos 1945-1991, desenvolvida no contexto da Guerra Fria. Ao se depararem com problemas de comunicação pessoal, resolveram desenvolver um sistema capaz de haver a troca de informações de modo mais fácil e tecnicamente mais seguro, além da ARPA, empresa especializada dos Estados Unidos fazer uso da internet para implantar em alguns pontos em específico. Diante desse cenário, criou-se a Arpanet (Advanced Research Projects Agency Network), no qual era um sistema ligado por um Backbone1. A internet nessa época era utilizada apenas por militares e pesquisadores, não sendo fornecida ao público em geral, pelo medo que havia pelo mau uso da internet tanto pelos civis, quanto pelos “inimigos”. Por volta dos anos 1970 - 1975 começaram a distribuir pequenos lances de internet para algumas universidades, totalizando na época cerca de 200 conexões com a internet. Por volta de 1988, a rede mundial de computadores (Internet), começa a ser comercializada, dando assim um início de comercialização pelos setores privados, diante disso, todos que quisessem ter acesso à internet deveriam pagar para tal. No Brasil começou-se a ter acesso à internet também por volta dos anos de 1988, sendo trazida pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pela LNCC (Laboratório Nacional de Computação científica). Diante de tal quadro, a internet foi se disseminando para o mundo todo, nos lugares mais longínquos aos mais próximos. Atualmente no mundo, cerca de 4.66 bilhões de pessoas possuem acesso à internet, dentre essa parcela da sociedade mundial, há aqueles que a destina para cometer crimes virtuais (Hackers ou organizações criminosas para esse fim), dos mais variados gêneros, podendo ser elencados alguns, sendo crimes contra o sistema financeiro, crimes sexuais, fraudes, ataques de ransomwares, mineração de criptomoedas, espionagem contra órgãos governamentais. A internet passou nos últimos anos a integrar a vida cotidiana das mais diversas classes sociais no mundo todo, sua agilidade e acessibilidade se tornou 1 BACKBONE: Espinha dorsal, ou seja, uma rede capaz de manipular uma enorme quantidade de informações. 5 hoje uma das ferramentas mais impressionantes e inexplicáveis juntamente com sua velocidade. O que gera comodismo e facilidade em questões de acesso à informação, ferramentas de trabalho e a integração de pessoas entre outros. Pode-se então elencar vários benefícios trazidos hoje pela tecnologia como, por exemplo, o acesso rápido a informações, ferramentas de trabalho, integração de pessoas, avanço no setor de produção e transmissão de notícias pelo mundo e juntamente com toda essa evolução uma parcela sociedade usa essa ferramenta para praticar os chamados crimes virtuais. Sua facilidade com a transmissão de dados permite que criminosos tenham mais facilidades para a prática de crimes onde em sua grande parte ficam acobertados pelo anonimato. Apesar dos crimes crescerem a cada dia, a legislação ainda deixa a desejar com normas que regulam esses crimes de maneira categórica, ou seja, mesmo com a evolução do crime, o nosso ordenamento jurídico brasileiro não conseguiu acompanhar sua evolução, deixando uma lacuna quando falamos dos crimes cibernéticos o que dificulta a punição dos infratores por falta de tipificação de um tipo penal, pois apesar de existirem normas que regulamentam, ainda não são suficientes. Atualmente nosso ordenamento jurídico possui apenas duas leis, sendo a lei 12.735/2012 e a lei 12.737/12 conhecida nacionalmente como lei Carolina Dieckmann. Sendo assim, o presente artigo tem por finalidade aprofundar e deixar de forma clara, mas sem lograr o fim de esgotar a temática a ser tratada. CONTEXTO HISTÓRICO DOS CRIMES CIBERNÉTICOS A priori deve-se conceituar o que seria cibercrime, segundo a INTERPOL2, o cibercrime consiste na atividade criminosa ligada diretamente a qualquer ação ou prática ilícita na Internet. Esse crime consiste em fraudar a segurança de computadores, sistema de comunicação e redes corporativas. Os crimes que mais ocorrem na internet são os de pornografia infantil, pirataria, espionagem, crimes contra a honra e crimes sexuais. 2 INTERPOL. Cibercrime. Disponível em: < https://www.interpol.int/Crimes/Cybercrime>. Acesso em: 11 de abril de 2021. 6 Quando a internet foi disponibilizada para uso comercial, gozava da finalidade de comunicação e interação entre pessoas, porém indivíduos mal intencionados começaram a fazer uso de forma ilegal, cometendo crimes no meio virtual. Com o avanço tecnológico e o desenvolvimento de programas de computadores, as pessoas físicas e jurídicas passaram a utilizar essa ferramenta (internet) como mecanismo para um maior acessa a vários conteúdos, bem como armazenar, criar e transmitir dados de forma mais ágil. De acordo com Queiroz: Quando a internet passou a ser utilizada de forma comercial no Brasil, em dezembro de 1994, seu objetivo era facilitar a comunicação entre pessoas, empresas e países, melhorando as relações de consumo e aprendizado. Mas com os benefícios da internet, vieram também várias espécies de delitos (QUEIROZ, 2008, p. 171) 3. Segundo Mário Furlaneto Neto4, as pessoas passaram a usar a internet de forma criminosa acessando bancos de dados privados mal intencionados, passando a usar a internet para acessar de forma indevida banco de dados alheios, e mandar vírus, ou qualquer outro que causasse algum dano a outrem. De acordo com estudos5, os primeiros crimes cibernéticos começaram a ocorrer em 1960, logo após a criação da internet nos Estados Unidos. Anos após a descoberta do início do cometimento de crimes cibernéticos, percebeu-se que os crimes cibernéticos começaram a se intensificar de forma mais grave, sendo os crimes mais cometidos à manipulação de dados bancários, pirataria, abuso das telecomunicações e a pornografia infantil. Desta forma, é notório que da mesma forma que a internet trouxe benefícios de uma proporção imensurável, trouxe também grandes malefícios, que podem causar danos irreversíveis à população mundial. Diante do exposto, um dos maiores desafios da atualidade é monitorar, reprimir e combater a prática de atividades ilícitas no âmbito virtual. No qual os legisladores mundiais e o policiamento devem galgar lado a lado para a repressão de atos criminosos de tal envergadura. 3 QUEIROZ, André. A atual lacuna legislativa frente aos crimes virtuais. Revista jurídica Unifox. Foz do Iguaçu, v.3, n.1, p. 169-178, jul./dez. 2008. 4 NETO, Mário Furlaneto. GUIMARÃES, José Augusto Chaves. Crimes na internet: elementos para uma reflexão sobre a ética informacional. Disponível em: <http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/cej/article/view/523/704> Acesso em: 11 de abril de 2021. 5 CÂMARA DOS DEPUTADOS. Conheça a evolução dos crimes cibernéticos. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/noticias/89137-conheca-a-evolucao-dos-crimes- ciberneticos/#:~:text=Os%20 primeiros%20 crimes%20 relacionados%20%C3%A0,delitos%20como%20 sabotagens%20e%20 espionagem>. Acesso em: 11 de abril de 2021. 7 DOS CRIMES SEXUAIS VIA INTERNET Ao se falar em crimes sexuais, deve-se lembrar de que os crimes contra a dignidade sexual estão elencados no código penal, tendo um título específico para eles, no qual é dividido em oito capítulos, pois são diversos os crimes que podem ser cometidos na seara sexual. Ademais, existem ainda crimes sexuais que ainda não estão tipificados no texto legal, pois o legislador não consegue acompanhar toda a mudança no contextocriminal, uma das vertentes que ainda não possui uma tipificação expressa na lei são os crimes sexuais via internet. Ao falar em crimes sexuais via internet, associa-se primeiramente a exposição de fotos de conteúdo sexual e pornografia, mas tais crimes não se resumem a isso, sendo algo que ultrapassa esses campos. No que se refere aos crimes sexuais voltados para a internet, existe um rol de crimes que muitas vezes não é de conhecimento geral, pois como aludido à sociedade se bitola a associar crime sexual na internet a apenas pornografia. É plausível elencar alguns dos referidos crimes, sendo eles: estupro virtual, pedofilia virtual, importunação sexual virtual, pornografia infantil, favorecimento a prostituição na internet, registro não autorizado da intimidade sexual, sextorsão (sextortion), revenge porn (pornografia de vingança). Tal rol será elencado no decorrer deste artigo de forma explicativa, no qual será demonstrada a forma que ocorre a sua prática, posicionamentos doutrinários, jurisprudenciais e até mesmo em forma de julgados, sem exaurir todos os temas. ESTUPRO VIRTUAL A priori tende de se a conceituar o que é o crime de estupro virtual, sendo ele caracterizado pela coação, ameaça acometida por meios da internet, bem como uso de imagens e vídeos com o intuito de chantagear a vítima com o a finalidade de praticar atos libidinosos de qualquer natureza. O estupro virtual não é tipificado pelo código penal, podendo aquele que vier a cometê-lo responder por analogia com os crimes relacionados a proteger a dignidade e liberdade sexual, esse crime não permite a conjunção carnal, mas permite ato libidinoso uma vez que o agente passivo pode exigir da vítima que o 8 mesmo fique nu em frente a webcam, despir-se, se masturbar, fazer vídeos ou até mesmo a se fotografar nu. Apesar do crime não ser cometido sofrer violência ou emprego da força ele acontece sobre o domínio do psicológico decorrente de ameaça, chantagem, constrangimento, podendo assim concluir que tais atos não acontecem por vontade da vítima, sendo assim, se caracteriza como crime de estupro. Segundo GOMES por questões sociais, apesar do crime de estupro virtual ser recorrente, há poucos julgados ou denunciados, pois quando tal ato se torna público a vítima passa a se sentir constrangida e envergonhada. Quando isso passa a se tornar público, dentro da família e do trabalho, a vítima acaba sofrendo esse constrangimento. Constrangimento é a palavra- chave nesse crime e o que faz com que esses casos não sejam levados adiante. Alguém pode dizer assim, ‘Por que você se deixou fotografar, filmar? Por que você permitiu tudo isso, chegar a esse ponto, fora do controle, para só então denunciar?’. Esse tipo de questionamento que às vezes vêm de amigos, família e pessoas do trabalho acabam fazendo com que a vítima fique calada e não dê andamento na denúncia (GOMES, 2017, p. 02). Os crimes sexuais ocorridos na internet, como no caso do estupro virtual exibe uma extrema violação a dignidade sexual, a vítima do crime em questão sofre uma violação a sua honra e sua sexualidade, no qual é explorada em favor do estuprador (a). A dignidade sexual não somente se ultraja com a violação física, mas também a moral e psicológica podendo a vítima sofrer traumas e transtornos futuros. Diante dessa premissa é indubitável que as marcas que esse crime deixa é profundo tanto nas vítimas como também em toda a sociedade em geral uma vez que a legislação não estabelece segurança jurídica e social, tornando assim evidente o desconforto frente à possibilidade de todo e qualquer indivíduo ter sua liberdade sexual exposta e desrespeitada. Como aludido anteriormente há poucos julgados e decisões sobre o crime de estupro virtual, porém é de substancial importância elencar alguns entendimentos dos órgãos julgadores sobre o tema em questão. No ano de 2017 houve o primeiro caso no Brasil tipificado como crime de estupro virtual, ocorrido no estado do Piauí, in verbis: O juiz Luiz de Moura, em sintonia com a doutrina, entendeu que houve a prática do crime de “estupro virtual” perpetrado em autoria mediata ou indireta, pois a ofendida, mediante coação moral irresistível, foi obrigada a realizar o ato executório como longa manos do agente. No caso presente, um homem obrigava a sua então namorada a gravar-se masturbando e a enviar para ele. Caso contrário, o mesmo iria expor os vídeos nas redes sociais. O estuprador foi preso após a denúncia da ex-namorada (DRT 1894-PI). 9 No mesmo caminho, também se encontra o seguinte entendimento: De acordo com a 8º câmara criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, no processo de nº 70080331317, mantiveram a condenação de um estudante de medicina por estupro virtual contra uma criança de 10 anos de idade. A pena é de 12 anos, 9 meses e 20 dias de reclusão. Diante dessas premissas, ficou claro que é plenamente possível a pratica do crime de estupro virtual, além de ser amplamente entendido e amparado pela jurisprudência pátria. Em suma, frente aos poucos julgamentos e ainda não existência de um tipo penal específico para o crime de estupro virtual, tem-se a necessidade de incrementar no seio social e legal o novo tipo penal, diante da vulnerabilidade e da lacuna legislativa, há um anseio para que seja coibida a prática de tal ato delitivo, além de que irá trazer maior segurança jurídica e social. PEDOFILIA VIRTUAL A priori, deve-se explanar a cerca do que seria a pedofilia, sendo ela considerada uma doença, conforme classificação da organização mundial da saúde. Sendo um transtorno psicológico onde o indivíduo contém atração sexual por crianças e adolescentes. A pedofilia ela passa a se manifestar na maioria das vezes em homens mais velhos de classe social elevada, dificultando assim a percepção de tais indivíduos, pois estão inseridos no seio social de forma comum. O nosso direito penal julga crime a relação sexual ou ato libidinoso praticado por adulto com criança ou adolescente menor de 14 anos. Para os efeitos do artigo segundo do estatuto da criança e do adolescente: Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade. Acerca do público mencionado, a estes são garantidos os aludidos direitos fundamentais para viver com dignidade e segurança, cabendo à família e ao Estado assegurar essa garantia assim como estabelecido no artigo 227 da constituição federal. Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 10 Ainda acerca das garantias inerentes a proteção das crianças principalmente no âmbito cibernético a declaração universal dos direitos das crianças, é tratado no seu artigo 34 o dever do Estado a se comprometerem a proteger as crianças de toda e qualquer forma de exploração e abuso sexual. Nesse sentido cabe ao estado tomar todas as providências dentre as suas diretrizes pertinentes para coibir a exploração, coação, incentivo, bem como acesso a materiais pornográficos e práticas sexuais ilegais. Deve então destacar que com o advento da internet e sua globalização culminou para um acesso rápido às informações, bem como sua disseminação em grande escala, o que propiciou para criminosos uma facilidade para o cometimento de crimes virtuais, no que se se refere às crianças esse público merece uma atenção especial por se tratar de um público fácil e principalmentevulnerável. A tipicidade objetiva do crime de pedofilia previsto pelo artigo 241-B do código penal consiste em adquirir, possuir ou armazenas, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente. Todavia com a falta de leis de crimes voltados para a seara da informática, o ministério público bem como outros órgãos específicos tem dificuldades de apresentar denúncias contra pedofilia, além da falta de lei especifica sobre a pedofilia, além de ainda existir outros obstáculos para chegar aos infratores, devido se tratar de uma rede mundial onde os criminosos se ocultam com facilidade atras de perfis fakes e do anonimato que a rede mundial de computadores proporciona diante dessa premissa o sentimento de impunidade é fator determinante para o avanço do crime bem como a imputabilidade dos criminosos. No Brasil, por volta de 320 crianças e adolescentes são abusadas sexualmente por dia, sendo que por volta de 80% [1] ocorre no meio virtual. Informação está preocupante, pois demonstra que a maioria dos casos se dá no meio virtual, ademais, vale destacar que durante o ano de 2020, ocorreu um aumento no crime de pedofilia virtual, pois com o isolamento social imposto pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), as pessoas tiveram que ficar mais em casa, causando assim um crescimento nos casos de pedofilia virtual. A pedofilia virtual comporta diversas modalidades, sendo elas trazidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, em seus diversos artigos, sendo art. 240, 241-e, 241, 241-a, 241-c, 241-d, além de no código penal, em seus artigos 217-a, 11 218-a, 218-C. Essas modalidades são apoiadas pelo informativo 342 do STF, no qual propunha a seguinte redação: A consumação do crime previsto no art. 241 da ECA (publicar cena pornográfica que envolva criança ou adolescente), para fins de fixação de competência, dá-se no ato da publicação das imagens. Essa é a solução que mais se coaduna com o espírito do legislador insculpido no art. 70 do CPP. “Destarte é irrelevante, para tal fixação, a localização do provedor de acesso à Internet onde as imagens estavam armazenadas ou mesmo o local da efetiva visualização pelos usuários.” Como aludido anteriormente à pedofilia virtual não possui regulamentação própria, além de não possuir uma definição legal própria, sendo ela definida de forma clínica. Diante disso é relevante realizar uma avaliação do compromisso do Direito na reconstrução da sociedade e de legislações, com destaque em uma política jurídica e de uma abordagem interdisciplinar acerca da pedofilia virtual. Ademais, se faz necessário que os legisladores atuem de forma eficaz realizando a elaboração de normas compatíveis com o cenário social e cultural da atualidade. PORNOGAFIA DA VINGANÇA A Integração de indivíduos nos últimos séculos deve de forma preponderante a internet, sendo esta, um dos fatores determinantes para transformações sociais tanto de formas positivas e negativas, a internet passou a fazer parte de forma integral da vida dos indivíduos, em face de toda essa evolução deve salientar um aspecto de suma importância que é a exposição. A população em geral está conectada o tempo todo, com o advento das redes sociais como mencionado anteriormente, a exposição pode se dizer que é de dimensão imensurável uma vez que juntamente com essa evolução caminha a liberdade de expressão e a exposição dos indivíduos. Voltando a elucidar a questão do crime na seara virtual vale destacar a pornografia da vingança, onde os maiores alvos são mulheres, olhando acerca do contexto social e cultural a mulher sempre ficou como o sexo frágil, vulneral e principalmente inserida num machismo desordenado que oprime mulheres desde muito cedo, no mesmo passo nos meios virtuais essa situação não difere uma vez que a criminalidade nesse meio só aumenta. 12 Tornou-se comum a ridicularização de mulheres no meio virtual com a exposição de imagens, vídeos de cunho sexual por parte de ex-parceiros que tem como objetivo meramente a vingança, sendo um dos motivos para tal vingança o término do relacionamento ou em situações de violência doméstica onde os infratores ameaçam as parceiras com o objetivo de não serem denunciados em face da violência e para que as vitaminas não os abandonem. Como supracitado anteriormente o machismo impetrado na sociedade, é escudo para o respaldo do crime uma vez que o intuito é constranger a vítima perante a sociedade, no mesmo passo em que sua privacidade é violada. O julgamento é principalmente o moralismo que representa todo esse machismo e coloca em vista o domínio do homem sobre a mulher e a cultura machista que está arraigada no seio da sociedade. Vale destacar que mesmo com o consentimento da vítima para a produção e captura de imagens e vídeos, o envio desses nas redes sociais ou em sites pornográficos ou E-mails não tem relação alguma com o consentimento da vítima uma vez que tal ato era pra ficar na intimidade. O crime em questão tem ocorrido de forma frequente no Brasil, sendo como supramencionado mulheres as maiores vítimas desse crime [2]. A pornografia de vingança tem tipificação em nosso ordenamento jurídico pétreo, sendo que ela se amolda ao art. 218-c, §1º do Código Penal, sendo uma causa de aumento de pena do crime de divulgação de cena de estupro ou cena de estupro de vulnerável. É de substancial importância elevar a este artigo que muitas das vezes mulheres cometem revenge porn, pois estão munidas de ódio ou estão em conjunto com um terceiro, geralmente pessoas de conduta criminosa, como traficantes, estupradores e estelionatários, no qual visam se vingar como o próprio nome diz ou obtiver alguma vantagem econômica. Ademais a nossa Carta Magna traz em seu texto que a dignidade da pessoa humana está intimamente ligada com a inviolabilidade da sua intimidade, conforme dispõe o art. 5º, X da CF/88, in verbis: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 13 Diante de toda a problemática trazida, é preciso que os nossos legisladores e operadores do direito não somente discutam sobre a temática em questão para criar tipos penais mais repressivos, mas que deixem claro a todos a divulgação do quão danoso é a exposição da intimidade, da vida íntima e da sexualidade. Buscando trazer maior conscientização e reprimenda aos infratores. Ademais, devem buscar trazer discussões de forma saudável sobre os males de se compartilhar fotos e vídeos, por qualquer meio que contenha conteúdo de cena de nudez de caráter íntimo e privado, para outros, mesmo sendo do seu relacionamento. SEXTORSÃO Antes de tudo vale conceituar o que seria sextorsão, conhecido como sextortion, consiste na extorsão baseada em ameaça de natureza sexual e se relaciona com os golpes dos falsos nudes. De acordo com a promotora de justiça Ana Lara Camargo de Castro e Spencer Toth Sydow (2016, p.12) 6, “sextorsão”, trata-se de expressão que assinala exploração sexual através do constrangimento de uma pessoa à prática sexual ou pornografia em troca da preservação de sigilo de imagem, vídeo ou correlatos da vítima em nudez ou durante ou durante a relação sexual. O termo “sextorsão" teve sua origem registrada nos Estados Unidos, por volta do ano de 2010, utilizada pelo FBI, em uma operação de um hacker que estava chantageando várias mulheres, ameaçando expor sua vida íntima caso não fizesse o que ele pedia.No Brasil o crime tem crescido de forma rápida7 e em grande proporção devido à evolução tecnológica e o grande acesso às mídias, tal crime está sendo relacionada com a extorsão em si, por isso ela está intimamente ligada ao art. 158 do Código Penal, sendo o referido crime punido como tal, ou seja, com pena de reclusão de quatro a dez anos e multa, fazendo assim uso de analogia. Segundo Cleber Masson (2020, p. 422): 6 CAMARGO, Ana Lara. SYDOW, Spencer Toth. Sextorsão. In: _______. Revista Liberdades. Edição 21, Jan-abril. 2016. Disponível em:http://www.revistaliberdades.org.br/_upload/pdf/26/Liberdades21_ok.pdf> Acesso em: 18 de abril de 2021. 7 MASSON, CLEBER. Direito Penal: Parte especial art. 213 a 359-H. 11 ed., vol. 3, Rio de Janeiro, Método, 2021. 3 vols. 14 A Extorsão pode ser cometida mediante grave ameaça envolvendo algum comportamento de natureza sexual, como no exemplo em que o agente exige a entrega por meio virtual de determinada quantia de dinheiro para não divulgar um vídeo íntimo da vítima, sua antiga namorada. utilizando-se a nomenclatura sextorsão para essa hipótese de delito.8 A sociedade em geral, ainda não possui amplo conhecimento social da existência do crime em questão, mas já se percebe a prática do poder judiciário gerando julgados no brasil. Começaram a aplicar de forma prática há pouco tempo no Brasil, além de ainda não existir um dispositivo legal específico e tampouco legislação sobre, ademais as cortes supremas ainda não possuem um posicionamento sobre essa temática, sendo apenas discutido e aplicado de forma doutrinária e por analogia. Percebe-se a grande carência de conteúdo típico normativo, se fazendo necessário como aludido fazer uso de outro tipo penal para a tipificação do crime, ademais, é possível enquadrar o crime de sextorsão em três formas, sendo uma delas já supracitada, sendo a extorsão, constrangimento ilegal e até mesmo o estupro, sem sua forma virtual. Há pouco tempo houve um caso de sextorsão registrado no Brasil, sendo ele ocorrido no estado do Piauí, na cidade de Teresina. A delegacia de repressão aos crimes de informática investigou a prática de tal crime. De acordo com a SAFERNET os casos de sextorsão cresceram 131,49% no ano de 2018, sendo que as principais vítimas deste crime são mulheres. Sendo assim, nota-se que a sextorsão é uma prática perniciosa que viola direitos humanos dos indivíduos, devendo ser coibida de forma que o agente infrator não cometa mais. Devendo assim o nosso legislador criar um tipo penal para tal figura e que tal conduta seja reprimida pela sociedade, ademais, deve-se acolher as vítimas desse delito, pois deixam marcas incuráveis e irreversíveis. CONCLUSÃO Diante do que foi exposto percebe-se que a globalização da rede mundial de computadores na década de 1945, dentro de seu conceito de integração de indivíduos traz consigo uma facilidade de relacionamento e uma pacificação de 8 MASSON, CLEBER. Direito Penal: Parte especial art. 213 a 359-H. 11 ed., vol. 3, Rio de Janeiro, Método, 2021. 3 vols. 15 informações palpáveis em tempo incalculável. No mesmo passo que essa facilidade gera em torno da sociedade fatores positivos, gera também fatores negativos quando a ferramenta internet passa a ser uma problemática, quando seu uso é em desfavor dos preceitos e ditames sociais, passando a ser uma ferramenta de uso indevido contra os mais vulneráveis. Os chamados crimes cibernéticos que segundo contexto histórico começou há acontecer nos anos 60 de onde é possível extrair que a internet trouxe benefícios, mas também seus males. Diante de toda a problemática podemos encarar os crimes cibernéticos voltados para a dignidade e liberdade sexual como um mal secular. Levando em consideração os aspectos aqui abordados os crimes cibernéticos são atividades criminosas voltadas para qualquer ação ou omissão ilícita dentro da internet podendo destacar que os cibercrimes não são apenas de exposição de conteúdo de cunho sexual, mas sim a omissão perante uma foto ou vídeo que pode ser objeto de um eventual e futuro crime. É notória que ultrapassa esses campos, mas ainda não é perceptível do conhecimento geral, como o caso do estupro virtual pedofilia virtual, importunação sexual virtual, pornografia infantil, favorecimento a prostituição na internet, registro não autorizado da intimidade sexual, sextorsão (sextortion), revenge porn (pornografia de vingança). Os crimes cibernéticos causam um efeito danoso à sociedade e aos indivíduos que dela fazem parte, conceituando de modo específico os crimes cibernéticos envolvendo a dignidade sexual trazem ainda maiores danos, portanto é relevante realizar uma avaliação do compromisso do Direito na reconstrução da sociedade e de legislações, com ênfase a política jurídica e de uma abordagem interdisciplinar acerca da pedofilia virtual como uma atuação eficaz na elaboração e na aplicação de preceitos acordados com o cenário social e cultural da contemporaneidade. Sendo também de total relevância que os legisladores e operadores do direito não apenas abordam a questão de forma teórica, mas que trazem para a prática tipos penais mais repressivos, de caráter incisivo onde seja perceptível a quão danoso é a exposição da intimidade, da vida íntima e da sexualidade que viola direitos humanos dos indivíduos e ainda deixam marcas incuráveis e irreversíveis. Pois como tratado no decorrer deste artigo, com a cultura do machismo ocorre uma reprimenda contra as vítimas e sua exclusão do seio social, ademais os 16 danos que causam ao psicológico das vítimas que sofrem com algum dos crimes tratados são irreversíveis, pois deixam traumas e feridas incuráveis. Levando em conta os aspectos aqui abordados, é notório que os crimes contra a dignidade sexual são na maioria das vezes cometidos contra mulheres, Isto posta se faz senhor introduzir em nosso ordenamento jurídico pátrio políticas públicas voltadas à preservação da dignidade sexual os indivíduos que convivem em sociedade, adoção de legislação de coíba e puna os infratores de forma que os mesmo não venham a cometer delitos desta envergadura, igualmente, se faz necessário à aplicação no seio social de uma cultura de apoio e recepção das vítimas de delitos contra a dignidade sexual tanto voltada para o mundo cibernético, quanto às vítimas de delitos sexuais na sua modalidade presencial. No mais, vale destacar que os crimes cibernéticos envolvendo a liberdade e dignidade sexual que existem nos dias de hoje, devem ser coibidos com meios e medidas que garantam a sua não perpetuação no seio social. BIBLIOGRAFIA ALVES. Maria H. dos Santos. 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