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DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA ARTS 610 A 673 DO CPC CONSIDERAÇÕES INICIAIS O fato jurídico que motiva a sucessão e consequentemente a necessidade de abertura de inventário é a morte, real ou presumida, no caso do ausente, nas situações em que a Lei permite a abertura da sucessão definitiva (art. 745, § 3º, do CPC e arts. 38 e 39, do CC). O inventário e partilha é um procedimento especial de jurisdição contenciosa obrigatório para a regularização da sucessão, salvo na hipótese em que todas as partes forem maiores, capazes, estiverem de acordo com a partilha dos bens e não houver testamento (art. 610, § 1º, do NCPC), pois neste caso poderá fazer-se o inventário e a partilha em cartório, por escritura pública, com as mesmas consequências jurídicas do inventário judicial, ou seja, constitui documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. O procedimento de inventário divide-se em três modalidades: 1. O tradicional (arts. 610 a 658 do CPC), 2. O arrolamento comum (arts. 659 a 663 do CPC); 3. O arrolamento sumário (arts. 664 a 666 do CPC), 4. Além do inventário extrajudicial, previsto nos §§ 1º e 2º, do artigo 610, do CPC.: § 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2 o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. LEGITIMIDADE PARA REQUERER O INVENTÁRIO Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e na administração do espólio, no prazo estabelecido no art. 611 . Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança. Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente: I - o cônjuge ou companheiro supérstite; II - o herdeiro; III - o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse; IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite. ART. 615 CPC http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art611 A petição inicial que requer a abertura do inventário deve ser instruída com a certidão de óbito do autor da herança (art. 615, parágrafo único, do CPC), devendo também ser requerida a nomeação do inventariante entre as pessoas legitimadas, previstas no artigo 617, do CPC. Observação para os seguintes legitimados: ❖ o herdeiro menor, devidamente representado ou assistido por seu representante legal (inciso IV, do art. 617, NCPC) ❖ o cessionário do herdeiro ou legatário (inciso VI, do art. 617, NCPC): INVENTÁRIO TRADICIONAL - PONTOS PRINCIPAIS ARTS 610 A 658 CPC O foro competente para a abertura e processamento do inventário é do último domicílio do autor da herança (CPC, art. 48), porém, se o autor da herança não possuía domicílio certo, o foro competente será o da situação dos bens imóveis (o que é inovação do NCPC, pois o CPC/73 previa apenas o foro da situação dos bens), e havendo bens imóveis em mais de um lugar, quaisquer destes será competente, e por fim, se o espólio não possuir bens imóveis, será competente para o processamento do inventário e da partilha, o foro de qualquer dos bens do espólio. A regra de competência para o juízo do inventário é relativa, devendo ser arguida por exceção e admitindo prorrogação. O juízo do inventário atrai todas as demandas propostas contra o espólio, só não atraindo aquelas que se submetam a regra de competência absoluta (competência funcional e em razão da matéria), pois estas são improrrogáveis. consideraçCON ● Lorem ipsum dolor sit ● amet nec at adipiscing ● risus at dolor porta 1 ● Lorem ipsum dolor sit ● amet nec at adipiscing ● risus at dolor porta 2 Lorem ipsum dolor sit amet nec at adipiscing ● Lorem ipsum dolor sit ● amet nec at adipiscing ● risus at dolor porta 3 Lorem ipsum dolor sit amet nec at adipiscing ● Lorem ipsum dolor sit ● amet nec at adipiscing ● risus at dolor porta 4 Lorem ipsum dolor sit amet nec at adipiscing ❖ ❖ O rol do artigo 616 do CPC, não é taxativo, pois qualquer interessado patrimonial no processamento do inventário e da partilha está legitimado a requerer a abertura do inventário ❖ A pessoa jurídica não pode ser inventariante. Diante das recentes decisões sobre a união homoafetiva, admite-se o(a) parceiro(a) da união homoafetiva como inventariante. ANÁLISE DO ART. 623, caput e parágrafo único do CPC, e em qualquer hipótese, será assegurado ao inventariate o contraditório e a ampla defesa, Da decisão proferida na remoção caberá agravo de instrumento. A decisão que remove, necessariamente nomeia um novo inventariante (art. 624, parágrafo único). ❖ O inventariante deve restituir a posse de todos os bens no caso de remoção ou destituição, sob pena de busca e apreensão ou imissão na posse, com fixação de multa como forma de execução indireta para pressionar o inventariante removido a efetivar a entrega dos bens. QUESTÕES IMPORTANTES ART 625 CPC - MULTA PARA O INVENTARIANTE REMOVIDO Art. 625. O inventariante removido entregará imediatamente ao substituto os bens do espólio e, caso deixe de fazê-lo, será compelido mediante mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de bem móvel ou imóvel, sem prejuízo da multa a ser fixada pelo juiz em montante não superior a três por cento do valor dos bens inventariados. citação do cônjuge, o companheiro, os herdeiros, os legatários, Conforme a previsão do § 1º, do art. 626, do CPC, do cônjuge, o companheiro, os herdeiros, os legatários serão citados pelo correio, independentemente de seu domicílio, conforme o art. 247, do CPC, utilizando-se a citação por edital, de forma genérica, apenas para se dar conhecimento do inventário aos potenciais interessados, e aqueles cujo o endereço seja desconhecido, na forma do inciso III, do art. 259, do CPC. Concluídas as citações, abre-se prazo, comum e em cartório, de 15 dias contados da última citação para se manifestarem sobre as primeiras declarações (art. 627 do CPC), apresentando suas impugnações. DA PARTILHA - ARTS 647 A 658 CPC Após a avaliação dos bens do espólio, se necessário for, haverá o cálculo do imposto devido, passar-se á à colação, onde: Art.: Art. 639. No prazo estabelecido no art. 627 , o herdeiro obrigado à colação conferirá por termo nos autos ou por petição à qual o termo se reportará os bens que recebeu ou, se já não os possuir, trar-lhes-á o valor. Parágrafo único. Os bens a serem conferidos na partilha, assim como as acessões e as benfeitorias que o donatário fez, calcular-se-ão pelo valor que tiverem ao tempo da abertura da sucessão. Colação: antecipação daquilo que seria legítimo ao descendente quando da morte do doador - o que deve ser informado no Inventário, com a finalidade de igualar a legítima, sob pena de sonegação. Esse procedimento de relacionar os bens recebidos a título de doação no Inventário é denominado colação http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art627 PARTILHA A Partilha é o procedimento que se segue ao inventário e consiste em repartir entre os sucessores, o acervo hereditário. Havendo apenas um herdeiro não se terá partilha, devendo ser adjudicado ao herdeiro único todos os bens. Será feira após o pagamento das dívidas do espólio, e recairá sobre os bens que remanescerem ao acervo, excluída a meação o cônjuge sobrevivente. Pagos os credores, ou reservadas as quantias necessárias para o seu pagamento,o juiz facultará às partes que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, formulem o pedido de quinhão; em seguida proferirá decisão de deliberação da partilha, resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que devam constituir quinhão de cada herdeiro e legatário. ★ PREVISÃO do parágrafo único, do art. 647: o juiz poderá, em decisão fundamentada, deferir antecipadamente a qualquer dos herdeiros o exercício dos direitos de usar e de fruir de determinado bem, com a condição de que, ao término do inventário, tal bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento, todos os ônus e bônus decorrentes do exercício daqueles direitos. Neste caso, poderá o futuro destinatário do bem usufruí-lo de imediato, ou seja, antes de julgada ou homologada a partilha. Como condição para o deferimento do uso ou fruição antecipada de bem, o legislador fez duas exigências: o bem deve integrar o quinhão do herdeiro ao final da partilha e o herdeiro deverá responsabilizar-se integralmente pelos ônus inerentes à sua conservação. regras da partilha - art 648 CPC art. 648 Na partilha, serão observadas as seguintes regras: I - a máxima igualdade possível quanto ao valor, à natureza e à qualidade dos bens; II - a prevenção de litígios futuros; III - a máxima comodidade dos coerdeiros, do cônjuge ou do companheiro, se for o caso. O artigo 649 do CPC dispõe que os bens insuscetíveis de divisão cômoda que não couberem na parte do cônjuge ou companheiro supérstite ou no quinhão de um só herdeiro serão licitados entre os interessados ou vendidos judicialmente, partilhando-se o valor apurado, salvo se houver acordo para que sejam adjudicados a todos. ❖ O quinhão sucessório do nascituro, no artigo 650 . A despeito da personalidade civil começar do nascimento com vida, a lei resguarda desde a concepção os direitos do nascituro (art. 2º, do CC), assim que o nascituro possui direitos sucessórios, desde que tenha sido concebido antes do falecimento do autor da herança, nos termos do artigo 1.798 do CC. ❖ Se houver conflito entre os herdeiros ou legatários ou interesse de incapaz, a partilha obrigatoriamente será judicial, do contrário ela pode ser amigável. ❖ Se a partilha for judicial, caberá ação rescisória contra ela no prazo de 2 anos (artigo 658 c/c 975 do CPC). ❖ Se a partilha for amigável, a sentença é meramente homologatória, não cabendo, pois, ação rescisória, caberá, contudo, ação anulatória, no prazo decadencial de um ano, conforme previsão do art. 657, do CPC. ❖ Após o pagamento do imposto de transmissão a título de morte, e juntada aos autos certidão ou informação negativa de dívida para com a Fazenda Pública, o juiz julgará por sentença a partilha (art. 654, do CPC). ❖ Ou seja, pagamento do imposto causa mortis (ITCD) e a quitação de todas as dívidas com a Fazenda Pública (Federal, Estadual e Municipal) são condições essenciais para o julgamento da partilha. ❖ O parágrafo único do artigo 654, do CPC dispõe sobre a possibilidade de se julgar a partilha, ainda que exista dívida com a Fazenda Pública, desde que o seu pagamento esteja devidamente garantido. ● A partilha, ainda que depois de transitada em julgado a sentença poderá ser emendada nos mesmos autos do inventário, convindo todas as partes, quando tenha havido erro de fato na descrição dos bens. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, poderá, a qualquer tempo, corrigir as inexatidões materiais (art. 656, do CPC). ● No caso de descoberta de algum bem depois do trânsito em julgado da partilha, será necessário a sobrepartilha (arts. 669 e 670, do CPC). ● Quanto ao arrolamento comum (arts. 664, 665 e 667, do CPC), que é a forma simplificada para inventariar e partilhar os bens, quando a herança for de pequeno valor, o que segundo artigo 664 do CPC, ocorre quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 1.000 (mil) salários-mínimos, ● o art 665, prevê a possibilidade da adoção do arrolamento comum (previsto no art. 664) ainda que haja interessado incapaz, desde que concordem todas as partes e o Ministério Público. Assim, havendo interesse da incapaz, a regra é a adoção do inventário judicial tradicional ou solene, admitindo-se o arrolamento comum (em razão do valor) desde que concordem todas as partes e o Ministério Público. Contudo, para o arrolamento sumário (aquele que independe do valor), continua se exigindo que todas as partes envolvidas sejam capazes (art. 659, caput, do CPC). O artigo 666 do CPC trata do alvará judicial, que é cabível para pequena transmissão de dinheiro. O alvará judicial é substitutivo de inventário e será cabível nas hipóteses previstas na Lei nº 6.858, de 24 de novembro de 1980: 1. a) inexistência de outros bens a partilhar, além de dinheiro; 2. b) os valores pecuniários deixados não ultrapassem 500 OTN´s (o valor aproximado é de R$10.000,00). O juiz libera o alvará independentemente de cobrança de tributo e haverá intervenção do Ministério Público quando houver interesse de incapaz. ➢ arrolamento sumário (arts. 659 a 663, do CPC), só será adotado, independentemente do valor do espólio, se todos os herdeiros forem capazes e inexistir conflitos entre eles. O arrolamento sumário é o mesmo que o inventário administrativo chancelado pelo juiz. ➢ § 2º, do artigo 659, do CPC: “transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou de adjudicação, será lavrado o formal de partilha ou elaborada a carta de adjudicação e, em seguida, serão expedidos os alvarás referentes aos bens e às rendas por ele abrangidos, intimando-se o fisco para lançamento administrativo do imposto de transmissão e de outros tributos porventura incidentes, conforme dispuser a legislação tributária, nos termos do § 2o do art. 662.” No caso de arrolamento sumário, a atividade do juiz é meramente homologatória. Dessa decisão não cabe ação rescisória, se for o caso caberá ação anulatória dentro do prazo decadencial de 1 ano (artigo 657, parágrafo único do CPC). artigo 672 do NCPC, prevê a possibilidade cumulação de inventários para a partilha de heranças de pessoas diversas, quando houver: I – identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos os bens; II – heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros; III – dependência de uma das partilhas em relação à outra. Trata-se de dispositivo que contempla a economia e a celeridade processuais e a efetividade do processo, que são tratados como pilares do CPC. Assim, com uma única petição, por exemplo, será possível abrir dois inventários (cumulados), e a despeito da lei ser silente, a jurisprudência tem permitido que neste caso, o inventariante poderá ser o mesmo para ambos os inventários que tramitarem em conjunto.
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