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BRINCAR É APRENDER Autor Tutor Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso Licenciatura em Pedagogia (PED...) – Estágio I Data/ RESUMO Este trabalho foi constituído a partir das vivências proporcionadas pelo Curso de Pedagogia Licenciatura, principalmente, na realização do Estágio Supervisionado em Educação Infantil, que aconteceu em uma turma de Maternal II, composta por 19 crianças de três anos á quatro anos de idade, em uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) de Cidade.... Este trabalho tem o propósito de relatar as experiências do estágio e enfatizar a importância do Lúdico na Educação Infantil. Palavras-chave: Estágio Supervisionado.Educação Infantil.Lúdico. 1 INTRODUÇÃO O estágio sempre foi visto como a parte prática dos cursos de formação profissional. É comum ouvir de alunos e professores que durante o estágio se aprende a profissão na prática. Porém, nossos estudos apontam que não há prática sem teoria e toda prática deve estar alicerçada teoricamente, assim conseguiremos compreender a práxis educativa a partir da ação-reflexão-ação. A prática em sala de aula nos leva a refletir como será nosso dia a dia como professor. Enquanto estamos estudando apenas as teorias, não temos idéia do que é estar frente a uma classe e ser o responsável pela mediação do conhecimento às crianças, a responsabilidade é grande. Esse trabalho trata-se de um relato de como foi o meu estágio supervisionado de Educação infantil, na qual se pretende apresentar a experiência que eu tive em trabalhar com as crianças em sala de aula, como foi o meu planejamento para em sala de aula, a reciprocidade quanto as crianças e se a experiência que tive foi satisfatória. 2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA Buscou-se contribuir com a Educação Infantil na escola através desse Projeto com o Tema: O lúdico na Educação Infantil: Brincar é aprender. Uma vez que no contexto ensino aprendizagem a Educação Infantil nos tempos atuais deve estar sempre atenta e a procura de novas estratégias para cativar as crianças, e não pode ser considerada como um adulto em miniatura devendo ser 2 respeitada sua faixa etária e para isso faz-se necessário a intervenção da ação lúdica tendo em vista atender as necessidades do corpo e mediar o desenvolvimento sociocultural das crianças. Área de concentração: O Lúdico na Educação Infantil Tema: Brincar é Aprender A escolha deste tema deve-se ao fato de considerarmos que a exploração do lúdico, nas diferentes áreas de conhecimento, poderá revelar-se uma mais-valia para os alunos, pois queremos que seja um instrumento motivador e facilitador das suas aprendizagens, estimulando-os no entendimento e consolidação dos conteúdos. Consideramos que a escolha desta estratégia motiva os alunos e favorece a sua aprendizagem. Os seguintes objetivos são apresentados: ● Desenvolver atividades que possibilitem a constituição de valores como solidariedade, respeito e afeto a partir do debate de obras literárias infantis; ● Proporcionar o desenvolvimento do processo de cognição, percepção visual e a ampliação da oralidade através da contação de histórias; ● Estimular a capacidade criativa da criança através de jogos e brincadeiras. A ludicidade é tão importante para a saúde mental, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo. O lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo e na formação da personalidade. Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações e o que é mais importante, vai se socializando. Por meio das brincadeiras, a criança fantasia, imita os adultos e adquire experiências para a vida adulta. O crescimento infantil é acompanhado pelas brincadeiras, pelos jogos simbólicos que ela mesma inventa para construir conceitos e entender o mundo ao seu redor. Os brinquedos possibilitam o desenvolvimento integral da criança porque ela se envolve efetivamente e socialmente; tudo isso acontece de maneira envolvente, onde a criança cria e recria normas e constrói alternativas para resolver entraves que surgem no ato do brincar. É como diz Vygotsky: A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinandose a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo. (VYGOTSKY, 1998, p. 130). Os estudos de Vygotsky revelam que o brincar permite e favorece a aproximação das zonas de desenvolvimento proximal, ou seja, o que existe entre o nível de desenvolvimento real da criança e 3 o nível de desenvolvimento potencial. Por exemplo, uma criança não alfabetizada pode brincar com outra que sabe fazer contas e perceber estratégias para aprender a jogar e se sair muito bem. Entende-se que educar ludicamente não é jogar lições empacotadas para o educando consumir passivamente. Educar é um ato consciente e planejado, engajado e feliz no mundo. É resgatar o verdadeiro sentido da palavra "escola", local de alegria, prazer intelectual, satisfação e desenvolvimento. Dessa forma, é imprescindível a utilização de brincadeiras no meio pedagógico. Como coloca Ferreira, Misse e Bonadio (2004), o brincar deve ser um dos eixos da organização escolar: a sala de aula fica mais enriquecida de desenvolvimento motor, intelectual e criativo da criança. A sala de aula é um lugar de brincar se o professor consegue conciliar os objetivos pedagógicos com os desejos do aluno. Uma aula ludicamente inspirada não é, necessariamente, aquela que ensina conteúdos com jogos, mas aquela em que as características do brincar estão presentes, influindo no modo de ensinar do professor, na seleção dos conteúdos, no papel do aluno. Como sabemos, cada criança possui uma capacidade de entendimento diferenciada, e é de grande importância para o docente respeitar esse tempo, pois assim, conhecendo o nível de seus alunos se faz um planejamento, trabalhando a partir dos déficit e obstáculos concebendo e administrando situações-problemas, para que nessa observação que o docente realiza, se fazer uma avaliação no processo de aprendizagem. É preciso despertar na criança o desejo de aprender, envolvendo em atividades grupais como também em atividades de pesquisa, atividades lúdicas e etc. Ser docente é trabalhar a partir das concepções dos alunos, dialogar com eles e ter consciência que aprender não é memorizar e sim uma reestruturação ao seu sistema de compreensão do mundo. Por conta disso, conhecer e dominar os conteúdos que será ensinado são de suma importância para favorecer o aprendizado significativo. Vale ressaltar que não se pode pretender que os alunos alcancem em apenas um ano toda capacidade desejada, podendo ser do conhecimento de todas as letras e números (educação infantil) como também da leitura, da escrita, da argumentação (fundamental I). O verdadeiro desafio para o docente é o domínio da totalidade da formação do primeiro ciclo de aprendizagem e ensino básico. É dever do professor, estimular a autoavaliação, a metacognição e ter uma percepção da classe administrando a heterogeneidade da turma, trabalhando com alunos distintos e dando apoio integrado à aqueles que possui grandes dificuldades, contudo, observando e avaliando os alunos em situaçõesde aprendizagem de acordo com uma abordagem formativa, contribuindo para um melhor aprender e ter uma concepção melhor de seu trabalho. Sabe-se, que a educação infantil, atende criança na faixa etária de zero aos seis anos de idade, educação essa que é um direito reconhecido tanto pela Constituição Federal de 88, como na Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB) 9394/96, tornando um direito da criança e um dever do 4 Estado, a permanência das crianças em creches e pré -escolas, essa faixa etária é considerada como a etapa primordial na vida de um ser humano no início de seu desenvolvimento. Segundo Vergés & Sana (2009, p 10) :A educação Infantil é considerada a primeira etapa da educação básica, tem a finalidade de desenvolver a criança até os seis anos de idade, ou seja, desenvolver na criança uma imagem positiva de si, reconhecendo o seu proprio corpo, brincando, expressando suas emoções e seus sentimentos, socializando-se com os colegas e os professores. O brincar deveria ser aproveitado pelos professores e a comunidade escolar em geral, como conteúdo escolar, pois o mesmo favorece também o ato de jogar, e os dois confluem para o mesmo objetivo, os jogos são recursos que podem ser empregados pelos professores em sala de aula a fim de dinamizar suas aulas. 3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO No período de co-participação do estágio compreendemos que a interação entre aluno, professor, professor assistente e as estagiárias deveria acontecer de forma mais direta. Nessa semana é o momento onde se dá o primeiro passo para a convivência das crianças com as estagiárias, pois sabemos que a construção de vinculo é importante para a criança passar a ter confiança no individuo que está ao seu lado. Percebi também que o período da regência é a oportunidade que temos de entender, compreender e analisar cada passo na pratica pedagógica, também se faz necessário colocar em pratica tudo que aprendemos até aqui, desta forma foi de cunho importante nossos questionamentos a todo tempo para a regente da sala (profª. xxx), pois foi desses questionamentos que pudemos compreender e concluir todo o processo com êxito. Durante todo o processo de realização das atividades a aprendizagem das crianças foi evidenciada pela observação da participação delas nas atividades. Especificamente relacionado às histórias infantis foi observado se as crianças são capazes de contar e recontar histórias, de imaginar a partir delas, de interpretar o enredo apresentado a elas e se são capazes de distinguir os diferentes papéis sociais assumidos pelos diversos personagens apresentados. Foi observado também se houve concentração e envolvimento na produção das tarefas e no manuseio dos materiais usados para a realização das atividades. Se as crianças tiveram facilidade em realizá-las com qualidade e se aproveitam as oportunidades de socialização para avançar em questões como interação e colaboração. 5 4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO O estágio nos cursos de Pedagogia, deve possibilitar que os futuros professores compreendam a complexidade da ação educativa e pedagógica. Isso só pode ser conseguido se o estagio for uma preocupação e um eixo de ligação com todas as disciplinas do curso. A união destas disciplinas garante aos alunos a capacidade de analisar, de criticar e compreender as novas maneiras de fazer a educação. Nesse caso, todo conhecimento é importante e apenas este argumento, já nos bastaria para tentarmos superar a pretensa dicotomia entre a atividade prática e a atividade teórica. Sendo assim, concordamos com Pimenta e Lima, ao afirmarem que: Uma nova concepção de estagio só se dá quando considerarmos a teoria e a pratica inseparáveis, pois há sempre um dialogo entre conhecimento e ação. Este conhecimento não é formado apenas na experiência concreta do sujeito em particular (...) mas é nutrido pelas teorias da educação, de modo a possibilitar ao professores, trazê-lo para as situações concretas, configurando seu acervo de experiências teórico-práticas em constante processo de reformulação (PIMENTA, 2004. p. 93). Sabemos que o estágio supervisionado é e sempre será um desafio principalmente nos cursos de licenciatura. Este grande desafio é para que haja a compreensão da teoria e prática, é a compreensão que ambas se complementam com o objetivo de construir a práxis pedagógica. Diante disso, buscamos alternativas metodológicas para dar qualidade a esse momento tão especial do curso. Ensinar e aprender envolve aspectos que permitem contribuir para a criação de oportunidades de aprendizagem. Cabe ao educador ser o mediador desse processo, definindo metas, estratégias e objetivos que poderão ser elaborados com os educandos, partindo do seu contexto, do seu interesse, para assim enriquecer ainda mais o processo de ensino aprendizagem. Destaco aqui que as crianças têm curiosidade em descobrir, explorar, conhecer, vivenciar e experiência o novo e que através dessas descobertas a criança se torna capaz de expressar sentimentos e emoções. Para realização das nossas aulas constituímos em elementos didáticos e pautados em rotinas que são de fundamental importância nessa fase tais como: livros, vídeos, jogos, leituras de imagens e etc. Antes de iniciarmos qualquer conteúdo, investigávamos os conhecimentos prévios dos alunos no intuito de identificar o que os mesmos já conhecem sobre determinado assunto. A busca por tais conhecimentos precisa acontecer logo em início em qualquer atividade, pois são os conhecimentos prévios que irá intermediar o trabalho docente atrelado aos saberes dos discentes. Enfim, a realização do estágio se torna um momento decisivo para a formação do profissional de educação, pois o acadêmico de hipótese alguma, poderá ocupar um espaço 6 educacional, sem conhecer de perto a realidade escolar e os problemas que os cerca no contexto atual, por isso se torna fundamental essa vivência. 7 REFERÊNCIAS FERREIRA, Carolina; MISSE, Cristina; BONADIO, Sueli. Brincar na educação infantil é coisa séria. Akrópolis, Umuarama, v. 12, n. 4, p. 222-223, out./dez. 2004 GADOTTI, Moacir; Educação de Adultos como Direito Humano. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire. 2009. (Instituto Paulo Freire. Série Cadernos de Formação; 4). PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2004. p. 93 – 70 - 49 TAFNER, Elisabeth Penzlien; SILVA, Everaldo. Metodologia do Trabalho Acadêmico. Indaial: UNIASSELVI, 2011. VERGÉS, Maritza de Moura: SANA, Marli Aparecida. Limites e Indisciplina na Educação Infantil. 2 ed. São Paulo: Alínea, 2009. VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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